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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL

Matheus Sarti RA: 81814

Nathalia Carvalho RA: 81565

Nayara Tomaz RA: 80333

Nicolas Domingues RA: 82243

Patrícia Batista RA: 81363

Paula Boldori RA: 67284

Paulo Gusson RA: 80314

Plínio Abreu RA: 81062

CONCRETO PROTENDIDO EM PONTES.

Prof. Mauro José Solda

Sorocaba – SP

2018
Sumário
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
2 O CONCRETO PROTENDIDO.........................................................................................4
3 ELEMENTOS DE PROTENSÃO.......................................................................................5
3.1 Armadura Passiva.........................................................................................................5
3.2 Armadura Passiva.........................................................................................................5
3.3 Ancoragem...................................................................................................................6
3.4 Bloco............................................................................................................................6
3.5 Placa.............................................................................................................................6
3.6 Bainha...........................................................................................................................6
3.7 Cunha de Cravação.......................................................................................................6
4 PROTENSÃO ADERENTE................................................................................................6
5 PROTENSÃO NÃO ADERENTE......................................................................................7
6 ETAPAS DO PROCESSO DE PROTENSÃO EM VIGAS...............................................8
7 PROCEDMENTO DE PROTENSÃO..............................................................................10
8 PRINCIPAIS APLICAÇÕES............................................................................................14
9 VANTAGENS E DESVANTAGENS..............................................................................17
9.1 Vantagens:..................................................................................................................17
9.2 Desvantagens:.............................................................................................................17
10 EXEMPLOS DE PONTES EM CONCRETO PROTENDIDO....................................18
11 CONCLUSÃO...............................................................................................................21
12 REFERÊNCIAS.............................................................................................................22
1 INTRODUÇÃO

O conceito de protensão em concreto não é recente dentro da Engenharia. Em 1928, Eugène


Freyssinet, da França, começou a utilizar cabos de aço de alta resistência para protender, tornando-se
assim o criador do concreto protendido moderno.

A utilização do concreto protendido no Brasil começou a se popularizar somente nos últimos


anos. Algumas características que destacam essa solução de projeto é a rapidez na execução,
possibilidade de vencer vãos maiores sem aumento da seção resistente e durabilidade elevada da
estrutura devido a um melhor controle de fissuração do concreto.

Os projetos arquitetônicos têm exigido estruturas cada vez mais esbeltas para vencer vãos
relativamente grandes. Além disso, a agilidade de execução de uma obra é, diversas vezes, uma
exigência imposta para contratação de um serviço. Nesse contexto, estruturas em concreto pré-
fabricado é uma das opções que atende de forma satisfatória as necessidades de projeto e execução.

O concreto convencional usado na construção civil é composto basicamente por três


componentes: aglomerantes (normalmente cimento Portland), agregados (graúdos e miúdos) e água.
Em alguns casos, onde é necessária alguma característica especial, são usados aditivos industrializados
para compor a mistura, os quais reagem com os ingredientes básicos e modificam algumas
propriedades, melhorando o concreto para sua utilização, afirmam Allen e Iano (2013).

Segundo Araújo (2010) As principais características desse material são a sua


alta resistência à compressão, e baixa resistência à tração, sendo um material
frágil, suscetível a fissuras. Já o concreto armado é a união do concreto
convencional com uma armadura, normalmente composta por barras de aço,
que possuem alta resistência à tração, fazendo com que a mistura final
suporte tanto os esforços de compressão, por parte do concreto, quanto
tração, pelo aço.
O aço do concreto armado é chamado de passivo, pois começa a trabalhar somente quando
ocorre a retirada das escoras e, consequentemente, a deformação do concreto da estrutura. Já no
concreto protendido, as barras de aço são previamente tracionadas, através de macacos hidráulicos de
protensão externos à estrutura. Sendo assim, o aço está sempre ativo, mesmo se as escoras não forem
retiradas e o concreto não estiver trabalhando.

As estruturas de concreto armado e concreto protendido, conforme a NBR 6118:2004, são


consideradas do mesmo tipo. Ambas são compostas por elementos base, cimento, água e agregados. A
diferença é o procedimento de construção e o tipo de aço utilizado em cada caso, um com armadura
passiva (concreto armado) e outro com armadura ativa (protendido).
2 O CONCRETO PROTENDIDO

“Segundo Pfeil (1980), a protensão aplicada ao concreto consiste em introduzir esforços que
anulem ou limitem as tensões de tração do concreto, eliminando a abertura de fissuras.”

Segundo a NBR6118:2007 elementos de concreto protendido como sendo


aqueles nos quais parte das armaduras é previamente alongada por
equipamentos especiais de protensão com a finalidade de impedir ou limitar
a fissuração e os deslocamentos da estrutura e propiciar o melhor
aproveitamento de aços de alta resistência no estado limite último (ELU).
A protensão comprime o concreto, o que é vantajoso, pois a resistência a compressão do
concreto chega a ser 10 vezes superior à resistência a tração. Para que haja a protensão, o aço utilizado
deve ter uma resistência maior que a do aço utilizado nas estruturas de concreto armado. Assim, os
aços de protensão têm até cinco vezes a resistência de um aço convencional.

O uso de concreto protendido não implica em toda a armadura utilizada ser ativa (armadura
que recebe tensões antes de receber as solicitações previstas para sua utilização).

O sistema de pré-tração é caracterizado por aplicar uma tensão na cordoalha de aço antes da
concretagem. Após a cura do concreto, retira-se a ligação da armadura com o macaco, estabelecendo a
aderência entre o aço e o concreto. Assim, admite-se que ocorre compatibilização de deformação entre
os elementos. Este sistema é característico do concreto pré-fabricado.

As principais características do concreto protendido são:

 Reduz as tensões de Tração;


 Reduz incidências de deformações (flexão) e fissuras;
 Possibilidade de construir vãos maiores;
 Reduz a altura necessária para a viga; entre outros.

Figura 1 - Armadura pré-tracionada / Armadura pós-tracionada


3 ELEMENTOS DE PROTENSÃO

3.1 Armadura Passiva


Armadura que não é utilizado para produzir forças de protensão, isso é, que não seja
previamente alongada. A armadura comum de concreto aramado comum é um exemplo de armadura
passiva onde ela trabalha de acordo com a deformação do concreto.

3.2 Armadura Passiva


Armadura constituída por barras, fios isolados ou cordoalhas, destinada à produção de forças
de pro-tensão, isto é, na qual se aplica um pré-alongamento inicial. Essa armadura ativa é um aço de
alta resistência (fios ou cordoalhas para concreto protendido), cuja resistência é de 3 a 4 vezes maior
do que a da armadura passiva, conhecida como vergalhão.

3.3 Ancoragem
As ancoragens são dispositivos capazes de manter o cabo em estado de tensão, transmitindo a
força de protensão ao concreto ou ao elemento estrutural.

3.4 Bloco
Blocos com furos cônicos que comportam as cunhas e resistem ao retorno das cordoalhas
tracionadas. O bloco de ancoragem é colocado após a concretagem e apoia-se diretamente na
superfície da placa de ancoragem.

3.5 Placa
As placas de ancoragem distribuem as tensões das cordoalhas sobre a estrutura ancorada.

3.6 Bainha
As bainhas têm como principal função proteger e separa as cordoalhas do concreto exterior,
possibilitar a movimentação das cordoalhas durante a operação de protensão a receber a nata de
cimento na operação de injeção.

3.7 Cunha de Cravação


Peça em metal cônico com ranhuras que mordem a cordoalha durante a transferência da força
de protensão do macaco hidráulico para a ancoragem.
4 PROTENSÃO ADERENTE

Razões de uso da protensão aderente: quando a protensão é aplicada nas cordoalhas, são
criadas tensões internas na estrutura, para combater esforços resultantes dos carregamentos e melhorar
o desempenho do conjunto. As cordoalhas ficam constantemente esticadas, durante toda a vida útil da
estrutura. As tensões elevadas necessárias para esticar as cordoalhas devem ser absorvidas pelo
sistema de protensão, de forma a proteger as estruturas e seus usuários.

A protensão aderente é um dos recursos capazes de oferecer esta proteção, pois permite que a
armadura de protensão e o concreto trabalhem em conjunto, de forma integrada. Isso significa que se,
eventualmente, um cabo for cortado ou se romper, a estrutura absorverá as tensões resultantes do
rompimento. Nestes casos, a perda de força será localizada, pois a aderência permite que o
comprimento remanescente do cabo conserve a protensão. A protensão aderente possibilita, assim,
estruturas mais seguras. A etapa de injeção das bainhas pode ser realizada simultaneamente ao
cronograma da obra, sem interferir em outras etapas da mesma.

Principais características da protensão aderente: o aço de protensão pode ser considerado no


cálculo do estado limite último, pois está solidarizado com o concreto. Isso permite redução expressiva
na quantidade de armadura passiva necessária à estrutura. A aderência possibilita a execução de
eventuais furos e colocação de chumbadores nas peças concretadas, após a devida aprovação do
projetista a este respeito. A injeção de nata de cimento oferece maior proteção ao cabo contra a
corrosão.

As cordoalhas podem ser colocadas nas bainhas antes ou depois da concretagem. Isso
permite, por exemplo, que elementos pré-fabricados sejam unidos por meio da protensão. As
estruturas com protensão aderente apresentam maior capacidade de resistência ao fogo em caso de
incêndio. O sistema apresenta variada gama de ancoragens passivas, ativas, intermediárias e de
emenda, possibilitando soluções construtivas diversas à protensão do concreto.

Figura 2 – Pretensão Aderente


5 PROTENSÃO NÃO ADERENTE

Razões de uso da protensão não-aderente: o uso de cordoalhas engraxadas apresenta


características próprias, a serem observadas na escolha do tipo de protensão. A protensão não aderente
pode ser executada a partir de equipamentos leves, facilmente aplicáveis em obras de pequeno porte.
Isso possibilita ao concreto protendido ser competitivo com o concreto armado em edifícios
residenciais com vãos pequenos (de 3 a 5 metros), o que não acontece com a protensão aderente. Além
disso, os cabos engraxados são leves, de fácil manuseio e flexíveis, o que permite a existência de
curvas em sua disposição em planta e possibilita o desvio de eventuais obstáculos existentes em seu
trajeto.

Na protensão sem aderência não existe a etapa de injeção de nata de cimento nas bainhas e,
conseqüentemente, não há no interior das bainhas o espaço destinado a esta nata. Isso possibilita que o
centro de gravidade do cabo fique próximo às bordas inferior ou superior do elemento de concreto,
permitindo melhor aproveitamento da altura útil do concreto. A fabricação dos cabos é simples, pois
as cordoalhas são fornecidas engraxadas e plastificadas pelo fabricante, sem a necessidade da sua
enfiação posterior em bainhas. Porém, cabos engraxados requerem maior cuidado de manuseio, para
evitar rasgos na bainha plástica, a qual é mais sensível que a bainha metálica.

Principais características da protensão não-aderente: o coeficiente de atrito entre cabo e bainha


é menor que no sistema aderente, possibilitando perdas menores e maior tensão remanescente na
cordoalha. As cordoalhas podem ser instaladas uma a uma ou em feixes. São protendidas e ancoradas
individualmente. As cordoalhas recebem proteção anticorrosiva de fábrica. Porém, as ancoragens
convencionais não recebem proteção anticorrosiva, o que reduz a segurança do sistema. Por isso, a
protensão sem aderência, a princípio, não é recomendada para ambientes agressivos.

Eventuais falhas nas ancoragens significam desativação instantânea do cabo e de sua


colaboração na estrutura.

A execução de furos ou chumbamentos nas peças concretadas deve ser evitada, sob pena de
machucar ou romper a cordoalha e provocar conseqüente perda total da protensão no cabo. A ausência
de nata de cimento ao redor das cordoalhas diminui sua proteção contra o fogo, em caso de incêndio.
Cabos engraxados possibilitam maiores excentricidades em sua disposição. Os benefícios oferecidos
pela tecnologia da protensão permitem que sua aplicação seja feita a diversos tipos de estruturas, em
quase todas as áreas da construção civil.
6 ETAPAS DO PROCESSO DE PROTENSÃO EM VIGAS

Figura 3 – Etapas 1,2 e 3 de Protensão em Viga

Figura 4 – Etapas 4, 4A, 4B, 4C e 5 de Protensão em Viga

1. Armação da viga - A gaiola de armação de uma viga é montada em conjunto com a


disposição de dutos de aço galvanizado (bainhas), por onde passam os cabos de protensão. Os
elementos de protensão podem ser compostos em uma dessas três configurações: fios ou barras; feixes
(no formato de barras ou de fios paralelos); ou, ainda, por cordões (fios enrolados). O cabo fica isolado
do concreto por meio da bainha metálica.

2. Fôrma da viga - Para concretagem da viga são usadas fôrmas, geralmente metálicas,
montadas a partir de painéis que envolvem a gaiola de armação. O tipo de seção transversal adotado
nas vigas pré-moldadas depende de diversos fatores: tipo de protensão escolhida, equipamentos
utilizados para transporte e movimentação, local de execução (fábrica ou canteiro) etc. As seções em
'I' são as mais utilizadas para vãos a partir de 15 m - e, principalmente, para vigas executadas no
canteiro.

3. Concretagem - A concretagem é feita com o lançamento de concreto na fôrma metálica,


que é preenchida uniformemente. O tipo de concreto também depende das outras características do
projeto.

4. Protensão – A operação de protensão é feita por meio de macacos hidráulicos e bombas de


alta pressão. O tensionamento dos cabos de aço pode ser realizado por dois métodos, pré-tensão ou
pós-tensão – antes ou depois da concretagem. No método de pós-tensionamento é possível elevar a
resistência aos esforços de tração que a estrutura será capaz de suportar.

4.A. Preparação – É feita a montagem do bloco e das cunhas de cravação. Após o concreto
atingir a resistência mínima indicada no projeto, é posicionado o macaco hidráulico para a proteção.

4.B. – Protensão e Cravação – A operação de protensão é feita pelo acionamento do macaco.


Ele faz com que as cordoalhas sejam tracionadas (a pressão indicada no manômetro e o
correspondente alongamento dos cabos devem ser registrados). Ao atingir a carga e/ou alongamento
indicados no projeto a pressão no macaco é avaliada. As cordoalhas se ancoram automaticamente no
bloco e em seguida, são removidos os equipamentos de protensão.

4.C. Acabamento - Após a liberação da protensão, as pontas das cordoalhas são cortadas. Em
seguida, deve-se providenciar o fechamento dos nichos para proceder à injeção dos cabos com nata de
cimento.

5. Injeção da nata de Cimento - Na última etapa, injeta-se nata de cimento para preencher os
vazios entre os cabos e a armação. A injeção completa do preenchimento da bainha e reestabelece a
aderência ao concreto/aço. A nata de injeção garante uma proteção eficaz das armaduras protendidas
contra a corrosão e também garante uma ligação mecânica das armaduras protendidas ao concreto.
Entre as características gerais da nata de cimento é preciso que ela esteja livre de agentes agressivos,
tenha fluidez suficiente, boa estabilidade, pouca retração, resistência mecânica conveniente e pouca
absorção capilar.
7 PROCEDMENTO DE PROTENSÃO

Os cabos são cortados e identificados conforme projeto, nesta fase é feita a cravação da
ancoragem passiva na cordoalha, geralmente fora do local da obra.

Figura 5 – Cabos

Ao chegar na obra é feita a perfuração das formas para posicionamento das ancoragens
conforme projeto.

Figura 6 – Perfuração das Fôrmas


Logo após a armadura passiva estar pronta, faz se a demarcação das elevações dos cabos de
proteção solicitado pelo projeto, o traçado que o cabo irá ter no decorrer do seu comprimento pela
estrutura. Em seguida, é feito o lançamento e passagem das bainhas e cabos na estrutura.

Figura 7 – Exemplo de demarcação dos cabos e passagens pela bainha

Depois da concretagem da estrutura e alcançado a resistência mínima especificada em projeto, se


realiza a protensão das cordoalhas através do conjunto macaco-bomba.
Figura 7 – Protensão das Cordoalhas

Após a protensão, é necessário injetar a nata de cimento no interior das bainhas preenchendo
assim os vãos entre as cordoalhas. Para finalizar, é feito o corte das cordoalhas e cobrimento dos
blocos de ancoragem com graute.

Figura 8 – Nata de Cimento

Figura 9 – Corte das cordoalhas


8 PRINCIPAIS APLICAÇÕES

O uso de estruturas pré-moldadas protendidas faz com que a obra tenha características
diferentes de uma obra com concreto armado convencional.

Tecnologias inovadoras e o controle de qualidade da produção fazem com que esse método
construtivo se diferencie dos demais, principalmente pelo ganho de resistência, durabilidade e
diminuição das fissuras (Carvalho, 2012). Além disso, comparando à execução com concreto armado
simples, é possível obter uma obra mais limpa e organizada, e com menor produção de resíduos e
desperdício de materiais.

Segundo a NBR 6118/2004, o concreto protendido existe três categorias:

• O sistema com armadura pré-tracionada;

• O sistema com armadura pós-tracionada com aderência;

• O sistema com armadura pós-tracionada sem aderência;

O primeiro tipo é o concreto com aderência inicial (pré-tração), o qual é normalmente


utilizado para peças pré-moldadas. É feito o pré-alongamento da armadura ativa utilizando apoios
independentes da estrutura principal, e removidos depois da concretagem. A aderência entre a
armadura e o concreto inicia no momento em que o concreto é lançado.
O segundo tipo é o concreto com aderência posterior (pós-tração). Nesse caso, o pré-
tensionamento da armadura ativa é feito após o endurecimento do concreto. São utilizados como
apoios partes da própria estrutura, criando assim posterior aderência com o concreto.

Por último, há o concreto protendido sem aderência. Neste tipo de concreto, a armadura
trabalhará apenas em pontos localizados da estrutura. É feito o pré-tensionamento após o
endurecimento da peça, e usado como apoios os próprios elementos dela. Conforme NAKAMURA
(2007, texto digital), essa técnica de protensão não aderente é muito utilizada em edificações
residenciais, comerciais e em fundações tipo radier. Tem como objetivo executar peças mais leves e
esbeltas, e consequentemente, vãos maiores. São usadas cordoalhas engraxadas e plastificadas, para
evitar corrosão.

De acordo com a NBR 6118:2004, ainda pode haver uma segunda classificação, conforme a
intensidade da protensão, que está relacionada com a durabilidade das peças, e a maneira de evitar
corrosão na mesma. Os tipos são escolhidos conforme o tipo da construção, e a agressividade do meio
ambiente como: em ambientes com agressividade fraca ou moderada, com aderência posterior,
recomenda-se o uso de protensão parcial, em locais onde a agressividade é forte, recomenda-se a
protensão limitada, para ambiente com fraca agressividade e aderência inicial, é indicado o uso
protensão parcial.

A protensão, é um processo tecnológico utilizado em estruturas de concreto que consiste em


obter maior resistência a tração ocasionados por flexão e esforços cortante.

Figura 10 – Exemplo de Viga Protendida e Comum

A figura a seguir mostra um exemplo de uma viga protendida em sua execução, com os seus
componentes, e o macaco hidráulico, que é o responsável pelo pré-tensionamento do aço.

O aço (cordoalhas) utilizado em peças protendidas possui uma maior resistência do que o aço
do concreto armado simples, o que proporciona maior controle de fissuração do concreto.
A tecnologia da protensão pode ser utilizada em lajes, vigas, coberturas, painéis de
fechamento, pontes em balanço, pontes estaiadas e em alguns outros tipos de estruturas, como silos,
reservatórios, contensão de taludes, monumentos e passarelas.

Uma vez que o concreto não apresenta propriedades de compressão e tração semelhantes, é
necessário melhorar o comportamento justamente por meio da protensão aplicada nas regiões em que
ocorrem as tensões de tração. Situações que expõem toda a importância da protensão para o concreto:

O artifício da protensão desloca a faixa de trabalho do concreto para o âmbito das


compressões, nas quais o material é mais eficiente. Uma parte substancial da seção não contribui para
a inércia do elemento, mas com a protensão aplicam-se tensões prévias de compressão nas partes
tracionadas. Desse modo, pela manipulação das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área
total da seção para a inércia do elemento. Melhora o comportamento para solicitações de flexão. No
caso de vigas, também contribui em relação ao cisalhamento.

Ensaios realizados com vigas protendidas, sujeitas a cargas repetidas, mostram que essas vigas
mantêm as características de comportamento após a atuação de um grande número de ciclos de
carregamento. É muito comum a utilização de peças pré-moldadas de concreto protendido. Essa
utilização da protensão em pré-moldados, associada com concretos de alta resistência, traz uma série
de benefícios.

A protensão permite que, no caso de peças fletidas, toda a seção trabalhe sob compressão, de
forma que o aproveitamento da capacidade resistente da seção seja muito maior do que nas peças de
concreto armado. Esse fato, associado a alta resistência característica do concreto à compressão,
permite produzir peças mais esbeltas, consequentemente mais leves.

Outro benefício sugere que a força de protensão mantém as eventuais fissuras fechadas,
garantindo uma melhor proteção das armaduras contra a corrosão. No caso de uma solicitação
incidental maior que a prevista no projeto, cessada a carga, as fissuras formadas se fecham sob a ação
da protensão.

É de conhecimento geral que muitas indústrias brasileiras de pré-moldados de concreto


dominam a tecnologia do concreto protendido. Com isso, produzem postes, pilares, painéis, vigas,
reservatórios, silos, entre outros produtos.

Um grande exemplo nacional do uso do concreto protendido é a Ponte Rio-Niterói. Essa


imponente construção possui vigas de até 90 metros de extensão apoiadas sobre os pilares. São 1.152
vigas de concreto protendido e protensão mediante 43.000 cabos de aço.
9 VANTAGENS E DESVANTAGENS

9.1 Vantagens:
 Vigas menores, mais esbeltas e mais leves, podendo assim vencer vãos maiores e adaptar se
melhor a determinados projetos arquitetônicos.
 Como o concreto protendido tem menos fissuração, menor é a chance de o aço ter corrosão,
logo, a estrutura pode comportar maior carga.
 Na protensão, usa-se aproximadamente um terço do aço que seria utilizado no concreto
armado, porém ele deve ser de alta resistência.
 Montagem mais rápida e obra mais organizada e limpa.
 Resiste bem ao fogo.
 Manutenção barata, já que a fissuração é impedida na região de tração desse tipo de material.

9.2 Desvantagens:
 Necessita mão de obra especializada e maquinário compatível para construção das peças, o
que muitas vezes encarece a obra, pelo seu alto preço.
 Requer um controle muito rígido na construção, pois a peça tem que ser perfeita, como
planejado, pois caso contrário, pode não possuir a mesma resistência projetada.
 Se for comparado às estruturas de metal e madeira, possui peso final mais elevado.
 Dificuldade em alguns casos para realização de reformas.
10 EXEMPLOS DE PONTES EM CONCRETO PROTENDIDO

No Brasil, a primeira obra realizada com em concreto protendido foi a estrutura da ponte do
Galeão, no Rio de Janeiro, construída em 1948. A segunda, por sua vez, foi a ponte de Juazeiro,
construída na década de 1950, desde então diversas construções passaram a utilizar essa tecnologia,
reconhecida como inteligente, eficaz e duradoura.

Figura 11 - Ponte do Galeão, Rio de Janeiro - SP

Figura 12 - Ponte Presidente Dutra, Juazeiro - BA

A figura a seguir apresenta uma aplicação prática de estruturas de concreto protendido em


Manaus, capital do estado de Amazonas, foi construída em 2011 uma ponte sobre o Rio Negro, um
dos afluentes do Rio Amazonas, com 3595 metros de extensão. No seu vão central, ela foi construída
com estaiamento e com utilização de peças de concreto protendido, visando um vão maior entre os
pilares, com a finalidade de aumentar o espaço no leito do rio para passagem de navegações.

Figura 13 - Ponte sobre o Rio Negro, em Manaus - AM

Figura 13 - Ponte sobre o Rio Negro, em Manaus - AM

Ponte com concreto protendido – Octavio Frias de Oliveira inaugurada em 2008, a estrutura
construída sobre o Rio Pinheiros, em São Paulo, é composta por duas pontes estaiadas curvas,
suspensas por cabos de aço e um único mastro em formato de ‘X’.
Nesta obra, o concreto protendido foi usado nas vigas pré-moldadas dos vãos de acesso ao
trecho estaiado e nas peças mais esbeltas, como a laje do tabuleiro, que trabalha transversalmente à
direção do tráfego de veículos.
Os vãos dessa laje têm, aproximadamente, a largura da obra (cerca de 15 metros) e 48 cm de
espessura. Para viabilizar a execução dessa espessura, foi preciso usar a protensão. O material também
foi aplicado nas peças que receberam solicitações muito grandes e concentradas, como a parte mais
alta dos mastros, onde os cabos dos estais (144, no total) estão fixados.
“A ancoragem, peça que fica na extremidade dos estais, transmite a força do estai para as
paredes do mastro, que é oco.
“Essa é uma carga muito grande e concentrada em paredes não muito espessas. Por isso, elas
têm vários cabos de protensão – que funcionam no sentido oposto às forças dos cabos de estais e
garantem que a força de cada estai seja devidamente passada para o mastro”, esclarece Faria.

Figura 14 - Ponte Octavio Frias de Oliveira


Figura 15 - Porto e Vila Nova de Gaia em Portugal

11 CONCLUSÃO

O concreto protendido por ser mais resistente à tração do que o concreto armado, é a solução
ideal para obras de pequeno, médio ou grande porte com esforços de flexão elevados, estruturas
localizadas em áreas industriais ou costeiras onde a atmosfera agressiva pode causar a corrosão das
armaduras e projetos arquitetônicos ousados com grandes vãos, como pontes.

A protensão reduz ou elimina completamente as pequenas fissurações que podem surgir


mesmo quando o concreto é armado. “Parte das armaduras protendidas são alongadas com a finalidade
de comprimir o concreto nas regiões onde ele está sujeito à tração após a finalização da obra”, explica
o engenheiro Mauro Lemos de Faria, da Enescil Engenharia de Projetos, empresa responsável pelo
projeto estrutural da ponte estaiada Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo, na qual o concreto
protendido foi empregado.
12 REFERÊNCIAS

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%2Fuploads%2F2016%2F10%2F20.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Ftekhton.com.br%2Fconcreto-
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%20DESVANTAGENS%20CONCRETO%20PROTENDIDO
%20PONTES&ved=0ahUKEwjBwOmM7MTeAhUPl5AKHQqfDyQQMwh-
KDMwMw&iact=mrc&uact=8#h=768&imgdii=NjKjJ45DZVF_BM:&vet=10ahUKEwjBwOmM7MT
eAhUPl5AKHQqfDyQQMwh-KDMwMw..i&w=1160
https://tekhton.com.br/concreto-protendido/
http://aquarius.ime.eb.br/~webde2/prof/ethomaz/pontes/premold01.pdf
http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/19/protensao-em-tabuleiros-de-pontes-
saiba-quais-os-principais-267610-1.aspx
http://infraestruturaurbana17.pini.com.br/solucoes-tecnicas/51/veja-como-funciona-a-protensao-de-
vigas-pre-moldadas-na-construcao-364735-1.aspx
https://www.escolaengenharia.com.br/concreto-protendido/
http://wwwp.feb.unesp.br/lutt/Concreto%20Protendido/CP-vol1.pdf

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