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lo, de ser cada um o que é, sendo ao mesmo tempo o que não é e sendo-o
para sempre. A angústia de não ser não é apenas um empenho em
permanecer para sempre, mas, além disso, o empenho em universalizar-se; é
a fome e a sede de eternidade e de infinitude. Todo ser criado tende não só a
se conservar em si, como a se perpetuar e, além disso, a invadir todos os
outros, a ser os outros sem deixar de ser ele, a ampliar seus limites ao infinito,
mas sem rompê-los. Ele não quer romper seus muros e tornar tudo terra plana,
comunal, indefesa, confundindo-se e perdendo sua individualidade, mas quer levar
seus muros ao extremo do criado e abarcar tudo dentro deles. Quer o máximo de
individualidade com o máximo, também, de personalidade; aspira a que o Universo
seja consciente, aspira a Deus. E o amor a Deus, a obra da caridade, é tratar de
libertar da matéria bruta, tratar de espiritualizar, conscientizar ou universalizar tudo;
é sonhar com que as pedras venham a significar e agir conforme esse sonho, que
todo o existente se tome consciente, que o Verbo ressuscite.
(Miguel de Unamuno, Do sentimento trágico da vida)
É, como dizia Anaxágoras, ser o todo em tudo ou, nos dizeres de João Damasceno,
ser a Terra ícone vivo da face de Deus.
A Idéia
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