Disciplina: Ciência Política e Teoria Geral do Estado
Orientadora: Camila Pimenta Resenha do Capítulo XXVI do livro “O Príncipe”, de Maquiavel
Maquiavel discorre em seu livro “O Príncipe” as principais qualidades que um
príncipe deve ter e como deve este agir para governar e manter sua posição. Podemos verificar, no início do capítulo XXVI, que Maquiavel coloca: “Consideradas pois, todas as coisas já expostas”. Tal observação se refere a todos os exemplos e conselhos que deu ao longo do livro (as guerras, atitudes de príncipes novos e hereditários, erros e acertos que estes cometeram, seus deveres, etc.). Ainda no primeiro parágrafo do capítulo citado, pontua: “E se, como já disse, para se conhecer a virtude de Moisés foi necessário que o povo de Israel estivesse escravizado no Egito, para conhecer a grandeza do ânimo de Ciro, que os persas fossem oprimidos pelos medas, e o valor de Teseu, que os atenienses estivessem dispersos”. Aqui ele retoma o que foi dito no capitulo VI, que diz que, em um novo principado, onde exista um novo príncipe, a dificuldade que este encontrará para manter tal principado dependerá da sua virtuosidade, e aquele que menos contou com a sorte manteve seu poder com mais segurança. Afirma que a sorte deles foi a ocasião, a situação a qual tiveram que passar, pois sem tal oportunidade não teriam como mostrar sua virtude e esta teria sido em vão sem aquela. Em outras palavras, ele se questiona se não seria melhor uma Itália mais escravizada que os hebreus, mais oprimida que os persas, mais desunida que os atenienses para que se pudesse achar um príncipe digno, prudente e valoroso, capaz de trazer um bom governo ao seu povo pois, ela, já sem vida, espera por alguém que a cure das suas piores condições e, implorando por este ser disposto a acabar com suas chagas, também estará disposta a segui-lo. Ademais, no fim do terceiro parágrafo, Maquiavel afirma que não existe honra maior a um príncipe novo que elaborar suas próprias leis e regulamentos, os quais, quando bem fundados tornam este “digno de reverência e admiração”, e como salientado anteriormente, a Itália se encontra numa situação tão precária que não faltam motivos para que seja feito qualquer reforma. Também observa que, por mais que os italianos fossem “superiores na força, na destreza ou no engenho”, quando passa para os exército, não o são, culpa da fraqueza dos líderes que, sabendo, não são obedecidos, decorrendo disso maus exemplos de guerras perdidas pelos italianos. Por fim, aconselha que, para defender-se dos estrangeiros, é necessário preparar tropas próprias que, comandadas pelo seu príncipe se tornarão ainda melhores se por ele honradas e mantidas, para que enfim se alcance a redenção da Itália.