Fundação Presidente Antônio Carlos

UNIPAC Lafaiete

HIDRÁULICA

Aula_04

HIDROMETRIA
Condutos Forçados e Abertos

Prof. Ms. Miguel Angelo Araújo Lima

Conselheiro Lafaiete, Fevereiro de 2020

1.1 Definição:

Parte da Hidráulica que estuda os métodos e instrumentos para medição de

vazão e velocidade em canais e canalizações.

1.2 Finalidades

- Abastecimento urbano

- Tarifação

- Lançamento de esgotos

- Geração de hidroeletricidade

- Defesa civil (inundações)

- Irrigação

- etc.

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1.3 Métodos de medição de vazão

Categorias:

1.3.1 Métodos diretos:

Método volumétrico ou de pesagem, hidrômetro e fluxímetro (fluxômetro).

1.3.2 Métodos que utilizam a relação velocidade/área

Flutuador, molinete, coordenadas em tubo com descarga livre, tubo de

Pitot e processo colorimétrico.

1.3.3 Métodos que utilizam constrição na seção transversal de

escoamento

Venturímetro, diafragma, vertedores, calha Parshall e calha WSC.

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1.3.1 Métodos diretos

1.3.1.1. Método volumétrico

- Medição do tempo gasto para encher um recipiente de volume

conhecido

Q = V /T -> vazão = volume/ tempo

Um exemplo clássico para a medição

de vazão é a realização do cálculo a
partir do enchimento completo de um
reservatório através da água que
escoa por uma torneira aberta como
mostra a figura.

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 Considere que ao mesmo tempo em que a torneira é aberta um
cronômetro é acionado. Supondo que o cronômetro foi desligado
assim que o balde ficou completamente cheio marcando um tempo t,
uma vez conhecido o volume V do balde e o tempo t para seu
completo enchimento, a equação é facilmente aplicável resultando na
vazão volumétrica desejada.

As unidades de medida adotadas são geralmente o m³/s, m³/h, l/h ou o

l/s.

Exemplo 1: Se em um balde, foram necessários 2 minutos para a água

atingir a marca de 20 litros, a vazão é:

Q = 20 litros / 2 minutos -> Q = 10 litros/minuto -> 1 minuto = 60 segundos

-> 0,17 litros/segundo.

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Exemplo 2: uma piscina de 20 m³ demora 2 dias para ser enchida. Qual a
vazão?

Q = 20m³ / 48 horas -> Q = 0,42 m³/h.

Uma outra forma matemática de se determinar a vazão volumétrica é

através do produto entre a área da seção transversal do conduto e a
velocidade do escoamento neste conduto como pode ser observado na
figura a seguir.

Pela análise da figura, é possível observar que o volume do cilindro

tracejado é dado por: V = d . A

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Substituindo essa equação na equação de vazão volumétrica, pode-se
escrever que:

A partir dos conceitos básicos de cinemática aplicados em Física, sabe-se

que a relação d/t é a velocidade do escoamento, portanto, pode-se escrever
a vazão volumétrica da seguinte forma:

Qv representa a vazão volumétrica, v é a velocidade do escoamento e A é

a área da seção transversal da tubulação.

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Exemplo: Qual a velocidade da água que enche a piscina de 20m3
em 48 horas e que tem tubulação de diâmetro interno de ¾”.

Q = 0,42 m³/h ---- A = (3,14 . d2)/4 ---- d = 3 . 25,4 /4 = 19,05mm - > A

= 284,88mm2 -> 2,85x10-4 m2

v = Q/A -> 1474,31m/h -> v = 1,47 Km/h.

- Alternativa: pesar recipiente com volume desconhecido (descontar

peso do recipiente)

- Alteração do volume de água em um reservatório de volume

conhecido

Q = ΔV/T Δ V = V2 - V1
- Utilização: pequenos riachos e canais, medição de vazão em sulcos, em
aspersores e Gotejadores.

Recomendação: mínimo de três repetições

Recipiente com tempo mínimo de enchimento de 20 segundos
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1.3.1.2. Hidrômetro

- Medida de vazão em tubulações

- Rotor é posto em movimento pela corrente de água

- Acoplado a um mostrador, onde se lê o volume que passou pelo

hidrômetro
Q = V/T
1.3.1.3. Fluxímetro (fluxômetro/rotâmetro)

- Tubo transparente afunilado

- Dispositivo que obstrui parcialmente o fluxo de água e gases.

- Cada fluido tem um fluxímetro específico.

- Variações no fluxo de água mudam a posição do dispositivo no

interior do fluxímetro.

- Tubo afunilado é graduado para marcar a vazão a partir da posição

do dispositivo
- Leitura direta e fácil 9
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1.3.2. Métodos que empregam a relação velocidade/área

1.3.2.1. Flutuador

- Objeto flutuante que adquire a velocidade da água que o

circunda

- Utilização: canais de pequeno ou médio porte

- Vantagem: determinação rápida

- Desvantagem: imprecisão causada por ventos, correntes

secundárias e ondas

Q = Vm x A

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a) Determinação da velocidade média

-- Condutos livres:

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a) Medida de Vazão - Método do flutuador

I - Escolher um trecho do rio que seja reto r de seção uniforme. Esticar

duas cordas atravessadas com distância de 10 metros de uma para
outra margem(ver ilustração abaixo). Por baixo das cordas medir a
profundidade do rio em dez locais diferentes (cinco em baixo de cada
corda) e calcular a profundidade média. Exemplo: em baixo da "corda 1"
medindo {50 cm; 15 cm; 18 cm; 32 cm e 36 cm}; em baixo da "corda 2"
{48 cm; 13 cm; 17 cm; 33 cm ; 35 cm} vamos agora somar tudo e dividir
por 100 e achar a profundidade média em metros
(50+15+18+32+35+48+13+17+34+35 = 30 cm que divididos por 100 =
0,3 m).

II - Agora vamos medir a largura do rio em metros. Digamos que a

medida deu 80 cm que é igual a 0,8 m.

III- Agora vamos calcular a área (A) da seção do rio em metros

quadrado: A = 0, 3 m x 0,8 m = 0,24 m².

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VI - Agora precisamos medir a velocidade (V) do rio. Para isto precisamos
utilizar um flutuador que poderá ser uma garrafa com água pela metade.
Jogar o flutuador no rio antes da primeira corda e, quando chegar na
primeira corda, medir o tempo (em segundos) gasto, para o flutuador
percorrer a distância entre as duas cordas esticadas. Exemplo: Digamos
que o flutuador levou 5 segundos para percorrer a distância de 10 metros
de uma corda para outra logo, a velocidade média calculada é 10m/5s = 2
m/s ou 2 metros por segundo.

V - Agora sim podemos calcular a vazão do rio pela fórmula

(Q = 0,8 x A x V). Então, no nosso exemplo, a vazão é Q = 0,8 x 0,24m² x 2
m/s = 0,384 m³/s. Sabemos que 1,0 m³ = 1000 litros então, multiplicando o
resultado por 1000 achamos a vazão em litros por segundo. No exemplo, Q
= 384 litros/segundo.

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b) Perfilador Doppler

Utilizado em um flutuador tripulado ou não, acionado por cabos:

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1.3.2.2 Molinete

- Rotor que entra em movimento pela ação da corrente de água

- Princípio de funcionamento: proporcionalidade entre Vágua e Vangular

do rotor

- Mecanismo contador de rotação (eletrônico ou com sinais sonoros)

-
- Conversão de número de giros em vazão: curva de calibração

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1.3.2.3 Tubo de Pitot

- Tubo com formato de “L”, com orifício disposto no sentido do

fluxo

- Transformação de energia de velocidade em energia de pressão

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1.3.3 Métodos que empregam uma constrição na seção transversal de
escoamento

1.3.3.1. Orifícios (placa de orifício)

Placa de orifício é um disco com orifício central e saída em ângulo.
A placa de orifício concêntrico deve ser montada junto ao eixo do conduto
cilíndrico que é provido de duas tomadas de pressão, a jusante e a
montante do disco.
A placa de orifício funciona restringindo a tubulação onde a medição é
realizada. Esta restrição é provocada pelo orifício que é feito em uma
placa de pouca espessura e aplicada no tubo. Com a restrição da placa o
fluxo é obrigado a mudar de velocidade, e, em consequência provocar um
diferencial de pressão.
Este equipamento de controle de vazão é um instrumento simples, de fácil
construção e baixo custo, porém robustos e eficazes. São empregados
para a medição de vazão nos processos industriais. Estima-se que o
mesmo é aplicado em 80% dos casos.
O tipo mais comum de orifício é o concêntrico, mas dependendo da
necessidade podem ser utilizadas placas com orifícios excêntricos ou
segmentais.

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1.3.3.2. Venturímetro e diafragma

- Redução da seção de escoamento

O tubo de Venturi é um aparato criado por Giovanni Battista Venturi

para medir a velocidade do escoamento e a vazão de um líquido
incompressível através da variação da pressão durante a passagem
deste líquido por um tubo de seção mais larga e depois por outro de
seção mais estreita.

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1.3.3.3 Vertedores

- Aberturas feitas na parte superior da parede de um conduto livre

através do qual escoa o líquido cuja vazão se deseja medir

- Formatos: triangular, retangular ou trapezoidal

- Utilização: medição de vazão em canais de irrigação, represas e

pequenos rios

- Parede espessa ou delgada (espessura da parede inferior à

metade da carga hidráulica)

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1.3.3.4 Calhas Parshall e WSC

- Adaptação do princípio de Venturi à medição de vazão em

condutos livres

CALHAS PARSHALL

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