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Técnicos de Medicina Geral

Disciplina: Introdução às Ciências Médicas

Tema: Parasitologia (Aula 12)

Turma: TMG1o/2020

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 Definir e classificar os parasitas;
 Explicar a patogenia da infecção parasitária
 Explicar as características básicas dos
protozoários;
 Classificar correctamente os diferentes tipos
de protozoários;
 Listar as espécies mais comuns em
Moçambique e identificar as patologias
associadas a elas;

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O parasitismo é uma relação de associação
entre seres vivos que beneficia uma das
partes (o parasita), e geralmente prejudica a
outra (hospedeiro).
 Simbiose – é a associação de dois ou mais
seres vivos de espécies diferentes, que lhes
permite viver com vantagens recíprocas.

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 osparasitas são definidos como organismos
eucariontes que vivem na superfície ou no
interior de outros organismos vivos (os
hospedeiros), dos quais obtêm alguma
vantagem. Podem ser unicelulares (por
exemplo, amebas e plasmódios) ou
multicelulares (por exemplo, vermes
helmintos).

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 Ectoparasitas: São aquelasque vivem na
superfície do corpo do hospedeiro (exemplo,
o artrópodo que produz a sarna).
 Endoparasitas: São aquelas que vivem no
interior do corpo (por exemplo, os vermes
áscaris, ou o toxoplasma).
 Vectores: Transpotam os parasitas de um
hospedeiro a outro por vectores (mosca,
mosquitos).

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 Exposição e entrada do parasita (via oral –
feco-oral, ou pele) ;
 Adesão celular/tissular e replicação;
 Evasão e inactivação dos mecanismos de
defesa do hospedeiro (variação antigénica,
mimetismo molecular, parasitismo intra-
celular, imunossupressão);
 Lesão celular e tissular, que por produção de
substâncias tóxicas, quer por obstrução de
vasos, ductos ou outras estruturas.

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 Estrututra: micoorganismos eucariontes unicelulares
com membrana celular, citoplasma com organelos
(retículo endoplasmático, grânulos de
armazenamento, vacúolos contrácteis e digestivos),
núcleo e membrana nuclear.
 Locomoção: flagelos (Giardia lamblia,
Trypanossoma), cílios (Balantidium coli) ou
pseudópodes (falsos pés - projecções da membrana
celular – Entamoeba histolítica). Outros não têm
mobilidade por si (Plasmódio spp, Toxoplasma
gondii), sendo transportados através das células na
qual infectam
 Alimentação: heterotróficos, isto é, não são capazes
de fabricar os seus próprios alimentos, mas têm que
procura-los de fontes externas.

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 Fases de desenvolvimento :
 Trofozoíto, que é a forma activa. Nesta
forma o protozoário se alimenta e se
reproduz através de diferentes processos.
 Cisto e oocisto, que são formas latentes. O
protozoário secreta uma parede resistente
que o protege.
 Gâmeta, é a forma sexuada, e aparece nos
protozoários do subfilo Sporozoa.

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 Classificados segundo a sua forma de
locomoção :

 Flagelados: Apresentam um ou mais flagelos, que


utilizam para se deslocar. Ex: Giardia lamblia, e as
diferentes espécies de , Trypanosoma, e Trichomonas.
 Amebóides: Utilizam pseudópodes (falsos pés). Ex:
Entamoeba histolytica..
 Sporozoa: Não têm mobilidade por si, e normalmente
apresentam um ciclo de vida complexo, com fases
reprodutivas sexuada e assexuada alternadas,
envolvendo pelo menos dois hospedeiros diferentes.
Ex: Toxoplasma gondii, Cryptosporidium, Isospora, e
as várias espécies de Plasmodium.
 Ciliados: Utilizam cílios para a sua deslocação. Só um
deles é parasita do homem, o Balantidium coli.
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 Segundo órgão/órgãos afectados por cada
protozoário:
 Protozoários intestinais: Todos eles são
transmitidos por via feco-oral, e produzem
diarreia em diversos graus de intensidade.
 Protozoários genitourinários: Geralmente
transmitidos por via sexual, e produzem
inflamações nas vias genitourinárias.
 Protozoários sistémicos: Geralmente são
detectados no sangue, e produzem sintomas
muito variados.
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 Giardia lamblia. É um flagelado que pode-se
encontrar no duodeno e jejuno dos seres
humanos.
 Os seres humanos são infectados pela ingestão
de água ou alimentos contaminados por fezes
com cistos de Giardia. Também pode acontecer
contaminação fecal directa
 Quando os parasitas migram para o cólon,
formam cistos elipsóides muito resistentes que
podem se visualizar nas fezes.
 Em geral, a G. lamblia é fracamente patogénica
no ser humano, e podem se encontrar grande
quantidade de cistos nas fezes de indivíduos
completamente assintomáticos.
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 Entamoeba histolytica. É um parasita comum
do intestino grosso dos seres humanos.
 A sua morfologia é variável, com pseudópodes
digitiformes e largos.
 Geralmente, a infecção aparece quando um
indivíduo susceptível ingere água contaminada
com cistos. Também pode ocorrer por consumo
de vegetais e outros alimentos contaminados.
 Podem se encontrar 3 estágios:
Ameba activa (trofozoíto);
Cisto inactivo;
Pré-cisto intermediário.

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 Balantidium coli: É um protozoário ciliado
que causa disenteria, não muito frequente
em Moçambique.
 A infecção ocorre quando há ingestão de
água ou alimentos contaminados com cistos
previamente eliminados em fezes humanas e
suínas
 sospora e Cryptosporidium: Esporozoários
que são parasitas intestinais, e podem
provocar infecções intestinais em indivíduos
com imunodeficiência.
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 Às vezes, os parasitas podem provocar
irritação e inflamação discretas da parede
duodenal ou jejunal, com diarreia aguda ou
crónica com fezes líquidas ou semi-sólidas,
volumosas e de odor fétido.
 Em indivíduos imunodeprimidos podem
aparecem infecções maciças, com diarreias
graves.
 O diagnóstico faz-se por visualização de
cistos nas fezes formadas, ou de cistos e
trofozoítos em fezes líquidas.
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 Trichomonas vaginalis, é um protozoários
flagelado. A Trichomonas vaginalis é
responsável pela forma mais comum da
tricomoníase em humanos.
 A transmissão ocorre predominantemente por
via sexual.
 Têm forma de pêra, com cinco flagelos.
 T. vaginalis cresce melhor em ambientes
anaeróbicos, com pH 5,5-6.

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 A maior parte das infecções é assintomática ou
leve.
 Nas mulheres, a infecção causa uma inflamação
e hipersensibilidade da mucosa da vulva, vagina
e colo uterino, com secreção espumosa
amarelada e prurido vulvar.
 Nos homens, pode infectar uretra, próstata ou
vesículas seminais.
 Formas móveis de T. vaginalis podem ser
visualizadas ao microscópio em secreções
vaginais ou uretrais.
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 Plasmodium. São esporozoários, parasitas
intracelulares de eritrócitos, e de células de
outros tecidos, por exemplo os hepatócitos
(células do fígado). Responsáveis pela malária.
 Existem quatro espécies de plasmodium que
infectam os seres humanos:
 Plasmodium falciparum (espécie mais frequente
em Moçambique ~ 90%)
 Plasmodium vivax
 Plasmodium ovale
 Plasmodium malariae

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 Trypanossomas: Flagelados que se encontram no
sangue de mamíferos. Em Moçambique, a forma
encontrada é o Trypanosoma brucei rhodesiense.
 A infecção ocorre pela picada da mosca tsé-tsé
(vector).
 Os parasitas invadem o sangue e posteriormente
o sistema nervoso central, onde produzem a
síndrome típica da doença do sono: cansaço,
incapacidade para se alimentar, sonolência
diurna, inconsciência e morte.
 Os tripanossomas podem ser visualizados ao
microscópio em esfregaços de sangue corados
pelo método de Giemsa.

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 O parasitismo é uma relação de associação entre seres
vivos que beneficia uma das partes (o parasita), e
geralmente prejudica a outra (hospedeiro) –
unilateralidade de benefícios.
 Os parasitas podem ser ectoparasitas (vivem na superfície
do corpo) ou endoparasitas (vivem no interior do corpo)
 Os parasitas podem ser agrupados em: protozoários,
helmintos e artrópodes
 A transmissão dos parasitas se faz geralmente pela via
feco-oral (ingestão) ou por penetração directa.
 Os protozoários podem ser intestinais, genitourinários e
sistémicos.
 O Plasmodium spp, são protozoários sistémicos
transmitidos pelo mosquito fêmea anopheles (o vector e
hospedeiro definitivo) e tem como hospedeiro
intermediário o homem (onde realiza a reprodução
assexuada) e causa doença clínica.

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 Engelkirk, P.G. Gwendolyn, B. Microbiologia
para as Ciências da Saúde. 7ª. Ed. Guanabara
Koogan.
 Jawetz, M. Adelberg. Microbiologia Médica.
22ª. Ed. McGraw Hill, 2004.

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