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MISTURA COMPLETA – UM DOCUMENTÁRIO

A identidade parece ser cada vez mais complexa, ela perde-se na mescla de
várias culturas! Neste documentário que vi ontem na RTP2, aparece uma
pequena entrevista a Anthony Giddens, em que ele refere que foi o primeiro a
falar em globalização há 20 anos atrás, num tempo onde apenas se falava em
relações internacionais. Disse ainda que vivemos num ponto de viragem
histórico devido à globalização sentindo-se os efeitos da queda do comunismo.
Para ele, é uma era confusa, mas é uma nova era!

Pelo que vi, pude perceber que este multiculturalismo para uns é bem-vindo
porque permite um maior dinamismo e partilha entre todos e existe entre a
geração mais nova uma atitude positiva em que para eles estas identidades
múltiplas e híbridas são como um jogo de cartas onde se usa a melhor carta
conforme a situação. Aliás, houve uma entrevistada que disse “aprender uma
língua é conhecer um novo mundo”.

Para outros, principalmente as gerações mais velhas, esta mistura cultural


carrega confusão, pois já não sabem quem são nem a que sociedades ou
grupos pertencem. Ou seja, como imigrantes, porque é disso que o
documentário trata, têm várias nacionalidades mas não sabem o que
representa cada uma dessas nações nem por que valores se regem ou que
tradições têm. Acaba por ser uma identidade perdida e que nunca a
conheceram, deixando-os no limbo sem saberem que rumo tomarem.

Temos gerações novas adaptadas a esta mundialização e gerações mais


velhas a correrem com dificuldade atrás do comboio do desenvolvimento.
Como dizia um dos entrevistados, “parece que vivemos séculos de cinco em
cinco anos!”.

Opinião

Não há na história da humanidade um momento como este, onde há esta


mistura cultural, onde as sociedades são frágeis por serem construídas em
valores comuns e que estão em constante mudança, onde tudo está em
movimento e em que parece que andamos sempre a correr para
acompanharmos estas transformações. Parecemos uns doidos a tentar
apanhar as nossas sombras sem nunca lá conseguirmos chegar
verdadeiramente.

No fundo somos pão de mistura! Está lá o trigo, o milho e o centeio (identidade)


mas o que somos mesmo é mistura (identidade universal)! Somos um bolo de
massa e farinha! É o nosso mundo, a nossa vida, a nossa sociedade actual!

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