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Dissertação
Pelotas, 2019
Tais Marini Brandelli
Pelotas, 2019
Tais Marini Brandelli
Banca examinadora:
............................................................................................................................. ...........
Profª. Drª. Ariela da Silva Torres (Orientadora)
Doutora em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
............................................................................................................................. ...........
Prof. Dr. Charlei Marcelo Paliga (Coorientador)
Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
........................................................................................................................................
Profa. Dra. Celina Maria Britto Correa
Doutora em Arquitetura pela Universidade Politécnica de Madrid
.......................................................................................................................................
Profa. Dra. Rosilena Martins Peres
Doutora em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
........................................................................................................................................
Prof. Dr. Fabio Costa Magalhães
Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Ao meu afilhado Antonio
Agradecimentos
Aos meus orientadores, Ariela da Silva Torres e Charlei Marcelo Paliga, pela
disponibilidade, confiança e apoio em todas as etapas deste trabalho.
Aos colegas do Núcleo de Estudo de Materiais e Patologia pelo apoio e
companhia durante essa trajetória.
Aos meus pais, Ademir José Brandelli e Adriana Marini Brandelli, por me
incentivarem desde sempre a buscar o que almejo.
Às minhas irmãs Talita Marini Brandelli e Taiane Marini Brandelli, por terem me
apoiado em todos os momentos da minha vida.
Aos meus amigos que me acompanharam nesta fase e torceram pelo meu
êxito, especialmente ao meu colega e amigo Fernando.
Ao meu namorado Pedro pela companhia nas etapas finais deste trabalho.
Por fim, agradeço à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior, pelo apoio financeiro recebido para a execução desde trabalho.
Resumo
The development of housing complex is the most used practice by the Brazilian
government in order to supply the needs for housing for the low-income population.
However, the low quality during the process of production of this housing complex
entails greater needs of maintenance – becoming critic due to the limitations of
resident’s resources availability, influencing directly in the users’ satisfaction. In this
context, this research evaluated the façades of three social housing complex of PAR
located in the city of Pelotas/ RS, Brazil, through the methodological procedures of
Post-Occupancy evaluation. The buildings chosen as a case of study for this research
were: Regent Residential, Jardins da Baronesa Residential and Estrela Gaúcha
Residential. In order to evaluate the conservation status of the façades, a pathological
manifestation survey was done in each housing complex to verify the influence of PAR
models in the preservation state. Users’ satisfaction evaluation was also performed
regarding the status of conservation of the façades through a questionnaire applied to
the residents. The influence of the solar orientation of the façades and the building
pavement in the conservation status of the target housing complex were a discussion
point through the research. The results were compared to the gathered data in the
INQUALHIS project (MEDVEDOVSKI, 2010). With this comparison, it was identified
as a tendency in the onset of pathological manifestations in the survey done in the
newly built housing complex. Besides the project, execution or material selection
failures, the pathological manifestation founded in the study objects has their origin
due to the lack of maintenance. Regarding the PAR modality, it was observed that the
PAR modality has no influence on the appearance of pathological manifestations in
the mortar coatings. With this research, it was verified that the first story of all the three
residential buildings have greater incidence of pathological manifestations per square
meter, and it decreases when increased the story height. About the geographic
position of the building blocks, it was observed a greater incidence of humidity in the
southwest and southeast façades, and greater incidence of fissures and cracks in the
northwest and northeast façades. Finally, it was possible to verify that the degradation
of the façades, indicated by the incidence of pathological manifestations, causes
greater dissatisfaction of the residents with the appearance of the façades due to their
bad aspect.
1 Introdução .......................................................................................................... 19
1.1 Problema de pesquisa............................................................................... 21
1.2 Questões de pesquisa............................................................................... 23
1.3 Objetivos da pesquisa............................................................................... 23
1.4 Delimitações da pesquisa ......................................................................... 24
1.5 Limitações da pesquisa ............................................................................ 24
1.6 Estrutura do trabalho ................................................................................ 25
2 Revisão Bibliográfica ........................................................................................ 26
2.1 Breve histórico da habitação social no Brasil ......................................... 26
2.2 Breve histórico da habitação social em Pelotas/RS ............................... 32
2.3 Programa de Arrendamento Residencial (PAR) ...................................... 33
2.4 Revestimentos de argamassa .................................................................. 39
2.5 Manifestações patológicas em revestimentos de argamassa ................ 41
2.5.1 Umidade ..................................................................................................... 44
2.5.2 Fissuras e trincas ...................................................................................... 49
2.5.3 Descolamento de revestimento ................................................................ 51
2.5.4 Sujidade ..................................................................................................... 52
2.6 Estudos realizados sobre o tema ............................................................. 54
3 Método de pesquisa .......................................................................................... 61
3.1 Estratégia de pesquisa.............................................................................. 61
3.2 Delineamento da pesquisa ....................................................................... 62
3.3 Caracterização dos objetos de estudo .................................................... 63
3.3.1 Residencial Regente ................................................................................. 67
3.3.2 Residencial Jardins da Baronesa ............................................................. 73
3.3.3 Residencial Estrela Gaúcha ...................................................................... 77
3.4 Avaliação técnica do estado de conservação ......................................... 84
3.5 Avaliação da satisfação do usuário quanto ao estado de conservação 93
4 Resultados ......................................................................................................... 95
4.1 Estado de conservação ............................................................................. 95
4.1.1 Levantamento de manifestações patológicas ......................................... 95
4.1.1.1 Residencial Regente .................................................................................. 95
4.1.1.2 Residencial Jardins da Baronesa ........................................................... 107
4.1.1.3 Residencial Estrela Gaúcha .................................................................... 113
4.1.2 Comparação com INQUALHIS ................................................................ 122
4.1.3 Influência da modalidade ........................................................................ 125
4.1.4 Influência da orientação solar ................................................................ 128
4.1.5 Influência do pavimento .......................................................................... 130
4.2 Satisfação do usuário ............................................................................. 132
4.2.1 Residencial Regente ............................................................................... 132
4.2.2 Residencial Jardins da Baronesa ........................................................... 135
4.2.3 Residencial Estrela Gaúcha .................................................................... 138
4.3 Discussões .............................................................................................. 141
5 Conclusões ...................................................................................................... 144
5.1 Sugestões para trabalhos futuros .......................................................... 146
Referências........................................................................................................... 147
Apêndices ............................................................................................................. 156
Apêndice A – Residencial Regente ..................................................................... 157
Apêndice B – Residencial Jardins da Baronesa ................................................ 158
Apêndice C – Residencial Estrela Gaúcha ......................................................... 159
1 Introdução
Este trabalho tem como objetivo principal avaliar o estado de conservação das
fachadas de habitações de interesse social do Programa de Arrendamento
Residencial de diferentes modalidades, especificamente dos estudos de caso:
24
A produção desse tipo de moradia de locação se torna muito comum pela alta
rentabilidade oferecida aos proprietários das habitações. Entretanto, a irracionalidade
capitalista da produção de habitações, o loteamento indiscriminado e a precariedade
das condições sanitárias passam a constituir séria ameaça à saúde pública. À vista
disso, o Estado liberal, durante a Primeira República, que resistia ao máximo à
interferência na esfera privada, é obrigado a intervir, atuando em três diferentes
frentes: no controle sanitário das habitações, na criação de legislação e códigos de
posturas e na participação nas obras de saneamento e urbanização das cidades
(BONDUKI, 2011).
Deste modo, devido a ameaça que os surtos epidêmicos representavam para
a economia, o controle sanitário das habitações torna-se prioridade para o governo,
realizando visitas de inspeção sanitária e desinfecções domiciliares, executadas por
sanitaristas higienistas, que examinavam e inspecionavam as habitações operárias e
cortiços. Além disso, são executadas obras de saneamento, distribuição de água e
coleta de esgoto, e passa a ser regulamentada, através da criação de legislação de
controle do uso do solo, a construção de moradias (BONDUKI, 2011).
Porém, em razão da postura repressiva do governo sobre a produção de
habitação, foi necessário estimular a produção de novas moradias pelos particulares
através da concessão de favores ao setor privado, como a isenção de impostos
municipais, e pela proposição de leis de estímulo à construção de vilas operárias, que,
28
Além disso, a moradia popular surge como condição básica de reprodução de força
de trabalho e, portanto, como fator econômico na estratégia da industrialização do
país (FARAH, 1984; BONDUKI, 1994, 2011).
Em 1937 é iniciada a produção estatal de habitação social em larga escala, na
criação das carteiras prediais dos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs), que
é seguida por outra iniciativa relevante, a Fundação da Casa Popular (FCP), em 1946
(FARAH, 1984; BONDUKI, 1994; BARBOSA, 2008).
A produção de edificações das IAPs era uma ação secundária, apenas uma
forma de garantir rentabilidade à associação no investimento de seus fundos, pois seu
objetivo principal era aplicar os recursos acumulados destinados às aposentadorias e
pensões dos associados (FARAH, 1984; BONDUKI, 2011). Dessa forma, pode-se
afirmar que a produção estatal de habitações no Brasil surgiu no princípio da
autossustentação financeira, com a utilização de fundos previdenciários, somente
para indivíduos empregados (BARBOSA, 2008).
Construiu-se, através dos institutos, uma série de conjuntos residenciais em
vários pontos do país, os quais eram, de modo geral, alugados a associados (FARAH,
1984). Porém, devido ao retorno financeiro irrisório, com os congelamentos dos
aluguéis, os IAPs passam a investir majoritariamente na produção para média e alta
renda, acabando com a ação social (BONDUKI, 1994, 2011).
Em 1942, Getúlio Vargas estabelece o congelamento dos aluguéis, através da
Lei do Inquilinato, objetivando melhores condições habitacionais aos trabalhadores,
desestímulo a produção rentista de moradia e redução da parcela do salário
comprometida com o pagamento da habitação. Dessa forma, os proprietários,
proibidos de aumentar os aluguéis, abandonam o mercado de locação habitacional
para a população de baixa renda, o que provoca escassez de habitações (BONDUKI,
2011).
Com a queda do Estado Novo em 1945, o Brasil volta a ser uma democracia
(BARBOSA, 2008). A crise habitacional estabelecida nos anos 40 torna politicamente
importante a intervenção do Estado na resolução do problema habitacional, pois
atende as demandas populares e empresariais. Devido a isso, em 1946, Eurico
Gaspar Dutra, recém-eleito, cria a Fundação da Casa Popular (FCP), o primeiro órgão
federal criado com a atribuição exclusiva de solucionar o problema habitacional, cujo
único objetivo era produzir moradia para a população de baixa renda (BONDUKI,
2011).
30
• Traço da argamassa:
o Argamassa de cimento: A camada de emboço deve ser suficientemente
elástica para evitar fissuramento e descolamento, portanto deve conter cal
e cimento em proporções adequadas.
o Argamassa de cal: A carbonatação da cal é favorecida em camadas com
pequena espessura, mas desfavorecida pela baixa porosidade dos finos.
Portanto, deve ser utilizada em proporção adequada na camada de reboco,
e na camada de emboço indica-se a utilização de argamassa de cimento e
cal.
• Processo de execução:
o Aderência à base: É essencial que existam condições de aderência do
revestimento à base, que são dependentes da rugosidade e da capacidade
de absorção da base.
o Espessura de revestimento: O descolamento de revestimento pode ser
causado devido à sua grande espessura.
o Aplicação da argamassa: O tempo de endurecimento entre a aplicação
das camadas deve ser observado para a camada superior não acompanhar
a retração da inferior, bem como deve ser evitado o alisamento intenso da
camada de reboco, pois pode impedir o fenômeno da carbonatação.
o Do tipo de pintura: A aplicação prematura da pintura pode tornar o
revestimento impermeável antes de carbonatar.
• Fatores externos:
o Umidade: A infiltração de água se manifesta por manchas de umidade
acompanhadas de eflorescência, desagregação e pulverulência.
o Expansão da argamassa de assentamento: Pode provocar fissuras
horizontais no revestimento.
Todos os fatores são importantes e quase sempre as causas de deterioração
são provenientes de associação de mais de um fator (CARASEK, 2010).
Cincotto (1988) destaca que a prevenção dos problemas de revestimento pode
ser realizada em duas frentes: a retomada de conceitos básicos sobre argamassa,
preparo, aplicação e seus materiais constituintes; implantação de uma política de
qualidade dos materiais e o julgamento de responsabilidade, do fabricante, pela má
qualidade do produto, ou do construtor, pela má utilização do material escolhido, seja
inadequação ao projeto ou erro de execução.
44
2.5.1 Umidade
2.5.1.1 Bolor
2.5.1.2 Eflorescência
Figura 5 – Eflorescência.
Fonte: Lannes (2011).
base, muito lisa, com presença de mica ou contaminada por substâncias hidrófugas
que reduzem a porosidade. Também podem ser causadas pela molhagem deficiente
da base que compromete a hidratação do cimento da argamassa, chapisco preparado
com areia fina, acabamento superficial inadequado de camada intermediária e
aplicação de camadas com resistência inadequadas interpostas (BAUER, 1997). Para
correção do problema deve ser realizada a renovação do revestimento, observando a
aderência à base, realizando o apicoamento da base, remoção da base hidrófuga e
aplicação de chapisco (CINCOTTO, 1988).
Outro tipo de descolamento é o que apresenta a desagregação e esfarelamento
da argamassa. O descolamento com pulverulência pode ser resultante do excesso de
finos no agregado, da ausência de carbonatação da cal, do traço da argamassa pobre
ou com cal excessiva ou reboco aplicado em camada muito espessa (CINCOTTO,
1988). Sendo, de acordo com Verçosa (1991), mais frequente o emprego de
argamassa fraca, sem aglomerante suficiente para colar todos os grãos do agregado.
Bauer (1997) acrescenta algumas outras causas recorrentes, como a utilização da
argamassa após o tempo de pega do cimento, hidratação inadequada do cimento e a
execução da pintura antes de ocorrer a carbonatação da cal. Cincotto (1988)
recomenda a renovação da camada de reboco, porém Verçosa (1991) aponta que é
possível no início corrigir o esfarelamento com a aplicação de vernizes de alta
coletividade, caso o descolamento não apareça nas camadas mais profundas.
2.5.4 Sujidade
Figura 9 – Sujidade.
Fonte: Silva (2016).
Resende (2004) afirma que a ação dos diferentes tipos de agentes pode
provocar deterioração dos sistemas do edifício, principalmente do revestimento das
fachadas. Visto que, para Teles (2010), o revestimento de argamassa das fachadas
atua como uma camada de sacrifício para proteger a alvenaria.
A poluição atmosférica pode ser considerada uma das principais responsáveis
pelo aparecimento de sujidades em fachadas de edifícios, principalmente nas grandes
metrópoles e centros industriais (RESENDE, 2004). Partículas de carbono superfinas,
principalmente de queima de combustíveis fósseis se depositam nos revestimentos
(TELES, 2010).
De acordo com Bauer (1997), é muito comum o recobrimento por pó, fuligem e
partículas contaminantes dos revestimentos externos de edificações, e os fatores que
contribuem para o manchamento das fachadas por contaminação atmosférica são:
ação dos ventos, chuvas e temperatura, textura e porosidade do revestimento, bem
como a forma e a cor da fachada. Resende (2004) afirma que fachadas que recebem
maior quantidade de chuva possuem maior aderência das sujidades e
desenvolvimento de microrganismos.
Carvalho (2014) destaca que o acúmulo de sujidades ou materiais orgânicos
nas superfícies facilita o desenvolvimento de vegetação parasitária e fungos. Guerra
(2012) aponta que microrganismos, como fungos e algas, crescem se utilizando da
sujeira acumulada, e mesmo não afetando o desempenho dos materiais resultam em
manchas na superfície que provocam uma aparência desagradável.
A estratégia a ser adotada como intervenção e manutenção das fachadas é
manter limpas as trincas, reentrâncias, cantos de paredes, superfícies lisas,
54
Richter 2007 Dissertação Análise da confiabilidade e da Constatou que o diagnóstico de manifestações patológicas Rio Grande do
de mestrado conformidade da alvenaria percebidas pelo usuário é diferente do percebido pelo pesquisador. Sul - Canoas,
estrutural em habitações de Principais manifestações patológicas identificadas: fissuras Novo Hamburgo,
interesse social mapeadas, umidade e fissuras. Foi constatada que a maioria das Santa Maria e
manifestações patológicas possui mais de uma causa e que a Pelotas
ineficácia pode estar relacionada ao controle de qualidade da
alvenaria ineficiente pela empresa construtora e pela CAIXA.
Foram identificadas barreiras de melhoria no processo construído
de alvenaria estrutural em empreendimentos habitacionais de baixa
renda, são eles: falta de qualificação das empresas, ineficácia dos
sistemas de qualidade das empresas, falta de treinamento de mão
de obra e falhas no processo de avaliação da qualidade da CAIXA.
Alexandre 2008 Dissertação Análise das manifestações Foi observado que cada ocorrência de falha pode estar relacionada Rio Grande do
de mestrado patológicas de habitações de a múltiplas causas, sejam elas provenientes de projeto, execução, Sul - Porto
interesse social executadas nos materiais ou falhas gerenciais. Através da identificação das Alegre, Esteio,
em alvenaria estrutural com o principais causas de falhas no processo de construção foi Santa Maria,
objetivo de desenvolver um sistematizado um conjunto de recomendações técnicas na fase de Canoas, Passo
método para analisar as projeto, execução e algumas ações gerenciais. Também foram Fundo, Pelotas,
relações causa e efeito entre sistematizadas boas práticas adotadas pelas empresas Gravataí e
fissuras de empreendimentos construtoras analisadas. Garibaldi
do PAR.
56
Carraro 2010 Dissertação Análise de manifestações Maior incidência de manifestações patológicas de fissuras e trincas, Minas Gerais -
de mestrado patológicas no pós-obra de seguida por descolamento de revestimento, irregularidades de Uberlândia
habitações de interesse acabamento e umidade. Foram identificadas possíveis causas da
social ocorrência das manifestações patológicas nas unidades do
conjunto habitacional, são elas: projeto com falhas ou falta de
detalhamento, memoriais incompletos e ausência de assistência
aos moradores.
Braga 2010 Dissertação Análise da degradação das Aparecimento de manifestações patológicas dos três conjuntos Pernambuco –
de mestrado fachadas em conjuntos habitacionais é decorrente do projeto, execução e qualidade dos Recife
habitacionais materiais. Foi constatado que o projeto detalha e especifica os
materiais de construção, que, no caso dos revestimentos externos,
devem ser compatíveis com o ambiente no qual ficarão expostos.
O acompanhamento da obra é de suma importância para elevar a
qualidade.
Costa 2010 Dissertação Manifestações patológicas Foi constatado que as fissuras foram a manifestação patológica Minas Gerais -
de mestrado em edificações do PAR mais encontrada, causada por falta de contravergas, por presença Belo Horizonte
de umidade nas paredes, por deformações excessivas da estrutura
ou por dilatação térmica da laje. Também foi observado a presença
de umidade vinda do solo e do telhado por falta de
impermeabilização dos baldrames e por falta de manutenção dos
telhados.
Antunes 2011 Dissertação Análise de manifestações Foi verificado que problemas mais comuns foram umidade e Santa Catarina –
de mestrado patológicas em edifícios de fissuras e que a maioria das manifestações patológicas poderiam Criciíuma,
alvenaria estrutural com ter sido prevenidas durante a fase de projeto. As fissuras foram Joinville e
blocos cerâmicos em ocasionadas principalmente devido a movimentação térmica da laje Jaguará do Sul
empreendimentos de de cobertura e pela inexistência ou má execução das vergas e
interesse social de Santa contravergas. As manchas de umidade foram ocasionadas pela
Catarina impermeabilização deficiente das vigas de baldrame. Foi
constatado que deve haver controle mais rigoroso dos projetos pela
CAIXA para financiamentos de empreendimentos.
Weber 2012 Tese de Estudo acerca da gestão da Foi constatado um elevado grau de insatisfação dos moradores Rio Grande do
doutorado operação e manutenção de com o trabalho das empresas administradores, os custos Sul – Canoas,
empreendimentos condominiais e com o atendimento das solicitações dos moradores. Cachoeirinha,
habitacionais de interesse Porto Alegre,
social, utilizando como Novo Hamburgo
estudo de caso um conjunto
do PAR.
57
Vidal 2012 Dissertação Avaliação de manifestações Verificou que os conjuntos analisados possuem alguma São Paulo -
de mestrado patológicas em conjuntos manifestação patológica oriunda de problemas de fundações. Bauru
habitacionais, com enfoque Também foi observada irregularidades na cobertura.
em anomalias de fundações
e de coberturas, em Bauru -
SP
Waldhelm 2014 Dissertação Manifestações patológicas As construções avaliadas apresentaram baixa qualidade final, Paraná –
de mestrado em unidades habitacionais de decorrentes de problemas de projeto, execução e manutenção, Londrina
baixo padrão em Londrina - porém que não comprometem a segurança dos usuários. Foram
PR propostas diretrizes para etapas de projeto, execução e uso, como
por exemplo que as agências financiadoras sejam mais exigentes
nos requisitos de desempenho e incentivar, através de políticas
públicas, a cultura de preservação e manutenção dos bens.
Mattos 2015 Dissertação Manutenção e desempenho Nos empreendimentos do estudo, a maioria das solicitações de Minas Gerais –
Junior de mestrado de habitações de interesse manutenção dos usuários referem-se às instalações hidráulicas, Juiz de Fora
social seguida por manutenção de telhado e pintura dos residenciais
recém construídos.
Berr 2016 Tese de Desenvolvimento de uma Foi constatado que as áreas condominiais representam uma Rio Grande do
doutorado metodologia de avaliação grande demanda de solicitações de reparos para os moradores, Sul – Pelotas,
sistemática da qualidade de pois a ausência de manutenção e as dificuldades de gerenciar Rio Grande, São
empreendimentos implicam ao empreendimento um mau aspecto. Observou-se Leopoldo, Porto
habitacionais de interesse também que o morador percebe a entrevista como uma Alegre, Sapucaia
social, baseado em uma oportunidade de apresentar ao técnico as suas preocupações do Sul, Canoas e
análise técnica dos edifícios e acerca da qualidade do empreendimento. Portão
na percepção dos
moradores.
Abrahão 2017 Dissertação Investigação, através da Foi constatado que as moradias apresentam problemas que Paraná – União
de mestrado avaliação pós-ocupação, poderiam ser solucionados com a adoção de padrões de qualidade da Vitória
questões voltadas à mais rigorosos. A APO permitiu identificar pontos vulneráveis ao
qualidade urbana, a unidade bem-estar do usuário, traçando recomendações de curto, médio e
habitacional, ao conforto longo prazo para o objeto de estudo, a fim de contribuir com a
ambiental e a satisfação do qualidade do habitar.
usuário de conjuntos
habitacionais do PMCMV.
Perini 2017 Dissertação Estudo das manifestações Verificou a incidência de manifestações patológicas em oito Minas Gerais –
de mestrado patológicas em Habitação de residenciais nas alvenarias, coberturas, revestimentos de paredes, Uberlândia
Interesse Social construídas pintura, entre outros. Também foi observado que a falta de projeto
em alvenaria de blocos mais detalhado, uso de materiais de baixa qualidade e possíveis
falhas na mão de obra pela deficiência no gerenciamento da
58
Revisão bibliográfica
Estudos de caso
Avaliação Pós-Ocupação
Aplicação de formulários
PLAYGROUND
A
EIR
ND
BA
O
INT
LP
AE
AF
AR
RU
BLOCOS 4, 5 e 6
Figura 26 - Marcação dos acessos aos blocos em cinza claro do Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
PLAYGROUND
QUADRA DE ESPORTES
BLOCOS 5, 6 e 7
SALÃO DE FESTAS
QUADRA DE ESPORTES
ESTACIONAMENTOS
BLOCOS 1, 2, 3 e 4 ESTACIONAMENTOS
PLAYGROUND
ESTACIONAMENTOS
ACESSO
Figura 34 - Quadras de esportes e salão de festas ao fundo do terreno do Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
Figura 35 - Marcação dos acessos aos blocos em cinza claro do Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
82
Figura 37 - Detalhe da laje de cobertura do acesso dos blocos do Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
83
Conforme realizado por Silva (2016), para análise dos dados foram conferidos
pesos para as respostas dos usuários. Para obter o grau de visibilidade do usuário em
relação a cada manifestação patológica foram colocados pesos para cada resposta,
para “muito” foi utilizado peso 4, para “mais” peso 3, para “mais ou menos” peso 2 e
para “menos” peso 1, resultando na porcentagem de relevância de cada dano para o
morador. A fim de obter a porcentagem da necessidade das ações de manutenção
por ordem de prioridade, os pesos foram para “mais” peso 3, para “mais ou menos”
peso 2 e para “menos” peso 1. Por fim, para o cálculo da satisfação, foi atribuído para
“bom” peso 3, “razoável” peso 2 e “ruim” peso 1, obtendo-se a porcentagem de cada
categoria.
4 Resultados
8%
10% Fissuras/Trincas
Descolamento
53% Umidade
29%
Sujidade
1200
1000
800
Incidências
600
1048
400
698 695
200 478 458 456
270 274
60 144 132 113
0
As fissuras horizontais nas arestas vivas das paredes, ilustrada na Figura 49,
foram o tipo de fissuras de maior incidência no residencial, um total de 1048
incidências.
Figura 49 - Fissuras horizontais nas arestas vivas das paredes no Residencial Regente
Fonte: Autora.
Thomaz (1988), os casos mais frequentes de trincas por recalque diferencial ocorrem
em edificações assentadas sobre seções mistas, de corte e aterro, conforme ilustrado
na Figura 53.
2000
F12 - Mapeada
1800
F11 - Inclinada aleatória
1600 F10 - Inclinada no canto das janelas
F7 - Vertical aleatória
1000
F6 - Vertical em cima da viga de
800 fundação
F5 - Vertical próxima a paredes
internas
600 F4 - Horizontal nas arestas vivas das
paredes
400 F3 - Horizontal aleatória
1400
1200
1000
Incidências
800
600 1294
977
400
200 445
0 0
D1 - D2 - D3 - D4 - Furos
Descolamento Descolamento Descascamento
em placas com de pintura
pulverulência
2500
2000
156 D4 - Furos
Incidências
1500
D3 - Descascamento de
919 pintura
900
800
700
Incidências
600
500
400
300
200
100 856 0 70 25 3
0
U1 - Fungo U2 - U3 - Musgo U4 - Limo U5 -
Empolamento Vegetação
parasitária
600
500 3
24
40
400 U5 - Vegetação parasitária
Incidências
U4 - Limo
300
U3 - Musgo
429 U2 - Empolamento
200
U1 - Fungo
100 1
152 140 112
0
1º pav. 2º pav. 3º pav. 4º pav.
Nota-se maior incidência de fungo no pavimento térreo, que pode ser justificada
pela incidência de umidade próximo ao chão por respingos ou também por ascensão
de umidade por capilaridade, além da menor incidência solar por possíveis
sombreamentos. A incidência de fungos no térreo está apresentada na Figura 63.
600
500
400
Incidências
244
300 S1 - Sujidade
S2 - Corrosão
200
250 33
100
19 15
100 68 66
0
1º pav. 2º pav. 3º pav. 4º pav.
6%
9%
Fissuras/Trincas
Descolamento
20%
Umidade
65% Sujidade
1200
1000
800
Incidências
600
1110
400 827 889
643
200 474
365
204 169 177
107 89 72
0
1800
F12 - Mapeada
1600 F11 - Inclinada aleatória
1000
900
800
700
Incidências
600
500
400 889
300
200 415
100 295
0 0
D1 - D2 - D3 - D4 - Furos
Descolamento Descolamento Descascamento
em placas com de pintura
pulverulência
Figura 71 - Incidência por tipo de descolamento de revestimento no Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
110
800
700
120 D4 - Furos
600
Incidências
500 D3 - Descascamento de
400 295 pintura
300 109 D2 - Descolamento com
75
pulverulência
200
273 109 D1 - Descolamento em
100 238 246
placas
88
0 8 7 7
1º pav. 2º pav. 3º pav. 4º pav.
Figura 72 - Descolamento de revestimento por pavimento no Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
600
500
Incidências
400
300 562
200
100
0 48 59
0 0
U1 - Fungo U2 - U3 - Musgo U4 - Limo U5 -
Empolamento Vegetação
parasitária
Figura 74 - Incidência por tipo de umidade no Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
350
300 U5 - Vegetação
59 parasitária
250 U4 - Limo
Incidências
48
200
197 U3 - Musgo
150
100 U2 - Empolamento
111 117
92
50 U1 - Fungo
0
1º pav. 2º pav. 3º pav. 4º pav.
.
Figura 77 - Fungos no pavimento térreo do Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
250
200
Incidências
150
180 S1 - Sujidade
100 S2 - Corrosão
47 28
50 42
42 37 52
29
0
1º pav. 2º pav. 3º pav. 4º pav.
Figura 78 - Sujidade por pavimento no Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
15%
24% Fissuras/Trincas
Descolamento
29% Umidade
32% Sujidade
250
200
Incidências
150
227
100
164
143 135
50 87 80 76
60
35 19 18
0 14
300
F12 - Mapeada
F7 - Vertical aleatória
150
F6 - Vertical em cima da viga de
fundação
F5 - Vertical próxima a paredes internas
100
F4 - Horizontal nas arestas vivas das
paredes
F3 - Horizontal aleatória
50
F2 - Horizontal entre janelas
1000
900
800
700
Incidências 600
500 947
400
708
300
200 480
100 18
0
D1 - D2 - D3 - D4 - Furos
Descolamento Descolamento Descascamento
em placas com de pintura
pulverulência
Neste conjunto, observa-se que a incidência de furos (D4), causados pela ação
do homem na instalação de equipamentos na fachada, é o tipo de manifestação de
descolamento de revestimento de maior incidência no Residencial Estrela Gaúcha,
ilustrado na Figura 83, ultrapassando a incidência de descolamento de revestimento
(D1) ou de pintura (D3). Também é observado a incidência de descolamento com
empolamento (D2), ainda que pouco significativa, e que não foi observada nos
conjuntos anteriores.
1400
1200
248
D4 - Furos
1000
Incidências
2500
2000
Incidências 1500
1000
500
2080 16 92 32 117
0
U1 - Fungo U2 - U3 - Musgo U4 - Limo U5 -
Empolamento Vegetação
parasitária
1000
900
800 117
32
700 82
16 U5 - Vegetação parasitária
Incidências
600
U4 - Limo
500
U3 - Musgo
400 U2 - Empolamento
300 623 U1 - Fungo
200 393 343 310 349
100
0
1º pav. 2º pav. 3º pav. 4º pav. 5º pav.
localizar em meio a terrenos não utilizados com uma extensa vegetação, ilustrada na
Figura 90, como também pela circulação principal de acesso aos blocos ser rente as
fachadas dos mesmos.
1000
900
800
700
Incidências
600
500 S1 - Sujidade
877
400 S2 - Corrosão
300
200
198 155
100 92 84
47 66 83 67 73
0
1º pav. 2º pav. 3º pav. 4º pav. 5º pav.
6000
5082
5000 Fissuras e trincas
Incidências 4000
Descolamento de
2716 revestimento
3000
Umidade
2000
954
1000 452 Sujidade
446 797
56
0 0
INQUALHIS ATUAL
6000 5126
5000 Fissuras e trincas
Incidências
4000
Descolamento de
3000 revestimento
2500 2337
2153
2000 Fissuras e trincas
1768
Incidências
1500 Descolamento de
1058 revestimento
1000 Umidade
500 Sujidade
140
52
0 20 0
INQUALHIS ATUAL
Figura 97 - Comparativo da incidência de manifestações patológicas do levantamento atual com o
levantamento INQUALHIS do Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
4
3,39
3,5
Incidência por m²
3
2,32
2,5 Regente
2
Jardins da Baronesa
1,5 1,02
Estrela Gaúcha
1
0,29
0,5 0,23
0 0,03
INQUALHIS ATUAL
Figura 98 - Comparativo entre a incidência por metro quadrado nos três conjuntos habitacionais dos
dois levantamentos
Fonte: Autora.
4
3,5
Incidências por m²
3 3,39
2,5
2 2,32
1,5
1
0,5 1,02
0
Regente Jardins da Estrela Gaúcha
Baronesa
2,5
2
Incidências por m²
1,5
Regente
1 Jardins da Baronesa
Estrela Gaúcha
0,5
0
Fissuras e Descolamento Umidade Sujidade
trincas
Figura 100 - Incidência por classificação de manifestações patológicas por metro quadrado
Fonte: Autora.
4
Incidências por m² 3,5
3
2,5
2 Estrela Gaúcha
1,5 Jardins da Baronesa
1 Regente
0,5
0
Fissuras e Descolamento Umidade Sujidade
trincas
2,5
2
Incidência por m²
0
Regente Jardins da Estrela Gaúcha
Baronesa
Figura 102 – Incidência por conjunto de manifestações patológicas por metro quadrado
Fonte: Autora.
1,6
1,4
1
Descolamento de
0,8 revestimento
Umidade
0,6
0,4 Sujidade
0,2
0
SO NE NO SE
Figura 103 - Incidência de manifestações patológicas por metro quadrado em cada orientação solar
no Residencial Regente
Fonte: Autora.
3,5
3
Incidências por m²
2,5 Fissuras e trincas
2 Descolamento de
revestimento
1,5 Umidade
1 Sujidade
0,5
0
SO NE NO SE
Figura 104 - Incidência de manifestações patológicas por metro quadrado em cada orientação solar
no Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
0,5
0,4
Fissuras e trincas
Incidências por m²
0,3 Descolamento de
revestimento
0,2 Umidade
Sujidade
0,1
0
SO NE NO SE
Figura 105 - Incidência de manifestações patológicas por metro quadrado em cada orientação solar
no Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
130
9
8
7
Incidências por m²
6
5 Estrela Gaúcha
4 Jardins da Baronesa
3 Regente
2
1
0
SO NE NO SE
Figura 106 - Incidência de manifestações patológicas por metro quadrado por orientação solar nos
três conjuntos
Fonte: Autora.
5000
4500
4000
Sujidade
3500
Incidências
3000
2500 Umidade
2000
1500 Descolamento de
1000 revestimento
500 Fissuras e trincas
0
1 2 3 4
Pavimento
3000
2500
Sujidade
2000
Incidências
1500 Umidade
1000 Descolamento de
revestimento
500
Fissuras e trincas
0
1 2 3 4
Pavimento
4000
3500
3000 Sujidade
Incidências
2500
2000 Umidade
1500
Descolamento de
1000 revestimento
500
Fissuras e trincas
0
1 2 3 4 5
Pavimento
Figura 109 - Incidência de manifestações patológicas por pavimento no Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
132
18 17
16
14 13
12 11 11
Moradores
10 9 9 Muito
8 8 8 Mais
8 7
6 Mais ou Menos
6 5 Menos
4 3
2 2
2 1
0
Umidade Fissuras e Descolamento Sujidade
Trincas
Umidade
23%
30% Fissuras e
trincas
16% Descolamento
31% Sujidade
25
21
20
15 15
Moradores
15 14
Mais
10 8 Mais ou menos
7 7
Menos
5
1 2
0
Lavagem Pintura Reparo no
revestimento
Lavagem
34%
40%
Pintura
Reparo no
revestimento
26%
Para finalizar, foi requerido aos moradores que avaliassem a situação atual dos
prédios. As respostas estão mostradas na Figura 114.
0%
33% Boa
Razoável
67% Ruim
20
18
18
16
14
14
Moradores
12 11
10 Muito
10 9 Mais
8 8 8
8 7 7 Mais ou Menos
6
6 5 Menos
4 3 3
2
2 1
0
Umidade Fissuras e Descolamento Sujidade
trincas
Figura 115 - Manifestação patológica mais relevante no Residencial Jardins da Baronesa.
Fonte: Autora.
Umidade
sua maior parte fica na fachada de fundos do Edifício A, portanto não é visualizada
pela maioria dos moradores.
Sobre a manutenção das fachadas, todos os respondentes consideraram ações
necessárias de manutenção, inclusive os que não haviam reparado nos problemas.
Porém, 70% nunca realizaram algum tipo de reclamação com a imobiliária sobre os
problemas das fachadas. Os moradores foram perguntados qual manutenção, entre
lavagem, pintura e reparo no revestimento, eles achavam mais necessário. As
respostas estão na Figura 117.
25
22
20
16
Moradores
15 13 13
Mais
10
10 Mais ou menos
7
6 Menos
5
2
1
0
Lavagem Pintura Reparo no
revestimento
Lavagem
36% 42%
Pintura
Reparo no
revestimento
22%
Para finalizar, foi requerido aos moradores que avaliassem a situação atual dos
prédios, onde as respostas estão mostradas na Figura 119.
0%
30% Boa
Razoável
70% Ruim
Figura 119 - Avaliação da situação atual dos prédios do Residencial Jardins da Baronesa
Fonte: Autora.
20 19
18
16
14 13
Moradores
12 11 Muito
10
10 9 9 Mais
8 7 7 7 7 7 Mais ou Menos
6
6 Menos
4 3 3
2 1 1
0
Umidade Fissuras e Descolamento Sujidade
trincas
Figura 120 - Manifestação patológica mais relevante no Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
Umidade
23% Fissuras e
34%
trincas
18% Descolamento
25% Sujidade
18
16
16
14 13 13
12
12
Moradores
10 10
10 Mais
8 7
Mais ou menos
6 5
4 Menos
4
2
0
Lavagem Pintura Reparo no
revestimento
Figura 122 - Necessidade das ações de manutenção do Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
Lavagem
35% 38%
Pintura
Reparo no
27% revestimento
Para finalizar, foi requerido aos moradores que avaliassem a situação atual dos
prédios, estando as respostas mostradas na Figura 124.
141
7%
40% Boa
Razoável
53% Ruim
Figura 124 - Avaliação da situação atual dos prédios do Residencial Estrela Gaúcha
Fonte: Autora.
25
21
20
20
16
Moradores
15 Regente
12
10 Jardins da Baronesa
10 9
Estrela Gaúcha
5
2
0 0
0
Boa Razoável Ruim
Tal fato pode ser justificado por ser o conjunto habitacional com menor
incidência de manifestações por metro quadrado.
4.3 Discussões
4 45
Porcentagem de satisfação
3,5
3 35
30
2,5
25
2
20
1,5
15
1 10
0,5 5
0 0
Regente Jardins da Estrela Gaúcha
Baronesa
Nota-se que o conjunto com maior insatisfação com a situação atual das
fachadas dos prédios é o conjunto com maior incidência de manifestações patológicas
por metro quadrado.
De acordo com Reis e Lay (2010), a avaliação da aparência das edificações
pode ser afetada pelo nível de manutenção do conjunto. O grande número de
moradores insatisfeitos de um conjunto habitacional pode ser explicado pela falta de
conservação dos prédios, sem pintura, com queda de reboco ou existência de
rachaduras, que denota problemas estruturais.
Medvedovski (2010) comenta que a unidade habitacional é um sistema
complexo que agrega bens e serviços, portando não basta a casa ser entregue ao
usuário final, deve ser operada e mantida adequadamente.
A incidência de manifestações patológicas nos revestimentos das fachadas
externas, mesmo que originadas no projeto ou execução, podem ser solucionadas
com atividades de manutenção, como reparo, lavagem e pintura. Agravada pelo fato
que segundo Uemoto (1988), todas as pinturas se deterioram rapidamente ao longo
do tempo e sua durabilidade está ligada ao tipo da tinta, do substrato e à exposição a
qual é submetida e presença de agentes biológicos, como fungos, algas, mofo e limo,
agrava a deterioração da pintura.
Porém, segundo Sanches e Fabricio (2009) é crítica a execução de ações de
143
Referências
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RUFINO, M. B. C. Minha Casa, Minha Vida...E a cidade? Avaliação do Programa
Minha Casa, Minha Vida em 6 estados brasileiros. Rio de Janeiro: Letra Capital,
2015.
CIB, Building pathology: a state-of-the-art report. Delft: CIB Report, CIB W86,
June1993. 93p. (Publication 155).
MELO, M. A. The state, the housing question and policy formation in Brazil
(1937-1975). London: Thesis submitted to the University of Sussex, 1987.
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RIPPER, E. Como evitar erros na construção. São Paulo: Editora PINI, 1985.
ZUO, J.; ZHAO, Z. Green building research–current status and future agenda: A
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156
Apêndices
157