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“Agradeço ao Senhor por este livro.

Esta mensagem foi extremamente proveitosa em minha


própria vida. Bens, Riquezas & Dinheiro não é uma rápida visão dos princípios básicos
de finanças. Pelo contrário, é uma jornada inspiradora e profimda através das Escrituras.”
-John Dawson
“Bens, Riquezas & Dinheiro é uma leitura obrigatória para aqueles que realmente
querem ver o Seu Reino vir e Sua Vontade ser feita na terra assim como é feita nos céus!”
- Bispo Eddie Long
“Este livro veio na hora certa! Ele é sem dúvida o melhor estudo que eu já vi sobre
os princípios básicos de finanças pessoais baseados no Reino.”
- Dennis Peacocke

Bens, Riquezas & Dinheiro é uma oportunidade única


de leitura revelando os Princípios Bíblicos de Finanças
através da inspiração e sabedoria dada a Craig Hill e Earl
i Pitts. Craig e sua esposa, Jan, moram próximo a Denver,
^ Colorado, EUA, e são líderes do ministério da Family
ÍW Foundations International. Craig é um ministrador ungido
' e mestre da palavra que tem escrito vários livros. Earl e
sua esposa, Dorothy, moram
em Cambridge, Ontário,
Canadá. Earl tem ensinado finanças e seminários sobre
negócios cristãos desde 1984 em todos os continentes.
Craig e Earl há muitos anos são amigos e trabalham jun­
tos. Encontraram-se pela primeira vez através do minis -
tério Jovens Com Uma Missão nos anos 80. Agora os dois
se associaram em co-autoria deste estudo singular cheio
de revelações práticas e espirituais que mudarão para
sempre seus pontos de vista e seu comportamento finan-

FAMILY
f OUNDATtO/vs
B ens, R iquezas &
D inheiro
P r in c íp io s B íb l ic o s de F in a n ç a s

P or
C raig H ill

E arl P itts
ii Bens, Riquezas & Dinheiro
C opyright © 2001 por C raig S. H ihl/E arl P itts
ISBN N úmero:1 -881189-07-4

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser


reproduzida, guardada pelo sistema “retrieval” ou transmitida de qualquer m odo ou
p or qualquer outro meio, seja este mecânico, de fotocópia, eletrônico, de gravação,
ou outros, sem prévia autorização, por escrito, dos autores.

Todas as citações bíblicas são extraídas de:

Bíblia Sagrada —Nova Versão Internacional. (NVI) Tradução Comissão de


Tradução da Sociedade Bíblica Internacional —São Paulo, Ed Vida, 2000.

A Bíblia Sagrada —Tradução João Ferreira de Almeida. Ed. Contem porâ­


nea, (EC) Impresso nos Estados Unidos da América, Ed. Vida, 1991.
a
A Bíblia Viva —(BV) Associa ção Religiosa Editora Mundo Cristão, 5 edição.
São Paulo. Ed. Mundo Cristão, 1989.

A Bíblia Sagrada. Tradução João Ferreria de Almeida. Ed. Revista e Corrigida


a
(RC), 18 edição —Rio de Janeiro, Imprensa Bíblica Brasileira, 1985.

The Amplified Bible (Amplificada), Zondervan Bible Publishers, 1965, 12 th


Printing. 1975.

T ’itulo Original: Wealth, Riches <&Money

Tradução: Diana Fontes

Tradução dos Versículos da Bíblia Amplificada Inglesa: Allan H. McLeod

Revisão: Sharon Reece eMaria Alice Marques

Capa: Counterpoint Design (www.counterpointdesign.com)

I a Edição no Brasil —2002


Im pressão e Acabamento:
Bless Gráfica e Editora Ltda.
Rua Humberto Polízio, 173 - Centro
CEP 17580-000 - Pom péia - SP - Brasil
Fone: (0**14) 452-2799 - e-mail: bless@ terra.com .br
03 04 05 06 12 11 10 9 8 6 5 4 3 2 1
PREFÁCIO

Agradeço a Deus por este livro. Esta mensagem foi extrema­


mente proveitosa para minha própria vida. Eu tenho servido como
missionário por trinta anos e já trabalhei como gerente de alguns em­
preendimentos. Durante este período tenho aprendido... e esquecido
muitas lições. E imperativo que eu redescubra uma compreensão com­
pleta deste assunto a fim de instruir meus filhos à medida que eles se
tornam adultos e assumem responsabilidade por suas próprias finan­
ças. Obrigado a vocês, Craig e Earl, por sintetizarem todo o conselho
de Deus neste assunto em um poderoso ensinamento.
Bens, Riquezas e Dinheiro, não é uma rápida visão dos princípios
básicos de finanças. Pelo contrário, é uma inspiradora e profunda jor­
nada através das Escrituras, incluindo uma análise da dinâmica espiri­
tual nos reinos não visíveis. Expõe-se o espírito de Mamom, um
dominador demoníaco que tenta manipular as atitudes humanas em
relação ao dinheiro.
Nós sabemos que o dinheiro é apenas um receptor de bens e
serviços cedidos e que foi criado pela cultura humana para a troca.
Este receptor é o que nós recebemos em troca dos nossos produtos
ou tempo, sendo nem bom nem ruim em si mesmo. Contudo, os
autores mostram que uma reverência idólatra ao poder do dinheiro se
torna um engano escravizador.
A busca do dinheiro tem se tornado-se um princípio que or­
ganiza a sociedade e um fator que determina as decisões familiares e
IV

pessoais. Este sistema de pensamentos e hábitos é tão forte que é


impossível vencer seu poder sem a renovação das nossas mentes e a
capacitação do Espírito Santo. Nós precisamos de muita ajuda de
mestres que possam abrir as Escrituras para nós e nos ensinar como
viver.
Craig e Earl exploram o forte contraste entre o Reino de Deus
e o domínio das trevas e seu relacionamento com as finanças. Mostram
que o princípio básico na economia de Deus é dar e receber ao invés
de comprar e vender.
E sse p rin c íp io e as v e rd a d es que o aco m p an h am
revolucionarão a sua vida à m edida que você entender e aplicar o que
a Bíblia realmente ensina.
Cheio de sabedoria prática que flui da profunda compreensão
do caráter de Deus, o texto tanto constrói a fé quanto concede
conhecimento. Estes dois homens são verdadeiramente amigos de
Deus, líderes cristãos maduros, que constantemente nos lembram de
que a n o ssa provisão b ásica é dada pelo nosso Pai C elestial,
simplesmente porque Ele nos ama. Ótimas histórias, ensinamento
bíblico claro, um testem unho pessoal honesto tornam este livro
acessível a todos. Eu o usarei como uma forma de ensinar meus filhos,
mas serviría também como m aterial de um seminário para executivos
ou liderança de uma igreja.
John Damon
Fundador da International Reconciliation Coalition
Los Angeles, 2001.
APRESENTAÇAO

Dentro do plano da criação de Deus, a igreja deveria ser um


agente divino; nós fomos chamados e criados para manifestar Sua
glória na Terra. Embora nós sejamos chamados a tornar o evangelho
do Reino relevante a todas as áreas da vida, nós agimos de forma
contrária. Os círculos de moralidade, família, espiritualidade pessoal,
e interação social são bem conhecidos dos filhos de Deus, e nós nos
sentimos confortáveis seguindo os padrões normais de nossa época.
E m bo ra nos co n fo rm em o s às reg ras so ciais, tem o s falhado
grandemente como representantes do Reino.
O local de trabalho, a vida civil,negócios e finanças são vistos
como áreas onde o Corpo de Cristo deveria se calar. Nós nos confor­
mamos às regras sociais sem procurar a perspectiva do Reino de Deus.
A grande comissão, claramente definida por Jesus, tem se tor­
nado confusa e dispersa porque nós não estamos ativamente envolvi­
dos como catalizadores para levar os recursos do mundo para o siste­
ma do Seu Reino. Contudo, nós esperamos ganhar o mundo sem falar
a sua linguagem ou entender os princípios que governam seu sistema.
As igrejas estão cheias de dívidas e pagam juros exorbitantes
que inevitavelmente financiam os reinos deste mundo. Nós temos
congregações se afogando em dívidas e lutando mês a mês tentando
determinar como, e se, conseguirão sustentar a igreja local. N a verdade,
nós criamos várias gerações de escravos que estarão constantemente
oprimidos pelo sistema econômico do mundo.
VI

Existe uma clara voz no meio deste caos dizendo que nós
podemos ser educados a fim de mudar o mundo de finanças. Estes
autores crêem que nós podemos tratar fielmente, aprender a gerenciar
finanças e crescer até obtermos a compreensão da função do dinheiro
no Reino.
Earl Pitts e Craig Hill, através de seu livro Bens, Riquezas e Di­
nheiro iluminam o leitor pela discussão de verdades básicas que relaci­
onam o mundo das finanças, seus princípios, o propósito de Deus
para elas, e como as finanças do mundo podem ser convertidas para o
uso em Seu Reino. Bens, Riquezas e Dinheiro é uma leitura obrigatória
para aqueles que desejam que o Seu Reino venha e que Sua vontade
seja feita na Terra assim como é feita nos céus!
Maravilhado pela Sua Graça,
BispoE ddieE. Eong
Pastor Titular
New Birth Cathedral
Lithonia, Geórgia

Se há um fundo de verdade no antigo ditado “O tempo é


tudo” então, esta obra literária do E arl P itts e C raig H ill será
grandemente abençoada por Deus e muito bem recebida por cristãos
de todos os lugares.
Este livro chegou na hora certa! Ele é sem dúvida o melhor
estudo que eu vi dos princípios básicos de finanças pessoais baseadas
no Reino. Ele é “leitura obrigatória” para as pessoas que querem aben­
çoar a Deus e aos outros, com a forma de conduzirem suas vidas e
finanças.
Dennis Peacocke
REUILD
Santa Rosa, Califórnia
Ter dinheiro pode ou não ser importante para você, mas apren­
der como m anusear aquele que você tem, deve ser importante. O
dinheiro não vem com um manual de instruções. Todos têm sua própria
opinião a seu respeito. Todos os dias, milhares de pessoas boas, honestas
e trabalhadoras se preocupam com dinheiro. A verdade é que Deus
não quer que nos preocupemos com dinheiro, mas apenas que sejamos
bons mordomos no seu uso. Quando nossa mente está focalizada em
problemas de dinheiro, é impossível nos concentrarmos no nosso
próprio propósito, e em ajudar os outros.
Você não pode vencer um jogo sem conhecer as regras. De­
pois de 10 anos no mercado financeiro servindo os outros, eu pensava
que tinha aprendido todas as regras de finanças pessoais, mas desco­
bri que existe um ponto de vista muito mais amplo. Os princípios
abordados neste livro não são respostas que vão consertar rapida­
mente os problemas financeiros, mas ao invés disso, mostram uma
nova perspectiva de finanças para todos. Se você estiver passando por
dificuldades financeiras, aprenderá como achar a raiz causadora de
seus problemas, como corrigi-los e alcançar liberdade financeira. Para
aqueles que têm bastante recursos financeiros e ainda sentem que seu
dinheiro os controla, esta nova filosofia econômica de gerenciamento
lhes dará paz ao coração.
Existem centenas de livros disponíveis sobre finanças pesso­
ais. Eu já li todos e você também deveria lê-los, mas eu lhe recomendo
a começar por este!
Robert Weinhardt
Analista Financeiro Pessoal
Vice-Presidente Regional
Cambridge, Ontário, Canadá
XI

ÍNDICE

PREFÁCIO..........................................................................................................................III
APRESENTAÇÃO...............................................................................................................V
ÍNDICE...............................................................................................................................XI
INTRODUÇÃO............................................................................................................... XIII
PARTE UM: EQUILÍBRIO NA SABEDORIA FINANCEIRA......................................1
CAPÍTULO 1 O PODER ATRÁS DO DINHEIRO ( O FATOR MAMOM)............13
CAPÍTULO 2 FÉ DE PARDAL.........................................................................................47
CAPÍTULO 3 DOIS DOMÍNIOS: DOIS SISTEMAS ECONÔMICOS
DIFERENTES.....................................................................................................................63
PARTE DOIS: CINCO MANEIRAS BÍBLICAS DE USAR O DINHEIRO..............107
CAPÍTULO 4 SEMENTE PARA O SEMEADOR........................................................ 113
CAPÍTULO 5 PÁO PARA COMER................................................................................145
CAPÍTULO 6 FECHAR O CÍRCULO........................................................................... 155
CAPÍTULO 7 ENCARE SUAS D ÍVID AS......................................................................171
CAPÍTULO 8 AUMENTANDO OS FRUTOS DE JU STIÇA.....................................201
CAPÍTULO 9 MULTIPLIQUE OS RECURSOS DE DEUS ATRAVÉS DA
SEMEADURA E COLHEITA.........................................................................................215
A N EX O S........................................................................................................................... 235
SOBRE OS AUTORES..................................................................................................... 242
xiii

INTRODUÇÃO

Durante os últimos quinze anos, nosso ministério (Craig e Jan


Hill) tem sido primordialmente com casais e famílias. Alguém poderia
então perguntar: “Por que vocês estão m inistrando a respeito de
dinheiro e finanças?” No ministério com casais, eu tenho descoberto
durante anos, que as atitudes e a má administração do dinheiro são
grande causa de conflito entre casais e famílias. Se alguém fosse a um
julgamento de divórcio e escutasse o motivo que tem dividido o casal,
dinheiro e finanças certamente estariam no topo da lista da maioria
dos casos. Como resultado, eu tenho visto uma tremenda necessidade
de lidar não somente com os aspectos práticos, mas também com os
aspectos espirituais no manuseio pessoal das finanças.
Nos meados dos anos 80, eu ouvi uma série de estudos bíbli­
cos na área de dinheiro e finanças dados por meu amigo Earl Pitts.
Seu ensino foi absolutamente singular, porque tratava de aspectos
financeiros espirituais bem como dos práticos. Eu tinha lido a maioria
dos livros cristãos populares que tratam sobre dívidas e finanças, mas
a revelação que Deus dera a Earl foi muito especial. Conforme eu
comecei a aplicar estas verdades na minha vida e então ensiná-las a
outros, a revelação do Senhor começou a expandir-se em minha vida.
Conseqüentemente, eu comecei a m inistrar um seminário sobre “Os
princípios de Deus sobre finanças.” Nós começamos a ver muitos
casamentos curados quando a pressão da má administração financeira
foi aliviada. Observamos muitas famílias experimentarem a provisão
sobrenatural de Deus em suas vidas conforme
xiv Bens, Riquezas & Dinheiro
aprendiam a confiar n’Ele e fazer coisas práticas que estavam a seu
alcance.
Durante os anos em que Earl e eu temos mantido contato,
descobrimos que o Senhor tem acrescido revelação significativa a nós
dois nesta área de finanças. Nós nos sentimos fortemente direcionados
de que agora é o tempo de unir a revelação que nós dois temos rece­
bido durante a última década de ensino deste material. Este livro nas­
ceu de nossas experiências práticas de aplicação destes princípios em
nossas próprias vidas e também de observá-los funcionarem na vida
de muitos outros. N ossa oração é que Deus o abençoe e use o conteú­
do deste livro a fim de prepará-lo para ser mordomo de uma quanti­
dade muito grande de finanças do Reino de Deus!
CRAIG HILL

O assunto de finanças tem chamado nossa atenção por m ui­


tos anos. No passado, este assunto estava restrito somente à área secu­
lar, principalmente relacionada com o estudo de economia. N a igreja,
o assu n to de d in h eiro era freq ü en tem en te d iscu tid o , m as o
gerenciamento dele não era adequadamente ensinado, exceto para
ofertar à igreja e à obra de Deus. Eu (Earl) cresci nos anos 50. Depois
que comecei a entregar jornais, eu me lembro de que meu pai me
levou a um Banco para abrir uma conta para depositar meu salário.
Ele também me deu um conjunto de envelopes numerados da igreja.
Cada envelope tinha duas partes: uma para o dízimo e a outra, para as
ofertas. Papai me contou que o dízimo era 10% e pertencia a Deus. As
ofertas eram o que era dado voluntariamente acima e além do dízimo.
Eu nunca me esqueci destes princípios. Contudo, eu não
entendia que existia um sistema de finanças que era governado pelo
Reino de Deus totalmente diferente do sistema do mundo. O Senhor
Jesus nos ensinou a orar, dizendo: “Venha o teu reino, seja feita a tua
vontade, assim na terra como no céu...” Quando uma pessoa vem
Introdução xv
governo de Deus, suas finanças manifestarão a natureza de Deus como
provedor. A ordem do Reino em qualquer finança individual é pros­
peridade e liberdade das dívidas. O débito é uma falta de provisão e
uma interrupção da fonte. Isto é uma falha na ordem do Reino de
Deus na vida de um crente. Eu nunca ouvi um sermão falando de
dinheiro exceto aquele sobre: “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males.” Com o passar do tempo, eu comecei a encontrar livros escri­
tos por cristãos sobre como organizar finanças domésticas. A maioria
deles trazia princípios bíblicos, mas se baseavam no sistema do mundo
quando se tratava de investimentos e riquezas. Era o que eu chamo de
“mistura de reinos”: uma mistura de princípios bíblicos e do Reino
com o sistema financeiro do mundo.
No início dos anos 80, minha esposa Dorothy, eu e nossos
filhos, estávamos vivendo na base da JO CU M (Jovens com uma M is­
são) em Cambridge, em Ontário, Canadá. Um pastor me chamou e
perguntou se eu poderia vir e ministrar sobre finanças em sua igreja.
A igreja dele tinha muitos jovens e casais que precisavam de ensino na
área de finanças. Quando eu orei a respeito deste convite, eu senti a
direção de Deus para aceitá-lo, e então, telefonei ao pastor para dizer
que ficaria feliz em ir e ministrar à sua igreja sobre finanças. Eu me
surpreendí ao descobrir que ele queria que eu ministrasse em seu cul­
to principal de domingo de manhã. Eu tinha sempre sentido que esse
tipo de assunto deveria ser ministrado em uma quarta-feira à noite ou
na reunião de sábado! O pastor insistiu que o domingo de manhã era
a hora certa.
O Senhor tinha colocado em mim a necessidade de estudar
Sua Palavra nesta área. Assim, eu preparei e ensinei por uma hora o
que a Palavra de Deus diz a respeito de finanças. Era um enfoque
tradicional - como dizimar e ofertar, e com sugestões de percentagens
a serem usadas nas várias despesas pessoais. No caminho de casa de­
p o is do culto, eu m e reco rd av a que en q uan to p rep arav a os
ensinamentos percebi que este assunto era bem mais amplo na Palavra,
e que eu estava apenas arranhando a superfície. Lembro-me de ter
prometido a Deus que seria diligente em estudar este assunto na Palavra.
xvi Bens, Riquezas & Dinheiro
Cerca de nove meses depois, após não ter feito mais nada sobre
este assunto, certa noite, nosso pequeno grupo de líderes da base da
JO CU M foi comer comida chinesa. Como de costume em um estilo
ocidental de restaurante chinês, no final do jantar o garçom nos trou­
xe a cada um, um biscoitinho com uma mensagem individual.
Meus companheiros, quando quebraram seus biscoitos e le­
ram suas mensagens individuais, começaram a rir. Contudo, quando
eu abri o meu biscoito e li a mensagem eu não ri. Ela dizia: “Reafirme
sua fé em planejamento financeiro e refaça seu orçamento.” Eu me
lembrei da história de B alaio e do juramento falador. Agora eu tinha
um biscoito que estava falando comigo, e eu estava em apuros. A
primeira coisa a fazer era arrepender-me de minha falta de diligência,
e começar a executar o que eu tinha prometido ao Senhor. A partir
daquele momento, comecei a buscar a Palavra de Deus, estudando
sobre finanças, recebendo revelações sobre este assunto e ensinando
regularmente nesta área. Este livro é a integração da compreensão
sobre finanças de mestres no corpo de Cristo, através de seus livros e
ensinamentos em fitas cassete, combinados com a revelação do Espírito
de Deus em meu estudo pessoal pelo período de 16 anos. Eu tenho
sido requisitado por anos a escrever um livro sobre este assunto, mas
nunca senti em meu espírito que era chegada a hora, porque eu estava
continuamente recebendo novas revelações. Muitas vezes, durante um
seminário, o Senhor me m ostrava novas coisas e novas revelações no
domínio financeiro.
Nos últimos dois anos, Craig Hill e eu temos discutido a ne­
cessidade deste livro. Craig tem ensinado esse material por mais de 10
anos. Quando nós conversamos sobre a possibilidade de co-autoria
do livro, sentimos que usando este material nós estaríamos unindo
duas perspectivas.
EARL PITTS
PARTE UM:
EQUILÍBRIO NA SABEDORIA
FINANCEIRA
Equilíbrio na Sabedoria Financeira 3

Ao iniciar uma discussão sobre gerenciamento financeiro pes­


soal, nós tivemos de fazer a seguinte pergunta: “Deus tem algo a dizer
em relação ao dinheiro na Bíblia?” Muitas pessoas consideram a B í­
blia como um livro que trata da espiritualidade, mas não de assuntos
seculares como mordomia pessoal do dinheiro. Conforme nós come­
çamos a estudar este tópico na Bíblia, ficamos espantados em desco­
brir que o Novo Testamento contém aproximadamente dez vezes mais
versículos que falam sobre dinheiro e finanças, do que sobre salvação
e fé. O Novo Testamento na verdade contém 215 versículos rela­
cionados à fé, 218 versículos que falam sobre a salvação e 2084
versículos tratando de administração e contabilidade de dinheiro
e finanças. Dezesseis das trinta e oito parábolas de Jesus tratam de
dinheiro.
A seguinte pergunta vem à mente: “Por quê? Jesus era um
avarento? Ele veio à Terra para arrecadar dinheiro a fim de sustentar
Seu m inistério?” Não, claro que não! Jesus não buscava o dinheiro das
pessoas; ele buscava seus corações. Ele nos diz em Mateus 6.21: “Onde
estiver seu tesouro, aí também estará o seu coração”. Jesus simples­
mente descobriu que muitas pessoas consideravam seu dinheiro um
grande tesouro. Ele descobriu que se Ele capturasse o dinheiro deles,
Ele capturaria seus corações. Nós cremos que atualmente ocorre a
mesma coisa. Jesus não busca seu dinheiro. Ele busca seu coração! A
maneira de nos relacionarmos com o dinheiro demonstra a condição
do nosso coração.
Consequentemente, Deus tem muito a nos dizer a respeito
de finanças e nos tem dado Sua Palavra para nos -instruir. Para cum ­
prirm os a tarefa de evangelização do mundo precisarem os de cente­
nas ou milhares de dólares. Na verdade, eu (Earl) ouvi que foi feita
uma estimativa de que seriam necessários cerca de 2 bilhões e meio
de dólares para pregar o evangelho por todo o mundo. Cristãos estão
esperando pela volta de Jesus à Terra. Alguns estavam esperando o
fim do m undo na virada do milênio. Contudo, a Palavra é muito clara
a respeito de quando isto acontecerá. Jesus nos falou que quando o
evangelho do Reino fosse pregado como um testemunho a todos os
4 Bens, Riquezas & Dinheiro
grupos de pessoas, a todas as etnias, a todas as nações, então viria o
fim (Mateus 24.14). Talvez seja semelhante à ordem que a professora
nos dava quando éramos crianças, que teríamos que ficar na escola até
acabar a tarefa: “Quando você term inar sua tarefa, você poderá ir
para casa”. M uitos querem ir para casa sem term inar a tarefa. A or­
dem é para nós irmos e pregarm os o evangelho em todo o mundo.
Será necessário lidar com as finanças para concluir esta tarefa.
Quando manejamos bem as finanças, somos capazes de obri­
gar o sistema do mundo a fazer o trabalho do Reino de Deus. Através
das finanças podemos comprar tempo na televisão e passagens de
avião. Podemos im prim ir Bíblias. Nós podemos ir, pregar e fazer dis­
cípulos. Podemos proclam ar o evangelho de Jesus Cristo. Deus nos
deixou no mundo, depois que nascemos de novo, com o objetivo de
falar a outros a respeito de Jesus. Ele não nos levou imediatamente
para o céu. Seu plano é ter uma grande família de homens e mulheres,
meninos e meninas, de toda tribo, língua e nação, com a qual Ele
passará toda a eternidade. Ele nos deixou aqui e disse: “Ide e pregai o
meu evangelho”. Precisaremos de muitas pessoas e muitos recursos,
inclusive dinheiro, a fim de que isso aconteça.
Uma mulher envolvida com ministério em tempo integral foi
questionada a respeito do fato de estar recebendo dinheiro pelo m i­
nistério. Alguém lhe disse: “Você não deveria pedir dinheiro das pes­
soas que estão recebendo seu ensinamento bíblico. Jesus disse que o
evangelho é gratuito. De graça recebestes, de graça dai”. Esta sensata
líder cristã respondeu, dizendo: “Obviamente você nunca tentou pre­
gar o evangelho a ninguém. Nós ainda não convencemos as empresas
aéreas, estações de televisão, gráficas e vendedores de carro, do fato
que o Senhor necessita dos recursos deles, e eles deveríam dispor de
seus bens e serviços gratuitam ente para serem usados na proclamação
do evangelho.”
Quando nós falamos de finanças, é im portante distinguir en­
tre o gerenciam ento financeiro pessoal e as finanças coletivas. Este
livro abrange somente finanças pessoais. Gerenciamento coletivo ou
empresarial no Reino de Deus é um outro tópico muito importante a
Equilíbrio na Sabedoria Financeira 5
ser discutido, mas não será tratado neste trabalho.
O primeiro passo em direção a gerenciamento de um negó­
cio orientado pelo Reino é trazer nossas finanças pessoais de acordo
com princípios bíblicos.
Eu (Earl) encontrei por acaso uma estatística recente sobre o
fato de que 80% dos cristãos norte-americanos têm algum tipo de
dificuldade financeira, variando de leve a séria. As principais causas de
50% dos divórcios dos Estados Unidos, atualmente, têm a ver com
finanças. Relacionamentos têm sido quebrados por causa da má ad­
ministração financeira, dos desacordos sobre o uso das finanças, ou
pelo manejo inadequado de dívidas. Na realidade, a vida de toda pes­
soa é grandemente afetada pelo seu relacionamento com finanças.

E S P ÍR IT O E V E R D A D E
Quando Jesus estava conversando com a mulher samaritana
conforme João capítulo 4, Ele lhe disse: “Deus éEspírito, e aqueles que O
adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade”. Em tudo o que fazemos, é
essencial mantermos um equilíbrio entre o espírito e a verdade. En­
quanto crentes, tudo o que realizamos deveria fazer parte de nossa
adoração a Deus. Nesta discussão a respeito de nosso relacionamento
com dinheiro e finanças, tentaremos manter um equilíbrio contínuo
entre o espírito e a verdade. O que nós queremos dizer com isto?
O aspecto da verdade tem a ver principalmente com princípios
naturais, não-opcionais de vida, enquanto o aspecto do espírito tem a
ver com o reino espiritual. Precisamos viver constantemente de acordo
com ambos, o espírito e a verdade. Por exemplo, entender e obedecer
ao princípio da gravidade pertence ao aspecto da verdade. Alguém
poderia criar muitos problemas para si mesmo, se não entendesse ou
se recusasse a submeter-se ao princípio da gravidade.
Ou por exemplo, quando voando em um avião, deveriamos
entender e nos subm eterm os aos princípios de aerodinâm ica. A
violação destes princípios resultariam em m orte ou em sérias con-
seqüências. Contudo, deveriamos alm ejar também ser direcionados
6 Bens, Riquezas &D inheiro

pelo Espírito Santo, em relação ao local e à data de embarque em um


determinado vôo. Em um vôo seria tão perigoso violar os princípios
básicos da aerodinâmica quanto perder a direção específica do Espíri­
to Santo. M anter este m esmo equilíbrio é essencial quando tratamos
das finanças pessoais.
Queremos agir com fé tanto no espírito quanto na verdade.
Tudo o que praticarm os deve ser feito em fé. O apóstolo Paulo nos
diz em Romanos 14.23 que “tudo o que não provém daf é épecado”. Então,
como podemos andar em fé dando atenção aos princípios financeiros
básicos (o aspecto da verdade)? Nós encontramos uma resposta para
esta questão na parábola que Jesus contou a seus discípulos em Lucas
17, como resposta ao pedido de seus discípulos para aumentar sua fé.

LUCAS 17
6 Ele respondeu: “Se vocês tiveremf é do tamanho de uma semente de mostarda,
poderão di^er a esta amoreira: ‘A rranque-se eplante-se no mar, ’ e ela lhes
obedecerá.
7 “Q ual de vocês que tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas,
lhe dirá, quando ele chegar do campo; ‘Venha agora e sente-se para comer’?
8 Ao contrário, não dirá: Prepare o meujantar, apronte-se e sirva-me enquanto
como e bebo; depois disso você pode comer e beber’?
9 Será que ele agradecerá o servo p or terfeito o que lhe fo i ordenado?
10 Assim também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes fo r ordenado,
devem di%er: ‘S omos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever. ’”
(Nova Versão Internacional)
Inicialmente, muitas pessoas poderíam pensar: “O que isso
tem a ver com fé?” Antes de tudo, a fé precisa ser vista como uma
semente. Os apóstolos queriam aum entar sua fé. Um a semente é para
ser plantada, então virá o aumento de acordo com o seu crescimento.
A m e d id a q u e nó s nos b ase am o s na P a la v ra de D eu s,
Equilíbrio na Sabedoria Financeira 1
vivemos nela e deixamos que ela molde nosso pensamento, a fé cres­
cerá e se desenvolverá em nossos corações. Jesus está falando a Seus
discípulos que a fé vem pela obediência e pela responsabilidade. A fé
é aumentada quando um servo simplesmente faz o que lhe é mandado.
A fé vem através do reconhecimento de nossa posição de servos, e
por nos tornarmos obedientes à instrução do Mestre já dada a nós na
Palavra de Deus.
Nós observamos que muitas pessoas creem em Deus para
aumentar e m ultiplicar as finanças, mas estão violando regularmente
os princípios bíblicos sobre elas. Você pode ser um homem poderoso
ou uma mulher de fé, mas ainda assim seria imprudente violar ou
ignorar a lei da gravidade pulando de penhascos ou prédios. No reino
financeiro, você não pode violar regularmente os princípios financei­
ros básicos, e esperar que pela fé Deus traga libertação, crescimento e
multiplicação. A fé, no aspecto da verdade, vem através da obediência
aos princípios básicos da vida.
No quadro da página 10, selecionamos sete princípios finan­
ceiros básicos em relação ao aspecto da verdade. Estes princípios bá­
sicos são similares aos da lei da gravidade e não podem ser violados
sem conseqüências. Sua violação resulta em tumultos, estresse, pres­
são financeira, pobreza e desastre. A obediência, como a de um servo,
a essas instruções básicas construirá fé e produzirá segurança, paz e
prosperidade.
No decorrer deste livro, nós examinaremos em mais detalhes
cada um dos sete princípios básicos relacionados ao gerenciamento de
finanças pessoais. Veremos que eles necessitam ser colocados em prática
em ordem sequencial. Muitos cristãos têm se entristecido com Deus ou
com os m inistros da Palavra por tentarem aplicar o princípio da
sem eadura e co lh eita (princíp io n°7), quando eles ainda nem
estabeleceram em suas vidas os seis princípios iniciais. Tais pessoas, então,
sentem-se enganadas por estes ministros da Palavra ou abandonadas
por Deus. Na maioria dos casos, nenhuma das duas coisas é verdade.
Elas simplesmente tentaram começar sua vida financeira pelos últimos
princípios esquecendo-se dos primeiros.
8 Bens , Riquezas &Dinheiro

Muitas pessoas estão procurando um “conserto rápido” para seus


problemas financeiros, antes de desejarem seguir os princípios de uma
vida financeira bem sucedida.
Por outro lado, alguns têm se focalizado somente no aspecto
da verdade. Tais pessoas concentram-se somente nos princípios sólidos
de um gerenciamento financeiro. Contudo, devemos também atentar
para o lado espiritual. Nós encontramos muitas pessoas que enten­
dem os princípios bíblicos corretos de gerenciamento financeiro, mas
parecem ser incapazes de implementá-los na prática. Freqüentemente,
isto é devido a uma falta de entendimento do aspecto espiritual.
______ Existe, literalmente, uma batalha no domínio espiritual sobre
as nossas vidas e decisões financeiras (Efésios 6.12).
Eu (Craig) entendo o domínio espiritual como algo semelhante
ao domínio no qual operam as ondas de televisão. Provavelmente, no
lugar em que você está lendo isto, ondas de TV estão presentes. Você
não tem aparelho receptor, através do qual você possa ver as imagens
ou ouvir o som. Contudo, apenas pelo fato de você não ser capaz de
perceber as ondas da televisão, não siginifica que elas não existam.
Ondas televisivas não são apenas um conceito ou uma idéia, elas são
uma realidade física.
Assim é o domínio espiritual. Você possivelmente tem pouca
habilidade perceptiva para sentir o domínio espiritual no qual Deus,
anjos, demônios, e Satanás operam. Contudo, isto não significa que
estes seres náo existam, ou que eles não influenciem sua vida. Eles
certamente o fazem, e seria bom você tornar-se consciente de sua
influência na sua vida e nas circunstâncias, se você ainda não está.
Estas influências im pedem m uitas pessoas de serem capazes de
im plem entar de forma prática a verdade que conhecem.
No aspecto espiritual, nós também queremos reconhecer que
é im portante ser conduzido pelo Espírito Santo em tudo que nós fa-
zemos financeiramente. Por exemplo, nós podemos reconhecer os prin­
cípios básicos do gerenciamento de nossas finanças através de um
orçamento. Contudo, nós também queremos que o Espírito Santo
Equilíbrio na Sabedoria Financeira 9
as coisas incluídas neste orçamento. Deus realmente tem uma opinião
sobre tudo que diz respeito às nossas vidas. Nós deveriamos reconhecer
os princípios de ofertar, poupar e investir. Novamente, nós queremos
ser conduzidos especificamente pelo Espírito Santo sobre quando,
onde, porque, e quanto devem os ofertar, poupar e investir. Ser
conduzido pelo Espírito Santo pode fazer uma diferença tremenda no
resultado financeiro de tais atividades.
Em relação ao aspecto do espírito, também queremos agir com
fé. O apóstolo Paulo nos diz em Romanos 10.17 (NVI): "Consequente­
mente, a f é vem p or se ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a
palavra de Cristo”. Existem no grego duas palavras traduzidas no por­
tuguês como ‘palavra’. ‘Logos’ é usada quando se refere à palavra es­
crita ou ao conjunto dos ensinamentos de Deus. A segunda palavra
grega é ‘rherrta’ que se refere a palavra falada: Deus falando Sua Pala­
vra aos nossos corações; a voz do Espírito enfatizando Sua Palavra
escrita; Deus falando Sua Palavra ao nosso espírito. Quando isso acon­
tece, o potencial de fé aumenta em nossos corações. Quando nós
meditamos sobre a Palavra de Deus (logos) e ouvimos Deus falar Sua
Palavra (rhema), a fé vem (afinal, a fé em alguém vem, quando esse
alguém ouve a palavra de outro e a recebe)! Assim, conforme medita­
mos sobre determinadas promessas que Deus nos tem dado em Sua
Palavra e permitimos que Deus confirme essa Palavra em nós, a fé
aumenta em nossos corações para que Deus cumpra suas promessas
em nossas vidas.
Olhando o diagrama na próxima página, podemos ver que no
aspecto espiritual, precisamos reconhecer que tudo o que temos é um
presente de Deus. O que quer que seja que você já tenha recebido de
Deus em sua vida, isto aconteceu pela Sua graça. Nada é resultado de
suas próprias obras. Por toda vida existe sempre um conflito entre o
re lacio n am e n to com D eus b asead o nas obras hum anas, e o
relacionamento com Deus baseado em Sua graça. A maioria das pessoas
necessita fazer uma mudança radical de paradigma, na forma como a
provisão é suprida, precisam vê-la como um presente de Deus por
Sua graça, ao invés de ser algo que merecem ou ganharam.
10 Bens, Riquezas & Dinheiro
Nós falaremos mais sobre este assunto posteriormente.
Nós vemos em 2 Coríntios 9.8, que Deus é capa 2 de fazer toda
Sua graça transbordar. Ele não é obrigado. Ele é capaz. Ele o faz
porque nos ama, mas não porque Ele é obrigado a fazer.
Quando combinamos ambos os aspectos do espírito e da
verdade, vemos que a fé desenvolver-se-á em nós, tanto através do
ouvir e m editar na Palavra de Deus, quanto através da obediência em
estabelecer os princípios básicos em nossas vidas. Conforme fazemos
nossa parte para estabelecermos esses princípios e recebermos a graça
de Deus, então Deus faz Sua parte transbordando Sua graça para
suprir todas as nossas necessidades.
Vamos agora examinar o diagrama que mostra o equilíbrio
entre o espírito e a verdade.
Equilíbrio na Sabedoria Financeira 11
TO Ã O 4.23-24
E S P ÍR IT O ________________ ____________________ V E R D A D E
F é Romanos 10.17 P alavra Fé Fuças 17.5-10 O b ed iê n c ia
GRAÇA
P R IN C ÍP IO S B Á SIC O S
2 C O R Í N T I O S 9.8 1. R E C O N H E C E R E R E N U N CIAR
E Deus é capaz de fazer com que O ESPÍR IT O DE M AM O M
toda a graça (cada fovor e bênção (Lealdade no coração somente para com
Deus)
terrestre) lhes alcance em
2. ESTABELECER A FÉ DE PARDAL
abundância, para que, sempre e em (Deus é minha fonte)
todas as circunstâncias, seja qual for 3. E ST A B E LE C E R O D ÍZIM O
a necessidade, sejam auto- (Ser um dizimista, não apenas dizimar)
suficientes, possuindo o bastante 4. T O R N A R -SE UM GER EN TE DE
ptra que não tenham necessidade D EU S
de ajuda ou suporte, e estejam ( Prestar contas a Deus pela
supridos em abundância para toda administração dos recursos disponíveis)
5. F E C H A R O CÍRCULO
boa obrae donativocaridoso.
(Quanto é suficiente?)
(Amplificada) 6. E N C A R E SUAS D ÍVID AS
(Reconhecer e adequadamente tratar
com todas as dívidas)
7. SER UM EUNUCO FINANCEIRO
(Gerenciar o transbordar financeiro
para o Senhor)

H U M IL D A D E

Estudando o diagrama acima, nós percebemos que é necessário


humildade para atravessar do aspecto da verdade para o do espírito.
Nós dizemos isto porque algumas pessoas têm imaginado Deus como
um computador ou uma máquina. Se eles honram os seus princípios,
então eles se sentem no direito de exigir que Deus satisfaça suas
necessidades. Não! Deus não é uma máquina. Ele é uma pessoa e deveria
ser tratado com hum ildade, como nós nos relacionaríam os com
qualquer outra pessoa. Que pai gostaria de ter seus filhos exigindo
que ele faça alguma coisa só porque eles fazem o que ele mandou?
12 Bens, Riquezas & Dinheiro
Nenhum. É seu prazer prover para seus filhos, mas m achuca seu
coração quando eles exigem que ele faça algo. Assim Deus não tem
que fazer nada. Ele é uma pessoa e escolhe prover-nos porque ele nos
ama.
Como Jesus salientou na parábola de Lucas 17, mesmo depois
de termos feito tudo o que é exigido, nós não temos nada para exigir­
mos que Deus faça alguma coisa. Ele é o Senhor e nós somos os
servos. O servo nunca vem ao senhor exigir alguma coisa, mesmo
quando fez tudo o que o senhor pediu. Assim, mesmo quando nós
temos cumprido com todos os princípios da verdade, nós ainda te­
mos de passar para o aspecto do espírito em humildade como servos.
Nós não estamos exigindo algum a coisa de Deus, ao invés disso
estamos recebendo de Sua provisão, pela Sua graça e gerenciando a
abundância que Ele nos confia enquanto administradores de Seus bens,
e não como possuidores de nossos próprios bens.
No decorrer deste livro, explicarem os os sete princípios
destacados no diagrama anterior. Cada vez que tratarmos de um novo
princípio, repetiremos o diagrama, para nos lembrarmos de manter
sempre o equilíbrio entre o espírito e a verdade. Vamos agora falar a
respeito do poder espiritual por trás do dinheiro e como isto influencia
os cristãos.
O Poder Atrás do Dinheiro 13

CAPÍTULO 1
O PODER ATRÁS DO DINHEIRO
( O FATOR MAMOM)

M ATE U S 6
24 “Ninguémpode servir a dois senhores;porque ou há de odiar um e amar o
outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e
a Mamon ” (RC).
Esta palavra proferida por Jesus Cristo, aproximadamente dois
mil anos atrás, tem sido fonte de culpa, controvérsias e contendas
para muitos crentes em Jesus por séculos. Onde Jesus quis chegar ao
dizer: “Vocês não podem servir a Deus e a M amom?” O que será
M am om ? Este term o tem sido usado apenas como sinônimo de
dinheiro. Isto está certo? Algumas traduções da Bíblia até substituem
a palavra dinheiro pela palavra M amom usada nesta passagem. Essa
palavra tem algum outro significado que nós ignoramos? Se eu quero
servir a Deus verdadeiramente, será que eu preciso evitar todo contato
ou posse de dinheiro? Todas estas perguntas têm passado pela mente
da maioria dos leitores do Novo Testamento.
Vamos começar a falar a respeito do significado da passagem
citada acima em Mateus 6. A que Jesus se referia quando Ele usou a
palavra “Mamom”? Primeiramente é importante ver que, o que quer
que seja Mamom, Jesus o coloca em uma posição totalmente oposta a
Deus. E contra Deus. O que quer que seja Mamom, concorre com
Deus para ser servido. Quando Ele disse que ambos, Deus e Mamon,
não poderiam ser servidos, Jesus não falou a respeito de uma proibição,
mas antes de uma impossibilidade de fazer tal coisa. Jesus não estava
14 Bens, Riquezas & Dinheiro
afirmando: “Seria errado tentar servir ambos, a Deus e a Mamom,”
mas ao invés disso ele disse: “E impossível servir a Deus e a Mamom.”
Eles são opostos e assim, ambos não podem ser servidos ao mesmo
tempo. Servir a um, exclui categoricamente o outro. Assim, Deus e
Mamom só podem ser servidos exclusivamente. A fim de servir a
Deus em verdade, devemos renunciar totalmente a Mamom e não ter
nada a ver com ele.
Agora, se “M amom ” fosse sinônimo de “dinheiro”, então a
conclusão óbvia é que o crente deveria renunciar totalmente ao di­
nheiro e não ter nada a ver com ele. Há vários séculos e até hoje
algumas pessoas têm crido nisso, e assim, fazem um voto de pobreza,
evitando todo o contato com dinheiro, em uma tentativa dc ser
completamente devoto a Deus. Contudo, mesmo fazendo um voto
de pobreza não se está livre da cobiça ou do medo de falta de provisão.
Eu não acredito que a referência de Jesus a M amom seja sinônimo de
dinheiro.
Jesus usou esta palavra do aramaico antigo, “Mamom” para
denotar uma entidade que existe no domínio celestial, a qual as pesso­
as têm adorado como deus das finanças. Toda cultura e toda religião
tem um nome para a divindade que adoram. Na religião hindu, é o
deus ‘Devali’. Os budistas têm vários deuses aos quais eles fazem ofertas
queimadas de papel parecido com dinheiro. Assim, a entidade Mamom
é melhor descrita em Efésios 6.12, onde Paulo declara que nós não
estamos lutando contra carne e sangue, mas contra principados e
potestades na esfera celestial ou no domínio espiritual. Mamom colo­
ca-se na categoria de poder neste domínio que influencia os corações
da humanidade a amar e servir o dinheiro no domínio físico. E muito
provável que Jesus estava se referindo a tal deus quando Ele usou esta
frase em Mateus 6.
Freqüentemente, através de sua história, os israelitas quiseram
adorar os deuses das nações da terra na qual eles moravam, tanto quan­
to a Deus Jeová. Josué tinha convocado o povo a abandonar esta tenta­
tiva de servir a ambos, falsos deuses dos Amorreus e a Jeová. Caso eles
escolhessem servir aos dois, esta escolha seria contra Jeová (Josué 24.15-28).
O Poder Atrás do Dinheiro 15
Eu creio que Jesus, aqui em Mateus 6, está falando a seus
discípulos que eles não podem servir ao falso deus das finanças, Mamom,
e ao Deus Jeová. Eles precisavam escolher. Nós teríamos entendido
claramente se Jesus tivesse dito: “Vocês já sabem que eles são falsos
deuses”. A maioria das pessoas, contudo, desconhecem Mamom.
Qual é a natureza destes falsos deuses que eram adorados pe­
los Cananeus? Eles eram apenas ídolos criados por humanos? Nós
achamos que não. Cremos que cada um destes deuses idólatras era na
verdade príncipe do reino de Satanás, que era capaz de enganar pessoas
para que o adorassem. Assim Baal, Asterote, Camos, Moloque, Dagon,
Mamom, etc., não eram apenas ídolos criados pela imaginação humana,
mas ao invés disto eram espíritos demoníacos, adorados pelas pessoas.
Estes espíritos ainda estão vivos e operando hoje? Nós acreditamós
que eles estão, com certeza. Assim o espírito demoníaco por trás de
Mamom ainda está operando e buscando adoração, influência e o
controle da vida das pessoas, para amar e confiar no dinheiro hoje,
assim como era nos dias de Jesus na Terra.
Quando Jesus declarou que não podemos servir a ambos, a
Deus e a Mamom, aparentemente ele estava destacando duas entida­
des espirituais contrárias. A expressão ‘não pode’, não significa ilegal,
mas impossível! Na realidade, o dinheiro é impotente. Deus tem poder.
O espírito de Mamom também tem poder. O dinheiro não tem poder.
Assim, o poder real por trás da provisão financeira em nossas vidas
será de Deus, ou do espírito de Mamom, dependendo de a quem
escolhemos servir. A maioria das pessoas, incluindo cristãos, crêem
que o poder real está no dinheiro. Portanto, até você perceber a
impotência do dinheiro, você nunca será livre desta busca, nem da
influência e do domínio do espírito por trás dele.
■ 16 Bens, Riquezas & Dinheiro

A INTENÇÃO DO ESPÍRITO DE MAMOM


TO Ã O 4.23-24
E S P ÍR IT O VERDADE
Fé Romanos 10.17 Palavra Fé Lucas 17.5-10 O bediência
GRAÇA P R IN C ÍP IO S BÁSICOS
1. RECONHECER E RENUNCIAR O
2 C O R ÍN T IO S 9.8 ESPÍRITO DE MAMOM
(Lealdade no coração somente para com
E Deus é capaz de ficei' com que Deus)
toda a graça (cada favor e bênção
lenestre) lhes alcance em
abundância, para que, sempre e em
todas as circunstâncias, seja qual for
a necessidade, sejam auto-
sufidentes, possuindo o bastante
para que não tenham necessidade
de ajuda ou suporte, e estejam
supridos em abundância paia toda
boa obra e donativo caridoso.
(Amplificada)

Vamos considerar o propósito desta entidade demoníaca cha­


mada Mamom. Primeiramente, nós sabemos que qualquer espírito
em operação no reino de Satanás deseja conduzir os corações das
pessoas para longe de Deus. Cremos que o propósito principal do
espírito de Mamom é obter adoração, amor, afeto, lealdade e servidão
das pessoas. Ele opera através do medo. Mamom ama quando nos
referimos ao dinheiro, especialmente a moeda americana como o dó­
lar Todo-Poderoso. Em Mateus 6.24 e Lucas 16.13, Jesus identifica o
conflito de amor, lealdade e servidão entre Deus e Mamom. Ele disse
que se você ama a um, você odiará o outro. Se você é leal a um, você
desprezará o outro, e se você servir a um, você não poderá servir ao
outro. Então, o propósito de Mamom é fazer você ser leal a ele, a amá-
lo e servi-lo; assim, inevitavelmente, você odiará, desprezará e não
servirá a Deus. Como Josué convocou o povo de Israel: “Escolhei
O Poder Atrás do Dinheiro 17
hoje a quem sirvais” (Josué 24.15), então hoje o Senhor nos faz a
mesma pergunta.
Como toda entidade demoníaca, o ataque principal não é direto,
mas em vez disso, ele opera de maneira encoberta, pelo engano. Se
Mamom fosse aparecer diretamente para algum cristão ou mesmo
não-cristão, revelando sua identidade e exigisse lealdade, amor e servi­
dão, poucos se submeteríam voluntariamente a ele. Assim, a principal
tática de Mamom é atrair as pessoas para servi-lo sem que percebam o
que estão fazendo. Ele faz isso pela propagação de mentiras, as quais,
a maioria das pessoas acredita ser verdade. Nós cremos que a principal
mentira disseminada pelo espírito de Mamom é que o dinheiro contém
poderes inerentes. Mamom leva as pessoas a atribuírem poder sagrado
ao dinheiro. Uma pessoa que tem muito dinheiro é vista copio muito
poderosa, enquanto que uma pessoa que tem pouco dinheiro, é vista
como impotente. As pessoas são atribuídos valores baseados no sistema
de poder do dinheiro. Este fato também é verdade com relação à moeda
de um determ inado país. Quando sua m oeda está estável, nós o
consideramos poderoso.
Mamom leva as pessoas a colocarem um valor desproporcio­
nal no dinheiro. Quando as pessoas crêem que o dinheiro tem poder,
elas são tentadas a amá-lo e esse amor ocasiona muitas outras formas
de fraquezas.

1 TIMÓTEO 6
10 Pois o amor ao dinheiro é a rai^ de todos os males. A.lgnmaspessoas, por
cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da f é e se atormentaram com muitos
sofrimentos. (NVI)
Cristãos que crêem na mentira que o dinheiro tem poder, per­
mitem que ele determine suas decisões em relação a viagens e ações
ao invés de Deus. Tais pessoas, com medo da falta de dinheiro, con­
sultam seus talões de cheque ao invés de consultarem a Deus quando
ofertam, e se ocupam com toda sorte de esquemas supostamente ren­
táveis. A verdade é que o dinheiro não tem poder.
18 Bens, Riquezas & Dinheiro
Ele é simplesmente amoral, um objeto impotente, ao qual o espírito
de Mamom atribui grande poder, e através dele tenta controlar a vida
das pessoas.
Uma outra mentira em que muitos acreditam, é que a fonte de
sua provisão é seu emprego, cônjuge, investimentos ou outro canal
pelo qual o dinheiro vem. Na verdade, o poder está em Deus, e não
no dinheiro, e Ele é a fonte da provisão. Assim, para o crente, existe
um conflito de serviço e amor. Se alguém ama o dinheiro, então
automaticamente não ama a Deus. Se alguém autoriza o dinheiro a
governar as escolhas de sua vida, sem perceber, autoriza o espírito de
Mamom a dominá-la. Deus pode falar a ele para ir a certo lugar, ofertar
a certo ministério ou fazer uma certa coisa e ele dirá a Deus: “Eu não
posso, porque eu não tenho dinheiro suficiente”. Neste momento Deus
não é a fonte, mas o dinheiro é a fonte. Se você simplesmente perguntar
à maioria das pessoas: “Qual o propósito de você trabalhar?”, elas
responderão: “Eu estou trabalhando por dinheiro”. O dinheiro então
é o objetivo ou a fonte real de poder. O dinheiro não foi feito para
ser meu Senhor, mas para ser meu servo.
A chave da questão aqui é: “Quem é minha fonte?” O espírito
de M amom tentará continuamente nos convencer de que o poder real
da vida está no dinheiro, e o canal através do qual ele vem, é minha
fonte. Assim, se eu tenho aceitado em meu coração que meu emprego,
ou meu marido, ou meus investimentos ou a economia é minha fonte,
sem perceber, eu tenho me tornado um escravo do espírito de Mamom.
A relação servo-senhor é distorcida. Quando Deus é minha
fonte, o dinheiro se torna meu servo para ser investido no Reino de
Deus. Um servo presta contas a seu senhor. O senhor controla suas
atividades e sabe onde ele está o tempo todo. Contudo, quando o
dinheiro é minha fonte, então eu me torno o servo de Mamom fazen­
do qualquer tipo de coisa para ganhar mais dinheiro. Em outras pala­
vras, os fins e os meios são invertidos. O dinheiro deveria ser justa­
mente um meio de servir a Deus, que é o fim ou o objetivo. Quando
permitimos ao dinheiro ser nossa fonte, então Deus se torna o meio
O Poder Atrás do Dinheiro 19
pelo qual esperamos obter dinheiro. Esta diferença é às vezes muito sutil.
Eu (Craig) tenho observado nas igrejas, muitas vezes, o mo­
mento em que as ofertas estavam sendo tiradas, e tenho sentido meu
espírito reagir negativamente em relação à forma pela qual isto é feito.
Durante anos eu não podia identificar o problema, eu apenas sentia
dentro de mim que algo estava errado. Finalmente, eu consegui, nos
últimos anos, identificar o problema. É que a oferta estava sendo
motivada pelo espírito de Mamom, em vez de o ser pelo Espírito de
Deus. Os fins e os meios tinham sido invertidos. Ao invés de utilizar o
dinheiro para servir a Deus, as pessoas estavam sendo encorajadas a
usar Deus para obter dinheiro.
A oferta era tirada da seguinte forma: (Nós freqüentemente
falamos “tirar oferta”, enquanto a expressão receber oferta refletiría
melhor a mentalidade do Reino). A falta de dinheiro foi identificada
prim eiram ente como a m aior necessidade de muitas pessoas. Em
seguida, era destacado nas Escrituras que a falta de dinheiro e a pobreza
não são vontade de Deus. O princípio bíblico da semeadura e colheita
foi então ap resen tad o em M arcos 4 ou em outras passagens
semelhantes. O ministro que tirou a oferta, mostrou ao povo que a
melhor forma para se ter as necessidades supridas seria espalhar a
semente (dinheiro) e então Deus multiplicaria por 30, 60 ou 100 vezes.
Agora, o que há de errado com isso?
A verdade é que a pobreza e a necessidade não são vontade de
Deus para Seu povo. Ele realmente quer suprir Seu povo, e é Sua
vontade abençoá-lo. O princípio de semeadura e colheita, de fato se
aplica ao dinheiro. Deus quer mesmo multiplicar o semear financeiro.
Então qual é o problema? O problem a, é claro, está na inversão da
relação senhor/escravo, e fins/meios. Isso enfoca o dinheiro como
objetivo. “Se não temos dinheiro suficiente, usaremos Deus e Seus
princípios para obtê-lo. Quando o tivermos, estaremos bem”. NÃO!
Deus não é nosso servo para conseguir dinheiro para nós . O dinheiro
é nosso servo para expandir o Reino. Deus é nosso Mestre. Nós somos
seus mordomos chamados para administrar o dinheiro debaixo de Sua
direção.
20 Bens, Riquezas &D inheiro

A verdade é que Deus deve ser o Senhor, e o dinheiro, nosso


servo para expandir o Reino de Deus. Nós devemos usar o dinheiro
para servir a Deus, e não usar Deus para obter dinheiro. Se Deus é
minha fonte, então meu emprego, ou investimentos, ou conta bancá­
ria, ou marido são meramente o canal através do qual, no momento, a
minha provisão vem de Deus. Assim, se eu recebo a notícia que eu
vou perder meu emprego ou que a economia vai quebrar, eu não fico
atemorizado pela falta de provisão, pois a minha fonte (Deus) ainda é
a mesma. Ele simplesmente está mudando o canal da minha provisão.
Se Deus é m inha fonte, então o dinheiro se torna meu servo
com o qual sirvo ao Reino. Se o dinheiro é minha fonte, Deus
não será meu servo para que eu obtenha dinheiro. Então, Deus e
Mamom têm poder, mas o dinheiro não tem poder. O dinheiro tam ­
bém será meu servo ou meu senhor, dependendo de quem eu esteja
servindo, a Deus ou ao espírito de Mamom.
Por 19 anos trabalhei para IBM, e eu (Earl) tive de com preen­
der que a IBM não era minha fonte. Eu não poderia servir (ser servo
de) dois senhores. Eu tive de entender que Deus era minha fonte
(patrão) e que Ele determ inou que eu desse meu tempo para IBM, e
Ele a delegou a IBM para liberar meu salário. Quanta paz! Quando eu
deixei a IBM, Deus ainda era minha fonte e Ele tinha outras formas
de liberar dinheiro para mim através de diferentes canais.
Neste ponto você deve refletir sobre sua situação pessoal. Nós
vivemos em um tempo onde muitas pessoas estão sendo despedidas
de seus empregos em função da diminuição do quadro de funcionários,
e do corte de custos pelas empresas. Mamom quer trabalhar através
do m edo na vida das p esso as. Contudo, quando a questão do
empregador é esclarecida, colocando Deus como seu patrão, então o
medo não tem lugar. A atitude correta é crer em Deus como sua fonte
e buscar n’Ele seu próximo trabalho.
O controle pelo espírito de Mamom não se restringe aos po­
bres. M amom também governa muitas pessoas que têm acumulado
muito dinheiro, o qual é o foco e a fonte de vida para elas, que fariam
qualquer coisa para proteger seu dinheiro e aumentá-lo.
O P oder Atrás do D inheiro 21

Frequentemente, Mamom prende o rico com o medo de perder o que


tem, e da mesma forma ao pobre, com o receio de falta de provisão.

PR O VÉR BIO S 30
7 Duas coisas eu peço que me dês antes que eu morra:
8 Mantém longe de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza
nem a riqueza; dá- me apenas o alimento necessário
9 Se não, tendo demais, eu te negaria e te deixaria, e diriadQuem é o SenhorV
Se eu ficasse pobre, podería vir a roubar, desonrando assim o nome do meu
Deus. (NVI)

MAMOM, PARCEIRO DA INIQÜIDADE ^


Como nós veremos no exemplo da Escritura, Mamom é uma
força condutora, convincente na vida das pessoas tanto cristãs como
não-cristãs. Muitas vezes, o espírito de Mamom busca e faz parceria
com áreas de iniqüidade que já atuam na vida da pessoa. Quando esse
é o caso, o engano que esse espírito traz pode ser muito grande, ou até
mais forte do que se estivesse sozinho. Vamos considerar um exemplo
claro da influência do espírito de Mamon em parceria com a iniqüidade
na vida de um crente.

ATOS 8
9 Mas havia um homem chamado Simão que vinha praticando feitiçaria du­
rante algum tempo na cidade, para estupefação da nação Samaritana,
reivindicando que ele mesmo era uma pessoa distinta e extraordinária.
10 Todos lhe prestavam muito atenção, do mais simples ao maior, dizendo: Este
homem é aquela exibição do poder de Deus que é chamado o Grande.
11 E estavam atentos e o tinham em grande conta, porque durante muito tempo
ele os tinha deixado impressionados, perplexos e deslumbrados com sua
habilidade nas artes mágicas.
12 Porém, quando creram nas boas novas [o Evangelho] acerca do Keino de
22 Bens, Riquezas &D inheiro

Deus e o nome de Jesus Cristo, o Messias, que Felipe pregava, foram batizados,
tanto homens como mulheres.
13 A-té mesmo Simão creu... e depois de ser batizado se devotou constantemente
a ele [Felipe], E, vendo os sinais e milagres de grande poder que estavam
sendo realizados, ficou totalmente impressionado. (Amplificada)
No texto, vemos que Simão se tom ou um crente e foi batizado.
Seu desejo era de seguir ao Senhor como ele seguia Filipe. Então vem
o teste. Nos versículos 14 a 17, descobrimos que Pedro e João vieram
de Jerusalém e oraram e im puseram as mãos sobre as pessoas que
creram e tinham se batizado para receberem o Espírito Santo.

ATOS 8
18 Todavia, quando Simão viu que o Espírito era comunicado através da
imposição de mãos dos apóstolos, trouxe dinheiro e ofereceu-o a eles,
19 dizendo: Concedam-me também essepoder e autoridade, afim de que qualquer
pessoa sobre quem eu colocar minhas mãos possam receber o Espírito Santo.
20 Mas Pedro disse para ele: Destruição consuma o seu dinheiro e você, porque
imagina que possa obter o Dom [gratuito] de Deus com dinheiro!
21 Você não tem parte nem direito nesse assunto, pois o seu coração está todo
errado aos olhos de Deus — [não está] reto ou correto ou verdadeiro diante
de Deus. (Amplificada)
Perceba que Pedro está confrontando o espírito de Mamom,
que influencia o coração de Simão. Existe um conflito de reinos.
Mamom quer controle, poder e autoridade através do dinheiro, com ­
prando e vendendo, enquanto que o Reino de Deus funciona através
do dar e receber. Pedro identifica imediatamente o problema.
Simão era um crente e era batizado, mas existia alguma coisa
errada com seu coração! O espírito de Mamom não tinha sido tratado
e tinha agarrado sua alma e capturado suas emoções. Existem muitas
vezes, fortes emoções quando se envolve dinheiro. Você já viu quan­
do em alguma família há uma ‘discussão’ sobre dinheiro ou, especifica­
mente sobre o testamento de uma pessoa falecida, que neste momento
O Poder Atrás do Dinheiro 23
podem haver fortes emoções? O espírito de Mamom está controlando
a alma das pessoas nesta situação, através de suas emoções.

ATOS 8
22 Portanto, arrependa-se dessa depravação e iniquidade sua e ore ao Senhor
para que, se possível, este pensamento e propósito ardiloso do seu coração
possa ser removido, desconsiderado eperdoado.
23 Pois vejo que estápreso pela amargura epor um laçoforjado pela iniquidade
[para aprisionar almas], (Amplificada)
Pedro recebeu uma palavra de conhecimento do Senhor e faz
uma declaração incrível de que Simão está profundamente eqvenena-
do pela amargura. Nós sabemos que a amargura é uma condição das
emoções. Então, quando Pedro declarou que seu coração está total­
mente errado no ponto de vista de Deus, ele não está dizendo que ele
não era ‘nascido de novo’ em seu espírito, mas simplesmente que exis­
tiam questões emocionais, neste caso, o coração, que necessitavam ser
tratadas. Lendo isto, você pode estar se perguntando: “O que a amar­
gura tem a ver com uma simples pergunta sobre quanto dinheiro seria
necessário para comprar este poder?” No passado, Simão tinha obvi­
amente comprado técnicas de magia das pessoas para aumentar seu
repertório de artes mágicas. A resposta a esta questão está baseada na
palavra IN IQ Ü ID AD E. O versículo 23 afirm a: “..e no laço de
iniqüidade.” Muitas outras traduções igualam esta palavra com pecado,
com expressões como: ‘cativo do pecado,’ ‘acorrentado pelo pecado,’
ou ‘prisioneiro do pecado.’ A palavra no grego é ‘a dikia’ que denota
injustiça, é o oposto de justiça, a qual constitui uma qualidade básica
no reino de Deus ( “justiça, paz e alegria no Espírito Santo,” Romanos
14.17). A palavra grega também significa malícia, ilegalidade, rebelião
e transgressão. Indo mais a fundo no entendimento disto, descobrimos
que existe um mistério da iniqüidade (2 Tessalonicenses 2.7) que está
em atividade no mundo.

EZEQUIEL 28
24 Bens, Riquezas & Dinheiro
15 Você era inculpável em seus caminhos desde o dia em quefo i criado até que
se achou iniquidade e culpa em você. (Amplificada)
A maioria dos estudiosos acredita que isto se refere a Lúcifer
em seu estado no céu, antes da queda. Então, quando Satanás apareceu
no jardim para tentar Eva, a queda de toda humanidade envolveu
mais do que somente o pecado (escolha em desobedecer - errar o
alvo), mas foi transmitida para a humanidade a iniqüidade do próprio
Satanás. Ela é uma força condutora que influencia os corações da hu­
manidade a desobedecer e a escolher o pecado. Nós vemos a tendência
da iniqüidade mesmo em uma criança pequena em seus primeiros atos
de rebelião.
Então, existe um a diferença entre iniqüidade e pecado.
Precisamos entender esta distinção, e assim, poderemos ver que existe
uma tendência para certos tipos de pecado, que pode ser transmitida
através dos pais para os filhos por quatro gerações.

D EUTERON ÔM IO 5
9 Não teprostraras diante deles nem lhes servirás: pois Eu, o Senhor, o teu
Deus, sou Deus sçeloso, que castigo os filhos pelo pecado de seus pais até a
terceira e quarta geração daqueles que me odeiam,
10 mas trato com misericórdia e amor imutável a milhares e até mil gerações
daqueles que me amam e obedecem aos meus mandamentos. (Amplificada)
(Veja também Êxodo 34.7b, e Números 14.18b.) Novamente
estamos falando a respeito da iniqüidade, e não do pecado. Toda pes­
soa é responsável por seu próprio pecado; contudo, o que é passado é
a inclinação, a propensão para uma força condutora que a influencia a
ponto de pressioná-la a com eter um pecado em particular. Isso é uma
compulsão ou um vício. Nós vemos isso em famílias, onde as coisas
que Deus odeia, tais como divórcio, ou alcoolismo, aparecerão de
geração em geração, em uma árvore genealógica. A iniqüidade foi
passada de pai para filho e nunca foi tratada. Na maioria das vezes, a
iniqüidade é a força condutora em maldições hereditárias, tais como:
O Poder Atrás do Dinheiro 25
abuso de drogas, im oralidade sexual, doença m ental, suicídio, ira
incontrolável e toda sorte de vícios. Agora, se a iniqüidade nunca é
tratada, a pessoa pode se tornar o que Tesus menciona como praticante
da iniqüidade ou malfeitor.

M ATE U S 7
23 Então eu lhes direi claramente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim vós
que praticais iniqüidade! (EC)
O salmista se refere muitas vezes aos praticantes da iniqüidade.

SALM O
3 Não me arrastes com os ímpios, com os obreiros de iniqüidade, que falam
de pa% com o próximo, mas abrigam maldade e más intenções no coração.
(Amplificada)

SALM O S 3 6
1 A transgressão (como um oráculo) fala ao ímpio no íntimo do seu coração.
Não há temor de Deus diante de seus olhos.
2 Pois ele mesmo se lisonjeia e se engana, dizendo que a sua iniqüidade não há
de ser descoberta nem detestada.
12 Eá os obreiros de iniqüidade çaem ejasgmprostrados: são lançados ao chão,
incapazes de levantar-se. (Amplificada)
Um praticante da iniquidade seria uma pessoa que sabe que
existe uma força condutora em sua vida mas se recusa a tratá-la. Ele
resiste às autoridades e ninguém pode ministrar em sua vida, por medo
de perder o ministério ou de se expor. Contudo se isso não for tratado,
poderemos ver suas conseqüências declaradas em Ezequiel 18.30.

EZEQUIEL 18
30 Portanto, eu vosjulgarei, a cada um conforme os seus caminhos, ó casa de
Israel, dv.£o SenhorJeová; vinde, e convertei-vos de todas as vossas transgressões,
26 Bens, Riquezas & Dinheiro
e a iniquidade não vos servirá de tropeço. (RC)
Vemos estes exemplos na vida de muitos homens e mulheres que
começaram com motivos corretos, mas suas iniqüidades derrubaram-nos.

SALM O S 66
18 Se eu acalentar a iniqiiidade no coração, o Senhor não me ouvirá.
(Amplificada)
Qual a importância disto tudo no assunto de Mamom e di­
nheiro. Nós descobrim os que Jesus em Lucas 16 liga M am om à
iniqüidade.

LUCAS 16
10 Quem éfiel no mínimo, também éfitei no muito; quem é injusto no mínimo,
também é injusto no muito. (RC)
A palavra traduzida como in ju stiça no grego é adikia -
iniqüidade. Assim, nesta passagem, Mamom é equiparado à iniqüidade.
Mamom da iniqüidade. Isto ajuda a explicar o porquê o amor ao
dinheiro é como uma força condutora tão forte na vida de muitas
pessoas. Não existe somente um espírito demoníaco as influenciando,
mas existe também algo dentro delas. Hoje as pessoas matam, roubam
e destróem outras pessoas, coisas e riquezas por dinheiro. E uma força
condutora dirigida pela iniquidade que atua em todas as culturas e
povos da Terra.
O espírito de pobreza pode ser uma maldição hereditária em
uma pessoa. Isto está ligado à iniqüidade, pode ser transmitido atra­
vés de gerações, escravizará as pessoas e retardará o fluir das finanças
em suas vidas, até serem tratadas através do arrependim ento e
purificação pelo sangue de Jesus.
Vamos considerar alguns outros aspectos da iniqüidade, a fim
de a entendermos melhor. Ela afetou fortemente a vida do profeta
Balaão.
O Poder Atrás do Dinheiro 27

2 PEDRO 2
15 Abandonando o caminho reto eles se desviaram; seguiram o caminho de
Balaão, filho de Beor, que amou a recompensa da injustiça [Grego adikia
— iniqüidadê\;
16 M asfoi repreendido p or sua transgressão [Gr. paranomia — uma outra
palavra para iniqüidade] quando um animal mudo de carga falou com
vo% humana e refreou a insensate^ do profeta. (Amplificada)
Nesta passagem, aprendemos sobre a iniqüidade de Balaão.
Quando nós lemos a história de Números 22, descobrimos que existia
o amor ao dinheiro em seu coração, pois ele estava sendo pago para
profetizar uma maldição sobre Israel. Pelo uso da palavra grega adikia,
Pedro mostra que Balaão se extravia conduzido pela iniquidade.

ISA ÍA S 43
24 Você não Me comprou com dinheiro nenhuma cana aromática, nem Me
saciou com a gordura de seus sacrifícios. Mas você Me sobrecarregou com seus
pecados e Me deixou exausto com suas iniqüidades. (Amplificada)
O Senhor quer que sejamos mais ativos em lidar com os
padrões de iniqüidade os quais não temos capacidade de superar.
Quando vemos que tais padrões ou compulsões se repetem em nos­
sas vidas, é importante que sejamos mais atuantes pedindo a Deus a
revelação da raiz da iniquidade, pois ao recebê-la, o alvo é permitir
que Deus nos conceda arrependimento para que a iniquidade seja
removida. Contudo, como Pedro em Atos 8.23 disse a Simão que a
iniqüidade estava enraizada na amargura, em sua vida, ela pode estar
em alguma outra área. A iniquidade pode, contudo, manifestar-se por
ela mesma, como foi feito na vida de Simão, através do amor ao
dinheiro. O amor de Simão ao dinheiro foi desmascarado em seu desejo
de usar o dinheiro para tentar comprar poder e autoridade sobre a
vida de outras pessoas.
Um fato interessante é o acúm ulo de notas de grande valor
da m oeda am ericana. O jornal N ew York Tim es citou uma
1 The New York, Times National Section, May 22, 1994, Page 12
28 Bens, Riquezas & Dinheiro
reportagem publicada pelo Banco de Reservas Federais em Los
A ngeles,em 22 de m aio de 1994,1 listando o volume total de m oeda
am ericana em circulação por valor. A reportagem colocou que, em
1992, o total de m oeda em circulação era de 292 bilhões de dólares,
o que equivale a 1.143 dólares para cada homem, m ulher e criança
residentes nos Estados Unidos. Considerando a moeda em circulação
por valor, descobrimos que existem mais de seis notas de cem dólares
em circulação para cada hom em , m ulher e criança nos Estados
Unidos. Já que a m aioria dos bons cidadãos usam cheques, cartões
de crédito, ou cartões de débito para a m aioria das transações, quem
possui todas essas notas de 100 dólares? Acontece que 157 bilhões
em notas de 100 dólares representam principalm ente as poupanças e
o capital do submundo. Através desta econom ia clandestina, vemos
que o am or ao dinheiro é a raiz de todo mal!
Louve ao Senhor pois Ele não nos tem deixado sem resposta
de como tratar à iniquidade. Em Isaías 53 vem os a provisão que
Deus nos tem dado em Jesus.

IS A ÍA S 53
5 Mas Elefoiferido p or causa das nossas transgressões, Elefo i esmagado p or
causa de nossa culpa e iniqüidades: o castigo necessário para obterpa^e bem-
estar para nós estava sobre Ele, e com aspisaduras que Eheferiram somos
curados efeitos íntegros. (Amplificada)
E claro que Jesus m orreu por ambos, pelas transgressões ou
pecados e pelas iniqüidades. A forma que o profeta descreve a m or­
te de Jesus é pelas feridas e pisaduras. As feridas de Jesus são atribu­
ídas às nossas transgressões, enquanto que as pisaduras, às nossas
iniqüidades. Podemos ver através desta descrição, que as feridas são
externas, manifestadas pelas rasgaduras, perfurações, ao abrir e rasgar
a carne. As pisaduras, no entanto, que tratam da iniqüidade, exigi­
ram uma ferida interna que causava hem atom as e sangram entos
internos e podem ser m uito mais dolorosos que um corte externo.
Nós compreendemos as feridas físicas externas e como elas podem
O P oder Atrás do Dinheiro 29

ser dolorosas. Quanto mais as feridas nas emoções, onde palavras e


ações nos machucam. O Apóstolo Tiago nos fala da língua como um
fogo.

TIAGO 3
6 E a língua [é] umfogo. [A língua é um] mundo de maldade [Gr. - adikia
—in iqüidade] c o lo c a d a en tre o s m em b ro s d o n o ss o co r p o ,
con ta m in a n d o e p er v er te n d o o c o r p o in teiro e in cen d ia n d o a
ca rreira da ex istên cia — o c i c l o da natureza, hum ana — sen d o
ela m esm a in cen d ia d a p e lo in fern o. (A m plificada)
Perceba que a língua é o principal transmissor da iniquidade.
Palavras vindas dela não causam apenas feridas superficiais ém seus
receptores, mas amaldiçoam a identidade, penetram profundamente
nas emoções e lá se alojam. A iniqüidade é como um fel ou um veneno
contínuo que pode reter amargura, ou outros pecados tais como no
caso de Simão. Ela pode ser comparada à cola ou ao superbonder que
atrairá e reterá qualquer outra coisa que lhe pertença.

ATOS 8
23 Pozs vejo que está preso pela amargura e p or um laçoforjado pela iniqüidade
[para aprisionar almas]. (Amplificada)
Então o espírito de Mamom (uma entidade demoníaca ligada
à iniqüidade) teve um lugar para residir nas emoções de Simão através
de sua amargura. Este espírito conseguiu profanar sua alma com o
amor ao dinheiro e com o engano em relação ao que ele pensou que
isto poderia produzir em sua vida.
Nós descobrimos o antídoto para a iniqüidade descrito em I
João 1.

I JO Ã O 1
9 Se [livremente] admitirmos que pecamos e confessarmos os nossospecados,
Ele é fie l e justo [fiel à Sua própria natureza e promessas] e nos
30 Bens, Riquezas & Dinheiro
perdoará os nossos pecados e nos purificará continuamente de toda injustiça, (Gr.
Adikia — iniqüidade) tudo que não estiver em conformidade com a vontade
Dele em propósito, pensamento e ação. (Amplificada)
A qui, João nos diz que existe uma purificação para toda
iniqüidade. O agente de purificação é o Sangue de Jesus. Mas, ele precisa
ser aplicado à iniqüidade, assim como a confissão dos nossos pecados
(especificamente) é necessária para recebermos o perdão. Pedro cha­
mou Simão para arrepender-se de sua iniqüdade, ou seja, perm itir sua
mente ser mudada e renovada. Ele foi exortado a não ser mais um
“servo da iniqüidade,” mas ao invés disso, tratá-la. Da mesma forma,
com o espírito de Mamom, tratamos primeiro a iniquidade que permite
que ele se instale nas nossas emoções. O medo da falta de dinheiro, o
amor e servidão a ele e todos os laços que isto produz, precisam ser
reconhecidos e purificados pelo sangue de Jesus. Este sangue precisa
ser u sad o p a ra que h a ja o v e rd a d e iro a rre p e n d im e n to .
Conseqüentemente, os pecados que dominaram nossas vidas através
da iniqüidade podem ser confessados e perdoados. Uma vez que a
in iq ü id ad e e o p ecado ten h am sido tratad o s, então serem o s
verdadeiramente livres da servidão do espírito de Mamom.
A fim de manter nossa liberdade do amor ao dinheiro, temos
que pôr em prática o oposto da iniqüidade. Nós descobrimos que o
apóstolo Paulo fala sobre isto em Romanos 6.

ROM ANOS 6
13 Não continuem oferecendo ou cedendo os membros [e faculdades] do seu
corpo ao pecado como instrumentos [ferramentas] de injustiça [Gr.- Adikia
— iniqüidade] . Mas ofereçam-se e rendam-se a Deus como tivessem sido
ressurrectos dentre os mortos para a vida [perpétua], e os membros [e
faculdades] do corpo a Deus, apresentando-os como instrumentos dejustiça.
18 E, tendo sido libertos do pecado, vocês se tornaram servos da justiça — da
conformidade à vontade divina em pensamento, propósito e ação.
19 Estou falando em termos humanosfamiliares, p or causa das suas limitações
naturais. Pois, assim como vocês ofereceram os membros [ e faculdades]
O P oder Atrás do Dinheiro 31

do seu corpo como servos da impureza e da sempre crescente maldade (Gr. Adikia
em adikia, literalmente da iniqüidade à iniqüidade), ofereçam agora os
membros [e faculdades] do corpo uma ves^por todas como servos dajustiça — o
reto s e r e fa z e r — [ que conduz] à sa n tifica çã o. (A m plificada)
Justiça ê o oposto da iniquidade. Al Palavra de Deus nos encoraja
continuamente a praticar a justiça.

R O M A N O Sió)

16 Não sabeis vós que a quem vos apresentardes p or servos para lhe obedecer,
sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte ou da
obediência para ajustiça. (RC)
Então vemos que, render-se a Deus e à sua Palavra nos leva à
justiça e nos manterá livres da iniqüidade.

ROM ANOS 5
21 Para que, [exatamente] assim como o pecado reinou na morte, também a
graça — o favor imerecido de Deus — possa reinar também pela justiça
[posição correta diante de Deus] que resulta em vida eterna mediante
Jesus Cristo, o Messias, o Ungido, nosso Senhor. (Amplificada)
Deus nos chama para viver em Sua graça que reina e tem au­
toridade, através da justiça. Deus então nos chama para reinar.

R O M AN O S 5
17 Se, pelas transgressões [lapsos, ofensas] d e um s ó a m o rte rein ou
p o r m eio d ele, co m m uito m ais certez a a q u eles q u e r eceb em a
tran sbordante g r a ça [de Deus] e a dádiva da ju stiça [colocando-
os em posição correta diante Dele] rein a rã o em vida p o r m eio
d o Ú nico, J e s u s Cristo, o M essias, o U ngido. (A m plificada)
Nosso reinado, com autoridade, domínio e poder, vem pela
Sua justiça como um presente gratuito e abundância de Sua graça.
Tudo isto tem sido planejado por Deus para nos m anter livres da
32 Bens, Riquezas & Dinheiro
iniqüidade. Precisamos ter uma percepção de nós mesmos como justiça.
Nosso foco deve estar sobre nossa justiça em Cristo, não sobre nossa
iniqüidade na carne. Nós somos a justiça de Deus em Cristo Jesus de
acordo com Paulo em 2 Coríntios 5.
2 CORÍNTIOS 5
21 Por nossa causa Ele tornou pecado o Cristo que não conheceu pecado, para
que Nele e através Dele nos tornássemosjustiça de Deus. (Amplificada)
O cetro do Reino de Deus é justiça (Hebreus 1.8).

HEBREUS 1
9a Amou a justiça — Você deleitou-se com a integridade, virtude, retidão de
propósito, pensamento e ação — e odiou a perversidade [Gr. - adikia —
injustiça e iniqüidade]. (Amplificada)

JO Ã O 1 6
8 Quando ele vier (o Espírito Santo), convencerá o mundo do pecado, da
justiça e dojuísço.
9 Do pecado porque não crêem em mim;
10 Da justiça, porque vou para o Pai, e não me verão mais;
11 Do juísço, p orq u e o p rín cipe deste mundo já está condenado.
'(NVlj
A maioria das pessoas tem pensado que o Espírito Santo veio
à Terra para nos convencer de todas as coisas que nós estamos fazen­
do de errado (pecado), e que Deus está com raiva de nós porque Ele
é justo (justiça), e que nos julgará se nós não pararmos de pecar (julga­
mento). Isto é exatamente o oposto do que Jesus realmente disse nes­
tas Escrituras.
Segundo Jesus, o Espírito Santo tem vindo para nos conven­
cer em qualquer área de incredulidade em Jesus, de nossa própria jus­
tiça em Cristo, e do fato que o diabo já tem sido julgado e assim não
tem poder em nossas vidas. O único pecado com que o Espírito Santo
O Poder Atrás do Dinheiro 33
se preocupa em convencer alguém é de não acreditar e confiar em
Jesus. Sempre que a iniqüidade está operando na vida de um crente,
naquele momento e naquela área, a pessoa não está crendo e confiando
em Jesus. A maioria das pessoas quando se tornam conscientes da
iniqüidade, geralmente começam a esforçar-se na sua própria determi­
nação e força de vontade para livrar sua vida dela. É por isso que o
Espírito Santo nos convencerá de que não temos capacidade para tratar
com a iniqüidade pelas nossas próprias forças. Ele então nos convencerá
de que não temos confiado em Jesus, e que o Sangue de Jesus nos
liberta, e não nosso próprio esforço.
O Espírito Santo não está tentando nos convencer de todas as
c o is a s errad as q u e fiz e m o s. N o sso p r ó p r io c o ra ç ã o e stá
constantemente nos acusando de todas as injustiças de nossas vidas. O
Espírito Santo está principalmente tentando nos convencer de que
somos justos em Cristo. Além disso, Ele não veio para nos dizer que,
se não pararmos de pecar, Deus irá nos julgar. Ele veio dizer que o
dominador deste mundo (Satanás) já está julgado. Assim, o trabalho
principal do Espírito Santo é nos ajudar a aceitar e identificar nossa
justiça, a qual Jesus comprou para nós.

M ATE U S 6
33 Mas buscaiprimeiro o reino de Deus e a suajustiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas. (RC)
Perceba a dupla ênfase na justiça. Em Romanos 14.17, o Rei­
no de Deus é definido como justiça, paz e alegria no Espírito Santo.
Então Mateus 6.33 poderia ser entendido assim: Buscai primeiro a
justiça, paz e alegria no Espírito Santo e sua justiça... . Nós cremos
que a dupla ênfase é para nos lem brar que o oposto da iniqüidade é
justiça, a qual é nossa através de Jesus. Nós encorajamos você a estudar
e meditar sobre a justiça. Conscientize-se de sua justiça!
Nós vemos então em Atos 8 que Simão precisava tratar a
iniqüidade em sua alma, mesmo ele sendo nascido de novo e batizado.
Seu coração idolatrou o dinheiro e tudo o que ele pudesse comprar.
Jesus nos quer livre da iniqüidade para que o espírito de Mamom não
34 Bens, Riquezas & Dinheiro
tenha lugar para alojar-se em nossas emoções, e nos manter em servidão
e escravidão para amar o dinheiro.
Assim, em resumo, o objetivo do espírito de Mamom é fazer
com que as pessoas atribuam ao dinheiro um valor sagrado, fazendo
dele a sua fonte de bem-estar na vida. Então, as pessoas amarão o
dinheiro, ao invés de Deus e temerão mais a falta de dinheiro do que a
Deus. Aqui está uma poderosa declaração digna de memorização: Se
Deus é sua fonte, o dinheiro é para ser seu servo com o qual fará o
trabalho do Reino de Deus. Inversamente, se o dinheiro é sua
fonte, Deus não será seu servo para lhe prover dinheiro! Até você
perceber quão impotente o dinheiro realmente é. você nunca será
livre de sua busca!
Vamos agora tratar dos sinais da influência de Mamom nas
nossas vidas para que possamos reconhecer as áreas em que o inimigo
pode ter acesso às nossas emoções através do amor ao dinheiro.

DEZ SINTOMAS DA INFLUÊNCIA DE MAMOM


A maioria das pessoas não reconhece a influência do espírito
de M amom em suas vidas. Gostaríamos de listar aqui dez sintomas
que temos observado sobre a influência do espírito de Mamom na
vida de alguém. Identificar a influência deste espírito é o primeiro
passo para libertar-se dele. Aqui estão os dez sintomas:
1. Preocupação e ansiedade sobre dinheiro.
Muitas pessoas têm ansiedade e medo exagerado em relação
ao dinheiro. As pessoas ricas temem perder o dinheiro que têm, en­
quanto ^ie^s_pobr^s^ememmunçajer_p suficiente., Nos dois casos, o
medo, a preocupação e a ansiedade dominam as emoções da pessoa.
Conforme Provérbios 30.7-9.

PR O V É R B IO S 30
7 Duas coisas Tepeço [Não as negue a mim, antes que eu morra]:
O Poder Atrás do Dinheiro 35
8 Remova a falsidade e as mentiras para longe de mim; Não me dês nem
pobreza nem riqueza — Alimente-me com o alimento necessário;
9 Se não, tendo demais, eu Te negue, e diga: ' Quem é o SENHO R?’ Ou
empobrecido, roube e desonre o nome do meu Deus. (Amplificada)
A Fé de Pardal nos livra de focalizar o dinheiro como fonte de
provisão, e assim, da ansiedade e da preocupação em relação a ele. A
liberdade da ansiedade sobre o dinheiro se caracteriza pela presença
de três atitudes:
A. O que eu tenho, tenho recebido como um presente de
Deus. Eu sou meramente um mordomo do que Deus
tem confiado a mim. Minhas necessidades estão supridas
em Deus e não por meus próprios esforços. Eu não tenho
necessidade de me preocupar em relação ao dinheiro
porque tudo o que está disponível para mim é um presente
do Pai Celestial, que me ama. Isto livra o meu coração do
medo e da ansiedade.
B. Minhas possessões são cuidadas por Deus. Quando eu
reconheço que tudo que eu tenho é um presente de Deus,
então posso perm itir que Deus possua tudo, e eu sou
meramente um mordomo de Seus recursos. Assim, se
algo for roubado ou danificado, eu tenho a certeza que
se Deus quer que eu o tenha, Ele é capaz de repor. A s­
sim, eu sou livre da ansiedade em relação a conservação
e ao cuidado dos recursos.
C. Meus recursos são disponíveis para serem usados por
outros. Como eu não possuo nada, e estou somente
gerenciando os recursos de Deus, posso disponibilizá-
los a outros conforme a direção do Senhor, sem temer
perdas ou danos. Como um bom mordomo, eu instruirei
estas pessoas no uso adequado deles para que possam
conservá-los e ser bons mordomos também.
A Revista Time publicou um artigo perspicaz na seção de
com portam ento, em sua edição de 29 de fevereiro de 1988. Era
intitulado “O problema de ser rico”. O artigo falava da praga da
36 Bens, Riquezas & Dinheiro

ansiedade que parece afligir a um número crescente de pessoas bem


ricas. A doença chamada é no inglês de “Affleunza”. Psicólogos estão
começando a reconhecer que as grandes riquezas, algumas vezes, são
acompanhadas de inúmeros medos emocionais e psicológicos.
Este artigo afirm a além disso que, nas famílias nas quais a
riqueza tem se estendido por algumas gerações, existe freqüentemente
um terror crônico e profundo de perder a fortuna onde elas baseiam
sua identidade.
Em Mateus 6.25-34, Jesus afirm a cinco vezes, para não nos
preocuparm os ou ficarmos ansiosos quanto à fonte de provisão. No
verso 33, Ele afirma:

M ATE U S 6
33 Mas busquem [mirem e se esforcem a alcançar] em primeiro lugar, o
Seu Reino e a Suajustiça [Sua maneira de fazer e ser correto], e então
todas essas coisasjuntas lhes serão acrescentadas. (Amplificada)
A questão principal é o foco. Buscar primeiro é uma atitude
da mente e do coração de quem busca a Deus e o Seu caminho. Esta
atitude certamente nos manterá sem preocupações e ansiedades so­
bre finanças. Neste texto, Deus colocou um “detector de m entiras”.
Se eu perguntar a alguém: “Você está buscando primeiro o Reino de
Deus e a Sua justiça?” Muitos respondem: “Claro que sim!” Mas con­
forme conversamos, eu percebo que elas falam sobre preocupação,
ansiedade e finanças. Suas conversas revelam o que realmente está em
seu coração e que elas não estão buscando primeiro o Reino de Deus.
“Buscar” é uma preocupação com algo, e esta busca vai libertar você
do medo e da ansiedade quando ela é dirigida para o Reino de Deus.
2. M á adm inistração financeira. “Eu não sei onde foi pa­
rar o dinheiro?”
Muitos cristãos não têm um controle sobre suas finanças pes­
soais. Como resultado, eles não têm nenhuma contabilidade em suas
vidas, nem para elas próprias. Tais pessoas não poderíam nem mesmo
O Poder Atrás do Dinheiro 37
dizer a quantia mensal necessária para sua provisão. Eu (Craig) tenho
feito a seguinte comparação para muitas pessoas.
Suponhamos que você fosse o gerente de um fundo multi­
milionário, cujo propósito fosse distribuir recursos a pessoas cristãs
que os usariam sensatamente no Reino de Deus. Suponhamos que
duas famílias cristãs viessem se apresentar para receberem recursos
deste fundo. A primeira família vem a você com uma pasta do histórico
de como o dinheiro tem sido usado, e uma proposta de orçamento
para sua utilização.
A segunda família vem a você sem nenhum histórico do uso
de seu dinheiro e nenhuma proposta de orçamento futuro. Quando
você pergunta ao chefe da família quanto dinheiro ele precisa, ele lhe
diz: “Alguns milhares de reais”. Você então pergunta: “Exatamente
quantos milhares?” “Ah, eu não sei. Talvez uns sete mil reais,” ele
responde. Você pergunta: “Em que você vai usar esse dinheiro?” “Para
pagar minhas contas”. Você pergunta: “Qual é sua despesa mensal?”
“Eu não sei ao certo,” ele diz.
Agora para qual destas duas famílias você liberaria fundos?
“Para a primeira família”, vocês responderão inevitavelmente. Eu en­
tão faço outra pergunta. “Se você fosse o tal gerente, você poderia
integramente investir dinheiro deste fundo em sua própria família?”
Muitas pessoas irão abaixar suas cabeças, e envergonhadas responde­
ríam: “Não”. Eu pergunto: “Por que não?” “Porque a minha situação
é como a da segunda família. Eu não tenho orçamento nem arquivo
financeiro de minhas finanças”, eles respondem. Então eu tenho de
fazer uma pergunta difícil: “Você acha que Deus é mais bobo do que
os homens? Se nem mesmo você investiría em você, porque Deus
faria isso?”
Então eu falo a esta pessoa que Deus realmente tem um fun­
do multi-trilionário. Ele está neste momento aceitando candidatos.
Contudo, você precisa preparar sua contabilidade pessoal para que
saiba quanto dinheiro pedir e para que possa prestar contas do uso
dele.
38 Bens, Riquezas & Dinheiro
Um sintoma da má administração financeira é não manter
registros e não ter planos financeiros. Alguns têm tido a seguinte ati­
tude: já que Deus é a fonte, elas não precisam manter planos e registros.
Isso sempre levará à irresponsabilidade e à má administração do di­
nheiro.
3. Falta constante de provisão financeira. “Nunca tenho dinheiro
suficiente.” Muito mês sobrando no final do dinheiro.
Esse problema aflige tanto ricos quanto pobres. Quando eu
não me vejo como um gerente de finanças, com a visão de prestar
contas a Deus, então eu não terei nem registros nem orçamentos. Isto
resulta em padrões de gastos que sempre excedem os recursos
disponíveis. Como uma solução de curto prazo para suprir a falta
financeira, muitos entram no engano das dívidas, que parece ser muito
atraente.
Se uma família gastar 120% dos recursos financeiros disponí­
veis, eles estarão constantemente pensando que não tem recursos
suficientes. Muitas pessoas creem na mentira de que se elas apenas
ganharem mais dinheiro, seus problemas financeiros serão resolvidos.
Na realidade, o problema é a forma como o dinheiro é gasto, e não a
quantidade disponível. Se um padrão de despesas de 120% dos recur­
sos disponíveis é estabelecido, será que faz diferença se há mil, dez mil
ou cem mil reais por mês? Cem mil reais simplesmente geram vinte
mil reais em dívidas por mês, ao invés de duzentos reais por mês no
caso de quem ganha mil reais. Quanto mais dinheiro você ganhar
mensalmente, mais opções para gastá-lo haverá.
4. M entalidade de que nunca tem dinheiro para nada.
Se o espírito de M amom tem me convencido de que o dinhei­
ro é minha fonte e é fator determinante de minha vida, então eu devo
tomar muito cuidado com a forma como eu o gasto. E enfatizado
novamente que a fonte está no dinheiro ao invés de Deus. Eu (Craig)
me lem bro de um homem que conheci. Ele tinha acumulado muitos
bens avaliados em alguns m ilhares de dólares. Contudo, ele protegia
muito seu dinheiro e tinha grande dificuldade em gastá-lo. Apesar de
ter muitos recursos, sempre que sua esposa e seus filhos desejavam
O Poder Atrás do Dinheiro 39

gastar dinheiro em necessidades e desejos legítimos, ele dizia: “Não


temos dinheiro para isso”. Esta atitude pode afligir tanto aos ricos
quanto aos pobres. E uma fortaleza mental, que não depende da situ­
ação financeira.
Como um bom mordomo, temos que responder à seguinte
questão: “Quanto é suficiente?” O espírito de Mamom não quer que
nós respondamos a esta pergunta. Este espírito ‘gera’ necessidades. Mas
Deus quer nos ajudar a responder esta pergunta. Jesus não estava moti­
vado por necessidades. Ele realizou somente o que o Pai lhe disse para
fazer, mesmo diante de necessidades incríveis. O diabo nunca cessará
de criar necessidades. Portanto, se somos guiados por necessidades,
imagine a quem estamos seguindo. Nosso Pai Celestial sabe de nossas
necessidades antes mesmo de pedirmos (Mateus 6.8b). Nós estaremos
falando posteriorm ente a respeito de como criar um “orçamento
limitado”, ou que abranja nossas obrigações, necessidades e desejos. Já
que Deus deseja concordar conosco sobre nossas finanças, queremos
p e rg u n ta r a E le o que d evem o s in c lu ir n este o rçam en to .
O profeta em Amós 3.3 coloca a seguinte questão: “Podem
andar dois juntos se não estiverem de acordo?” Estou certo de que
todos nós queremos que o Senhor ande conosco na área financeira.
Agora quando buscamos a Deus sobre o que deve estar em nosso
orçamento na área de necessidades e desejos e obedecemos ao que
Ele nos fala, então a m entalidade de que: “Meu dinheiro não é
suficiente” nem entra em questão. Se você tem realmente buscado ao
Senhor a respeito da Sua vontade e o tempo para você ter algo em
particular, então isto é para ser incluído no seu orçamento. Quando
você segue a esta estratégia, a tentação do adversário em criar
n ecessid ad es no seu coração e na sua m ente é d erro tad a! E
simplesmente uma tentação que pode ser resistida. Nós ensinaremos
a você como fazer isto de forma prática posteriormente.
5. Compras Impulsivas. Incapacidade de resistir ao
desejo de comprar.
Muitas vezes alguém chega em casa com novas compras e o
cônjuge exclama: “Por que você comprou isto? Nós realmente precisa­
mos disto?”
40 Bens, Riquezas & Dinheiro

A resposta é: “Eu não sei, mas fiz um grande negócio. Estava


muito barato”. As pessoas compram todo o tipo de coisa de que elas
realmente nem precisam, e nem mesmo querem, simplesmente compram
porque estava barato. Ao caminhar pelos corredores do shopping (um
templo de Mamom), o espírito de Mamom grita por todos os lados:
“Compre-me! Compre-me! Eu estou barato. Você nunca mais terá esta
mesma chance”. Este é um hábito estabelecido na vida de muitas pessoas
que não têm aprendido a gerenciar os recursos e permitido ao Espírito
Santo ser o mestre.
Eu (Earl) tenho descoberto que existem cidades no mundo as
quais o espírito de Mamom domina. Hong Kong tem sido uma delas.
Eu me lembro da primeira vez que Dorothy, minha esposa, e eu fo­
mos até lá. Antes de irmos, fomos aconselhados por um amigo a levar
várias malas vazias conosco, porque lá existiam tantas coisas para
comprar com preços ótimos, comparados aos do Canadá, onde moro.
Depois que chegamos, tivemos um tempo livre para irmos ao
centro e começamos a andar por um enorme centro comercial.
Eu disse à m inha esposa: “Veja estes preços. Isto é incrível!
Você percebe que os preços destas coisas no Canadá seriam cinco
vezes mais caros do que aqui?” Foi difícil apenas andar pela loja.
C onform e com eçam os a encher nosso carrinho, m inha pulsação
aum entou e o suor apareceu na minha testa. A ansiedade estava
aumentando e eu pude perceber que a ansiedade era que eu poderia
perder alguma prateleira e assim perder uma boa compra.
Eu virei para minha esposa e disse, “Dorothy, algum a coisa
está acontecendo comigo. O espírito de Mamom está me influencian­
do. Vamos deixar estas coisas aqui e vamos tomar um chá”. Nós nos
sentamos e começamos a fazer uma lista de pessoas que nós queríamos
abençoar através da com pra de algumas coisas naquela loja. Eu perce­
bí que focalizando o uso do dinheiro para abençoar outros através de
presentes, nós bloquearíamos o poder do espírito de M amom sobre
as nossas mentes. Então eu voltei àquela loja totalmente livre daquela
ansiedade e pressão que eu tinha sentido antes. Nós fizemos nossas
O Poder Atrás do Dinheiro 41
compras com o propósito de abençoar outros, e então deixamos a loja
com paz nos nossos corações.
Eu tenho descoberto que este espírito trabalha tão fortemente
nas mentes que, às vezes, as pessoas quase morrem esmagadas tentado
ser as primeiras na fila de uma promoção. O segredo é sempre sair
para comprar com uma lista de itens a serem comprados no seu
“orçamento”, o que pode incluir o nome de pessoas a quem você quer
abençoar!
6. Avareza. Isto é exemplificado pelo medo de dizimar.
Algumas pessoas têm mais medo de liberar dinheiro do que
um “pão-duro”. O medo de dizimar ou ofertar é sempre um sintoma
de uma forte rendição ao espírito de Mamom. A avareza é simples­
mente um medo de não ter dinheiro suficiente para suprir minhas
próprias necessidades. Esse medo gera uma necessidade de agarrar-se
ao dinheiro. Novamente, esta característica não depende da situação
financeira.
Algumas pessoas que lidam com grandes quantidades de re­
cursos financeiros são muito avarentas. Elas pagam suas contas atra­
sadas e não dizimam devido à fortaleza da avareza em suas mentes.
Outras pessoas que têm muito pouco são igualmente avarentas. Tanto
para o rico quanto para o pobre, a avareza é um sintoma de escravidão
ao espírito de Mamom.
Soube-se da história de que o homem mais rico do mundo,
que agora já está falecido, instalou um telefone público em sua casa
para o uso de seus visitantes. Isto deve ser o cúmulo da avareza.
7. Cobiça. E um desejo excessivo de adquirir ou possuir.
Algumas pessoas misturam a definição de cobiça e ambição.
Qual é a diferença? Cobiça tem a ver com desejar algo que você não
tem, enquanto ambição é o desejo de ter mais do que você já tem. Em
Lucas 12.16-20, Jesus nos conta a história de um homem rico que
construía continuamente celeiros para guardar sua colheita e seus bens.
No final, Deus o chamou de tolo e falou que sua confiança em suas
42 Bens, Riquezas & Dinheiro

posses ao invés de em Deus, custaria sua alma. Se você perguntar a um


rico que nunca restringiu seu orçamento: “Quanto é suficiente?” Ele
responderá: “Apenas um pouco mais.”
O sistema mundial tem o propósito de criar necessidades. O
comércio oferece uma coisa de graça, ou de baixo custo, e a seguir
oferece uma “série” destes itens. “Este é um em dez ou em cem o qual
vocc vai querer colecionar. Claro, você pode desistir a qualquer hora”.
Uma vez que você entra neste sistema governado pelo espírito de
Mamom, você terá muita dificuldade em sair. A maioria das pessoas
acaba maquinando algumas justificativas para perm anecer neste siste­
ma. Nós todos fizemos isso algum a vez na vida, em níveis diferentes.
8. Descontentamento.

FILIPENSES 4
11 Não estou querendo dar a idéia de que tivesse qualquer necessidade pessoal,
p ois aprendi a viver contente [satisfeito ao ponto de não estar
perturbado ou intranqüilo] em toda e qualquer situação que estiver.
12 Sei estar humilhado e viver humildemente em árcunstâncias estreitas, e sei
também como desfrutar defartura e viver em abundância. Aprendi, em toda
e qualquer circunstância o segredo de enfrentar todas as situações, seja bem
alimentado, seja com fom e; tendo mais que o suficiente ou vivendo sem o
necessário, em escasse%.
13 Tenho a força para tudo em Cristo que me fortalece. (Amplificada)
Algumas pessoas podem identificar-se com Paulo e dizer que
elas sabem o que é passar necessidades. Contudo, a chave do versículo
é que Paulo sabia COMO viver nessas situações. Ele “sabe como”
viver com muito ou com pouco. Quando olhamos as circunstâncias
de Paulo, descobrimos que, às vezes, quando ele tinha pouco, era quan­
do Deus falava para ele dar tudo o que tinha. Saber como viver com
pouco ou muito era não ser controlado pelo espírito de Mamom. O
segredo é olhar para Deus e saber que Ele é a fonte em todas as situ­
ações, e nunca perm itir se tornar descontente por causa das circuns­
tâncias.
O Poder Atrás do Dinheiro 43

Eu (Earl) tentava imaginar porque Paulo se achava nos dois


extremos: de não ter nada, e viver em abundância. Eu estou certo de que
Paulo, em obediência ao Senhor, deu tudo o que tinha, assim emprestan­
do ao Senhor, que então repôs de maneira transbordante (Provérbios
19.17). O que quer que seja que você dê, o Senhor sempre retribuirá a
mais.
9. Servidão ao débito (Salmos 7.15; 37.21)
Existe um espírito por trás do débito pessoal, que se une a
Mamom e impedirá o fluir das finanças na vida das pessoas. O débito
é um dos mecanismos principais usado pelo espírito de Mamom para
manter as pessoas em servidão a ele. Quando o espírito de Mamom
está controlando a vida de alguém, ela é freqüentemente escravizada
financeiramente através do peso dos juros inseridos no débito. As
pessoas escravizadas pelo espírito de Mamom freqüentemente são
incapazes de disciplinar-se para retardar uma gratificação pessoal de
uma compra im ediata de coisas desejadas. Gastos não planejados são
sempre um forte indicador do senhorio de Mamom na vida de al­
guém. O sistema do mundo incentiva o débito pessoal através do car­
tão de crédito. Nós precisamos aprender como gerenciar o nosso dé­
bito pessoal para quitá-lo e nos manter livre dele. Usar o cartão de
crédito devidamente é uma habilidade a ser aprendida.
Podemos liberar um espírito de débito sobre alguém através
da forma pela qual lhe emprestamos dinheiro. O banco fixa regras
para empréstimos. O pagamento é feito mensalmente. Quando cren­
tes emprestam a outros crentes, ou a membros de sua família, querem
ser “bonzinhos” e dizem: “Pague-me quando puder!” Não faça isso,
pois isto viola os princípios do sistema do mundo e coloca a pessoa
que recebeu o empréstimo sob a influência do espírito de Mamom.
Este espírito tentará impedir o fluir das finanças para que a dívida não
seja paga e desta maneira destruir relacionamentos entre as pessoas.
Quantas pessoas que você conhece que tem relacionamentos rompi­
dos porque emprestaram dinheiro da forma errada?
No capítulo sete, falaremos mais sobre como lidar com o débito
pessoal e como emprestar da m aneira certa, a fim de manter
44 Bens, Riquezas & Dinheiro
relacionamentos saudáveis.
10. Ênfase exagerada no dinheiro e valorização excessiva
do seu poder real.
Freqüentemente percebemos essa ênfase excessiva através da
linguagem usada pelas pessoas. Quando você ouve algumas pessoas
conversando, a maioria dos assuntos que elas falam tem a ver com
dinheiro. Elas admiram os que têm muito dinheiro. Essas pessoas estão
constantemente falando sobre como poderíam ganhar mais dinheiro.
Em suas conversas existe sempre uma forte ênfase sobre como alcançar
o dinheiro. Contudo, o plano de Deus era para o dinheiro nos
alcançar. O propósito das nossas vidas não é trabalhar para ganhar
dinheiro, mas ao invés disso, estar disponível para que o dinheiro seja
liberado para nosso uso.

EFÉSIOS 4
28 O que furtava não furte mais, antes seja trabalhador ganhando a vida
honestamente com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver
em necessidade. (Amplificada)
A razão de trabalharmos é para sermos capazes de dar!
Algumas pessoas dão ao dinheiro um lugar muito importante
em sua vida a ponto de acreditarem plenamente que o verdadeiro
poder da vida está no dinheiro. Estas pessoas pensam que os que têm
muito dinheiro possuem muito poder, e que as pessoas que têm pou­
co dinheiro são impotentes. Muitos governantes por todo o mundo
pensam que todo o problema social pode ser resolvido com dinheiro.
Quando existe um problema com drogas, crimes, etc., eles pergun­
tam: “Quanto custará para solucionar este problem a?” Até os cristãos
acreditam: “Se eu tivesse apenas um pouco mais de dinheiro, eu pode­
ría fazer mais pelo Reino.” Isto novamente indica que quem controla
nossa capacidade de servir a Deus é Mamom, ao invés de Deus. Auto­
rizamos o espírito de M amom a determinar nossas ações pelo fato de
2 Série “Lifechangers,” Copyright por Bob M umford. A fita é disponível através
Lifechangers POBox 98088, Raleigh, NC, 2 76 2 4 EUA, Tape # A 436
O Poder Atrás do Dinheiro 45

ele simplesmente prover ou prender o dinheiro. Se o dinheiro é o


fator determinante para você fazer alguma coisa, então você está à
venda. Se você e stá à ven d a, o d iab o en co n trará o seu preço.
Alguns anos atrás, Bob Mumford, um mestre da Bíblia muito
conhecido, distribuiu uma fita cassete aos seus parceiros do ministério
“Lifechangers”. A fita era chamada: “Mamom - Uma Revelação Profé­
tica”.2 Bob tinha ouvido fitas de um seminário financeiro que eu (Earl!)
tinha dado, e o Senhor acrescentou a Bob algumas outras revelações
específicas nesta área. Eu gostaria de dar a você os sete pontos que
B ob c o m p artilh o u em su a a p re se n taç ão na fita.
1. A riqueza não pode de nenhuma forma fazer parte de mim.
Eu sou sempre um servo. “Nada possuindo, servo em
tudo”.
2. A definição da “verdadeira riqueza” é para ser ajustada à
Sua imagem. Quando nós vivemos de acordo com os prin­
cípios do Reino, estes princípios constróem cm nós a ver­
dadeira riqueza.
3. Mamom exige uma troca: terrena pela celestial. Este espí­
rito diz: “Sirva-me, e eu te abençoarei.”
4. Você não pode buscar dinheiro apenas para possuí-lo. Se
você faz isto, você perderá a primazia do Reino de Deus.
5. Um servo nunca deve negligenciar seu serviço. Saiba tratar
as coisas do mestre adequadamente. Se você se apropria
destas coisas como se fossem suas, você criará problemas
em sua própria vida.
6. Nunca pense que você pode servir ao Reino de Deus sem
que suas finanças também estejam a Seu serviço. Nós de­
vemos abrir mão de nosso controle.
7. A natureza de Deus é amor e é desta form a que lida
conosco em relação ao amor ao dinheiro.
Nós encorajamos você a parar aqui, e pedir ao Espírito de
Deus para revelar as áreas em sua vida as quais o espírito de Mamom
tem influenciado sua mente e coração (especificamente as emoções).
O arrependimento é a forma que Deus usa para tratar estas coisas.
Fé de Pardal Al

CAPÍTULO 2
FÉ DE PARDAL

TOÂO 4.23-24
ESPÍRITO VERDADE
Fé Romanos 10.17 P a la v r a Fé Lucas 17.5-10 O b e d iê n c ia

GRAÇA

P R IN C ÍP IO S B Á SIC O S
2 CORÍNTIOS 9.8 RECONHECER E RENUNCIAR
E Deus é capaz de fazer com que O ESPÍRITO DE MAMOM
toda a graça (cada favor e bênção (Lealdade no coração somente para com
terrestre) lhes alcance em Deus)
abundância, para que, sempre e em ESTABELECER A FÉ DE PARDAL
(Deus é minha fonte)
todas as circunstâncias, seja qual for
a necessidade, sejam auto-
suficientes, possuindo o bastante
para que não tenham necessidade
de ajuda ou suporte, e estejam
supridos em abundância para toda
boa obra e donativo caridoso.
(Amplificada)

A forma que um cristão se relaciona com o dinheiro é um indi­


cador de sua compreensão da graça de Deus. O princípio básico que a
economia de Deus opera é através do çlar e receber, enquanto que o
princípio básico que o sistema do mundo opera é o da compra e venda.
48 Bens, Riquezas & Dinheiro

Dar e receber são manifestações unilaterais da graça de Deus.


Quando se dá, não se espera retorno. Comprar e vender demanda
uma troca. Então, quando usamos o que foi designado pelos homens
para comprar e vender, a saber, o dinheiro, e damos livremente sem
nenhuma expectativa de retorno, unimos o dinheiro à graça. Ao fazer
isso, temos profanado as propriedades sagradas atribuídas ao dinheiro
e temos declarado para os domínios espirituais e físicos que Mamom
não é a nossa fonte.
Contudo, quando um crente dá uma oferta com expectativas
de retorno, a fim de ter suas necessidades supridas, ele não está enten­
dendo a graça de Deus. Eu (Craig) já ouvi centenas de vezes o ensino
de que se você está passando por dificuldades financeiras, a melhor
forma de você ter suas necessidades supridas é pela semeadura e co­
lheita. Isto está errado, errado, errado, errado e errado! Este pensa­
mento anula a graça de Deus, nos coloca de volta ao sistema m unda­
no de trocas e submete o nosso coração ao governo do espírito de
Mamom enquanto pensamos que estamos servindo a Deus. Em Mateus
6, Jesus opôs-se à idéia de semear e colher para ter suas necessidades
supridas.

M ATEU S 6
24 Ninguém pode servir a dois senhores;porque ou há de odiar um e amar o
outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podereis servir a Deus
e a Mamom.
25 Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que
haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto a vosso corpo pelo
que haveis de vestir. Não ê a vida mais do que o mantimento e o corpo mais
do que o vestiu?
26 Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em
celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do
que elas? (RC)
Aqui nós vemos Jesus introduzindo a Seus discípulos a graça,
pois quebra a mentira de que Deus, através da semeadura e colheita,
Fé de Pardal 49
supriría as necessidades humanas. Jesus está enfatizando que Deus
supre as necessidades básicas dos pardais e dos lírios sem que eles
semeiem ou colham, trabalhem ou teçam. Em outras palavras, sua
provisão não depende de suas obras. Pássaros e flores estão aos
cuidados de Deus simplesmente porque Ele as valoriza. Jesus, então
deixa claro que você, um ser humano, tem muito mais valor para
Deus do que pássaros e flores. Assim, Jesus nos ensina que a
provisão básica da vida vem do Pai Celestial apenas porque Ele nos
ama. Isso é que eu (Craig) tenho chamado de “Fé de Pardal”. A Fé
de Pardal é o alicerce primordial no qual todas as outras operações
financeiras no Reino de Deus precisam ser baseadas. Sem o alicerce
da Fé de Pardal estabelecido, a verdade básica de que Deus suprirá
todas as minhas necessidades porque Ele me ama, os princípios
bíblicos sobre finanças são facilmente distorcidos pelo espírito de
Mamom e usados para confundir as pessoas.
Você pode perguntar: “Você está dizendo que a semeadura e
a colheita financeira com expectativas de retorno é errada?” Não, de
forma alguma! “Semear e colher” é um princípio bíblico correto, po­
rém não p o de ser u sad o p a ra o b ter m in h as n e c e ssid a d e s.
Freqüentemente, a forma pela qual este princípio é ensinado anula a
graça de Deus e faz com que a obtenção de suas necessidades dependa
de suas obras, e não do amor a Deus.
A Fé de Pardal, então, é o alicerce primordial da estrutura
financeira cristã. Isto implica em uma absoluta esperança e confiança
e o descanso total no fato de que Deus me ama e proverá para mim.
Assim, a provisão a qual eu agora recebo, precisa ser entendida no
contexto da Fé de Pardal como um presente de Deus, e não como um
direito meu. Se eu trabalho 40 horas por semana para meu patrão, a
Fé de Pardal me faz entender que estou trabalhando para Deus, e não
para homens. O dinheiro que eu recebo do meu patrão, não é um
direito meu, mas é uma provisão disponível para mim pela graça, é
um presente de meu Pai, que me ama. D esta forma Deus é a fonte de
minha provisão e meu patrão é simplesmente delegado como o canal
através do qual minha provisão vem.
50 Bens, Riquezas & Dinheiro

Agora, com este entendimento, se eu ouvir que a empresa na


qual eu trabalho está demitindo, e eu posso perder meu emprego, meu
coração não se aterroriza pelo medo de falta de provisão, porque meu
patrão não era a minha fonte. A fonte não mudou. O amor de Deus
por mim não mudou. Então minha provisão está segura. Deus sim­
plesmente pode usar um canal diferente através do qual Ele suprirá as
minhas necessidades. Muitas pessoas têm pensado que a provisão pre­
cisa ser especificamente em dinheiro. Isso não é verdade. Deus pode­
ría suprir você de casa, carro, comida, avião, o que quer que seja que
você precise para cumprir seu chamado, sem dinheiro. Porém, Mamom
promove continuamente a mensagem de que o poder da vida está no
dinheiro. Deus supriu alimentação a Elias (1 Samuel 17), e supriu tam ­
bém a Mefíbosete comida, roupas c moradia (2 Samuel 9), e as cinco
mil pessoas com comida através de Jesus, tudo sem dinheiro.
Entendendo assim, eu me torno um gerente das riquezas e do
dinheiro, os quais vêm a mim como um presente pela graça de meu
Pai Celestial. Ao reconhecer que Ele é a minha fonte, o dinheiro não
controla mais minha vida. Quando o Senhor me manda ofertar, eu
não vejo a oferta como meu dinheiro, o qual eu trabalhei penosam en­
te para obter, o poder de compra o qual eu agora renuncio, com gran­
de sacrifício. Não! Eu me vejo como um gerente de uma pequena
porção dos recursos de Deus, ou do sistema do mundo sobre o qual
Deus me requisita como mordomo. Porque minha provisão pessoal já
está segura em Seu amor, eu não serei prejudicado quando Ele me
pedir para direcionar alguns dos recursos para um propósito específi­
co no Seu Reino. Eu não me sinto obrigado a orar para meu talão de
cheques quando surgir uma oportunidade de ofertar: -“Oh, querido
talãozinho, quanto você tem ?” Mas, ao invés disso sou livre para orar
ao Deus Vivo para descobrir o que Ele quer fazer com Seus recursos.
Então a Fé de Pardal é um princípio fundamental. Quando isso
não tem lugar na vida cristã, não veremos o dinheiro como uma ferra­
menta com a qual servimos a Deus, mas ao invés disso veremos somen­
te o poder de compra do dinheiro, através do qual obtemos bens e
serviços os quais necessitamos. Vejamos alguns exemplos práticos:
Fé de Pardal 51

Eu (Craig) estava uma vez ensinando na África entre pessoas


nativas. A maioria delas se considerava muito pobre. Algumas real­
mente não eram tão pobres e tinham bons empregos pelo padrão
econômico daquela nação. Eu estava ministrando uma conferência
para líderes durante uma semana e o fundador daquelas igrejas tirou
uma oferta em cada reunião. Neste período, ele arrecadou o equivalente
a aproximadamente quarenta e dois dólares. As despesas da conferên­
cia tinham custado a ele cerca de mais de cinco vezes esta quantia. Os
líderes da igreja que estavam participando da conferência aparente­
mente não viram nenhum valor em ofertar.
Contudo, eu tinha levado livros e fitas os quais eu havia pre­
parado para dar a esses líderes. P ercebi, no entanto, que eles
provavelmente não valorizariam esse material se eu lhes desse de graça.
Por isso, coloquei um preço baixo para cada livro ou série de fitas
cassetes. Todo o material foi intantaneamente comprado nas duas
primeiras reuniões. Foi interessante perceber que estes “pobres” líderes
cristãos não tinham dinheiro para ofertar, mas tinham dinheiro
suficiente para comprar o que desejavam. Em outras palavras, eles
não viam valor algum em ofertar, mas reconheciam o valor imediato
de trocar o dinheiro por um livro ou uma série de fitas. Este_é_um
forte sintoma da escravidão ao espírito de Marpnrri. O dinheiro só
tem valor quando pode ser trocado por algo de retorno imediato. Esta
atitude não é exclusiva da África rural, mas é também frequentemente
encontrada entre os cristãos de qualquer país Ocidental.
Eu me lembro de uma pesquisa feita por volta de 1990 em
relação ao uso de dinheiro entre cristãos renovados ao redor do mun­
do. De acordo com as minhas anotações, esta pesquisa descobriu que
os cristãos renovados ofertam para o Reino uma m édia de quinze
dólares e sessenta centavos por ano, ou cerca de trinta centavos por
semana. Contudo, o mesmo grupo gastava cerca de um dólar e oiten­
ta e sete centavos por semana em livros, vídeos, fitas cassetes, presen­
tes e conferências evangélicas. Aparentemente, os cristãos renovados
ao redor do mundo valorizam mais comprar “coisas evangélicas” do_,
■que ofertar para a pregação do Evangelho^.
52 Bens, Riquezas & Dinheiro

CONHEÇA SUA FONTE DE PROVISÃO


Eu (Craig) estava ensinando este conceito da “Fé de Pardal”
em uma conferência, e um homem levantou a seguinte questão: “Você
está dizendo que se eu crer que D eus é m inha fonte, Ele irá
automaticamente apenas pela Sua graça dar provisão a mim? Se é as­
sim, então eu posso apenas me demitir do meu emprego e esperar
Deus prover para mim, certo?” Ele estava obviamente sendo sarcásti­
co. Nós todos reconheceriamos que existe algo errado com este pen­
samento, mas o que é? O Senhor me levou a responder a pergunta
deste homem através da vida de Elias em 1 Reis 17. Eu descobri que
é im portante reconhecer o lugar e o canal através do qual Deus está
fornecendo a provisão. No caso do homem que fez esta pergunta, o
canal da provisão de Deus para ele era através de seu emprego atual.
Eu creio que muitos cristãos se confundem, porque perderam o lugar
e o canal da provisão de Deus. Vamos ver isso na vida de Elias.

1 REIS 1 7
2 Depois veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
3 Vai-te daqui, e vira-tepara o oriente, e esconde-tejunto ao ribeiro deQuerite,
que está diante do Jordão.
4 E há de ser que beberás do ribeiro: e eu tenho ordenado aos corvos que ali te
sustentem.
5 Foi, pois, efe ^ conforme à palavra do Senhor; porque foi, e habitoujunto ao
ribeiro deQuerite, que está diante do Jordão.
6 E os corvos lhe trariam pão e carne pela manhã, como também pão e carne
à noite; e bebia do ribeiro. (RC)
O primeiro ponto que nós observamos na vida de Elias é que
a palavra do Senhor veio a ele. Elias recebeu instrução específica do
Senhor a respeito de seu lugar de provisão. Ele não era um ateu bus­
cando o dinheiro como fonte. Ele estava ouvindo o Espírito de
Deus.Este mesmo princípio é real para nós. Nós precisamos estar em
um relacionamento dinâmico com o Deus vivo a fim de saber onde
Fé de Pardal 53
é o nosso lugar de provisão. Na vida da maioria dos cristãos, Deus
mudará o lugar e o canal de provisão várias vezes. É importante nestas
ocasiões, ouvir o espírito de Deus para entender que o canal ou lugar
da sua provisão mudou. Então Elias ouviu de Deus que embora
existisse uma seca e fome na terra, ele fosse ao Ribeiro de Querite e lá
os corvos providenciariam pão e carne.
Tenho percebido na vida de muitos cristãos que existe uma
tendência para sucumbir ao medo quando vem a hora da mudança do
canal de provisão. Creio que é im portante para nós entendermos que
0 canal e o lugar da provisão mudarão para a maioria de nós muitas
vezes em nossas vidas, mas a fonte de provisão permanece a mesma.
Elias agiu conforme a palavra que ele tinha recebido do Se­
nhor e mudou-se de onde ele estava para o Ribeiro de Querite. Deus
não tinha prometido para ele dinheiro, somente provisão. Elias pode-
ria ter permanecido onde estava, experimentado a falta de provisão e
ficar zangado e magoado com Deus por passar necessidades. Eu creio
que isso acontece com muitos cristãos. Eles simplesmente falham em
reconhecer a mudança que Deus está fazendo do local e do canal de
provisão. Como resultado, naquele momento elas se encontram fora
do lugar designado por Deus para sua provisão.
Normalmente, a fim de reconhecer a mudança do canal de
provisão, é necessário ter um relacionamento íntimo e experiências
reais com o Senhor. Elias precisava ter fé em Deus para mudar de
onde ele estava para o ribeiro. Eu tenho certeza que foi preciso fé para
acreditar que os corvos iriam realmente trazer comida para ele diaria­
mente. Elias precisava de fé para comer a carne e o pão que os corvos
trouxeram. Você já pensou de onde os corvos traziam pão e carne?
Vamos um pouco mais adiante nesta história.

1 REIS 1 7
7 E sucedeu que, passados dias, o ribeiro se secou; porque não tinha havido
chuva na terra.
8 Então veio a ele a palavra do Senhor, dizendo:
54 Bens, Riquezas & Dinheiro
9 Eevanta-te, e vai a Zarefate, que é de Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei
ali a uma mulher viúva que te sustente. (RC)
Quando a água no ribeiro secou, Elias provavelmente já tinha
aprendido que o término da provisão daquele canal indicava que Deus
0 estava mudando. Assim, a palavra do Senhor veio logo que o ribeiro
secou. A maioria dos cristãos entram em pânico todas as vezes que
um canal usado por Deus para sua provisão, seca. A maioria das pessoas
neste momento, cai nas garras do espírito de Mamom, tornam-se ateus
instantaneamente, e começam a esforçar-se desesperadamente para
resolver seus problemas de provisão. A Fé de Pardal, por outro lado,
não abandona a fonte de provisão, simplesmente reconhece a mudança
do canal.
Se o homem que me fez a pergunta simplesmente se demitis­
se de seu emprego e esperasse que Deus o provesse no nome da “Fé
de Pardal,” ele teria se encontrado fora do local da provisão de Deus
para sua vida. É essencial reconhecer o local e o canal de sua provisão
em Deus.
Eu sempre pensei em uma outra parte estranha da instrução
que Elias recebeu do Senhor, era a de que ele encontraria uma viúva
em Zarefate, e que ela seria seu próximo canal de provisão. Se eu
fosse Elias, eu teria pensado que o Senhor me mandaria para uma
pessoa rica em Zarefate, e não a uma viúva que não tinha o suficiente
nem para ela mesma, e muito menos para um hóspede. Conforme eu
meditava nesta passagem, eu comecei a ver que o Senhor tinha um
duplo propósito nesta instrução. Ele ia tanto fazer algo na vida da
viúva quanto prover Elias. Vamos ler mais:

1 REIS 1 7
10 Então ele se levantou, e sefo i a Zarefate. E, chegando à porta da cidade, eis
que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou, e lhe disse:
Tratçe-me, peço-te, num vaso um pouco de água que beba.
11 E, indo ela a buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Tra^e-me agora também um
bocado de pão na tua mão.
Fé de Pardal 55
12 Porém ela disse: Vive o Senhor teu Deus, que nem um bolo tenho, senão
somente um punhado de farinha numa panela, e um pouco de aceite numa
botija; e vês aqui, apanhei dois cavacos, e vou prepará-lo para mim e para
meu filho, para que o comamos, e morramos.
13 E Elias lhe disse: Não temas; vai, fa^e conforme à tua palavra. Porémfa%e
disso primeiro para mim um bolo pequeno, e tra^e-mo parafora; depoisfarás
para ti e para teu filho.
14 Porque assim di%o Senhor D eus de Israel: A farinha da tua panela não se
acabará, e o aceite da tua botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê
chuva sobre a terra.
15 E fo i ela, efe^ conforme àpalavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua
casa muitos dias.
16 Da panela afarinha se não acabou, e da botija o aceite nãofaltou, conforme
à palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias. fRCJ
Novamente Elias precisou ter fé para obedecer à Palavra do
Senhor. Imagine como ele deve ter se sentido ao pedir a uma viúva
necessitada que preparasse comida e bebida para ele. Em primeiro lu­
gar isso seria extremamente humilhante. Em segundo lugar, ofendería
sua própria mente natural. Se eu fosse Elias, eu teria pensado: “Se­
nhor, eu devo ter perdido sua direção. Esta viúva é carente. Eu não
deveria estar pedindo para ela prover para mim. Eu deveria tirar uma
oferta entre o povo desta cidade para ela, para que ela pudesse viver.
Ela se diz tão pobre que está preparando a última refeição
para ela e seu filho. Senhor, deve haver algum engano. Eu não posso
pedir para ela me dar nada”. O que Deus pediu para Elias fazer que
não faria você se sentir mal também?
Você já imaginou encontrar-se com uma viúva carente que está
preparando sua última refeição antes de morrer, e o Senhor manda
você dizer a ela: “Antes de preparar a sua comida, me dê um pouco de
água, me faça um pequeno bolo e traga-o para m im ”.
Porque o Senhor fez Elias pedir a essa mulher a sua última
56 Bens, Riquezas & Dinheiro
refeição? Eu creio que o ponto chave da questão na vida desta mulher
era a Fé de Pardal. Em que ela confiava como provisão? Eu creio que,
com certeza, ela estava confiando em seu estoque de farinha e óleo. Já
que ele tinha se acabado, agora ela estava esperando a morte. Deus
queria transferir sua fé da provisão material, para a fé no Deus Vivo.
Ele queria ser sua fonte de provisão. Como ele iria fazer isso aconte­
cer? Ele fez o homem de Deus pedir que ela desse a ele sua última
provisão material. Isso removeu sua capacidade de confiar no susten­
to pela farinha e pelo óleo.
N em Deus nem Elias buscavam a farinha e óleo dela. Deus
estava buscando sua fé. Ele queria ser sua fonte. Eu creio que muitas
vezes acontece a mesma coisa com os homens de Deus quando rece­
bem ofertas nos dias de hoje. Algumas pessoas pensam que eles estão
buscando o seu dinheiro. Nem todos têm a motivação correta, mas eu
creio que a maioria dos homens de Deus não está buscando o dinhei­
ro das pessoas. Eles e Deus estão buscando sua fé. Essa fé em Deus
libera milagres.
Quando a viúva fez o que Elias lhe pediu, ela liberou um
milagre sobrenatural de Deus. O óleo e a farinha não acabaram por
muitos dias. Ela aprendeu a viver pela confiança na palavra do Senhor
ao invés de confiar nas possessões materiais.
Eu (Craig) me lembro da primeira vez que o Senhor me pediu
para fazer algo semelhante ao que Elias tinha feito neste relato. A l­
guns anos atrás, eu trabalhei em tempo integral em um ministério de
aconselhamento cristão, que era sustentado pelos donativos daqueles
que vinham receber as instruções. Como conselheiros, pedíamos a
cada pessoa a quem ensinávamos, para orar no final de cada sessão e
perguntar ao Senhor o que elas deveríam dar como oferta naquele dia.

Após pregar a um jovem, eu lhe pedi para orar a respeito do


que ele daria de oferta aquele dia. Ele respondeu que nós não precisá-
vamos nem orar, porque ele era uma pessoa carente, não tinha absolu­
tam ente nada para ofertar. Em m eu pensam ento natural, eu é
Fé de Pardal 57
que deveria ofertar a ele. Contudo, senti o Espírito de Deus erguer-se
em mim e eu me vi dizendo a ele: “Eu não acredito em você. Mostre-
me sua carteira”. Ele abriu a sua carteira, e realmente, ele não tinha
nada.
Então eu lhe disse: “Eu sei que você tem alguma coisa para
ofertar. Esvazie os seus bolsos”. Ele esvaziou, e achou cinqüenta cen­
tavos. Eu lhe disse: “Eu sabia que você tinha alguma coisa!” Eu vi o
terror estampado em seu rosto enquanto dizia: “Estes cinqüenta cen­
tavos é tudo o que tenho, e eu preciso dele para voltar para casa de
ônibus. Eu consegui estes cinqüenta centavos vendendo garrafas de
refrigerante vazias à mercearia. Está nevando lá fora. Eu moro há 26
quilômetros daqui e o ônibus custa cinqüenta centavos até a minha
casa. Eu preciso dos cinqüenta centavos para o ônibus.”
Meu coração se compadeceu deste homem, mas eu também
percebi que sua confiança estava nos cinqüenta centavos, e não em
Deus. Mamom o tinha escravizado no medo e no amor ao dinheiro.
N em Deus, nem eu estávamos querendo o seu dinheiro.
Nós buscavamos sua fé. Ele demonstrava descrença. Deus
não estava em seu pensamento sobre a forma como chegaria em casa.
Então eu falei: “Já que o ônibus custa cinquenta centavos, se você os
der, você se coloca em uma posição de ser um candidato a um mila­
gre. Nós vamos orar e perguntar ao Senhor quanto dos cinqüenta
centavos você deve dar em oferta nesta tarde. Você tem de saber que
eu não estou interessado em seu dinheiro. Você poderia dar tudo dos
cinqüenta centavos e isso não faria realmente uma grande diferença
para este ministério”.
Eu me senti um pouco mal por este rapaz pois eu tive de falar
duramente com ele. Aos meus olhos parecia um pouco estranho pegar os
últimos cinqüenta centavos de um homem carente que não tinha nada.
Porém, eu sabia que se eu não o pressionasse, ele nunca seria livre do
espírito de Mamom, que o tinha mantido na pobreza através de sua
confiança no dinheiro por um bom tempo. Ele finalmente concordou, e
nós oramos. Ele sentiu que deveria dar cinco centavos.
58 Bens, Riquezas & Dinheiro
E eu ainda tive de dar troco para ele. Nós oramos sobre esta oferta de
cinco centavos. Ele renunciou sua confiança no dinheiro e declarou
sua independência do espírito de Mamom, e sua confiança no Senhor
Jesus Cristo como sua fonte de provisão.
Este homem então, saiu do meu escritório, ainda resmungan­
do porque ele agora teria de ir a pé para casa 26 quilômetros na neve
porque ele não tinha dinheiro suficiente para a passagem de ônibus.
Quando ele retornou na semana seguinte, este homem tinha, como
você pode imaginar, uma grande história de milagre para contar. Ele
me disse que quando ele chegou no ponto de ônibus, ainda com raiva,
ele olhou para baixo e viu que lá no chão perto da placa do ponto de
ônibus tinha uma moeda de cinco centavos. Ele a pegou e pensou:
“Cara, que sorte!” Ele disse que até chegar no meio do caminho para
sua casa ele nem se tocou que aquela moeda que ele achou “por aca­
so”, era a provisão do Senhor para sua volta para casa.
Quando ele chegou em casa, ele recebeu pelo correio um
cheque de cinco dólares que ele não esperava. Ele percebeu que isto
era um retorno de cem vezes mais, de sua oferta de cinco centavos.
Quando o homem veio para meu gabinete na próxima semana, ele
estava tão entusiasmado a respeito da oferta, que ele mal podia espe­
rar pela sessão de aconselhamento terminar e ele pudesse dar uma
oferta e exercitar sua fé em Deus como sua fonte novamente. Eu não
me lembro exatamente, mas ele tinha uma quantia em torno de dois
dólares para orar na segunda semana. Este homem cresceu na fé e nas
finanças semana após semana. Os cinco centavos ofertados que eu
recebi dele quebraram sua confiança no dinheiro e começaram a pro­
var a ele que Deus é fiel como fonte de provisão.

DISCERNIMENTO E LIBERTAÇÃO
Eu (Earl) tenho descoberto que para muitas pessoas não é
suficiente simplesmente fazer uma oração superficial e declarar: “Eu
não amo dinheiro.” Também é necessário o discernimento e a liberta­
ção. Isto acontece quando se coloca a fé em ação, demonstrando
Fé de Pardal 59
a confiança em Deus como a fonte. Jesus demonstrou isso em seu
encontro com o jovem rico.

M A R C O S 10
17 Quando Ele ia saindo na Sua jornada, um homem correu e se pôs de
joelhos diante dEle eperguntou, ‘Mestre, [o Senhor é essencialmente e
perfeitamente moralmente] bom; que preciso fa%erpara herdar a vida
eterna [ isto é, participar da salvação eterna no reino do Messsias]?
18 Pespondeu-lhe Jesus: ‘ Por que me chama homl Ninguém é bom, a não ser
um, que é Deus.
19 Você conhece os mandamentos: não matarás; não adulterarás; nãofurtarás;
não darás falso testemunho; não enganarás ninguém; honra teu pai e tua
mãe. ’
20 E ele Ehe respondeu: ‘Mestre, cuidadosamente tenho guardado e observado
todos eles e cuidei de não infringi-los desde a minha adolescência. ’
21 Jesus olhou para ele e o amou, e lhe disse: Falta-lhe uma coisa; vá, venda
tudo o que você possui e dê [o dinheiro] aos pobres e você terá Tesouro no
Céu; depois venha [e] me acompanhe -- andando na mesma estrada que Eu
ando. ’
22 Diante disso eleficou abatido e melancólico, e afastou-se ofendido epesaroso,
porque tinha muitos bens. (Amplificada)
A fim de entenderm os esta história, precisam os de uma
explicação sobre um costume judeu. Quando uma pessoa chamava
alguém de “bom,” significava que obedeceria ao que quer que fosse
que esta pessoa aconselhasse a fazer. Jesus testa o jovem rapaz ao
dizer que não existe ninguém bom senão Deus, e prossegue citando
seis dos dez m andam entos. Perceba que o jovem rico responde
afirmando que ele tem mantido estes mandamentos desde que era
garoto. Ele entendia o que significava chamar alguém de “bom.” Agora
Jesus está pronto para aconselhá-lo. O versículo 21 nos diz que Jesus
o olhou e o amou. Ele não desprezou este homem, ao invés disto, o
amou. Jesus percebeu que este homem era escravo do espírito de
60 Bens, Riquezas & Dinheiro
M am om . Em Sua com paixão, Jesus cita som ente seis dos D ez
M a n d am e n to s, aos q u a is o jovem rico p o d e ria re sp o n d e r
afirmativamente. Existia um conflito de amor entre Deus e Mamom.
Jesus deu-lhe uma estratégia de guerra espiritual, a saber, avançar no
território de Mamom. Esta estratégia seria converter tudo o que tinha
em dinheiro e DAR tudo aos pobres. Jesus queria que ele se livrasse
das garras do espírito de Mamom. Jesus não buscava o dinheiro do
rapaz, Ele queria uma aliança com seu coração. O jovem foi embora
triste e sofrendo porque ele tinha muitas posses. As riquezas o tinham
agarrado! Ele estava cego ao amor de Jesus e cego para as Escrituras.
Provérbios 19.17 afirm a que aquele que dá aos pobres empres­
ta ao Senhor e o Senhor lhe devolverá. Eu precisaria perguntar a este
homem: “Qual é o problema? Jesus pediu para você dar somente aos
pobres.
Você está simplesmente emprestando ao Senhor e Ele irá lhe
devolver”. Contudo, quando o espírito de Mamom controla nossa
mente, vemos somente os prejuízos e uma grande perda. Jesus queria
que ele profanasse M am om , e assim quebrasse seu controle, a
escravidão em sua vida. Ele era incapaz de fazer isto mesmo tendo
chamado Jesus de bom!
E interessante notar que nas conversas seguintes com os discí­
pulos, no versículo 24, “os discípulos estavam espantados e confusos
e perplexos com Suas palavras.” Por que eles estavam assim? Eu creio
que é porque muitos deles eram ricos e tinham dinheiro em seus bol­
sos também. O versículo 26 diz que eles estavam “chocados e muito
assombrados”, e disseram a Ele e uns aos outros: “Então quem poderá
se salvar?” Eu tenho certeza que sua pergunta era: “Jesus, se isso é o
que ele tinha de fazer para entrar no Reino de Deus, e quanto a nós?
Nós temos dinheiro! Nós temos de fazer a mesma coisa?” Quando
Jesus chamou a Simão (Pedro), Tiago e João, filhos de Zebedeu, que
eram sócios nos negócios com Simão, a Palavra diz que eles aportaram
seus barcos na praia, deixaram tudo e seguiram a Jesus (Lucas 5.10,11).
Eles eram homens de negócios e deixaram tudo. O espírito de Mamom
não tinha lugar em suas vidas.
Fé de Pardal 61

Um outro exemplo é encontrado em Mateus 9. 9, no qual Jesus viu


Mateus sentado no escritório dos coletores de impostos. Ele chamou
Mateus para ser Seu discípulo, e imediatamente Mateus se levantou e o
seguiu. Se o espírito de Mamom pudesse influenciar a vida de alguém,
com certeza seria a vida de um coletor de impostos.Mas alguém, seria
a de um coletor de impostos. Imediatamente, Mateus seguiu Jesus. Por
isso, os discípulos estavam tão confusos e chocados com o que Jesus
disse ao jovem rico. Contudo a mesma exigência não se aplicava aos
demais discípulos, pois eles não estavam sob a dominação do espírito
de Mamom.
Porém, havia um discípulo, Judas, que era controlado por
Mamom, e quando ele viu Maria colocando ungüento nos pés de Je ­
sus, ele disse:

JO Ã O 12
5 Porque este perfume não fo i vendido p or trezentos denários, [o salário de
um ano de um trabalhador comum] e o [o dinheiro] dado aos pobres
[ os necessitados]?
6 Ele não falou isso p or se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; e
tendo a bolsa [ o estojo de dinheiro dos doze] tirava para si mesmo o
que nela era colocado [ surripiando as coletas]. (Amplificada)
De onde Judas ouviu aquelas palavras que agora saiam de sua
boca? Ele estava lá quando Jesus falou ao jovem rico. Ele estava ten­
tando parecer muito espiritual. Eu (Earl) tenho sido questionado por
algumas pessoas: “Todos precisam fazer o que Jesus falou para o jo­
vem rico ?” Eu tenho respondido: “Eu não sei. Você terá de perguntar
ao Senhor. M as pode ser que, porque você fez esta pergunta,
provavelmente precise!” A questão é: “Em quem você confia? Quem
é a fonte, Deus ou Mamom? Você ama e busca a Deus ou a Mamom?”
N a realidade, tudo o que temos recebemos como um presen­
te de Deus. A maneira como usamos o dinheiro simplesmente é um
teste para ver se entendemos a graça de Deus. Eu vejo minha provisão
como um presente de Deus, ou como algo que é meu direito como o
62 Bens, Riquezas & Dinheiro
resultado de meu trabalho? Será que eu uso o dinheiro para dar e
receber, para apresentar a outros esta graça, ou somente o uso no
sistema do mundo de compra e venda para obter algo de igual valor?
Quando damos o que foi criado pelo homem para comprar e vender
(dinheiro) sem expectativas de retorno, nós introduzimos a outros na
graça de Deus e profanamos as propriedades sagradas que Mamom
tente atribuir ao dinheiro. D ar é um ato de guerra espiritual no qual
nós proclamamos que o dinheiro não tem poder em nossas vidas. Minha
capacidade de atingir meus objetivos não é im pedida de forma alguma
pela redução da quantidade de dinheiro sobre o qual tenho gerência.
Já que Deus é capaz de liberar dinheiro para mim, minha capacidade
não se diminui quando dou. Deus é minha fonte e minha confiança
está na Sua provisão pela Sua graça.
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 63

CAPÍTULO 3
DOIS DOMÍNIOS:
DOIS SISTEMAS ECONÔMICOS DI­
FERENTES

R E IN O D E D E U S D O M Í N I O D E SA T A N Á S
“ S IS T E M A D O M U N D O ”
Princípio Econômico Princípio Econômico
Operativo Operativo
DAR E RECEBER COMPRAR E VEN D ER

A maioria dos cristãos reconhecería que existem lado a lado na


Terra dois domínios separados e independentes: o Reino de Deus e o
domínio de Satanás. Existem também dois sistemas econômicos total­
mente diferentes e independentes que operam nestes dois domínios. O
sistema do mundo opera sob o poder de Satanás, (ljo ão 5.19). O espírito
de Mamom opera nos princípios d e ç ompra e venda e governa o sistema
monetário. Este é oposto ao do Reino de Deus, o qual é governado por
Jesus Cristo e opera nos princípios de dar e receber. O crescimento
econôm ico no sistem a do m undo se dá através de acréscim os e
ren d im en to s em juros. N a eco nom ia de D eus vem através da
multiplicação por 30, 60 e 100, ou por uma colheita excelente a qual
pode ser maior ou desproporcional ao que foi semeado (Mateus 25.14-
30; Lucas 19.11-27).
Muitas pessoas não conhecem o princípio da multiplicação do
Reino de Deus. Por toda sua vida elas só conheceram o crescimento
financeiro por meio de acréscimos e rendimentos em juros. A maioria
das pessoas acham que teriam feito um bom investimento se tivessem
um retorno anual de 20 ou 30%. Dentro do contexto do sistema do
64 Bens, Riquezas & Dinheiro
mundo isso pode até ser verdade, porém é bem diferente dos 300%,
600% ou 1000% de multiplicação ou até mesmo uma colheita exce­
lente que é possível no sistema financeiro de Deus. Comparando estes
dois sistemas de fazer investimentos, o primeiro seria um péssimo
negócio.

A DIFERENÇA ENTRE BENS, RIQUEZAS E DI­


NHEIRO
A maioria das pessoas pensa que bens, riquezas e dinheiro são
sinônimos. Nós cremos que estes termos precisam ser cuidadosamente
definidos, porque eles descrevem coisas diferentes e são governados
de maneiras diversas. Os bens foram criados e governados por Deus.
O dinheiro foi criado pelo homem e está influenciado pelo espírito
de Mamom. As riquezas estão entre bens e o dinheiro, e podem estar
sob a influência de M amom a fim de que nós confiemos e sirvamos a
elas.
Bens e riquezas são mencionadas no pedido de Salomão a
Deus.

2 C R Ô N IC A S 1
10 Dá-me agora sabedoria e conhecimento, para que eu saiba sair e entrar
diante deste povo, pois quem pode governar este tão grande povo Teu?
11 Deus disse a Salomão, ‘J á que este é o desejo de seu coração e você não pediu
riquezas, nem bens [prosperidade], nem honra eglória, nem a morte dos
seus inimigos, nem vida longa, mas sabedoria e conhecimento para si, para
governar ejulgar o meu povo, sobre o qual ofi% rei,
12 você receberá sabedoria e conhecimento, e Eu lhe darei riquezas, bens
[prosperidade] e honra, como nehum rei antes de você teve e nehum depois
de você terá. (Amplificada)
Bens na linguagem hebraica é definido como recursos, m ate­
riais, bens, poder e força, e possessões. As riquezas também podem
ser usadas para servir os propósitos de D eus e de Seu Reino.
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 65
P rim e iram e n te, o q u e são b en s? Nós cremos que bens é
aquilo que tem um valor intrínseco e foi criado por Deus. No
VelhoTestamento, vemos exemplos de pessoas que possuíam muitos
bens. Deus as tinha abençoado e elas eram co-proprietárias de Deus.
Os bens que elas tinham eram em forma de terra, casas, gado e reba­
nhos, ouro e prata em barra ou em jóias, madeira, azeite, recursos
naturais e pessoas na forma de servos e servas. Nós vemos o exemplo
disto na vida de Abraão.

GÊNESIS 13
2 E ia Abraão muito rico em gado, em prata, e em ouro. (RC)
Todos estes produtos têm um valor intrínseco. Um gram a de
ouro hoje compraria mais ou menos a mesma quantidade de comida
que se compraria há cinqüenta anos, apesar do valor dele em dinheiro
ser muito diferente. Assim, quando o Senhor afirma em Deuteronômio
8.18. “E Ele quem dá a vocês poder (ou capacidade) de ter (ou fazer)
bens”, isto não se refere ao dinheiro, mas a bens. Muitos cristãos,
baseados nesta Palavra, estão presos na busca ao dinheiro.
Um dos propósitos de Deus para bens, era que eles pudessem
ser uma herança. Era para os bens aumentarem de geração a geração.
Deus revelou-se como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, o Deus de
três gerações sucessivas.

PR O VÉR BIO S 13
22 0 homem bom deixa herança para os filhos de seus filhos, mas a riqueza
do pecador [ com tempo chega] às mãos dos justos, para quem fo i
armazenada. (Amplificada)
Perceba que os bens passam como herança para os seus ne­
tos! Quando morremos, eles devem ser beneficiados ainda jovens, para
que possam cumprir o plano e o propósito de Deus em suas vidas.
66 Bens, Riquezas &Dinheiro

PR O VÉ R BIO S 10
15 A riqueza dos ricos é a sua cidade fortificada; a pobreza dos pobres é a
sua ruína. (Amplificada)
Retornando novamente ao encontro de Jesus com o jovem
rico, nós encontramos Seus discípulos questionando o que Ele havia
dito em relação à entrada dos ricos no Reino. Em resposta aos Seus
discípulos, Jesus conclui dizendo:

M A R C O S 10
29 “E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que
tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou
filhos, ou campos, p or amor de mim e do Evangelho,
30 Que não receba cem vestes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs,
e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no futuro a vida eterna.
(RC)
E interessante notar que Jesus não mencionou dinheiro neste
versículo. Jesus não disse que se você desse todo o seu dinheiro, rece­
bería um retorno de cem vezes mais.
A Palavra de Deus trata o dinheiro diferentemente de bens
em form a de terras, casas e relacionamentos com pessoas. Jesus não
prometeu um retorno multiplicado de dinheiro a ninguém, mas ao
invés disso, que aqueles que abrissem mão de bens receberíam um
retorno multiplicado em bens.
O q u e é o din h eiro então ? O dinheiro é simplesmente um
recipiente de bens e serviços criado pelo homem para o comércio. Ele
é uma m édia de troca pela qual nós podemos negociar bens e servi­
ços. Ele tem sido descrito como a colheita de nossa produção. O di­
nheiro é o que recebem os pela nossa produção e serviço, o qual
podemos usar para obter os produtos e serviços de outros. O dinheiro
não tem nenhum valor intrínseco, pois o seu valor é determinado
diariamente pelo mercado. O mercado, na realidade, nada mais é do
que a opinião de pessoas. Em outras palavras, o dinheiro é avaliado
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 67
pelo que as pessoas dizem que ele vale. O dinheiro também não tem
nenhuma moralidade intrínseca, mas ao invés disso, é um objeto amoral
no qual não há nem virtude nem mal. O dinheiro tradicionalmente
tem sido feito de metal, papel, ou plástico, em moedas ou notas, im ­
pressos com a imagem de algum homem ou mulher importante.
O dinheiro é definido historicamente por estas cinco caracte­
rísticas gerais:
1. O dinheiro é divisível. Ele precisa ter unidades divisíveis
para negociação.
2. O dinheiro é durável. E não pode ser perecível pois per­
dería sua negociabilidade. O papel moeda tem durabilida­
de maior do que papéis comuns.
3. O dinheiro é transportável. Ele não pode ser tão grande
ou tão pesado que não possa ser facilmente transportado
pelos seus portadores para transações diárias.
4. O dinheiro é facilmente reconhecível. Precisa ser óbvio
para todos, a fim de ser prontamente aceito como um meio
de troca.
5. O dinheiro é escasso. Há um suprimento significativamente
menor do que a demanda. A quantidade em circulação
precisa ser controlável. Se não houver um gerenciamento
adequado, este mau gerenciamento pode gerar inflação
ou deflação.
Quando perguntamos: “A quem o dinheiro pertence?” A m ai­
oria dos cristãos responderíam que tudo pertence ao Senhor. Contu­
do, quando questionado pelos fariseus sobre os impostos, Jesus ensi­
nou claramente que o dinheiro não foi criado por Deus, e ele não
pertence a Deus. O dinheiro, pelo contrário foi criado pelos homens
e pertence ao sistema do mundo.

M ATE U S 22
17 Di^e-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não?
18 Jesus, porém, conhecendo a sua malícia, disse: Por que me experimentais,
68 Bens , Riquezas &D inheiro

hipócritas?
19 Mostrai-me a moeda do tribuno. E eles lhe apresentaram um dinheiro.
20 E ele di^-lhes: De quem é esta efígie e esta inscrição?21 Di^em-lhe eles:
De César. Então ele lhes disse; Dai pois a César o que é de César, e a
Deus o que é de Deus. (RC)
Em bora nesta passagem Jesus estivesse respondendo uma
pergunta em relação a impostos, Ele foi também muito claro no ensi­
no sobre a natureza do dinheiro. O denário não pertencia a Deus, mas
a César. Quando alguém toma um pedaço de ouro, o qual tem um
valor intrínseco e é por natureza um bem, molda-o, imprimindo nele
uma im agem da face de um homem, e o dedica para ser usado para
compras e vendas, este pedaço de ouro mudou de reino. Ele não é
mais propriedade de Deus, mas agora pertence ao sistema do m un­
do. Ele não faz mais parte do sistema de Deus, mas sim do sistema
econômico de César. Deus o liberou para aquele sistema.
Algumas pessoas têm tentado usar dinheiro como um esto­
que, reservas ou bens. Arm azenar bens através do acúmulo de dinhei­
ro tem tipicamente um valor de transação inferior do que armazená-
lo em forma de casas, terras, barras de ouro, etc. Deste modo os bens
precisam ser vendidos quando necessários para consumo. O dinheiro
é sujeito às fraquezas do sistema de Mamom como a inflação e a defla­
ção. O homem tem tentado compensar esta fraqueza garantindo com
ouro o dinheiro em circulação. Existe uma base para se agir desta
forma quando observamos o aumento da inflação em alguns países
após eles revogarem o padrão ouro. Assim, enquanto os bens pertencem
a Deus, o dinheiro não. O dinheiro não foi criado por Deus, mas pelo
homem, e ele pertence ao sistema do mundo. Como então nós cris­
tãos devemos nos relacionar com o dinheiro? A palavra de Deus
se refere ao dinheiro como pouca coisa ou algo pequeno. Em Mateus
25, Jesus conta uma parábola a respeito de três servos a quem foram
dados talentos (uma unidade de dinheiro da época, a qual alguns eru­
ditos atribuem um valor igual ao de 34 quilos em moedas de ouro)
para gerenciar em nome de um senhor. No versículo 27 Jesus repreende
Dois D omínios: Dois Sistemas E conôm icos D iferentes 69

o servo infiel que enterrrou na terra o dinheiro que lhe foi dado para
gerenciar. Jesus falou que ele deveria ter pelo menos investido o di­
nheiro no banco, e o devolvido com juros. No versículo 21 e 23 Jesus
elogia os dois primeiros servos dizendo: “Muito bem, servos bons efiéis,
vocês foram fiéis sobre o pouco; eu os colocarei sobre o muito. Entrem no go^o do
seu senhor. ” O “pouco” o qual Jesus está se referindo especificamente
nesta passagem é o dinheiro.

LU C AS 16
10 Quem éfiel no pouco [numa coisa pequena], também é fie l no muito; e
quem é desonesto e injusto no pouco [numa coisa pequena] é desonesto
e injusto no muito. (Amplificada)
Jesus usa a mesma palavra “pouco” mais uma vez se referindo
a dinheiro, o assunto desta parábola. Deus usa o dinheiro para nos
ensinar fidelidade e mordomia. Ainda no versículo 12, Ele fala de
dinheiro:

L U C A S (u )
12 E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que ê vosso? (RC)
Jesus está falando aos Seus discípulos e afirma que o dinheiro
pertence a outro, chamado César, ou seja, ao sistema do mundo. Pois
nós não podemos ser controlados pelo dinheiro, pelo contrário, nós o
devem os controlar. O dinheiro é para ser nosso servo, o qual
utilizamos a serviço do benefício do Reino de Deus. Devemos ser
m ordom os daquilo que pertence ao sistem a do m undo e não
violadores dos princípios básicos que governam sua operação naquele
sistema. Nós cristãos, vivemos no sistema do mundo, mas nós não
somos dele. Não é errado comprar e vender. Contudo, nós temos
princípios do Reino que superam as limitações do sistema do mundo.
Uma outra forma de sabermos que o dinheiro não pertence a
Deus, é que nós devemos amar tudo o que Deus criou e possui.
70 Bens, Riquezas & Dinheiro
Deus tem criado pessoas, e nós temos o comando de amar
uns aos outros. Se Deus tivesse criado o dinheiro, e fosse seu dono,
então poderiamos amá-lo. Contudo, nós fomos instruídos especifica­
mente para NÃO amar ao dinheiro, pois o amor ao dinheiro é a raiz
de todos os males (I Tim. 6.10) A raiz hebraica da palavra prata é
kehsef3, a qual adquiriu o significado de dinheiro. K ehsef vem
da raiz da palavra que significa desejar ou apaixonar-se.
Quando a riqueza é convertida em dinheiro, ela muda de rei­
no, e as pessoas que o gerenciam se tornam sujeitas ao espírito de
Mamom de uma forma que não eram antes. Eu (Craig) encontro cons­
tantemente pessoas que têm vendido propriedades, como uma fa­
zenda da família, e dividido o dinheiro entre os filhos ou netos,
somente para descobrir que dentro de alguns anos ninguém tinha
mais nenhum dinheiro daquela herança. O que aconteceu? Enquanto
a fazenda permaneceu em forma de bens, ninguém percebia que tinha
poder de compra. Seu valor era simplesmente o valor real da fazenda.
Contudo, no momento em que a fazenda foi vendida, a riqueza foi
convertida em dinheiro, m udou de domínio. M am om conseguiu
atribuir na mente dos herdeiros valor e poder excessivo ao dinheiro.
As pessoas muitas vezes não têm idéia de como o espírito de M amom
é poderoso em atribuir propriedades sagradas ao dinheiro. Um outro
exemplo muito forte do poder que Mamom tem sobre as mentes em
relação ao dinheiro, está gravado no livro dos Atos.

AT O S 4-5
34 Não havia nenhuma pessoa desamparada ou necessitada entre eles, pois os que
possuíam terras ou casas as vendiam, e um por um tragam [devolviam] a
quantia recebida da venda
35 e a colocavam aospés dos apóstolos. Então, erafeita a distribuição de acordo com
a necessidade de cada um.
36 José, um Eevita natural de Chipre a quem os apóstolos deram o nome de
Barnabé, que significa Filho do Encorajamento,
3 James Strong, S tro n g’s E x hau stive C oncordance o f the Bible, B a k er B ook H ouse, G ra n d
K apids, M icbigan 1985, n.d. K e h s e f (N° H 3701)
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 71
37 vendeu um campo que possuía, trouxe o dinheiro e o colocou aos pés dos
apóstolos.
1 Mas um certo homem chamado Ananias, com Safira, sua mulher, venderam
uma propriedade.
2 E com o conhecimento e conivência de sua mulher guardou e apropriou de
forma errada parte do lucro, levando o restante e colocando-o aos pés dos
apóstolos.
3 Mas Pedro lhe disse, Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse
seu coração, a ponto de [violando a sua promessa] separar secretamente
e apropriar para seu próprio uso uma parte do dinheiro que recebeu pela
propriedade?
4 Enquanto não se vendia, ela não lhe pertencia? E, [mesmo] depois de
vendida, o dinheiro não estava à sua disposição e sob seu controle? - Por
que, então, você propôs e resolveu em seu coração fa^er tal coisa? - Como
você tinha coragem de fiacçer uma coisa dessas? Você não [simplesmente]
mentiu aos homens - jogando sujo e se mostrando absolutamente enganoso
- mas sim a Deus. ”
5 Ouvindo estas palavras, Ananias caiu e morreu. E grande pavor e temor
apoderaram-se de todos os que ouviram o que tinha acontecido.
(Amplificada)
Este exemplo aconteceu no início da igreja, onde as pessoas
convertiam os bens em dinheiro, e o davam para suprir as necessida­
des das pessoas. Eu estou certo de que Ananias e Safira viram estes
exemplos e pensaram que esta era uma boa idéia, talvez como uma
forma pela qual as pessoas pensassem bem deles.
Ananias e Safira não faziam idéia do tipo de pressão que viria
contra eles pelo espírito de Mamom, no momento que eles convertes­
sem seus bens em dinheiro. Obviamente, teria sido m elhor para eles
se eles tivessem dado a escritura da terra aos apóstolos ao invés do
dinheiro. Enquanto sua oferta estava em forma de bens, eles estavam
alegres com a idéia de ofertar a quantia total da terra aos apóstolos.
Contudo, no momento em que foi convertida em dinheiro, seus
72 Bens, Riquezas & Dinheiro
pensamentos mudaram. Eles foram pressionados pelo espírito de
Mamom para atribuir poder ao dinheiro. Então, entrou em suas mentes
a idéia de reter uma parte do dinheiro aos apóstolos, e desta forma
negar seu compromisso com Deus. Este exemplo demonstra o impacto
poderoso do espírito de Mamom na mente de uma pessoa.
E provável que Ananias e Safira receberam pela sua terra uma
quantia maior do que eles esperavam. Pode ser que eles pensaram que
talvez pudessem dar aos apóstolos em dinheiro somente o valor inici­
al o qual eles pretendiam. Já que ninguém, além deles sabia realmente
a quantia que eles tinham recebido, ninguém desconfiaria. Olhe só
como as pessoas se esquecem de Deus quando o espírito de Mamom
agarra sua mente! Que pensamento ateu! “Ninguém saberá,” eles
pensaram. E o Espírito Santo?
O resultado final deste evento foi que Ananias e Safira perde­
ram suas vidas porque excluíram Deus de seu sistema financeiro. Este
relato nos demonstra o poder do espírito de Mamom para enganar, e
consequentemente roubar, destruir e finalmente matar (que é a verda­
deira natureza do inimigo). Nós vemos esta verdade agindo pela for­
ma pela qual os bens são frequentemente liberados para ministérios
cristãos e igrejas. Propriedades, prédios, mercadorias, vem facilmente
às mãos destas organizações, simplesmente como uma bênção de Deus.
Mas, quando se trata de dinheiro, em geral, nunca o que rece­
bem é suficiente. O dinheiro tem de ser extraído do sistema do m un­
do e pressionado para o uso do Reino. Porque o dinheiro pertence ao
sistema do mundo, e não a Deus, mesmo os cristãos precisam agir
conforme as regras que governam o gerenciamento do dinheiro no
sistema do mundo. A fim de que o dinheiro seja liberado para que os
cristãos o usem no Reino, o espírito de Mamom precisa ser tratado, e
as regras que governam o dinheiro precisam ser obedecidas. Muitos
cristãos violam regularm ente as regras que governam o sistema finan­
ceiro do mundo, e ainda esperam que Deus supra sobrenaturalmente
dinheiro para seus esforços no Reino. Isto é semelhante à violação da
lei da gravidade com esperança de que Deus a anule porque nós estamos
servindo a Ele. Não, até mesmo os pastores e os missionários precisam
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 73
obedecer a lei da gravidade.
O diabo governa o sistema do mundo (1 João 5.19), e ele sabe
as suas regras. Satanás é legalista (opera na legalidade) e usa nossa falta
de conhecimento das leis que governam o dinheiro e seu uso, contra
nós. Se Deus simplesmente anulasse para nós as leis naturais do sistema
do mundo, Satanás teria uma acusação válida contra Deus em relação
à justiça. Contudo, quando temos cumprido com as regras do sistema
do mundo, podemos aplicar os princípios do Reino em relação a
finanças em fé, e com a plena confiança de que haverá uma liberação
financeira. Nós podemos ter confiança absolulta quando nossa fé em
Deus é inabalável no aspecto espiritual, e também temos cumprido as
leis naturais do sistema do mundo em relação ao dinheiro, no aspecto
da verdade. Desta maneira, podemos pedir a Deus as finanças com fé,
sem vacilar, hesitar, ou duvidar (Tiago 1.6).
Pedro, como um membro do ministério de Jesus, foi uma vez
questionado se Jesus cooperaria com a coleta de imposto secular.

M ATE U S 1 7
24 Quando chegaram a Cafarnaum, os coletores do imposto de duas dracmas
[o imposto do templo] vieram a Pedro e disseram, “0 Mestre de vocês
não paga as duas dracmas?”
25 Ele respondeu, “Sim, paga.” Quando Pedro chegou em casa, Jesus fo i o
primeiro a falar [sobre o ocorrido], diqendo, “0 que você acha, Simâo?
De quem os reis da terra cobram impostos ou tributos? De seus próprios
filhos ou de outros que não são de sua família?”
26 E quando Pedro respondeu, ‘D os outros - não de sua própria fam ília’ -
- Jesus lhe disse, ‘Então os filhos estão isentos.
27 Mas, para não escandaliqá-los e os fa^er tropeçar —isto ê, ju lgar de
maneira desfavorável e injusta - vá ao mar ejogue o angol; tire o primeiro
peixe que fisgar, e ao abrir-lhe a boca encontrará uma moeda de quatro
dracmas. Pegue-a e entregue-a a eles, para pagar o Meu imposto e o seu ”.
(Amplificada)
74 Bens, Riquezas & Dinheiro
As finanças do ministério de Jesus estavam operando de acor­
do com a burocracia das taxas seculares. Jesus disse a Pedro que em bo­
ra eles não fossem realmente parte do sistema monetário do mundo,
ainda assim eles deveríam agir de acordo com ele a fim de não ofender
crentes ou descrentes. Espiritualmente, eles eram isentos de taxas, mas
se submeteram para evitar impedimentos à pregação do Evangelho.
Jesus tinha fé de que Deus supriría suas necessidades, apesar das
demandas financeiras.
Um livro de Charles Blair, intitulado: A Man Who Could Do No
Wrong (Um homem que não poderia errar)4, ilustra este ponto. Charles
recebeu uma visão de Deus para criar um prédio para moradia e cuida­
dos de idosos. A visão era sem dúvida um maravilhoso plano de Deus.
Contudo, a forma pela qual ele arrecadou dinheiro para o projeto violou
as regras da Comissão “Security and Exchange” dos Estados Unidos.
Uma vez que o pastor acreditava que o dinheiro pertencia a Deus, ele
poderia arrecadá-lo para um dado projeto e usá-lo para realizar um
outro projeto também vindo de Deus. Aconteceu uma violação de
princípios do sistema do mundo, que afirma que os fundos arrecadados
para um projeto específico precisam ser usados especificamente para
aquele projeto! Foi uma história triste e um duro aprendizado para
Charles em gerenciar dinheiro, que é governado e presta contas ao
sistema do mundo. No final, Charles foi acusado em vários processos
de violação da lei SEC. Ele se tornou uma testemunha viva do fato de
que ninguém pode violar o sistema ao qual o dinheiro pertence e esperar
que Deus abençoe tamanho mal gerenciamento. E o q ue tem os a
d iz e r s o b re a t e r c e ir a c a t e g o r ia d e f in a n ç a s q u e n ó s
m en cio n am o s, riq u ezas? As riquezas diferem dos bens e do dinheiro?
Nós cremos assim. Definiriamos riquezas como o dinheiro que trabalha
para você. Quando você tem dinheiro em excesso para suas obrigações
e necessidades, você é capaz de investi-lo e fazê-lo trabalhar para você.
Assim, as riquezas não estão baseadas no dinheiro que você trabalhou
para ganhar, mas ao invés disso, no dinheiro que trabalha para você.

4Charles Blair, ^4 m an W ho C ould D o N o W rong, Chosen Books Publishing Co Ltd.,


Lincoln, Virginia, 1981
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 75
Uma vez que você tem dinheiro trabalhando para você, por definição,
você tem riquezas. Hoje, as riquezas estão normalmente em forma de
ações, títulos, investimentos coletivos e títulos de dívidas governamen­
tais.
Quando nós usamos o dinheiro desta maneira, o espírito de
Mamom tentará nos influenciar a confiar nestes investimentos,
especialmente para necessidades futuras. Paulo, em sua carta a Timóteo,
0 instrui a exortar os homens ricos para não serem orgulhosos e
confiarem nas riquezas, mas sim em Deus.

1 TIMÓTEO 6
17 Quanto aos ricos deste mundo, ordene-os que não sejam orgulhosos e
arrogantes e que não desdenhem os outros, nem ponham sua esperança na
incerteza das riquezas, mas em Deus, que de tudo nos provê rica e
incessantemente, para a [nossa] satisfação; (Amplificada)
Novamente Paulo afirma que Deus, ao invés das riquezas, é
a nossa fonte.
Jesus fala a respeito do fato de que as riquezas são enganadoras.
Em Marcos, capítulo 4, o semeador semeia a Palavra em vários tipos de
solos diferentes, mas vários obstáculos são identificados e destróem a
frutificação da Palavra. Um dos principais que Jesus mencionou é a
erva daninha, descrita como as falsas riquezas, que obstruem a
capacidade da Palavra de crescer e prosperar (verso 19).
Ter o dinheiro trabalhando para nós não é errado. De fato, a
parábola dos talentos (Mateus 25) e a das minas (Lucas 19) nos ensi­
nam a fazer o dinheiro trabalhar para nós a fim de multiplicá-lo. Em
outras palavras, fazê-lo criar riquezas. Nós temos de ser honestos com
Deus quanto a finalidade delas. Existem pessoas que poupam para
um dia difícil, ao invés de poupar para algo específico, como por exem­
plo a educação dos filhos ou para trocar de carro. Riquezas que não
são identificadas para um propósito específico podem ser usadas por
M amom para influenciar nossos corações e mentes para confiar nelas.
Quando a bolsa de valores cai, as pessoas que confiavam nas riquezas
76 Bens, Riquezas & Dinheiro
pulam das janelas dos prédios para a morte, pois sua confiança estava
naquelas riquezas que acabaram de perder significativamente o seu
valor. As riquezas podem ser usadas na criação de bens, ou como um
depósito de dinheiro. Jesus elogiou aqueles servos que multiplicaram
o dinheiro através do processo de fazê-lo trabalhar, contudo esse di­
nheiro foi devolvido ao senhor. Deus quer transbordar dinheiro em
nossas vidas para que ele trabalhe e esteja disponível para quando o
Senhor o pedir. Quando nós perguntamos a Deus o propósito da
abundância, Ele pode nos orientar a transformá-lo em riquezas que
possam trabalhar para nós. Ou Ele pode ter propósitos para este di­
nheiro no futuro. Eu (Earl) chamo estes recursos de “fundos que o
Senhor requer.” Seriam dinheiro ou riquezas que estão disponíveis
para o uso do Reino assim que o Senhor as pedir.
Nós temos visto que Deus toma posse das riquezas. Ele deseja
que as riquezas de que você é co-proprietário d’Ele sejam em sua mão
uma benção hereditária. Porém, se nós convertemos a riqueza em di­
nheiro, imediatamente introduzimos o espírito de Mamom. A história
do filho pródigo mostra isso claramente.

L U C A S 15
11 E Ele [Jesus] disse, “Havia um certo homem que tinha doisfilhos;
12 O mais novo disse ao seu pai, “Pai, dá-me a parte que me cabe da
propriedade. E ele repartiu os haveres [entre] os dois.
13 Não muitos dias depois, o filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e
viajou a um país distante, e lá desperdiçou a sua fortuna vivendo de
forma descuidada e sem restrições, (Amplificada)
O filho mais novo recebeu sua herança da propriedade, e a
converteu em dinheiro, e a desperdiçou em uma vida imprudente.
Uma vez que a herança se converte em dinheiro, a influência de
Mamom se apresenta.
Em muitos países existem leis que proíbem menores de 21
anos de receberem sua herança para prevenir que não seja convertida
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 77
em dinheiro e desperdiçada. Estas leis tentam tratar o espírito de
Mamom mesmo sem entender o domínio espiritual. Contudo, todos
percebem o efeito dele na vida dos jovens.

GUERRA ESPIRITUAL SOBRE AS FINANÇAS


Nós já sabemos que o dinheiro foi criado pelo sistema do mun­
do a fim de comprar e vender. Jesus nos disse para dar a César as coisas
que lhe pertenciam, e a Deus as coisas que lhe pertencem (Mateus 22.2).
Nós todos fomos criados à imagem de D eus, e assim, pertencemos a
Ele. Como cristãos, nós somos sim plesm ente mordomos daquilo
que pertence a outro. O dinheiro pertence ao sistema do mundo.
Nós, contudo, somos mordomos do dinheiro que ganham os, pelo
uso de nossa criatividade e de nosso tempo. Deus nos ensina fideli­
dade e mordomia através do manuseio do dinheiro.
O propósito do Senhor é colocar muito dinheiro em nossas
m ãos, ao longo de nossas vidas, tirando-o do sistema do mundo
para usá-lo em Seu Reino. Com dinheiro em mãos, podemos pressi­
onar o sistema do mundo a trabalhar para o Reino de Deus. Nós
podem os comprar passagens de avião e evangelizar em qualquer
lugar do mundo. Nós podemos im prim ir Bíblias e distribuí-las. Com
dinheiro, podemos dar um copo de água fria no nome de Jesus para
m uitas pessoas e em todo o mundo, ao m esm o tempo. N ós só
podem os estar fisicamente em um lugar de cada vez, mas o dinheiro
dado aos m inistérios ao redor do mundo, nos perm ite uma certa
onipresença! Porque um cristão tem esse potencial, o diabo fará de
tudo para m anter o dinheiro fora de suas mãos, quando descobrir
que ele já não é mais controlado pelo espírito de M amom e está
comprometido em expandir o Evangelho. Por outro lado, o diabo
também pode colocar uma vasta quantidade de dinheiro na mão de
uma pessoa, quando ela é controlada pelo espírito de Mamom. Se a
pessoa não for disciplinada em m anusear finanças, tal abundância
pode destruí-la desviando o seu propósito no Reino e envolvê-la na
busca de mais riquezas. Contudo, Jesus nos tem dado autoridade em
Seu Nome sobre todas as obras do inimigo. Portanto, nós podemos
78 Bens, Riquezas & Dinheiro
fazer guerra espiritual contra ele para liberação do dinheiro e m anter
nosso propósito no trabalho do Reino de Deus. Esta batalha é descrita
na Escritura citada abaixo.

I TIMÓTEO 6
9 Os que querem fica r ricos caem em tentação e numa armadilha, e em
muitos desejos insensatos [inúteis, ímpios] e prejudiciais que levam os
homens a mergulhar na ruína e na destruição e na perdição miserável.
10 Pois o amor ao dinheiro é a rai%de todos os males; fo i através desta cobiça
que algumas pessoas foram desencaminhadas, e desviaram-se da f é e se
trespassaram com muitas angústias agudas [mentais].
II Fuja de tudo isso; mire e busque ajustiça - isto é, uma posição certa diante
de Deus e a verdadeira bondade; a piedade [o temor amável de Deus e
a semelhança de Cristo], a fé, o amor, a firmeza [paciência] e a
mansidão.
12 Combata o bom combate da fé: tome posse da vida eterna para a qual
vocêfoi convocado efe% a boa confissão [de f Sjperante muitas testemunhas.
(Am plificada)
E interessante notar que o versículo 12 está no meio de um
discurso sobre dinheiro. Precisamos lutar nesta guerra espiritual pela
fé para a liberação do dinheiro. A guerra espiritual é muito mais do
que simplesmente declarar em nome de Jesus que certas atividades
sejam iniciadas ou terminadas. A guerra espiritual é combatida pela
maneira que nós escolhemos viver e agir. Quando o inimigo aproxi-
mou-se de Jesus em João 14, observe a resposta d’Ele

JO Ã O 14
30 “Já não lhes fa la rei muito, pois o príncipe [o gênio m aléfico, o
dominador] deste mundo está vindo. Ele não tem nenhum direito sobre
mim - não temos nada em conjunto; não há nada em Mim que lhe pertence;
ele não exerce nenhum poder sobre Mim. ” (Amplificada)
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 79
Nós não podemos violar os princípios do sistema do mundo
(má administração das dívidas, ou o uso inapropriado das finanças,
por exemplo) que governam finanças, e esperar ter autoridade no do­
mínio espiritual sobre o espírito de Mamom.
O compromisso através do arrependimento e seguir os prin­
cípios necessários para pôr em ordem nossas finanças pessoais, libera
autoridade em nossas palavras e em nossas vidas para vencer a guerra
espiritual. Que não haja nada em nossas finanças que dê ao inimigo a
legalidade de impedir ou cessar o fluir das finanças para nós.
Bem, a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Deus
(Romanos 10.17). N ós tem os visto q u e a fé req uer pelo m enos três
co isas:
1. Nós precisamos crer no que a Palavra de Deus diz;
2. Nós precisamos confessar a Palavra. Em outras palavras,
nossos próprios ouvidos precisam ouvir o que é que nós
cremos;
3. Nossas ações precisam estar de acordo com as nossas cren­
ças e confissões. Agora como isso se aplica a área finan­
ceira?
Precisam os estar firm em ente estabelecidos na Palavra de
Deus no que diz respeito a finanças. A batalha pela liberação de
finanças em nossas vidas precisa ser vencida no domínio espiritual
antes de ser manifesta no físico. É preciso entender plenamente como
o Reino de Deus funciona financeiramente. Nós ainda precisamos
decidir agir segundo os princípios do Reino e não ser influenciados
pelo pensamento do sistema financeiro do mundo. Nossas ações
precisam alinhar-se com a nossa crença e confissão. Nós não podemos
ter uma mente dupla conforme o Apóstolo Tiago descreve:

TIAGO 1
5 Se algum de vocês temfalta de sabedoria, peça-a ao Deus doador [que
dá] a todos liberalmente e de boa vontade, sem repreensão ou censura, e
lhe será concedida.
80 Bens, Riquezas & Dinheiro
6 Peça-a, porém, com fé, sem vacilar —sem hesitação ou dúvida. Pois aquele
que vacila [hesita, duvida] é semelhante a um vagalhão do mar, impelido e
agitado pelo vento.
7 Não suponha talpessoa que receberá coisa alguma [que pede] do Senhor.
8 [Pois sendo que é] um homem de mente dividida - hesitando, duvidando,
indeciso e incerto sobre tudo [que pensa, sente, decide].(Amplificada)

EFÉSIOS 6
12 Porque não temos de lutar contra carne ou sangue, mas sim contra os
principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século,
contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. (RC)
O espírito de Mamom está querendo governar as mentes e os
corações das pessoas conforme vimos nos capítulos anteriores. Ele
opera como um poder no domínio espiritual para controlar as finanças
dos homens.
Todos nós conhecemos pessoas que anteriormente amavam a
Deus e O serviam. Contudo, quando o dinheiro foi liberado para suas
mãos, elas foram capturadas pelo amor ao dinheiro, e não o usaram
para o Reino de Deus, não estão mais amando e servindo a Deus hoje.
Temos observado que estamos presenciando uma batalha espiritual
na área financeira, a qual é talvez a mais intensa do que qualquer outra
na história passada. O conflito entre o sistema do mundo e o Reino de
Deus por corações e mentes de homens e mulheres em relação a área
financeira é enorme. Contudo, as armas de nossa milícia não são
projetadas por homens.

2 CORÍN TIOS 10
4 Pois as armas com as quais lutamos não são físicas [armas de carne e
sangue] mas são poderosas diante de Deus para derrotar e destruir
fortalezas,
5 [Sendo que] refutamos argumentos e teorias e raciocínios, e toda pretensão
altiva que se levanta contra o [verdadeiro] conhecimento de Deus; e levamos
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 81
cativo todo pensamento e propósito, para torná-los obedientes a Cristo, o
Messias, o Ungido.
6 Estando prontospara punir todo [insubordinado pela sua] desobediência,
uma ve%_ estando bem segura e completa [como igreja] a obediência de
vocês. (Amplificada)
Conforme você ler o restante deste livro, que Deus dê a você a
revelação de sua batalha pessoal nesta área. E que você também receba
o poder de Deus em suas vontades e desejos a fim de permanecer
firme contra o inimigo que tenta prender suas finanças ou desviar sua
atenção do seu trabalho no Reino de Deus.

PROSPERIDADE COM UM PROPÓSITO


Para nos prepararmos para o próximo princípio, é necessário
entendermos o plano de Deus para prosperidade de Seu povo. Muito
se tem ensinado sobre a prosperidade no Corpo de Cristo ao longo dos
anos. Estes ensinos têm gerado muitas reações, tanto positivas quanto
negativas. A notícia positiva é que o desejo de Deus é prosperar o Seu
povo! Assim, nós temos sido abençoados com toda sorte de bênçãos e
privilégios espirituais. Tudo que é relativo à vida e à santidade nos foi
dado livremente, incluindo bens, paz, alegria e saúde. Nós temos uma
aliança com Ele que está selada no sangue de Jesus. Viver nesta aliança
faz parte de um relacionamento íntimo que nós temos com Deus. Se
você tiver fé no seu relacionamento com Ele, então você terá fé nesta
aliança. Nela está a promessa de provisão e prosperidade.
Vamos ver primeiro o significado da palavra prosperidade. O
básico da palavra não se refere a dinheiro, riqueza ou abundância.
Significa simplesmente sobressair-se, ou erguer-se aos lugares altos.
Isto vem da excelência ou alturas. Assim, a prosperidade é ir aos m e­
lhores lugares em qualquer coisa desejável, não importando se o dese­
jo é espiritual, relacionado à alma, físico, na área de relacionamento,
ou financeiro. Neste entendimento, a palavra chave é desejo. O desejo
pode ser para o bem ou para o mal. Se a prosperidade é para ser usada
para o bem, então a definição seria a seguinte: A prosperidade bíblica
82 Bens, Riquezas & Dinheiro
é a capacidade de usar o poder e conhecimento de Deus p a ra
suprir as necessidades humanas em qualquer área da vida.
0 desejo de Deus é que Seu povo tenha acesso ao Seu poder e conhecimento,
pelo Espírito de Deus para que o hem seja realizado.
No domínio espiritual, a prosperidade vem às pessoas quando
o Evangelho é pregado, e elas nascem de novo ao receber Jesus como
Salvador e Senhor. O Evangelho é poder de Deus para salvação de
todos os que crêem. Através do novo nascimento a pessoa começa a
prosperar espiritualmente. A pessoa passou da morte para a vida, e o
“zoe” ou vida eterna recria o espírito humano.
A prosperidade na alma afeta a mente, desejos e emoções. A
mente contínuamente renovada pela Palavra de Deus, traz a mudança
de padrões de pensamento.

R O M A N O S 12
2 E não se conformem com este mundo - este século, modelado p or e adptados
a seus costumes externos e superficiais. Mas transformem-se [alterem-se]
pela renovação [inteira] da sua mente - pelos novos ideais e atitudes dela -
-para que vocêspossam provar [por si mesmos] a boa, agradável eperfeita
vontade de Deus, [aquilo que é bom, agradável e perfeito [aos olhos
Dele para vocês]]. (Amplificada)
Ler, meditar e reagir à Palavra de Deus transforma o nossa
mente do padrão do mundo para os princípios e caminhos do Reino.
Tais atividades transformam e prosperam a mente. Um espírito de
pobreza pode afetar nossos pensamentos. Se não for tratado, sempre
veremos os outros como alguém que tenta roubar alguma coisa de
nós, e seremos motivados a proteger-nos continuamente. O resultado
certamente será impedir-nos de dar.
O plano de Deus é que nossas vontades também prosperem.
Ela precisa na verdade ser liberta da escravidão, para que possamos
ser obedientes a Deus sem demora. A demora em obedecer é desobe­
diência.
O Senhor tem a intenção de que as nossas emoções também
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 83
prosperem. Elas devem estar sujeitas às nossas escolhas. Muitas vezes,
fortes sentimentos negativos nos impedem de fazer escolhas adequadas.
As emoções precisam ser purificadas pelo Sangue de Jesus Cristo,
permitindo que elas nos ajudem a fazer as escolhas corretas ao invés
de estarem atormentadas com medo, vergonha, orgulho, cobiça e outros
fortes sentimentos. As emoções devem apoiar nossas escolhas corretas,
e não nos distrair de fazê-las.

15 A ÍAS 1
19 Se vocês estiverem dispostos e obedientes, comerão os melhores frutos desta
terra. (Amplificada)
Deus deseja a prosperidade do nosso corpo também. Ele tem
provido saúde e cura para nosso corpo físico.

3 JO Ã O
2 A.mado, oropara que vocêpossa prosperar em tudo e [para que seu corpo]
se mantenha com saúde, assim como [sei que] sua alma vai bem eprospera.
(Amplificada)
Perceba a seqüência - prosperidade da alm a leva à saúde
corporal e ao bem-estar. Existem muitas passagens no Antigo e no
Novo Testamento, que nos falam do desejo de Deus para a prosperi­
dade corporal.
O desejo de Deus é que nós também prosperemos no nosso
relacionamento com as pessoas: maridos e esposas, pais e filhos, ou­
tros membros da família, o Corpo de Cristo em geral, e com todos.

R O M AN O S 12
16 Vivam em harmonia uns com os outros; não sejam orgulhosos [afetados,
arrogantes, exclusivistas] mas estejam dispostos a adaptar-se a
[pessoas, coisas] e se entreguem a tarefas humildes. Nunca se
superestimem ou sejam sábios aos seus próprios olhos.
18 Se tão-somente você tivesse prestado atenção aos meus mandamentos! Então
84 Bens, Riquezas & Dinheiro
sua p a ^ e prosperidade seriam como oflu ir de um rio; e suajustiça [a santidade
e pureza da nação] como as abundantes ondas do mar; (Amplificada)
O segredo é viver de uma forma humilde. A Palavra de Deus
nos ensina como fazer isso. O desejo de Deus é que prosperemos em
nossos relacionamentos. A prosperidade na área financeira é também
vontade de Deus.

ISA ÍA S 48
17 Assim di%o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o teu Deus,
que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar.
18 Ah! Se tivesses dado ouvido aos meus mandamentos! Então seria a tuapa%;
como um rio, e a tuajustiça como as ondas do mar. (RC)
Deus prosperou Abraão, José, Josué, e muitas outras pessoas
na Bíblia. Sua prosperidade incluía bens, riquezas e freqüentemente,
dinheiro. O oposto da prosperidade financeira é a pobreza. A pobreza,
ou ausência de prosperidade, é uma praga como uma das maldições
que viriam sobre as pessoas, quando através da desobediência elas
saíssem da proteção de Deus (Deuteronômio 28.29).

PR O V É R BIO S 10
15 M riqueza dos ricos é a sua cidadefortificada; a pobreza dos pobres é a sua
ruína. (Amplificada)
Uma mentalidade de “apenas o suficiente” também se encaixa
nesta categoria. Ter apenas o suficiente é, na verdade egoísmo, assim
você está incapacitado de abençoar outros pelo dar. Deus quer que
nossas vidas transbordem para podermos abençoar os outros e ser um
canal financeiro para o Reino de Deus.

LUCAS 4
18 “0 Espírito do Senhor [está] sobre Mim, porque E h Me [o Ungido, o
Messias] ungiu para pregar boas novas[o Evangelho] aos pobres. Ele
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 85
Me enviou para proclamar liberdade aos cativos, e recuperação da vista aos
cegos; para encaminhar libertos os que eram oprimidos —os humilhados,
feridos, esmagados e arruinados p or calamidades; (Amplificada)
Observe que para cada problema, Jesus indica o seu oposto.
Jesus trouxe a solução. Aos cegos, visão; aos oprimidos, alívio; aos
cativos, liberdade; e aos pobres, o Evangelho pregado a eles. Qual o
propósito? Removê-los de sua pobreza! Alguém pode perguntar: “Jesus
não disse que os pobres sempre estariam conosco?”A resposta é sim,
mas por quê? Simplesmente porque nem todos crerão no Evangelho,
que é poder de Deus para salvação, em todas as áreas da vida!

PORQUE DEUS QUER ABENÇOAR SEU POVO


Existem pelo menos quatro razões porque Deus quer nos aben­
çoar. O significado principal da palavra “abençoar” é estar autorizado
a prosperar. Conforme temos visto, Deus certamente quer autorizar o
Seu povo a prosperar. Aqui estão quatro razões pelas quais Deus quer
nos abençoar:
1) Razão número um: Deus nos prospera simplesmente porque
nós somos seus filhos.

M ATEU S 7
9 Q ual de vocês, se seufilho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?
10 Ou se ele pedir peixe, lhe dará uma cobra?
11 Se vocês, que são maus, sabem dar boas e proveitosas dádivas aos seus
filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus [perfeito como Ele
é] dará boas e proveitosas coisas àqueles que continuamente lhe pedirem!
(Amplificada)
O desejo de Deus é dar bons presentes aos Seus filhos. Um
bom presente seria a ausência de pobreza, por exemplo. Algumas pes­
soas pensam que Deus quer nos manter pobres para nos manter hu­
mildes! Esta não é a forma de Deus desenvolver humildade. Você não
desejaria isso a seus filhos, porque Deus desejaria?
86 Bens, Riquezas &D inheiro

Deus tem um propósito para a prosperidade. Ela não é o fim


em si mesma. Deus tem se revelado como Jeová Jiré - nosso provedor
ou literalmente: “A provisão de Jeová será vista”. O foco precisa estar
somente em Deus, como nossa fonte. Muitos têm cometido o erro de
fazer da prosperidade um fim em si mesma. Isso então, faz do dinhei­
ro um fim e de Deus, o meio, ao invés de Deus ser o fim, e o dinheiro
o meio. Desta forma, quando Deus é o fim, nós podemos descobrir o
seu propósito na prosperidade.
Algumas pessoas têm uma grande resistência ao ensino da
prosperidade pela forma como foi algumas vezes usada - para acumu­
lar para si mesmo. Alguns têm se focalizado naquilo que se conseguiría
obter. Contudo, nós não podemos desprezar estes ensinos. Nós preci­
samos reter o que é bom. A prosperidade precisa ser ensinada no
contexto de ter um orçamento limitado, ou um orçamento no qual se
responda a seguinte pergunta: “Quanto é suficiente?” Sem a resposta
de Deus para esta pergunta, o espírito de Mamom influenciará as mentes
e os corações em relação à prosperidade, e a que Deus enviar, será
usada indevidam ente. Nós precisamos receber ensinos corretos a
respeito do dinheiro e do sistema de Mamom por trás dele.
Uma outra influência em nosso pensamento vem do sistema
do mundo e do ensino clássico de economia (para mais detalhes, veja
o próximo tópico Tesouros no Céu). Muitas pessoas têm um conceito
limitado de bens. Elas pensam que os bens no mundo têm um valor
fixo. Portanto, para que seus bens aumentem, você precisaria tirar de
outra pessoa, tornando assim impossível para ela ter seus bens tam­
bém. A verdade é que os bens existem em abundância, e eles são criados
pela diligência no trabalho, e pelas idéias criativas de cada um. O fluir
das finanças na Terra é baseado na aliança de Deus com a raça humana,
e a capacidade do homem de entender e andar nela

DEUTERON ÔM IO 8
18 Mas lembrem-se [sinceramente] do SENHOR, o seu Deus;pois é Ele
que lhes dá a capacidade de adquirir riquezas, para que Ele possa estabelecer
Sua aliança quejurou aos seus pais, como hoje se vê. (Amplificada)
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 87
Todos os bens vêm de Deus, e somente aqueles que estão em
aliança com Ele tem o direito de possuí-los e utilizá-los.

PR O VÉR BIO S 13
22b ... mas a riqueza do pecador [com tempo chega] às mãos dosjustos, para
quem fo i armazenada. (Amplificada)
Nós precisamos assumir a posição de servos financeiros, e então
o Senhor poderá nos confiar uma liberação de finanças para abençoar
e servir o Reino de Deus! Assim, sua prosperidade não é às custas de
outras pessoas! Deus é capaz de prover prosperidade para todos.
Contudo, existem condições a serem cumpridas para que ela aconteça.
Nós precisamos andar em obediência às leis de Deus que governam a
prosperidade. Mas o homem tem pecado e abusado deste propósito. O
propósito de Deus é que sejamos abençoados e abençoemos a outros.
O homem tem sido muito egoísta, acumulando as bênçãos e abusando
da prosperidade. Porém, este abuso não diminui o desejo de Deus de
fazer prosperar Seus filhos!
2) Razão número dois. O propósito da prosperidade é nos liber­
tar da preocupação com as coisas.
O sistema do mundo define prosperidade de forma diferente
do Reino. Este sistema nos diz que prosperidade é ter e adquirir mais
coisas. Eu (Earl) vi uma vez um adesivo que dizia: “Aquele que morrer
com mais brinquedos, vence!” Esta é uma triste afirmação do estado
do mundo. O coração de Deus quer nos fazer prosperar para que o
nosso orçamento seja suprido e exista abundância para que possamos
abençoar outras pessoas e financiar as atividades do Reino de Deus.
Ele não quer que usemos este excesso para alimentar os desejos insaci­
áveis do egoísmo humano.

DEUTERONÔM IO 8
17 Não digam, pois, em [sua mente e] seu coração, !A minha capacidade e a
força de minha mão me adquiriram estas riquezqs’. (Amplificada)
88 Bens, Riquezas &D inheiro

O inimigo é capaz de liberar as riquezas (dinheiro que traba­


lha para nós) a nós para dispersar nossa atenção de Deus, nosso prove­
dor. Se não entendemos o propósito de Deus para a prosperidade,
podemos desperdiçá-la em nós mesmos. Com um orçamento ilim ita­
do, nós podemos aumentar o tamanho do orçamento, sem consultar
ao Senhor, e interpretar esse aumento como uma bênção de Deus.
Sem um orçamento limitado e a resposta da seguinte pergunta: “Quanto
é suficiente?” a prosperidade pode se tornar uma armadilha.
Existem dois tipos de “preocupações.” Ter pouco demais é
uma preocupação, porque estamos impedidos de fazer o que Deus
nos tem chamado a fazer. Gastamos muito tempo tentando “ganhar
dinheiro”. Ter demais é também uma preocupação, porque nós temos
de cuidar de todas as coisas. Tudo precisa ser protegido, mantido e
adequadamente gerenciado, o que leva tempo e mais recursos.
A preocupação com as coisas pode ser uma carga. Onde está
o equilíbrio? Ele é diferente para cada pessoa. Somente Deus sabe
qual deve ser o tamanho do nosso orçamento, que vai servir para o
trabalho que Ele nos tem chamado a fazer. Precisamos buscar ao Senhor
e estar em harmonia com Ele em relação a tudo aquilo que está em
nosso orçamento. Deus tem princípios, leis e opiniões a respeito de
todas as outras coisas!
Algumas pessoas têm uma mentalidade de pobreza. Estas pes­
soas pensam que humildade é viver apenas com o suficiente para su­
prir suas obrigações e necessidades. Elas não têm nenhum conceito de
gerenciamento de um suprimento abundante com o qual abençoe os
outros. Outras pessoas podem ser pretensiosas, pensando que Deus
quer dar a elas mais que o suficiente apenas para satisfazer uma cobiça
escondida ou para impressionar os outros pelo que elas possuem.
E importante reconhecer que nós precisamos ter um orça­
mento limitado que inclua Obrigações, Necessidades e Desejos, em
harm onia com Deus em cada uma destas categorias. Então o Senhor
pode confiar que seremos bons mordomos no gerenciamento de nos­
so orçamento, e também da abundância que Deus quer nos dar para
os propósitos do Reino. (Nós detalharemos melhor no capítulo seis
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 89
sobre como limitar o orçamento e se tom ar um gerente dos recursos
de Deus).
3) Razão número três. O propósito da prosperidade é nos permi­
tir sermos generosos com os outros.
Um princípio chave do Reino de Deus é dar. Deus quer pros­
peridade financeira em nossas vidas para que possamos dar.

2 CO RÍN TIO S 9
7 Cada um [contribua] conforme determinou em sua mente epropôs em seu
coração, não com relutância ou tristeza ou p or obrigação, pois Deus ama
[isto é, Ele tem prazer em, preza acima de outras coisas, e não está
disposto a abandonar ou ficar sem] o alegre [jubiloso, sempre
disposto] doador - que sempre dá de coração. (Amplificada)
Esta passagem resume tudo! Nós podemos dar em muitas áre­
as, tais como: tempo, talentos e serviços, mas uma área principal de dar
é a financeira. Se nós não temos dinheiro, não podemos ser generosos
para com os outros que nos cercam. Assim, uma razão principal pela
qual Deus quer nos dar prosperaridade é para possibilitar que sejamos
generosos com aqueles que nos cercam. Podemos direcionar recursos
do nosso orçamento de uma categoria para a categoria de dar. Em
determinado mês, podemos decidir mudar o dinheiro de uma ou
mais categorias, e dá-lo ao invés de gastá-lo. Podemos também dar de
nossa abundância, recursos que temos além de nosso orçamento.
Contudo, nós queremos ser dirigidos pelo Senhor, e não pela culpa
por gastar demais, nem por pena.
Algumas pessoas ofertam porque se sentem culpadas por te­
rem gasto demais. Outros dão por medo, ou mesmo por manipulação.
O Senhor quer nos conduzir a dar e a estarmos disponíveis a Ele para
suprir financeiramente necessidades específicas.
4) Razão número quatro. O propósito da prosperidade é nos
permitir financiar o evangelismo mundial.
Serão necessários bilhões de reais para completar a Grande
Comissão. Contudo, já existem fundos suficientes nas mãos de cristãos
90 Bens, Riquezas & Dinheiro
para completar esta obra. Muitas vezes estas finanças estão presas no
sistema do mundo, rendendo juros, ao invés de receberem o aumento
pela multiplicação através do uso no Reino. O dinheiro dado para o
Reino é uma forma de nos fazer ativos em muitos lugares ao mesmo
tempo. D ar a projetos missionários mundiais, nos faz de uma certa
form a “onipresentes”. Nós podem os direcionar o dinheiro para
trabalhar em todo o mundo simultaneamente, ao passo que nós só
podemos estar em um lugar de cada vez. Quando existe a abundância
financeira em nossas vidas, nós podemos obrigar o sistema do mundo
a trabalhar pelo Reino de Deus. Com dinheiro, podemos imprimir
Bíblias, viajar a qualquer lugar do mundo, construir igrejas e estar
envolvido em todos os tipos de ministérios no nome de Jesus.
A prosperidade bíblica funciona em qualquer nação e cultura
no planeta. Os princípios financeiros do Reino funcionarão em qual­
quer cultura quando a pessoa opera pela fé e torna-se um cumpridor
da Palavra. Jesus ensinou finanças bíblicas a uma nação de terceiro
mundo. Israel naquela época era uma nação subjugada, debaixo do
domínio romano. Sua moeda própria havia sido ilegalizada, exceto no
templo, e a moeda romana entrou em circulação. Economicamente,
eles eram escravos dos romanos.
Vamos ver como Jesus lidou com as finanças necessárias ao
seu ministério. Não existe nenhum registro de Jesus orando por finan­
ças. Em seu trabalho, Judas era o tesoureiro responsável pela distribuição
de dinheiro aos pobres e em comprar as coisas para o ministério. Nós
sabemos que Judas era ladrão, e que roubava regularmente o dinheiro
do caixa. Quanto tempo o seu ministério ou negócio funcionaria hoje,
se você tivesse um ladrão como tesoureiro? Ao ministério de Jesus nunca
faltou!

JO Ã O 12
4 Mas Judas Iscariotes, o discípulo que estava prestes a trai-Lo, disse,
5 Torque este perfume não fo i vendido por trezentos denários, [o salário de
um ano de um trabalhador comum] e o [dinheiro] dado aos pobres
[os necessitados]?’ (Amplificada)
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 91

De onde Judas tirou esta idéia? Eu tenho certeza que ele ouviu
Jesus dizer isso ao jovem rico e pensou que essa seria uma boa desculpa!

JO Ã O 12
6 Ele não falou isso p or se interessar pelos pobres, mas porque era ladrão; e
tendo a bolsa [o estojo de dinheiro dos d o ze] , tirava para si mesmo o
que nela era colocado [surripiando as coletas]. (Amplificada)
Quanto tinha em caixa? Nós não sabemos, mas sustentava o
estilo de vida de um ladrão e não faltava dinheiro ao ministério. Eu
(Earl) tenho uma teoria a respeito de Judas, a qual não pode ser provada
pelas Escrituras, mas eu acho que é provavelmente correta. Sabendo
que Judas era ladrão, nós poderiamos supor que se não existisse um
contínuo fluir de finanças para se furtar, Judas teria deixado o grupo e
entrado em um outro ministério que pudesse sustentar seus hábitos!
Contudo, Jesus nunca necessitou de finanças para fazer o que Seu Pai o
tinha mandado fazer. Em João 13, na última ceia, nós vemos que os
discípulos ignoravam totalmente os motivos de Judas.

JO Ã O 13
29 Alguns pensaram que, como Judas era quem tinha o estojo de dinheiro [a
bolsa], Jesus estava lhe dizendo, Compre o necessário para a festa, ou que
desse alguma coisa aos pobres. (Amplificada)
Jesus continuamente dava aos pobres e os princípios do Reino
estavam operando em Sua vida. Nós observamos que existia um
constante suprimento de finanças.
Nós também descobrimos nas Escrituras que a prosperidade
é prometida por Deus para:
1. Aqueles que meditam na Palavra de Deus. Salmo 1
2. Aqueles que buscam a Deus. 2 Crônicas 26.5; 14.7
______ 3. Aqueles que são obedientes. 1 Crônicas 22.12,13; Isaías 1.19
5Paul Samuelson and William D. Nordhamus, ELconomics 12 th edition, 1985, New
York, (MacGraw Hill), p.4
92 Bens, Riquezas & Dinheiro
4. Aqueles que confiam nEle. Jeremias 17.7,8; 2 Crônicas 20.20

TESOUROS NO CÉU
O estudo da economia do sistema do mundo é muito diferen­
te do estudo das finanças do Reino de Deus.
Antes de tudo, a palavra “economia” precisa ser definida. A
palavra economia, vem da palavra grega “oikonomia” que significa o
“gerenciamento doméstico.” Podemos ter um gerenciamento doméstico
de acordo com os princípios bíblicos, o que quer dizer economia bíblica,
ou então pelo sistema econômico do mundo. Contudo existe atualmente
uma outra definição de econom ia. Paul Sam uelson e W illiam D.
Nordhaus em seu livro Economia’, definem a palavra da seguinte forma:
“Economia é o estudo de como as pessoas e a sociedade escolhem
empregar recursos escassos que teriam usos alternativos a fim de produ­
zir comodidades variadas e distribuí-las para o consumo”. Você pode
perceber que a frase “recursos escassos” é usada na definição. Este tipo
de pensamento é governado pelo sistema do mundo.
A Bíblia não fala a respeito de escassez de recursos no Reino
de Deus, mas de abundância. A Palavra sempre fala de aumento,
m ultiplicação e prosperidade ao lidar com princípios bíblicos que
governam as vidas dos cristãos no planeta Terra. A bênção de Deus
para você e para mim não é às custas de ninguém. Assim, necessitamos
de renovar a nossa mente pela Palavra de Deus para que o nosso
pensamento não seja de gerenciar recursos escassos, mas ao invés disso,
de gerenciar a abundância e a expectativa de crescimento em todas as
áreas de nossas vidas. No passado, pensam os em usar o term o
“Economia do Reino.” Contudo, com o entendimento acima, se tornou
claro que as palavras deste termo gerariam conflito. Consequentemente,
nós falarem os a respeito do sistema de finanças do Reino. Jesus
apresenta este sistema financeiro do Reino nas seguintes Escrituras:

M ATEU S 6
19 Não acumulem e amontoem e reservem para vocês tesouros na terra, onde
Cinco Maneiras Bíblicas De Usar O Dinheiro 93
a traça e a ferrugem e o verme consomem e destroem, e onde os ladrões
arrombam efurtam;
20 Mas acumulem e amontoem e reservem para vocês Tesouros nos Céus, onde
nem a traça, nem aferrugem e nem o verme consomem e destroem, e onde os
ladrões não arrombam efurtam;
21 Pois onde estiver o seu tesouro, a í também estará o seu coração.
(Amplificada)
Estes tesouros na Terra se referem a várias formas de ações,
investimentos, poupanças, etc. Se você as considera como “tesouros”
elas são algo que você valoriza, busca segurança, e confia nelas. Seu
coração (emoções) se comprometerá com estas coisas como um tesou­
ro. A Palavra, nos diz para não acumularmos tesouros na Terra, porque
o coração se prende emocionalmente a essas coisas e confia nelas. Na
realidade, isso é idolatria, confiança em alguma coisa ou em alguém ao
invés de Jesus Cristo. A Palavra diz para não acumularmos tesouros
na T e rra, p o rq u e q uan d o o v a lo r d estes in v e stim e n to s cai
repentinamente como por exemplo em uma quebra da bolsa de valores
ou hiper-inflação, tal pessoa pode ficar emocionalmente devastada. O
sistema do mundo controla o dinheiro em circulação. O dinheiro,
conforme temos visto, é usado como um meio de troca, mas não tem
valor real. O valor do dinheiro é somente um reflexo de seu poder de
compra, que é determinado por mercados inconstantes. E importante
não ter dinheiro demais e nem muito pouco dele.
Na Escritura acima, Jesus usa a analogia da traça e ferrugem.
A traça pode ser o retrato da inflação, a desvalorização do valor do
dinheiro, como resultado de ter excesso dele em circulação. Na
realidade, a taxa de rendimento dos investimentos de muitas pessoas
não acompanha a velocidade da inflação. A ferrugem pode ser o re­
trato da deflação, um aumento do valor do dinheiro devido a ter mui­
to pouco dele em circulação, o que resulta em uma refreada econômica
ou mesmo levar o comércio a parar. A ferrugem pode ser o retrato da
desvalorização internacional, a qual afeta muitas pessoas em países
que têm sua moeda ligada ao dólar americano, ou a outras moedas
estrangeiras. Jesus também disse que ladrões avançam e roubam. Isso
94 Bens, Riquezas & Dinheiro
poderia se referir às incertezas de todos os mercados de investim en­
tos, tanto em alta quanto em baixa. O ladrão pode também se referir a
fraude, colapsos das instituições financeiras, tais como ocorrida com
Poupanças e Empréstimos nos Estados Unidos nos anos oitenta, fa­
lência de bancos, colapso do mercado financeiro, e projetos de investi­
mento fraudulentos.
Se você confia nestas coisas e as entesoura para segurança no
futuro, você certamente ficará desapontado. Todos já ouvimos histórias
de pessoas em 1929, que pularam de prédios quando houve a grande
baixa na Bolsa de Valores dos Estados Unidos. Existem também
histórias inéditas de pessoas que, sob a experiência de um revés finan­
ceiro, foram para as drogas, casos amorosos, jogatina, crimes ou outras
atividades as quais antes não iriam nem pensar. Então é errado ter
investimentos no sistema do mundo? Não, claro que não. Contudo,
entesourar tais investimentos é errado. Quando seus investimentos o
possuem, então eles se tornam “tesouros” para você, seu coração
(emoções) se prende ao sistema de finanças do mundo.
Jesus nos instruiu a acumular Tesouro no Céu, onde estes
problemas não existem, e onde os nossos corações poderíam se associ­
ar com eles tranqüilamente. Deus tem nos criado para que os nossos
corações busquem naturalmente o que quer que seja tesouro (verso
21). Conseqüentemente, Ele quer que nós tenhamos nossos tesouros
no lugar certo, para que nossos corações busquem aquilo que realmente
tem valor. O sistema econôm ico do mundo, com todos os seus
problemas e escassez, não atinge nosso “Tesouro no Céu”. Por isso,
nós precisamos aprender a fazer o que Jesus nos ordenou quando
disse (Eu mando vocês) “colher, acumular e armazenar para vocês
Tesouro no céu”. Porque o Senhor tem um visão para nossas vidas,
Jesus sabia que neste período precisaríamos de muito dinheiro, para
cumprir o plano de Deus. Portanto, Ele traçou para nós Seu sistema
financeiro do Reino, que proporciona aumento e multiplicação, que
não é lim itada pela inflação, deflação, desvalorização ou roubo.
Deus quer que nós conheçamos os Seus caminhos como
Moisés procurou conhecê-los (Êxodo 39.13). Em Mateus 6.19-34, Jesus
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 95
nos ensina os princípios do Reino para as finanças. Ele diz isto so­
mente depois que Ele tem dado a solução no verso 20. Por isso o
verso 25 começa com a palavra “Portanto”. Esta palavra une o verso
25 à passagem anterior. (Onde quer que você encontre a palavra “por­
tanto” na Bíblia, é bom descobrir porque ela está lá). O coração de
Deus é tão amoroso para conosco, que Ele não quer que nós pereça­
mos em nenhuma área de nossas vidas. Por isso, Ele nos deixou um
registro de cerca de 2000 versículos para nos guiar financeiramente! O
que nós temos de fazer para obedecer a ordem do versículo 20?
Vamos ver novamente a passagem, que trata do encontro de
Jesus com o jovem rico (como é intitulada em algumas traduções
bíblicas). Jesus nos explica aqui como acumularmos Tesouro no Céu.

M A R C O S 10
21 Jesus olhou para ele e o amou, e lhe disse: Ealta-lhe uma coisa: vá, venda
tudo o que vocêpossui e dê [o dinheiro] aos pobres, e você terá Tesouro no
Céu; depois, venha [e] me acompanhe —andando na mesma estrada que
Eu ando. ’
22 Diante disso eleficou abatido e melancólico, e afastou-se ofendido epesaroso,
porque tinha muitos bens. (Amplificada)
Perceba que Jesus discerne que o tesouro deste jovem está em
suas riquezas, e ele está enganado pelo espírito de Mamom. Assim ele
não foi capaz de obedecer às instruções de Jesus que amava e o queria
livre, então, Ele lhe falou como obter esta liberdade. Era para converter
todas as suas possessões e riquezas em dinheiro e DAR! Desta forma
ele profanaria Mamom, tirando dele o poder e a capacidade de ser
adorado. Perceba que Jesus não o deixou sem um entendimento
financeiro do Reino, pois Ele disse: “e você terá um Tesouro no Céu”.
Jesus esperava poder estabelecer este jovem nos princípios financeiros
do Reino. Ele sabia que quando o jovem obedecesse e desse, esta oferta
seria depositada, ou creditada na sua conta celestial como um Tesouro
no Céu. Infelizmente, este jovem recusou a oportunidade, porque a
mudança de paradigma era maior do que ele podia compreender. O
96 Bens, Riquezas & Dinheiro
espírito de Mamom controlava o seu coração e a sua mente, pois ele
foi embora triste e abatido.

CONTA “TESOUROS NO CÉU”

DÉBITO CRÉDITO

Nós precisamos pensar no “Tesouros no Céu” como uma


conta com créditos e débitos. Nós podemos fazer depósitos nesta conta
e podemos também debitar. Ela não é muito diferente de uma conta
em um banco na Terra. Contudo, ela não é sujeita aos problemas dos
bancos terrestres. Jesus sabia que o jovem rico necessitaria de uma
fonte de finanças para o futuro, e Ele o queria livre para segui-lo. Jesus
sabia que sua confiança no sistema de finanças do mundo o reteria em
escravidão.
Contas terrestres em bancos tradicionais pagam juros (com
uma porcentagem muito baixa). Contudo, uma conta no Tesouros no
Céu multiplica, como acontece com todas as outras coisas com as
quais Deus está envolvido. A ordem de Deus para Adão e Eva era
para serem frutíferos e multiplicar.
O propósito original de Deus era a multiplicação. As duas
parábolas de Jesus em Mateus 25.14-29 e Lucas 19.13-26, tratam da
mordomia do dinheiro. Nestas duas parábolas, Jesus elogiou os servos
que multiplicaram o que lhes foi confiado. Houve uma multiplicação
por dois em Mateus 25 e uma por dez vezes e a outra por cinco vezes
m encionada em Lucas 19. Nós cremos que nossa conta celestial
multiplica. Sempre há um saldo maior do que aquilo que deposita­
mos. Jesus cuida dela, nos instruindo sobre quando e onde dar,
colocando depósitos em nossa conta celestial para Ele multiplicar.

M A R C O S 12
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 97
41 E, estando Jesus assentado defronte da arca do tesouro, observava a maneira
como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos
deitavam muito.
42 Vindo, porém, uma pobre viúva, deitou duas pequenas moedas, que valiam
um quadrante.
43 E, chamando os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta
pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram na arca do tesouro.
44 Porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza,
deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento. (RC)
Jesus estava assistindo a este evento e fez comentários a Seus
discípulos a respeito do dar. Certamente Jesus tinha ensinado os Seus
discípulos o sistema de finanças do Reino. A viúva deu da sua pobreza.
Ela entendeu o conceito de Tesouros no Céu e como funcionava o
método de suprimento de Deus através do dar. Jesus estava no templo
terrestre observando de perto tudo o que acontecia. Nós sabemos que
0 templo terrestre é modelado de acordo com o real, o qual está no céu
(Hebreus 9.24). Agora Jesus já entrou no céu e no templo celestial. Não
é mais necessário o tipo ou a figura. Nós já temos as coisas reais. Jesus
já assumiu o seu lugar no Céu, e está vigiando nossa conta celestial.
Ele está interessado em nossos depósitos e se deleita em nossa obedi­
ência em dar conforme Ele nos instrui. Depósitos são feitos quando
nós damos conforme o Senhor nos ensina. Nem todo dar é instruído
por Ele. Algumas pessoas dão por culpa, ou medo, ou por desejo de
receber algo em troca. Nós deveriamos perguntar ao Senhor se é para
dar, e então, quanto.
O apóstolo Paulo foi ensinado por Jesus, e assim foi capaz de
ensinar a Timóteo os princípios de finanças do Reino. Em sua carta,
Paulo instrui Timóteo a respeito de homens ricos, e como é que eles
devem se relacionar com suas riquezas.

1 TIMÓTEO 6
17 Quanto aos ricos deste mundo, ordene-os que não sejam orgulhosos e
98 Bens, Riquezas &Dinheiro

arrogantes e que não desdenhem os outros, nem ponham sua esperança na


incerteza das riquezas, mas em Deus, que de tudo nos p rovê rica
incessantemente, para [nossa] satisfação; (Amplificada)
18 [Ordene-lhes] que pratiquem o bem, sejam ricos em boas obras, liberais e
generosos, eprontos a repartir\com os outros],
19 Dessaforma acumulando para si mesmos [os tesouros que duram para
sempre], umfirmefundamentopara ofuturo, para que alcancem a verdadeira
vida. (Amplificada)
Vamos examinar estes versículos. Você se lembrará que nós
definimos riquezas como dinheiro que trabalha para nós. Tanto as
riquezas, quanto o dinheiro, distinguem-se dos bens, e estão sob a
influência do espírito de Mamom. Ele quer que confiemos nas riquezas
e as vejamos como nossa fonte para o futuro. Paulo exorta as pessoas
ricas a não serem orgulhosas e arrogantes, nem altivas, nem confiar na
incerteza das riquezas.
Traças, ferrugens e ladrões freqüentemente depreciarão o valor
das riquezas entesouradas nos nossos corações aqui na Terra. Ao invés
disso, Paulo instrui aos ricos a colocarem sua confiança em Deus, o qual
supre tudo para nosso deleite. A palavra grega para “tudo” significa
apenas, tudo!
Depois, no versículo 18, Paulo ordena aos ricos a fazerem o
bem e a serem generosos e liberais no ofertar. O versículo 19 mostra o
resultado. A Nova Versão Internacional afirma: “e acumularão um
tesouro para si mesmos um firm e fundamento para a era que há
de vir.” Paulo sabia que nós precisaríamos de finanças no futuro, e
que para construirmos o firme fundamento nas finanças do Reino,
nós precisamos dar conforme o Senhor nos instruir. A quantidade
que damos é creditada em nossa conta celestial e inflação, deflação, e
golpes financeiros não a atingem. Por isso, nossa conta celestial é um
lugar no qual nosso coração pode encontrar descanso e paz. Perceba
que o versículo 19 na Nova Versão Internacional afirma: “tesouros
para a era que há de vir,” em outras palavras, não são afetados pelo
sistema do mundo, e por isso são um bom fundamento para o futuro.
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 99
A s pessoas estão procurando p or alguma forma de investimento que tenha
um bomfundamento financeiro para ofuturo. Paulo afirma que o nosso dar
éjustamente este tipo de fundamento financeiro. Então nós alcançamos “a
verdadeira vida”. Em outras palavras, com o nosso coração em descanso,
podemos facçer o que Deus está nos mandando. Nosso foco não está em
trabalharpara “ganhar a vida, ” mas ao invés disso “terpara dar” (Efésios
4.28). Nós também vemos Paulo ensinando estes mesmos princípios a
Timóteo.
Em Filipenses 4.14-19, Paulo escreve para os crentes em Filipos
e os instrui nas finanças. O versículo 19 é muito familiar para a maioria
dos cristãos, sendo citado muitas vezes quando as ofertas são recebi­
das. Contudo, ele não pode ser usado isoladamente, mas como a
conclusão do processo traçado na passagem anterior.

FILIPENSES 4
14 Mas fo i certo e louvável e nobre a contribuição de vocês para minhas
necessidades e sua associação às minhas dificuldades.
15 E vocês Filipenses sabem que no início do ministério do Evangelho, quando
parti da Macedônia, nenhuma igreja [assembléia] se associou comigo e
abriu uma conta [de débito e crédito] no que se refere a dar e receber,
exceto vocês.
16 Pois até para Tessalônica me mandaram [contribuições] para minhas
necessidades, não apenas uma ve% mas duas.
17 Não que eu esteja procurando ou esteja ansioso p or [suas] ofertas, mas o
que procuro e anseio é o fruto que aumente o crédito de vocês—a ceifa de
bênçãos que está sendo creditada na conta de vocês. (Amplificada)
A compreensão do texto grego nesta versão nos esclarece como
devemos considerar as finanças no Reino. Quando damos conforme a
instrução do Senhor, se abre uma conta de débito e crédito no dar e
receber. Assim, Paulo encorajou os filipenses a se manterem no dar.
Este dar não era para o seu próprio benefício, mas sim para o deles
mesmos, porque conforme eles davam, estariam acumulando e
100 Bens, Riquezas & Dinheiro
multiplicando suas contas. Ele descreve mais uma vez o conceito de
Tesouro no Céu. Paulo sabia que eles iam precisar de finanças no
futuro, e que pelo crédito depositado em suas contas no presente,
haveria então um saldo abundante nelas para futuro saque.

FILIPENSES 4
18 Recebí [o pagamento integral de vocês] e mais ainda; tenho tudo que
preciso e estou suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que
vocês enviaram. [ Eles são] o aromafragrante [dê\uma oferta e sacrifício que
Deus recebe com agrado e em que Ele se deleita.
19 E o meu Deus suprirá liberalmente [encherá completamente] cada
uma de suas necessidades, de acordo com as Suas riquegas em glória em
Cristo Jesus. (Amplificada)
Como Paulo pode ser tão enfático com os filipenses, que Deus
supriría todas as necessidades deles? Ele fala com total confiança, porque
entende a Fé de Pardal e sabe que eles têm acum ulado para si
consideráveis Tesouros no Céu. Eles poderão sacar da conta celestial.
Deus é a fonte deles, e os princípios do Reino na área de finanças estão
funcionando!
No livro dos Atos nós lemos a história de Cornéüo e seu
encontro com o anjo de Deus. E muito interessante perceber o que
Deus tem lembrado a respeito de Cornéüo. A Bíbüa registra que Deus
tinha observado as orações de Cornéüo e suas ofertas aos pobres.

A T O S 10
4 E ele, fixando nele os olhos, ficou atemorizado, e disse, ‘Q ue é, Senhor’? O
anjo respondeu, ‘Suas orações e esmolas [generosas] aos pobres subiram
[como sacrifício] a Deus e p or Ele foram lembradas’. (Ampüficada)
Nós já sabemos como depositar na nossa conta celestial, dando
quando o Senhor nos move. É a obediência e não o medo, culpa ou
compulsão que acumula créditos à nossa conta. Agora, como nós
vamos sacar da nossa conta quando necessitarmos de finanças?
Dois D omínios: Dois Sistemas E conôm icos D iferentes 101

No mundo físico, quando vamos ao banco, há um procedimento


que nós precisamos seguir a fim de sacar dinheiro. Também é assim
em nossa conta celestial. Sabem os que D eus não resp onde a
necessidades, mas à fé. A Palavra afirma que sem fé é impossível agradá-
lo (Hebreus 11.6a). Assim, a fé é um requisito básico para se lidar com
nossa conta celestial. Nós precisamos pedir com fé, crendo. Em João
16, Jesus ensina a seus discípulos este princípios.

JO Ã O 16
23 E quando chegar aquela hora, vocês não Meperguntarão mais nada —não
será necessário Me fazerem pergunta alguma. Eu lhes asseguro, em verdade
lhes digo, que Meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em Meu nome.
(Amplificada)
A maioria das versões bíblicas traduzem esta última frase como:
“Meu Pai dará a vocês o que quer que seja que vocês pedirem em meu
nom e”. Contudo, a palavra grega “dar” seria melhor traduzida usando
a palavra “conceder”. Hoje quando alguém fala de “prêm io”, (“bol­
sa?”) nós pensamos mais em termos de dinheiro que é liberado para as
pessoas que requisitaram através de uma aplicação em fundos e recebem
“prêmios”.
A liberação das finanças de nossa conta celestial, é feita na
base de pedir com fé, e crer sem reservas. Este é o procedim ento de
aplicação para obter o prêmio. Nós precisamos de pedir especifica­
mente pelo nosso prêmio financeiro, e não apenas dizer: “Eu preciso
de dinheiro!” Isto exige os elem entos de um a boa m ordom ia e
planejamento na área financeira. Nós já estamos conscientes de que a
referência é ao reino espiritual quando se trata de finanças. Liberação
de finanças para as mãos de cristãos exige que o dinheiro que pertence
ao sistema do mundo seja requisitado para cumprir os propósitos do
Reino.
Quando tal pessoa é um servo “daquilo que pertence a outro”
(Lucas 16.12), e tem uma conta Tesouro no Céus aberta, ela pode
então recorrer a um prêmio de acordo com Marcos 11.23-24. Deus
102 Bens, Riquezas &Dinheiro

exigirá que o dinheiro seja liberado do sistema do mundo para as


mãos de alguém que tenha cumprido com os princípios de Deus, os
quais governam o dinheiro.

M ARCO S 11
23 Eu lhes afirmo que se alguém disser a este monte, Eevante-se e atire-se no
mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que aconterá o que di% assim
lhe será feito.
24 Por esta ra^ão lhes digo, tudo o que vocês pedirem em oração, creiam —
confiem e fiquem confiantes —que lhes fo i concedido, e vocês [o] receberão.
(Amplificada)
Perceba novamente a palavra “receber” no versículo 24. Nós
temos confiança na liberação do pedido, porque antes de tudo enten­
demos a Fé de Pardal. A provisão das nossas necessidades básicas é
garantida porque o nosso Pai Celestial nos ama. Então, conforme
preparamos nosso orçamento, planejando com antecedência, estamos
em posição de pedir a Deus uma quantidade específica que supra nosso
“pão” diário, semanal, ou mensal, sabendo que conforme oramos,
com fé Ele, concederá o que solicitamos.
Em segundo lugar, todos somos chamados para viver pela fé.
Contudo, não é uma fé cega sem embasamento. Entendemos que temos
uma conta chamada “Tesouro no Céu” que Jesus cuida para nós. Se
temos feito depósitos nesta conta através do nosso dar, então esta
conta terá mais do que suficiente para suprir qualquer pedido adicional.
Este princípio é aplicável para todos os cristãos independente da sua
condição sócio-econômica. Alguns pensam que ele se aplica somente
aos missionários e evangelistas que “vivem pela fé,” ou aqueles que
estão sem emprego ou que não tem o suficiente para suprir suas
necessidades m ensais. E ste pensam ento indica novam ente que
confiamos no patrão, ou nosso próprio emprego como fonte de
provisão. Se temos um emprego, precisamos entender que o patrão
ou o trabalho não é a nossa fonte. Deus delega os patrões a pagarem
nossos salários, mas somente Ele é em todo tempo nossa fonte. Nossas
Cinco Maneiras Bíblicas De Usar O Dinheiro 103

necessidades básicas são supridas através da Fé de Pardal, e nossa conta


Tesouros no Céu está disponível para financiar todos os outros pedidos.
Permita-me (Earl) exemplificar com minha própria experiên­
cia. Eu fui empregado da IBM por 19 anos. Quando Deus chamou
minha esposa, a mim e a minha família para trabalhar na JO CU M
(Jovens com uma Missão), eu me lembro do dia em que recebi meu
último contra-cheque da empresa. Não havia medo ou ansiedade por­
que nós sabíamos que Deus era a nossa fonte. Nós percebemos que
nada tinha realmente mudado. O que aconteceria era que Deus dele­
garia, ou usaria outros meios para liberar o dinheiro para nós. O di­
nheiro está na Terra, mas a contabilidade é feita nos céus! Eu já tinha
internalizado esta idéia na minha cabeça, que a IBM não era minha
fonte, mas era delegada por Deus para pagar o meu salário! Deus era
meu patrão e a minha fonte. Se a empresa falir ou perdermos o em­
prego por alguma dificuldade econômica do sistema do mundo, então
Deus pode abrir alguma outra oportunidade de emprego onde Ele
possa delegar outros como o canal de provisão para nós. Nossa conta
celestial está sempre intacta, independente das dificuldades que pos­
sam acontecer na Terra. Por isso que é tão importante que nós siga­
mos os princípios do Reino para finanças.
Uma outra questão que pode ainda estar em sua mente é: “Como
é que as finanças vêm para nós?” “Qual é o canal de Deus e o lugar de
Sua provisão?” No capítulo dois nós falamos a respeito do fato de que
Deus tem muitas formas de colocar dinheiro em nossas mãos. Agora
vamos falar de três diferentes formas pelas quais Deus pode nos prover.
A primeira é chamada “a provisão do maná.” Da mesma forma
que Deus supriu Seu povo com o maná no deserto, Ele pode prover
Seus filhos hoje. Nós amamos ler histórias do “maná.” Pode ser na
vida de George Muller na Inglaterra, onde dinheiro e comida diária
vinham miraculosamente suprir os órfãos e a construção da casa, ou
se nas estórias modernas da vida de cristãos em todo o mundo. Nós
todos nos emocionamos com esta maneira de Deus suprir.
A segunda forma é através da colheita daquilo que você não
plantou. Quando os filhos de Israel cruzaram o Rio Jordão, o maná
104 Bens, Riquezas & Dinheiro
parou de vir e a provisão veio através de uma colheita daquilo que eles
não tinham plantado. O trabalho deles era colher o que outros seme­
aram. Esta colheita pode vir através de heranças, ou por ofertas espe­
cíficas de outros como uma bênção para você e sua família.
A terceira forma pela qual Deus pode nos prover é através de
sementes específicas que Deus coloca em nossas mãos, como trabalho
para ser feito que gerará um emprego ou investimentos. Após apanhar
a colheita que eles acharam em Canaã, os israelitas receberam a ordem
de plantar a semente de sua colheita na próxima estação. Quando
estamos andando com Deus, nosso trabalho deve ser abençoado (Ageu
2.19). Deus nos quer conscientes de que seremos mais frutíferos em
nossos empregos quando nossas vidas são dedicadas a Ele. Isto pode
acontecer através de uma idéia que Deus dá a você, a qual quando
desenvolvida, inicia um negócio ou um serviço o qual colherá finan­
ceiramente e suprirá suas necessidades. Seguindo o comando do Espí­
rito de Deus em contactar pessoas, fazendo-se a si mesmo disponível
para uma oportunidade, dedicando-se aos estudos ou trabalho, abrem-
se as portas para o progresso e o aumento de remuneração. Deus está
constantemente colocando alguma coisa em nossas mentes, corações e
mãos a qual devemos seguir. Existem duas forças complementares
que influenciam nossa prosperidade financeira. A primeira é a confissão
em concordância com Deus, e a segunda é a diligência das mãos.

PR O VÉ R B IO S 12
14 Do fruto de suas palavras o homem se satisfas^ de hem, e o trabalho de suas
mãos lhe voltará [como uma colheita]. (Amplificada)
Nós precisamos de ambos, da confissão e do trabalho. A con­
fissão da fé sem obras será superficial e faltará a perseverança necessária
para trazer a verdadeira prosperidade. Por outro lado, o trabalho sem
o poder espiritual da confissão de fé, limitará a graça e a unção para
trazer toda a prosperidade financeira que Deus quer para nós. Quan­
do combinamos fé e diligência, estaremos agindo debaixo da aliança
de Deus para receber Sua bênção completa. Deus tem formas de prover
promoções, aumentos e abundância sobrenatural quando operamos
Dois Domínios: Dois Sistemas Econômicos Diferentes 105
em diligência e excelência.
Em Mateus 6 depois que Jesus explica os Tesouros no Céu,
Ele continua no versículo 25 até o 34 nos instruindo para não ficarmos
ansiosos ou preocupados com a área financeira. Jesus nos disse para
buscarmos primeiro o Reino de Deus e a Sua justiça e todas estas
outras coisas nos seriam acrescentadas. Cinco vezes nós somos exorta­
dos a não nos preocuparmos ou estarmos ansiosos sobre finanças, ou
o que as finanças podem comprar (versículos 2 5,2 7,28,31 e 34). Jesus
não disse: “Não se preocupem,” mas nos disse o que nós precisamos
saber, para termos paz e descanso em nossos corações. Ele nos fala
para buscar primeiro o Seu Reino e a Sua justiça e nos diz especifica­
mente neste capítulo, que Seu método de multiplicação financeira é
para acumular e armazenar para nós mesmos, Tesouros no Céu. É de
suma importância que saibamos como o Seu sistema funciona e mantê-
lo assim. Desta forma, Deus é a nossa fonte, ao invés de buscarmos no
nosso emprego ou no sistema do mundo. Assim, a preocupação e a
ansiedade sobre as finanças não terão lugar em nós, porque estamos
firmes na Sua verdade.
Oséias 4.6 adverte que o povo de Deus está destruído pela
falta de conhecimento. Em Provérbios 5.23, a Escritura diz que o
homem perverso morrerá por falta de disciplina e instrução e o prêmio
de sua loucura será desvio e perdição.
Assim, é muito importante para nós entendermos e aplicarmos
nos princípios de Deus sobre as finanças. Alguns dizem: “Ah, estes
princípios financeiros funcionarão somente nos países ricosdo mundo.
Jesus mesmo viveu e ensinou estes princípios em Israel, o qual era
naquela época, uma nação de “terceiro mundo.”
PARTE DOIS:
CINCO MANEIRAS BÍBLICAS DE
USAR O DINHEIRO
Cinco Maneiras Bíblicas de Usar o Dinheiro 109

BUSQUE SABEDORIA E NÃO FÓRMULAS


A medida que observamos os cinco princípios bíblicos do uso
do dinheiro cremos que é importante não somente saber o que fazer,
mas saber o porquê fazer. O rei Salomão foi um homem que prosperou
sobrem aneira como Rei de Israel. Seu pai, D avi, o ensinou não
somente o que fazer, mas a razão disto. Nos últimos anos de sua
vida, Davi orou por seu filho, Salomão pedindo sabedoria e entendi­
mento.

I CRÔ N ICAS 22
II Agora, pois, meu filho, o Senhor seja contigo; e prospera, e edifca a casa
do Senhor teu Deus, como ele disse de ti.
12 O Senhor te dê tão somente prudência e entendimento, e te instrua acerca
de Israel; e isso para guardar a lei do Senhor teu Deus.
13 Então prosperarás, se tiveres cuidado de farçer os estatutos e os juízos,
que o Senhor mandou a Moisés acerca de Israel; esforça-te, e tem bom
ânimo; não temas, nem tenhas pavor. (RC)
Sabedoria e entendimento são muito mais valiosos do que
fórm ulas. M uitas pessoas sim plesm ente tentam usar fórm ulas
designadas por outros sem a sabedoria e entendimento por trás delas.
Isso quase sempre leva a um desastre ou desapontamento. Eu (Craig)
tenho encontrado muitos cristãos que me dizem: “Eu tentei todas
aquelas coisas que os ministrantes sobre prosperidade ensinaram,
mas não funcionou.” Isto me mostra que tal pessoa não recebeu o
entendimento e sabedoria daquilo que foi ensinado, mas meramente
tentou seguir as fórmulas externas de alguém.
Salomão prosperou porque ele não recebeu somente as fór­
mulas de seu pai, mas porque ele buscou a sabedoria do Deus de seu
pai.O resultado na vida de Salomão foi que a prosperidade veio atra­
vés da sabedoria e entendimento de princípios.
110 Bens, Riquezas & Dinheiro
2 C R Ô N IC A S 1
7 Naquela mesma noite Deus apareceu a Salomão, e lhe disse: Pede o que
queres que eu te dê.
8 Respondeu Salomão a Deus: Tu usaste de grande benevolência para com
meu p ai Davi, e a mim me fizeste rei em seu lugar.
9 Agora, ó Senhor Deus, confirme a tua palavra, dada a meu pai Davi, pois
me fizeste rei sobre um povo numeroso como o p ó da terra.
10 Dá-me agora sabedoria e conheámento. para quepossa sair e entrarperante
este povo, pois quem podería julgar a este teu povo, que é tão grande?
11 Disse Deus a Salomão: Visto que houve isto no teu coração, e não pediste
riquezas, bens ou honras, nem a morte dos que te odeiam, nem tampouco
pediste muitos dias de vida, mas pediste para ti sabedoria e conhecimento
para poderes julgar a meu povo, sobre o qual te constituí rei,
12 sabedoria e conheámento te são dados, e te darei riquezas, bens e honra,
quais não teve nenhum rei antes de ti, e nenhum depois de ti terá.
(EC)
Eu creio que Salomão pediu a Deus sabedoria e conhecimen­
to porque seu pai, Davi, o ensinou a fazer assim, e orou desta forma
por ele. A resposta de Deus foi que Ele não daria a Salomão somente
sabedoria e entendimento, mas também riquezas, prosperidade e honra.
Cada um de nós faria bem em não buscar a Deus por prosperidade,
mas buscá-lo pedindo sabedoria e entendimento. Conforme nós estu­
damos os cinco usos bíblicos do dinheiro, peça a Deus para dar não
somente uma fórmula externa, mas ao invés disso, a sabedoria e en­
tendimento por trás dos princípios.
Vamos agora ver especificamente os cinco usos bíblicos do
dinheiro. Aprendemos que o dinheiro não deve ser nosso senhor,
mas ao invés disso ele deve ser nosso servo (escravo), sujeito para o
serviço do Reino ao nosso controle. Quando reconhecemos que o
dinheiro é impotente, então estamos livres de sua busca e podemos
pressioná-lo. Quais são os usos legítimos do dinheiro? Nós cremos
que podemos encontrar cinco usos legítimos do dinheiro estabelecido
Cinco Maneiras Bíblicas de Usar o Dinheiro 111
destacados por Paulo em 2 Coríndos 9.8-11.

2 CO RÍN TIO S 9
8 E Deus é capa^ de favçer com que toda a graça (cada favor e bênção
terrestre] lhes alcance em ahundânáa, para que, sempre e em todas as
circunstâncias, seja qualfor a necessidade, sejam auto-suficientes, possuindo
o bastante para que não tenham necessidade de ajuda ou suporte, e estejam
supridos em abundância para toda boa obra e donativo caridoso.
9 Como está escrito, Ele [a pessoa benevolente] semeia, ele dá aos pobres;
seus atos de justiça e bondade e gentileza e benevolência permanecerão
para sempre!
10 E Deus que dá semente ao semeador e pão para alimento, também suprirá
e multiplicará seus [recursos para] a semeadura, e aumentará os firutos
da suajustiça [que se manifesta em ações de bondade, gentileza e
caridade].
11 Assim vocês serão enriquecidos em tudo e de todas as formas, para que
possam ser generosos, (e sua generosidade] administrada p or nós
resultará em ação de graças a Deus. (Amplificada)
Primeiramente, vemos no versículo oito que Deus é capaz
de fazer toda a graça abundar em nós. A frase “é capaz” nos mostra
que isso não é automático. Existem condições a serem cumpridas. A
principal condição para receber a graça de Deus é a fé para com Ele.
Então a Fé de Pardal é a primeira exigência para receber a graça de
Deus. O principal obstáculo para a Fé de Pardal é tentarmos obrigar
a Deus prover nossas necessidades através de nossas obras. Conforme
nós nos firmamos na Fé Pardal, recebemos continuamente nossa
provisão como um presente de Deus, ao invés de algo que é nosso
direito baseado em nosso próprio esforço. Pela graça de Deus, é Seu
prazer nos prover de tal forma que temos o suficiente em todas as
coisas.
Eu (Craig) amo quando Deus usa os superlativos como “tudo”
e “sempre”. Este é o Seu desejo para nós. Ele quer que sempre seja
112 Bens, Riquezas & Dinheiro
assim. É simplesmente resultado de Sua graça. Ele disponibiliza uma
abundância para liberar prosperidade em nossas vidas com finalidades
específicas. Conforme mencionamos anteriormente, muitos cristãos
não aceitam a palavra “prosperidade” por causa da forma como tem
sido definida por certos segmentos do corpo de Cristo. Eu (Craig)
gostaria de fornecer aqui uma outra definição de prosperidade. Eu
creio que prosperidade definir-se-ia como o suficiente do suprimento
de Deus para cumprir suas instruções. Mas quando não existe visão,
não há necessidade para provisão. Ele quer nos prosperar e nos dar
abundância para todas as boas obras a fim de cumprirmos propósitos
específicos no Reino.
Aqui está um resumo dos cinco diferentes usos do dinheiro
que nós vimos nos versículos dez e onze de 2 Coríntios, capítulo
nove:
1. Semente para o semeador (Dízimo)
2. Pão para comer (Consumo)
3. M ultiplicação da semente para semeadura (Semeadura
e colheita)
4. Aumento dos frutos de justiça (Usando o dinheiro para
libertar pessoas da escravidão)
5. Generosidade (Dar/ofertar)
A maioria das pessoas pensa que elas têm uma compreensão
a respeito do número 1, sabem alguma coisa sobre os número 2 e 5,
mas sabem pouco ou nada com relação aos números 3 e 4. Cada um
destes cinco usos do dinheiro tem um propósito diferente no Reino
de Deus e produz diferentes resultados. Esta lista acima contém os
usos legítimos do dinheiro. Um ponto óbvio é que nós não poderiamos
usar dinheiro para nenhum destes propósitos se não tivéssemos
dinheiro disponível. Por isso, quando Deus, que é a nossa fonte, faz
com que o dinheiro esteja disponível, estas são as form as que
deveriamos usá-lo. (É interessante observar que pagar juros de dívidas
não está nesta lista.) Veremos agora em mais detalhes cada um destes
usos.
Semente Para o Semeador 113

CAPÍTULO 4
SEMENTE PARA O SEMEADOR

TOÃO 4.23-24
E S P ÍR IT O VERDADE
Fé Romanos 10.17 Fé Lucas 17.5-10 O b e d iê n c ia
P a la v r a
P R IN C ÍP IO S B Á SIC O S
GRAÇA
1. RECO NHECER E RENUNCIAR O
ESPÍRITO DE MAMOM
2 CORÍNTIOS 9.8 (Lealdade no coração somente para
com Deus)
E Deus é capaz de fazer com que 2. ESTABELECER A FÉ D E PARDAL
toda a graça (cada favor e bênção (Deus é minha fonte)
terrestre) lhes alcarce em 3. ESTABELECER O DÍZIMO
abundância, para que, sempre e em (Ser um dizimista, não apenas
todas as circunstâncias, seja qual for dizimar)

a necessidade, sejam auto-


suficientes, possuindo o bastante
para que não tenham necessidade
de ajuda ou suporte, e estejam
supridos em abundância para toda
boa obra e donativo caridoso.
(Amplificada)

O dízimo na nossa opinião é o primeiro uso do dinheiro, na


“semente para o semeador.” Esta é a primeira coisa que devemos fa­
zer com o dinheiro. Nós estamos dando ou devolvendo a Deus o que
pertence a Ele antes de usá-lo para qualquer outra coisa. E, em rela­
ção ao dizimar, nós vamos começar respondendo à‘ algumas pergun­
tas como: o que, onde, quando, por que e como dizimar.
114 Bens, Riquezas & Dinheiro
O QUE: A palavra dízimo simplesmente vem da palavra
hebraica “maaser, ” que significa dez por cento. Alguém pode dizimar
12%? Não! Ou dizimar 8%? Não! Só se pode dizimar 10%, pois a pala­
vra dízimo quer dizer 10%. Assim, o dízimo não pode ser 5% ou qual­
quer número que não seja 10%. Portanto, o dizimar significa simples­
mente administrar em nome do Senhor dez por cento da renda bruta
disponível a você. A questão de dizimar o líquido ou o bruto surge se
não entendermos como o espírito de Mamom funciona. O objetivo não
é preservar mais para mim mesmo, mas ao invés disso simplesmente
gerenciar o que Deus disse que é Seu. Já que Ele é a fonte de minha
provisão, não há dúvida de que minhas necessidades serão supridas.
Dizimar na verdade é um ato de guerra espiritual conforme nós devol­
vemos a Deus a sua porção.
A forma de calcular o dízimo pode variar dependendo da for­
ma como a renda é recebida. Se o seu canal principal de provisão é
através de um emprego, e você recebe um contra-cheque regularmente,
então o seu dízimo é simplesmente calculado como 10% de seu ganho
bruto. Se você é autônomo ou tem um negócio próprio, você provavel­
mente não recebe um ganho regular, mas se remunera com o lucro de
seu negócio. Neste caso, seu dízimo deve ser calculado como 10% do
lucro, ou do crescimento de seus negócios. Se um negócio rende
somente 7% do bruto, e o proprietário dizima 10% do bruto, ele perderá
3% do líquido todo o mês. Este empresário não continuará neste
negócio por muito tempo se continuar nesta prática.
Eu (Craig) tenho um amigo que é leiteiro, e tem um coração
aberto para Deus. O Senhor o cobrou porque ele não estava dizimando
como deveria, então ele se arrependeu e começou a dar um dízimo da
renda bruta de seus negócios. Após um tempo, meu amigo percebeu
que sua poupança estava se esgotando, e ele estava pegando mais em­
préstimos a cada mês. Não demorou muito até que o gerente do banco
o chamou para a contabilidade e o ajudou a perceber que seu negócio
rendia menos que 10% de lucro. O gerente ajudou meu amigo a perce­
ber que ele deveria dar como dízimo 10% do lucro de seu negócio, ao
invés de dar 10% do capital de giro.
Semente Para o Semeador 115
Algumas pessoas que estão gerando dinheiro através de im ó­
veis ou investimentos têm alguma dificuldade de calcular seu dízimo,
pois nunca recebem o lucro em dinheiro, mas aplicam o lucro imedi­
atamente em novos investimentos. O objetivo seria calcular o lucro
atual em cada transação e dar 10% do lucro calculado como o dízimo.
Enquanto nós estamos falando a respeito do que o dízimo é,
vamos também falar um pouco sobre o que o dízimo não é. Dizimar
não é a solução para todos os seus problemas financeiros. Cristãos
bem intencionados têm dito: “Se você apenas começar a dizimar,
seus problemas financeiros serão resolvidos”. Dizimar não é resposta
para seus problemas financeiros. Muitas pessoas têm simplesmente
tentado implementar uma prática externa sem entender a sabedoria
por trás da prática. Dizimar é uma coisa certa a se fazer, mas alguns
cristãos estão confiando no princípio de dizimar ao invés de confiar
em Deus como sua fonte. Um relacionamento e a confiança em Jesus
Cristo é a resposta certa para seus problemas financeiros.
O ato de dizimar não impressiona Deus. Deus não avalia nem
favorece aqueles que dizimam acima daqueles que não dizimam. E a
fé no sangue de Jesus que resulta em favor e uma vida de justiça
diante de Deus. Se isso não fosse verdade, então estaríamos confian­
do em nossas próprias obras religiosas para produzir uma vida de jus­
tiça diante de Deus.
Dizimar não remove maldições financeiras. Dizimar com a
atitude correta pode até prevenir uma futura destruição financeira.
E n qu an to que a falta em d izim ar tam bém pode ter fu tu ras
conseqüências negativas. Contudo, dizimar não remove uma maldição.
Muitos foram ensinados segundo Malaquias 3.9-10, que se você não
dizimar, você está amaldiçoado.

M ALAQ U IAS 3
8 Roubará o homem à Deus? todavia vós me roubais, e direis: Em que te
roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
9 Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais a mim, vós, toda a nação.
116 Bens, Riquezas & Dinheiro
10 Tracei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa, e depoisfasçeiprova de mim, di£ o Senhor dos Exércitos, se eu
não vos abrir asjanelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que
dela vos advenha a maior abastança. (RC)
Na realidade, você não pode remover nenhum tipo de m aldi­
ção com sua própria justiça. Somente fé no sangue de Jesus é capaz de
remover uma maldição (Gálatas 3.13-14). E necessária a aplicação de
Seu sangue na maldição que está sobre você para removê-la. O que é
esta m aldição? Deus nos quer operando nos princípios financeiros de
Seu Reino. Quando falhamos em ser dizimistas, nós nos colocamos à
mercê do sistema do mundo e o que Ele pode nos suprir. Tal sistema
é maldito, porque está sob o controle de Satanás.
O arrependimento das obras mortas (o sistema do mundo) e a
fé no sangue de Jesus e em Sua provisão nos retirará deste sistema
amaldiçoado.
ONDE: Malaquias 3.10 nos diz para trazer os dízimos para a
“casa do tesouro.” Nós cremos que a casa do tesouro é a igreja local a
qual você é espiritualmente alimentado e guiado. Nós cremos que a
casa do tesouro não se refere a missões, ministérios na TV, ou escola
cristã local onde seus filhos estudam. Sua casa do tesouro é a igreja
local onde existam pessoas que o conhecem, cuidam de você, e as
quais você deu autoridade espiritual para orientá-lo.
QUANDO: O dízimo deve ser dado quando é recebido. Nós
cremos que ele deve ser dado semanalmente ou mensalmente depen­
dendo de quando é recebido. Como eu mencionei acima, se alguém
gera renda através de imóveis ou investimentos, e por isso há uma
renda irregular, o dízimo deve ser calculado e dado cada vez que uma
transação é completada, mesmo se nenhum dinheiro for realmente
recebido. Eu tenho percebido que se isso não é feito, muitas vezes,
as pessoas nunca dizimam sobre o rendimento de seus investimentos.
PO R QUE: Este é um dos pontos mais importantes. Nós
daremos tempo significante para considerar a razão disto. Conforme
mencionamos no início deste capítulo é pelo menos tão importante
Semente Para o Semeador 117
obter o entendimento e a sabedoria que diz respeito a um determina­
do princípio, quanto implementá-lo na prática. Assim, muitos cristãos
dizimam, mas ao mesmo tempo anulam muitos dos propósitos de
Deus em seu dizimar.
A primeira razão de dizimar, é porque é uma Vereda Antiga
(Jeremias 6.16). Dizimar libera o poder sobrenatural de Deus para
suas finanças. Algumas pessoas dizem que dizimar faz parte das Leis
do Velho Testamento de Moisés, e que tais leis não dizem mais respei­
to às nossas vidas. Na realidade, o dízimo é encontrado pela primeira
vez na Bíblia em Gênesis 14.20 quando Abraão deu o dízimo a
Melquizedeque, Rei de Salém. Isso antecedia a Lei de Moisés em mais
ou menos 430 anos e foi dito novamente em Hebreus 7.4-8.
Nós cremos que este princípio de dizimar não é um propósito
específico para uma época, nação ou parte das Escrituras, mas que é
uma Vereda Antiga. E um princípio universal, tal como a lei física da
gravidade. Estes tipos de princípios não dependem de homens ou
tempo. São universais e funcionam da mesma forma para qualquer
pessoa em qualquer época. A gravidade, como o dízimo, não se
preocupa se você é jovem ou velho, homem ou mulher, americano,
europeu, africano, australiano, ou asiático. Ele funciona da mesma
forma para todos e em todos os tempos.
Alguém pode dizer: “Bem, estamos debaixo da graça, então
não temos de nos submeter a estes princípios do Velho Testamento.”
Isso é verdade. Você não tem de fazer nada. Deus deseja que você
nasça de novo. Contudo é sua escolha receber Jesus Cristo. Ninguém
pode forçar você a fazer nada. Existem apenas certos princípios, os
quais, quando seguidos, são realmente benéficos para sua vida. O da
salvação é um deles. Sua salvação irá beneficiar você grandemente
na eternidade. Contudo, ninguém obrigará você. Você não tem de
seguir este princípio.
Vamos citar um outro exemplo. A Bíblia diz que sua vida
seria muito melhor se você não fornicasse ou cometesse adultério. E
verdade. E isso mesmo. Sua vida seria m elhor se você retivesse pureza
118 Bens, Riquezas & Dinheiro
sexual. A pureza sexual ajudará Sua vida. O propósito de Deus em sua
expressão destes mandamentos não é tentar impor algumas leis a você
ou causar restriçõe. Deus sabe que submetendo-se a estes princípios
sim p lesm en te b e n e fic ia rá sua v id a. E x istem co n se q u ên c ias
devastadoras na violação dos princípios básicos da vida.
Sua família será muito melhor se você aprender a abençoar seus
filhos. A Bíblia diz como e quando conceder bênçãos a eles. Mas você
não tem de abençoá-los. Sua vida seria bem melhor se você aprendesse
como ter um dia entre os sete como um descanso sabático. Seu corpo
precisa descansar. Alguns cristãos dizem: “Ah, isso é lei, eu não preciso
fazer isto.” Não. Você não tem de fazer isso. Mas nós ouvimos numerosos
testemunhos de pessoas que descobriram este princípio, e agora
conseguem mais em seis dias da semana do que quando usavam os sete.
Isto novamente não é lei. E uma Vereda Antiga.
Muitas pessoas pensam que tais princípios fazem parte da lei, a
qual não precisa mais ser seguida já que estamos debaixo da graça. Nós
entenderiamos melhor se substituíssemos a palavra lei pela palavra
princípio. Porque estas leis (princípios) tais como honrar o descanso
sabático, dizimar, abençoar os filhos, permanecer em pureza sexual,
são realmente como a lei (princípio) da gravidade. Isso também é uma
lei. Suponhamos que um cristão dissesse: “Se isso é lei, então não te­
mos de nos submenter. Eu estou em Cristo, debaixo da graça, e assim
estou livre da lei.” Nós não precisamos discutir com ninguém. Se é
assim que você pensa, então podem os deixá-lo experim en tar
descumprir esta lei. Podemos simplesmente observar sua vida e ver
como essa estratégia funciona. Ninguém obrigará você. Você é perfei-
tamente livre para pular de prédios altos e de penhascos. No caminho
para o chão apenas diga ao Senhor que agora você está debaixo da
graça, e por isso essa lei da gravidade não se aplica a sua vida!
Eu dei este exemplo, porque eu (Craig) tenho observado que
muitas pessoas hoje têm crescido em famílias as quais, os pais têm
Semente Para o Semeador 119

para seus filhos muitas regras e leis arbitrárias e sem sentido. Talvez o
seu pai tenha dito a você: “Você não pode vestir blusas azuis nas
quintas-feiras”. Como resultado, por todos os anos da sua juventude,
você nunca vestiu uma blusa azul em uma quinta-feira. Essa era uma
lei imutável da família. Então, quando você se tornou um adulto, você
percebeu que outros vestiam blusas azuis às quintas-feiras sem sofrer
nenhuma conseqüência aparente. Então você pensou: “Por que será
que meu pai proibiu isso? Talvez fosse uma regra arbitrária sem
conseqüências reais pela violação”. E então com muito medo e hesita­
ção, um dia você veste uma blusa azul em uma quinta-feira. Nenhum
raio caiu dos céus. Nada contrário aconteceu. Tudo parece estar bem.
Você decide que a ordem de seu pai não foi nada mais do que
um comando arbitrário sem propósito e sem nenhuma conseqüência.
D ep ois de v e stir b lusas azuis em m u itas q u in ta s-feiras sem
conseqüências negativas, sua hipótese é confirmada. Isso era apenas
uma ordem antiquada e arbitrária estabelecida pelo seu pai por alguma
razão absolutamente fútil.
Muitas pessoas têm tido esta experiência em sua própria família
e por isso, aplicam o mesmo raciocínio à Lei de Deus. Tais pessoas
crêem que as Leis de Deus são simplesmente antiquadas, ordens ar­
bitrárias como muitas das ordens de seus pais naturais. O conceito é
que D eus, como nosso pai natural, pune por violar estas ordens
arbitrárias. “Façam isto ou eu punirei vocês, ou eu pegarei vocês!”
(Por exemplo: “Suas finanças estarão am aldiçoadas se você não
dizimar.”)
Contudo, eu tenho visto que a maioria dos mandamentos na
Palavra de Deus, não são diretivos, mas sim descritivos. Deus não está
tentando dirigir nossas vidas, mas ao invés disso, descrever princípios básicos
pelos quais a vida funciona. Por exemplo, quando Deus diz: “Atenção!!!
Gravidade em funcionamento. Não pule de penhascos!” Ele não está dando
uma ordem arbitrária e ameaçando punição pela desobediência. Não! Ele
entende os princípios da gravidade e está tentando nos poupar de
conseqüências muito negativas por violá-los.
120 Bens, Riquezas &Dinheiro

Existe um motivo por trás desta ordem.


A ordem de Deus neste caso é descritiva e não diretiva. Deus
está dizendo: “Não faça isto, mas isto.” Por quê? Porque isso aben­
çoará sua vida.
E algo que beneficiará sua vida. Não é: “Porque eu sou Deus,
você tem que me obedecer, ou eu o punirei”. Dizimar é uma Vereda
Antiga, como a gravidade. Você não tem de submeter-se a ela, mas
irá beneficiar muito a sua vida se você escolher fazer isto. D izimar
não é uma lei arbitrária. Conforme mostraremos, é algo que Deus
intencionou usar para gerar a Fé de Pardal em nossos corações para
com Ele. Dizim ar nos fará necessitados de um milagre. Dizim ar
libera o sobrenatural para nossas finanças, porque esta é uma Vereda
Antiga universal.
Temos falado a m uitas pessoas que, quando olham sua
situação financeira com suas mentes naturais, não poderiam ver ne­
nhuma forma de dizimar e ainda continuar pagando suas contas. Após
implementarem a prática de dizimar com a atitude correta e se tornar
um dizimista durante alguns meses, todas elas têm relatado que, após
pagar todas as suas contas, a quantidade de dinheiro disponível para
elas dos 90% de sua renda, é mais que os 100% anterior. Nós temos
perguntado: “Como isto funciona? Você está ganhando mais do que
antes? Você está gastando menos do que antes? Todas elas respondem:
“Eu não sei como funciona. Eu não estou ganhando mais, nem gas­
tando nada menos do que antes”. O poder sobrenatural de Deus em
suas finanças foi liberado por ajustar seus caminhos com as Veredas
Antigas de Deus.
Quais as outras razões pelas quais Deus gostaria que você
dizimasse? Deus precisa do seu dinheiro? Não, claro que não. Deus
possui gado em milhares de colinas e tem infinitas riquezas disponí­
veis (Salmos 50.10-13). Deus não busca o seu dinheiro. Ele busca o
seu coração. Nós cremos que dizimar é a ação prática que juntamos
com esta afirmação de fé: “Deus é minha fonte de provisão, e o espí­
rito de M amom não tem poder sobre a minha vida.”
Semente Para o Semeador 121

O apóstolo Tiago nos diz em Tiago 2.26 "Como o corpo sem o


espírito está morto, então a f é sem obras é morta também. ” Dizimar é a ação
prática que acompanha nossa fé em Deus como nossa fonte. Assim
dizimar é para beneficiar você, e não a Deus. O propósito de Deus
não é pegar o seu dinheiro, mas gerar em seu coração a Fé de Pardal
para com Ele como fonte. Dizimar é o método norm al de Deus fazer
isso acontecer.
Um outro método que Deus poderia usar para gerar a Fé de
Pardal em seu coração seria perm itir você cair em uma grande pobre­
za. Fazendo isso, você poderia aprender a confiar em Deus a cada
momento para tudo. Esse é o método que Deus usou com George
Muller no século dezoito para ensiná-lo a ter fé. George Muller abriu
um orfanato na Inglaterra sem meios visíveis de sustento. Cada manhã
quando ele acordava, ele não tinha idéia de como os órfãos em seus
cuidados seriam alimentados naquele dia. A cada dia Deus supria to­
das as necessidades do orfanato de formas sobrenaturais. Alguém en­
tregaria um pouco de comida ou dinheiro que servia exatamente para
o que era necessário naquele dia.
Cada um de nós poderia aprender a Fé de Pardal desta forma.
Contudo eu creio que o método preferido de Deus é através do dízimo.
Dizimar exige fé de qualquer um. Poucas pessoas têm 10% de sua
renda livre e disponível. Se você ganhar mil reais por mês, dar cem é
difícil. Você precisa de cada real disponível para as despesas. Se você
ganhar dez mil reais por mês, dar mil é difícil, já que mil é muito
dinheiro. Se for cem mil reais por mês, a maioria das pessoas acharia
difícil dar dez mil por mês para sua igreja local. Eu (Earl) aprendi a
dizimar com meu pai. Quando eu tinha doze anos e recebi meu
primeiro pagamento, meu pai colocou em minhas mãos um conjunto
de envelopes. Cada envelope tinha dois bolsos, um para o dízimo e o
outro para ofertas. Eu aprendi a dizimar dez centavos por semana.
Então quando os valores aumentaram, o princípio já tinha sido esta­
belecido na minha vida.
Por isso, o dizimar sistematicamente é o método preferido de
Deus para estabelecer a Fé de Pardal em nossos corações para confiar
122 Bens, Riquezas &D inheiro

n’Ele como nossa fonte. Eu creio que também é o método de Deus


para estabelecer disciplina financeira em nossas vidas. Uma pessoa
que nunca estabeleceu a disciplina do dizimar, raramente tem a capa­
cidade de estabelecer disciplina em qualquer outra área de sua vida
financeira. A disciplina no dizimar é muito semelhante à disciplina de
jejuar. Uma pessoa que não tem disciplina de jejuar em sua vida é
normalmente indisciplinada em relação a alimentação e às demais
áreas.
No livro de M alaquias, o profeta inicia proclamando o cora­
ção de Deus. No capítulo 1, versículo 2, ele afirma: “Eu tenho te
amado, diz o Senhor.” Esta é a posição de Deus para conosco. Seus
mandamentos são para nosso benefício.
Vamos ver a passagem de Malaquias 3.10.

M A L A Q U IA S 3
10 Tragam todos os dízimos aos depósitos do templo, para haver alimento
suficiente em minha casa. Se vocês fizerem isso, abrirei as janelas do céu e
derramarei uma bênção tão grande aue não terão lugar onde guardá-la.
(BV)
Quando vemos este versículo, nós percebemos que existem
algumas palavras sublinhadas, porque não estão no texto original
hebraico. Quando esta passagem foi traduzida, os tradutores, tentando
dar sentido a ela, adicionaram estas palavras sublinhadas. E nossa
opinião pessoal que essas palavras sublinhadas têm na realidade
distorcido o significado desta passagem . Esta passagem diria o
seguinte: “e ab rirei as ja n e la s dos céu s e d e rram are i sobre vocês
b ên ção s. E sta não su fic ie n te .” Eu (Earl) creio que o autor quis
dizer: “Não é suficiente.” O que é que não é suficiente? Eu creio que
ele está dizendo que o dízim o que vem à casa do tesouro não é
suficiente. Lembre-se que ele disse no versículo 9 que Israel tinha
roubado o Senhor não somente nos dízimos, mas também nas ofertas
ou no dar. Eu creio que o dízimo é semelhante ao saldo mínimo em
uma conta bancária. É o saldo mínimo para manter ativa a conta do
Semente Para o Semeador 123
“Tesouros no Céu.” No capítulo três, falamos extensivamente a respeito
da conta no “Tesouros no Céu.” Contudo, dizimar somente, não é
suficiente, pois a abundância flui através de uma janela aberta. O dízimo
apenas abre as janelas dos céus.
O dízimo mantém a conta celestial ativa, enquanto que as ofer­
tas liberam as bênçãos abundantes para os outros três usos do dinhei­
ro além do dízimo e da provisão. São as ofertas ou aquilo que damos
livremente que multiplicam a conta para derramar através daquela
janela aberta dos céus, para prover as bênçãos financeiras que suprem
o orçamento além das necessidades básicas, e fornecem o suficiente
para transbordar.
Eu (Craig) creio que é importante para nós como crentes fa­
zer uma distinção em nossas mentes e contabilidades, entre o dízimo
e as ofertas. O dízimo é simplesmente uma conta que pertence ao
Senhor, a qual nós gerenciamos em Seu favor. O dízimo mantém a
conta dos Tesouros nos Céus ativa e aberta. Mas não é suficiente. As
ofertas liberam a benção e são usadas para finalidades completamente
diferentes dos do dízimo.
124 Bens, Riquezas & Dinheiro
Um exemplo físico que eu (Earl) uso para nos ajudar a com­
preender isso é o de um cartão que se usa em uma máquina de Caixa
Eletrônico. Quando você põe o cartão na máquina, uma janela física
se abre em muitas máquinas (ou pelo menos ativará um sistema de
operações de “janelas”), para que você possa completar suas transações
bancárias. Neste exemplo seu cartão eletrônico é como o dízimo.
Contudo, as atividades não são liberadas até que sua senha ative a
conta. Essa operação é semelhante ao seu ofertar ou dar. Para que as
finanças do Reino funcionem, é necessário dizimar e ofertar. Este
método é uma Vereda Antiga de Deus para nos livrar de cairmos nas
maldições do sistema do mundo, onde nós estaríamos presos às suas
limitações e fracassos.
Um outro propósito do dizimar é liberar uma pessoa ou uma
família do medo financeiro. Como Deus nos ama, Seu perfeito amor
lança fora o medo (1 João 4.18). Se uma família nunca se coloca
numa posição de precisar do poder sobrenatural de Deus, o espírito
de Mamom continuará a governá-la através do medo. Se você nunca
estabeleceu o dízimo como um hábito regular em sua vida, e está
pensando em começar, isso pode assustar você. Isso é um indicador
de que a Fé de Pardal ainda não foi estabelecida em seu coração. A
questão básica é: “Meu Pai realmente me ama?” Eu tenho descoberto
que a experiência de vida de muitas pessoas, as tem convencido de
que não têm sido providas. Essa experiência de vida repetida de não
ser provido, torna-se (forma) uma imagem interna muito forte. Isso é
o que a Bíblia chama de fortaleza da mente (2 Coríntios 10.4-6).
Experiências passadas em nossas vidas nos dizem: “Esses princípios
irão funcionar para outras pessoas, mas eles não frutificarão em minha
vida. Eu fiz isso. Eu já tentei esses princípios e eles não dão certo
comigo”.
Não! O fato é que a palavra de Deus é verdadeira, e as antigas
práticas da vida não determinam seu futuro, uma vez que criam fortalezas,
as quais geram mais experiências de vida. Você já percebeu que a realidade
da vida nasce das imagens que estão no seu coração? Então, uma vez que
uma imagem no coração é estabelecida, a realidade de vida fluirá dela. A
Semente Para o Semeador 125

realidade vai fortalecer a imagem original. Este ciclo se repete. A imagem


gera realidade, a qual confirma a imagem e se torna mais forte e assim
por diante. Então, iniciar a prática de dizimar vai contra tudo dentro
de nós que clama que iremos perecer. Se o poder sobrenatural de
Deus não se iniciar, também pereceremos. Contudo, Deus é fiel, e esse
é Seu mecanismo de expulsar o medo de nossos corações e estabelecer
a Fé de Pardal para com Ele.
Deixe-me compartilhar com você um poderoso testemunho
de como até mesmo a intenção de dizimar libera o poder sobrenatural
de Deus. Após assistir um seminário de três dias sobre estes princípios,
uma mulher me escreveu a seguinte carta:
“Eu quis lhe escrever esta carta para agradecer por trazer o semi­
nário sobre finanças para nossa família e para mim. Eu não estava
planejando assistir ao seminário. Eu sentia que tinha uma boa compreen­
são de nossa situação financeira e estávamos indo bem apesar de nossa
condição.

Após o domingo à noite todo o meu mundo desmoronou. Eu


percebi que eu tin h a con trole de m in h as finanças e que Deus somen­
te entrava quando as coisas estavam difíceis e nós precisávamos de aju­
da. Como casal, poderiamos assinalar todos os sintomas do espírito de
Mamom. Aqueles que eu não tinha, o meu marido tinha.

Quando você começou a falar a respeito do dízimo eu entrei em


pânico. Não existia nenhuma form a de nós arcarmos com 10% de nossa
renda bruta para dizimar e ainda ficar com saldo. E não havia jeito de nós
pouparmos dinheiro economizando! Dizimar para nós significava que
precisaríamos buscar a provisão de Deus para o déficit a cada semana. Para
mim, significava perder o meu controle e lutar semanalmente para podet
sobreviver.

A té ontem à noite, a provisão de Deus para mim significava


apenas o suficiente para me virar, exercendo muita fé e sempre na última
hora. Eu gastei o dia inteiro ontem tentando me sentir mais confortável
com a idéia do dízimo. O que fez esta situação mais difícil, era que nós
dois críamos que Deus nos tinha liberado Sua bênção para aumentar­
mos nosso crédito imobiliário para que pudéssemos construir uma
garagem,pois nosso espaço dentro de casa não era suficiente. Isso tinha
se tornado algo que nós precisávamos desesperadamente, sendo que nos­
so terceiro filho ia nascer dentro de três meses. Era assim que eu pensava.
126 Bens, Riquezas & Dinheiro
A través de toda esta agitação, eu sei que nós tínham os de começar a
dizimar não importava como, e que Deus realmente queria que eu O
visse como meu provedor. Eu sei que largar o medo que me controlava
nessa área de minha vida foi um grande passo para que eu desse o meu
coração a Deus. Ontem, no fim do dia, eu me senti relativamente em paz
em prosseguir com o dízimo e deixar a idéia da garagem, se isto fosse
necessário. Eu me senti pronta para começar a ver Deus como meu provedor
,pela primeira vez na minha vida.

Tudo o que eu posso dizer agora é que Deus é incrível. Eu não


poderia assistir ontem à noite a reunião, pois eu tinha uma classe que eu
dava aula. Meu marido chegou em casa e disse: “Você não vai acreditar
nisso!” (Uma fonte inesperada e sobrenatural tinha sido aberta para eles,
liberando uma boa quantia de dinheiro). Deus acabou de nos abençoar
com todo este dinheiro. Era como se Ele estivesse dizendo: “Vejam só
isso! É assim que eu posso prover quando vocês me permitirem” .

Hoje estou tão empolgada, não porque nós agora temos todo
esse dinheiro, e nós podemos pensar em construir uma garagem, mas
porque eu comecei a entender os princípios de Deus para finanças. Eu
posso sentir em meu coração que minhas atitudes estão mudando. A o
invés de viver com uma mentalidade de: “eu não tenho dinheiro sufici­
ente”, eu estou começando a sentir em meu coração que se eu descansar
e permitir a Deus agir, qualquer coisa é possível. Pela primeira vez em
minha vida, eu sei que Deus quer prosperidade para nós. A o mesmo
tempo eu estou vendo que a prosperidade não é apenas para nós, mas que
Ele pode nos usar para ajudar os outros.

Eu agradeço a você e a Deus pela revelação que eu tenho recebido


nos dois últimos dias. E como se a cegueira fosse embora e eu estivesse
começando a ver as coisas claramente pela primeira vez.

Deus abençoe você,

Nicky Smith, Upper Hutt, Nova Zelândia

Um outro propósito poderoso em dizimar é que ele quebra o


poder do espírito de Mamom e profana as propriedades sagradas que
nós estamos tentados a atribuir ao dinheiro. O dinheiro foi feito pelo
homem para comprar e vender, para trocá-lo por alguma coisa de igual
valor. Quando damos dinheiro sem nenhuma expectativa de receber
algo de igual valor, estamos introduzindo o dinheiro à graça. Mamom
tenta nos convencer de que quando nós damos, diminuímos nosso
Semente Para o Semeador 127
poder de compra. Contudo, estamos proclamando ao espírito de
Mamom, que o dinheiro não tem poder em nossas vidas, e que sendo
o Senhor a nossa fonte, o poder de ter nossas necessidades supridas,
ou de cumprir nossa visão não é diminuído nem um pouquinho.
Embora nem Deus nem a igreja precisem de nosso dinheiro,
Deus usa o dízimo como um canal principal, através do qual Ele fi­
nancia o trabalho do Reino em Sua igreja. O Senhor poderia fazer
com que o trabalho do Reino fosse realizado sem o dízimo, mas este
é o método que Ele normalmente usa para financiar a Sua expansão.

ESTAR DIZIMANDO X SER DIZIMISTA


COMO: Uma vez que Deus não busca dinheiro, mas cora­
ções, a atitude com a qual nós dizimamos é muito importante. Deus
quer que sejamos dizimistas que trazem o dízimo à Casa do Tesouro.
Muitas pessoas estão dizimando mas nunca se tornam dizimistas.
Qual a diferença entre alguém que dizima e um dizimista? A diferença
tem a ver com a atitude e o grau de envolvimento. Eu (Earl) faço
muitos vôos, mas não sou um piloto! Se eu fosse um piloto, então
poderia sentar-me na cabine do avião e pilotar a aeronave. Contudo, já
que eu não sou um piloto, eu não tenho nenhuma parte ativa no vôo
dos aviões nos quais eu viajo. O que nos torna um dizimista?

GÊNESIS 4
3 Passado algum tempo, Caim trouxe ao SENHOR uma oferta do fruto
da terra.
4 E A bel trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. E o
SENHOR tinha respeito e consideração p or Abel e sua oferta.
5 Mas Caim e sua oferta Ele não tinha nenhum respeito ou consideração. Por
isso Caim ficou excessivamente irado e indignado, e seu semblante ficou
triste e deprimido.
6 E o Senhor disse a Caim, Por que você está irado? E por que seu semblante
está triste e abatido?
7 Se vocêfig er o bem, não será aceito ? E se não fitçer o bem, o pecado ja ^ à
128 Bens, Riquezas & Dinheiro
porta; ele deseja conquistá-lo, e você deve dominá-lo. (Amplificada)
Nesta passagem, veremos que Abel era um dizimista, mas Caim
apenas dizimou. Algumas pessoas têm tentado explicar que o motivo
pelo qual o sacrifício de Abel foi aceito e o de Caim não, foi porque
Abel trouxe uma oferta de animais dos quais o sangue poderia ser
derramado, enquanto que Caim trouxe apenas alguma coisa da colheita
de seu campo. Contudo, cremos que a diferença principal estivesse
relacionada com a atitude destes dois homens e não com a substância
das ofertas.
Perceba a expressão no verso três: “ao cabo de dias,” ou algumas
traduções dizem “no fim dos dias,” o qual no idioma hebraico expressa
o tempo de dizimar. Nós percebemos as diferentes respostas destes
dois homens quando chegou a hora de dizimar. Abel estava alegre
quando trouxe o dízimo do primogênito e a porção de gordura. A
porção de gordura era uma camada extra de gordura que alguns animais
desenvolviam na sobrecoxa. Ela pode agir como um isolador térmico
em certas épocas do ano e faz deste pedaço, o predileto para se comer.
A atitude de Abel foi trazer além do que lhe foi exigido. Ele queria
dar e abençoar e Deus aceitou o dízimo de Abel.
A resposta de Caim, por outro lado, foi totalmente diferente.
Quando Deus não respeitou ou considerou o seu dízimo ele ficou
excessivamente irado e sentiu pena de si mesmo. O que estava aconte­
cendo em sua vida? Deus lhe perguntou por que estava tão irado.
Claro que Deus sabia o que estava acontecendo com a vida de Caim,
mas Ele fez a pergunta para ver se Caim estava em contato com seus
próprios sentimentos. No versículo sete, Deus explica a situação e
m ostra a Caim a saída. Ele lhe disse: “Se você ‘fizer o bem ’, você
não será aceito?” Essa frase “fazer o bem” é uma expressão hebraica
que significa “ajustar a atitude de alguém”. Então o verso seria melhor
traduzido: “Se você ajustar sua atitude, você não será aceito?” E se
você não ajustar sua atitude, o pecado bate à porta, seu desejo será
para você, e você precisa dominá-lo”.
Semente Para o Semeador 129
Que afirmação relevante para nós hoje! Nossa atitude deter­
mina o nosso futuro. Como nós respondemos às pessoas e às circuns­
tâncias de nossa vida hoje nos qualifica ou desqualifica para aquilo
que Deus tinha em mente para nós amanhã. Em Gênesis, capítulo
quatro, Deus está falando a respeito da atitude em relação ao dizimar.
Eu (Earl) tenho percebido no decorrer dos anos que o ensino bíblico
a respeito do dizimar gera diversas reações nas pessoas. Algumas fi­
cam furiosas, tristes e outras felizes! O ponto chave é que nossa
atitude, a qual está refletida tanto interna quanto externam ente,
determina se nós somos dizimistas verdadeiros ou apenas pessoas
que estão dizimando. Este ponto é destacado em Hebreus capítulo
onze:

HEBREUS 11
4 [Movido e impelido] pelafé, A bel ofereceu a Deus um sacrifício superior
ao de Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo —[isto é] que ele era
reto e aprovado p or D eus—e Deus deu testemunho aceitando e reconhecendo
suas ofertas. E embora esteja morto, ainda fa la p o r meio do
[acontecimento]. (Amplificada)
Na última parte deste versículo, achamos algo relevante para
hoje - ‘ele ainda está falando’. Conforme trazemos nosso dízimo, é
necessário checarmos nossa atitude, para que o dízimo alcance o
que Deus planejou que faça - a saber, abrir as janelas dos céus sobre
sua conta Tesouro no Céu.

SANTO AO SENHOR
Um outro aspecto importante do dizimar diz respeito à nossa
atitude para com o dízimo, em si. N a escritura seguinte, Deus res­
pondeu a Israel duas questões importantes sobre o dízimo, as quais
faríamos bem em respondê-las em nossas vidas. Elas são: A quem o
dízimo pertence? Em segundo lugar, que tipo de dinheiro é o dízimo?

LEVÍTICO 27
130 Bens, Riquezas &D inheiro

30 Todos os dízimos da terra, seja dos grãos do campo ou do fruto das


árvores, pertencem ao SE N H O R ; são santos ao SE N H O R.
(Amplificada)
Em resposta a estas duas perguntas acima, nós vemos o se­
guinte. Primeiramente, o dízimo é do Senhor. Ele não pertence a
você. Ele pertence ao Senhor. Isso significa que você é meramente
um servo financeiro ou gerente em nome do Senhor daquilo que
pertence a Ele. Em segundo lugar, o dízimo é santo. Quando eu
(Craig) vi pela primeira vez este versículo ele me chocou. Eu sempre
pensei que o dízimo fosse dar 10% do meu dinheiro ao Senhor. Foi
uma mudança radical de paradigm a para mim, reconhecer que eu
não estava dando o meu dinheiro ao Senhor, mas ao invés disso estava
gerenciando o Seu dinheiro e devolvendo a Ele.
O que significa alguma coisa ou alguém ser santo? Eu creio
que nós tendemos a ter um ponto de vista muito distorcido da palavra
“santidade”. Muitas pessoas pensam que essa palavra conota um cer­
to padrão de comportamento ou algo que pertence somente a Deus.
Na realidade, a palavra simplesmente significa “dedicado, ou separa­
do”. A palavra “santo” não faz sentido sem um objeto. Se alguma
coisa é santa (dedicada), a questão óbvia para se responder é: “Dedicada
a que, ou a quem?” Existe somente Um no universo a Quem a santi­
dade se aplica sem um objeto, que é o Senhor. Ele é santo n’Ele
mesmo. Tudo e todos além d’Ele precisam ser santos (dedicados) a
alguma coisa ou a alguém.
A fim de entender mais claramente este conceito, permita-me dar
um exemplo. Suponhamos que existam cinco linhas telefônicas em um
escritório. Quatro delas são usadas comumente para comunicação, mas
uma linha é dedicada à máquina de fax. Nós poderiamos dizer corretamente
que a quinta linha é santa para a máquina de fax. Esse é o significado da
palavra. Nós não podemos dizer que um homem é santo, sem saber para
que ou para quem. Se ele é santo para sua esposa, isso significa que ele é
dedicado a ela de tal forma que ele não tem o mesmo relacionamento com
mais ninguém. Ele compartilha certas partes de sua vida exclusivamente
com ela e faz certas atividades somente com ela.
Semente Para o Semeador 131

O oposto de santo é comum. As outras quatro linhas no


escritório são linhas comuns usadas para qualquer coisa, mas a quinta
é santa para a máquina de fax. Quando alguma coisa é dedicada como
santa, ela precisa ser mantida separada do que é comum.
Assim, com este entendimento, nós podemos entender me­
lhor o que significa para um cristão ser santo ao Senhor. Isso significa
que ele está dedicado ou separado para o relacionamento com o Se­
nhor. Seu comportamento e atividades podem ser limitados volunta­
riamente, contrastando com aqueles que não são dedicados ao Senhor,
simplesmente porque, ele escolheu pertencer ao Senhor.
Agora, em relação a finanças, o que significa ser santo? Vamos
ver um exemplo. Suponhamos que você assine um contrato de compra
de uma casa e dá uma entrada de cinco mil reais. Você espera fechar
o negócio da compra dentro de dois meses. Onde foram colocados
os seus cinco m il reais, e como são usados? N orm alm ente, são
colocados em uma conta específica que é gerenciado por um agente
bancário. Nós poderiamos dizer que esse dinheiro é santo para fechar
a compra de sua casa.
O que aconteceria se o agente no próximo mês não tivesse
dinheiro para pagar suas contas pessoais. Sabendo que o dinheiro não
seria usado nas próximas seis semanas, ele pessoalmente “empresta”
dois mil reais da conta com a intenção de repô-los antes do fecha­
mento de sua compra. Mesmo que ele de fato recoloque esse dinheiro
antes do vencimento, se for descoberto, o que seria feito com este
agente na maioria dos países? Ele será levado ao tribunal e posto na
prisão. Por quê? Porque violou uma responsabilidade de gerenciar
uma conta que pertencia a terceiros. Ou simplificando, ele tocou
em dinheiro santo para seu benefício pessoal.
Suponhamos que o agente nem mesmo depositou seus cinco
mil reais em uma conta separada, mas ao invés disso apenas juntou a
sua própria conta pessoal. Ele pretende suprir estes fundos no venci­
mento, mas eles ficaram em sua conta por dois meses. Ou suponha­
m os que um corretor de ações m isture os fundos depositados
132 Bens, Riquezas & Dinheiro

por seus clientes em sua própria conta pessoal. Mesmo se ele tem a
intenção de prover os fundos a seus clientes de acordo com a deman­
da, se isso for descoberto, ele irá para a cadeia. Em ambos os casos
este dinheiro é santo.
O que quer dizer a Bíblia quando nos diz que o dízimo é
santo ao Senhor? Eu creio que nós devemos entender isso da mesma
form a que enten dem o s um a conta sep arad a para p ro p ó sito s
específicos. Primeiramente, o dinheiro, o qual representa o dízimo,
não pertence a você. Ele pertence ao Senhor, e você é um agente
financeiro encarregado de receber e entregá-lo à “Casa do Tesouro.”
Já que a maioria dos cristãos nem entendem o conceito de
santidade, não tratam o dízimo como santo. Muitos não reconhecem
que o dízimo é do Senhor, mas ao invés disso, pensam que é seu e
sentem-se muito generosos em dá-lo. Eu creio que para tratar o dízimo
como santo, nós primeiramente reconhecemos que ele é do Senhor e
não nosso. Em segundo lugar, nós não misturamos o dízimo do Se­
nhor com outros fundos disponíveis a nós, que são “comuns.” Nós
precisamos tratar o dízimo como uma conta com fins específicos que
estamos gerenciando no nome do Senhor.
Logo que meus dois filhos (Craig) já tinham idade para ter
dinheiro, eu comecei a ensiná-los a respeito do dízimo. Para isso, dei a
cada um deles quatro jarros separados. Dez centavos de cada dólar
iam diretamente para a jarra do dízimo. Outras porcentagens eram
então designadas para ofertas, poupança e despesas. Desta forma,
meus filhos aprenderam que o dízimo é santo ao Senhor e nunca
pode ser misturado com outros fundos comuns.
Quando minha esposa e eu (Craig) éramos recém-casados, nós
abrimos uma conta conjunta, e uma outra conta separada para dízimos.
Onde quer que nós recebéssemos qualquer salário ou outro dinheiro,
nós imediatamente escrevíamos um cheque no valor de 10% e o depo-
sitávamos em nossa conta de dízimos. Esse dinheiro era mantido
separado dos que usávamos para nossas despesas domésticas. Nós
gerenciamos a conta do dízimo como uma conta com fins específicos
Semente Para o Semeador 133

para o Senhor. Desta forma, quando dávamos para a Casa do Tesou­


ro, nós nunca sentimos qualquer pressão financeira porque nós nunca
misturamos o dinheiro disponível para despesas de casa, ou qualquer
outro propósito, àquele dinheiro. Nós nunca o vimos em nossa pró­
pria conta bancária.
Atualmente, nós temos mantido este dinheiro junto na mesma
conta física, mas temos separado o dinheiro do dízimo em uma conta
virtual separada utilizando um programa de computador. Assim, nós
nunca vemos o dinheiro do dízimo do Senhor em nossa conta
pessoal.Nós o mantemos como uma conta santa do Senhor.
Eu sugiro que você descubra a forma de estabeler o dízimo
do Senhor, sobre o qual Ele tem feito você um gerente, santo para
Ele. Se está difícil gerenciar o dízimo do Senhor, eu sugiro que você
abra uma conta à parte ou que você separe em envelopes ou jarras.
Separe o dízimo do resto do seu dinheiro comum e mantenha o dízimo
santo ao Senhor.
Nós cremos que essa administração do dízimo é nível básico
de gerenciamento financeiro. Se você não é fiel no nível básico de
gerenciamento do dízimo do Senhor, por que você esperaria que o
Senhor confiasse em você para gerir num nível mais elevado os Seus
recursos? Eu tenho encontrado alguns cristãos que gostariam de
gerenciar m uitos recursos financeiros, os quais eles dizem que
pretendiam canalizar para o Reino de Deus. Contudo, eles nem são
fiéis no nível básico de gerenciamento do dízimo do Senhor.

“CHEREM”: DEDICADO AO SENHOR

LEVÍTICO 27
28 Mas nada que um homem consagre ao SENHOR de tudo que possui,
seja homem ou animal ou terras de sua propriedade, poderá ser vendido
ou resgatado; todas as coisas assim consagradas são santas ao
SENHOR. (Amplificada)
134 Bens, Riquezas & Dinheiro

A palavra hebraica usada neste versículo traduzido como


“consagrada” é a palavra “cherem ”. A palavra bíblica “cherem ”
significa em hebraico literalmente “consagrado ao Senhor”, fazendo
assim com que algo se torne indisponível para você usar. Qualquer
coisa que é considerada “cherem” é dedicada ao Senhor e, por isso é
santa ao Senhor.

LEVÍTICOS 27
30 Todos os dízimos da terra, seja dos grãos do campo ou dofruto das árvores,
pertencem ao SENHOR; são santos ao SENHOR. (Amplificada)
Nós já falamos a respeito do fato de que o dízimo é santo ou
consagrado. Se você não o trata adequadamente trazendo-o à casa
do tesouro, ele será consumido, e indisponível a você. Então o dízimo
poderia também ser visto como similar a algo que é “cherem”, ou
consagrado à destruição. Mesmo se você tentar mantê-lo, ele não es­
tará disponível para seu uso, porque já está dedicado a outro.
Muitas vezes, seu dono dedica o que é “cherem” a destruição.
Um exemplo de algo dedicado à destruição é uma barra de plutônio
radioativo. Ele está continuamente se decompondo, e isto não pode
ser contido. Se você escondê-lo em sua casa ou carregá-lo em seu
bolso, sua natureza em decom posição com eçará a destruir você
também. O plutônio, pode ser comparado ao conceitos bíblicos de
“cherem”, algo que é dedicado à destruição.
Vamos ver um exemplo bíblico deste conceito de “cherem”.
No antigo Israel, era uma prática comum entre os soldados serem
pagos com os despojos das cidades que eles tinham conquistado. Eles
não eram pagos com um salário de seu governo como nos tempos de
hoje. Quando um exército capturava uma cidade, era direito dos sol­
dados pegar todo o ouro, prata, animais domésticos e as pessoas cap­
turadas como seus escravos. Tudo isso era o pagamento por arriscar
as suas vidas para conquistar a cidade.
Contudo, quando Israel cruzou o Rio Jordão e foi conquistar a
Semente Para o Semeador 135

terra de Canaã, certas cidades foram designadas por Deus para serem
cidades “C herem .” O que é um a cidade “cherem ?”U m a cidade
“cherem” é aquela que é consagrada à destruição total. Isso significa
que, em tal cidade consagrada, como soldado, você não poderia tocar
em nada. Você não pegaria o ouro, nem a prata, nem prisioneiros ou
escravos. Todo o ouro e a prata iriam para o tesouro do Senhor, e
você queim aria toda a cidade. Ela seria totalm ente consagrada à
destruição. Você não tocaria em nada dela. Então como soldado,
você saberia que tal cidade seria conquistada para o Senhor sem você
receber pagamento. O soldado precisaria arriscar a sua vida para
conquistar a cidade, mas sem qualquer esperança de ganhos pessoais.
Quando conquistassem outras cidades “não-cherem”, os soldados
poderiam pegar escravos e ficar com que quer que fosse de valor que
eles encontrassem.
Em Josué capítulo seis, nós lemos que a primeira cidade con­
quistada em Canaã, Jerico, foi consagrada por Deus como uma cidade
“Cherem”, dedicada à destruição. Era para os soldados israelenses
destruírem completamente a cidade e colocarem todas as coisas de
valor nos tesouros do Senhor.

JO SU É 6
17 A cidade, com tudo o que nela existe, será [Cherem] consagrada ao
SENHOR [para destruição] / somente a prostituta Raabe e todos os
que estão com ela em sua casa viverão, pois ela escondeu os mensageiros
que enviamos.
18 Mas vocês, guardem-se das [Cherem] coisas malditas e consagradas, para
que, tendo-as condenadas [à destruição], vocês não se apossem das
[Cherem] coisas amaldiçoadas, e assim tornem maldito o arraial de
Israel, e o confundem. (Amplificada)
Agora a palavra “cherem” é traduzida em português como
“maldito”, “debaixo de proibição”, “dedicado”, “anátema”. O Senhor
disse a Israel que jamais tomasse do “cherem” em Jericó. Josué transmitiu
estas instruções a Israel. Contudo, havia um soldado que não acreditou
136 Bem, Riquezas & Dinheiro

que essa instrução se aplicava a ele. Aparentemente, Acã cria que essa
era apenas um a regra arbitrária de D eus, sem propósito e sem
conseqüências. Acã, portanto, decidiu pegar algumas coisas de valor
que ele achou em Jerico, e as escondeu debaixo do piso de sua tenda,
sem que ninguém soubesse.
A conseqüência de Acã pegar e esconder o “cherem” de Jerico
foi que Israel perdeu uma batalha muito simples em Ai. Esta ação de
Acã não afetou apenas a si, mas, toda a nação de Israel. Após ter
perdido a batalha, Josué, como um sábio líder, buscou do Senhor a
razão da derrota. Ele não estava buscando apenas no domínio natural,
pois ele percebeu que havia alguma coisa que afetou a batalha no
domínio espiritual. Nós lemos sobre sua interação com o Senhor na
seguinte passagem:

JOSUÉ 7
10 0 Senhor disse a Josué, ‘Levante-se! Por que você está prostrado assim
sobre o seu rosto?
11 Israel pecou; violaram a Minha aliança que lhes ordenei. Apossaram-se
das coisas condenadas [para destruição] [Cherem]; furtaram e mentiram
e as colocaram junto à sua bagagem.
12 Por isso os israelitas não conseguiram resistir aos inimigos, mas fugiram
diante deles; eles se fizeram malditos e designados [para destruição].
Não estarei mais com vocês se não destruírem as coisas condenadas
[consagradas] do meio de vocês.
13 Levante-se, santifique [separe para um propósito santo] o povo, e
diga-lhes, ‘Santifiquem-se para amanhã; pois assim diz; o SENHOR, o
Deus de Israel, ‘H á coisas condenadas no meio de vocês, ó Israel. ’ Vocês
não conseguirão resistir aos seus inimigos enquanto não retirarem do meio
de vocês as coisas consagradas [à destruição]. (Amplificada)
O princípio im portante encontrado nesta passagem é que o
povo de Israel não poderia se suster diante de seus inim igos enquan­
to alguém no seu meio considerou aquilo que era santo, consagrado
Semente Para o Semeador 137

à destruição, como comum e o enterrou entre suas próprias posses­


sões. Muitas pessoas têm feito exatam ente isso com seu dízimo, não
reconhecendo que ele é considerado semelhante ao conceito hebraico
de “cherem”, santo ao Senhor. Ele não é comum, mas, ao invés disso é
dinheiro consagrado.
Em segundo lugar, precisamos reconhecer que quando pegamos
o dízimo que é santo como o “cherem”, e enterramos entre as nossas
próprias possesssões, não afetamos somente a nós mesmos, mas
também a outros em nossa congregação. Temos observado que quando
uma congregação considera o dízimo santo, e a maioria das pessoas na
congregação são dizimistas, a tendência é que as portas dos céus estejam
abertas sobre esta congregação. Naquele lugar, a presença de Deus é
sentida mais forte nos cultos e acontecem muitos milagres, curas,
palavras sobrenaturais, etc. Nesta congregação, negócios prosperam,
casas são vendidas, pessoas estão empregadas e em geral, a congregação
tende a progredir.
Por outro lado, temos observado congregações nas quais o
dízimo não é considerado santo e nelas muitas pessoas não são
dizimistas, as janelas dos céus parecem estar fechadas sobre elas. As
casas continuam no mercado sem serem vendidas por meses e anos;
pessoas têm dificuldade em conseguir em prego; negócios não
prosperam e a presença de Deus e seu poder sobrenatural não é mui­
to evidente. Todos são afetados quando alguns tocam no “cherem”.
Muitas congregações não serão capazes de perm anecer de pé diante
de seus inimigos até que eles ajudem seu povo a entender que elas
precisam tirar de suas próprias possessões o “cherem ” que elas têm
enterrado. Pessoas precisam ser ensinadas que o dízimo é “cherem”;
mesmo que você tente segurá-lo ele nunca será disponível para você,
porque é consagrado à destruição. Eles precisam aprender que o
dízimo pertence ao Senhor e é santo para Ele.
Retornando ao ponto que nós destacamos anteriormente,
vimos em Malaquias 3.10 que os dízimos abrem as janelas dos céus.
D esta forma, é muito fácil ver porque as igrejas nas quais muitas
pessoas não são dizimistas, experimentam céus fechados sobre suas
138 Bens, Riquezas & Dinheiro

congregações, enquanto que igrejas cheias de dizimistas conseguem os


céus abertos. O Senhor nos disse em Malaquias que esse seria o caso.

O USO ISRAELITA DO DÍZIMO


Vamos agora ver Deuteronômio 26, e observar como o dízimo
era usado por Israel. Há nesta escritura, um modelo estabelecido para
o uso do dízimo, o qual temos observado que não é uma prática
comum entre a maioria das igrejas hoje.

DEUTERONÔMIO 26
13 Dirá perante o SENHOR, o seu Deus, Tirei da minha casa o que é
consagrado [o dízimo] e dei-o ao Uevita. ao estrangeiro e peregrino, ao
órfão e viúva, de acordo com o teus mandamentos que me tens ordenado;
nada transgredí dos teus mandamentos, nem deles me esqueci.
(Amplificada)
Qual era o propósito do uso do dízimo de Israel? Eles o usa­
vam para os levitas, estrangeiros, viajantes, órfãos e viúvas. Além dis­
so, nós descobrimos outros tipos de pessoas em Neemias 10.38, 39. O
dízimo sustentava os sacerdotes, os porteiros, e os cantores. Interes­
sante não? No modelo bíblico estabelecido em Israel, o dízimo era
usado com pessoas e não com estruturas.
Como será que Israel financiava as estruturas para Deus? Eles
usavam as ofertas para este propósito. Deus instruiu Israel a fazer uma
clara distinção entre os dízimos, que eram usados para sustentar pes­
soas, e as ofertas, que seriam usadas para as estruturas. Qual é a prática
comum nos dias de hoje? Geralmente misturam-se os dízimos com as
ofertas, e não se faz nenhuma distinção em sua coleta ou uso. Quando
os pastores e os líderes das igrejas não distinguem dízimos e ofertas,
como podemos esperar que o povo faça diferente? Normalmente, em
um culto, um líder dirá assim: “Agora nós vamos receber nossos dízimos
e ofertas.” Os conceitos estão misturados. O dízimo não é santo, nem
na mente dos líderes das igrejas, nem nas mentes dos membros.
Imagine o que teria acontecido se Davi tivesse anunciado aos
Semente Para o Semeador 139
levitas que Deus o tinha instruído para construir um templo, e
como resultado disto, seu sustento do dízimo seria diminuído ou
eliminado nos próximos anos até o templo ser concluído. Claro que
Davi não fez isso. O dízimo continuou a ser usado com os sacerdotes,
levitas, viúvas, órfãos e estrangeiros, mesmo quando o templo estava
sendo construído. Jamais era misturado com as ofertas do templo,
pois era considerado santo pelos líderes e pelo povo. O dízimo era
usado para um propósito específico e não era jogado e misturado no
orçamento geral junto com as ofertas. Eu creio que essa prática comum
de não considerar o dízimo santo ao Senhor, misturando tanto o
propósito quanto o dinheiro, ofende ao Senhor. Quando não existe
nenhuma distinção entre os dízimos e as ofertas pela liderança da
igreja, o povo também não fará nenhuma.

ANÁLISE BÍBLICA DAS ATITUDES


Anteriormente, nós vimos que a primeira distinção entre quem
dizima (Caim) e um dizimista (Abel) é a atitude e o manuseio do
dízimo. Então, é importante para nós checarmos de vez em quando
nossas próprias atitudes em relação ao dízimo do Senhor. Certamente,
queremos que o dízimo alcance os propósitos do Senhor em nossas
vidas, especificamente para gerar a Fé de Pardal em nossos corações,
e abrir as janelas dos céus sob nossa conta Tesouros no Céu.
Os princípios para a preparação de nosso dízimo, junto com a
análise das atitudes são vistas em Deuteronômio 26. Este trecho das
Escrituras trata da lei no que diz respeito ao dizimar e especificamente,
ao dízimo que era dado a cada três anos. Cremos que desta passagem
podemos tirar alguns princípios que são altamente relevantes para nós
hoje.

DEUTERONÔMIO 26
1 Quando entrarem na terra que o SENHOR, o seu Deus lhes dá por
herança e dela tomarem posse e nela habitarem,
140 Bens, Riquezas & Dinheiro

2 Tomarão alguns de todos os frutos do solo que colherem da terra que o


SENHOR, o seu Deus lhes dá e os colocarão numa cesta, e irão ao lugar
[o santuário] que o SENHOR, o seu Deus, escolheupara alifa^er habitar
o seu nome [e Sua presença].
3 E irão ao sacerdote que estiver exercendo o cargo naquels dias, e lhe dirão,
Hoje dou graças que entrei na terra que o SENHOR sob juramento
p rometeu aos nossos pais que nos daria;
4 O sacerdote tomará a certa da sua mão, e a colocará em frente do altar do
SENHOR , o seu Deus. (Amplificada)
Os dízimo era sempre baseado na média de troca que era
usada pelas pessoas. O sistem a de troca usado pelos fazendeiros
naquela cultura significava que o dízimo era em forma de algum
produto ou produção. Se você fosse um criador de animais traria um
décimo do aumento de seu bando ou rebanho. Um fazendeiro traria
10% da colheita.
A primeira atitude analisada no versículo 3 é a de ação de
graças. O versículo 5 até o versículo 9 relata a jornada dos filhos de
Israel do Egito até “a terra que mana leite e m el”. Era um tempo de
lem brar como Deus os tinha libertado da escravidão e os tinha
colocado na Sua provisão. Para nós, quando preparamos nosso dízimo,
é bom relembrar daquilo que Deus tem feito nas nossas vidas, como
Ele nos livrou das trevas para Sua maravilhosa luz, da morte para a
Vida Eterna. Através desta preparação do coração, nossa atitude será
correta diante de Deus.

DEUTERON ÔM IO 26
10 Eis que agora trago os primeiros frutos da terra que Tu, ó SENHOR,
me deste. E os colocarão perante o Senhor, o seu Deus, e adorarão o
SENHOR, o seu Deus.
11 A.legrar-se-á p or todo o bem que o SENHOR, o seu Deus, lhe tem
dado, a você e a sua casa, a você e o Eevita, e ao estrangeiro e o peregrino
no meio de vocês. (Amplificada)
Semente Para o Semeador 141

Os dois próximos princípios são encontrados nos versículos 10 e 11, a


saber, adoração e celebração. O Senhor tem restaurado ao Seu Corpo
o verdadeiro significado do louvor e da adoração. Eu (Earl) me recordo
dos últimos trinta anos e vejo como Deus tem liberado ministérios de
adoração e como Ele está restaurando-os à Sua Igreja. Muitas igrejas
incluem o recebimento dos dízimos e ofertas no período de adoração.
Trazer nosso dízimo é um ato de adoração.
A celebração é uma atitude de coração que acompanha um
dizimista. Enquanto eu (Earl) crescia, nos anos cinqüenta, meus pais
me levavam à igreja todos os domingos. Eu me lembro que, na hora
em que o pastor anunciava a hora de receber os dízimos e ofertas, se
fazia silêncio imediatamente no culto. Eu me lembro que o pianista
começava a tocar, um tipo de m úsica fúnebre. Sem sorrir, os diáconos
viriam pelos corredores e passariam as bandejas pelas fileiras, e seria­
mente as pessoas colocavam os envelopes nas bandejas e as passavam
adiante. Eu sempre pensei: “Essa é uma hora triste. Vai ser bom
quando acabar!” Depois, a igreja se alegrava novamente, e nós pros­
seguíamos com o culto.
Muitos anos depois, eu estava em uma igreja no Havaí e du­
rante o período de adoração, o pastor anunciou que era hora de rece­
ber os dízimos e ofertas. Alguns jovens sentados no fundo auditório
se levantaram, saltaram e gritaram. “Amém! Louvado seja D eus!”
Os diáconos passavam pelos corredores com grandes sorrisos em
seus rostos e esperavam na frente do auditório. O louvor rompeu
com uma seleção de cânticos animados. E as pessoas se levantaram
e louvavam ao Senhor com altas vozes. Filieira após fileira, eles
vinham à frente e colocavam seus dízimos e suas ofertas nos pratos
que os diáconos seguravam. Após circular pela igreja, eles retornavam
aos seus lugares, e a adoração continuava. Esta experiência quebrou
para sempre meu estereótipo de como se deveria receber dízimos e
ofertas! Eu posso im aginar os filhos de Israel trazendo os seus
primeiros frutos da terra ao tabernáculo, com danças e muita alegria!

DEUTERONÔMIO 26
14 2 Bens, Riquezas & Dinheiro
13 Dirá perante o SENHOR, o seu Deus, Tirei da minha casa o que ê
consagrado [o dízimo] e dei-o ao Tevita, ao estrangeiro eperegrino, ao órfão
e viúva, de acordo com os teus mandamentos que me tens ordenado; nada
transgredí dos teus mandamentos, nem deles me esqueci.
14 Não comi nada do dígimo no meu luto [tornando o dízimo impuro],
nem toquei nele enquanto estive impuro, e dele não dei nada aos mortos;
obedecí à vog_ do Senhor, o meu Deus, e tenho feito segundo a tudo o que
ordenaste. (Amplificada)
O próximo princípio na preparação dos dízimos é rever nossa
obediência passada ao Senhor. Preste atenção no fim do versículo 13,
eles fizeram uma confissão de que tinham sido obedientes, e que eles
não haviam transgredido nenhum dos mandamentos do Senhor,
e nem os tinham esquecido. Nós temos sido obedientes ao que Deus
tem dito em Sua Palavra? Se temos alguma violação, nós somos cha­
mados para nos arrependermos destas coisas. No versículo 14, eles
proclamam que eles não tinham comido do dízim o. Muitas pessoas
comem seus dízimos por usá-lo para pagar suas contas ou outros usos.
Eu ouço afirmações como: “Se eu dizimasse, eu não poderia pagar o
aluguel!” Sem dúvida tais pessoas ainda não entenderam Quem é sua
fonte, e não têm percebido a Quem o dízimo pertence, e nem que tipo
de dinheiro é.
O já falecido autor Malcolm M cG regor escreveu um livro
intitulado: “ OurMoney Matters” (A Importância do seu Dinheiro)6. No
livro ele faz a seguinte proposta: “Se depois de três meses dizimando,
você for incapaz de pagar suas contas, mande-as para mim... .” Ele
relata que faz esta proposta há 14 anos, e que ninguém até hoje o
procurou. Deus honra a Sua palavra, porque o dízimo pertence a Ele,
como nós temos visto, e através do dízimo somos firmados na Fé de
Pardal para sermos capazes de receber a provisão de Deus.
O próximo ponto neste “check-up” espiritual afirm a: “nem
o tenho m anuseado quando eu estava im puro.” Havia coisas

6Malcom M acGregor \vith Stanley G. Baldwin, Y ourM oney M atters, Bethany Fellouship
Inc. Updated 1980, Minneapolis MN, p.53
Semente Para o Semeador 143

específicas na Lei que faziam as pessoas impuras. Quando estavam


nestas condições, elas não podiam m anusear o dízimo. Uma vez que
a lei cerimonial foi satisfeita em Jesus, as coisas que eram externas
agora são internas, condições do coração. Jesus disse que não era o
que entrava no homem que o contaminava, mas o que procedia de
seu coração (Mateus 15.18-20).
Uma das coisas que Jesus ensinou quando nós trazemos ofer­
tas é a falta de perdão. Parte do check-up espiritual é pedir ao Espírito
Santo para buscar em nosso coração alguma área de falta de perdão e
arrepender-se disto.
A próxima afirmação é: “ e nem dei disto aos mortos”. Ha­
via uma prática em Israel, na qual o dinheiro ou bens eram colocado
com um corpo morto em seu enterro. A lei afirmava que o dízimo não
era para ser usado para este propósito. O dízimo é dado Àquele que
vive. Jesus deve ser o receptor de Seu dízimo. Isso foi estabelecido
com Abraão e Melquisedeque em Gênesis 14.17-21. Jesus refere-se a
si mesmo como sendo da ordem de M elquisedeque em Hebreus 6.20.
Nós não sabemos de onde M elquisedeque veio. Alguns estudiosos
pensam que ele foi a pré-encarnação de Jesus. A verdade é que o dízimo
é nossa resposta viva a Jesus que estabelece o Seu senhorio em nossa
área financeira.
Finalmente, há uma afirmação no versículo 14: “Eu tenho
obedecido a voz do Senhor meu Deus e tenho feito de acordo
com tudo o que Tu tens me ordenado”. Nós temos ouvido Sua
voz e sido obedientes ao toque do Espírito Santo? Este check-up
espiritual está relacionado ao dizimar. Já foi dito que se nós dizimarmos
corretamente, o dízimo nos manterá corretos diante de Deus! Que
idéia! O manuseio correto daquilo que Deus chama de “santo”, será
um instrumento para checar nossas atitudes e respostas obedientes a
Deus semanalmente, conforme nós trazemos os dízimos a casa do
tesouro.

DEUTERONÔM IO 26
144 Bens, Riquezas & Dinheiro

15 Olha desde a Tua santa habitação, desde o céu, e abençoa o Teu povo, a
Israel, e a terra que nos deste, conforme juraste a nossos pais, terra onde
manam leite e mel (Amplificada)
Nós vemos neste versículo o conceito de um céu aberto sobre
o qual Malaquias escreveu quando descreve as janelas dos céus abertas
(Malaquias 3. 10) e uma bênção sendo derramada quando o dízimo foi
trazido para a casa do tesouro.
Vamos revisar estas atitudes em relação ao dízimo listado
em Deuteronômio 26.
1. Ações de graça e lembrança do que Deus tem feito por nós.
2. Adoração.
3. Celebração.
4. Obediência à Palavra de Deus.
5. Não pode ser usado em nossas necessidades.
6. Tratar com a falta de perdão - ter mãos limpas.
7. Estar ciente do senhorio de Jesus sobre suas finanças.
8. Obediência imediata ao Espírito Santo.

A bênção em sua família e um céu aberto são os resultados


destas atitudes.
Pão Para Comer 145

CAPÍTULO 5
PÃO PARA COMER

TOÂO 4.23-24
E S P ÍR IT O VERDADE
Fé Romanos 10.17 Fé Lucas 17.5-10
P a la v ra O b e d iê n c ia

GRAÇA P R IN C ÍP IO S B Á S IC O S

1. RECO NHECER E RENUNCIAR O


ESPÍRITO DE MAMOM
2 C O R Í N T I O S 9 .8 (L e a ld a d e no co ração so m en te
p a r a com D eu s)
E Eteus é capaz de fazer com que 2. ESTABELECER A FÉ D E
toda a graça (cada favor e bênção PARDAL
terrestre) lhes alcance em (D eus é m in h a fonte)
abundância, para que, sempre e em 3. ESTABELECER O DÍZIMO
todas as circunstâncias, seja qual fcr (S er u m d iz im is ta , não ap e n a s
a necessidade, sejam auto- d iz im a r)
suficientes, possuindo o bastante 4. TO RN AR-SE UM G EREN TE DE
DEUS
para que não tenham necessidade
( T o rn a r-se re sp o n sáv el d ia n te de
de ajuda ou suporte, e estejam D eu s p ara a d m in is tra r os re cu rso s
supridos em abundância para toda d isp o n ív e is)
boa obrae donativo caridoso.
(Amplificada)

O segundo uso do dinheiro descrito em 2 Coríntios 9 é co­


nhecido como “pão para comer,” ou “pão ao que come” na Nova
Versão Internacional. Trata-se do dinheiro que nós gastamos para
consumo pessoal, as coisas que compramos. Muitos cristãos não in­
cluem Deus nesta área de suas vidas. Contudo, Deus está muito inte­
ressado em como nós usamos o dinheiro no nível pessoal. O espírito
146 Bens, Riquezas & Dinheiro

de Mamom dirige nossa sociedade consumista pela criação de uma


mentalidade de “necessidades”. O crescimento de uma sociedade
industrial está ligado à produção de bens e serviços para suprir
necessidades. Quando o mundo Ocidental entrou no século dezenove,
descobriram-se novas formas de criar necessidades que não eram
percebidas anteriormente. M ostrou-se às pessoas que havia coisas
que elas não sabiam que existiam e que gostariam de possuir. Foi
criada uma nova categoria, a dos “desejos”. Quando esta tendência
é unida com a nossa geração “im ediatista”, e a incapacidade de dizer
“não”, temos uma situação letal que está escravizando muitas pessoas
nas dívidas a fim de seguir a voz de Mamom.
Após estabelecermos o dízimo em nossas vidas, o próximo
passo é se tornar um mordomo/gerente dos recursos de Deus. Como
mordomos do dinheiro perante Deus, nós temos que fazer do dinhei­
ro nosso servo, ao invés de ser um servo dele. Para fazer isso, nós
precisamos responder no âmbito pessoal à seguinte pergunta: “Quanto
é su fic ie n te ?” Este não é um “flashback” dos anos 60, onde houve
uma reação entre os “baby-boomers” ao consumismo de seus pais,
mas ao invés disso, é um chamado genuíno para ouvir o coração de
Deus nesta questão e receber a instrução de Sua palavra. A resposta a
esta pergunta não é para estabelecer algumas regras arbitrárias para
tentar frear o consumismo. Ninguém pode respondê-la por você, que
precisa ser capaz de olhar nos olhos do Senhor e dar respostas honestas.
Jesus sabe o que é correto para você, e Ele tem uma opinião sobre
todas as coisas que dizem respeito às suas finanças. Eu (Earl) tenho
visto que a área de consumo pessoal é o último tabu em nossa sociedade
e na igreja, e por esse motivo não é confrontado diretamente. Ninguém
fala a respeito disso, a menos que alguém tenha problemas e entre em
falência. Nesta altura, geralmente, tudo é fofoca. Nossas escolas
ensinam em todas as outras áreas, mas raramente encontramos um
curso básico sobre finanças. Na igreja nós ensinamos a dizimar, ofertar,
semear e colher, e sobre prosperidade, mas deixamos as pessoas sem
instruções sobre como gerenciar seu próprio consumo pessoal. Por
isso, a maioria das pessoas é altamente influenciada pelo espírito de
Mamom e nunca entendem o que está acontecendo com elas a longo prazo.
Pão Para Comer 147

O coração de Deus quer nos abençoar e prover financeira­


mente para que Seu chamado e propósitos sejam realizados em nossas
vidas. Contudo, se nós nunca respondermos por escrito a pergunta:
“Quanto é suficiente?”, então qualquer aumento financeiro que o
Senhor trouxer para nós provavelmente será simplesmente consumi­
do sem pensar ou planejar. O problema da privação não é a indisposi­
ção de Deus em prover a abundância, mas ao invés disso é a nossa
má-vontade em gerenciar, como um mordomo, aquilo que é provido.
0 Senhor está procurando por aqueles que são mordomos fiéis de seu
dinheiro usado para consumo pessoal, a quem Ele pudesse confiar
para gerenciar grandes quantias de finanças liberadas para os
propósitos do Seu Reino. Na parábola em Lucas 16, Jesus fala a res­
peito do gerente/mordomo que foi chamado para prestar contas do
uso dos bens do seu senhor. Vamos analisar esta parábola.

LUCAS 16
1 Disse [Jesus] também aos discípulos, “Havia um homem rico que tinha
um administrador de sua fazenda, e acusações [contra este foram
levados] a ele, que estava desperdiçando os bens do seu senhor.
2 Então ele o chamou e lhe disse, ‘Q ue é isso que estou ouvindo a seu
respeito? Preste contas da sua administração [dos meus negócios],_porque
você não pode continuar sendo o [meu] administrador. ’
3 E o administrador da fazenda disse a si mesmo, Que farei, pois que o
meu senhor está me tirando a administração? Não tenho força para cavar,
e tenho vergonha de mendigar.
4 Já sei o que vou fa^er, para que, quando perder o meu emprego aqui, eles
[que devem ao meu senhor] me recebam em suas casas’.
5 Então chamou cada um dos devedores do seu senhor, e disse ao primeiro,
Quanto você deve ao meu senhor?’
6 Ele disse, ‘Cem potes [quase 4.000 litros] de aceite. ’ Então disse,
Dome a sua conta, sente-se depressa e escreva cinquenta [2.000 litros]’
7 A. seguir ele disse a outro, ‘E você, quanto deve?’ Ele respondeu, ‘Cem
148 Bens, Riquezas & Dinheiro

tonéis [quase 33.000 litros] de trigo1. Ele lhe disse, Tome a sua conta e
escreva oitenta [26.000 litros].’
8 O Senhor [dele] elogiou o administrador desonesto [injusto], porque agiu
astuta e prudentemente; pois os filhos deste mundo são mais astutos e mais
prudentes e mais sábios em [relação a] sua própria geração - isto é, no
trato entre pessoas da mesma idade e classe - do que os filhos da lu%
(Amplificada)
Para nos prepararm os para entender esta parábola, nós preci­
samos observar que Jesus está conversando com seus discípulos e
lhes ensinando. No versículo 14, vemos um grupo de fariseus que
está escutando tudo o que Jesus está dizendo, e isto os está afetando
também. Eles começaram a zombar, ridicularizar e escarnecer d’Ele.
O bviam ente, Jesus está usando a parábola para apontar algumas
ações dos fariseus que estavam erradas.
O gerente ou mordomo do senhor tinha feito um tipo de má
gestão dos negócios do mestre. Existe uma prestação de contas, como
deveria ser o caso, na vida de todos os servos. Parece que o servo
sabia que quando se desse a prestação de contas, ele perdería o seu
em p rego . E le d esen v o lv e então um elem en to da fu nção de
gerenciamento: planejamento. Ele está preocupado com seu futuro,
e usa a sua mente para criar um plano para resolver o seu problema.
Ele calcula a situação, observa que ele tem um problema de saúde
e não pode fazer trabalhos braçais. Seu orgulho se levantou e lhe
disse que seria uma vergonha pedir esmolas. Sua mente cria um plano.
Provérbios 16.9 afirm a que a mente de um homem planeja o seu
caminho, mas o Senhor dirige os passos e os faz certos. E como o
Senhor espera que nós trabalhemos. Contudo, na vida deste servo,
já que ele não tem nenhum relacionamento com o Senhor, ele sim­
plesmente usa sua mente natural e o sistema do mundo para resol­
ver o seu problema.
Seu plano envolve os devedores do mestre. Nos versículos
6 e 7, o servo reduz o débito pertencente ao senhor em 50% e 20%
respectivamente. Se você fosse um dos devedores do mestre, como
Pão Para Comer 14 9

você se sentiría a respeito desta transação e do seu relacionamento


com o gerente? Provavelmente, você estaria agradecido e desejoso de
ajudar o servo em qualquer eventualidade. O servo usou a redução
do débito para comprar favores pessoais.
O senhor estava consciente daquilo que o servo tinha feito,
porque ele o louvou por agir perspicaz e prudentemente (versículo 8).
Por que ele louvaria o servo? Isso parece não fazer sentido. Se eu,
como um homem de negócios, tenho sido roubado por meu gerente,
que, sem autorização, reduziu o débito dos meus credores, eu seria o
úldmo a louvar o servo. Deve haver algo a mais do que vemos nesta
parábola.
Donald K raybill em seu livro inspirador, The Upside-Doivn
Kingdom (O reino de cabeça para baixo)7, ilumina esta parábola, que
explica esse aparente paradoxo da reação do mestre para com a atitu­
de astuta do servo. Kraybill explica a cultura vigente em Israel no
tempo em que Jesus contou esta parábola. Os fariseus, conforme
nós sabemos, eram amantes de dinheiro (verso 14). A lei de Moisés
impôs um impedimento significativo aos fariseus, porque excluiu a
cobrança de juros a irmãos judeus ou a estrangeiros que viviam na
terra. A Lei colocou restrições sobre as atividades financeiras. Isso é
um problema se você é um amante de dinheiro. Os fariseus, sendo
eles mesmos os intérpretes da Lei, buscaram escapatórias e até criaram
algumas para eles mesmos.
Um a desculpa interessante usada pelos fariseus naquela
época, era a chamada “Lei de Necessidade Imediata”. Esta lei funci­
ona da seguinte maneira. Se alguém pegou dinheiro emprestado com
o propósito de suprir necessidades imediatas, tais como folha de pa­
gam ento, desp esas d iárias, etc., quando havia um acordo de
empréstimo nenhum juro poderia ser cobrado. Contudo, se a pessoa
que pegou o dinheiro emprestado o quisesse para um outro propósito
que não fosse o estabelecido, tais como comprar estoques, então os

7 D onald b. Kraybill, The U pside D oivn K ingdom , Revised Ediction 1990, Scottdale, PA
Herald Press, pp. 11 3 -1 1 6
150 Bens, Riquezas & Dinheiro

juros poderíam ser cobrados. A Lei de Moisés não endossava tais formas
de operações. Esta era uma invenção dos fariseus designada para ganhar
dinheiro.
A ssim , os servos, que estavam gerenciando os estoques
dosenhor, o emprestariam aos devedores com juros. Isso era feito,
geralmente, sem o conhecimento do senhor. (Assim, nasceu o primeiro
sistema bancário de reservas fracionais) Já que os fariseus precisavam
de um método para implementar esta lei que os beneficiaria, eles tra­
balhavam em conjunto com os servos que cobrariam juros aos deve­
dores. Os servos coletavam os juros e dividiam com os fariseus uma
parte dos lucros. O servo então seria um dos testas-de-ferro dos
fariseus, que mantinham suas máscaras de religião para esconder a
dominação de Mamom em que eles viviam na realidade.
Quando o senhor foi informado de que o servo estava desper­
diçando seus bens, ele o chamou para a prestação de contas. Na parábola
de Jesus, o servo com medo, devolveu aos devedores os juros. Fazendo
isso, ele estava com prando favores dos devedores para as suas
necessidades futuras. O mestre louvou o servo por fazer o que era
certo em devolver os ganhos ilegais.
Com este entendimento, nós podemos ver porque os fariseus
zombaram e ridicularizaram Jesus quando ele contou esta parábola.
Jesus estava ensinando os Seus discípulos, mas aconteceu de estarem
presentes na pregação daquele dia, servos, senhores e fariseus. Você
pode im aginar o constrangimento dos fariseus quando Jesus expôs
totalmente este sistema de injustiça para os senhores no meio da
multidão, que não tinha nenhum conhecimento desta atividade? Os
fariseus eram supostamente filhos da luz, e Jesus os expôs na frente
dos senhores contando esta parábola. Eles deveríam estar protegendo
o povo através de uma interpretação piedosa da Lei. Ao invés disso,
eles estavam interpretando a Lei de tal forma que pudessem enri­
quecer as custas do povo. Estas ações eram diretamente contrárias
ao coração de Deus para com as pessoas. Estes fariseus que suposta­
mente eram filhos da luz e deveríam estar apoiando o povo contra o
espírito de Mamom, estavam pelo contrário, escravizando as pessoas
Pão Para Comer 151
a ele. Jesus afirma que os filhos deste mundo (neste caso o servo)
agiam mais prudentemente que os filhos da luz (os fariseus). Jesus
tinha exposto seus negócios e eles estavam furiosos.
No versículo 8, Jesus contrasta os filhos deste mundo com os
filhos da luz. A construção do texto grego implica que este contraste
não deveria ser desta forma. Em outras palavras, os filhos da luz pre­
cisam ser tão astutos, prudentes e sábios quanto os filhos deste mun­
do. Quem são os filhos da luz hoje? Nós cristãos, somos os filhos da
luz. Jesus disse: “Vocês são a luz do mundo” (Mateus 5.14).
O servo estava planejando para o futuro, e os filhos da luz
devem fazer o mesmo. Agora o servo estava manipulando com o
dinheiro para comprar um favor, o qual J esus fala mais adiante.

LU CAS 16
9 E Eu lhes digo, Usem o Mammon [isto é, riquezas enganosas,
dinheiro, posses ~
\para ganhar amigos, deforma que, quando ele acabar,
estes [que vocês favoreceram] os recebam nas habitações [moradas]
eternas. (Amplificada)
Se alguém usar ou m anipular dinheiro para comprar favores,
tudo o que receberá é o que Mamom pode prover. Aqueles que se
submetem ao uso do dinheiro desta maneira se submetem também à
influência do espírito de Mamom, que não tem habitações eternas
nos céus! Este fato serve como uma séria advertência para nós. Como
filhos da luz, Deus precisa ser a nossa fonte ao invés de colocarmos
a nossa confiança em nossos empregos, ou investimentos. A Fé de
Pardal, assim constrói a fé em Deus, e trata o medo que o inimigo
tentaria construir em nossas vidas através de circunstâncias adversas.
Uma das conclusões tiradas desta parábola é que precisamos
planejar o futuro de nossa situação financeira. Nós já vimos previa­
mente nos versículos de 10-13 de Lucas 16, previamente onde Jesus
nos disse que a fidelidade no uso adequado do dinheiro é a qualifica­
ção para as riquezas verdadeiras. Se usamos o dinheiro para manipu­
lar ou escravizar pessoas, então somos cúmplices do espírito de
152 Bens, Riquezas & Dinheiro
Mamom, nos desqualificamos como servos dos recursos de Deus.
Precisamos usar o dinheiro para seus propósitos legítimos: comprar e
vender, e para dar e suprir necessidades.

L U C A S 16
11 Portanto, se vocês não provaram serfiéis no [uso do] Mammon ímpio -
as riquezas enganosas, o dinheiro, as possessões - quem lhes confiiará as
verdadeiras riquezas? (Amplificada)
Os tradutores para dar à palavra “verdadeira” um objeto, acres­
centaram a palavra “riquezas”. Nós reconhecemos que quando o in­
justo Mamom está controlando as riquezas e o dinheiro, ele está ten­
tando colocar no coração das pessoas, confiança nas riquezas e no
dinheiro como sua fonte verdadeira. Na realidade, o injusto Mamom,
que neste caso são enganosas riquezas, é falso. O coração de Deus
quer confiar a nós aquilo que é verdadeiro. A verdade principal neste
versículo é que nosso serviço, nosso fiel manuseio das riquezas e do
dinheiro é uma condição para a liberação daquilo que Deus considera
ser verdadeiro.

LUCAS 16
12 E se vocês não provaram ser fiéis em relação ao que é de outro [seja de
Deus ou de homem], quem lhes dará o que é de vocês [isto é, as
riquezas verdadeiras]? (Amplificada)
Deus quer nos dar de Seu armazém da verdade. Nas Escritu­
ras nós descobrimos muito dos atributos verdadeiros de Deus descri­
tos como riquezas.

E FÉ SIO S1
7 Nele temos a redenção [livramento e salvação] pelo seu sangue, a
remissão [perdão] dos pecados [falhas e transgressões], de acordo com
as riquezas e a generosidade do Seu favor gracioso,
8 que Ele derramou sobre nós com toda a sabedoria e entendimento
Pão Para Comer 153
[compreensão prática e prudência]. (Amplificada)
Deus quer que as riquezas de Sua graça (favor gracioso) sejam
nossas. A graça é um presente para nós em Jesus. Ele é cheio de graça e
verdade. Contudo, é preciso ser recebido através Dele, pois é possível
abusar da graça ou rejeitá-la. Se nós aprendermos a ser fiéis naquilo
que pertence a outro, simplesmente gerenciando riquezas e dinheiro
corretamente, administraremos a graça de Deus e o resto das Suas
riquezas verdadeiras da mesma forma. Deus nos ensina sermos fiéis e
bons servos usando coisas reais, físicas (riquezas e dinheiro), que
pertencem a um outro (o sistema do mundo) para nos preparar para
manusear Suas intangíveis, mas não menos reais “riquezas verdadei­
ras”.
Existem outras referências nas Escrituras sobre as riquezas
verdadeiras, tais como riquezas de Sabedoria e Conhecimento, Rique­
zas de Sua bondade, Riquezas de Sua glória e Suas incalculáveis ri­
quezas. Você pode fazer um estudo em sua concordância bíblica da
palavra “riqueza” e pode então aplicar estes significados àquilo que
Deus tem disponível para nós como resultado do manuseio adequa­
do do dinheiro como dito em Lucas 16.11. Permita que tal estudo
reforce e encoraje você a desenvolver o fruto do espírito de fidelidade
e a qualidade de caráter, pela prática de seu serviço nas riquezas e
dinheiro. Assim, para você, Deus pode liberar e confiar aquilo que
Ele considera verdadeiro.
Fechar o Círculo 155

CAPÍTULO 6
FECHAR O CÍRCULO

TO Ã O 4.23-24
ESPÍRITO VERDADE
Fé Romanos 10.17 P a la v ra Fé Lucas 17.5-10
O b e d iê n c ia
GRAÇA
P R IN C ÍP IO S B Á S IC O S
RECO NHECER E REN UN CIAR O
ESPÍRITO D E M AMOM
(L e a ld a d e no co ração so m en te
p a ra co m D eus)
2 C O R Í N T I O S 9 .8 2
ESTABELECER A FÉ DE
E Deus é capaz de fazer com que PARD AL
(D eus é m in h a fonte)
toda a graça (cada favor e bâição
ESTABELECER O DÍZIMO
terrestre) lhes alcance em (S er u m d iz im is ta , n ão a p e n a s
abundância, para que, sempre e em d iz im a r)
todas as circunstâncias, seja qual for 4. TO RN AR-SE UM G EREN TE DE
a necessidade, sejam auto- DEUS
suficientes, possuindo 0 bastante (T o r n a r-s e re sp o n sáv el d ia n te de
para que não tenham necessidade D eu s p a ra a d m in istra r os recurso s
de ajuda ou suporte, e estejam d isp o n ív e is)
FECHAR O CÍRCULO
supridos em abundância para toda 5‘
(Q u anto é su ficien te?)
boa obra e donativo caridoso.
( Amplificada)

A fim de aprender como responder de forma prática, no pa­


pel a pergunta: “Quanto é suficiente”, vamos im aginar um círculo, em
redor de todo o dinheiro que usamos para nosso consumo pessoal.
Enquanto esta questão não é respondida, nossa família viverá com o
que nós chamamos de um “siste m a de círculo ab erto ” . Qualquer
aum ento financeiro que vier a este círculo servirá somente para
156 Bens, Riquezas & Dinheiro
expandi-lo. Se a família já respondeu a esta pergunta viverá com um
“siste m a de círcu lo fe ch ad o ” . Quando o aumento financeiro vier
para esta família, ela orará para descobrir o propósito pelo qual o Se­
nhor
QUANTO É SUFICIENTE?
Círculo Aberto Círculo Fechado

u O
Sempre Expandindo Fixo

o mandou, ao invés de pensar que é para ser usado a fim de aumentar


o círculo de seu consumo pessoal.
A Bíblia Viva em inglês nos dá o embasamento do conceito
de orçamento como sendo um círculo, em Salmos 25.12-13.

SA LM O S 25
12 0 Senhor ensinará pessoalmente o caminho certo ao homem que obedece a
Ele.
13 Tal homem viverá, CERCADO pelas bênçãos do Senhor, e sua família
possuirá a terra. (BV)
Então, quais os tipos de coisas que devem estar inclusas no
círculo? Certamente, nós incluiriamos obrigações e necessidades. E os
desejos? Será que Deus gostaria de nos prover somente as nossas
necessidades ou também os nossos desejos? Será que é legitimo para
um cristão usar o dinheiro para algo que deseje e que não é realmente
uma necessidade, enquanto que pessoas em outras partes do mundo
estão famintas? Nós cremos que é prazer e deleite de Deus prover
Seus filhos com coisas que eles desejam, da mesma forma que qual­
quer pai terreno faria para seus filhos. Contudo, o que e quando incluir
o s
Fechar o Circulo 157
desejos no círculo de consumo precisa ser decidido quando perguntar­
mos ao Senhor sua opinião. Nós incluímos um item determinado em
nosso círculo, porque o Senhor nos diz que é a coisa certa e o tempo
certo para incluí-lo, e não simplesmente porque nós o queremos e
estamos pressionando Deus, como uma criança mimada, para obtê-lo.
Então, devemos incluir dentro deste círculo fechado as nossas
obrigações, necessidades e desejos. Estes mesmos itens podem ser
encontrados em círculos abertos também. Porém, aqueles que vivem
sem um círculo fechado nunca sabem quanto é suficiente, e conse-
qüentemente, quanto mais dinheiro vem a este círculo, mais ele se
expande para absorver as quantias adicionais. O contrário ocorre com
aqueles que têm um círculo fechado, qualquer dinheiro extra não é
absorvido, e pode então ser direcionado para propósitos específicos.
Assim, a fim de responder a pergunta: “Quanto é suficiente”, nós te­
mos de saber quais são no momento as nossas necessidades, obriga­
ções e desejos, e projetar estes itens a curto prazo, como um ano por
exemplo. O sistema do mundo usa o termo “orçamento” para este
conceito. A palavra orçamento gera medo no coração de algumas pes­
soas. Alguns vêem um orçamento como sistema indesejável de con­
trole restritivo sobre suas vidas. Outros o vêem simplesmente como
algo para ser ignorado. Na realidade, um orçamento é simplesmente
um referencial de como usamos o dinheiro no decorrer do tempo. Ele
é uma forma de fazer o dinheiro nos servir, ao invés de nós servirmos
Mamom através do dinheiro.
Agora vamos ver detalhes práticos da criação de um círculo
fechado ou orçamento. Nós precisamos responder por escrito a
pergunta: “Quanto é suficiente?” A fim de entender este processo,
permita-me (Earl) contar a vocês a história de um amigo meu. Nos
anos 70, minha esposa, Dorothy, e eu fomos transferidos pela IBM
Corporation para Lexington, Kentucky. Eu conheci um homem que
durante anos batalhara com seu peso. Ele tinha uma grande estrutura
óssea e poderia suportar bem 86 quilos. Durante o tempo em que eu
estive lá, seu peso tinha subido para mais de 145 quilos. Ele já havia passado
158 Bens, Riquezas & Dinheiro
por isso antes e tinha tentado vários métodos de redução de peso com
sucesso limitado. Um dia meu amigo viu um anúncio no jornal, recru­
tando pessoas com problema de peso para participarem de um estudo
universitário sobre obesidade. Foi prometido aos participantes que este
programa resultaria em perda de peso. Embora estivesse cético, ele deci­
diu tentar mais um programa.
Cada participante, ele e outros 23, recebeu no início da primei­
ra sessão um pequeno livro preto. O objetivo deste livro era manter
um registro de tudo o que ia à boca como comida e bebida, e também
registrar a razão pela qual foi consumido. Meu amigo registrou fielmente
toda a semana em seu livro. No final dela, ele percebeu que algumas
razões eram pouco convincentes, ou ele não tinha nenhuma razão mes­
mo! Na sessão seguinte, ele e todos os participantes leram em alta voz
seus livros. Meu amigo descobriu que ele estava em boa companhia,
pois a maioria dos outros tinham ficado também sem razões. O profes­
sor então coletou os livros e distribuiu pratos e copos amarelos com as
seguintes instruções: 1. Os participantes poderíam comer o que quer
que fosse sua alimentação regular e poderíam repetir uma vez se qui­
sessem 2. Mas, tudo o que eles comessem ou bebessem tinha de ser
comido no prato amarelo ou bebido no copo amarelo. 3. O prato precisa
estar na mesa e com os utensílios adequados. 4. Não era permitido
comer asssistindo TV ou lendo jornal, se estivessem sozinhos.
Meu amigo pensou: “Que tipo de programa é este?” Como al­
guém podería perder peso por continuar a comer qualquer coisa que
queira?” Contudo, ele persistiu e seguiu as regras do programa. A noite,
quando ele normalmente sentava na frente da TV e comia uma sacola
de vários tipos de “besteiras”, ele agora tinha de colocar em um prato e
comer na mesa sem ver TV. À meia-noite quando ele geralmente assal­
tava a geladeira, com a sua luz iluminando sua mão cheia de coisas para
comer, agora ele tinha de sentar à mesa e colocar a comida no prato
amarelo.
Depois de uma semana, ele percebeu que este procedimento
era desagradável, ou como ele o descreveu: “um incômodo”. Contudo,
ele perseverou e em seu relatório semanal com o grupo descobriu que
Fechar o Círculo 159

alguma coisa surpreendente estava acontencendo. Ele estava perden­


do peso. Este processo causou um corte de toda a com ida não
planejada. Era simplesmente inconveniente demais assaltar a geladei­
ra de noite, e ele tinha parado de lanchar na frente da televisão. Seu
peso começou a diminuir de 2 a 3 quilos por semana! Durante os
meses em que ele continuou, diminuiu seu peso para 86 quilos usando
um prato e um copo amarelo! Eu nunca me esqueci desta história, e
vi imediatamente a aplicação na área financeira. Um orçamento pode
ser como um prato e um copo amarelo para os nossos gastos. Ele
pode eliminar todos os gastos não planejados.
No estabelecimento de um círculo fechado, seguiremos um
procedimento similar ao programa de perda de peso que meu amigo
seguiu.
O p rim eiro p asso é você mesmo arrum ar “um pequeno li­
vro preto”, no qual você anotará todas as suas despesas durante pelo
menos três meses. Você pode gastar o que quer que seja, mas precisa
estar registrado por categoria no livro preto. Não pode haver nenhu­
ma falha; todas as despesas precisam ser contabilizadas. Isto inclui
todos os pequenos gastos em dinheiro. Você talvez precise pedir as
notas fiscais, pois elas estão disponíveis. Eu tenho um ditado para
quando você abrir sua carteira: “Saída de dinheiro - entrada de reci­
bo”. Se a loja não der automaticamente a nota fiscal, peça uma! Fa­
zendo isso, você está desenvolvendo fidelidade no “pouco”. Quando
você pagar com cheque, use sempre o ‘canhoto do cheque’ para
registrar o número do cheque, beneficiário, e a quantia. Se você usa
cartão de débito para retirada de sua conta bancária, registre no m es­
mo canhoto. Se você usa cartão de crédito, guarde os canhotos e con­
fira com a fatura. Cada noite quando você chegar em casa, você preci­
sa registrar cuidadosamente todas as despesas daquele dia em seu li­
vro de registro.
Um livro excelente que recomendamos para registro e estabeleci­
mento de um orçamento é chamado “God’s Manageí\Gerente de Deus)8de
Ray e Lillian Bair, publicado por Herald Press em Scottsdale, PA.,
8 Ray and Lilian Bair, God's M anagers, Herald Press, Scottdale, PA, 1985
160 Bens, Riquezas & Dinheiro
15863 USA. ISBN 0-8361-3406-0. Este livro vem com todas as pági­
nas de registros necessárias para 12 meses e o texto descreve como
utilizá-lo. (veja Apêndice 1 para mais detalhes). Existem também al­
guns bons program as de com putador com o o “Q uicken”, ou
“Microsoft Money” disponíveis para orçamento e registro financeiro.
Contudo, recomendaríamos que você usasse inicialmente o registro
manual do livro “God’s Managers, ” (Gerentes de Deus) já que ele con­
tém categorias apropriadas e ajudará você a estruturar o dízimo do
Senhor e suas ofertas.
Em todo caso, o processo de registro no livro ou computador
deve ser feito diariam ente, se possível, mas certam ente em um
intervaloMão maior que uma semana, pois de outra forma você pode
esquecer qual o propósito específico das notas fiscais. No livro de
orçamento “God’s M anagers”, existem linhas horizontais para as en­
tradas diárias e colunas verticais para as categorias específicas. Nós
listarem os abaixo as categorias principais, para que você possa
visualizá-las. Uma amostra de parte do livro está no Apêndice.
1. Primícias - dízimos e ofertas (dar)
2. Poupança e investimentos - Poupar para desejos específicos, pro­
pósitos do Reino, Seguro de vida, etc.
3. Alimentação - Todos os tipos de comida, poderia incluir jantar
fora: alguns incluem isto como recreação.
4. Itens domésticos - Limpeza pessoal, produtos de limpeza, itens
gerais não comestíveis.
5. M oradia - aluguel, prestação do financiamento, utilidades, seguro.
6. Vestimenta - todos os itens que você veste, lavagem a seco.
7. Transporte - pagamento do carro, combustível, reparos, seguros,
pedágios, estacionamentos, etc.
8. Educação - mensalidades, livros, fitas, aulas, material escolar, etc.
9. Assistência m édica e dentária - plano de saúde, remédios, supri­
mentos, gastos pessoais.
10. Recreação - assinaturas, hobbys, férias, livros.
11. Ajuda de custo - dinheiro pessoal na carteira.
12. Presentes - Aniversários, Natal, outros presentes.
Fechar o Circulo 161
13. Diversos - Artigos de papelaria, selos, cortes de cabelo, taxas
bancárias, etc.
14. Impostos - Todas as deduções do contra-cheque.
15. Coluna em branco para uso exclusivo como por exemplo pagar
dívidas.
16. Coluna em branco para uso como no 15.
17. Totais.
O segundo passo é somar cada coluna no final do mês e
registrar a quantia total na linha apropriada. Quando todas as somas
são completadas, então um total geral é obtido. Os totais mensais são
inscritos em uma página de sumário mostrando os totais por colunas
e o total geral. No final do terceiro mês, teremos dados suficientes
para fechar o círculo e criar um orçamento.
O terceiro passo é juntar todas as fontes de entrada e registrar
os dados, fontes e quantidades. A quantia bruta de todos os contra­
cheques devem ser inscritas, e as deduções descontadas, entram na
coluna de despesas chamada ‘im posto’. Existe uma página separada
para controle de suas entradas mensalmente durante um período de
12 meses. (Veja o Apêndice no final do livro). E importante que você
saiba todas as suas fontes de entrada, para que o seu dízimo possa ser
corretamente calculado da entrada bruta.
O quarto passo é determinar quais são os desejos materiais
em sua vida. Eu sugiro que você faça uma lista de todas as coisas
materiais que você, sua esposa e familiares desejam. Você pode incluir
também presentes com os quais você deseje abençoar outros. Ponha
um cifrão em cada item e priorize a lista. Tenha esta lista pronta para
o passo número seis.
O quinto passo é determinar quais colunas em sua situação
particular se alinham nas categorias de Obrigações, Necessidades e
Desejos. Cada coluna pode se alinhar inteiramente a uma categoria ou
pode consistir de mais de uma categoria de despesas. Cada pessoa ou
família pode ter itens diferentes que são Obrigações para ela.
O sexto passo é se preparar para fechar o círculo. Após três
162 Bens, Riquezas & Dinheiro
meses anotando suas despesas, você terá na página sumário, três nú­
meros em cada coluna e destes, você pode tirar a média dos três
meses. Deus tem princípios e opiniões sobre tudo o que diz respeito
às nossas vidas. Ele está muitíssimo interessado em nossas finanças.
Agora, tendo um registro de nossas despesas passadas, nós podemos
lhe perguntar a respeito dos números que atualmente deveriamos
usar em cada coluna m ensal. Sim plesm ente pergunte ao Senhor:
“Esse número é muito alto, muito baixo ou correto?” Algumas pessoas
têm lidado com medo ou culpa vindo de seu passado quando oram
sobre esta área. Alguns podem ser excessivamente econômicos e ter
uma mentalidade de pobreza devido a uma falta contínua na infância.
Outros podem experimentar culpa como o resultado de um gasto
desenfreado e agora têm medo da punição de Deus! Ao orarmos,
precisamos reconhecer que Deus nos ama, sabe o que é o melhor
para nós, e que Ele simplesmente deseja falar conosco.
Se você é casado, é importante que o marido e a esposa bus­
quem ao Senhor juntos, e entrem em acordo sobre a quantia para cada
coluna. Se você é solteiro, nós encorajaríamos você a ter um amigo de
confiança com o qual pediríam ao Senhor Sua direção para a quantia
adequada para cada coluna. Você pode também desejar passar por
este processo com um pequeno grupo, no qual prestam-se contas uns
aos outros. Inevitavelmente, haverá uma guerra espiritual quando você
se esforçar em fazer isto. Alguns conflitos podem surgir do egoísmo
de cada um dos cônjuges, já que através deste processo você estará
derrubando uma grande fortaleza estabelecida por Mamom em sua
vida, espere que este espírito faça uma resistência poderosa ao fecha­
mento do círculo.
Contudo, persevere diante do inim igo. Eu (Earl) tenho tra­
balhado com m uitas pessoas, casadas e solteiras, neste ponto de
fechar o círculo. N este trabalho, tenho reconhecido que existiam
fortalezas nos corações e m entes destas pessoas, de medo, culpa,
vergonha e m uitas outras questões em ocionais não resolvidas,
originadas das experiências passadas em relação a finanças, este
exercício freqüentem ente os traz à tona. Se você descobrir algo
Fechar o Círculo 163
semelhante acontecendo com você, não se desencoraje. Simplesmente
busque a Deus, em oração, e busque ajuda, se necessário. Você está
entrando no território de Mamom e o inimigo não quer você livre de
seu controle na área financeira. Nós infligimos sérios danos ao inimigo
quando nossas finanças entram em ordem e a abundância financeira
começa em nossas vidas. Isso mudará o dinheiro do sistema do mundo
para o Reino de Deus, para ser usado para os Seus propósitos de
expansão do Seu Reino na vida das pessoas.
Algumas colunas, ou parte das colunas, são obrigações fixas.
Estes números são coisas não opcionais como prestação da casa, segu­
ros, aluguéis, arrendamento ou prestação de carro. São exemplos de
obrigações fixas, não variam, e portanto, não podem ser mudadas a
curto prazo. Necessidades e desejos muitas vezes são variáveis. Há
formas de economizar reduzindo na quantidade e o local de compra
de produtos. A quantia nestas colunas deve ser orada para determinar
a opinião do Senhor em cada categoria. Depois, a lista dos desejos que
você preparou no passo quatro, deve-se orar sobre ela e perguntar quais
itens devem ser incluídos no seu círculo neste momento. Reconheça
que a prioridade do Senhor pode ser diferente da nossa! As despesas
anuais destes itens da lista dos desejos que você sabe que Deus tem
liberado para incluir no orçamento, é dividida por 12 e inserida na
coluna de poupanças /investimentos. Cada mês, o dinheiro é separado
para estes fins e o item só é comprado quando a quantia total necessária
for acumulada. As poupanças podem ser para repor itens depreciados,
como eletrodomésticos ou carros. Existem poupanças específicas para
abençoar pessoas, através de ofertas, como o Senhor o instruir a fazer.
Se você está devendo, então em sua coluna de débito, a qual é uma
obrigação, precisa incluir dinheiro para pagamento de cada débito men­
salmente. Para mais discussão sobre débito veja capítulo 7.
Quando você tem uma quantia em concordância com o Senhor
para cada coluna, que Ele aprovou, você pode obter um total geral de
todas as colunas. Você agora tem um círculo fechado e tem respondido
a questão: “Quanto é suficiente?” No apêndice, você descobrirá
164 Bens, Riquezas & Dinheiro
porcentagens sugeridas para as despesas totais, para serem usadas como
um guia para cada categoria principal. O guia pode ser útil se você nun­
ca teve um orçamento antes e não está familiarizado com a classifica­
ção da distribuição de despesas.
Eu tenho certeza que a próxima pergunta é: “O círculo nunca
muda de tamanho?” Podem haver alguns ajustes entre as colunas con­
forme você usar o sistema de orçamento. O círculo deve ser revisado
pelo menos uma vez ao ano, ou quando as circunstâncias mudarem.
Um exemplo de tal mudança seria, de solteiro para casado, nascimento
de filhos, responsabilidade para com outros membros da família, deslo­
camento para uma outra parte do país onde o custo de vida é diferente,
uma mudança para outro país, ou qualquer outra situação que gerasse
uma mudança significativa nas despesas. O tamanho do orçamento re­
fletirá siua situação particular e temporada da vida. A última temporada
da vida é quando a família cresceu e saiu de casa, o que reduziría o
tamanho do círculo e geraria aumento na abundância para os propósi­
tos do Reino.
Eu tenho certeza de que agora você pode ver porque ninguém
pode responder por você esta questão: “Quanto é suficiente?” O tama­
nho do seu círculo não é um problema para Deus. Ele apenas quer de
você uma resposta honesta. Você sabe quanto é suficiente? Esta é
uma questão de confiança. O coração de Deus quer colocar dinheiro
nas nossas mãos, fazendo fluir como se fosse um canal para os Seus
propósitos no mundo. O sistema financeiro de cada família pode ser
comparado com um gasoduto através do qual recursos fluem para o
Reino de Deus. Muitos gasodutos estão entupidos, e outros têm buracos
enormes no cano, devido a um círculo aberto de consumo pessoal
daquela família. O espírito de Mamom busca convencer os crentes de
que um orçamento é limitador e controlador demais. Na realidade, ter
um círculo fechado é libertador. Sem um círculo fechado, o dinheiro se
torna seu senhor e você é um escravo. Assim, a liberdade vem quando
o seu círculo é fechado. Você decide onde usar o seu dinheiro e este se
torna seu servo. Você então sabe onde seu dinheiro está e o que ele
está fazendo o tempo inteiro! O dinheiro serve você e não o contrário.
Fechar o Circulo 165
Quando o seu círculo é fechado, você tem flexibilidade den­
tro de seu próprio círculo. Se você precisar de mais dinheiro por exem­
plo, na coluna de comida em um determinado mês, você decide dimi­
nuir as despesas em uma outra coluna por uma semana e utilizar o
dinheiro para comida. No fim do mês quando somar tudo, sua coluna
do total estará acima do orçamento em comida, mas abaixo do orça­
mento em outras colunas. Contudo, o total geral permanece o mesmo
e está dentro do orçamento total. Assim, dentro da parte de necessi­
dades e desejos do orçamento, o dinheiro pode ser remanejado, mas o
total geral não pode ser violado. Se o Senhor instruir você a dar mais
do que você tem planejado no seu círculo de dar, então você tem a
alegria de fazer do dinheiro o seu servo. Você decide cortar certas
despesas daquele mês, ou adiar a compra de alguns itens desejados,
e então se tornar capaz de abençoar outros e ao coração de Deus
com suas economias. Sua conta Tesouros no Céu está debitada, e
Deus se deleitará em torná-la a você de forma multiplicada!
O sétim o p asso é comparar sua renda total com o total de
despesas do orçamento fechado. Existem três coisas que podem sur­
gir desta comparação:
1. A entrada é m enor do que as despesas.
2. A entrada é igual às despesas.
3. A entrada é m aior do que as despesas.
O dinheiro precisa ser priorizado e gasto na seqüência de
Obrigações, Necessidades e Desejos, independente do quadro que
você encontrar, como um resultado desta comparação. No primeiro
caso, pode ser que não exista nenhum dinheiro para desejos e somente
para algumas necessidades. Não se desespere, essa é a hora de se
animar, pois Deus está de acordo com suas despesas. Agora a fé
pode surgir em seu coração para crer cm Deus para aumentar sua
renda! Deus tem formas criativas de colocar mais finanças nas suas
mãos, quando você tem um orçamento fechado e Ele está de acordo
com o seu propósito para o uso do dinheiro. Nós encorajamos você a
monitorar os seus gastos no meio de cada mês e compará-lo com o
seu orçamento em cada coluna. Se você perceber antecipadam ente
166 Bens, Riquezas & Dinheiro
que existe uma demanda m aior naquele mês em alguma coluna, pode
então tomar a decisão de reduzir, antes do fim do mês, os gastos em
uma determ inada categoria redirecionando o dinheiro de um atributo
para outro. E no fim do mês, você pode estar acima do orçamento
em uma determinada categoria, mas abaixo em outras, então ainda
estará dentro do orçamento total. Fazendo isso, está fazendo suas
finanças trabalharem para você.
Se você tem feito depósitos durante os anos no seu Tesouro
no Céu, você pode crer em Deus para liberar de sua conta. Esta libe­
ração pode vir de diferentes formas. O Senhor pode influenciar o seu
patrão a dar a você um aumento. Ele pode dar a você uma idéia cria­
tiva que resultará em uma nova fonte de rendas. Ele pode fazer com
que investimentos antigos frutifiquem. Pode ser um tempo de receber
hora-extra, que permitirão que seu débito seja liquidado, e o dinheiro
que você gastava m ensalmente para pagá-lo esteja disponível para
outros usos. Pode haver uma entrevista com alguém que resulte em
uma mudança de emprego, carreira, ou pode abrir uma nova oportu­
nidade de investimento.
O segredo é fechar o círculo, para que a sua fidelidade de­
monstrada, traga m aior liberação de finanças. O fator da confiança
está sendo estabelecido entre você e Deus em relação ao uso do di­
nheiro, e o espírito de M amom está sendo derrotado em sua m ente e
coração, sobre as questões de consumo. Conforme sua renda se torna
igual à sua despesa, não pare em sua fé. O propósito de Deus é que
você cresça financeiramente além de suas despesas. Cooperando com
Deus neste processo, você terá abundância financeira.
A abundância ocorre conforme você mantém suas despesas
dentro dos limites do orçamento que foi estabelecido, e tomando deci­
sões sobre o destino do seu dinheiro a fim de permanecer dentro da
quantia do orçamento fechado. Como o apóstolo Paulo nos diz em 2
Coríntios 9: “Deus é poderoso para fazer Sua graça abundar em vocês”,
a qual resultará em mais dinheiro do que o nosso círculo fechado ne­
cessita. Deus tem um propósito para abundância; o propósito do Rei­
no! Ele pode colocar em seu coração projetos do Reino através da
Fechar o Circulo 167
igreja local, ou organizações missionárias. Ele pode mandar, você m es­
mo, em uma tarefa missionária e Ele providenciar o financiamento de
tudo isto.
Pode existir um período no qual Deus dirigirá você para usar a
abundância para redução rápida de seu débito de consumo. Deus nos
quer livre de dívidas para que não sejamos impedidos de servi-lo por
obrigações excessivas e pagamentos de juros. Nosso ponto de refe­
rência é o orçamento fechado. O seu objetivo é que saibamos onde o
nosso dinheiro está sendo gasto e que tomemos as decisões em relação
a ele, ao invés de sermos dirigidos por Mamom através de sua falta,
ou consumo descontrolado, que resulta em dívidas.
Existem áreas de despesas das quais gostaríamos de falar agora.
A primeira é a área de poupanças e investimentos. Poupanças neces­
sitam de um propósito específico. Deus não planejou que simples­
mente acumulássemos recursos “para um dia difícil”. Poupar precisa
estar destinado a um propósito específico. É legítimo poupar para
algo destinado à sua lista de desejos, como já foi mencionado. Talvez
você tenha um emprego que é pago por comissões e sua renda mensal
é irregular. Neste caso, a poupança pode ser simplesmente dinheiro o
qual tenha o objetivo de estabilizar o seu caixa por um certo período
de tempo. Se a poupança não tem finalidade específica, podemos ser
facilmente influenciados pelo espírito de Mamom para confiar nela
como fonte para “um dia difícil”. E difícil diferenciar quando confiamos
em nosso “pé-de-meia” ao invés de confiarmos no Senhor como nossa
fonte de provisão. Ter uma razão por escrito para poupar nos ajuda a
sermos honestos com Deus, que não confiamos em nossa própria
po upança. Se descobrim o s que estam os confiand o em nossas
poupanças, podemos nos arrepender e especificá-la adequadamente.
V am os ag o ra c o n sid e ra r os o b je tiv o s e fu n çõ es dos
investimentos.O objetivo dos investimentos é gerar dinheiro que tra­
balhe para nós na criação de riquezas. O dinheiro pode ser colocado
em investimentos que são oferecidos pelo sistema do mundo, tais como
ações, títulos, fundos, etc. Os objetivos dos nossos investimentos
168 Bens, Riquezas &D inheiro

também precisam ser identificados pela mesma razão mencionada em


relação às poupanças. Alguns podem ser identificados para o aum en­
to dos frutos da justiça (veja capítulo 8). Outros fundos podem ser
separados para a obra do Reino, para estarem disponíveis quando o
Senhor os pedir. Nós vemos um exemplo de bens que estavam dispo­
níveis ao Senhor quando Ele os pediu em Mateus 21.

M AT E U S 2 1
1 Quando se aproximaram de Jerusalém e tinha chegado a Belfagé, ao Monte
das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos,
2 dizendo-lhes, Vão à aldeia que está diante de vocês, e logo encontrarão
uma jumenta amarrada, com um jumentinho ao lado; desamarrem-nos e
tragam-nos para Mim.
3 Se alguém lhes disser alguma coisa, respondam-lhe, o Senhor precisa deles,
e logo os deixará ir. (Amplificada)
O proprietário destes animais aparentemente entendeu que
eles estavam disponíveis para o Senhor com um propósito específico.
Deus colocará em seu coração a certeza de que certos investimentos
são para o propósito do Reino. Quando o Senhor os pedir, você sabe­
rá como liberar os fundos para o Seu propósito. Estes fundos poderi-
am ser reservados numa conta chamada “o Senhor necessita!” Podem
haver fundos que objetivam a semeadura e a colheita no Reino, os
quais você semeará para um ministério do Reino ou projetos e crê
que Deus retornará m ultiplicado para um propósito maior no Reino.
(Veja o Capítulo 9 para maiores esclarecimentos)
Vamos agora com partilhar alguns pensamentos que podem
ajudar na área de compras e vendas, versus dar e receber. Eu (Earl)
ajudei a uma pessoa da JO C U M a estabelecer o seu círculo fechado,
no qual, ela tinha colocado algum dinheiro mensal na conta da poupança
para ser usado na compra de uma máquina fotográfica. Ela planejou
comprar a m áquina quando a quantia alcançasse a quantidade de 250
dólares, o seu preço. Conform e a quantia se aproximava, esta pessoa
orou, para confirm ar com o Senhor se ela deveria comprá-la agora.
Fechar o Circulo 169
Contudo, mesmo que ela tivesse agora, o dinheiro, ela sentiu de Deus
que era para esperar mais até fazer esta compra.
Duas semanas depois, um homem entrou no escritório da
JO CU M segurando uma bolsa de equipamento fotográfico, a qual ele
desejava doar ao ministério. Ele me perguntou se eu conhecia alguém
em nosso ministério que necessitasse de uma câmera. Eu levei este
homem até aquela moça. Ela recebeu a bolsa da m áquina e viu que
todo o equipamento valia mais que 750 dólares. Ela agora tinha uma
máquina muito melhor e mais cara do que a de 250 dólares que ela
pretendia comprar, e ainda tinha o dinheiro que havia sido poupado!
Quando ela orou a respeito do dinheiro, o Senhor lhe disse para dá-lo
a uma outra pessoa que estava crendo em Deus para uma liberação
financeira para um outro propósito. Veja como as finanças do Reino
funcionaram nesta transação.
O homem que deu a m áquina tinha feito um depósito em sua
conta Tesouros no Céu no valor de 750 dólares. A moça recebeu a
máquina que valia três vezes mais o valor que ela estava poupando.
Assim sua doação do dinheiro poupado foi depositada na conta Te­
souros no Céu, na quantia de 250 dólares. Esta conta foi m ultiplican­
do, pronta para suprir seu círculo fechado no futuro. Agora compare.
Se esta transação tivesse sido feita no sistema do mundo, ela teria ido
à loja de máquinas fotográficas e colocado os 250 dólares no guichê, e
recebido uma máquina por aquele valor. Transação completa.
Em vez disso, 1000 dólares foram depositados na conta do
Tesouros no Céu de cristãos sendo multiplicados para que retornassem
a eles no futuro. Assim, existe uma multiplicação no dar e receber que
não ocorre no comprar e vender. Esse é o mecanismo das finanças do
Reino. Comprar e vender não é errado, mas D eus pode ter propósitos
mais elevados para serem atingidos nestes tipos de transações através
do dar e receber. A moral é: não fique com pressa para comprar as
coisas, mesmo quando você tem o dinheiro. Pergunte ao Senhor!
Encare Suas Dívidas 171

CAPÍTULO 7
ENCARE SUAS DÍVIDAS

T O Â O 4 .2 3 - 2 4

ESPÍRITO VERDADE
Fé Romanos 10.17 Fé Lucas 17.5-10
P a la v ra O b e d iê n c ia

GRAÇA P R IN C ÍP IO S B Á S IC O S
1. RECONHECER E RENUNCIAR O
ESPÍRITO DE MAMOM
(L e a ld a d e no co ração so m en te
p a r a co m D eu s)
2. ESTABELECER A FÉ DE
2 C O R ÍN T IO S 9.8 PARDAL
(D eu s é m in h a fonte)
E Deus é capaz de fazer oom que
3. ESTABELECER O DÍZIMO
toda a graça (cada favor e bênção (S er u m d iz im is ta , n ão a p e n a s
terrestre) lhes alcance em d iz im a r)
abundância, para que, sempre e em 4. TORNAR-SE UM GERENTE DE
todas as circunstâncias, seja qual for DEUS
a necessidade, sejam auto- ( T o rn a r-se re sp o n sáv el d ia n te de
suficientes, possuindo o bastante D eu s p a ra a d m in is tra r os re cu rso s
para que não tenham necessidade d isp o n ív e is)
5. FECHAR O CÍRCULO
de ajuda ou suporte, e estejam
(Q u an to é s u fic ie n te ?)
supridos em abundância para toda
6. ENCARE SUAS DÍVIDAS
boaobrae donativp caridoso. (R e c o n h e c e r e p a g a r
(Amplificada) a d e q u a d a m e n te to d as a s d iv id a s)

Antes de continuarm os a falar a respeito dos cinco usos


bíblicos do dinheiro em 2 Coríntios 9, vamos falar neste capítulo so­
bre dívidas. A sociedade ocidental está cheia de dívidas. As pessoas de
nossa geração parecem estar bêbadas e consumidas pelas dívidas. A
172 Bens, Riquezas & Dinheiro
maioria das pessoas atualmente acha norm al viver com grandes dívi­
das de consumo, empresarial e nacional. Contudo nós não cremos
que isso seja normal. E apenas comum. Comum não é necessaria­
mente normal.
Nem sempre foi assim nos Estados Unidos, e nem em qual­
q u e r o u tro p aís o c id e n ta l. Os E stad o s U n id o s le v a ram
aproximadamente 200 anos, de 1776 a 1980, para acumular o primeiro
trilhão de dólares de dívida nacional. Quanto tempo você acha foi
necessário para dobrar isso e acumular o segundo trilhão? Os Estados
Unidos foram capazes de realizar isso em apenas seis anos. Em 1986
atingiram o segundo trilhão de dívidas. Por volta de 1990 eles tinham
acumulado o terceiro trilhão de dólares de dívidas e por volta de 1994
estavam há mais de cinco trilhões de dólares em dívidas. Na virada do
milênio a dívida nacional estava em excesso de oito trilhões de dólares.
Uma pessoa não precisa ser um economista ou um matemático para
entender que qualquer indivíduo ou unidade econômica que continue
a gastar mais recurso do que gera, eventuralmente quebrará.
Depois de uma palestra por um professor universitário de eco­
nomia, um velho fazendeiro foi questionado se havia entendido os
conceitos explicados na palestra do professor. O velho fazendeiro res­
pondeu: “Sim, senhor. Eu entendi claramente. O professor disse: ‘Se
su a s a íd a ex ced er s u a e n tra d a , su a m an u te n ç ão será su a ru ín a ” .
Isso é muito simples, certo? Aparentemente não, para muitas famílias,
empresas e nações.
O profeta Ageu falou deste problema.

AGEU1
5 Agora, assim diz o Senhor dos Exércitos: “vejam aonde os seus caminhos
os levaram.
6 Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Vocês comem, mas não se
fartam. Bebem e não se satisfazem. Vestem-se, mas não se aquecem. Aquele
que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada. ”
Encare Suas Dívidas 173
7 Assim di% o Senhor dos Exércitos: ‘Vejam aonde os seus caminhos os
levaram!” (NVI)
Muitos que lêem esta escritura sentem que essa é a história
de suas vidas. Eles nunca têm o suficiente. E como se a bolsa na
qual todo o seu dinheiro é colocado esteja cheia de buracos. Tudo
escapa tão rapidamente quanto é colocado. O Senhor nos encoraja a
considerar os nossos caminhos. A m aioria das pessoas antes de tudo
checam sua conduta para ver se tudo o que fizeram é certo. Elas
então checam se a sua motivação é correta. Se elas acham que o que
estão fazendo é certo, e o motivo é correto, elas geralmente concluem
que tudo está bem. Contudo, o Senhor nesta passagem nos mostra
outra área para se considerar, os caminhos. “ C o n sid ere os seu s
cam in h o s”, diz o Senhor.
Prosperidade, provisão e liberdade das dívidas é a ordem do
Reino nas finanças de todas as pessoas. Dívidas não planejadas indi­
cam uma falta de comunicação entre o devedor e o seu Deus como
provedor. Elas, por definição, são falhas no cumprimento da ordem
do Reino de Deus na vida do crente. A ordem e a autoridade de
Deus refletidas nas finanças de um indivíduo demonstrarão que a
provisão será suficiente para suprir cada necessidade no tempo
apropriado. M uitas vezes nem o que fazem os é errado, nem os
motivos, mas sim a forma ou o tempo de fazê-lo. Nós fazemos a
coisa certa com o motivo certo, mas no tempo errado ou da forma
errada. Cremos que o meio que muitas pessoas usam as dívidas é
uma destas formas destrutivas.
Muitas pessoas nunca param para realmente examinar o custo
total de um item comprado a crédito. Aqui está um fato que chocaria
e horrorizaria a maioria das pessoas. Qual a porcentagem da renda de
toda a vida de uma pessoa que você acha que seria gasta no pagamen­
to de juros de dívidas? A média norte-americana ganhará entre um e
cinco milhões de dólares no decorrer de sua carreira entre as idades
de vinte e sessenta e cinco anos. A m a io ria d e stas p e sso as g a sta rá
entre m etad e e dois terços d a re n d a de to d a su a v id a servindo
su as d ív id as. Quem em sã consciência começaria sua carreira com o
174 Bens, Riquezas & Dinheiro
propósito de gastar de 50% a 67% do salário de toda sua vida em
juros e servindo às dívidas?
Com este tipo de dinheiro sendo entregue a banqueiros, com ­
panhias de financiamento e companhias de cartão de crédito, você
pode ver o corpo de Cristo, como um todo, sendo roubado? Imagine
o que nós poderiamos fazer, se apenas a metade deste dinheiro que
está sendo pago em juros fosse redirecionado para o Reino de Deus.
Quanto do dinheiro que você paga de juros você acha que voltaria
para o Reino de Deus para ser usado no trabalho do Reino? Por que
isto acontece? Eu creio que a principal razão de tanto de nossa renda
estar direcionada para pagar juros, é que não temos realm ente
pensado sobre como gastamos nosso dinheiro.
Conforme falarmos sobre dívidas neste capítulo, gostaríamos
de primeiro identificar quatro tipos diferentes de dívidas: 1) dívidas
de consumo, 2) dívida de hipoteca, 3) dívida de negócios, e 4) dívidas
de in vestim en to s. E stá além da ab ran gên cia deste livro falar
adequadamente sobre dívidas de negócios e investimentos. Aqui es­
tarem os discu tin d o p rin cip alm en te as d ív id as de consum o e,
superficialm ente, dívidas de financiam ento. Isto nos leva a um a
questão óbvia. Todo o d éb ito é errad o ? Claro que não. Contrair
dívidas não é pecaminoso em si mesmo, como alguém pode pensar,
mas freqüentemente é apenas uma imprudência. Em certos casos,
contrair dívidas é pecado, e é chamado pela Bíblia de iniqüidade.
Nós iremos falar a respeito disto posteriorm ente neste capítulo. A
não ser que especifiquemos, daqui em diante quando falarmos sobre
dívidas, estamos falando sobre dívidas pessoais de consumo.
Porque tudo na sociedade ocidental é vendido em pagamentos
semanais ou mensais, a m aioria das pessoas não pára para pensar a
respeito do custo total de algumas compras que fazem. Elas raramente
param para perguntar: “Q uanto eu realm ente estou pagando por
isso? Eu estou com prando algo que foi anunciado que custa m il
reais, mas se eu com prar a prazo, quanto eu vou pagar m esm o por
isto ?” Freqüentem ente, você pagará até duas vezes mais quando se
incluem os juros. Assim, você pode pagar R$ 1.500 ou R$ 2.000 por
Encare Suas Dividas 175
algo que custa R$1.000. Se a pessoa realmente pensasse nisso com
antecedência, poucos escolheriam pagar o dobro por algo. O proble­
ma é que a maioria das pessoas não pensa nisto com antecedência.
Quando retornamos às Escrituras em Ageu 1.5, podemos ver
que o buraco nas bolsas de muitas pessoas é o juro que pagam em
todas as coisas que têm comprado. Deus nos chama para considerar
nossos caminhos. Será que esse é o caminho certo?
Por exemplo, se você fosse comprar uma casa de R$ 100.000
com um financiamento de trinta anos, a oito e meio por cento de
juros, qual seria o total que você pagaria no decorrer destes trinta
anos? O total seria aproximadamente R$ 275.000. Se alguém fosse
somar os impostos pagos dos R$ 275.000 ao total de nossos ganhos
deveria estar em torno de de R$ 400.000 a fim de pagar uma casa que
vale R$ 100.000. Quantas pessoas fariam isso se realmente pensassem
antecipadamente no custo total desta casa? Muitas pessoas não po­
dem ver nenhuma outra forma de fazer a compra. É por isso que
Ageu nos diz para considerar nossos caminhos.
Eu creio que para algumas pessoas, a fortaleza em relação às
dívidas que o espírito de Mamom tem estabelecido em suas mentes é
hereditária. Esta é a forma que seus pais e talvez mesmo os seus avós
tem pensado e conduzido seus negócios financeiros. Provérbios 22.6
nos diz: “Ensina o menino no caminho em que deve andar, e quando
envelhecer não se apartará dele.” M uitas pessoas vêem seus próprios
pais, e têm sido criados de forma que contraiam dívidas, e na idade
adulta eles não se apartam destes caminhos, pois não conhecem outro.
Eu creio que m uitas pessoas estão sendo enganadas quando
contraem dívidas. Vamos ver G ênesis 3.13. Esta passagem conta a
história de Adão e Eva no Jardim do Éden. D epois que o homem e
a m ulher tom aram do fruto da árvore do conhecim ento do bem e
do m al, D eus confrontou a m ulher: “E o Senhor D eus disse à
m ulher: ‘O que é isso que você fez?’ E a m ulher disse: “A serpente
me enganou, e eu com i” . (G ên esis 3.13) Eu quero observar a
17 6 Bens, Riquezas & Dinheiro
palavra hebraica traduzida nesta passagem “enganada” ou “trapacea­
da”. Esta é a palavra hebraica ‘N asha”, a qual na realidade é um
homônimo no hebraico. Nasha tem dois significados. Um significado
é enganado ou trapaceado, enquanto que o outro é emprestar com
juros.9
Então o que a serpente fez na verdade com Eva? Ela a atraiu
para uma dívida espiritual, a qual os juros cresciam tão rapidamente,
que ela nunca alcançaria nem quitaria por toda sua vida. Foi necessá­
rio que o próprio Senhor Todo-Poderoso encarnado no Senhor Jesus
Cristo, pagasse a dívida de Adão e Eva. Não havia nenhuma forma
de ela e nem de ninguém no planeta Terra pagar os juros da dívida
que ela contraiu através deste engano e fraude. Não é interessante
que a m esm a palavra h ebraica usada para fraude é usada para
emprestar dinheiro com juros? Por que tantas pessoas se dispõem a
comprar todos os tipos de coisas a prazo? Nós cremos que é o mesmo
espírito enganoso trabalhando na vida das pessoas hoje.
Quando as pessoas são escravas do espírito de M amom, elas
não pensam antes de agir. Muitas pessoas nunca calculam quanto algo
realmente custa. Elas estão apenas olhando o pagamento mensal, ao
invés do custo total da mercadoria. Uma outra palavra muito interes­
sante no hebraico relacionado ao débito é a palavra “nashak”,10(Strong’s
Concordance número 5391). Esta palavra significa literalmente: “aco­
meter com uma picada (como uma serpente)”. Nós vemos esta pala­
vra usada em Números 21.8-9 no contexto de ser literalmente m ordi­
do por uma cobra venenosa.

N ÚM EROS 21
8 Disse o Senhor a Moisés: Fa%e uma serpente (de bronze), e põe-na sobre
uma haste. Todo aquele quefo r mordido (nashak) e olhar para ela, viverá.

9 James Strong, S tro n g’s E .x ah am tive C oncordance o f the Bible, Baker Book House, Grand
Rapids, Michigan 1985, n.d. nasha (#H 5377,5378)
10James Strong, S trongb E x ahaustive C oncordance o f the Bible, Baker Book House, Grand
Encare Suas Dívidas 177
9 E Moisés fe% uma serpente de bronze, e a pôs sobre uma haste. Então
quando alguém era mordido (nashak) p or alguma serpente, se olhava para a
serpente de bronze, vivia. (Almeida Ed. Contemporânea)
Verifique nesta passagem que nashak significa literalmente ser
mordido por uma cobra venenosa. O significado figurado da mesma
palavra nashak é oprimir com juros em um empréstimo, ou emprestar
com usura. E interessante observar que essa mesma palavra tem nova­
m ente dois significados. N ós vem os esse uso na passagem de
Deuteronômio 23.20. “De teu irmão não exigirás juro (;nashak) algum,
quer se trate de dinheiro, quer se trate de víveres, ou de qualquer coisa
que se empresta a juros”. Esta passagem diz literalmente: “Não mor­
derás teu irmão como uma serpente.”
Nós vemos o mesmo significado da palavra nashak novamen­
te em Habacuque 2.7.

HABACUQUE 2
7 Não se levantarão de repente os teus credores (os que mordem como cobra)?
Não se despertarão os que tefarão tremer? Então lhes servirás tu de despojo.
(EC)
A versão de Almeida Revista e Corrigida traduz esta passa­
gem da seguinte forma:

H ABACUQUE 2
7 Não se levantarão de repente os que te hão de morder? E não despertarão os
que hão de te abalar? E não lhes servirás tu de despojo? (RC)
Assim, ao olhar estas duas palavras hebraicas, nasha (enganar
ou fraudar) e nashak (morder como uma cobra venenosa), vemos que
o espírito de Mamom tem a função de enganar e morder como uma
cobra, que seduz as pessoas a viverem um estilo de vida baseado no
débito e pagamento de grandes quantias de juros. O que as serpentes
estavam fazendo às pessoas no deserto, era a mesma coisa que os
17 8 Bens, Riquezas & Dinheiro
negociantes de dinheiro e os agiotas estavam fazendo às pessoas na
história posterior de Israel. Eles junto com o espírito de Mamom,
usavam o dinheiro para oprimir pessoas. Eu creio que foi isso que
enraiveceu Jesus e O obrigou a empurrar os cambistas para fora da
área da graça (dos átrios) do templo. Eu não creio que Jesus estava
realmente empurrando as pessoas, mas que Ele estava expulsando o
espírito. Eu tenho certeza de que os cambistas não estavam usando
um câmbio correto. O espírito de Mamom fez com que houvesse
usura envolvida.
Eu gostaria de compartilhar com você uma parte de um po­
ema entitulado: “A prim eira hipoteca.” Este poem a exem plifica o
significado de nashak, em relação ao Jardim do Éden.

A PRIMEIRA HIPOTECA11
“Nesta terra jamais houve uma erva daninha,
As plantas que cresciam não vinham da sementinha;
A vontade de Deus as tinha colocado lá,
Moderado a brisa, e o ar balsâmico.
Flores de todos os tons e cores,
Vermelhas e laranjas, brancas e azuis,
Com musgos crescendo nas árvores,
E ramos que balançavam com toda a brisa.
A luz suave da lua da meia-noite,
Raios tão brilhantes do sol do meio-dia
O doce perfume e o canto dos pássaros
Não podem ser contados em palavras humanas.
Ao longo da trilha florida eles andavam,
Sobre novos sonhos de amor, juntos eles conversavam.
Como os anos passaram rapidamente
Quándo Eva e Adão eram recém-casados.

11 E.U. Cook, The F irst M ortage, Rhodes and McClure Publishing co., Chicago, 1898,
Encare Suas Dividas 179
Para ele era um mundo de alegrias,
Sem ciúme de outros homens
Sem nada para inquietar a sua alma,
De medo de que ela amasse um outro melhor.
E assim, eles davam prazer um ao outro,
Até que Eva foi às compras entre as árvores;
Desejou fazer compota de maçãs,
E pegou as maçãs de uma serpente.

Quando Adão veio àquela noite para o chá,


Ela disse: “Aqui está, compota de maçã para ti”.
Ela a tinha feito muito bonita e doce,
Então, Adão aceitou e comeu.
E em sua delícia ela se engrandeceu,
Porque, sem dúvida, ela tinha “comprado no cartão”.
E talvez, então, além da fruta,
Ela comprara um casaco de folhas de figo.
E depois como qualquer negociante,
A serpente veio com a cobrança,
E Adão se recusou a pagar,
E tentou a serpente expulsar.
E inimizade o Senhor fez,
Entre a mulher e a serpente,
E inimizade o Senhor declarou
Que haveria entre a semente das duas.
“E machucará a cabeça da serpente,
E você machucará o seu calcanhar”,
E aqui se encontra a promessa primeira,
De que Ele pagaria a dívida inteira.
E enquanto a serpente o arrodeava em emboscada,
O diabo apareceu para quem lhe devia,
E então ele disse para ficar quites,
“Eu colocarei uma hipoteca em sua alma”.
180 Bens, Riquezas & Dinheiro
Doenças e enfermidades, pesares e dores,
Sombras e tristezas, seca e chuva,
Discórdia e assassinato, todos os pecados,
Eram por causa desta hipoteca.
Os furacões sopraram e não as brisas,
Os pássaros selvagens gritavam entre as árvores,
Os matos e as ervas daninhas cresciam,
Os espinhos e cardos também.
Agora Adão, para suprir suas necessidades,
Capinava o jardim e cortava as ervas,
Ele cultivava o solo na seca e na chuva
E como aquele velho homem suava!
Por todo o dia Adão arava,
Na volta para casa, ordenhava as vacas,
E dava ração aos porcos e às aves,
E depois sentava e resmungava e resmungava.
Uma amargura segue toda sua doçura,
Um inimigo para cada amigo que ele encontra;
Os falcões comem os filhotes de pardal,
As grandes árvores e a tempestade balançam.
A palavra hipoteca (ou m ortgage em inglês) é uma palavra
muito interessante. Ela vem de uma palavra francesa, originando-se
de duas outras palavras. “M ort”, que significa morte em francês, e
“gage”, que significa uma m edida ou porção. Então uma hipoteca é
uma medida ou porção de morte. A maioria das pessoas nunca
imaginou que haveria qualquer outra forma de adquirir uma casa à
não ser fazendo um financiamento de longo prazo com juros. É cate­
goricamente errado contrair débito? Existem muitos exemplos de dí­
vidas na Palavra. Em D euteronômio 28.12b “...emprestarás a muitas
nações, mas não tomarás emprestado”. Se tomar emprestado fosse
um pecado, então Deus estava instruindo as nações a pecar conforme
elas emprestassem de Israel. Nós não pensamos assim. Em 2 Reis 4.1-
7, uma viúva de um filho de profeta estava em grande dívida, tanto
Encare Suas Dívidas 181
que ela temia que seus credores pegassem seus dois filhos para serem
escravos. Ela foi instruída pelo profeta Elias a emprestar vasos, a fim
de que um milagre acontecesse, o qual seria usado para tirá-la da dívi­
da. Algumas vezes, é necessário tomar emprestado para sair das dí­
vidas. Isto é verdade quando o empréstimo produzirá um fluir positivo
de dinheiro. Nós precisamos de sabedoria de Deus e conselho pru­
dente quanto a isto.
Existe, contudo, um tremendo engano quando se trata de dí­
vidas, e uma porta que é aberta para o espírito de Mamom. Vamos
compartilhar uma verdade bem simples. Se a maioria das pessoas sim­
plesmente acelerassem o pagamento da prestação de suas casas, elas
poderiam eliminá-la em sete anos ou menos, e poupar muitos milha­
res de dólares em juros.
Vamos dar um exemplo para você, usando algumas estatísti­
cas de uma típica situação americana. Se você vive em um outro país,
os números podem ser diferentes, mas os princípios serão os mesmos.
Estas estatísticas são usadas em taxas de juros da prestação de mais ou
menos 8,5%, e a taxa dos cartões de crédito em torno de 16% a 19%.
Se você vive em uma economia, na qual as taxas são maiores que esta,
então a situação é muito mais grave em seu caso.
Usando os seguintes números americanos, utilizando somen­
te 10% de entrada mensal para acelerar o pagamento do débito, a
média de economia na compra de casas seria de 105.000 dólares de
juros, e daria para acumular 1.200.000 dólares em investimentos du­
rante o tempo em que apenas se quitaria a casa. Nós usaremos médias
de 1994. Estes números podem estar grandem ente m odificados
atualmente, mas os princípios são os mesmos. Os números usados no
exemplo abaixo foram originalmente coletados por John Cummuta, e
apresentado em seu curso: DebtFree andProsperous Living (Sem Dívidas
e Vida Próspera)12. Veja este exemplo. Vamos usar a amostra de uma
família que tem o seguinte quadro de renda e dívidas:

12John Commuta, D eb tF ree a n d P rosperous L iving, Wauzeka, Wisconsin, Marketline


182 Bens, Riquezas & Dinheiro
1. R e n d a F am iliar A nual: $47.221
($ 3.935 e n trad a m en sal
b ru ta , $2.951 en trad a líquida)
Fonte: US Census Bureau,
Division o Incomes Analysis 1994

2. P restação da C asa: Saldo $87.000


P a g a m en to m ensal (sem $662
im p o sto s e seguros)
Ju ro s 8,24%
Fonte: National Association o
Realtors, 1994
T e m p o n ecessário p ara 28.4 anos
finalização do em p réstim o
Fonte: Chicago Title and Trust o f
Title Insurers, 1994

3. D ív id as n o C artão de $ 3.300
C rédito: Saldo T o tal;
Fonte: Bankcard Holders o f
America, 1995
E x em p lo
M asterC ard saldo $1.425; ($36 p ag am en to
m en sal m ín im o a 17% de
juros)
V IS A saldo $1.250; ($32 p ag am en to
m ín im o m ensal a 16,5% de
juros)
D isc o v e r saldo $665; ($18 p ag am en to
m ín im o m ensal a 19,8% de
juros)
4. F in an ciam e n to d o s C arros
C arro do m arido: $7.250 saldo;
($212 m ensais a 12,9% de
juros)
C arro da esposa: $ 5.550 saldo
($125 m ensais a 13,8% de
5. E m p ré stim o ten d o a casa $5.000 saldo
c o m o g arantia ($125 m ensais a 9,6% de
juros)
T o ta l de P a g a m en to s M ensais $1.230
(31,3% da ren d a b ru ta)
Encare Suas Dividas 183
Se esta família simplesmente fizer os seus pagamentos míni­
mos, em 28,4 anos eles possuiríam sua casa própria quitada e alguns
carros bem velhos. Suponhamos que ao invés disso, esta família aper­
tasse seu cinto e destinasse 10% de sua renda bruta mensal ($390)
para acelerar o pagamento de seus débitos. Aconteceria o seguinte:
Esta família podería:
1. Estar totalmente livre de dívidas em 7 anos e 6 meses (20
anos e 10 meses mais rápido que o normal).
2. Poupar $105.408 em juros não pagos aos credores.
3. Ter um caixa de reserva de seis meses: $10.326 = 6 meses
($2.951, renda líquida - $ 1.230 anterior pagamento de dí­
vidas)
4. Ter um caixa adicional, passivo e mensal de $10.326 por
investir os $1.620 liberados ($1.230 que era destinado ao
pagamento de dívidas + $390 de 10% de aceleração da
dívida) pelo resto dos 20 anos e 4 meses a 10% de juros.
Isto rendería $1.278.260, juros dos quais pagariam
mensalmente $10.326 pelo resto de suas vidas.
Suponhamos que esta família, ao invés disso destinasse cerca
de 20% de sua entrada mensal ($780 para acelerar o pagamento de seu
débito). Neste caso, esta família podería;
1. Estar totalmente livre de dívidas em 5 anos e 7 meses (22
anos, 9 meses mais rápido que o normal).
2. Poupar $115.928 em juros não pagos a credores.
3. Ter um caixa de reserva de seis meses $10.326 = 6 meses
($2.951, de entrada líquida - $1.230 anterior pagamento
de dívidas)
4. Ter um caixa adicional, passivo, mensal de $15.909 por
investir os $2.010 mensais ($1230 anterior pagamento de
dívidas + $780 dos 20% da aceleração da dívida) pelo res­
to dos 22 anos e 4 meses a 10% de juros. Isto rendería
$1.988.686, juros dos quais a 10% pagaria mensalmente
$15. 909 pelo resto de suas vidas.
Agora qual destes quadros seria mais prudente? Você preferiría
184 Bens, Riquezas & Dinheiro
ter uma casa quitada no final de 28.4 anos, ou uma casa e $1.278.260
em investimentos rendendo $10.326 por mês em juros, e um caixa de
reserva de seis meses.
No quadro acima, nós estamos simplesmente falando a res­
peito da inversão dos juros no sistema do mundo. Nós nem com eça­
mos a falar a respeito da multiplicação no Reino de Deus. Nós estamos
somente falando a respeito da inversão do aumento em porcentagem
no sistema do mundo. Para fazê-lo funcionar de outra forma: trabalhar
para você, ao invés de contra você. Isso não está fora de alcance da
m aioria das pessoas. M uitas pessoas, se aplicassem um pouco de
disciplina às suas vidas, poderíam fazer isso.
Vamos dar a você um outro exemplo do poder de juros com ­
postos. Novamente, isto é apenas um aumento em porcentagem no
sistema do mundo, e não a multiplicação no Reino de Deus. Se você
começasse aos 15 anos de idade, e investisse uma certa soma de di­
nheiro todos os dias a juros de 10%, quanto você precisaria diaria­
mente para alcançar o total de $ 1.000.000 aos 60 anos? E se você
começasse mais tarde? Aqui está uma tabela mostrando estes núm e­
ros:
Quantia Diária Necessária para Render 1 Milhão aos 60 anos
com juros de 10%:
Idade Investimento Diário Total do Capital Investido
15 $0,50 $8.213
20 $1,00 $14.600
30 $5,00 $54.750
40 $21,67 $158.191
50 $116,67 $425.845
Será que isto seria difícil para a maioria das pessoas? Quem
que você conhece que não poderia investir $0.50 por dia? Ninguém.
Isso é fácil fazer. Por que a maioria das pessoas não faz isso? Duas
razões: 1. É mais fácil não fazer. 2. “Por falta de conhecimento meu
Encare Suas Dívidas 185

povo perece”. (Oséias 4.6) Muitas pessoas simplesmente não perce­


bem o poder dos juros a favor ou contra elas. Nós nem estamos fala­
do ainda sobre o poder sobrenatural do gerenciamento dos recursos
no Reino de Deus. Nós estamos somente falando de reverter os juros
no sistema do mundo.

DÍVIDAS NO CARTÃO DE CRÉDITO


Alguns podem perguntar: “E o uso dos cartões de crédito?
Isso é errado?” Nós responderiamos que não é categoricamente erra­
do usar o cartão de crédito. Contudo, cremos que os cartões de crédito
nunca deveríam ser usados para obter crédito. Eu (Craig) tenho usado
cartões de crédito a maior parte de minha vida adulta, e ainda uso
hoje. Contudo, eu nunca contraí um encargo financeiro no cartão de
crédito, exceto uma vez quando eu erroneamente negligenciei mandar
o pagamento em dia. Eu pago o valor total de qualquer cartão que eu
uso na data de vencimento a cada mês. Jan e eu decidimos anos atrás
que em qualquer mês que não pudéssemos fazer isso, cortaríamos
nosso cartão e cancelaríamos o seu uso. O cartão de crédito deveria
ser usado como se fosse dinheiro em sua carteira. Ele precisa estar
apoiado no dinheiro em sua conta para que possa ser pago totalmente
a cada mês.
Se o cartão de crédito leva você a violar seu orçamento fecha­
do, nós realmente sugerimos que você o corte cm pedaços e termine o
seu uso. Se essa idéia gera medo em seu coração, pode indicar para
você qual espírito que está influenciando o seu coração e emoções. Se
você está confiando em cartões de crédito para emergências ao invés
de Deus, você precisa refletir em quem você está confiando.

UM BOM HOMEM DEIXA UMA HERANÇA


Quando pensamos na compra de uma casa, a melhor situação
seria possuir uma casa sem nenhuma prestação. Contudo, a maioria
das pessoas consideraria esta sugestão uma impossibilidade. Como
será que um casal recém-casado poderia nos seus vinte anos já ter o
186 Bens, Riquezas & Dinheiro

dinheiro disponível para comprar uma casa à vista e sem nenhuma


prestação? Por eles mesmos não poderiam. Contudo, eu creio que
Deus jamais intentou que enfrentássemos a vida sozinhos. Creio que
Ele planejou que bênçãos financeiras tivessem passado de geração em
geração.
Provérbios 13.22 afirm a que um homem de bem deixa uma
herança para os netos. Um homem que eu conheci organizou de uma
forma interessante, deixar uma herança de geração para geração, para
seus filhos e netos.Ele tinha prosperado bastante em seus negócios e
quando sua filha mais velha estava pronta para casar, decidiu comprar
uma casa para o casal. Devido à abundância com a qual Deus o tinha
abençoado em sua própria vida, ele pôde comprar a casa com dinheiro
à vista. Esse pai então fez a seguinte proposta para seu genro e filha.
Ele lhes pediu para pagarem mensalmente um pagamento igual ao
de um a p re s ta ç ã o , o q u a l ele in v e s tir ía em um a c o n ta de
investimentos. Eles iam fazer estes pagamentos por vinte anos, e ao
fim deles, o pai passaria a escritura da casa ao casal. A soma do
dinheiro rendería juros que então seria usada para comprar uma casa
para o neto que estaria próximo da idade de se casar e precisaria de
uma. A m esm a exigência seria colocada ao neto que pagaria a uma
conta de investimentos para poder comprar uma casa para os bisnetos
novamente. Desta forma, esse pai estabeleceu um sistema de bênção
perpétua a cada geração que providenciaria uma casa sem mesmo
ser cobrado juros, ou tornar-se sobrecarregado com uma prestação.
N a sociedade moderna, geralmente a herança é passada para
os filhos ao invés de ser passada aos netos, como Provérbios 13.22
sugere. Contudo, pense a esse respeito. Qual a idade que os filhos tem
quando os pais morrem? Talvez cinqüenta ou sessenta. Qual a idade
dos netos? Talvez vinte ou trinta. Com que idade a maioria das pessoas
mais precisa de herança financeira, aos cinqüenta ou aos vinte?
Obviamente, aos vinte. Se nós seguíssemos o modelo bíblico de dar a
cada geração uma herança aos netos ao invés dos filhos, cada geração
evitaria os juros que a m aioria das pessoas pagam entre os vinte e
trinta anos quando elas estão apenas começando. Deus revelou-se como
Encare Suas D ívidas 187

o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Este é um princípio de três gerações.


D en n is P eaco ck e em seu liv ro “D oing B usiness G od’s
Waj "(Fazendo negócios da form a de D eus)13 fala a respeito da
mordomia de relação que Deus quer incutir em cada um de Seus
filhos para com a mordomia fiel das riquezas e responsabilidades,
tanto físicas quanto espirituais. Ele lista três elementos: 1) receber
uma herança, 2) preservar e construir aquela herança, e 3) passar a
herança para gerações futuras. De acordo com George Guilder: “A
grande maioria das fortunas americanas é dissipada em duas gerações.”
A maldição da pobreza é a prosperidade que perm anece numa só
geração. Isso é egoísmo versus herança, ou consumo versus poupança.
Cremos que é im portante reconhecer que as dívidas não
afetam apenas o domínio natural, mas também o domínio espiritual.
Acreditamos que existe literalmente um espírito demoníaco de dívidas
que faz pareceria com Mamom para criar fortes emoções e pressões
espirituais na vida daqueles a quem afligem. Muitas vezes, as dívidas
podem criar uma im ensa sensação irresistível de desespero, vergonha,
e medo. O sentimento que muitas pessoas descrevem é como se es­
tivessem se afogando e sem poder respirar. Muitas pessoas estão
paralisadas emocionalmente pelas dívidas. Estas pressões emocionais,
às vezes, resultam em doenças físicas, angústias mentais e fracasso
conjugal em uma família.
Como resultado deste tipo de pressão, muitas pessoas em suas
paralisias emocionais, se escondem de seus credores, e não agem com
integridade através de uma simples comunicação. Isto então piora a
situação e leva os credores a perseguirem realm ente o devedor.
Freqüentemente em um casamento, devido o marido estar trabalhando
em três empregos, tentando ser um bom provedor e suprir suas obriga­
ções com as dívidas, sua esposa é deixada para tratar com os credores
que telefonam ou vão fazer cobrança na casa deles. Muitas vezes isso
resulta em pressão sobre a esposa a qual não foi designada por Deus para

13Dennis Peacocke, D oing& usiness G od ’s Way, REBUILD, Santa Rosa Califórnia 1995,
pages 34-39
188 Bens, Riquezas &D inheiro

suportar isto. Conforme esta pressão aumenta, aumentam também


os conflitos conjugais, raiva e quebra de relacionamento entre marido
e esposa. Cremos que, neste caso, o marido está falhando com sua
responsabilidade, como sacerdote de sua casa, em encarar suas dívi­
das e comunicar-se pessoalm ente com cada um dos credores para
que esta carga não recaia sobre sua esposa.
Para muitas pessoas, entrar em dívidas destrutivas é um mode­
lo familiar. De onde as pessoas têm a idéia de usar cartões de crédito
para gratificação imediata dos desejos? Muitas vezes aprenderam isso
com seus pais.

PROVÉRBIOS 22
6 Instrui ao menino no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer
não se desviará dele.
7 O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que
empresta. (RC)
M u itas p esso as não têm relacio n ad o o v ersícu lo 7 de
Provérbios 22 com o verso anterior. Eu creio que a compreensão do
relacio n am en to senho r-escravo em relação à dívida é um dos
prim eiros princípios que um pai sensato ensinará a seus filhos.
Contudo, muitas vezes exatamente o oposto é modelado. As crianças
aprendem a usar as dívidas para gratificação im ediata dos seus desejos,
ao invés de esperar em Deus por Seu tempo e provisão. Seus pais as
treinam da forma que elas devem agir e quando elas são velhas, elas
não se desviam.
Será que a dívida é categoricamente errada? É algo que você
nunca deveria contrair? Não, nós não cremos que seja categoricamen­
te errada. Muitas vezes, há falta de sabedoria em contrair dívidas de
itens consumíveis e depreciáveis, mas não é necessariamente pecado.
Contudo, é importante perceber que quando abrimos a porta para as
dívidas, potencialmente abrimos também as portas para atividades
demoníacas no domínio espiritual. Não é apenas uma transação
financeira,m as é também um a transação espiritual. Nós teremos de
Encare Suas Dívidas 189

tratar com o espírito de Mamom, o qual tentará enganar, atrair e


seduzir. Muitos crentes não percebem isto.

TRATE DA SUA PRÓPRIA FRAQUEZA

SALM O S 3 7
21 O ímpio toma emprestado, e não papa: mas ojusto se compadece e dá. (RC)
Como se chama a pessoa que empresta sem intenção de pagar
de acordo com a Bíblia? Esta pessoa é chamada de “ím pia”. Embora
a dívida não seja categoricamente um erro ou pecado, tomar empres­
tado e não pagar é. Muitas pessoas apenas assinam seus nomes em
uma nota de cartão de crédito sem a mínima idéia de como elas irão
pagar. A Bíblia chama essa pessoa de “ím pia”. Nós queremos obser­
var uma área na qual muitas pessoas simplesmente tornam-se ímpias
sem nenhuma intenção de ser. Isso pode acontecer quando fazemos
empréstimos a membros da família ou amigos íntimos.
M u itas v e zes, os pais ou o u tro s m em bro s da fam ília
em prestam dinheiro uns aos outros sem nenhum a previsão de
pagamento: “Pague-nos quando você puder”. Agora me diga, quando
“o dia que você puder” chega? Ele geralmente nunca vem. Quem
faz isso mais freqüentemente são os pais com uma boa intenção em
seus corações de emprestar dinheiro para seus filhos adultos. Sem
perceber, esses pais têm pendurado uma pedra de moinho no pescoço
de seus filhos por emprestar-lhes dinheiro sem previsão de saldar a
dívida. Sem perceber, têm aberto as portas para o espírito de Mamom
na vid as de seus filhos, que filhos sentem que neste tipo de
empréstimo devem ter a quantia total para devolver a seus pais, o
que nunca acontece.
Por exemplo, suponhamos que os pais emprestem a seu filho e
nora R$ 10.000 com a condição de “pague-nos quando puderem.”
Geralmente, o casal espera chegar a hora que tenham R$ 10.000 para
poder devolver aos seus pais. Claro que isso nunca acontece, então eles
nunca fazem nenhum pagamento de seu débito total. Geralmente
190 Bens, Riquezas & Dinheiro

o tempo passa, e esta situação começa a afetar o relacionamento entre


aquele que empresta e o que tomou emprestado. Se nenhum paga­
mento nunca é feito do empréstimo, depois de um tempo, aquele que
emprestou começa a ficar com ressentimento. Suponhamos que o fi­
lho leve sua família para tirar férias e gaste R$ 2.000. Os pais podem
pensar: “Como eles podem gastar R$ 2.000 para sair de férias, mas
não podem nem mesmo pagar R$ 100 da sua dívida conosco?”
Talvez os pais nunca digam nada aos filhos, mas um mal estar
emocional é criado no relacionamento. Os filhos sentem o ressenti­
mento dos pais, e eles começam a se sentir culpados. Devido ao mal
estar emocional, nem os pais nem os filhos gostam de passar tempo
juntos. Cada qual se sente desconfortável na presença do outro, e aí o
espírito de Mamom faz parceria com áreas de iniqüidade no coração
de cada um, e quebra sucessivamente o relacionamento. Essa família
não quer mais passar o Natal ou outros feriados juntos. Cada vez que
eles se vêem, existe um clima de culpa e ressentimento.
Agora os pais, neste caso tiveram uma boa intenção em seus
corações em ajudar seus filhos, mas simplesmente fizeram isso de for­
ma errada. (Ageu 1.7; “Assim diz o Senhor dos Exércitos: ‘Considerai
os vossos cam inhos’) Eles não usaram a sabedoria de Deus em seu
desejo de ajudar seus filhos. Qual teria sido a forma de ajudar os filhos
com sabedoria? Eu creio que antes de tudo é importante para aqueles
que têm potencial para emprestar, que busquem diligentemente a Deus,
se Ele realmente quer que eles emprestem ou não. Uma outra opção
seria simplesmente dar o dinheiro como um presente, sem nenhuma
expectativa de retorno. Contudo, se o Senhor está conduzindo você a
emprestar a alguém, especialmente a um membro da família, é im por­
tante que o empréstimo seja estruturado com termos de pagamento.
Você deveria emprestar o dinheiro sem juros, mas precisa estabelecer
regras de pagamento e esperar que aquele que empresta seja respon­
sável para cumpri-lo. A Bíblia nos diz corretamente que aquele que
toma emprestado se torna servo daquele que empresta (Provérbios
22.7). Então, o que pede emprestado, antes de receber o empréstimo,
deve estar de acordo com os termos de pagamento e as
Encare Suas D ívidas 191

conseqüências se falhar em fazê-lo.


Como corrigir a situação se o dinheiro já foi emprestado sem
nenhum termo de pagamento? Vamos ver isso pelos dois lados, tanto
do que empresta, como do que tomou emprestado. Do ponto de vista
daquele que tomou emprestado, a primeira coisa a ser feita é se arre­
pender diante de Deus da iniqüidade. Em segundo lugar, deve olhar
seu orçamento, buscar ao Senhor e determinar qual dinheiro está dis­
ponível para começar a pagar mensalmente a dívida. Depois disto
feito, o que tomou emprestado pode ir até aquele que lhe emprestou,
confessar sua iniqüidade de emprestar e não pagar, e apresentar um
plano de pagamento para sair da dívida. Desta forma, o que pediu
emprestado está assumindo sua dívida e a tratando adequadamente.
Mesmo quando à quantia que pode ser paga mensalmente é muito
baixa comparada a quantia total da dívida, começando a fazer isso, a
pessoa quebra as fortalezas do espírito de Mamom e da dívida. Esta
posição libera Deus para que possa fazer o sobrenatural na vida do
devedor.
Vamos agora observar o ponto de vista de quem empresta.
Se você tem em prestado dinheiro sem term os específicos, você
violou o sistema do mundo. Nós precisamos lembrar que o dinheiro
pertence ao sistema do mundo. As regras que governam o dinheiro
são estab elecid as pelos bancos. Com o cristão s, nós já tem os
determinado que devemos ser servos fiéis daquilo que pertence a
outro (Lucas 16.12). As regras do sistema do mundo em lidar com
dívidas requerem um pagamento mensal mínimo ou um acordo em
relação ao pagamento. Nós não podemos violar estas regras e esperar
que o Senhor faça alguma coisa apesar desta violação. Até Deus
respeita o que realm ente pertence ao diabo. Contudo, se temos
cumprido as regras que governam o dinheiro, podemos pedir a Deus
para fazer algo liberando os princípios do Reino em nossa situação.
Se nenhum esforço tem sido feito da parte do devedor em pagar, o
que empresta deve primeiro buscar ao Senhor, e perguntar: “Isso é realmente
uma dívida, e eu preciso cobrar pagamento daquele que emprestei dinheiro,
ou eu deveria fazer deste dinheiro um presente e liberar o devedor da
192 Bens, Riquezas &Dinheiro

obrigação de me pagar?” Se sentir que o Senhor está direcionando a


perdoar a dívida, a pessoa já pode ir até aquele a quem emprestou,
arrepender-se de colocá-lo em dívida sem nenhum termo específico e
oferecer perdão da dívida. Se sentir que deve cobrar o pagamento,
deve chamar aquele a quem emprestou para combinar os termos de
pagamentos, ir até a pessoa e arrepender-se de colocá-lo em dívida
sem termos específicos. E então, ele pode pedir permissão para ajudar
o devedor a determinar de seu orçamento a quantia que pode ser
razoavelmente paga mensalmente.
Se o devedor se recusar a entrar em acordo ou a pagar a dívida,
o que emprestou deveria seguir o procedimento traçado por Jesus
em Mateus 18, em relação a um irmão que tem pecado contra você.

M ATEUS 18
15 “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se
ele o ouvir, ganhou o irmão.
16 Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que
‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três
testemunhas’.
17 Se ele recusar a ouvi-los, conte à igreja, trate-o como pagão ou pub/icano.
(NV1)
Este procedimento seria aplicável a qualquer cristão a quem
tivesse sido emprestado dinheiro, não apenas a membros da família.
O propósito deste processo é perm itir ao Senhor o máximo de opor­
tunidades para tratar os corações de am bas as partes. Pode ser
irresponsabilidade apenas liberar o devedor da dívida, enquanto que o
Senhor quer usar as circunstâncias para cuidar de seu coração. Muitas
vezes o Senhor tratará também com o coração daquele que emprestou
através deste processo. Vamos examinar a implementação prática desta
palavra. Depois de confrontar o devedor pessoalmente, se não há
nenhuma resolução, então o próximo passo é envolver autoridades
espirituais como testemunhas. Eu creio que isso significa trazer o caso
Encare Suas Dividas 193

ao pastor do devedor e ao pastor daquele que emprestou. Se uma das


partes interessadas não tem pastor, então envolva alguém a quem ele
honraria, como uma pessoa piedosa de quem ela receberia conselho.
Se não existir nenhuma resolução neste nível, nós recomendaríamos
p ro c u ra r a o rg a n iz a ç ã o P e a c e m a k e rs In te rn a tio n a l
(www.hispeace.org), a qual tem desenvolvido um maravilhoso proces­
so de mediação/intervenção para resolver tais disputas. Este tipo de
serviço está disponível em várias nações. Após seguir esse processo
que Jesus traçou em Mateus 18, a pessoa que emprestou ainda pode
escolher perdoar a dívida e liberar o devedor. Nunca deve ser feita
uma disputa civil, ações legais contra um outro cristão.

1 CORÍN TIOS 6
6 Mas, ao invés disso, um irmão vai ao tribunal contra outro irmão, e isso
diante de descrentes! O fato de haver litígios entre vocês já significa uma
completa derrota. Porque nãopreferem sofrer a injustiça? Por que nãopreferem
sofrer prejuízo? (NVI)

M ATEU S 5
40 E se alguém quiser processá-lo e tirar-lhe a túnica, deixe que leve também
a capa. (NVI)
Este conceito de “deixe que leve também a capa” é para que
nós possamos entrar nos princípios do Reino. O sistema do mundo
quer tirar algo de você. O Reino de Deus opera no princípio de dar e
receber. A disposição de dar libera no domínio espiritual toda esta
situação.

ENCARE SUAS DÍVIDAS


Vamos agora discutir o conceito de encarar dívidas. Conforme
m encionamos anteriormente, um dos maiores problem as associa­
dos com a dívida é o medo emocional, vergonha, sentimento
194 Bens, Riquezas & Dinheiro

de desvalorização e paralisia que acompanham a dívida de consumo


em grande escala. Isso leva as pessoas a se esconderem de seus
credores e não se comunicarem com eles. Encarar as dívidas implica
em responsabilizar-se por elas e comunicar-se com os credores com
integridade. O primeiro passo para encarar as dívidas é arrepender-
se diante de Deus pela iniqüidade de emprestar sem condições de
pagar, se esse é o caso. O sangue de Jesus foi derramado para remover
a culpa e im pureza desta área de pecado.
Em segundo lugar, uma mudança de paradigma precisa acon­
tecer na maioria das pessoas que se encontram na posição sufocante
dc dívidas. Quando você está nesta posição, o espírito de Mamom
frequentemente mantém seu foco naquilo que você não tem e o que
você não pode fazer. Você precisa concentrar seu foco naquilo
que você tem e no que você pode fazer. Deus não pode fazer
nada com o que você não tem. Ele trabalha somente com o que você
tem. Quando você começa a fazer o que pode ser feito naturalmente,
Deus está liberado para fazer o que Ele pode fazer sobrenaturalmente.
Todos os milagres são uma combinação das coisas naturais que um
homem ou uma mulher podem fazer com as coisas sobrenaturais
feitas por Deus.
Quando Pedro na Bíblia andou sobre as águas, ele tinha de fazer
uma coisa muito natural. Ele teve que sair do bote e andar. Isso não era
sobrenatural. Ele diariamente saía do bote e andava há muitos anos. A
parte sobrenatural deste milagre foi que Deus sustentou Pedro na água.
Se Pedro não tivesse feito sua parte natural, o milagre não teria acontecido.
Da mesma forma, se Deus não tivesse feito Sua parte sobrenatural, o
milagre não poderia ter acontecido. Ambos eram essenciais. Se Pedro
tivesse se focalizado naquilo que ele não poderia fazer (sustentar-se
a si mesmo sobre as águas), ele ficaria paralisado e nunca faria sua
parte natural. Lem bre-se, os outros onze sentaram -se no bote espe­
rando que Deus fizesse algo. Muitas pessoas ficam sentadas paralisadas
pelas dívidas, oram e esperam que Deus faça algum a coisa. M ilagres
são liberados quando nós fazemos a parte natural e confiamos em
Deus para que Ele faça a parte sobrenatural. Então, precisam os
Encare Suas Dívidas 195

nos concentrar naquilo que temos e no que podemos fazer. Quando


fazemos o natural, Deus está liberado para fazer o sobrenatural. Não
seja como os onze discípulos, sentados no bote esperando que Deus
faça alguma coisa sobrenatural.
Quando Jesus fartou aos cinco mil (João 6.1-14), Seus discípu­
los estavam focalizando aquilo que eles não tinham, a saber, a comi­
da. Jesus mudou o foco deles para o que estava disponível. Quando
eles apresentaram a Jesus o almoço do jovem que estava disponível,
Jesus o multiplicou sobrenaturalmente. Fazer o natural é sempre o
primeiro passo na liberação do sobrenatural.
Anos atrás quando eu (Craig) estava meditando sobre como o
sobrenatural é liberado em nossas vidas ao alinharmos nossos cami­
nhos com os de Deus, o Senhor me recordou de um princípio físico o
qual eu tinha estudado uma vez na aula de Física na faculdade. Todos
sabemos que a linha de alta-tensão leva a eletricidade em alta volta­
gem. O poder da energia destas linhas pode ser acessado pela cone­
xão física de fios condutores a elas. Porém, poucas pessoas sabem
que o poder da eletricidade pode ser ativado em fios condutores que
estão simplesmente esticados em paralelo à linha elétrica ativa, sem
a rede condutora tocar a linha, ou ser conectada fisicamente a ela.
Porque existe uma área eletromagnética ao redor da linha de energia,
quando um outro fio condutor está esticado paralelo a uma linha
elétrica, essa interface com esta área eletromagnética induz a corren­
te elétrica a fluir na rede paralela. Por outro lado, fios condutores
perpendiculares à linha elétrica ativa não conduzirão nenhum a
energia. Trabalhadores de manutenção em linhas de energia elétrica
tem sido eletrocutados quando se esquecem de tal princípio vital.
Da mesma forma que a energia elétrica está induzida num
fio condutor sem contato com a linha, o poder e a vida sobrenatural
de Deus também podem ser induzidos em você quando os seus ca­
minhos estiverem em paralelo com os Seus. Nesta analogia, os cami­
nhos de Deus são como as linhas de energia ativa, e os seus caminhos
são como os condutores de rede próximos. Nota-se esta verdade no
domínio financeiro, e se aplica a nosso manuseio das dívidas.
196 Bens, Riquezas & Dinheiro

Quando os seus caminhos estão alinhados com os de Deus, você


libera o Seu poder sobrenatural em suas finanças. De fato, Salomão
nos diz no livro de Provérbios que: “Quando os caminhos de um homem
são agradáveis ao Senhor, Ele fa% que até seus inimigos vivam empa% com ele”
(Provérbios 16.7 NVI). Assim, se você tem credores que são seus
inimigos e não tem paz com você, você deve verificar os seus caminhos!
Na conclusão de um seminário na África do Sul, eu (Earl)
soube de um homem, que devia uma grande soma de dinheiro a uma
corporação. Este homem calculou em seu círculo fechado ou orça­
mento, e determinou que ele poderia oferecer a corporação como
pagamento mensal de sua dívida, somente dez Rand (mais ou menos
R$> 4,25) por mês. Ele foi à corporação e contou que essa era a quantia
que ele tinha disponível para pagar. Embora fosse uma quantia muito
pequena, a corporação viu a integridade de seu coração e concordou
em receber seus dez rand por mês. Ele pagou fielmente essa quantia
por mais de um ano, quando um representante da corporação o
chamou um dia, e lhe disse que a corporação havia decidido liberá-lo
da dívida. A fidelidade do homem em encarar a sua dívida e fazer o
que ele podia, fez com que Deus mudasse o coração dos credores
para que o liberassem totalmente e o perdoassem da dívida.
Depois de mudar de foco, é possível calcular um círculo fe­
chado ou orçamento. Uma vez que você tenha um círculo fechado,
você pode saber quanto de dinheiro está disponível m ensalmente
para direcionar para o pagamento da dívida. Com esta informação,
você pode orar a respeito de como distribuir o dinheiro disponível
para pagar aos credores. A gora é a hora de fazer a lista de todos os
credores, incluindo os membros da família.
Com a lista de credores e a quantidade total de dinheiro dis­
ponível mensalmente na coluna de dívida em seu orçamento, você
pode orar e perguntar ao Senhor quanto destinar a cada credor m en­
salmente. Algumas pessoas destinam todo o seu dinheiro disponível
apenas para alguns credores enquanto que evitam o contato com os
o u tro s. Isso n o v am en te v io la os p rin c íp io s de D eus e no s
Encare Suas Dívidas 197

coloca em posição de sermos iníquos em relação àqueles credores.


Portanto, você precisa destinar alguma quantia para todos os credores.
Tendo feito isto, você está pronto para assumir os seus débitos
com os seus credores. Você pode contactar cada um de seus credores
e primeiramente confessar o seu erro em não honrar seus compro­
missos de pagá-los. Peça-lhes para o perdoar e deixe-os saber que
você tem certeza de que quer encarar o seu débito, e fazer o que
pode para os pagar. Faça uma proposta que seja possível de pagar
mensalmente e veja se eles concordam.
Temos visto que a maioria dos credores ajudará os devedo­
res nos quais eles percebam sinceridade, integridade e um genuíno
interesse em pagar a dívida. Muitas vezes, eles irão cancelar os juros
ou mesmo reduzir a quantia da dívida. A maioria dos credores está
muito desejosa de cooperar com alguém que deseje quitar suas dívidas
e vem com uma proposta de pagamento.
Uma vez que você entrou em acordo com cada um de seus
credores, esteja convicto de que fará o que foi combinado. Faça tudo
para honrar o pagamento mensal. Você está no processo de recon­
quistar a confiança e é muito importante que você honre integral­
mente sua palavra.
Uma vez que você assumiu sua dívida e entrou em acordo com
cada um dos seus credores, você não está mais violando as regras do
sistema do mundo. Pode agora esperar que sua vida financeira mude
do natural para o sobrenatural. Você tem alinhado seu fio com a Unha
de eletricidade de Deus e pode crescer em fé e crer em Deus para agir
em seu favor. Os princípios do Reino podem ser ativados e funcionarem
para prover a multiplicação de recursos para você reduzir rapidamente
os seus débitos. Uma vez que você tem um acordo com seus credores,
mudou algo no domínio espiritual e desatou a mão de Deus para que o
sobrenatural possa começar a funcionar em sua vida. Você se pasmará
como os recursos com eçarão a tornar-se disponíveis de fontes
inesperadas. Muitas vezes, nós temos visto pessoas que, pelos cálculos
n atu rais de fin an ças d isp o n ív e is, le v a ria m de dez a
198 Bens, Riquezas & Dinheiro

vinte anos para quitarem sua dívida, serem totalmente livres em um


ano e meio, dois ou três anos. Esse é o resultado do sustento
sobrenatural de Deus em suas vidas.
Quando você tem dívidas não pagas e não fez nenhum acor­
do com os seus credores, o que acontece quando gasta dinheiro em
coisas desnecessárias? Por exemplo, suponham os que leve a sua
fam ília de férias. N a realidade, está gastando o dinheiro de seus
credores sem a autorização deles. Você é iníquo, e além disso é ladrão.
Contudo, depois que assumiu suas dívidas, fez um acordo com os
credores, agora a cada mês depois de pagar suas obrigações mensais,
você está livre para orar sobre como usar a abundância que Deus
liberar a você. Ele pode conduzir você a usá-la para acelerar a
velocidade com a qual pagará a sua dívida. Contudo, se seu acordo
sobre o pagam ento m ensal é pago, você não é ladrão se usar a
abundância para algum outro propósito direcionado pelo Senhor.
Mesmo que você ainda deva dinheiro a seus credores, o acordo de
pagamento m ensal é a autorização deles para você usar qualquer
dinheiro extra conforme a direção de Deus.
Então, por exemplo, se levo minha esposa para jantar fora
antes de encarar minhas dívidas, gasto o dinheiro de meus credores
sem a sua autorização. Depois que tenho assumido minhas dívidas e
supri os term os de meu pagamento mensal aos meus credores, posso
fazer isso sem culpa ou sem ser iníquo. Esse é um princípio muito
poderoso que poucas pessoas no corpo de Cristo parecem entender.
Encarar suas dívidas removerá a culpa e a paralisia emocional.
Nós temos visto que uma tremenda culpa geralmente pressiona a famí­
lia que ainda não encarou suas dívidas. Suponhamos que tal família tire
férias. Eles aproveitarão as férias? Geralmente não, por causa do
conflito criado por toda a discussão a respeito de dinheiro. Talvez as
crianças vejam um parque aquático e digam: “Pai aqui tem um parque
aquático. Por favor, vamos a este parque”. O que o pai diz? “Não! E
caro demais!” Agora as crianças estão magoadas e com raiva, e conti­
nuam a insistir com seu pai a respeito do parque aquático. Por que
Encare Suas Dívidas 199

o pai diz “não?” Ele diz “não,” porque em seu coração já existe um
sentimento de culpa em relação ao dinheiro gasto nas férias. Sente o
peso de sua dívida e seu coração percebe que, apesar de ele tentar
abençoar sua família, está na realidade gastando o dinheiro dos outros
sem autorização. Ele pode também usar as seguintes palavras: “Nós
não tem os dinheiro para isso !” E stas palavras são capazes de
estabelecer nas emoções das crianças uma mentalidade de pobreza,
a qual permanecerá com elas em sua vida adulta. A melhor resposta
seria: “Sua mãe e eu escolhemos usar nosso dinheiro desta forma, ou
para estas coisas ao invés daquelas!”
Talvez a esposa diga: “Querido, eu sempre quis ir aquele res­
taurante de frente para o m ar”. “Não! E caro demais!” exclama o
marido. “Nós iremos a um restaurante mais barato”. Essa família apro­
veitará suas férias? De jeito nenhum. Eles voltarão de suas férias pre­
cisando de férias. O estresse e a pressão da dívida com a qual eles não
trataram adequadamente, arruinou qualquer potencial de aproveita­
mento que eles teriam tido.
Vamos considerar o aspecto de dar dinheiro em ofertas quando
você não encarou suas dívidas. Quando damos, nós precisamos ter
certeza de dar o que é nosso, e não o que pertence a outra pessoa. É
errado colocar a mão no bolso de alguém, tirar dinheiro e dar. Se nós
não temos encarado nossas dívidas e mesmo assim ofertamos, estamos
na verdade dando dinheiro que não nos pertence. Ele pertence a
nossos credores. N orm alm ente, nossa oferta seria depositada em
nossa conta “Tesouros no Céu”. Contudo, nós cremos que se alguém
não encarou sua dívida e tem credores a quem está devendo e com
os quais não tem feito acordo, este dar é na verdade depositado na
conta “Tesouros no Céu” do credor. Ele está disponível para o credor
ao invés do ofertante. N este caso, freqüentem ente ouvim os o
devedor/ofertante dizer: “O princípio do Reino de semeadura e
colheita não funciona. Eu dei e minha situação financeira não tem
melhorado.”
200 Bens, Riquezas & Dinheiro

SUMÁRIO DOS PASSOS PRÁTICOS NO


TRATAMENTO DAS DÍVIDAS
1. Arrepender-se da iniqüidade se você tomou emprestado e não
pagou.
2. M udar o seu foco. Focalize o que você tem e o que você pode
fazer.
3. Calcule o seu círculo fechado ou orçamento.
4. Faça uma lista de todos os seus credores.
5. Destine uma parte do dinherio disponível na coluna de dívidas de
seu orçamento para cada credor.
6. Entre em contato com cada credor e faça uma oferta daquilo que
você pode pagar a cada mês, e assegure-se da concordância do
credor.
7. Pague a cada credor a quantia do acordo mensalmente.
8. Busque formas para dar de seu círculo fechado e da abundância a
fim de fazer depósitos em sua conta Tesouro no Céu.
9. Aguarde o mover sobrenatural de Deus em seu favor provendo
abundância no círculo fechado para uma redução rápida do débito.
Aumentando os Frutos de Justiça 201

CAPÍTULO 8
AUMENTANDO OS FRUTOS
DE JUSTIÇA

Vamos agora retornar aos usos do dinheiro citados em 2


Coríntios 9. Nós concentraremos nossa atenção no uso do dinheiro
para aumentar os frutos de justiça. A maioria das pessoas nunca en­
tendeu o significado de aumentar os frutos da justiça Vamos pensar
um pouco sobre o oposto, usar o dinheiro em obras de injustiça.
Temos visto que o espírito de Mamom motiva as pessoas a usarem
relacionamentos para ganhar dinheiro. O dinheiro é especificamente
usado em injustiça quando, através da usura, as pessoas são escravi­
zadas pelas dívidas. O dinheiro neste caso é usado para escravizar e
oprimir as pessoas. Estas são obras de injustiça. A injustiça trabalha
em parceria com Mamom contra a humanidade. Por outro lado, a
justiça usaria o dinheiro para libertar as pessoas da dívida ou da escra­
vidão. Deus, como opositor de Mamom, deseja motivar as pessoas a
usarem o dinheiro para construir relacionamentos. Assim, podemos
aumentar os frutos de justiça quando usamos o dinheiro para construir
relacionamentos e libertar outros da influência do espírito de Mamom.
Eu (Earl) recebi pela primeira vez o entendimento a respeito
do uso do dinheiro para aumentar os frutos de justiça, quando estava
voltando de uma pregação em Hong Kong, em 1984. No avião, eu
estava meditando sobre esse uso do dinheiro. A Bíblia Amplificada
em inglês afirma: .”..e aumenteis os frutos de sua justiça [o qual
manifesta-se a si mesmo em obras de bondade, benignidade e
caridade].” Meus pensamentos se voltaram para a palavra “justiça.”
Minha mente estava consciente de exemplos de como o dinheiro era
usado para obras de injustiça. A escravidão de pessoas através da usura
202 Bens, Riquezas & Dinheiro

(taxas exorbitantes de juros) é um problema muito grande em nossa


sociedade atualmente. M amom é identificado em Lucas 16 como
Mamom da injustiça.
Conforme eu meditava sobre estes pensamentos, senti que o
Senhor dizia para reverter isto e procurar as ações de justiça promovidas
pelo uso do dinheiro. Comecei a refletir sobre esta questão: “Como
nós livraríamos as pessoas da escravidão das dívidas?” Eu me lembrei
de numerosos empresários da igreja que me contaram que eles haviam
dado dinheiro a pessoas com sérios problemas financeiros, para depois
descobrirem que ele foi mal-administrado, e a pessoa que recebeu a
ajuda ainda continuava com as mesmas dificuldades. Na maioria dos
casos, o dinheiro dado sem prestação de contas é mal-administrado.
Eu tenho visto que problemas financeiros geralmente não são causados
por falta de recursos, mas ao invés disso, por falta de treinamento,
disciplina e uma filosofia errada sobre o gerenciamento do dinheiro.
Conforme eu pensava a respeito de como libertar estas pessoas das
dívidas e resolver o problema de falta de treinamento e prestação de
contas quando o dinheiro é dado, nestes casos, o Senhor trouxe à minha
lembrança a seguinte escritura.

PR O VÉR BIO S 22
7 O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que
empresta. (RC)
Eu sempre estive consciente de que um devedor se sujeita
ao credor e, naturalmente, sempre vi isso como algo muito negativo,
a ser evitado. Com certeza, nunca quis ser um servo de um credor, e
com razão! Contudo, me ocorreu o pensamento de que um devedor
ser servo de um credor, não é necessariamente negativo se o credor
for benevolente para com o devedor, e estiver motivado a ajudá-lo a
se libertar da dívida.
Como seria se o dinheiro, acompanhado de uma supervisão, es­
tivesse disponível para as pessoas escravizadas pela usura e pelas exigências
de seus credores ímpios? O objetivo seria treiná-los e libertá-los.
Aumentando os Frutos de Justiça 203

Ao invés de dar o dinheiro, emprestar-se-ia sem juro nenhum, com a


condição de haver uma prestação de contas. A pessoa que empresta
faria o empréstimo somente se o devedor concordasse em se subme­
ter a uma prestação de contas sem anal ou m ensal à quem lhe
em prestou o dinheiro. A pessoa que em presta, por sua vez, se
comprometería a ensinar ao seu devedor os princípios bíblicos de
finanças, e ajudá-lo a estabelecer um orçamento fechado que incluiría
o pagamento do empréstimo.
As entradas do devedor e as suas despesas seriam revisadas
mensalmente e seria estabelecido o planejamento para o próximo mês.
Até que a dívida fosse paga, o devedor teria uma sólida formação
bíblica de gerenciamento de finanças, e seria capaz de abençoar ou­
tros. Durante a viagem, continuei a meditar sobre este conceito. Eu
senti Deus colocando o pensamento em minha mente de que quando
eu chegasse em casa, recebería um dinheiro que excedería o meu or­
çamento. Este dinheiro era para ser guardado à parte, com o objetivo
de aumentar os frutos de minha justiça. Eu coloquei isto na minha
mente e voltei a pensar em outros assuntos.
Ao chegar em casa, minha esposa me inform ou que tínhamos
recebido um cheque de uma grande quantia de uma pessoa que
conhecíamos há muitos anos. Lembrando-me do que o Senhor havia
colocado em minha mente, compartilhei os meus pensamentos com
minha esposa, Dorothy, e depositamos o cheque no banco para, pelo
menos, render juros! Nós ficamos esperando pela direção do Senhor.
Cerca de duas semanas depois, eu recebi um telefonema de um amigo
que era recém-casado e estava trabalhando em uma empresa em nossa
cidade. Sua voz soou urgente e depois das formalidades, ele me contou
que estava com um sério problema de dívidas em seu cartão América
Express.Ele tinha 48 horas para pagar e tinha esgotado todos os meios
disponíveis para obter fundos com o qual pagasse a dívida. Eu
investiguei o problema por alguns instantes para ter uma idéia dos
pagamentos mensais anteriores, para então descobrir que ele tinha
emprestado de seu MasterCard e Visa para pagar o American Express.
Os dois cartões agora estavam no limite máximo, e assim criou-se o
204 Bens, Riquezas & Dinheiro

problema. Ele agora não tinha mais nenhum crédito disponível no banco,
um a vez que sua lin h a de créd ito tam b ém estav a esgo tad a.
Imediatamente, me lembrei das idéias que eu tive no avião em relação a
aumentar os frutos de minha justiça. Com este pensamento, eu marquei
um encontro com este casal para revisarmos toda sua situação financeira.
Eu achei interessante que a quantia total da dívida destes três cartões e
mais quatro cartões adicionais, estava dentro da quantia do cheque que
eu e Dorothy tínhamos recebido duas semanas antes, excedendo apenas
em quinze dólares.
Eu compartilhei o que o Senhor havia colocado em minha mente
no avião, e propus a implementação deste plano. Eles ficaram tão ani­
mados com ele, que envolvia a eliminação de todos os cartões de crédito
deles, e o estabelecimento de uma prestação de contas das finanças comigo.
Nós iríamos estabelecer um círculo fechado, e faríamos uma revisão
mensal das despesas, comparadas ao orçamento. Os princípios bíblicos
de finanças seriam compartilhados e implementados.
Eles retiraram-se para conversar e orar a respeito do plano jun­
tos. Logo depois eles voltaram à mesa onde nós estávamos sentados, e
eu pude perceber que a esposa havia chorado. Eles estavam começando
a perceber algumas conseqüências da submissão a esse plano. Como
devedores eles estavam concordando em submeter o seu gerenciamento
financeiro a mim, o credor. Seu marido não carregaria mais dinheiro em
seu bolso, sem pensar como ou em que gastar. Os hábitos da esposa
iriam mudar drasticamente com a retirada dos cartões de crédito. Pegar
recibos e registrar os gastos, tudo era novo e, de alguma forma, os assus­
tava.
Eu percebi o medo e a vergonha que eles sentiam, mas também
a esperança de que esta jornada conduzida por Mamom podería real­
mente ter um fim. Fizemos um acordo, e eu escrevi cheques para cada
um dos cartões de crédito, os colocando nos envelopes, para serem
colocados no correio pela manhã. Nós tínhamos mais uma coisa a fazer
antes de orarmos juntos. A destruição dos cartões de créditolEu os
coloquei em uma forma de assar biscoitos untada e os arrumei para
Aumentando os Frutos de Justiça 205

que eles tocassem uns nos outros. Eu liguei o forno para esquentar e
coloquei a forma no forno por cinco minutos. Quando eu os tirei do
forno, eles estavam bem derretidos e colados uns aos outros. Depois
de frios, os cartões fundidos faziam um bonito quadrinho. O título
colocado debaixo dele poderia ser: “N unca mais faça isso!”
Na próxima reunião com este casal, eu os ajudei a estabelecer
um círculo fechado, conforme nós descrevemos anteriormente, utili­
zando o livro God’s Managers (Gerentes de Deus) para traçar a trajetória
das entradas e das despesas. Foi fácil estabelecer um pagamento men­
sal para o em préstim o que eu tinha feito a eles. Sim plesm ente
substituímos o dinheiro que estava sendo usado para fazer os paga­
mentos mínimos mensais às companhias de cartões de crédito para
pagar ao Empréstimo dos Frutos de Justiça sem juros. O dízimo, con­
tudo foi uma outra história. Eles pegavam “o dízimo emprestado
ocasionalmente” para cobrir outras despesas. Contudo, com os cartões
destruídos, o dinheiro estava imediatamente disponível para restaurar
o dízimo do Senhor.
Já que este tipo de gerenciamento era novo para este casal,
nos primeiros três meses, foi necessário reunir-se com eles a cada duas
semanas para orar, encorajá-los e para revisar o plano. Nós também
gastamos um tempo significativo em guerra espiritual contra o espíri­
to de Mamom que os conservou em medo e auto-piedade diante de
sua situação. Eu descobri que trazer disciplina ao gerenciamento do
dinheiro era uma grande luta.
Conforme continuamos a nos encontrar, eu reconhecí que o
arrependimento deste casal sobre sua má administração do dinheiro
precisava ir muito mais a fundo. Inicialm ente, era como se eles
tivessem sido pegos roubando biscoitos. Não havia lágrimas de arre­
pendimento, mas ao invés disso, eram lágrimas de remorso por serem
pegos! Levou tempo para que este casal compreendesse sua própria
iniqüidade em tomar emprestado sem devolver.
As vezes, eu tenho visto que inicialmente é necessário ter o
controle total da conta bancária do devedor usando medidas como
206 Bens, Riquezas &D inheiro

contas com duas assinaturas, a da pessoa que empresta e a do devedor.


Cartões de débito devem também ser renunciados a fim de trazer dis­
ciplina à situação financeira.(Existem pessoas que ganham a vida
gerenciando as finanças de outras pessoas desta maneira. A m aioria
não aceita clientes a menos que eles ganhem mais de $100.000 por
ano!)
Felizmente, neste caso, ainda que eu pensasse em fazer isso,
esse tipo de microgerenciamento não foi necessário. Através da ora­
ção, do ensino da Palavra de Deus sobre finanças e do desenvolvi­
mento de novos hábitos e atitudes em relação ao dinheiro, este casal
estava a caminho da recuperação financeira. Depois de algumas adver-
sidades, a liberdade estava no horizonte. D epois de se tornarem
dizimistas no verdadeiro sentido da Palavra e estabelecer um círculo
fechado, este casal começou a receber abundância. Com os valores de
pagamento que tínhamos calculado para pagar o empréstimo, seriam
necessários vários anos para quitar a dívida. Contudo, conforme eles
eram fiéis no reino natural, Deus começou a agir em seu favor, e um
significativo aumento de salário perm itiu que os Frutos de Justiça fos­
sem pagos em somente 18 meses. Como esse dia foi alegre! Logo de­
pois, o círculo foi revisto e alguns ajustes foram feitos. O dinheiro que
fora usado para pagar o empréstimo dos frutos de justiça, poderia ser
agora utilizado para outros propósitos do Reino. Este casal se tornou
mantenedor de missões e era capaz de abençoar muitas pessoas.
Alguns anos depois, eu (Earl) estava dando um seminário so­
bre finanças em minha igreja, usando o material compartilhado neste
livro. Quando eu ensinei a parte sobre Aumentar os Seus Frutos de
Justiça, eu vi uma mulher chorando. Depois do seminário, essa mulher
veio até mim para falar a respeito deste assunto e perguntar se eu
poderia ajudá-la como eu havia ajudado aquele casal. D esta forma, o
Senhor gerou uma outra idéia em minha mente. Eu decidi conversar
com meu pastor sobre a idéia de abrir uma conta de aumento dos
Frutos de Justiça na igreja. Eu procuraria pessoas que disponibilizariam
dinheiro de sua abundância, o qual conforme fosse necessário, seria
emprestado a pretendentes qualificados sem juros e então, pagos no
Aumentando os Frutos de Justiça 207

prazo. O pastor pensou que essa era uma boa idéia. Quando eu apre­
sentei este plano aos empresários em nossa congregação, eu descobri
que havia bastante pessoas que gostariam de abençoar outros com
problemas financeiros, desde que houvesse uma prestação de contas.
Na implementação deste programa, eu me tornei responsável
por selecionar os candidatos da igreja, conseguir a aprovação do seu
conselho e eu faria aconselhamento financeiro e a prestação de contas.
A m aioria dos em presários sentia que ele não tinha tem po ou
capacidade para conduzir as pessoas neste processo; contudo, muitos
tinham um desejo de ver outros caminhando em liberdade financeira
e estavam dispostos a liberar dinheiro para este propósito. Muitos se
sentiam chateados com as pessoas a quem eles tinham ajudado fi­
nanceiramente no passado sem uma prestação dc contas. A longo
prazo, a situação do devedor não havia mudado nada e o doador/
pessoa que emprestou, se sentia usada.
Muitas destas pessoas já não queriam mais dar dinheiro, mas
ao mesmo tempo se sentiam culpadas por verem a necessidade e por
não sentirem o desejo de ajudar. Alguns tinham esperado que seu
em préstim o fosse pago, mas caíram na arm adilha de “pague-m e
quando puder.” Outros, tinham simplesmente dado dinheiro a pessoas
necessitadas, mas se sentiam desconfortáveis pois duvidavam se isso
realmente as ajudaria. Por causa da seleção e da prestação de contas,
este programa foi bem recebido por aqueles que tinham dinheiro
disponível.
Quantas pessoas nos bancos das igrejas necessitam de ajuda
espiritual e prática em suas finanças pessoais que são um grande
tabu sobre o qual ninguém fala. Conseqüentemente, não estamos
conscientes da situação atual de outros cristãos ao nosso redor. Esse
programa de “Aumento dos Frutos de Justiça” tem sido implementado
com muito sucesso em nossa igreja local por mais de três anos quando
escrevemos este livro. Nós encorajamos vocês a conversarem com a
liderança da igreja local a respeito da implementação de uma estratégia
208 Bens, Riquezas & Dinheiro

similar entre seus membros. Eu estou certo de que este program a é


somente uma das formas a qual Deus quer que o dinherio seja usado
para aumentar os Frutos de Justiça. O Evangelho é verdadeiramente
poder de Deus para salvação do espírito, alma, corpo, relacionamentos
e finanças. Louvado seja Deus!
Alguns anos atrás, o Senhor me ensinou (Craig) a respeito do
uso do dinheiro para aumentar frutos de justiça através de uma expe­
riência que tive com dois empresários. Paul e Roger (não são seus
nomes reais) tinham sido sócios. Paul era um homem muito próspero,
enquanto que Roger nunca supria suas necessidades a cada mês. Roger
tinha envolvido Paul em um negócio esperando que o sucesso desta
parceria eliminaria suas dívidas e resolvería seus problemas financei­
ros. Infelizmente, o negócio não deu certo e Paul tinha perdido uma
grande quantia de dinheiro. Agora tudo o que restava eram algumas
ações pelas quais Paul e Roger brigavam. Já que não encontraram so­
lução para resolver o problema, eles me perguntaram se eu poderia
ajudá-los.
Quando nos sentamos juntos, eu descobri um outro fator na
disputa, era o fato de que Paul tinha feito a Roger empréstimos pes­
soais de uma grande quantia de dinheiro no decorrer de dois anos.
Pelo fato de serem amigos, Roger freqüentemente pedia dinheiro
emprestado a Paul quando faltava dinheiro para suprir suas obriga­
ções pessoais. Em nossa reunião, Paul colocou o fato de que Roger
nunca lhe pagou nenhum centavo de sua dívida pessoal, e apenas
continuava a pedir mais empréstimos quando estava sem dinheiro.
Paul sentiu que Roger o tinha usado e tirado proveito de sua amizade.
Naquele dia, mostrei a Roger o que significa encarar as dívidas.
Ele concordou que faria isso e, mensalmente, começaria a pagar $100
dólares de sua dívida. Paul então concordou que se Roger fizesse pelo
menos isso, ele estava disposto a dividir um pouco das ações com Roger.
Eu pensei que a disputa estava resolvida. Contudo, três meses depois,
Roger me telefonou alegando que Paul não havia dado nada das ações e
não tinha cumprido sua palavra. Conversando com Paul, descobri que
Roger ainda não havia pago os primeiros $100 de seu débito pessoal. Os
Aumentando os Frutos de Justiça 209

dois concordaram em me encontrar novamente na quinta seguinte.


Na noite do sábado anterior à nossa reunião na quinta-feira,
não consegui dormir nem Jan, minha esposa, que se levantou. Eu
comecei a pensar sobre a situação de Roger e Paul. Conforme refletia
a respeito disso, ouvi o Senhor me dizer: “Eu quero que você pague
a dívida de Roger.” Primeiro, fiquei surpreso. Minha mente natural
começou a pensar a respeito de todas as outras maneiras que poderia
usar esse dinheiro. Eu pensei: “Se eu o ofertar, não faria muito mais
sentido, dar para missões, ou para algumas pessoas pobres de nossa
igreja?” Para mim, não fazia muito sentido dar uma grande quantia
de dinheiro a um homem que já era próspero, simplesmente para
pagar a dívida de outro homem que tinha, pela sua tolice, se colocado
em grandes dívidas.
Contudo, o Senhor continuou a falar para mim que nós tí­
nhamos de pagar a dívida de Roger. Então, me lembrei da experiência
de Earl a respeito de como ele aprendeu a usar o dinheiro para au­
mentar os frutos de justiça. Essa situação era um pouco diferente,
mas o princípio parecia ser o mesmo - usar o dinheiro para construir
relacionamentos e talvez livrar ambos da influência do espírito de
Mamom. Neste momento, Jan voltou ao nosso quarto. Ela tinha es­
tado lá na sala orando. Eu perguntei se o Senhor havia falado com
ela. Ela disse que sim, e que ela queria saber se o Senhor tinha dito
alguma coisa para mim. Eu confirmei dizendo que Ele falara e lhe
perguntei: “O que Ele te falou?” Ela disse: “Não, primeiro você!”
Então eu disse: “Está bem” e compartilhei com ela o que eu cria que
o Senhor havia me dito. Ela disse: “Eu creio que é o Senhor, e nós
temos de fazer isso.” Eu questionei: “Por que você pensa assim?”
Ela respondeu: “Porque quando eu estava lá embaixo, o Senhor me
disse que Ele estava falando com você aqui no quarto, e que seria
algo meio estranho mas que era a voz de Deus falando para você e
que eu deveria concordar.” Nós dois sentimos que Deus usaria esta
ação para unir as vidas destes homens e libertá-los da influência do
espírito de Mamom.
Na reunião de quinta-feira, compartilhei com Paul e Roger
210 Bens, Riquezas &D inheiro

que sentia que o espírito de Mamom estava influenciando poderosa­


mente a vida de ambos. Ele estava influenciando Roger a focalizar-se
na obtenção de dinheiro para suprir suas necessidades e Paul na pre­
servação do dinheiro que ele sentia que os outros estavam tentando
tirara dele. Então, lhes contei que o Senhor tinha me instruído a
pagar a dívida de Roger. No início, eles pensaram que eu estava fa­
lando de algo espiritual, ao invés de material. Contudo, quando eu
fiz um cheque e perguntei a quantia exata e o nome completo, o fato
de que eu iria realmente pagar, os tocou. Os dois estavam chocados
e eu acredito que alguma coisa foi quebrada no reino espiritual sobre
suas vidas naquele dia. Roger se humilhou diante de Paul e pediu por
seu perdão por abusar de sua generosidade. Em seguida, a disputa
em relação às ações foi facilmente resolvida. Eu creio que este ato
de dar quebrou o poder do espírito de Mamom na vida de ambos, e
refocalizou sua atenção em Deus.
Dentro de dois meses, eu notei que Paul começou a liberar
significativas quantias de dinheiro para o Reino de Deus a vários
ministérios e organizações missionárias. Alguns meses depois, eu liguei
para Roger para ver como ele estava, e descobri que seus negócios
pela primeira vez, durante anos estavam prosperando. Eu lhe perguntei
sobre o que ele estava fazendo diferente. Ele respondeu: “Nada que
eu saiba. Eu estou fazendo as mesmas coisas que eu sempre fiz, mas
de alguma forma agora está funcionando.” Ele também começou a
ofertar ao Reino de Deus.
Depois desta experiência, eu consegui ver a sabedoria do Se­
nhor conduzindo eu e Jan e eu a usarem o dinheiro desta forma. Nós
poderiamos ter dado aos pobres, ou para missões, e teríamos cumprido
um propósito. Contudo, ao dar a Paul para pagar a dívida a Roger, o
dinheiro foi multiplicado muitas vezes no Reino, conforme os frutos
de justiça foram aumentados nas vidas destes dois homens. Depois
que o espírito de Mamom foi quebrado em suas vidas, os recursos
financeiros foram liberados para o Reino de Deus através deles em
níveis bem maiores que anteriormente.
Podemos ver que o aumento dos frutos de justiça é um
Aumentando os Frutos de Justiça 211

outro uso bíblico legítimo do dinheiro. Se Jan e eu não tivéssemos


abundância de dinheiro disponível, não o poderiamos ter usado desta
forma para aumentar os frutos de justiça na vida de Paul e Roger.

GENEROSIDADE: LIBERALIDADE OU DOAÇÃO


A generosidade é um outro uso bíblico legítimo do dinheiro.
A generosidade é simplesmente dar a outros conforme a direção do
Senhor. Não é dizimar, nem semear e colher. O Apóstolo Paulo nos
instrui a respeito do dar em 2 Coríntios capítulo 9.

2 CORÍN TIOS 9
7 Cada um [contribua] conforme determinou em sua mente epropôs em seu
coração, não com relutância ou tristeza ou p or obrigação, pois Deus ama
[isto é, Ele tem prazer em, preza acima de outras coisas, e não está
disposto a abandonar ou ficar sem] o alegre [jubiloso, sempre
disposto] doador - que sempre dá de coração. (Amplificada)
Este verso capta o coração da generosidade. Antes de tudo,
nós temos de decidir que nós daremos conforme a instrução do Se­
nhor. O propósito do nosso coração é abençoar a outros. Existem
p e sso as que se sen tem o b rig ad a s a d ar, sem que q u eiram .
Primeiramente, precisamos perguntar ao Senhor se nós devemos dar
em determ inada situação, para que não sejamos manipulados por
pessoas, nem por circunstâncias. Se o Senhor nos disser que não é
para dar em uma determinada situação, nós podemos deixar passar a
oportunidade, confiando que nós estamos agindo em obediência ao
Senhor. Durante a oferta na igreja, nossa consciência está limpa e
não temos de fingir que estamos ofertando alguma coisa quando não
estamos. Se o Senhor tem nos instruído a dar, a segunda pergunta é:
“Quanto?” Dar em obediência ao Senhor é fazer um depósito na
nossa conta Tesouros no Céu onde este depósito se multiplica.

LUCAS 6
38 Deem, e [dádivas] lhes serão dadas, boa medida, recalcada, sacudida e
212 Bens, Riquezas &D inheiro

transbordante, eles derramarão na [bolsa formada pelo \peitilho [de seu manto,
usado como saco], Pois a medida que vocês usarem - isto é, a medida que
usam para conferir benefícios a outros —será usada com vocês. (Amplificada)
O objetivo do nosso dar, é liberar bênçãos aos outros. Nós
não damos para receber, mas por obediência a Deus e à Sua palavra.
Quando discutimos sobre “Tesouros no Céu” no capítulo 4, vimos
que nosso dar é o mecanismo que Deus usa para que amontoemos os
“Tesouros nos Céus”. Esse é o Seu mandamento para nos proteger de
amontoarmos tesouros terrenos e ter nosso coração preso a eles. D ar e
receber é também o princípio essencial que governa as finanças do
Reino.
A generosidade é simplesmente ter dinheiro disponível para
abençoar as pessoas que nos cercam. Precisamos ter recursos para
sermos capazes de com prar o almoço para alguém, ou enchermos
um tanque de gasolina, ou comprarmos um conjunto de roupa para
um irmão. Assim, preciso ter dinheiro disponível para ser capaz de
abençoar aqueles que me rodeiam.
Receber é o outro lado da moeda do dar. Existem muitas pes­
soas que têm problemas em receber. Elas amam ser doadores, mas
quando alguém tenta lhesdar alguma coisa, elas recusam. Nós preci­
samos aprender a receber alegremente, caso contrário nós furtamos
aos outros, a bênção de dar. A incapacidade de receber é geralmente
enraizada na falsa humildade, a qual é, na verdade, uma forma de
orgulho. Muitos lutam com um sentimento de necessidade de retribuir
da m esm a form a ou a mais do que aquilo que receberam. Isso é
soberba, e demonstra uma falta de entendimento do conceito da graça.
U m a razão pela qual D eus pode querer que recebam os é que
possamos ser um canal de bênção para alguém mais.
Uma categoria específica de dar, é dar esmolas aos pobres.

PRO VÉRBIO S 19
Aumentando os Frutos de Justiça 213

17 Quem se compadece dos pobres, empresta ao SENHOR, e aquilo que


doou lhe será devolvido p or Ele. (Amplificada)
Existe um retorno único prometido neste tipo de doação. Je ­
sus veio pregar o Evangelho aos pobres.
LUCAS 4
18 0 Espírito do Senhor [está] sobre Mim, porque Ele Me [o Ungido, o
Messias] ungiu para pregar boas novas [o Evangelho] aos pobres; Ele
Me enviou para proclamar liberdade aos cativos, e recuperação da vista
aos cegos; para enviar libertos os que eram oprimidos - os humilhados,
feridos, esmagados e arruinados p or calamidades; (Amplificada)
Perceba que cada coisa que Jesus foi chamado e ungido para
fazer tinha um resultado que era o oposto ao problema. Assim o Evan­
gelho, o qual é poder de Deus, é pregado aos pobres e por isso, quebra
o poder do espírito de Mamom sobre as vidas das pessoas e as liberta
para entrar na provisão de Deus e para usufruir da prosperidade com
o propósito de abençoar.
Agora, vamos revisar os cinco usos do dinheiro os quais temos
visto em 2 Coríntios 9.
1. D izim ar. Esse dinheiro é dez por cento de nossa entrada
bruta. Ele já pertence ao Senhor, e é para ser separado
como santo para ser dado à casa do tesouro.
2. P ão p a ra com er. Este é o recurso disponível para nosso
consumo pessoal, e precisa ser gerenciado dentro de um
círculo fechado.
3. S e m ead u ra e C o lh eita. Esse dinheiro vem da abundân­
cia e é investido no Reino de Deus com uma intenção
deliberada de uma colheita multiplicada.
4. A u m en tar os F rutos d a Ju stiç a . Esse dinheiro é desti­
nado a construir relacionamentos e para libertar outros
das dívidas e do espírito de Mamom.
5. G enerosidade. Esse dinheiro está disponível para ser dado
aos pobres e a outros como o Senhor direcionar e conforme
cada um tem proposto em seu coração.
CAPÍTULO 9
MULTIPLIQUE OS RECURSOS DE
DEUS ATRAVÉS DA SEMEADURA E
COLHEITA

TO A O 4 . 2 3 - 2 4

E SP ÍR IT O VERDADE

Fé Romanos 10.17 P a la v r a Fé Lucas 17.5-10


GRAÇA
O bediência
P R IN C ÍP IO S B Á SIC O S

1. RECONHECER E RENUNCIAR O
ESPÍRITO DE MAMOM
2 C O R Í N T I O S 9 .8 (L ea ld a d e no coração som ente p ara
com D eus)
E Deus é capaz de fazer com que 2. ESTABELECER A FÉ DE PARDAL
toda a graça (cada favor e bênção (D eus c m in h a fonte)
terrestre) lhes alcarce em 3. ESTABELECER O DÍZIMO
abundância, para que, sempre e em (Ser u m d iz im ista , não apenas

todas as circunstâncias, seja qual for


d izim ar)
4. TORNAR-SE UM GERENTE DE
a necessidade, sejam auto- DEUS
suficientes, possuindo o bastante ( T o rnar-se resp on sável d ia n te de
para que não tenham necessidade D eus p ara a d m in istrar os recursos

de ajuda ou suporte, e estejam


d isp o n íveis)
5. FECHAR O CÍRCULO
supridos em abundância para toda
6.
(Q uanto é su ficien te?)
boa obra e donativo caridoso. ENCARE SUAS DÍVIDAS
(R eco n h ecer c p a g a r ad eq u ad am en te
(Amplificada) todas as dívidas)
7. SER UM EUNUCO FINANCEIRO
(G eren ciar o transbo rdar financeiro
q u e é do Senhor)

TORNANDO-SE UM EUNUCO FINANCEIRO


Q uando falam os a respeito da sem eadura e colheita, é
importante entender que esse é o sétimo princípio básico. A razão
216 Bens, Riquezas & Dinheiro
pela qual dizemos isso é que muitos cristãos têm tentado começar
com este princípio, sem primeiro estabelecer os outros que são bási­
cos iniciais. Eles então se desapontam, reclamam que este princípio
não funciona e ficam chateadas com Deus e com os pregadores da
Palavra. Em nossa discussão anterior, mencionamos que o princípio
da semeadura e da colheita não é aquele usado para suprir as nossas
necessidades básicas. A semeadura e colheita são principalmente para
o benefício do Reino de Deus. Quando temos todos os outros cinco
princípios em ordem: o da Fé de Pardal, o estabelecimento do dízimo,
o fechamento do nosso círculo, tornar-se um gerente de Deus e encarar
as nossas dívidas, nós nos qualificamos para nos tornarmos um eunuco
financeiro, através da semeadura e colheita para a expansão do Reino
de Deus.
Você pode perguntar: “O que é um eunuco financeiro?”
Vamos prim eiram ente considerar o papel do eunuco no oriente anti­
go. Um eunuco era um homem que tinha sido castrado e assim, não
tinha desejo sexual. O papel do eunuco era principalmete servir o
harém do rei. O harém era constituído das mais lindas mulheres da
terra, que eram dedicadas ao rei. O que aconteceria se um homem
tocasse scxualmcnte uma das mulheres do harém do rei? Ele certa­
mente perdería sua vida, pois elas eram dedicadas somente ao rei, e
não podiam ser tocadas por ninguém mais. Para assegurar que isso
nunca aconteceria, somente aos eunucos era perm itido servir no
harém do rei.
O papel principal do eunuco era acompanhar e preparar a
noiva para o rei. Ele não tinha desejo de pegar a noiva para si mesmo,
porque tinha sido totalm ente despido de seu desejo através da
castração. Assim, um eunuco financeiro é alguém que tem por
papel principal gerenciar os recursos para o Rei. Ele nunca usaria
estes recursos para si mesmo, porque esse desejo já foi tratado com
um golpe de morte através do estabelecimento dos seis primeiros
princípios em sua vida.
Então, um eunuco financeiro é uma pessoa que vem ao Senhor
pedindo para trabalhar no gerenciamento de uma conta fiduciária em Seu
Multiplique os Recursos de Deus 217

nome com o propósito de expandir o Reino de Deus. Agora você


pode entender porque estabelecer o dízimo é tão importante, pois é
a qualificação inicial para esta posição, enquanto que, para tornar-se
um eunuco financeiro é reconhecer que o dízimo não é nosso. Ele é
do Senhor e é a nossa primeira oportunidade de gerenciar uma conta
fiduciária em Seu nome. Se nós não pudermos nem mesmo gerenciar
o dízimo do Senhor e mantê-lo santo para Ele, por que o Senhor
confiaria em nós para gerenciar uma quantia maior em Seu nome?
O que aconteceria se você tentasse se tornar um eunuco fi­
nanceiro sem ter ainda os outros princípios estabelecidos em sua vida?
Se tentar isto sem ter ainda estabelecido a Fé de Pardal em seu coração,
você será tentado a tocar em parte da conta fiduciária do Senhor
para suprir suas próprias obrigações, necessidades e desejos. Você
pode também ser tentado a armazenar os fundos do Senhor em seu
celeiro, ao invés de liberá-los para o Reino. Se não estabeleceu o
dízimo, então você ainda não se qualificou para adm inistrar uma
pequena conta fiduciária e tem provado que é infiel para gerenciar
uma conta maior.
Se ainda não mudou de paradigma, de ser um proprietário
para ser um gerente, então você poderia pensar que os fundos que
são do Senhor são seus, e será infiel em gerenciá-los em Seu nome e
os tocará para si mesmo. Se ainda não fechou o seu círculo, então
você não vai poder distinguir a diferença entre aquilo que está
disponível para suas obrigações, necessidades e desejos, e aquilo que
pertence ao Senhor para o uso do Reino. Se ainda não encarou suas
dívidas, você estará semeando na conta dos Tesouros no Céu de
seus credores.
Uma vez que tem estes seis primeiros princípios estabeleci­
dos, você está pronto para se tornar um eunuco financeiro e multi­
plicar fundos para o Reino, através da semeadura e colheita. Seu
desejo de tocar estes fundos para si mesmo foi embora, e você está
qualificado para ser um gerente dos fundos em nome do Senhor.
218 Bens, Riquezas & Dinheiro

VIVENDO NO TERCEIRO RIO


Você já pensou sobre como subsidiar o Reino na perspectiva
de D eus? Ele tem um suprim ento infinito de recursos. Contudo,
geralmente vemos as igrejas e os ministérios fazendo o trabalho do
Reino com recursos bem limitados e escassos. Por que? Deus não
quer suprir? Não, esse não é o problema. Como os recursos do supri­
mento de Deus chegam às mãos do ministério? Isso acontece princi­
palmente através de pessoas. Cada cristão é como um gasoduto atra­
vés do qual D eus deseja fluir recursos financeiros para o Reino.
Contudo, muitos dos gasodutos estão extremamente entupidos e com
vazamentos. A maior parte daquilo que Deus manda pelo gasoduto
não atinge os fins que Ele deseja. Se a Fé de Pardal não é estabelecida,
o medo faz com que a m aioria dos recursos fique no gasoduto. Se
existe uma dívida grande, muitos recursos são tirados do gasoduto
para pagar juros. Se o círculo não é fechado, então a maioria dos re­
cursos é consumida fazendo um maior, m elhor e mais confortável
gasoduto. Cremos que isto deve ser muito frustrante para o Senhor.
Certa vez, enquanto eu ministrava na África, o Senhor me deu
uma visão retratando o gerenciamento dos recursos financeiros. Vi
uma enorme área de neve nas montanhas que era uma fonte infinita
de suprimento de água. Existiam três rios emanando desta área de
neve. No prim eiro rio, morava um homem cuja a experiência de vida
lhe mostrava que nunca teria água suficiente. Então, o que ele faz
com a água que vem do rio? Ele constrói uma barragem naquele rio
e represa toda a água para que consiga formar um lago. O ponto de
vista deste hom em acerca da água in clui som ente o que está
disponível para ele em seu lago. Portanto, ele precisa conservar a
água e ser muito cuidadoso, porque ela mal supre as suas necessidades.
Havia um segundo rio que fluía da área de neve. O homem que
morava ao longo deste rio tinha uma experiência de vida que lhe dizia que
normalmente há abundância de água para ele, e então não existe necessidade
de construir uma barragem no rio. Ele decide então deixar a água fluir
Multiplique os Recursos de Deus 219
naturalmente e usar o que precisa e perm ite o restante fluir para o uso
daqueles que moram rio abaixo. Este homem percebe que existe abun­
dância de água tanto para ele quanto para as pessoas que vivem nos
lugares menos elevados. Então, ele vive sua vida na beira do rio, tirando
o que necessita e permitindo que o resto flua para a região inferior.
Existia um terceiro rio e um homem que também vivia em sua
margem. Sua experiência de vida é que existe tanta água na área de
neve, que ninguém jamais poderia usar toda a água vinda do rio. Como
resultado deste entendimento, este homem começou a construir ca­
nais que irrigassem as áreas distantes para ajudar a água chegar às
fazendas de outros que não moravam perto do rio. A cada ano, ele
construía alguns novos canais para seus vizinhos, que precisavam de
água. No próximo ano, este homem tem planos para construir mais 3
canais. Então no ano seguinte, ele espera construir mais 5 novos
canais que possam ir ainda mais longe da margem do rio. Parece que
quanto mais canais ele constrói, mais água vem do rio, e por isso, ele
apenas continua construindo canais. De fato, este homem pensa o
tempo inteiro como ele poderia contratar mais homens, com mais
escavadeiras para ajudar a construir os canais mais rapidamente, e
assim, poder m andar água para todas as outras fazendas que estão
longe do rio. A experiência de vida deste homem é que ele jamais
conseguiría gastar toda aquela água.
Agora vamos supor que você seja a pessoa na área de neve
que decide quanta água liberar para cada rio. Para qual rio você libera­
ria mais água? Provavelmente para o terceiro rio. Quanto você liberará
para o primeiro rio? Possivelmente, colocaria o suficiente para suprir
a necessidade daquele homem que vive no rio porque você o ama e
quer cuidar dele. Contudo, não existiría utilidade para aquela água
toda se fizesse um grande lago em sua propriedade. Ela ficará estag­
nada, como o M ar Morto. Então, você manda apenas o suficiente
para o uso daquele homem, não manda mais do que isso.
Quanta água você colocaria no segundo rio? Você mandaria,
provavelmente somente a quantia necessária para suprir as necessidades
das pessoas que vivem ao longo do rio. Entretanto, não há precisão
220 Bens, Riquezas & Dinheiro
de mandar grande quantia de água a este rio, pois ela será usada ina­
dequadamente. A maioria da água iria, com certeza, para o terceiro
rio, e seria usada para trazer grande benefício a um maior número de
pessoas.
Percebo que, muitas vezes, pessoas descrentes têm uma melhor
compreensão de como viver no terceiro rio do que muitos cristãos. Eu
tenho visto descrentes que têm aprendido a viver com um orçamento
fechado, e realmente já vivem no terceiro rio, enquanto que seus vizinhos
cristãos ainda estão vivendo no primeiro ou no segundo rio, crendo em
Deus que “as riquezas do perverso serão transferidas para o justo.”
Acredito que, na perspectiva de Deus, deve ser mais fácil trazer para o
Reino, descrentes que já vivem no terceiro rio do que convencer cristãos,
que vivem no primeiro e segundo rios a mudarem seus paradigmas de
vida e viverem no terceiro. Isso pode surpreender muitos cristãos
quando virem Deus construir o Seu Reino neste novo milênio. Os
filhos das trevas algumas vezes são mais sábios do que os filhos da luz.
N a realidade, qualquer que seja a água que flua de seu rio hoje,
provavelmente é a quantia que Deus acha que você é fiel em gerenciar.
Se você deseja gerenciar uma porção maior dos recursos de Deus como
um servo, terá de permitir que Deus mude profundamente seu interior.
Pessoas que estão acostumadas a gerenciar R$ 100 milhões por ano
pensam muito diferente de pessoas que estão acostumadas a gerenciar
R$ 100 mil por ano. Eu creio que seria muito mais fácil para o Senhor
trazer para o Seu Reino alguém acostumado a gerenciar R$ 100 milhões
por ano como Seu servo e fluir Seus recursos através desta pessoa para
o Reino ao invés de pegar alguém que já está no Reino mas está acostu­
mada a lidar com R$ 100 mil por ano, ou menos, e tentar ensiná-la a se
tornar um servo de mais de R$ 100 milhões por ano.
Assim, a fim de nos qualificarmos para sermos gerentes de mai­
ores recursos do Senhor, precisamos aprender a ser fiéis em tudo o que
nos tem sido dado para gerenciar no momento. Podemos permitir que o
Senhor faça as mudanças necessárias em nossos pensamentos e percepções
de vida para sermos capazes de compreender nos conduza em todas
M ultiplique os Recursos de Deus 221

como gerenciar quantidades maiores de recursos em Seu Reino. Quan­


do eu tenho aprendido como viver às margens do terceiro rio com os
recursos que possuo no momento, eu me qualifico para receber mais
dos recursos de Deus para canalizar para o Seu Reino. Quanto mais
rapidamente eu puder aprender a construir canais e direcionar recursos
para o Reino, mais velozmente eu me qualifico para gerenciar outros
recursos. Eu creio que o Senhor está procurando por pessoas que
tenham um histórico de fidelidade, e não por pessoas cheias de boas
intenções, de “o quanto farão quando elas tiverem isso ou aquilo”.
Para muitos de nós, essa é uma mudança radical de paradigma que
tem de acontecer agora, a fim de que nos qualifiquemos para o plano
que Deus tem para nós no futuro.

SEMEADURA E COLHEITA: O PROPÓSITO


CORRETO
O conceito de semeadura e colheita é um princípio básico do
Reino de Deus.

M A RCO S 4
26 E Ele disse, 0 Reino de Deus é semelhante a um homem que lança a
semente sobre a terra,
27 Então continua dormindo e levantando-se, de noite e de dia, enquanto a
semente germina e cresce e aumenta, embora ele não saiba como.
28 A terra prodm>[agindo] p or si, primeiro o talo, depois a espiga e, então,
o grão cheio na espiga.
29 Mas logo que o grão fica maduro e pronto, imediatamente ele envia [os
ceifeiros] e lhe mete a foice, porque é chegada a ceifa. (Amplificada)
O princípio da semeadura e colheita é também expresso em
2 Coríntios 9.

2 C O R ÍN T IO S 9
222 Bens, Riquezas &D inheiro

6 [Lembrem-se] disto: aquele que semeia pouco e com má vontade, tamhém


colherá pouco e com má vontade, e aquele que semeia com fartura, para
que alguém seja abençoado, também colherá fartamente, com bênçãos.
(Am plificada)
O princípio da semeadura e colheita funciona diferente da
generosidade ou da doação. N em a doação e nem a generosidade tem
uma expectativa de retorno. O propósito principal das doações e da
generosidade é simplesmente abençoar outros. Contudo, quando nós
entramos na semeadura e colheita, existe um propósito intencional de
se colher enquanto semeamos. A semeadura e colheita podem ser
comparadas ao cultivo. Existe uma intenção de colher quando seme­
amos. Um fazendeiro não só espalha sua semente na terra sem se
preocupar como, quando, onde e com a preparação do solo, etc. Não!
Quando um fazendeiro recebe a semente para semear, ele entra em
um processo intencional que garantirá a colheita máxima de sua se­
mente. Ele primeiro escolhe a terra e a prepara com o arado. Em
seguida, ele planta sua semente, fertiliza, irriga, e adiciona nutrientes
para as plantas em crescimento conforme for necessário.
O fazendeiro não se surpreende quando brotos verdes apare­
cem e começam a crescer. Ele espera uma colheita. O fazendeiro pro­
tege sua semente dos pássaros e toma conta para que nada afete sua
colheita. No decorrer deste processo, ele dorme e acorda, dorme e
acorda; a semente brota e cresce, e ele não sabe como. O fazendeiro
não é responsável pelo crescimento. Ele não pode fazer a semente
crescer. Esse é o trabalho de Deus. Quando é chegado o tempo da
colheita, ele trabalhará e a trará,pois ele exige trabalho. O sistema de
semeadura e colheita torna-se uma ocupação de tempo integral. Em
certos climas do mundo, alguém pode ao mesmo tempo estar colhendo
em uma área e semeando em outra, um outro tipo de semente. Um
bom fazendeiro não semeará mais do que ele tenha tempo de cuidar
e colher.
Como o fazendeiro usa a sua colheita? Ele não usará toda a
sua colheita para semear de novo. O fazendeiro dizimará da colheita, e
separará semente para semear novamente. Depois, ele converterá uma
Multiplique os Recursos de Deus 223
parte da colheita em dinheiro para compras e vendas, suprimento de
suas próprias necessidades, e deixará um a porção para dar aos
outros.Uma parte da colheita será separada para eventuais emergências.
Conforme aprendemos os princípios do uso do dinheiro para multi­
plicação de recursos para semeadura, Deus colocará a abundância em
nossas mãos para propósitos específicos.
Vamos considerar o modelo financeiro do Reino. Deus é a
nossa fonte, e Ele provê dinheiro que pode ser dado conforme Ele
nos direcionar. O dinheiro que tem sido dado, abençoa e resulta em
um depósito em nossa conta Tesouros no Céu. Jesus gerencia esta
conta e provê uma multiplicação sobre ela para que haja mais recursos
na conta do que aquilo que foi depositado. Para os que são dizimistas,
a janela do céu está aberta, e o fluir da bênção de nossa conta celestial
supre nosso círculo fechado ou orçamento.
A porção do círculo que envolve necessidades básicas (rou­
pas, comida e moradia), Deus promete suprir baseado na Fé de Par­
dal, simplesmente porque Ele nos ama. Contudo, o Seu desejo é pri­
meiro satisfazer e, em seguida transbordar o nosso círculo fechado
para que possamos ser abençoadores e cumprirmos os Seus planos e
propósitos no mundo. Depois que nossas obrigações, necessidades e
desejos que estão no círculo têm sido supridos, temos abundância
ou uma multiplicação de semente para semeadura. Esta abundância
é para ser dirigida por Deus e investida onde Ele desejar. Nem toda
a abundância é necessariamente para a semeadura. Pode ser que Ele
queira que você dê uma porção além e a mais do que você determinou
no seu círculo fechado. Uma parte pode ser guardada como riquezas
do sistema do mundo, prontas para o uso do Senhor, assim como o
jumento estava disponível para Jesus usar (Marcos 11.2-6). Isso signi­
fica que você precisa ter acesso às riquezas que você tem investido no
sistema do mundo. Parte desta abundância, o Senhor pode também
querer que esteja na forma de bens.

DEUTERON ÔM IO 8
224 Bens, Riquezas & Dinheiro
17 Cuidado, para não diferem em [sua mente] e seu coração, 0 meu poder e
a força das minhas mãos ajuntaram para mim toda esta riqueza.
18 Mas, lembrem-se [com seriedade] do SENHOR, o seu Deus; pois é
Ele que lhes dá força para adquirir riqueza, para confirmar a Sua aliança
que, sob juram ento, prom eteu a seus pais, conforme hoje se vê.
(Am plificada)
Deus proverá a abundância para seu círculo fechado com o
objetivo de gerar bens. Lembre-se de que bens são definidos biblica-
mente como terras, casas, gado e rebanhos (meios de reprodução),
ouro e prata em forma de barras ou jóias (formação de recursos para
negócios) e servos e servas (criatividade intelectual). D eus está
liberando a abundância para os propósitos do Seu Reino e a sua
expansão na Terra. O sistema do mundo tem sua própria versão dos
princípios de semeadura e colheita e é denominado investimento. Uma
pessoa pode tomar algum dinheiro que sobra de suas obrigações e
necessidades e chamar um administrador financeiro para fazer investi­
mentos deste dinheiro no sistem a de m ercado do mundo. Se ele
prosperar, terá uma certa porcentagem de lucro. Contudo, este tipo de
investimento somente constrói estruturas no sistema do mundo. Ele
pode gerar capital para indústria ou para escritório nos arranha-céus, e
instituições do sistema do mundo. Embora isso não seja moralmente
errado, se Deus quer o dinheiro para Seu Reino, nós como cristãos,
possivelmente o temos colocado no reino errado. O Reino de Deus
tem seu próprio sistema de investimento. Ele é chamado de princípio
da semeadura e da colheita. Temos visto nas Escrituras que, quando a
Palavra de Deus era semeada na vida de uma pessoa, existiam muitos
fatores que poderíam potencialm ente destruí-la ou atrapalhar a
multiplicação desta semente.

M A RCOS 4
14 O semeador semeia a Palavra.
15 A s sementes à beira do caminho são alqueles que recebem a Palavra
semeada [em seus corações], mas quando a ouvem, Satanás vem logo e
[pela força] retira a mensagem semeada neles.
Multiplique os Recursos de Deus 225
16 Da mesmaforma, as queforam semeadas em terreno pedregoso são aqueles
que, quando ouvem a Palavra, logo a recebem com alegria;
17 Mas eles não têm raiir em si mesmos, e, p or isso, permanecem p or pouco
tempo, e quando surge alguma tribulação ouperseguição p or causa da Palavra,
eles se escandalizam - ficam descontentes, indignados, ressentidos; tropeçam
e se afastam.
18 E as queforam semeadas entre os espinhos são aqueles que ouvem a Palavra,
19 Mas então, os cuidados e ansiedades do mundo, as distrações da era, o
prazer e gozo e glamourfalso e o engano das riquegcts, e o desejo ardente,
apaixonado p or outras coisas penetram e sufocam a Palavra, tornando-a
infrutífera.
20 E as que foram semeadas em terra boa [bem preparada] são aqueles
que ouvem a Palavra, a recebem e aceitam e acolhem, e frutificam, alguns
trinta vezes mais do que fo i semeado, outros sessenta vezes mais, e alguns
[até] cem reges mais. (Amplificada)
Eu (Earl) vi este princípio funcionar de uma maneira muito
prática alguns anos atrás. O Senhor tinha abençoado financeiramente
D orothy e a m im . É ram os dizim istas e tínham os dado m uitas
contribuições no decorrer dos anos. Contudo, nunca tínham os
experimentado uma multiplicação de dinheiro como retomo. Quando
pensamos nisto, descobrimos que a razão era que nunca tínhamos
semeado uma semente com um propósito! Tínhamos dizimado e
ofertado generosam ente mas nunca tínham os semeado com um
propósito definido. Conforme orávamos a respeito deste conceito da
P alavra, nós nos sentim os conduzidos a testar este princípio.
Conhecíamos um homem que estava envolvido em um ministério
cristão. Eu o contactei e compartilhei com ele o que estávamos vendo
na Palavra a respeito da m ultiplicação. Tínham os um a soma de
dinheiro que estava na categoria de abundância em nosso círculo
fechado, a qual sabíamos que era para ser usada como uma semente.
Fomos conduzidos a semear esta soma no Reino. Ao encontrar com
meu amigo, colocamos este dinheiro em suas mãos, e lhe contamos
que não era um presente nem uma oferta, mas ao invés disso era uma
semeadura que estávamos crendo que multiplicaria para nós dez vezes
226 Bens, Riquezas & Dinheiro
mais. Sabíamos que precisávamos vigiar nossa semente, pois existem
muitas coisas que poderíam destruir a sua multiplicação. Oraríamos
por nosso am igo e o seu m inistério e faríam os guerra espiritual
conforme o Senhor nos sugeriu. Ele faria a mesma coisa por nós.
Conforme a colheita foi semeada, dormimos e acordamos e de onde
o crescimento vinha nós não sabíamos! Alguém pode dizer: “Quanto
tempo leva para a colheita estar pronta?” No reino físico, depende do
tipo de semente. No reino do espírito, a colheita vem quando Deus
acabou de com pletar o seu propósito. D eus podería m ultiplicar
instantaneamente como Ele fez quando Jesus fartou cinco mil pessoas.
Jesus recebeu cinco pães e dois pequenos peixes, louvou ao Senhor,
Ele deu graças, partiu os pães, continuou a dá-los aos discípulos e
estes repartiam para a multidão. Ele fez o mesmo com os peixes. No
final, havia doze cestas cheias de pedaços (Marcos 6.41,43). Deus está
freqüentemente mais interessado em oração e guerra espiritual que
estão sendo oferecidas do que em m ultiplicar o dinheiro de volta para
nós. Ele está simplesmente usando o dinheiro como um instrumento
de seu propósito. Eu creio que ele volta multiplicado quando Deus
tem com pletado o Seu desejo através de nosso “tomar conta da
plantação” através da oração e da guerra espiritual.
Durante as próximas seis semanas, meu amigo e eu estávamos
nos comunicando e compartilhando o que Deus estava fazendo em
nossas vidas, e tomando conta da colheita. Uma noite em nossa casa,
depois de um estudo bíblico com um grupo de pessoas, uma delas
veio até mim com um envelope contendo um cheque. Ele afirmou
que havia debatido com Deus por alguns dias sobre dar-me este di­
nheiro. Ele sabia que eu trabalhava para a IBM e com meu salário eu
certamente não precisava deste dinheiro! Contudo, em obediência
ao que Deus tinha colocado em seu coração, ele estava passando
este dinheiro a mim. Quando eu abri o envelope, para meu espanto,
o cheque foi escrito em uma quantia exatamente dez vezes maior do
que aquilo que eu tinha semeado! Eu estava tão animado que eu não
sabia se chorava, ou se ria.
A quela experiência estabeleceu algo em meu coração. A
Multiplique os Recursos de Deus 227
questão da sem eadura e colheita ficou resolvida. A gora, para onde
este crescim ento vai? M eu orçam ento fechado já estava suprido, e
essa semente era da abundância que D eus tinha provido para m ul­
tip licação da sem en te p ara a sem ead u ra. O uso da c o lh eita
precisavaser dirigido pelo Senhor. Pode ser que o Senhor irá direcionar
você a dar uma parte, o qual resultará em um depósito em sua conta
nos “Tesouros no Céu”. Outra parte pode ser semeada na próxima
semeadura quando dirgido pelo Senhor. Outra, pode ser mantida em
uma conta específica para um uso futuro conforme o Senhor lhe
mostrar, em alguma forma de riquezas onde o dinheiro trabalhará
para você até o ‘Senhor precisar.’ Contudo, quando o crescimento é
resultado do cumprimento dos princípios do Reino, a colheita é para
o uso d’Ele.
Existem seis princípios que eu (Earl) tenho aprendido com
experiências em semeadura e colheita que gostaria de compartilhar
agora:
1. O dinheiro para esse programa de multiplicação vem
principalmente da abundância que transborda de seu cír­
culo fechado. Eu tenho aconselhado pessoas que tenta­
ram usar a semente de um círculo ABERTO e esperavam
receber multiplicação para suprir os seus desejos e neces­
sidades. Quando não funcionou, elas culparam a Deus ou
ao ensinamento de alguém. Deus, às vezes, move sobe­
ranamente as finanças das pessoas e faz milagres que ocor­
rem somente naquela ocasião. Contudo, Ele espera que
nós operemos dentro de Seus princípios para que a Sua
bênção flua continuamente. Coloque em ordem sua casa
financeira.
2. Existe uma diferença entre dar e semear. Semear é um
trabalho, enquanto que dar é apenas uma coisa boa de se
fazer, conforme somos dirigidos pelo Senhor. Esta é a di­
ferença entre cultivar e apenas lançar a semente sem acom­
panhar o seu crescimento, para saber quando colher. Por
isso, precisamos perguntar ao Senhor na hora em que Ele
228 Bens, Riquezas & Dinheiro
nos dirige a estarmos envolvidos financeiramente: “Senhor,
nesta situação é para dar ou semear?”
3. Na hora de crer na multiplicação de Deus, alguns
podem perguntar: por que não crer em um retorno de 100
por um? Em primeiro lugar, é uma questão de fé. Será que
você tem fé para uma multiplicação de 100 por um? Por
que eu cri em um retorno de 10 por um? Porque aquele
era o meu nível de fé. Eu tenho aprendido que quanto
maior o retorno, m aior o trabalho! Quanto tempo você
está disposto a investir em oração e guerra espiritual? O
crescimento é retirado do sistema do mundo. O dinheiro
está neste sistema. Deus não é um falsificador! O espírito
de M am om é contra você e tentará reter o dinheiro,
especialmente quando ele souber que você o usará para os
propósitos do Reino. Onde você semeou o dinheiro tam ­
bém é importante. Nem todos os solos dos ministérios do
Reino são iguais. Alguns solos não são capazes de produ­
zir a 100 por um. Peça orientação do Senhor a respeito de
onde você deve semear. Peça também ao Senhor uma co­
lheita máxima desta semeadura.
4. Você precisa organizar sua casa finaceira. Em outras pala­
vras, feche o seu círculo, encare suas dívidas e elimine suas
dívidas de consumo. Seja um dizimista e ofertante, prepare-
se para uma emocionante aventura financeira no Reino de
Deus.
5. Nunca semeie mais do que você pode cuidar através de
oração e guerra espiritual. Eu creio que muitas sementes
têm sido semeadas e depois esquecidas pelos semeadores.
Um fazendeiro sabe o que plantou e está preparado para
colher quando a plantação estiver pronta (Gálatas 6).
6. Não se desanime e nem se canse em agir nobremente e
fazer o bem, pois no tempo devido e na estação apropria­
da colheremos, se não desfalecerm os e desanim arm os
(Gálatas 6.9) A semeadura e colheita envolvem trabalho!
Este versículo se aplica a todos os tipos de semeadura e
Multiplique os Recursos de Deus 229
colheita, mas também inclui finanças.
Eu (Earl) me lembro de uma vez quando um grupo de líderesda
JO CU M tinham recebido uma oferta para semear financeiramente
em um ministério de barco nas ilhas Micronésias. Eles continuaram a
orar e a fazer guerra espiritual para a liberação do barco para o uso do
ministério. Meses se passaram e eles não viram a liberação da colheita
(barco). Finalmente, depois que o barco foi liberado e o ministério
começou, surgiu a seguinte pergunta: “Por que demorou tanto?”
Deus podería ter liberado o barco imediatamente. Contudo o
suporte de oração e intercessão não teria continuado. Eles teriam as­
sumido o próximo projeto, sem se preparar adequadamente para a
colheita. A preparação neste caso exigiu tanto os trabalhadores para
m anter adequadamente o barco e aqueles para fazer o ministério,
quanto o fluir de dinheiro que sustentaria a operação. Deus sabe a
liberação necessária no domínio espiritual que somente a oração pode
suprir para que a colheita seja realizada. E importantíssimo enten­
der que precisamos cuidar de nossa semeadura. Isso exige trabalho.

M ARCOS 4
23 Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça e perceba e compreenda.
24 E Ele lhes disse, ‘Considerem bem o que vocês estão ouvindo. A medida
[de reflexão e estudo] que vocês investem [na verdade que ouvem]
será a medida [de virtude e conhecimento] que receberão, e mais [ainda]
será dado àqueles que ouvem.
25 A quem tiver, mais lhe será dado; e de quem não tiver, até o que tem lhe
será tirado [pela força] 1 (Amplificada)
Eu fico feliz por não ter escrito estas palavras. Eu estou so­
mente relatando o conteúdo delas! A seguir encontramos o texto de
Marcos 4.19 com a versão de Earl parafraseando a versão Amplificada
(em inglês). Não deixe as preocupações e as ansiedades deste mundo, a pressão
que o mundo quer colocar sobre as suas finanças, e a distração deste presente
século, e os prazeres e delicias, e o falso glamour, e os enganos das riquezas
(dinheiro trabalhando para você) e as concupiscências epaixõespelas outras coisas,
(entrem em outras palavras tenha seu orçamento fechado), e sufoquem a Palavra
230 Bens, Riquezas & Dinheiro
a respeito de finanças para tornar-se infrutífera, e para que não supra
você. Assim, você se limitará ao sistema do mundo e somente ao que ele pode
prover.
Eu também tenho visto que pode haver uma colheita para o
desproporcional em retorno à sem ente que foi plantada. D eus é
Deus. E Ele quer que nós o busquem os, e não à colheita. Ele é o
Senhor da Colheita. Pode haver também uma colheita de outra espé­
cie. No reino físico, se você plantar milho, você colhe milho; se você
semear trigo, colhe trigo.

I CORÍN TIOS 9
II Se entre vocês semeamos [a semente de] coisas boas espirituais, [seria
demais] colhermos de vocês benefícios materiais? (Amplificada)
Esta é uma colheita de outra espécie. Como se mede esta
colheita? É im possível m edi-la, e por isso pode ser uma colheita
desproporcional, que pode também ocorrer com a mesma espécie,
onde o retorno é muito maior que 100% e Deus provê um retorno
máximo. Ele é Deus, e não está limitado a números específicos de
m ultiplicação.
Jesus ensinou a respeito dos requisitos da multiplicação no
Reino de Deus nas duas seguintes parábolas. Na parábola de Mateus
25.14-29, é falado a um grupo de servos cujo mestre lhes deu talentos
em diferentes quantidades.

M ATE U S 25
14 Pois será como um homem que ia fa yer uma viagem longa, e chamou os
seus servos e lhes confiou os seus bens. (Resvista e Atualizada)
(O mestre aparentemente converteu bens (imóveis) em dinhei­
ro, a fim de tê-lo trabalhando em seu favor).

M ATEUS 25
Multiplique os Recursos de Deus 231
15 A um deu cinco talentos [quase R $15.000,00], a outro dois, e a outro um;
a cada um de acordo com a sua capacidade; e então partiu e saiu do pais.
(Amplificada)
Perceba que os talentos foram dados para eles. Eles não
ganharam ou trabalharam para consegui-los. Alguns têm pensado que
um talento é uma habilidade ou presente, já que a mesma palavra é
usada no português com o mesmo significado. Contudo é claro nesta
parábola que o talento o qual se refere, é uma unidade de dinheiro. O
senhor no versículo 27, afirmou isto claramente.

M ATE U S 25
2 7 Então você devia ter investido meu dinheiro com os banqueiros, e eu, ao
voltar, recebería com juros o que é meu. (Amplificada)
Nós podemos ver através desta parábola que receber juros do
sistema do mundo é a exigência mínima para o uso do dinheiro no
Reino. O dinheiro foi feito para trabalhar para eles, tanto que os dois
primeiros servos o multiplicaram duas vezes até que foram chamados
para prestar contas. O senhor voltou e comentou sobre o retorno que
seu dinheiro teve.

M ATEU S 25
20 O que tinha recebido cinco talentos trouxe os outros cinco e disse, Mestre,
o senhor me confiou cinco talentos;veja, eu ganhei mais ánco.
21 Disse-lhe o mestre, Muito bom [honroso, excelente] efiel! Vocêfioi jiel
e confiável no pouco, eu o porei sobre o muito; entra e compartilha do gosp
-- o p ra ger, a bem -aventurança -- que seu m estre [d e sfru ta].
(Amplificada)
O senhor disse: “Bem está.” A tradução de M offit (em inglês)
traduz isto como “ó tim o .” Nós sentimos que isso expressa o verda­
deiro sentido daquilo que aconteceu. Riquezas estavam sendo geradas
através do dinheiro que estava trabalhando para o servo. Deus quer
nos dar a abundância e tê-la trabalhando para nós. Perceba que o
232 Bens, Riquezas & Dinheiro
senhor lhes retribuiu com responsabilidades maiores.
O servo que não fez nada com o talento foi chamado de mau,
preguiçoso e inútil (versículo 26).
MATEUS 25
28 Tirem-lhe, pois, o talento e entreguem-no ao que tem de% talentos.
29 Pois a quem tem, mais será dado, e ele será enriquecido para qtie tenha
abundância. (Amplificada)
Este comentário de Jesus é familiar, porque nós já vimos este
princípio demonstrado em Marcos 4.24, 25. Quando tratamos de fi­
nanças, o medo freqüentemente paralisa o coração das pessoas. Em
tais casos, podem haver desculpas e acusações injustas tais como as
que este servo trouxe contra o seu senhor dizendo que ele era duro e
severo, e que colhia onde não semeava. Um dos princípios que vemos
nesta parábola é que, quando os bens são convertidos em dinheiro
que é dado ou confiado a alguém, existe uma responsabilidade em
colocá-lo para multiplicar.
Numa outra parábola registrada em Lucas 19, vemos um outro
grupo de pessoas a que se refere como escravos. Esta palavra é uma
palavra grega diferente daquela traduzida como servo, vista em Mateus
25. O termo “escravo”*(nota de rodapé) refere-se à pessoa que foi
escrava e teve sua liberdade. Ela, então, escolhe voltar a seu senhor
e servi-lo por sua própria vontade. Este termo representa você e eu
como cristãos. Jesus morreu por nós para nos livrar do pecado e da
dominação do sistema do mundo. Nós agora somos livres para amá-
Lo e servi-Lo por nossa própria vontade. Nesta parábola, um certo
senhor ia viajar para uma terra distante.

LU CAS 19
13 Chamou de% de seus [próprios] servos e lhes deu de% minas cada [o
salário de 3 meses de um trabalhador braçal, ou quase sessenta
reais], e lhes disse, Negociem com esse dinheiro até a minha volta.
(Am plificada)
Multiplique os Recursos de Deus 233
A mina é uma unidade de dinheiro como nós vemos no verso
24. A cada escravo foi dada a mesma quantidade de dinheiro. Quando
o senhor retornou, ele os chamou para a prestação de contas.
LUCAS 19
16 0 primeiro se aproximou dele e lhe disse, Senhor, a tua mina rendeu
[outras] de^ minas.
17 E ele lhe disse, Muito bem, servo excelente! Por ter sido fie l e confiável no
pouco, vocé terá autoridade sobre de^ cidades. (Amplificada)
Já que eles não eram mais simples servos, mas escravos, per­
ceba o aumento na multiplicação que se tornou disponível a eles. A
resposta do senhor agora lhes concedeu autoridade e não apenas res­
ponsabilidade. O dinheiro foi mencionado como “uma coisa muito
pequena.” Em Lucas 16.10, Jesus disse:

LU C AS 16
10 Quem é fie l no pouco [numa coisa pequena], também é fie l no muito; e
quem é desonesto e injusto no pouco [numa coisa pequena] é desonesto e
injusto no muito. (Amplificada)
Lucas 16 está também falando a respeito de dinheiro como
pouco (coisa muito pequena). O sistema do mundo vê o dinheiro
como uma grande coisa. O espírito de Mamom quer que ele seja uma
grande coisa em nossas vidas. Nós não podemos ser tentados pelo seu
falso poder; nem podemos desenvolver uma atitude de “veio fácil, vai
fácil.” Jesus quer que nós aprendamos fidelidade e organização no
manuseio do dinheiro, e Ele nos deixa no mundo para aprender estes
princípios de caráter. Não sabemos como este dinheiro se multiplicou
para os “escravos.” Contudo, Deus tem idéias criativas para nós que
resultarão em abundância se escutarmos e obedecermos a Sua voz.

CONCLUSÃO

2 CORÍNTIOS 9
234 Bens, Riquezas & Dinheiro
8 E Deus é capaz de fazer com que toda a graça [cadafavor e bênção
terrestre] lhes alcance em abundância, para que, sempre e em todas as
circunstâncias, seja qual for a necessidade de ajuda ou suporte, e estejam
supridos em abundância para toda boa obra e donativo caridoso.
(Amplificada)^ esse o seu desejo? Deus é capaz (mas não é obrigado) de
fazer toda a graça abundar em sua vida. Concluindo, gostaríamos de revisar
os sete princípios básicos da Palavra de Deus, os quais o ajudarão a cuidar
de suas finanças para que 2 Coríntios 9.8 seja uma realidade em sua vida.
TOÃO 4.23-24
E S P IR IT O VERDADE
Fé Romanos 10.17 P a la v r a Fé Lucas 17.5-10
O b e d iê n c ia
GRAÇA
P R IN C ÍP IO S B Á SIC O S
1. R E C O N H E C E R E R E N U N C IA R O

2 C O R ÍN T IO S 9.8
E S P ÍR IT O D E M A M O M
(L ealdade no coração som ente para
com D eus)
E Deus é capaz de fazer com que 2. E ST ABE LE CE R A FÉ D E P A R D A L
toda a graça (cada favor e bênção (D eus 6 m inha fonte)
terrestre) lhes alcance em 3. E S T A B E L E C E R O D ÍZ IM O
(Scr um d izim ista, não apenas
abundância, paia que, sempre e em
dizim ar)
todas as circunstâncias, seja qual for 4. T O R N A R -S E U M G E R E N T E D E
a necessidade, sejam auto- DEUS
suficientes, possuindo o bastante ( T ornar-se responsável diante de
D eus p ara adm inistrar os recursos
paia que não tenham necessidade
disponíveis)
de ajuda ou suporte, e estejam 5. F E C H A R O C ÍR C U L O
supiidos em abundância para toda (Quanto é suficiente?)
boa obra e donativo caridoso. 6. E N C A R E S U A S D ÍV ID A S
(R econhecer e p ag a r adequadam en te
(Amplificada) todas as dívidas)
7. S E R U M E U N U C O F IN A N C E IR O
(G erenciar o transbordar financeiro
que é do Senhor)

O dinheiro é para ser um servo da sabedoria de Deus. Nós precisamos dela


para evitar que o dinheiro nos destrua. Ele é como uma bola de praia numa piscina. Se
alguém pisar nela, ela tenta escapar e boiar. Assim como a bola, o dinheiro requer toda
nossa atenção para mantê-lo no seu lugar. O dinheiro é como um veneno; é uma
bênção somente quando usado adequadamente e com muito cuidado. Que Deus
continue a dar a você Sua sabedoria para gerenciar adequadamente os BENS,
RIQUEZAS & DINHEIRO, que Ele colocou à sua disposição!
A nexos
236 Bens, Riquezas & Dinheiro

Obs.: - O livro “God's Managers”, Um Guia de


orçamentos e livro de Registro financeiro diário para os
cristãos, por Ray e Lillian Bair é originalmente
publicado pela Herald Press, Scottdale, PA - USA e
tem n° de ISBN 0-8361-3406-0.
- As páginas a seguir, cujas ilustrações são usadas
para o texto no capítulo 6, foram usadas com a
perm issão do Editor.
- Em breve, a edição em Português estará
disponível .
Anexos 237
REGISTRO DE ENTRADAS MENSAIS

O s G ere n tes d e D eu s, um guia de orçamento e um livro de registro financeiro diário


para os cristãos por R ay e L illian B a ir
238 Bens, Riquezas & Dinheiro

1 R E G IS T R O S D A S D E S P E S A S DATA
O © © © © © © ©
M E N S A IS PRIMEIROS POUPANÇAS/ ALIMENTAÇÃO ITENS MORADIA VESTUÁRIO TRANSPORTE EDUCAÇÁO
FRUTOS INVESTIMENTOS DOMÉSTICOS
I D E S C R IÇ Ã O D A S D E S P E S A S
| (2 0 ) O rç a m e n to T o tal M en s al ►
— — '— -
1

2
3

TO

11

13

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IS

16

17

10

19

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21

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23

24

25

26

27

20 __
29 n
30

31

(5T) Totais Mensais (iranslira para o resumo anual)

{§ ) S a ld o m e n s a l{@ -@ ]

@ 1 Saldo do môs passado ( @ do rrés anterior)

@ Saldo atual | (§ > ♦ © )


@ Abundância

(|6 ) Saldo ((24) - ( ||) ) translira para linha @ 1 do próximo mêi

JANEIRO

O s G er e n tes d e D eu s, um guia de orçamento e um livro de registro financeiro diário


para os cristãos por R ay e L illian B a ir
Anexos 239

JANEIRO

Os G ere n tes d e D eu s, um guia de orçamento e um livro de registro financeiro diário


para os cristãos por R ay e L illian B a ir
240 Bens, Riquezas & Dinheiro

R E G IS T R O S D A S D E S P E S A S H O © © © © © © ©
M E N S A IS ■ PRIMÍCIAS POUPANÇAS/ a u m en ta ç Ao ITENS MORADIA VESTUÁRIO TRANSPORTE EDUCAÇÁO
INVESTM-NTC6 DOMÉSTICOS
D E S C R IÇ Ã O D A S D E S P E S A S 1
(20) O rç a m e n to T o tal M en s al ►

J A N E IR O iu n h a © ) 1
F E V E R E IR O - “
ço MARÇO - -
3
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UI DEZEM BRO - ■
oc
(2?) Total de despesas do ano ___
(23) Orçamenio lolal nesle ano{ (2o)x @ ) r r

C riando um O rçam ento M ensal

Nós agora vamos ao mais importante instrumento que um bom gerente usa para desenvolver bem
seu trabalho - o orçamento. Manter registros sem fazer um orçamento é como fazer uma viagem,
anotando todas as cidades visitadas, mas nunca decidindo previamente onde quer ir, e nem
porquê.
Algumas pessoas podem aproveitar este tipo de viagem por um tempo, mas ao longo dele elas
não experimentariam a antecipação e alegria que vem do planejamento. Nem através de suas via
gens mostrariam o verdadeiro propósito de suas vidas, caso fizessem um cuidadoso planejamento
com antecedência.
Mesmo que esse projeto pareça ser difícil, lembre-se de que o primeiro ano é o mais difícil, você está
criando um modelo básico, Somente pequenos ajustes e mudanças serão necessários nos anos
seguintes.
Vamos apresentar um procedimento para criar um orçamento baseado nos registros de 12 meses em
mãos. Se alguém deseja criar um orçamento mais rápido, pode usar o mesmo procedimento fazendo
ajustes baseado nos meses que possui registros.
Então com o seu registro de doze meses de despesas diante de você, crie um orçamento mensal
trabalhado em cada coluna separadamente usando o seguinte processo:
Primeiro Passo: Verifique se todos os valores na linha 21 para cada um dos registros dos 12 meses
tenham sido transferidos para os espaços apropriados nestas duas páginas (36 e
37). Você agora tem diante de você todo o seu quadro financeiro do ano passado.
Você agora sabe onde todo o seu dinheiro foi gasto!

Os G er e n tes d e D eu s, um guia de orçamento e um livro de registro financeiro diário


para os cristãos por R ay e L illian B a ir
Anexos 241

© © © © © © © © © © © DATA
MÉDICO/ RECREAÇÃO MESADAS PRESENTES DIVERSOS IMPOSTOS TOTAIS FONTÇ DE ABUNDÂNCIA
DENTISTA ABUNDANCIA

X .X X
JAN

FEV

MAR

ABR

MAI

JUN

JUL

AQO

SET

OUT

N0V

DEZ

Segundo Passo: Some os valores em cada coluna e coloque o total na linha 27. Você agora tem na linha
27 toda sua atividade financeira em cada uma das categorias do ano passado.
Terceiro Passo: Revise todas as despesas principais do ano passado. Existe alguma coisa (como troca de
carro,reforma da casa, etc.) que não seriam despesas anuais “normais"? Foram pagos em dinheiro
(quer dizer, não foram pagos à prestação)? Se foram pagos assim, então você pode subtrair o
total pago em dinheiro do total anual daquela categoria. Se aquelas despesas principais seriam
algo que geralmente acontece, digamos a cada cinco anos, você então dividiría esta despesa por
cinco e somaria o resultado ao valor total anual daquela categoria,
Para ilustrar: vamos supor que durante o ano passado você trocou seus carros e a diferença paga foi de
$3.000. Vamos supor que esta é a quantia básica para trocar de carro a cada cinco anos. (Você então
subtrai os $3.000 da coluna total anual 7) Transportes, divide os $3.000 por 5 (já que representa uma
despesa usual à cada 5 anos), e soma de volta os $600 no total de transportes.
Mais especificamente, vamos supor que o total anual das despesas da coluna de Transportes fosse $4.560,
e isso incluísse os $3.000 pagos na troca do carro. O processo para determinar um total anual normal
coluna 7 seria:

O s G er e n tes d e D eu s, um guia de orçamento e um livro de registro financeiro diário


para os cristãos por R ay e L illian B a ir
242 Bens, Riquezas & Dinheiro
SOBRE OS AUTORES

Craig Hill
Craig Hill, sua esposa Jan e seus dois filhos, moram próximo a
Denver, Colorado, nos Estados Unidos onde Craig e Jan são líderes
principais da Family Foundations International (FFI). É um m inisté­
rio através do qual, seminários que estão transformando vidas, são
feitos por muitos países em todo o mundo. Craig também tem escrito
alguns livros, incluindo o conhecido Veredas Antigas.
Craig graduou-se como Bacharel em A rtes pelo Carlenton
College na Área de Estudos Russos e Geologia, e tem o M aster of
Business Adm inistration (MBA) pela University of Chicago.
Depois de sua formação, Craig trabalhou como gerente na
indústria de exploração petrolífera por alguns anos. Sendo um piloto
experiente, ele posteriormente fundou e administrou um serviço de
frete de jato Lear. Ao m esm o tempo, C raig (fluente em russo)
frequentemente tirava tempo de seus negócios, para ministrar o evan­
gelho às pessoas da antiga União Soviética e Oeste Europeu.
Tendo um interesse específico em ministrar a casais e famílias,
Craig fez estágio e trabalhou como voluntário no N ew Life Counseling
Center (Centro de Aconselhamento Nova Vida) em Denver. Depois,
ele ensinou aconselhamento e missões na faculdade de Marilyn Hickey
Bible College. Em 1987, o Senhor o levantou como pastor titular de
uma igreja local onde ele e Jan seviram por sete anos e meio, até que
Deus o chamou para dedicar tempo integral ao ministério Family
Foundations International.
A tra v é s da sua e x p e riê n c ia p a ssa d a em m issõ e s,
aconselhamento e ministério pastoral, Deus tem dado a Craig uma
revelação singular em relação a casamento, família, finanças e relacio­
namentos interpessoais. Como resultado, ele tem a capacidade de
id entificar para m uitas pessoas, as raízes que causam conflitos
relacionais, hábitos compulsivos, baixa auto-estima, compulsão em
trabalhar demais, falta de provisão financeira e outros padrões de
Sobre os Autores 243

vida indesejáveis, os quais são passados de uma geração à outra. Utili­


zando histórias pessoais junto com verdades bíblicas, Deus tem ungi­
do Craig para penetrar através do véu da mente para m inistrar às
profundezas do coração, resultando em uma verdadeira mudança de
vida para muitos.
Informações de como contactar Craig Hill:
Family Foundations International
Post Office Box 320, Littleton, Colorado 80160, U.S.A.
Telefone: (303) 797-1139
Internet: www.familyfi.org
No Brasil:
FFI —Veredas Antigas
Caixa Postal 44
Pompéia, SP 17580-000
Telefone: (14) 452-1839
244 Bens, Riquezas &Dinheiro

Earl Pitts
Earl Pitts está envolvido em tempo integral no ministério com
a JO C U M (Jovens Com Uma Missão) por mais de vinte anos. Earl é o
diretor da corporação, que opera a JO CU M em Ontário, Canadá, e
faz parte da equipe de sua liderança no país. Earl e sua esposa, Dorothy,
completaram a Crossroads Discipleship Trainig School (ETED- Escola
de Treinamento e Discipulado) e Leadership training School (Escola
de Líderes) na JO C U M em Kona, Havaí, em 1980-1. Em cada verão,
eles dirigem a ETED em Cambridge, Ontário. Earl já foi diretor de
várias Escolas de Líderes na Universidade das Nações em Kona, Havaí,
também está envolvido em seminários de liderança e ministrando a
Escola de Líderes em várias localidades, anualmente, por todo o m un­
do. Earl também faz parte da liderança de uma igreja local em tempo
parcial.
Ele tem ensinado o Sem inário Biblical Basis for Personal
Finances (A Base Bíblica para as Finanças) desde 1984 em todos os
contin en tes e tem recen tem en te conduzid o um “Sem inar for
Businesspersons on Kingdom Assignments” (Seminário para Em pre­
sários Trabalhando pelo Reino) em alguns países do mundo. O semi­
nário cuida da liberação de finanças e recursos para o trabalho do
Reino de Deus.
Earl foi funcionário da IBM por 19 anos. Ele começou como
recém-formado em Engenharia Elétrica e trabalhou em várias áreas:
de planejamento, organização e gerenciamento. Durante os seus últi­
mos sete anos na companhia, ele foi Gerente de Operações numa
fábrica.
Earl e Dorothy têm dois filhos. Kendra e seu marido com
seus dois filhos vivem em Ontário. Scott e sua esposa, depois de servi­
rem ao Senhor na JO C U M em M ontana e na Inglaterra, estão
atualmente servindo ao Senhor na liderança de uma igreja na Carolina
do Norte. Este livro resgata as revelações e as chaves para Andar em
Liberdade Financeira, que fizeram parte destes seminários durante os
anos.Informações e contatos com Earl Pitts:
www.wealthrichesmoney.org.

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