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Texto complementar

Inteligência emocional
Síntese dos principais tópicos tratados no livro “Inteligência emocional”, de Daniel Goleman. O
autor é PhD em Psicologia, pela Harvard.

Introdução
O aumento do número de suicídios e do uso de drogas reflete uma cultura que só apostou no
intelecto, relegando o lado emocional, desconsiderando que a razão não é a única responsável
por nosso destino.

É preciso ensinar o alfabeto emocional, as aptidões essenciais:


 autoconsciência;
 administração de sentimentos aflitivos;
 manutenção do otimismo;
 perseverança, apesar das frustrações;
 aumento da empatia - capacidade de ler as emoções do outro;
 cooperação, envolvimento;
 capacidade de motivar a si mesmo.

As descobertas relativas à arquitetura emocional do cérebro mostram a existência de circuitos


que determinam o comportamento. As lições aprendidas na infância modelam os circuitos
emocionais, que comandam a ira, o medo, a paixão, a alegria. A boa notícia é que estes circuitos
podem ser trabalhados. Os hábitos podem ser moldados.
Ao contrário do que muitos acreditam, o problema não é a emocionalidade, mas a
adequação da emoção e a sua manifestação. As emoções nocivas põem em risco nossa saúde
física, tanto quanto o cigarro.
É urgente a necessidade de uma nova escola, desenhada para a mente e o coração, que ensina
autocontrole; empatia; a arte de ouvir, de resolver conflitos, de cooperar.

Capítulo 1 - Para que servem as emoções?


As emoções são impulsos para o agir, planos instantâneos para lidar com a vida. A força das
emoções é ressaltada no relato de um fato real, em que o pai, tomado pelo medo e pela ira, atira
na filha, que se escondeu no armário.
Na ira, o sangue vai para as mãos, estimulando a pessoa a bater, atirar. Os batimentos cardíacos
aceleram, os hormônios (como a adrenalina) aumentam, gerando ação vigorosa.
Na ocorrência do medo, os centros emocionais disparam hormônios, o sangue vai para os
músculos do esqueleto, impulsionando-o a correr, fugir. Muitas vezes, o corpo imobiliza-se.
A felicidade inibe os sentimentos negativos, silencia os pensamentos de preocupação. Neste
estado emocional não se observa qualquer mudança particular na fisiologia. A pessoa
experimenta a tranquilidade, o repouso, o entusiasmo e mostra disposição para tarefas
imediatas, para marchar rumo às metas.
O amor se exprime por meio de sentimentos afetuosos, de relaxamento, calma e satisfação,
facilitando especialmente a cooperação.
A surpresa é um estado emocional que permite ver mais, aumentando a quantidade de luz na
retina. Assim, a pessoa pode perceber mais o que acontece, conceber melhor um plano de ação.
A tristeza reduz a velocidade metabólica, gerando queda de energia, de entusiasmo. Ela
contribui para que a pessoa se ajuste diante de uma perda significativa ou das decepções.
Neste capítulo, o autor descreve detalhadamente o funcionamento do cérebro, que tem pouco
mais do que um quilo de células e cresceu de baixo para cima. Na parte mais primitiva ele pensa,
aprende. Desta raiz primitiva surgem os centros emocionais, o pensamento, os sentimentos.
Depois, surge o aprendizado e a memória. O sentido do olfato é o mais primitivo, determinando
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nos animais a caça, a procura do parceiro sexual. No Homo Sapiens, o neocórtex é a sede do
pensamento; permite a complexidade emocional, o ter sentimento sobre os sentimentos; a
afeição materna; o compromisso a longo prazo com a criação dos filhos. As espécies sem o
neocórtex não fazem isto.

Capítulo 2 - Anatomia de um sequestro emocional


De cada lado do cérebro localizam-se as amígdalas (não confundir com as situadas na garganta),
sendo as do homem maior do que as dos outros animais. Elas são as "especialistas" nas questões
emocionais. Em casos de traumatismos, quando a amígdala tem que ser retirada, torna-se
impossível para a pessoa avaliar o significado emocional dos fatos, sentir medo ou raiva. As
lágrimas, exclusivas do ser humano, dependem delas. Nos sinais de perigo, a amígdala põe em
funcionamento a rota de emergência, preparando a reação ansiosa, impulsiva, enquanto o
cérebro emocional (neocórtex) prepara uma resposta mais adequada, refletida, apaziguadora.
O lobo pré-frontal esquerdo regula emoções desagradáveis e, no direito, localizam-se o medo,
a agressividade. Quando a amígdala dispara, o lobo pré-frontal esquerdo desliga a emoção
perturbadora. Crianças com deficiência no funcionamento do córtex frontal demonstram baixo
desempenho escolar, mesmo com Q.I. (quociente intelectual) médio. Elas tendem a um baixo
controle sobre a sua vida emocional, podendo chegar ao alcoolismo, à criminalidade. São dois
cérebros: um emocional e um racional e o nosso desempenho na vida é determinado pelos dois.

Capítulo 3 - Quando ser esperto é ser burro


Noventa e cinco estudantes da Harvard foram acompanhados: os que obtiveram as melhores
notas nas provas, não se mostraram os mais bem sucedidos em termos de salário, produtividade
e status. Tampouco, eram mais felizes na família, nas relações emocionais. O Q.I. não assegura
prosperidade, prestígio ou felicidade. O que parece importar mais é como a pessoa reage às
vicissitudes da vida. Quem lida bem com os próprios sentimentos e com os dos outros tem maior
probabilidade de se sentir satisfeito e ser eficiente. Os que não conseguem exercer controle
sobre a sua vida emocional, travam batalhas internas, não se concentram no trabalho, perdem
a capacidade de pensar com clareza. Com base nestas evidências é destacada a importância da
capacidade interpessoal, que facilita formar um modelo verídico de si: é a chave do
autoconhecimento, que permite o acesso aos próprios sentimentos, a compreensão de si e dos
outros. Permite compreender a outra pessoa, saber como o outro trabalha, o que o motiva.
A proposta do autor é estimular o conhecimento sobre as próprias emoções e reconhecer as
emoções do outro, para aprender a lidar bem com as mesmas.

Capítulo 4 - Conhece-te a ti mesmo


A auto-observação amplia a consciência dos sentimentos e se faz pela atenção não reativa, não
julgadora dos estados emocionais. Atitudes como: "não devo me sentir assim", "não quero
pensar nisto", não são suficientes para deter os sentimentos. Goleman descreve quatro tipos
emocionais: os autoconscientes, que têm clareza quanto a emoção e a capacidade de dar a ela o
nome exato ou seja, sabem nomear a emoção. Os mergulhados, inundados pelas emoções, pouco
conscientes dos próprios sentimentos, tendentes ao descontrole. Os resignados, que mesmo
tendo clareza, aceitam o seu estado emocional e têm pouca motivação para mudar. Os
somatizadores, com sérias dificuldades em nomear as emoções, expressam-se afirmando "sinto-
me péssimo...".
Na visão do autor, as metáforas, as músicas, as fábulas ajudam a moldar a linguagem do coração,
ou seja, contribuem para o desenvolvimento emocional.

Capítulo 5 - Escravos da paixão


A emoção abafada resulta em embotamento, distância. A emoção extremada reverte-se em
depressão, ansiedade. A temperança assegura reação proporcional às circunstâncias.
A ira decorre de sensação de perigo, de injustiça, de humilhação, de ameaça à autoestima, à
dignidade. Uma sequência de provocações pode redundar em explosão ou ruminação e ambas
alimentam a ira. Para interromper a ira, o autor sugere esfriar-se, quanto mais cedo melhor, até
passar o surto da adrenalina. Para isto, pode-se ficar só, distrair-se, relaxar.
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A preocupação crônica caracteriza-se por ocupar-se com o que tem baixa probabilidade de
ocorrer, pela preocupação com a preocupação. Difere de meditar sobre um problema, como
forma de ensaiar para lidar com o perigo, refletir rumo à solução. Para reduzir a preocupação, a
saída é gerar uma visão diferente, entender o outro lado, eliminando a contestação, que atua
como freio.
A tristeza faz fixar a atenção no que se perdeu, mina a energia para começar coisas novas.
Constatar que o luto é inútil permite meditar sobre a perda, procedendo ajustes psicológicos.
A depressão gera um senso de inutilidade, a ausência de alegria, confusão, falta de memória,
incapacidade de dormir, desalento, apatia. O grande risco é a ocorrência do suicídio. Mostra a
importância do tratamento medicamentoso na depressão e a contribuição da diversão, dos
exercícios aeróbicos e de empenhar-se em atividades de ajuda ao outro.

Capítulo 6 - A aptidão mestra


A emoção negativa esmaga a atenção e a concentração, afetando a capacidade cognitiva. Por
isso, alunos ansiosos, zangados ou deprimidos não aprendem. Da mesma forma a preocupação
baixa o rendimento.
Existe um ponto ideal de relacionamento entre ansiedade e desempenho. Ansiedade a menos
trás apatia e pouca motivação e ansiedade demais impede o sair-se bem. A branda euforia -
"hipomania", parece estimular a criatividade e o pensamento. O humor ajuda a pensar grande,
a tomar decisões e o otimismo protege da apatia, permite aprender com o fracasso.
Quando a pessoa faz aquilo que gosta, sente-se energizada, empenhada e alinhada com a tarefa,
concentra-se, pois a emoção canalizada para um fim produtivo orienta o esforço.

Capítulo 7 - As raízes da empatia


Quanto mais aberta a pessoa está para as próprias emoções, mais hábil na leitura das emoções
do outro. A empatia permite entender como o outro se sente, intuir sentimentos pelo tom de
voz, gestos, expressão facial. Ela decorre da autoconsciência e se desenvolve mais quando, por
exemplo, os pais conseguem chamar atenção dos filhos sobre a forma como as pessoas se
sentem em consequência de seu comportamento. A mensagem: "Veja com ele ficou triste
quando você fez isto", é mais efetiva que dizer: "Você não pode fazer isto" ou "Não está correto
tratar alguém assim".
Pessoas sem ouvido emocional são confusas quanto aos próprios sentimentos e sentem-se
perplexas, quando o outro expressa as suas emoções. Casos extremos de falta de empatia podem
resultar em atos cruéis, uma vez que a pessoa pode chegar a não sentir medo do que lhe possa
acontecer, nem piedade pela dor do outro.

Capítulo 8 - As artes sociais


A competência social é definida pela eficácia nas relações com os outros: deixar o outro à
vontade, inspirá-lo. Os sinais emocionais são poderosos, ajudam o outro a mudar para melhor
ou para pior. A maneira como a pessoa diz algo pode levar ao constrangimento ou à
descontração, pois existe uma mímica motora inconsciente: imitamos a emoção do outro.
Se alguém está irado ou sorridente, os nossos músculos mostram sinais de repetição.
Especialmente, as pessoas mais impressionáveis são mais prontamente movidas pelos
sentimentos dos outros. Os rudimentos da inteligência emocional são visíveis, quando a pessoa
é capaz de oferecer consolo, organizar grupos, negociar soluções. A capacidade de ser autêntico
e a rapidez na leitura das reações e emoções destaca a inteligência social. O incompetente social
diz uma coisa e faz outra, ou busca um sinal do outro para então dar a sua opinião, estraga o
clima, faz brincadeiras fora de hora, comentários constrangedores. Certamente, estes não
aprenderam o básico na infância: iniciar o contato social, falar diretamente.

Capítulo 9 - Inimigos íntimos


Este capítulo trata do casamento e começa pela constatação que dos casamentos iniciados em
1890 nos Estados Unidos, 10% terminaram em divórcio; em 1920, 18%; em 1950, 30% e em
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1980, 67%. Uma das fortes razões para isto é que duas realidades emocionais encontram-se no
casamento: a do homem e a da mulher. As meninas recebem mais informações sobre as emoções
que os meninos, por isto expressam-se mais facilmente pela linguagem emocional e explicam
melhor seus sentimentos. Em geral, os homens gostam de falar de coisas e as mulheres buscam
ligação emocional. Mulheres lêem sinais emocionais, homens minimizam as emoções. Homens
querem fazer as coisas, as mulheres querem falar sobre elas. Além disto, o homem avalia melhor
o casamento.
Não são os problemas que separam o casal: é a forma como são discutidos. Os primeiros sinais
de "fendas emocionais" no casamento são a crítica pesada e o ataque às características do outro;
crises incessantes, nas quais o "inundado" reage ao menor sinal. Isto decorre de suposições não
esclarecidas sobre o outro, do pensamento vitimizado, das lentes negativas, que desconsideram
o que está bom. Neste cenário, o marido emudece, a mulher critica. O autor sugere que o homem
precisa aprender a não contornar o conflito, entender a queixa como insatisfação e não como
ataque pessoal. Enfim, compreender que a mulher precisa sentir-se ouvida. A mulher precisa
aprender a não atacar o caráter do marido, ao reafirmar seu amor. Define a assertividade como
uma resposta da inteligência emocional e mostra como a ponderação alivia: "Ele está sendo
exigente agora, mas já foi atencioso antes". A "boa briga" é aquela onde concentra-se no
problema, fala-se sem defensividade, ouve-se a mensagem principal e não só a fala hostil, e
desculpa-se quando se percebe que está errado. A grande aprendizagem é aprender e treinar
novas respostas fora da crise, assim elas se incorporam ao nosso repertório. Nós reagimos com
o que temos na nossa memória.

Capítulo 10 - Controlando com o coração


Na década de 80, a hierarquia rígida começou a desmoronar, especialmente em decorrência das
pressões da globalização, da tecnologia e da informação. Novo perfil profissional se configura: a
capacidade de lidar com as discordâncias, estar em sintonia com os sentimentos daqueles com
quem trabalhamos. A pior forma de tentar motivar são os ataques pessoais, os sarcasmos, pois
resultam em resistência passiva, fuga de responsabilidade, sensação de injustiça. Cai a
confiança. A maioria dos problemas de desempenho não surge de repente: desenvolvem-se no
tempo e só se equacionam pela crítica habilidosa, que sai do ataque ao caráter, e dá o feedback
efetivo. Após o constrangimento, procure o outro, expresse o desagrado, seja específico
quanto ao problema, fale de frente, seja sensível, praticando a empatia. A reunião é o melhor
começo do trabalho em equipe.
Goleman apresenta o conceito de QE (Quociente Emocional), traduzido pela capacidade de ver
as coisas na perspectiva do outro, promover a cooperação, ser automotivado, regular bem o
tempo, tomar iniciativa.

Capítulo 11 - Mente e medicina


As rotas biológicas são interligadas: sistema imunológico e sistema nervoso central, o que se
confirma nos estudos onde pânico e ansiedade fazem aumentar a pressão sanguínea. Tristeza,
pessimismo, hostilidade, ceticismo e desconfiança aumentam o risco de doenças como artrite,
asma, úlcera, dor de cabeça. A hostilidade faz aumentar a propensão à doença cardíaca. Se for
dada vazão a ira toda vez que ela é experimentada, esta torna-se a resposta mais provável. A
hostilidade é um hábito e pode ser mudado, aprendendo-se a amaciar a atitude, a regular a raiva
no começo. A empatia é o bálsamo da ira.
O encontro do doente com o médico pode ser uma oportunidade de informação tranquilizadora
ou um convite ao desespero: existem médicos indiferentes à vulnerabilidade do paciente. A
medicina precisa incluir as realidades emocionais da doença e estimular o paciente a perguntar
sobre o que lhe aflige. O médico precisa dar uma assistência centrada no relacionamento, dar
assistência emocional.

Capítulo 12 - O cadinho familiar


A maneira como os pais tratam os filhos tem consequências profundas e duradouras. O autor
fala de pais inábeis, que ignoram ou mostram desprezo pelos sentimentos dos filhos, não
estabelecem limites, sendo demasiado laissez-faire. Alguns praticam os maus tratos,
extinguindo no filho a empatia, gerando frieza de sentimento, brutalidade. Os pais
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emocionalmente aptos ensinam a empatia, geram confiança à medida em que mostram


autodomínio e controle emocional. Pais com alta inteligência emocional são mais eficientes na
ajuda aos filhos, comportando-se de forma menos tensa, sendo sociáveis e simpáticos. Os filhos
mostram confiança, curiosidade, prazer em aprender. Eles compreendem limites, são
cooperativos e têm maior capacidade de comunicar-se.

Capítulo 13 - Trauma e reaprendizado emocional


Atos violentos e crueldade são mais perniciosos que catástrofes naturais; são gravados na
memória das vítimas e quando o sistema emocional aprende algo é difícil livrar-se. A terapia é
uma forma de ensinar a lidar e controlar as consequências dos traumas. O autor cita alternativas
que vêm dando bons resultados no tratamento dos traumas, que vão desde lamentar a perda,
até aprender a reconstruir a vida. Histórias, metáforas, artes são instrumentos para se
reconstruir trauma em situação de segurança e proteção. Não se pode decidir se o sintoma
reaparece, mas podemos decidir quanto ele vai durar. A maturidade emocional viabiliza reações
menos angustiantes, respostas mais efetivas.

Capítulo 14 - Temperamento não é destino


Os estados emocionais que tipificam a nossa vida emocional decorrem da loteria genética, vão
da ousadia à timidez, e dão seus sinais até mesmo no primeiro ano de vida. As pessoas de
temperamento animado mostram-se mais otimistas. Ensinar o filho a enfrentar a timidez parece
mais efetivo que protegê-lo. A timidez leva a perturbar-se diante do novo e a relutância em
explorar novos territórios, fazendo a pessoa desenvolver excessiva sensibilidade às mudanças.
O que importa é a maneira como os pais ensinam a criança a lidar com sua timidez natural. Pais
que arquitetam graduais experiências encorajadoras, proporcionam a oportunidade de
correção do medo. Mães protetoras, que pegam o filho ao colo sempre que choram, são muito
tolerantes e indiretas, mostram-se menos efetivas que as enfáticas, que dão ordens diretas,
impõem limites. A firmeza de comportamento se mostra efetiva na redução do medo. Cada
período da infância constitui uma oportunidade de ensinar à criança hábitos emocionais
efetivos. Perdida a oportunidade torna-se mais difícil esculpir os circuitos neurais com lições
corretivas na idade adulta.

Capítulo 15 - O preço do analfabetismo emocional


Dois tipos de temperamento são analisados: o agressivo e o deprimido. Pessoas de
temperamento agressivo presumem a ameaça e partem para a ação, somando a experiência de
baixo controle dos impulsos. Desafiam as regras, tornam-se rejeitados pelos colegas, podem
chegar em casos extremos às drogas e à delinquência. Precisam aprender a tomar consciência
das sensações do corpo, pensar o que fazer em vez de atacar. Os deprimidos apresentam
dificuldades no relacionamento e para reagir às derrotas da vida.
Se a família não dá à criança a base emocional firme, o que fazer?
 identificar os sentimentos e lidar melhor com eles;
 mostrar que se pode mudar a vida, aprender a contestar o padrão de pensamento associado
à depressão e à agressão, criando uma vacina psicológica.
As crianças que evadem da escola, em geral, são as mais rejeitadas. "Imagine o que é passar 20
horas por semana onde ninguém gosta da gente...". Estas crianças precisam ser estimuladas ao
relacionamento, a responder adequadamente aos sentimentos do outro e a controlar tensão e
ansiedade, compreendendo qual é o comportamento aceitável em determinada situação.

Capítulo 16 - Ensinando as emoções


Mais efetivo que os programas de prevenção de drogas, é ensinar o controle dos impulsos e
encontrar soluções criativas para as provações sociais. O ABC da inteligência emocional começa
por aprender a lidar com a ira e a tristeza, a respeitar as diferenças de modo a encarar as coisas
difíceis, aprender a perguntar, a negociar, a ser mais assertivo. É importante somar aos
conteúdos de hoje as lições sobre sentimentos e relacionamentos. O primeiro passo é aprender
a nomear a emoção, ver suas expressões faciais, corporais. É essencial ensinar ao professor,
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ampliar a sua visão sobre as questões emocionais, desenvolvendo: autodisciplina, vida virtuosa,
capacidade de motivar-se, de enfrentar pressões e resolver conflitos.
A aprendizagem emocional decorre também de aptidões cognitivas: falar consigo mesmo, ler e
interpretar as influências sociais, tomar decisões e resolver problemas, compreender a
perspectiva do outro.

Daniel Goleman
Síntese elaborada por Edina Bom Sucesso - Ergon Consultoria e Educação Continuada.

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