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Universidade Lúrio

Faculdade De Arquitectura E Planeamento Físico

Curso De Urbanismo E Ordenamento Do Território

Cadeira de: Regularização Fundiária

Nome: Célio M.B. Mangassua

Expropriação

É a modalidade de desapropriação forcada por lei, consiste no acto de privar o proprietário da


coisa que lhe pertence. Também configura a expropriação o acto praticado pelo juiz a fim de
transferir bem do devedor a outra pessoa, a fim de satisfazer o direito do credor, independente de
sua anuência

Através da Lei n.º 19/2007, de 18 de Julho, foi aprovada a Lei do Ordenamento do Território e, o
seu regulamento foi aprovado pelo Decreto n.º 23/2008, de 01 de Julho. Em 2010 o Diploma
Ministerial n.º 181/2010, de 03 de Novembro, aprovou a Directiva sobre o Processo de
Expropriação para Efeitos de Ordenamento Territorial. Como a designação dos instrumentos
indica, este pacote legislativo veio definir normas específicas para a aprovação e implementação
dos instrumentos de ordenamento territorial, definindo competências, objectivos, mecanismos,
processo expropriatório, regras para cálculo de indemnizações, entre outros aspectos, a serem
observados nesta situação em específico.

O Regulamento da Lei de Ordenamento do Território determinou que a expropriação para efeitos


de ordenamento de território será considerada efectuada por interesse público quando vise o
interesse comum, podendo ser declarada em caso de implantação de infra-estruturas económicas
e sociais com grande impacto social positivo; para preservação da biodiversidade, infra-
estruturas de interesse público ou militar.
A expropriação será de necessidade pública, quando a Administração Pública vise responder às
situações de desastres ou calamidades naturais ou similares.

E, finalmente, será de utilidade pública quando visa objectivos próprios da Administração


Pública, ligados à segurança do Estado, manutenção da ordem pública e satisfação das
necessidades colectivas.

A declaração de interesse, necessidade ou utilidade pública é feita pelo Governo. A expropriação


estará sujeita a justa indemnização que, para os efeitos de ordenamento territorial terá em
atenção não apenas o valor real e actual dos bens expropriados, mas também os danos
emergentes e os lucros cessantes do proprietário.

O expropriado será notificado sobre o bem a expropriar, a proposta dos termos de cálculo da
indemnização, o prazo para tomada de posse pelo expropriante e prazo para eventuais
contestações.

A Directiva sobre o Processo de Expropriação para Efeitos de Ordenamento Territorial deixa


orientações adicionais a serem observadas no processo expropriatório. Algumas a destacar são:

O pagamento poderá ser feito em dinheiro, numa só prestação, salvo se houver acordo das partes
para pagamento em prestações. O pagamento poderá, alternativamente, ser feito em espécie, por
ex: através da construção de imóveis de valor equivalente.

A expropriação terá em conta, também, valores intangíveis (vias de comunicação e


acessibilidade aos meios de transporte) e a ruptura da coesão social (aumento da distância do
novo local de reassentamento de estruturas sociais e do núcleo familiar habitual, cemitérios
familiares, plantas medicinais).

O potencial expropriado tem 30 dias, após recebimento da notificação, para apresentar uma
contraproposta do valor da indemnização. A indemnização deve ser paga em 12 meses contados
da notificação e, a tomada de posse dá-se no prazo de 60 dias após o pagamento ter sido
efectuado.

O valor da indemnização será actualizado na data em que o pagamento for efectivado.


No caso de imóveis, a Directiva fixa a sua categorização (fins a que se destinam e, no caso dos
habitacionais, se são moradias de luxo ou acima do normal, apartamentos acima do normal ou
normal e habitações sociais), elementos a considerar (localização, valor, tipo etc.). A Directiva
fixa o valor base por metro quadrado, as fórmulas a serem usadas e os respectivos coeficientes de
variação.

A Directiva fixa, ainda, os termos de cálculo para culturas, determinando que será feito em
atenção à vida útil, idade da planta, período de crescimento, produção média anual e o
coeficiente entre 0 a 1, atribuído com base no terreno, estado da planta, entre outros factores que
possam influenciar o seu rendimento.

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