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DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE

CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA NOVA DE GAIA

0574 -
Encerramento Anual
de Contas

Trabalho realizado por:


DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA NOVA DE GAIA
Sandra Oliveira

Índice
Encerramento anual de contas............................................1
Introdução 2
Escrever título do capítulo (nível 3) 3
Escrever título do capítulo (nível 1).....................................4
Escrever título do capítulo (nível 2) 5
Escrever título do capítulo (nível 3) 6

2
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A Importância do encerramento
anual de contas nas Empresas

O encerramento anual de contas é um momento


extremamente importante na vida de uma empresa.

Deve ser feito no final de cada ano económico, uma vez


que, permite que se elaborem demonstrações financeiras,
que proporcionem informação acerca da posição financeira,
das alterações
3 ocorridas e dos resultados das operações de
cada entidade.
Para tal, é necessário proceder à verificação dos saldos das
contas, nomeadamente, os saldos de caixa, proceder à
conciliação bancária, bem como outros instrumentos
financeiros, analisar as contas de clientes, inventários,
ativos, entre todas as outras contas, com o objetivo de
proceder quer ao registo, quer às regularizações
necessárias, nomeadamente, registo de imparidades,
provisões, acréscimos e diferimentos, bem como as
depreciações e as amortizações, que vou explicitar neste
trabalho algumas delas.
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O que é o encerramento anual de


contas

O encerramento anual de contas é um momento


extremamente

importante na vida de uma empresa.


4
Deve ser feito no final de cada ano económico, uma vez
que, permite que se elaborem demonstrações financeiras,
que proporcionem informação acerca da posição financeira,
das alterações ocorridas e dos resultados das operações de
cada entidade.

Para tal, é necessário proceder à verificação dos saldos das


contas, nomeadamente, os saldos de caixa, proceder à
conciliação bancária, bem como outros instrumentos
financeiros, analisar as contas de clientes, inventários,
ativos, entre todas as outras contas, com o objetivo de
proceder quer ao registo, quer às regularizações
necessárias, nomeadamente, registo de imparidades,
provisões, acréscimos e diferimentos, bem como as
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depreciações e as amortizações, que passo a explicitar
cada uma delas

12 Procedimentos a Realizar no Processo de


Encerramento de Conta
5
Cada entidade, em função das especificidades da sua
atividade e estrutura, tem necessidade de
definir procedimentos de controlo. Mas existem aqueles
que são transversais e que se aplicam a todas as
organizações.

De seguida, identificamos os processos que consideramos


essenciais e que se aplicam à
generalidade das entidades
empresariais:

1. Verificação dos Inventários

Solicitar as listagens

de inventários das entidades e
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realizar as respetivas regularizações nos registos

contabilísticos, de acordo com as rúbricas que as compõem,

é fundamental para o encerramento de contas.

 2. Conferência dos Ativos Fixos

Durante o período em análise, a empresa efetua operações

de aquisições ou alienações de ativos. É necessário

verificar se todos estes movimentos se encontram

registados na contabilidade e se os mapas de

reintegrações/depreciações, assim como as fichas de

cada ativo, estão atualizados e em conformidade.

 3. Reconciliação Bancária

Para o encerramento de contas, devem ser

construídos mapas de reconciliação bancária, onde se

registem as diferenças apuradas entre o saldo contabilístico

e o saldo bancário. Também deve existir uma verificação

das outras contas, aplicações financeiras ou operações de

crédito/financiamento, tais como:

 Contas à Ordem e a Prazo;


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 Outras Aplicações Financeiras;

 Créditos (Confirmação com o Banco de Portugal);

 Empréstimos/Contas Caucionadas;

 Livranças/Contratos Leasing;

 Cartões de Crédito.

4. Conferência de Clientes
No processo de encerramento de contas, os saldos incluídos

na contabilidade devem

ser conferidos e confrontados com os que constam da

gestão comercial de cada empresa, com vista a apurar

eventuais falhas ou erros.
7

5. Conferência de Fornecedores

À semelhança do que acontece com os clientes, deve ser

efetuado o mesmo controlo para os fornecedores.

6. Verificação da Conta Pessoal

No encerramento de contas, é fundamental fazer a


verificação do registo de todos os processamentos de
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salários efetuados e correspondente pagamento das
remunerações.
 7. Conferência da Conta Estado

Este procedimento inclui a análise das diferentes rúbricas


de impostos que compõem a conta Estado e verificação
dos pagamentos efetuados. Pretende-se que os saldos
representem os valores efetivamente
por liquidar/receber, entre eles:
 IVA;

 Apuramento do IRC;

 Retenções na Fonte de IRS/IRC;

 Segurança Social;
8
 Outros Impostos (IMI/IUC/FCT).

 8. Aplicação de Resultados do Período Anterior

Os resultados do período anterior devem ser imputados


de acordo com o definido na assembleia-geral de aprovação
de contas. Na altura de fazer

o encerramento de contas, devem ser efetuados os


respetivos registos contabilísticos.
 9. Controlo da Conta 28 (Acréscimos e Diferimentos)

Pela aplicação do regime do acréscimo, é


necessário conferir e verificar que se encontram
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registados todos os movimentos que transitaram do ano
anterior ou que irão transitar para o ano seguinte.
 10. Controlo da Conta 2722 (Remunerações a
Liquidar)

À semelhança do ponto anterior, e porque também se


enquadra no regime do acréscimo, é necessário proceder
à regularização dos lançamentos efetuados em
relação ao pagamento de férias, subsídio de férias e
encargos, relativos aos funcionários da entidade. Isto
porque os mesmos dizem respeito ao período anterior.
 11. Cruzamentos com o Portal das Finanças

No encerramento de contas, é importante verificar se a

informação
9 existente nas plataformas eletrónicas está

de acordo com a registada na contabilidade,

nomeadamente nos seguintes pontos:

 Imóveis;

 Viaturas;

 Recibos Verdes Eletrónicos;

 Controlo do Volume de Negócios com E-Fatura.

12. Verificação dos Gastos das Viaturas


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Em regra, estão associados às viaturas diversos gastos que,
por vezes, passam despercebidos. É relevante verificar se,
em relação a cada um dos veículos, se encontram
registados todos os gastos suportados, tais como:

 Seguros;

 IUC – Imposto Único de Circulação;

 Inspeção Periódica.

 Acréscimos à matéria coletável

Conforme está estipulado no código do IRC, existem


determinados custos que não são aceites fiscalmente,
apesar de terem sido contabilizados com essa natureza,
isto é, não contam para o apuramento da matéria coletável
10
e subsequente imposto a pagar.
Desta forma, para o apuramento do imposto, deverá fazer-
se os devidos acréscimos e/ou diminuições ao resultado
contabilístico no final de cada exercício, para se calcular e
estimar o imposto a pagar.
Simultaneamente a este processo, deverá também,
calcular-se as tributações autónomas, tendo em conta as
regras definidas, nomeadamente em função dos gastos
com viaturas em nome da empresa.

De referir ainda que os cálculos das tributações autónomas


fazem parte do cálculo de estimativa do IRC a pagar.
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 Demonstrações Financeiras e Dossier Fiscal: Contas
fechadas!

 Após os trabalhos
de verificação e conferência identificados acima, estão
reunidas as condições para proceder ao encerramento de
contas e construir as demonstrações financeiras do
período.

Com base nesta informação, poderá também criar o Dossier


Fiscal, de acordo com o disposto pela Portaria n.º 51/2018,
de 16 de Fevereiro, que altera o conjunto de documentos
que integram o Dossier Fiscal a que se refere o artigo 1.º da
Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de Fevereiro, e aprova

os modelos
11
do mapa a que se refere a alínea a) do n.º 1 do
artigo 12.º do Decreto-Lei n.º 66/2016, de 3 de Novembro.

Estes documentos são utilizados por todos os que se


relacionam com a empresa, para análise da
sua performance e situação patrimonial,
nomeadamente órgãos de gestão ou outras entidades que
tomam decisões e definem estratégias com base
na análise dos dados. Neste sentido, é de extrema
importância que reflitam a verdadeira imagem da empresa
em determinado momento.
O rigor e conhecimento técnico do departamento de
Contabilidade são essenciais para obter demonstrações
financeiras fiáveis e completas, em que tudo se
encontre devidamente registado e de acordo com os
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normativos legais, quer contabilísticos, quer fiscais.
Imparidades:
As imparidades podem ser definidas como “perca de valor”.
Uma imparidade é a diferença entre a quantia registada e a
que resulta da aplicação dos critérios de mensuração dos
correspondentes ativos. São

consideradas como créditos de cobrança duvidosa, quando


estejam reunidos os requisitos seguintes:

A existência de processo especial de recuperação de


empresas, insolvência, ou processo de execução, neste
caso a imparidade é constituída na totalidade;
12

Os créditos tenham sido reclamados judicialmente, à


semelhança do ponto anterior, a imparidade é constituída
na totalidade; os créditos estejam em mora há mais de seis
meses e existam provas de diligências para o seu
recebimento. Neste último ponto, é necessário ter em
consideração, que apenas são aceites fiscalmente, como
perdas por imparidade, as seguintes percentagens:
Ressalvo a importância, de que todos os anos devem ser
feitos testes de imparidades, quer em dívidas a clientes
quer a inventários, por forma a verificar a necessidade ou
não, de constituir, reforçar ou reverter imparidades.

Provisões:
As provisões têm por objeto reconhecer as obrigações, cuja
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natureza esteja claramente definida e que à data do
balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas
incertas quanto ao seu valor.

Diferimentos e Acréscimos:
Os diferimentos devem ser mensurados ao custo da quantia
correspondente a despesa a reconhecer com base nos
documentos de

suporte a operação (fatura ou documento equivalente).


No sentido inverso temos os acréscimos, cujos documentos
que

sustentam o gasto são emitidos e liquidados em períodos


posteriores ao que dizem respeito o gasto, como por
13
exemplo, as faturas da água, luz, entre outros, sendo
necessário proceder à imputação dos gastos, ao período a
que dizem respeito.

Depreciações e Amortizações:
Ao falarmos de depreciações e amortizações, falamos
necessariamente dos ativos, quer sejam os ativos fixos
tangíveis (depreciações), quer sejam os ativos fixos
intangíveis (amortizações). A depreciação de um ativo é
inevitável, pois com o decorrer do tempo vai perdendo
valor contabilístico com a sua utilização. Esta perda de
valor deve ser contabilizada anualmente, a que
corresponde a repartição do custo do equipamento, pelos
exercícios abrangidos pelo seu período de vida útil.
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Após o trabalho de verificação, conferência e registo acima
identificados, estão reunidas as condições para proceder ao
encerramento de contas e construir as demonstrações
financeiras do período.

14

Retificação de saldos
No encerramento de anual de contas temos de comparar o
saldo da conta

11 com o dinheiro físico em caixa, em caso de divergência


temos

de fazer retificações. Caso o saldo contabilístico seja


superior que o dinheiro em caixa, fazemos a regularização
movimentando a diferença na conta 11 a crédito e a conta
688 a debito. No caso de o saldo contabilístico for inferior o
dinheiro físico, movimentamos a diferença a debito da
conta 11 e a crédito na conta 788.
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Figura 1: Movimentos da caixa da empresa À Toi, no mês de


dezembro

Para melhor compreendermos a figura 1, vou exemplificar o


que deverá ser feito:

Ao olhar mos para os movimentos da conta 11 verificamos


que no final
15
do mês ela acaba com um saldo credor de 15e. Devido a
esse facto teremos
de fazer uma retificação, visto que é impossível a empresa
terminar com
um saldo de caixa credor.

Dado a caixa representar o dinheiro físico da empresa e


que esta teria

no pior cenário de terminar com o saldo a 0ebito. E para


retificar esta
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divergência, da conta caixa com o dinheiro físico, temos
de fazer um

movimento de 15e a debito na conta 11 e outro


movimento a crédito,

também de 15e, na conta 788. Com estes movimentos


ficamos com a

retificação feita e podemos verificar que assim a conta de


caixa já não

apresenta um saldo credor.

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Reconciliação Bancária
Devido a sua natureza as empresas realizam muitas
transações financeiras, tais como pagamentos,
recebimentos. Por vezes o saldo bancário registado pela
contabilidade da empresa não reflete exatamente o mesmo
que os extratos bancários.

O que é a Reconciliação Bancária?

A Reconciliação Bancária é um processo em que se


compara os extratos bancários com a contabilidade interna
da empresa.

Diariamente, as organizações efetuam diversas transações


financeiras, nomeadamente, pagamentos, recebimentos,
transferências,
17 investimentos, entre outros. Para assegurar
que essas mesmas transações estão devidamente
registadas é necessário proceder à conciliação de contas:
comparando as entradas e saídas e as transações
efetuadas.

Dependendo do volume destas transações, muitas vezes os


saldos bancários demonstrados pela contabilidade da
empresa podem não refletir exatamente a sua posição
financeira real naquele momento.

 Com que periodicidade deve ser feita?

Realizada diariamente ou semanalmente, a reconciliação


bancária facilita a conformidade com os saldos reais da
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empresa, evitando decisões tomadas com base em valores
distorcidos em relação à realidade financeira

da organização. No entanto, este procedimento de controlo


interno pode ser realizado mensalmente.

Passo a passo para a Reconciliação Bancária:

Identificação das contas bancárias: Independentemente da


finalidade das várias contas que a empresa possa ter, todas
devem ser conciliadas;

Lançamento diário de todos os movimentos financeiros


18
realizados: Desde pagamentos a fornecedores,
empréstimos bancários salários, impostos, etc., as entradas
e saídas devem ser detalhadamente registadas;

Confirmação do saldo bancário: Deve conferir, comparar e


confirmar todos os valores e datas dos movimentos;

Tratamento e correção das divergências: Os movimentos


financeiros que não coincidirem devem ser analisados e
deve ser compreendida a origem da irregularidade,
procedendo, posteriormente, à sua correção;

Reconciliação bancária: O intuito é auferir o saldo


contabilístico através do saldo bancário, fundamentando
uma possível diferença. Por exemplo, cheques emitidos,
mas que ainda não foram descontados.
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O resultado da reconciliação bancária deve ser um relatório


claro e objetivo, sendo possível identificar as diferenças
encontradas entre os extratos bancários e o saldo interno
da empresa.

Este processo apresenta a realidade da situação financeira


da empresa, relevante para tomar decisões importantes
para o negócio como, por exemplo, fazer empréstimos ou
negociar pagamentos em parcelas.
19
A reconciliação bancária é o processo de manter o controlo
dos saldos internos alinhados com os extratos bancários,
através de comparações entre as entradas e saídas e as
transações bancárias. Esta prática efetua-se através de
quatro passos fundamentais:

Lançamento diário dos movimentos financeiros: Todos os


movimentos financeiros de uma empresa devem ser
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declarados diariamente.

20

Figura 2: Lançamentos na contabilidade

Confirmação do saldo bancário: Nesta tarefa conferimos se


os números do saldo bancário e do saldo inicial e final do
controlo financeiro batem certo.
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Figura 3: Extrato bancário

21
Sabendo que na contabilidade no final do mês passado
continha um saldo a debito de 1195,91e. Somando o saldo
do mês corrente apurado pela contabilidade, podemos
verificar na figura 2, chegamos ao saldo de 1195,91e+ (-
259,50e) = 936,41e. Ao comparar com o saldo de
2359,98edo extrato bancário na figura 3 verificamos que
existem divergências e não batem certo.

Se analisarmos pormenorizadamente as transações: O


terceiro passo do processo de reconciliação bancaria e
confirmarmos se as datas e os valores de todos os
movimentos estão de acordo com as informações
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registadas no controlo financeiro da empresa. Se
constarmos movimentos que não tem equivalência,
devemos assinala-los para reconciliação posterior.

Passando agora para a Correção das inconsistências: No


decorrer do processo de reconciliação bancária, podemos
encontrar movimentos que não estão devidamente
lançados, gerando divergências. Se detetarmos
incongruências entre o extrato bancário e os nossos
registos, devemos aplicar as devidas correções. Perante
cada irregularidade deve ser apurado e pesquisado o seu
motivo e também a sua origem, de forma a evitar novos
erros no futuro. Devemos confirmar quando ocorreu o
problema e corrigir as divergências no sistema da empresa,
até tudo estar conforme e o saldo igual.
22
Banco
Coluna1 Coluna2 Coluna3 Coluna4 Coluna5 Coluna6 Coluna7 Coluna8 Coluna9
Data

Saldo Contabilidade a a 31-12-2019 936,41 €


Saldo contabilidade a 31- 01-2020 1.195,91 €
Movimentos a debito na contabilidade em falta no banco

Movimentos a debito na contabilidade em falta no banco

Movimentos a debito no banco em falta na contabilidade


29-01-2020 29-01-2020 TRF CRED SEPA+ DE ESSENCIA BINARIA LDA- 246,00 €
16-01-2020 16-01-2020 TRF CRED SEPA+ ALIRO PEREIRA LDA 210,00 €
13- 01-2020 13-01-2020 TRF CRED SEPA+ DE CRISTINA MARIA TAVARES 246,00 €
07-01-2020 07-01-2020 DEPÓSITO NUMERÁRIO 738,00 €

Movimentos a credito no banco em falta na contabilidade

07-01-2020 07-01-2020 IS-VERBA 17.3.4 TGIS-S/COM - 0,63 €


07-01-2020 07-01-2020 COMISSÃO DE GESTÃO - 15,80 €

Saldo do banco a 31-01-2020 2.359,98 €

Figura 4: Ficheiro Excel com a reconciliação bancária

DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO
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Depreciação é a alocação sistemática do valor depreciável
de um ativo ao longo da sua vida útil (NBC T 19.1 - Ativo
Imobilizado), ou seja, o registro da redução do valor dos
bens pelo desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência.

 A depreciação do ativo se inicia quando este está


disponível para uso, ou seja, quando está no local e em
condição de funcionamento na forma pretendida pela
administração. A depreciação não cessa quando o ativo se
torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o
ativo esteja totalmente depreciado.

Já a amortização consiste na alocação sistemática do valor


amortizável de ativo intangível ao longo da sua vida útil, ou
seja,23o reconhecimento da perda do valor do ativo ao longo
do tempo.

 A principal distinção entre esses dois encargos é que,


enquanto a depreciação incide sobre os bens físicos
(corpóreos), a amortização relaciona-se com a diminuição
de valor dos direitos com prazo limitado (legal ou
contratualmente).

 Métodos de cálculo das depreciações e amortizações


– Art. º 30

1 — O cálculo das depreciações e amortizações dos ativos


referidos no artigo anterior faz-se, em regra, pelo método
da linha reta, atendendo ao seu período de vida útil.
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2 — Os sujeitos passivos podem, no entanto, optar pelo
método das quotas decrescentes relativamente aos ativos
fixos tangíveis que:

a) Não tenham sido adquiridos em estado de uso;

b) Não sejam edifícios, viaturas ligeiras de passageiros ou


mistas, exceto quando afetas à exploração de serviço
público de transportes ou destinadas a ser alugadas no
exercício da atividade normal do sujeito passivo, mobiliário
e equipamentos sociais.

3 — A adoção pelo sujeito passivo de métodos de


depreciação e amortização diferentes dos referidos nos
números anteriores, de que resulte a aplicação de quotas
24
de depreciação ou amortização superiores às previstas no
artigo seguinte depende de autorização da Autoridade
Tributária e Aduaneira, a qual deve ser solicitada até ao
termo do período de tributação, através de requerimento
em que se indiquem os métodos a adotar e as razões que
os justificam.
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Nº DE IDENTIFICAÇÃO FISCAL
MAPA DE DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES
5 1 3 5 4 5 9 4 8
NATUREZA DOS ATIVOS MÉTODO UTILIZADO

PERIODO DE TRIBUTAÇÃO Ativos Fixos Tangiveis X Quotas Constantes X


Ativos Intangiveis Quotas Decrescentes
Ativos Biológicos não consumiveis Outro

2 0 1 9 Propriedades de Investimento

Data Activos Gastos Fiscais


com a tabela anexa ao

Depreciações /
Código de acordo

Taxas perdidas
DR nº 25/2009

Início de utilização amortizações e Depreciações e Depreciações e amortizações

acumuladas
Perdas por

Numero de anos de
utilidade esperada
Valor de aquisição perdas por amortizações imparidade
Descrição dos elementos do Activo Valor contabilistico
ou produção para imparidade aceites em aceites no

corrigida%
registado

Taxa %
contabilizadas Limite Fiscal do

Taxa
Mês ANO efeitos fiscais periodos periodo
no periodo anteriores periodo (art.38ºCIRC)

(12) = [(10) x (6) ] ou


(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (13) (14)
[(6) - (9)] x (11)

2019

COMPUTADOR Tsunami 12000702017 1 18 559,65 € 559,65 € - € 559,65 € 100% 100% 559,65 €

MONITOR LG TFT 23" Branco 1 18 250,00 € 250,00 € - € 250,00 € 100% 100% 250,00 €

TELEMOVEL 1 18 589,00 € 589,00 € - € 589,00 € 100% 100% 589,00 €

2 3 7 5 Nissan Vanett (79-40-GR) 1 19 13.924,21 € 13.924,21 € 4 3.481,05 € - € 25% 25% 3.481,05 €

2 3 7 5 Nissan Urvan (19-36-GG) 1 19 18.815,95 € 18.815,95 € 5 3.763,19 € - € 25% 25% 3.763,19 €

2020

COMPUTADOR Tsunami 12000702017 1 18 559,65 € 559,65 € - € - € 100% 100% 559,65 €

MONITOR LG TFT 23" Branco 1 18 250,00 € 250,00 € - € - € 100% 100% 250,00 €

TELEMOVEL 1 18 589,00 € 589,00 € - € - € 100% 100% 589,00 €

2 3 7 5 Nissan Vanett (79-40-GR) 1 19 13.924,21 € 13.924,21 € 4 3.481,05 € 3.481,05 € 25% 25% 3.481,05 €

2 3 7 5 Nissan Urvan (19-36-GG) 1 19 18.815,95 € 18.815,95 € 5 3.763,19 € 3.763,19 € 25% 25% 3.763,19 €

2021

COMPUTADOR Tsunami 12000702017 1 18 559,65 € 559,65 € - € - € 100% 100% 559,65 €

MONITOR LG TFT 23" Branco 1 18 250,00 € 250,00 € - € - € 100% 100% 250,00 €

TELEMOVEL 1 18 589,00 € 589,00 € - € - € 100% 100% 589,00 €

2 3 7 25
5 Nissan Vanett (79-40-GR) 1 19 13.924,21 € 13.924,21 € 4 3.481,05 € 6.962,11 € 25% 25% 3.481,05 €

2 3 7 5 Nissan Urvan (19-36-GG) 1 19 18.815,95 € 18.815,95 € 5 3.763,19 € 7.526,38 € 25% 25% 3.763,19 €

2022

COMPUTADOR Tsunami 12000702017 1 18 559,65 € 559,65 € - € - € 100% 100% 559,65 €

MONITOR LG TFT 23" Branco 1 18 250,00 € 250,00 € - € - € 100% 100% 250,00 €

TELEMOVEL 1 18 589,00 € 589,00 € - € - € 100% 100% 589,00 €

2 3 7 5 Nissan Vanett (79-40-GR) 1 19 13.924,21 € 13.924,21 € 4 3.481,05 € 10.443,16 € 25% 25% 3.481,05 €

2 3 7 5 Nissan Urvan (19-36-GG) 1 19 18.815,95 € 18.815,95 € 5 3.763,19 € 11.289,57 € 25% 25% 4.703,99 €

TOTAL GERAL OU A TRANSPORTAR ........................ 136.555,24 € 136.555,24 € 28.976,97 € 44.864,11 € 35.512,37 € - €


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DEPRECIAÇÃO
Obsolescência
Uso Ação da Natureza

DEPRECIAÇÃO
26
• A depreciação reflete diretamente no Balanço
Patrimonial
• É uma conta retificadora do Ativo
• Sendo contabilizado como custo ou despesa
operacional dependendo da utilização do
Bem que sofre o desgaste.

• Custo: quando utilizado na produção. Exemplo:


Despesa operacional: quando referente a outro
aspeto.
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DEPRECIAÇÃO E ATIVO IMOBILIZADO

 A depreciação é voltada para os bens do Ativo


Imobilizados
 O ativo Imobilizado se divide em Tangíveis e
Intangíveis
 Apenas os Bens Tangíveis são Depreciados.

27

BENS QUE COMPÕEM O IMOBILIZADO

Terrenos e Edifícios utilizados pela empresa

Instalações

Máquinas e Equipamentos

Veículos (quando for utilizados para transporte e não para


revenda)
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Benfeitorias em Imóveis de Terceiro

Marcas e Patentes

Direito de Recursos Naturais

28

BENS QUE NÃO PODEM SER DEPECIADOS


Terrenos, exceto os melhoramentos, exemplos: benfeitorias
e construções
Prédios e construções que não produza rendimentos ou que
seja destinado a revenda, exemplos: As casas construídas
por construtores
para revenda.
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Bens que normalmente aumentam o valor com o tempo,
exemplos: Obras de arte e Antiguidades.
Bens que são registrados contas de exaustão.

29

MENSURAÇÃO E RECONHECIMENTO

O valor depreciado, apurado mensalmente, deve ser


reconhecido nas variações patrimoniais do exercício
durante sua vida útil econômica.

O valor residual e a vida útil econômica de um ativo devem


ser revisados, pelo menos, no final de cada exercício;
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quando as expectativas diferirem das estimativas
anteriores, as alterações devem ser efetuadas.

A depreciação, deve ser reconhecida até que o valor


contábil do ativo seja igual ao valor residual.

A depreciação de um ativo começará quando o item estiver


em condições de uso.

A depreciação não cessa quando o ativo torna se obsoleto


ou é retirado temporariamente de operação.

Os seguintes fatores devem ser considerados ao se estimar


a vida útil econômica de um ativo:

A capacidade de geração de benefícios futuros;

O desgaste físico decorrente de fatores operacionais ou


30
não;

A obsolescência tecnológica;

Os limites legais ou contratuais sobre o uso ou exploração


do ativo. A definição da vida útil econômica se dará com
base em parâmetros e índices admitidos em norma
específica.

calculada e registrada sobre o novo valor, considerada a


vida útil econômica indicada.

AMORTIZAÇÃO
É a diminuição do valor dos Bens Intangíveis que integram
o Ativo Permanente.
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Bens intangíveis são bens que não podemos tocar, mais
podemos comprovar.

31

Inventário permanente e intermitente


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O controlo do inventário é uma das principais regras para a
gestão saudável de um negócio.
No fundo, o inventário é o que identifica e contabiliza os
níveis de stock armazenado de uma determinada entidade.
Existem, no entanto, dois sistemas de controlo: o sistema
de inventário intermitente e o de inventário permanente.

Inventario Permanente
• Sistema de Inventário Permanente: Neste caso é possível
saber a qualquer momento o valor do inventário em
armazém e apurar em qualquer momento os resultados das
vendas. Por cada venda é registada o respetivo gasto.

Obrigatório para empresas de média e grande dimensão.


32
•Com este sistema, o custo das existências vendidas e
consumidas é conhecido a todo o momento, já que a
movimentação das contas de existências é feita
sistematicamente
•É um sistema que implica a existência de fichas de
armazém, discriminando as quantidades e valores unitários
dos lotes, apurando-se assim o valor das existências finais,
bem como o CEVC
•É o que melhor serve os propósitos da gestão, já que
sabendo-se sempre o CEVC, a informação sobre os
resultados da empresa está sempre disponível

Entrada de existências:
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•Critério geral: as entradas valorizam-se pelo custo de
aquisição ou de produção (princípio do custo histórico)
•Custo de aquisição inclui o preço de compra, impostos
suportados, direitos aduaneiros, custos de transporte, etc.
•Custo de produção é a soma dos custos das matérias-
primas e outros materiais diretos, mão obra direta, custos
indiretos variáveis e fixos
•Exceções ao critério geral: se o custo original (custo
aquisição ou produção) for superior ao preço de mercado,
utiliza-se este último para valorizar as existências
•Se à data do Balanço o preço de mercado for inferior ao
custo original, a redução do valor das existências é feita por
uma conta de regularização do ativo – Provisões para
depreciação de existências
33
•Preço de Mercado = Custo de reposição quando se trata
de bens adquiridos p/a produção (matérias-primas e out.
materiais)
•Preço de mercado = Valor realizável líquido quando se
trata de bens adquiridos para venda (mercadorias e
produtos)
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Inventario Intermitente
• Sistema de Inventário Intermitente: Neste caso, o valor
dos inventários em armazém e os resultados apurados, só é
determinável através de inventariações diretas dos valores
em armazém, efetuadas periodicamente.
Inventário intermitente ou periódico: registam-se as
compras, o inventário inicial e o inventário final

•Com este sistema, o custo das existências vendidas e


consumidas só pode ser apurado depois da contagem física
das existências e consequente apuramento das existências
finais
34
•É um sistema que, embora de fácil aplicação, não serve os
propósitos da gestão, já que a informação sobre os
resultados da empresa depende sempre de uma contagem
física 
O sistema de inventário intermitente não permite que as
empresas conheçam, momento a momento, tanto o valor
dos inventários em armazém, como o custo das existências
vendidas e consumidas e ainda o resultado obtido no final
de cada período (mensal, trimestral ou semestral).
Esta informação só é conhecida no final do período quando,
após a contagem física dos bens, se apurar o montante do
seu inventário.
É um sistema que, embora de fácil aplicação, não permite
tanto uma gestão eficaz, como a aplicação de medidas
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atempadas para combater faltas de controlo sobre as
existências, já que a informação sobre os resultados da
empresa depende sempre de uma contagem física.

De seguida, neste artigo, vamos apresentar as diferenças


entre estes dois sistemas e as vantagens de cada um.
Quais as principais diferenças entre o inventário
intermitente e o inventário permanente?
 
Os sistemas de inventário intermitente e permanente são
usados para controlar a quantidade de stock disponível. O
mais completo é o inventário permanente, que é também
obrigatório sob certas circunstâncias. Neste sistema, os
movimentos de stock são registados continuamente.
35
 Já o sistema de inventário intermitente está dependente de
uma contagem manual do stock. É usado quando a
quantidade de stock é baixa e atualiza os registos em
intervalos periódicos.
Mas existem várias diferenças entre os dois:
 
Inventário intermitente
 
É o sistema usado em microempresas. Depende de
processos manuais ou de sistemas informáticos
simplificados. Este método impede que a empresa aceda de
imediato ao valor em inventário, uma vez que essa
informação está dependente da periodicidade estabelecida
entre inventários (mensal, trimestral, semestral ou anual).
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Este sistema consiste na contagem física do stock,
realizada, pelo menos, uma vez, mas apresentada no final
do ano de tributação. Isto implica que os valores da
contagem de stock não estejam atualizados ou

precisos. Fazer uma contagem física de milhares de


produtos de uma empresa pode ser difícil e demorado. Por
isso esta contagem é realizada, normalmente, uma vez por
ano.
 
Inventário permanente
 
O sistema de inventário permanente implica o registo
informático de todas as movimentações de  stock. Desde
36
entradas, movimentos internos e saídas. Assim, este
método, contrariamente ao inventário intermitente, permite
acesso imediato ao lucro bruto da empresa.
 
As contagens físicas dos ativos devem ser feitas pelo
menos uma vez por ano. O objetivo é conseguir fazer a
correspondência entre as contagens físicas e os registos
contabilísticos.
 
Neste sistema é necessário adotar um sistema de
informação que permita incluir os custos de mercadorias,
entradas e saídas, faturação, compras e vendas.
 Em conclusão, estas são as principais diferenças entre os
dois:
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Contagens: O inventário permanente oferece atualizações
contínuas, à medida que ocorrem movimentos no stock.
Num inventário intermitente

apenas há atualizações nos registos, após uma contagem


física do stock, que é realizada periodicamente.

 Sistemas informáticos: É impossível manter registos


manuais de um inventário permanente, uma vez que
37
são feitas milhares de movimentações ao stock. Por
outro lado, a simplicidade do inventário intermitente
permite o registo manual de pequenas quantidades
de stock. No inventário permanente, ao contrário do
inventário intermitente, os sistemas informáticos
mantêm a informação de stock sempre atualizada.

Quando deve ser usado cada um?


 Como já foi dito, o sistema de inventário
intermitente deve ser usado quando o volume de vendas
ou de stock é baixo. Isto deve-se à facilidade de rastrear o
inventário manualmente. No entanto, a falta de
informações atualizadas durante os períodos em que não
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houve uma contagem física recente do stock pode dificultar
o negócio.  
 
Os negócios com altos volumes de vendas ou vários pontos
de venda, que contam com um grande volume de stock,
são obrigados a optar pelo inventário permanente.
 

Apesar das diferenças, o inventário permanente é


obrigatório para empresas que ultrapassem dois dos três
requisitos:

 35.000€ de balanço
 700.000€ de vendas líquidas
 3810 empregados

 Quais as vantagens do inventário intermitente e


permanente?
 Inventário Intermitente
 Fácil de implementar. Uma das maiores vantagens
deste sistema é a fácil implementação. A contagem
manual do inventário é algo que pode ser feito a
qualquer momento. Apesar de ser feita a contagem
uma vez por ano, a empresa pode definir qual é a
periocidade da contagem.
 Baixos custos para implementar. Com a
simplicidade deste sistema, não é necessário investir
em soluções de software demasiado avançadas. O
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único investimento é no tempo gasto para fazer a
contagem manual.
 Pouca experiência requerida. Por não implicar o
uso de tecnologia (mais ou menos) complexa, este
sistema não obriga a experiência vasta no uso de
sistemas informáticos avançados.
 
Inventário Permanente
 Identificar erros. Devido ao uso de tecnologia mais
avançada, permite identificar erros mais facilmente.

 Otimizar o processo de compra. Ao saber o que


39existe em stock, evita encomendar materiais em
excesso. Ao mesmo tempo evita que exista falta stock.
 Melhor gestão do tempo. Com os processos
automatizados, ganha tempo que pode ser utilizado na
gestão do negócio.

 Informação em tempo real. O inventário


permanente permite saber exatamente o que tem a
qualquer momento. Isto facilita a comunicação à
Autoridade Tributária, que terá acesso quando
necessitar. Permite, ainda, ter uma visão mais clara da
saúde do negócio.

 
Qual é a melhor opção para o seu negócio?
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Na escolha entre inventário intermitente ou permanente,
deve ter em conta que o sistema de inventário intermitente
é melhor para pequenas empresas que estão a começar o
seu negócio, que vendem poucos produtos ou que têm um
orçamento baixo.
 O sistema permanente é ideal para os restantes negócios.
O inventário permanente facilita a otimização de todos os
processos do negócio.

40

CLASSE 2 – CONTAS A RECEBER E A PAGAR:

«Esta classe destina-se a registar as operações


relacionadas com clientes, fornecedores, pessoal, Estado e
outros entes públicos, financiadores, acionistas, bem como
outras operações com terceiros que não tenham cabimento
nas contas anteriores ou noutras classes específicas.
Incluem-se, ainda, nesta classe, os diferimentos (para
permitir o registo dos gastos e dos rendimentos nos
períodos a que respeitam) e as provisões.» (SNC – Notas de
enquadramento)

Normas Relevantes
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Do conjunto das NCRF existentes destacam-se as que a
seguir se apresentam por se entender que são as que têm
uma maior influência na movimentação das contas desta
classe.

Reconhecimento

As contas da classe 2, Contas a Receber e a Pagar,


incorporam contas de natureza ativa e passiva, e neste
sentido surgem no balanço tanto no ativo como no passivo
e dentro destes no corrente ou no não corrente, havendo
algumas contas desta classe, contas 261 e 262, que são
evidenciadas no capital próprio.

As contas da classe 2 a incluir no capital próprio são apenas


41
as contas 261 e 262 e surgem a deduzir à conta “51
Capital” para em conjunto (51-261-262) formar o capital
realizado.

A classe 2 – Contas a receber e a pagar, apresenta um


maior desenvolvimento, em especial nas contas “21 –
Clientes” e na conta “22 – Fornecedores”.

21x1 Clientes gerais 22x1 Fornecedores gerais


21x2 Clientes – empresa-mãe 22x2 Fornecedores – empresa-mãe
21x3 Clientes – empresas subsidiárias 22x3 Fornecedores – empresas subsidiárias
21x4 Clientes – empresas associadas 22x4 Fornecedores – empresas associadas
21x5 Clientes – empreendimentos conjuntos 22x5 Fornecedores – empreendimentos
21x6 Clientes – outras partes relacionadas conjuntos
22x6 Fornecedores – outras partes
relacionadas
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Esta decomposição das contas 21 e 22 surge por exigência
da NCRF 5 – Divulgações de Partes Relacionadas, cujo
objetivo é prescrever que, nas demonstrações financeiras
de uma entidade, se incluam as divulgações necessárias
para chamar a atenção para a possibilidade de que a sua
posição financeira e resultados possam ter sido afetados
pela existência

de partes relacionadas e por transações e saldos pendentes


com tais partes.

A divulgação exigida pela norma, deve ser feita


separadamente para cada uma das seguintes categorias:
(§14, da NCRF 5)

a) A empresa-mãe;
42
b) Entidades com controlo conjunto ou influência
significativa sobre a entidade;

c) Subsidiárias;

d e) Empreendimentos conjuntos nos quais a entidade seja


um empreendedor;

f) Pessoal chave da gestão da entidade ou da respetiva


entidade-mãe;

g) Outras partes relacionadas.

Verifica-se, contudo, que a decomposição do quadro de


contas não contempla exatamente as exigências da norma.
Para dar cabal cumprimento, isto é, para termos a
informação devidamente preparada para a divulgação
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exigida, as diversas contas «2xx6 – outras partes
relacionadas» teriam de ser decompostas como se sugere
para clientes c/c:

2116 – Clientes – Outras partes relacionadas

21161 – Clientes – Entidades com controlo conjunto ou


influência significativa sobre a entidade

21162– Clientes – Pessoal chave da gestão da entidade ou


da respetiva entidade-mãe

21163– Clientes - … (outras situações particulares da


entidade)

Sempre que se justifique e com a necessária adaptação, a


sugestão apresentada para a conta 211 é válida para as
restantes
43 contas desta classe onde hajam saldos
pendentes.

Empresa-mãe é uma entidade que detém uma ou mais


subsidiárias.

Deve ser identificada uma adquirente para todas as


concentrações de atividades empresariais. A adquirente é a
entidade concentrada que

obtém o controlo sobre as outras entidades ou atividades


empresariais concentradas.
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Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entidades
não constituídas em formas de sociedade, como, p. ex: as
parcerias) que é controlada por uma outra entidade
(designada por empresa-mãe)

Associada: é uma entidade (aqui se incluindo as


entidades que não sejam constituídas em forma de
sociedade, como, p. ex: as parcerias) sobre a qual o
investidor tenha influência significativa e que não seja nem
uma subsidiária nem um interesse num empreendimento
conjunto. Empreendimento conjunto: é uma atividade
económica empreendida por dois ou mais parceiros, sujeita
a controlo conjunto destes mediante um acordo contratual.

A caracterização de uma entidade como: Empresa-mãe;


44
Subsidiária; Associada; ou Empreendimento conjunto tem a

ver fundamentalmente com a capacidade da entidade

afetar as políticas financeiras e operacionais da investida e

decorre da presença de controlo, controlo conjunto ou

influência significativa.

Assim apresentamos de seguida as definições mais

importantes para a caracterização das categorias

enumeradas na norma e constantes no código de contas.

Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras e

operacionais de uma entidade ou de uma atividade

económica a fim de obter benefícios da mesma.


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Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada

contratualmente, de uma atividade económica e existe

apenas quando as decisões estratégicas financeiras e

operacionais relacionadas com a atividade exigem o

consentimento unânime das partes que partilham o

controlo (os empreendedores).

Influência significativa: é o poder de participar nas

decisões das políticas financeira e operacional da investida

ou de uma atividade económica, mas que não é controlo


45
nem controlo conjunto sobre essas políticas. A influência

significativa pode ser obtida por posse de ações, estatuto

ou acordo.

Dívidas a curto, médio e longo prazo:

Consideram-se dívidas a curto prazo, quando o seu


vencimento se verifica num prazo inferior a um ano;

Consideram-se dívidas a médio e longo prazo, quando o


seu vencimento é superior a um ano.

NOTAS DE DÉBITO:
A nota de débito, serve para uma entidade debitar um
certo valor a outrem. Esta operação origina ou um aumento
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da dívida deste último (sendo devedor) ou uma diminuição
do seu crédito (sendo credor).

A nota de débito é utilizada frequentemente para debitar


encargos de compra, despesas com serviços bancários,
juros, descontos, etc., aos devedores, quando são de sua
conta.
O estudo e preenchimento das notas de débito encontra-se
no final deste fascículo.
NOTAS DE CRÉDITO:

A nota de crédito, tem função inversa da nota de débito.


Creditando uma certa importância ao devedor, este vê o
seu débito reduzido e, sendo credor o inverso.
46
A nota de crédito é utilizada normalmente na devolução de
vendas ou descontos feitos fora da fatura.

Contabilização das letras

Saque: Consiste na emissão de uma letra ou outro título,


em que o sacador (credor) ordena ao sacado (devedor), o
pagamento de uma certa quantia numa data determinada.

Débito: Crédito:
212 – Clientes – títulos a receber 211 –
Clientes
c/c
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Conta 21 – Clientes

Regista os movimentos com os compradores de


mercadorias, de produtos e de serviços. (SNC – Notas de
enquadramento)
Esta conta destina-se a registar os movimentos com os
compradores de mercadorias, de produtos e de serviços,
ainda que sejam entidades como: sócios; pessoal; Estado e
outros entes públicos; etc.

A conta 21 Clientes é composta pelas contas:

47 21 Clientes c/c
1
21 Clientes – títulos a receber
2
21 Adiantamentos de clientes
8
21 Perdas por imparidade
9 acumuladas

A título de sugestão a entidade poderá criar a seguinte


conta:

21 Clientes – Cheques pré-


3 datados

Reconhecimento

Esta conta “21 Clientes” apresenta as suas subcontas no


balanço em rubrica do ativo e do passivo.
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No ativo as subcontas “211 Clientes c/c”, “212 Clientes –
Títulos a receber” e “219 Perdas por imparidade
acumuladas” aparecem incorporadas na rubrica «Clientes».
No passivo corrente a subconta “218 Adiantamentos de
clientes” aparece incorporada na rubrica «Adiantamentos
de clientes».

Em relação à conta de Clientes, é necessário, em primeiro


lugar, separar os clientes cuja dívida se encontra
representada por fatura – clientes
48

conta/corrente (c/c) – daqueles cuja dívida se encontra


representada por letras a receber – clientes títulos a
receber.

A subconta de clientes c/c deve ser dividida em tantas


subcontas, quantos os clientes da empresa.
Cada cliente será representado na contabilidade por uma
conta onde se registam as operações com ele realizadas.

Se num dado momento quisermos saber, por exemplo,


“quanto deve o cliente A?”, ou “qual foi o último
pagamento do cliente B?” obteremos facilmente a resposta
por uma simples consulta das respetivas fichas ou extratos
de conta dos clientes.
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Conta 211 – Clientes c/c

Nesta conta registam-se todos os movimentos ocorridos


com clientes desde que sejam da atividade corrente da
entidade, não sejam titulados, não se refiram a
adiantamentos de clientes, nem a perdas por imparidade
acumuladas.

O desenvolvimento desta conta deve respeitar os critérios


da “NCRF 5 – Divulgações de Partes Relacionadas”, assim
como a “ NCRF 13 – Interesses em Empreendimentos
Conjuntos e Investimentos em
Associadas” e da “NCRF 14 – Concentrações de Atividades
Empresariais”. Já referidos, nos aspetos gerais e no caso
particular
49 para as outras partes relacionadas.

Conta 2111 - Clientes gerais

Registam-se nesta conta as operações com todas as


entidades que não sejam partes relacionadas;

Conta 2112 - Clientes – empresa-mãe

Registam-se nesta conta as operações com a empresa-mãe


(*);

(*) – Empresa-mãe é uma entidade que detém uma ou mais


subsidiárias.
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Conta 2113 - Clientes – empresas subsidiárias

Registam-se nesta conta as operações com empresas


subsidiárias (*);
(*) – Subsidiária é uma entidade (aqui se incluindo
entidades não constituídas em forma de sociedade, como
p.ex: as parcerias) que é controlada por uma outra entidade
(designada por empresa-mãe)

Conta 2114 - Clientes – empresas associadas

Registam-se nesta conta as operações com as empresas


associadas (*);

(*) – Associada é uma entidade (aqui se incluindo as


entidades que não sejam constituídas em forma de
50
sociedade, como, p.ex: as parcerias) sobre a qual o
investidor tenha influência significativa e que não seja nem
uma subsidiária nem um interesse num empreendimento
conjunto.

Conta 2115 - Clientes – empreendimentos conjuntos

Registam-se nesta conta as operações com


empreendimentos conjuntos (*);

(*) – Empreendimento conjunto é uma atividade económica


empreendida por dois ou mais parceiros, sujeita a controlo
conjunto destes mediante um acordo contratual.
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Conta 2116 - Clientes – outras partes relacionadas

Registam-se nesta conta as operações com outras partes


relacionadas, conforme referido no §14 da NCRF 5,
nomeadamente as alíneas:

(b) Entidades com controlo conjunto ou


influência significativa sobre a entidade;
(f) Pessoal chave da gestão da entidade ou da
respetiva entidade-mãe;
(g) Outras partes relacionadas.

…pelo que se sugere a seguinte decomposição:


2116 – Outras partes relacionadas
21161 – Entidades com controlo conjunto ou
influência significativa sobre a entidade
21162 – Pessoal chave da gestão da entidade
51 ou da respetiva entidade-mãe 21163 – (outras
situações particulares da entidade)
Exemplo:

Regista, esta conta, todo o movimento corrente efetuado


pela empresa com os seus clientes (vendas a crédito a
estes). Debita-se pelos aumentos das dívidas correntes
dos clientes, credita-se pelas diminuições das mesmas
(pelo pagamento por parte dos clientes).
Consideram-se dívidas correntes todas aquelas que não
sejam tituladas (que estejam comprovadas apenas por
faturas, notas de débito, mas não por títulos de crédito –
letras) assim como as que não sejam de cobrança duvidosa.
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Lançamentos contabilísticos:

Vendas a pronto pagamento (o cliente paga no ato da


compra):

Débito: Crédito: Valor:


71- Valor da venda
Vendas sem IVA
IVA das vendas IVA cobrado
11 ou 12 Valor da venda +
IVA cobrado.

Quando se faz uma venda a pronto pagamento, na


contabilidade não é preciso registarmos o valor da venda
em clientes (convém é a empresa ter um registo extra
contabilístico
52 onde registe aí o nome do cliente que lhe fez
a aquisição).

Vendas a crédito (o cliente fica a dever, paga daqui a x


dias):

Débito: Crédito: Valor:


71-Vendas
Valor da venda
sem IVA
IVA das vendas IVA cobrado
211-Clientes c/c Valor da venda +
IVA cobrado.

O Pagamento (o cliente paga o que deve):


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Débito: Crédito: Valor:
11/12 211 Valor da venda + IVA
cobrado

Devolução de mercadorias (pelo cliente “C”):

Débito: Crédito: Valor:


211
72812 valor líquido
(serviços
prestados)
24341 IVA – taxa normal

53

Movimentação

Em esquema, podemos afirmar que a conta 211 –


clientes c/c será debitada e creditada por:

211 – Clientes c/c


- Pagamentos (de
- Faturas emitidas - clientes);
(vendas e prestações - Saques de letras;
de serviços); - Notas de crédito;
- Devolução de
- Notas de débito
- vendas;
(encargos com clientes,
- Dívidas de cobrança
tais como fretes, duvidosa; Anulação
seguros, de adiantamentos.
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encargos bancários, etc);
- Anulação de letras Quantias
(reforma, devolução, incobráveis de
recâmbio). clientes
- Regularizações
de
adiantamentos de
clientes (por débito
da conta
218
Adiantamentos de
clientes ou 276
Adiantamentos por
conta de vendas)
Conta 212 – Clientes – Títulos a receber

Esta conta inclui as dívidas de clientes que estejam


representadas por títulos ainda não vencidos.

54
Conta 2121 - Clientes gerais

Registam-se nesta conta as operações com todas as


entidades que não sejam partes relacionadas e em que as
dívidas sejam representadas por títulos a receber.

Conta 2122 - Clientes – empresa-mãe

Registam-se nesta conta as operações com a empresa-mãe


e em que a dividas sejam representadas por títulos a
receber.

Conta 2123 - Clientes – empresas subsidiárias


DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA NOVA DE GAIA
Registam-se nesta conta as operações com empresas
subsidiárias e em que as dívidas sejam representadas por
títulos a receber.

Conta 2124 - Clientes – empresas associadas

Registam-se nesta conta as operações com as empresas


associadas e em que a dívidas sejam representadas por
títulos a receber.

Conta 2125 - Clientes – empreendimentos conjuntos

Registam-se nesta conta as operações com


55
empreendimentos conjuntos e em que as dívidas sejam
representadas por títulos a receber;

Conta 2126 - Clientes – outras partes relacionadas

Registam-se nesta conta as operações com outras partes


relacionadas, em que as dívidas sejam representadas por
títulos a receber e conforme referido no §14 da NCRF 5,
nomeadamente as alíneas:
(b) Entidades com controlo conjunto ou
influência significativa sobre a entidade;
(f) Pessoal chave da gestão da entidade ou da
respetiva entidade-mãe; e
(g) Outras partes relacionadas.

…pelo que se sugere a seguinte decomposição:


DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA NOVA DE GAIA
2126 – Outras partes relacionadas
21261 – Entidades com controlo conjunto ou
influência significativa sobre a entidade
21262 – Pessoal chave da gestão da entidade ou da
respetiva entidade-mãe
21263 – (outras situações particulares da entidade)

Em função da sugestão que apresentamos relativamente a


Clientes – títulos a receber e em particular ao endosso de
títulos a receber, propomos a criação e utilização da
seguinte conta:

2129 Clientes – Títulos a receber endossados

Registam-se
56 nesta conta, a crédito, o endosso de letras e
outros títulos a receber (envio para desconto bancário ou
outra forma, com o objetivo da antecipação do pagamento),
por débito de Depósitos à ordem ou outro tipo de activo.
Posteriormente esta conta será debitada por crédito da
conta 212x pela extinção do título (pagamento/liquidação
ou anulação).

Conta 218 – Adiantamentos de clientes

«Esta conta regista as entregas feitas à entidade relativas a


fornecimentos, sem preço fixado, a efetuar a terceiros.
Pela emissão da fatura, estas verbas serão transferidas
para as respetivas subcontas da rubrica 211 — Clientes
c/c.» (SNC)
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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Contabilisticamente:

- Pela entrega adiantada do cliente, para


futuro fornecimento do produto A, sem preço fixado.

Débito: Crédito: Valor:


218-Adiant. Clientes valor
adiantado pelo cliente
243313 IVA cobrado
11/12 valor adiantado + IVA cobrado

Pelo fornecimento do produto A ao cliente e emissão


da fatura
57
nº x:
 Venda

Débito: Crédito: Valor:


711 valor do produto
2433 IVA cobrado
211 valor do produto + IVA

cobrado

 Transferência para clientes c/c do valor do


adiantamento

Débito: Crédito: Valor:


218 valor adiantado pelo
cliente
24341 IVA regularizações
211 valor adiantado pelo
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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cliente e
IVA
regularizado

O saldo da conta 211 – clientes c/c (neste caso e depois


do lançamento de venda a crédito) dá-nos a situação do
cliente para com a empresa. Sendo devedor significa que o
adiantamento cobriu apenas uma parte da venda; sendo
nulo, aqueles dois valores coincidiram; sendo credor o
adiantamento foi superior ao valor da venda.

Exercícios sobre clientes:

Faça o registo contabilístico das seguintes


operações:

58
A empresa ABC, Lda vendeu ao cliente José, 100 produtos
X, a € 5 cada produto, a pronto pagamento, mais IVA a
20%, através da fatura nº 11.202.
Estes produtos que foram vendidos pela Empresa ABC, Lda,
tinham sido adquiridos por esta a € 3,50 cada produto.

Valor da venda: 100 produtos x € 5 = € 500


Valor do IVA cobrado na venda: € 500 x 20% = € 100
Valor da aquisição dos produtos que estão agora a ser
vendidos: 100 produtos x € 3,50 = € 350

Venda:
Débito: Crédito:
Valor:
71-Vendas € 500
IVA das vendas €
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105

11 ou 12 € 605

Custo da
Venda:

Débito: Crédito:
Valor:
61-CMVMC 32-Mercadorias €
350

A empresa ABC, Lda vendeu ao cliente Manuel, 100


produtos X, a € 5 cada produto, a crédito (pagamento daqui
a 30 dias), mais IVA a 20%, através da fatura nº 21.200.
Estes produtos que foram vendidos pela Empresa ABC, Lda,
59
tinham sido adquiridos por esta a € 3,50 cada produto.

Valor da venda: 100 produtos x € 5 = € 500


Valor do IVA cobrado na venda: € 500 x 20% = € 100
Valor da aquisição dos produtos que estão agora a ser
vendidos: 100 produtos x € 3,50 = € 350 * - Verificar a
taxa de IVA em vigor

Venda:
Débito: Crédito: Valor:
71- €
Vendas 50
0
IVA das vendas €
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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10
0
211-Clientes c/c
€ 600

Custo da
Venda:
Débito:
Crédito:
Valor:
61-CMVMC 32-Mercadorias
€ 350

O estudo das devoluções e descontos em vendas estão


incluídos na classe 3 (contas 717, 718).

Conta 219 – Perdas por Imparidade acumuladas:


60
Esta conta regista a diferença acumulada entre as quantias
registadas nas contas “211 Clientes c/c” e
“212 Clientes – títulos a receber” e as que resultem da
aplicação dos critérios de mensuração dos correspondentes
ativos, podendo ser subdivididas a fim de facilitar o controlo
e possibilitar a apresentação em balanço das quantias
líquidas. As perdas por imparidade anuais serão registadas
nas contas 6511 — Perdas por imparidade — Em dívidas a
receber - clientes, e as suas reversões (quando deixarem
de existir as

situações que originaram as perdas) são registadas nas


contas 76211 — Reversões de perdas por imparidade — Em
dívidas a receber - clientes. Quando se verificar o
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desreconhecimento dos ativos a que respeitem as
imparidades. Esta conta será debitada por contrapartida
das correspondentes contas, “211 clientes c/c” e “212
Clientes – títulos a receber” – SNC – Notas de
Enquadramento.
Tal como se encontram desenvolvidas as contas “211
clientes c/c” e “212 clientes – títulos a receber” para
respeitar os critérios da “NCRF 5 – Divulgações de partes
relacionadas”. Também nesta conta julgamos conveniente
a sua decomposição no sentido de preparar a informação
para a necessária divulgação no anexo.

A subdivisão referida pode ter a seguinte estrutura:

219 – Perdas por imparidade acumuladas


61
219.1 – Em clientes c/c
219.1.1 – Clientes gerais
219.1.2 – Clientes – empresa mãe
219.1.3 – Clientes – empresas subsidiárias
219.1.4 – Clientes – empresas associadas
219.1.5 – Clientes – empreendimentos
conjuntos
219.1.6 – Clientes – outras partes relacionadas
219.1.6.1 – Entidades com controlo conjunto
ou influência significativa sobre a entidade
219.1.6.2 – Pessoal chave da gestão da
entidade ou da respetiva entidade-mãe
219.1.6.3 – (outras situações particulares da
entidade)

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219.2 – Em títulos a receber
219.2.1 – Clientes gerais
219.2.2 – Clientes – empresa mãe
219.2.3 – Clientes – empresas subsidiárias
219.2.4 – Clientes – empresas associadas
219.2.5 – Clientes – empreendimentos
conjuntos
219.2.6 – Clientes – outras partes relacionadas
219.2.6.1 – Entidades com controlo conjunto
ou influência significativa sobre a entidade
219.2.6.2 – Pessoal chave da gestão da
entidade ou da respetiva entidade-mãe
219.2.6.3 – (outras situações particulares da
entidade)

Movimentação
62 219 – Perdas por imparidade acumuladas
Débito Crédito
Reversão no período da perda por imparidade
(por crédito da conta 76211) Registo da
perda por imparidade do período (por débito
da conta 6511)

Reconhecimento

Esta conta (219 Perdas por imparidade


acumuladas) é apresentada no balanço na
rubrica «Clientes» como dedução às contas
clientes c/c (conta 211) e clientes títulos a
receber (conta 212).

Apontamento Fiscal
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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Conta 219 Perdas por imparidade

(*)Artigo 36.º - CIRC


Perdas por imparidade em créditos

1 — Para efeitos da determinação das perdas por


imparidade previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo
anterior, consideram-se créditos de cobrança duvidosa
aqueles em que o risco de incobrabilidade esteja
devidamente justificado, o que se verifica nos seguintes
casos:
a) O devedor tenha pendente processo de insolvência e
de recuperação de empresas ou processo de execução;
b) Os créditos tenham sido reclamados judicialmente ou
em tribunal arbitral;
c) Os créditos estejam em mora há mais de seis meses
desde a data do respetivo vencimento e existam provas
objetivas de imparidade e de terem sido efetuadas
diligências
63
para o seu recebimento.

2 — O montante anual acumulado da perda por imparidade


de créditos referidos na alínea c) do número anterior não
pode ser superior às seguintes percentagens dos créditos
em mora:
a) 25 % para créditos em mora há mais de 6 meses e até
12 meses;
b) 50 % para créditos em mora há mais de 12 meses e
até 18 meses;
c) 75 % para créditos em mora há mais de 18 meses e
até 24 meses;
d) 100 % para créditos em mora há mais de 24 meses.

3 — Não são considerados de cobrança duvidosa:


a) Os créditos sobre o Estado, Regiões Autónomas e
autarquias locais ou aqueles em que estas entidades
tenham prestado aval;
b) Os créditos cobertos por seguro, com exceção da
importância correspondente à percentagem de
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descoberto obrigatório, ou por qualquer espécie de
garantia real;
c) Os créditos sobre pessoas singulares ou coletivas que
detenham mais de 10 % do capital da empresa ou sobre
membros dos seus órgãos sociais, salvo nos casos
previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1;
d) Os créditos sobre empresas participadas em mais de
10 % do capital, salvo nos casos previstos nas alíneas a) e
b) do n.º 1.

Exemplo – Imparidade e Reversão

Em 30 de Novembro do ano N a empresa X vendeu


mercadorias ao cliente Alfa por 1.000€.
A 31 de Dezembro desse ano constatou-se que a empresa
Alfa estava numa situação de significativa dificuldade
64
financeira. Por este motivo estima-se que não se consiga
cobrar mais de 40% da dívida desse nosso cliente.

Em 31 de Dezembro de N+1 o cliente Alfa ainda não pagou


aquela dívida, mas, depois de nova estimativa da
capacidade financeira do cliente, existe uma forte
probabilidade que este venha a pagar no curto prazo a
totalidade da dívida.
Quantia da dívida do cliente Alfa = 1.000€
1.000* 60% = 600€
Conta: 2111x
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Contas Valo
Data Descrição
Débito Crédito r
6511 – Perdas
por imparidade
– Em dívidas a 600
Registo da receber -
31/12/N
imparidade Clientes
219x – Perdas
por imparidade 600
acumulada
219x - Perdas
por imparidade 600
acumulada
Desreconheci 76211 –
mento da Reversão/ De
31/12/N+1
perda por perdas por
imparidade imparidade / 600
Em dívidas a
receber /
65
Clientes

Conta 22 – Fornecedores

«Regista os movimentos com os vendedores de bens e de


serviços, com exceção dos destinados aos investimentos da
entidade». SNC – Notas de Enquadramento.

Esta conta destina-se a registar os movimentos com os


vendedores de mercadorias, de matérias primas,
subsidiárias e de consumo, de ativos biológicos e de
fornecimento e serviços externos, ainda que sejam
entidades como: sócios; pessoal; Estado e outros entes
públicos; etc.

Reconhecimento
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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Esta conta (22 Fornecedores) apresenta as suas subcontas
no balanço em rubricas do ativo e do passivo. No ativo as
subcontas (228 Adiantamentos a fornecedores) e (229
Perdas por imparidade acumuladas) aparecem incorporadas
na rubrica «Adiantamentos a fornecedores». No passivo
corrente as subcontas (221 Fornecedores c/c),

(222 Fornecedores – títulos a pagar) e (225 Faturas em


receção e conferência) aparecem incorporadas na rubrica
«Fornecedores».

Mensuração
66 inicial

A conta “22 Fornecedores” enquadra-se no conceito de


passivo financeiro. Assim sendo, a sua mensuração deve
ser feita de acordo com a alínea a) do §11 da NCRF 27 –
Instrumentos Financeiros, pelo custo ou custo amortizado
menos qualquer perda por imparidade.

Mensuração subsequente

A imparidade para a conta “22 Fornecedores” só se


verifica na existência de um adiantamento a fornecedores
(que se enquadra na definição de ativo financeiro). Assim
sendo, §23 da NCRF 27 – Instrumentos Financeiros, à data
de cada período de relato financeiro, uma entidade deve
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avaliar a imparidade (*) de todos os ativos financeiros que
não sejam mensurados ao justo valor através de resultados,
ou seja, que estejam mensurados ao custo ou ao custo
amortizado menos qualquer perda por imparidade. Se
existir uma evidência objetiva de imparidade, a entidade
deve reconhecer uma perda por imparidade na
demonstração de resultados (conta 6511).

(*) 24 da NCRF 27 – Instrumentos Financeiros

Evidência objetiva de que um ativo financeiro ou um grupo


de ativos está em imparidade inclui dados observáveis que
chamem a atenção ao detentor do ativo sobre os seguintes
eventos de perda:
67
(a) Significativa dificuldade financeira do emitente ou
devedor;
(b) Quebra contratual, tal como não pagamento ou
incumprimento no pagamento do juro ou amortização
da dívida;
(c) O credor, por razões económicas ou legais
relacionados com a dificuldade financeira do devedor,
oferece ao devedor concessões que o credor de outro
modo não consideraria;

(d) Torne-se provável que o devedor irá entrar em


falência ou qualquer outra reorganização financeira;
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(e) O desaparecimento de um mercado ativo para o
ativo financeiro devido a dificuldades financeiras do
devedor;

(f) Informação observável indicando que existe uma


diminuição na mensuração da estimativa dos fluxos
de caixa futuros de um grupo de ativos financeiros
desde o seu reconhecimento inicial, embora a
diminuição não possa ser ainda identificada para um
dado ativo financeiros individuais do grupo, tal como
sejam condições económicas nacionais, locais ou
sectoriais adversas.

A
68 conta de fornecedores engloba todas as dívidas a

pagar, resultantes da compra de bens e serviços utilizados


ou consumidos pela empresa no

exercício da sua atividade corrente, ou seja, dívidas


resultantes de transações correntes.

NOTA: As aquisições de Propriedades de Investimento


da empresa, serão registadas na conta 2711 e não na conta
22.

Contabilisticamente, a conta 22 – Fornecedores é


creditada pela extensão inicial e pelos aumentos das
dívidas a pagar e debitada pelas diminuições destas
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últimas (pagamentos aos fornecedores por parte da
empresa).

Em esquema, o seu movimento é o seguinte:

22 -Fornecedores

- Pagamentos; - Saldo inicial;


- Notas de crédito de fornecedores; - Faturas de fornecedores;
- Devoluções de compras. - Notas de débito de
fornecedores.

Conta 221 – Fornecedores c/c

Nesta conta registam-se todos os movimentos ocorridos


com fornecedores, com exceção dos destinados aos
investimentos
69 da entidade, que não sejam titulados, não
estejam em receção e conferência, não sejam
adiantamentos a fornecedores sem preço fixado nem
perdas por imparidade acumuladas.

Tal como já aconteceu para o desenvolvimento da


conta “211 Clientes c/c” também o desenvolvimento desta
conta deve respeitar os critérios da NCRF 5 – Divulgações
de Partes Relacionadas, assim como a NCRF 13 – Interesses
em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em
Associadas e da NCRF 14 – Concentrações de Atividades
Empresariais, já referidos nos aspetos gerais e no caso
particular para as outras partes relacionadas.

O desenvolvimento desta conta é o seguinte:


DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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Conta 2211 - Fornecedores gerais

Registam-se nesta conta as operações com todas as


entidades que não sejam partes relacionadas.

Conta 2212 - Fornecedores – empresa-mãe

Registam-se nesta conta as operações com a empresa-


mãe

Conta 2213 - Fornecedores – empresas


subsidiárias

Registam-se nesta conta as operações com empresas


subsidiárias

Conta
70 2214 - Fornecedores – empresas
associadas

Registam-se nesta conta as operações com as


empresas associadas

Conta 2215 - Fornecedores – empreendimentos


conjuntos

Registam-se nesta conta as operações com


empreendimentos conjuntos

Conta 2216 - Fornecedores – outras partes


relacionadas
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Registam-se nesta conta as operações com outras partes
relacionadas, conforme referido no § 14 da NCRF 5 -
Divulgações de Partes Relacionadas, nomeadamente as
alíneas:
(b) entidades com controlo conjunto ou influência
significativa sobre a entidade;
(f) pessoal chave da gestão da entidade ou
da respetiva entidade – mãe;
(g) Outras partes relacionadas.

… pelo que se sugere a seguinte decomposição


2216 – Outras partes relacionadas
22161 – Entidades com controlo conjunto ou
influência significativa sobre a entidade
22162 – Pessoal chave da gestão da entidade
71 ou da respetiva entidade-mãe 22163 – (outras
situações particulares da entidade)

Para informações detalhadas sobre o conteúdo destas


contas, ver desenvolvimentos da conta 211 Clientes.

O seu movimento contabilístico é o seguinte:


Movimentação
(alguns exemplos)

221.x. Fornecedores c/c


Débito Crédito
Pagamento aos fornecedores Quantia das compras de bens
Aceite de títulos a pagar e serviços
(por crédito da 222x) Notas de débito do
fornecedor (despesas, etc.)
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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Devoluções de compras
(Notas de crédito do
Fornecedor)

Descontos comerciais e
abatimentos em compras
(Notas de crédito do
fornecedor)

Regularizações de
adiantamentos ao
fornecedor (por crédito da
conta 228 Adiantamento a
fornecedores ou 39
Adiantamentos por conta de
compras)

72

Apontamento Fiscal

Conta 221 Fornecedores c/c


No sentido de preparar a contabilidade das empresas para o
cumprimento das obrigações fiscais, no que concerne aos
requisitos exigidos pelo CIVA, nomeadamente os constantes do
n.º 1 alíneas c) f) e h) do art.º 29.º, é recomendável que as
contas de fornecedores sejam individualizadas atendendo à sua
natureza, mais concretamente em:

- Fornecedores nacionais
- Fornecedores comunitários
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- Fornecedores fora da comunidade

Com o mesmo objetivo se recomenda a criação de contas de


fornecedores para as compras a dinheiro.

Aquisições a pronto pagamento (a empresa paga no


ato da compra):

Débito: Crédito: Valor:


31- Valor da compra
Compras sem IVA
IVA das compras IVA pago
11 ou 12 Valor da compra +
IVA pago.

Quando se faz uma compra a pronto pagamento, na


contabilidade
73 não é preciso registarmos o valor da compra
em fornecedores (convém é a

empresa ter um registo extra contabilístico onde registe aí


o nome dos fornecedores a quem fez a aquisição).
Só se regista na conta 22 – fornecedores, o valor da
dívida que a empresa tem para com os seus fornecedores.
Compra de matérias-primas ao fornecedor “E”:

Débito: Crédito: Valor:


221005
312 valor líquido
243213 IVA – taxa normal
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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Desconto, fora da fatura, concedido pelo


fornecedor “E” na matéria –prima “A” (15%):

Débito: Crédito: Valor:


221005 pelo valor
líquido
31861 desconto
24342 IVA – taxa
normal

Compras a crédito (a empresa fica a dever, paga


daqui a x dias):

Débito: Crédito: Valor:


31-Compras Valor da compra sem IVA
74 IVA das compras IVA pago
221-Fornecedores c/c Valor da compra
+ IVA pago.

Aquando do pagamento ao fornecedor:

Débito: Crédito: Valor:


221 12 valor da compra + IVA

Sugere-se um exemplo do possível


desdobramento da conta Fornecedores da seguinte
forma:

22 Fornecedores
221 Fornecedores c/c
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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2211 Fornecedores gerais
22111 Fornecedores do Território nacional
22111 001 Fornecedor A
22111 002 Fornecedor B
22111 003 Fornecedor C
22112 Fornecedores de países
comunitários
22112 001 Fornecedor D
22112 002 Fornecedor E
22112 003 Fornecedor F
22113 Fornecedores de países
terceiros
22113 001 Fornecedor G
22113 002 Fornecedor H
22113 003 Fornecedor I

75

Conta 222 – Fornecedores – títulos a pagar

Esta conta inclui as dívidas a fornecedores que estejam


representadas por títulos ainda não vencidos.
(ex: letras).

O desenvolvimento desta conta é o mesmo que foi


preconizado para a conta 221 Fornecedores c/c.
2221 Fornecedores gerais
2222 Fornecedores – empresa-mãe
2223 Fornecedores – empresas subsidiárias
2224 Fornecedores – empresas associadas
2225 Fornecedores – empreendimentos conjuntos
2226 Fornecedores – outras partes relacionadas
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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Genericamente, podem resumir-se a três, as


fases de movimento das letras.

1 – Aceite:
Débito: Crédito: Valor:
221-Fornec. C/c 222-Fornec. T/p
Vn
Vn = Valor nominal da letra aceite.

2– Pagamento:

Débito: Crédito: Valor:


222-Fornec. T/p 11 ou 12 Vn

Vn
76 = Valor nominal da letra aceite.

3 – Reforma:

A reforma ocorre sempre que não haja disponibilidade


financeira para liquidação total (ou parcial) da letra aceite,
no seu vencimento.

- Anulação da letra a reformar:

Débito: Crédito: Valor:


222-Fornec. T/p 221-Fornec. C/c
Vn

- Valor entregue para a amortização do aceite


antigo:
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA NOVA DE GAIA
Débito: Crédito: Valor:
221-Fornec c/c 11 ou 12 Valor pago

- Aceite de uma nova letra com vencimento


posterior:

Débito: Crédito: Valor:


221-Fornec. C/c 222-Fornec. T/p
X

X = Valor da letra ainda em dívida.

Encargos adicionais pelo aceite da nova letra:

Débito: Crédito: Valor:

6912
77 – Desc. títulos 221-fornec. C/c Encargos suportados.

NOTA: Há que ter o cuidado de se verificar se estes


encargos se referem ao mesmo exercício, pois, se por
exemplo, correspondessem a 60 dias, 30 dias de Dezembro
e 30 dias de Janeiro, o lançamento seria: a débito de 6912
(50%) e a débito da 281 (50%), por crédito a 100% da 221.

Quando se proceder à aquisição da letra, far-se-á


o lançamento seguinte:

Débito: Crédito: Valor:


244-Imposto do selo 11 ou 12 C
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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C = Custo da letra.

Em síntese, a conta 222 – Fornecedores – Títulos


a pagar, será movimentada por:

Movimentação
(alguns exemplos)

222.x – Fornecedores – títulos a pagar


Débito Crédito
Pagamento da letra e outros Aceite de letras
títulos a pagar (por crédito de (por débito da conta 221x)
meios financeiros ou outra
forma de quitação)
Outras titularizações de
Anulação
78 do título a pagar dívida a fornecedores
(por crédito da conta 221x) (por débito da conta 221x)

O seu saldo será sempre credor e representa o total das


responsabilidades por títulos a pagar aos fornecedores.

Apontamento Fiscal

Conta 222 Fornecedores títulos a pagar


O critério preconizado para a conta de fornecedores c/c,
deverá ter também aplicação para esta conta, ou seja, o seu
desenvolvimento atendendo à sua natureza, mais
concretamente em: - Fornecedores nacionais
- Fornecedores comunitários
- Fornecedores fora da Comunidade

Aconselha-se o seguinte desdobramento para


esta conta:
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
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222 Fornecedores – Títulos a pagar
2221 Fornecedores gerais
2221 001 Fornecedor A
2221 002 Fornecedor B
2221 003 Fornecedor C

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Dossier Fiscal, o que é?
O Dossier Fiscal é um dossier organizado por um técnico
oficial de contas (TOC) que armazena todos os documentos
da administração da empresa referentes ao ano fiscal,
demonstrando o cumprimento das obrigações fiscais e
contabilísticas ao longo do ano. Ele faz parte do calendário
fiscal anual.

Documentos que fazem parte do Dossier Fiscal

A Portaria nº 92-A/2011, de 28 de fevereiro assinala quais


são os elementos a incorporar no processo de
documentação fiscal, mais conhecido como “Dossier
Fiscal”:
DELEGAÇÃO REGIONAL DO NORTE
CENTRO DE EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE VILA NOVA DE GAIA
 Relatório de Gestão e Parecer do Conselho Fiscal e
Certificação Legal das Contas (se exigidos)
 Lista de documentos comprovativos dos créditos
incobráveis
 Mapa de modelo oficial de provisões, perdas por
imparidade em créditos e ajustamentos em inventários
 Mapa de modelo oficial das mais-valias e menos-valias
 Mapa de modelo oficial de depreciações a
amortizações
 Mapa de modelo oficial das depreciações dos bens
reavaliados ao abrigo de diploma legal
 Mapa de apuramento do lucro tributável por regimes
de tributação
 80Mapa de controlo de prejuízos no Regime Especial de
Tributação de Grupos de Sociedades (art.º 71º CIRC)
 Mapa de controlo das correções fiscais decorrentes de
diferenças temporais de imputação entre a
contabilidade e a fiscalidade

 Outros documentos mencionados nos Códigos ou


Legislação complementar que devam integrar o
processo de documentação fiscal, nomeadamente nos
termos:

1. Do CIRC
Art.º 38º - Desvalorizações excecionais
Art.º 49º - Instrumentos financeiros derivados
Art.º 63º - Preços de transferência
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Art.º 64º - Correções ao valor de transmissão de
direitos reais sobre bens imóveis
Art.º 66º - Imputação de lucros de sociedades não
residentes sujeitas a um regime fiscal privilegiado
Art.º 67º - Subcapitalização
Art.º 78º - Obrigações Acessórias
Art.º 120º - Declaração periódica de rendimentos
2. Do CIVA: Art.º 78º - Regularizações
3. Do DL 159/2009, de 13 de julho: Art.º 5º
4. Do Decreto Regulamentar 25/2009, de 14 de
setembro: Art.º 10º - Depreciações de Imóveis

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O Dossier Fiscal deve ser mantido em suporte papel ou


em suporte digital, podendo ainda integrar o ficheiro SAF-
T, relativo à contabilidade, extraído após o encerramento
de contas, gravado em suporte digital não

regravável e assinado através de aplicação informática


disponibilizada para o efeito no sítio da DGCI, na internet.
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Conclusão

O trabalho que realizei sobre aplicações Informáticas de Gestão de Pessoal permitiu-


me alargar e reforçar os meus conhecimentos com os conteúdos dados no módulo no
programa TOC online

Considero muito importante ter um conhecimento alargado dos diversos programas


de gestão de pessoal para quem sonha ter funções na área de recursos humanos. Quer
sejam em micro, pequenas ou médias empresas esta cultura geral é uma mais-valia
curricular aumentando as possibilidades de empregabilidade.

São inúmeras as vantagens do programa de gestão de pessoal nas empresas, que sem
esta ferramenta seria praticamente impossível sobreviverem no mundo globalizado
dos negócios onde as aplicações informáticas atuam em todos os planos empresariais.
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Assim e de uma forma geral as aplicações informáticas permitem automatizar todos os
passos relativos ao processamento de vencimentos da empresa, desde a extração dos
recibos por funcionário à listagem de todos os mapas oficiais relacionados com o
programa TOC online.

Em complemento, é também um programa integrado, já que possibilita a atualização


automática na Contabilidade do Diário de Vencimentos mensal; extração do relatório
único – todos os anexos; extração de mapa de remunerações e de retenções na fonte
para posterior entrega através da aplicação de recolha informática disponível pelas
autoridades oficiais, e outras aplicações igualmente relevantes.

A aplicabilidade prática dos conhecimentos que adquiri são muito importantes, como
já anteriormente referido, quer em termos profissionais quer pessoais isto porque
disponho de mais e melhores conhecimentos, mais e melhores ferramentas e poder
para usá-los com maior confiança, garantem mais oportunidades de trabalho dentro
da área.

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