Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br
FILOSOFIA DO DIREITO E
DIREITOS HUMANOS
Me. Christiane Singh Bezerra Bou Khezam
INICIAR
i t d ã
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 1/28
07/05/2020 Ead.br
introdução
Introdução
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 2/28
07/05/2020 Ead.br
Nessa perspectiva, o conceito de direito vai ganhar diversas concepções, todas elas
de fundamental importância para a compreensão do surgimento dos direitos
fundamentais e da recepção dos fundamentos dos direitos humanos no
ordenamento jurídico interno.
Kant rompe com a ideia de justiça como virtude, ele analisa o tema a partir de dois
novos elementos, que são a liberdade e a igualdade, que aliás, serão, mais tarde,
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 3/28
07/05/2020 Ead.br
fundamentos para a Revolução Francesa e que vão nortear toda a criação do sistema
de proteção dos direitos humanos.
Assim, na perspectiva de Kant, a ideia de justiça está mais voltada para a organização
da sociedade, propondo que uma conduta, para ser considerada justa, deve estar
em consonância com as leis e injusta aquela que contraria as leis.
Desse modo, Kant estabelece que “é justa toda ação que, por si ou por sua máxima,
não constitui obstáculo à conformidade da liberdade do arbítrio de todos com a
liberdade de cada um segundo as leis universais” (KANT, 1993, p. 46).
Fica claro, portanto, que para chegar ao conceito de justiça, Kant parte da ideia do
que é justo e o faz sobre três óticas, primeiro, a partir da liberdade de ação, como
um direito natural pertencente a todos. Em segundo lugar, compreende como justa
a ação por meio da qual seriam realizadas as liberdades externas e, nesse contexto,
a igualdade seria considerada um fator limitador e, por m, seria justa a ação criada,
a partir da racionalidade, pensada no contexto de uma ordem jurídica universal,
composta pela vontade de todos (SALGADO, 2012, p. 30).
Observe que esse conceito é eivado de uma postura bastante positivista, o que não
signi ca, contudo, que Kant negue o direito natural, e isso ca muito claro, quando
expõe sua noção de justo, deixando evidente que o direito natural é o fundamento
do direito positivo.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 4/28
07/05/2020 Ead.br
Kelsen, sem dúvida, foi um dos mais polêmicos nomes do direito, duramente
criticado por reduzir o direito à norma e se esquecer do aspecto social, crítica essa
equivocada, pois o que pretendeu, em verdade, foi propor um estudo da norma
jurídica a partir de critérios rígidos.
Nesta esteira, Müller, ao analisar o conceito de norma jurídica para Kelsen, explica
que, na perspectiva Kelseniana,
normas jurídicas não são fatos, mas o sentido destes, a saber, o sentido de
atos de vontade direcionados para o comportamento humano. O fato do
direito ter sido positivado e a realidade são os únicos fatos que
condicionam a vigência do direito a sua positividade. (MÜLLER, 2009, p.
50).
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 5/28
07/05/2020 Ead.br
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 6/28
07/05/2020 Ead.br
atividade
Atividade
Hart, além de ser considerado um dos seguidores de Kelsen, no que tange à separação do
direito da moral, é também considerado um dos responsáveis pela aproximação da
linguagem da loso a com a do direito por meio de seu conceito analítico de direito. Com
base nessa informação, assinale a alternativa que corresponde à tese desenvolvida por
Hart.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 7/28
07/05/2020 Ead.br
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 8/28
07/05/2020 Ead.br
Escola da Exegese
A Escola da Exegese surgiu no século XIX, trata-se uma escola extremamente
tradicional e formalista, vinculada à lei e à supervalorização do modelo codi cado,
sua concepção legalista culminou na codi cação do direito civil francês,
materializado no Código de Napoleão.
Os adeptos desta escola compreendiam a lei como única fonte jurídica capaz de
solucionar os casos concretos, deixando o operador direito limitado ao texto da lei,
sem aceitar qualquer tipo de interferência externa (REALE, 2002).
Por toda sua rigidez e mínima margem para interpretação, é evidente que a Escola
da Exegese sofreu várias críticas, que, inclusive, foram materializadas por diversas
escolas interpretativas e por inúmeros movimentos, como o do direito livre, da
jurisprudência dos interesses e da jurisprudência sociológica dos Estados Unidos.
Dentre os críticos à Escola da Exegese, merecem destaque Jeremy Bentham, Rudolf
von Ihering, Oliver Wendell Holmes, François Geny e Eugen Ehrlich.
Escola Histórica
O mais expressivo representante da Escola Histórica foi Friedrich Karl von Savigny,
para quem a concepção da lei deveria representar o espírito do povo, os anseios da
sociedade. Portanto, seu signi cado é mutável e não deve car restrito a sua origem,
vejam que essa concepção de lei da Escola Clássica apresenta forte in uência do
pensamento Platônico.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 9/28
07/05/2020 Ead.br
Assim, para os adeptos da Escola Histórica, a lei deve atender aos anseios sociais,
que são variáveis e evoluem junto à natural evolução da sociedade. Sendo assim, em
relação à proposta da Escola Histórico-evolutiva, Nader (1999) expõe que:
o intérprete não deveria car distrito à vontade do legislador. A lei, uma vez
criada, perde a vinculação com seu autor. O cordão umbilical é cortado. A
lei deve ser autônoma, independente. Ao intérprete, cumpre fazer uma
interpretação atualizadora. Não signi ca alterar o espírito da lei, mas
transportar o pensamento da época para o presente. (NADER, 1999, p.
333).
Embora bem mais aprimorado do que a proposta anterior, o método proposto pela
Escola Histórica também tinha falhas, sendo a mais evidente o fato de não propor
soluções para as lacunas do direito, fazendo com que tais lacunas impedissem a
solução do caso concreto. Por essa razão, essa escola também teve opositores que,
mais tarde, tornaram-se representantes de uma escola ainda mais aberta e exível,
denominada Escola do Direito Livre.
b) se o texto legal não oferece solução pací ca ou se conduz a uma decisão injusta.
Nesse caso, o juiz deve proferir a sentença de acordo com suas convicções, mas
considerando o que o legislador pensaria naquele caso;
c) caso o juiz não possa formar uma convicção sobre como pensaria o legislador
acerca do caso concreto, deve se inspirar no direito livre, baseado no sentimento da
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 10/28
07/05/2020 Ead.br
coletividade;
d) se, ainda assim, não encontra solução, pode resolver discricionariamente (DINIZ,
2005).
Observa-se um distanciamento para com a concepção positivista, uma vez que seus
adeptos defendem uma maior exibilização na aplicação da lei para que, de fato, ela
atenda os anseios sociais, e, assim, prestigia-se o efetivo sentido da justiça.
Realismo Jurídico
Diferente do pensamento jurídico das Escolas Clássicas do Direito, que foram
in uenciadas pelo pensamento de Sócrates, Platão, Aristóteles, Tomás de Aquino e
outros, o realismo jurídico propõe a compreensão do direito a partir dos fatos
concretos e não a partir de conceitos clássicos de ética, moral, justiça e lei, como
pretenderam os jus lósofos da antiguidade e da Idade Média, a principal missão do
Realismo jurídico, a exemplo de todas as outras escolas do direito, é responder a
pergunta que justi ca todas as correntes do pensamento jurídico, “o que é o
direito”?
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 11/28
07/05/2020 Ead.br
atividade
Atividade
A Escola da Exegese surgiu no século XIX, trata-se uma escola extremamente tradicional e
formalista, vinculada à lei e à supervalorização do modelo codi cado, sua concepção
legalista culminou na codi cação do direito civil francês, materializado no Código de
Napoleão.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 12/28
07/05/2020 Ead.br
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 13/28
07/05/2020 Ead.br
Sendo o direito um sistema social, ele pode ser compreendido como um sistema que
resolve con itos e, ao mesmo tempo, cria con itos, com base em suas próprias
regras, sendo, desse modo, um sistema autopoiético, conforme explica Spinato
(2018):
Nesse sentido, observa-se que a teoria de Luhmann tem clara in uência do positivo
de Kelsen, reconhecendo que o sistema jurídico é um sistema que se auto alimenta,
não recebe in uências externas.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 14/28
07/05/2020 Ead.br
atividade
Atividade
Para Tércio Sampaio Ferraz Júnior, a decidibilidade é o problema central da ciência do
direito, sendo que, para o autor, essa ciência se manifesta como um pensamento:
a) Tecnológico
b) Zetético
c) Fenomenológico
d) Hermenêutico
e) Teleológico
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 15/28
07/05/2020 Ead.br
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 16/28
07/05/2020 Ead.br
Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Organização das Nações
Unidas em 1948).
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 17/28
07/05/2020 Ead.br
É importante destacar que muitas outras terminologias são adotadas para de nir
esses direitos, como por exemplo, direitos do homem, direitos naturais ou direitos
individuais. O fato é que, independente da terminologia, todos eles têm como
objetivo tutelar aquele núcleo essencial de direitos, necessários a uma existência
com dignidade.
Uma vez compreendida essa questão terminológica, nos parece relevante falar das
características dos direitos humanos. Comecemos pela universalidade: são
universais, na medida em que são atribuídos a todos os indivíduos indistintamente,
independente de qualquer característica pessoal. São, também, considerados
históricos, pois se desenvolvem junto com a sociedade e correspondem,
exatamente, aos anseios sociais de uma determinada época, se constroem
paulatinamente e, por essa razão, a todo tempo, é possível consagrar novos direitos.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 18/28
07/05/2020 Ead.br
Desse modo, com base nas características dos direitos humanos, é possível traçar
um conceito, e, de forma bem simples, podemos dizer que Direitos Humanos é
aquele conjunto de direitos atribuído a todos os habitantes da terra, indistintamente,
são, portanto, direitos universais. Mas, para compreender essa evolução do conceito
de direitos humanos, é fundamental compreender a sua concepção nas diversas
teorias que pretendem explicá-lo.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 19/28
07/05/2020 Ead.br
Concluindo, essas são as características que justi cam a origem dos direitos
humanos no direito natural.
Quando se está diante de direitos que são inerentes à própria existência humana,
como são os direitos humanos, atribuir sua tutela, puramente, à norma positivada,
despida de juízos éticos e morais é retroceder na proteção de tais direitos, que são,
por excelência, informados por valores subjetivos, nesta esteira, Habermas pontua
que:
Neste sentido, ca mais evidente que o fundamento dos direitos humanos encontra
maior signi cado no campo das teorias jusnaturalista e moralista, sem, contudo,
desprezar as teorias positivistas, que têm como virtude promover o fundamento dos
direitos humanos nas Constituições dos Estados e, assim, trilhar um caminho à sua
efetivação.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 20/28
07/05/2020 Ead.br
Tal fato demonstra que a perspectiva jusnaturalista é bem mais efetiva nesse
processo, visto que o viés positivista já foi alcançado, na medida em que os
ordenamentos jurídicos, ao redor do mundo, contam com sistemas legais e com
previsão expressa de tais direitos.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 21/28
07/05/2020 Ead.br
I- A soberania;
II- A cidadania;
III- A dignidade da pessoa humana;
IV- Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V- O pluralismo político;
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 22/28
07/05/2020 Ead.br
atividade
Atividade
As expressões direitos humanos e direitos fundamentais são comumente tratadas como
sinônimos, contudo, embora tenham o mesmo fundamento, existe diferença entre as
duas expressões. Assim, com relação ao conceito de direitos humanos, é correto a rmar
que:
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 23/28
07/05/2020 Ead.br
indicações
Material
Complementar
LIVRO
Editora: Scipione
ISBN: 8526228811
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 24/28
07/05/2020 Ead.br
FILME
O Fim do Recreio
Ano: 2012
TRAILER
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 25/28
07/05/2020 Ead.br
conclusão
Conclusão
Ao longo desta unidade, foi analisada a questão da moralidade, justiça e direito sob
a perspectiva Kantiana, que representa uma ruptura com o pensamento vigente até
a Idade Média e, assim, a recepção dos fatos sociais como elementos relevantes para
traçar o conceito de justiça e de direito, sendo a justiça representada pelos
imperativos categóricos de Kant. Quanto à questão do normativismo jurídico,
segundo Kelsen, veri caram-se as críticas recebidas por essa teoria, uma vez que ela
reduz a ciência do direito à norma e ignora a relevância dos fatos sociais.
referências
Referências
Bibliográ cas
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 26/28
07/05/2020 Ead.br
COELHO, F. U. Para entender Kelsen. 4 ed., rev. São Paulo: Saraiva, 2001.
KANT, E. Doutrina do direito. 2. ed. Trad. de Edson Bini. São Paulo: Ícone, 1993.
______. A Metafísica dos Costumes. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro, 2003.
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 27/28
07/05/2020 Ead.br
NADER, P. Introdução ao estudo do Direito. 17. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1999.
REALE, M. Lições preliminares de Direito. 23. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
IMPRIMIR
https://uniritter.blackboard.com/bbcswebdav/institution/laureate/conteudos/DIR_FDDIHU_19/unidade_2/ebook/index.html#topico-1 28/28