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Formação de

Mediadores de Educação
para Patrimônio

Instrumentos
possíveis
para uma intervenção
nas cidades - Parte II

Graciele Siqueira
e Adson Rodrigo S. Pinheiro
SUMÁRIO
1. Recordando ...........................................................................................179
2. Linha do tempo patrimonial? ............................................................180
3. Explorando novas possibilidades de pensar o Patrimônio ......... 184
4. Guia prático do Patrimônio ................................................................186
5. Já está chegando a hora de ir............................................................190

Referências ................................................................................................191
monial que precisa ser vista, compreen-
dida e continuada por nós e pelos que
virão adiante, como aqueles que terão

1.
mediadores tão especiais como você.
E por falar em nosso curso, depois de
percorrer, nos módulos anteriores, a tra-
jetória do patrimônio cultural brasileiro,
agora você poderá revê-la a partir de uma
RECORDANDO... linha do tempo. Assim, poderá fazer uma
iversos são os modos de revisão panorâmica da trajetória deste cur-
habitar e viver as cida- so, revisitando alguns temas abordados.
des, mas quando o que Ao final desse percurso, proporemos
nos move é a perspecti- algumas atividades que podem ser rea-
va patrimonial, temos lizadas individualmente ou em grupo e
um olhar especial para os ofereceremos dicas de páginas eletrôni-
bens culturais que nela cas, redes sociais, projetos comunitários,
se encontram, dos quais filmes brasileiros ou estrangeiros sobre
fazemos parte e que vão patrimônio cultural.
nos formando identita- Assente-se, jovem educador(a), e va-
riamente,, como referências à nossa expe- mos embarcar nessa viagem que está ape-
riência e às memórias que construímos. nas começando...
Na trajetória do patrimônio cultural bra-
sileiro, algumas cidades foram reconhecidas
como sítios históricos ou algumas edifica-
ções foram escolhidas como bens
patrimoniais e ganharam
proteção oficial imediata,
garantidas por força da lei.
Muito se fez além do tom-
bamento de bens materiais
e do registro dos bens imate-
riais.. Outras ações, sobretudo no
campo da educação patrimonial, fo-
ram necessárias para que esses instru-
mentos de preservação se efetivassem.
As fundação do Iphan, a criação de
legislação especifica, as políticas cultu-
rais pelo país afora, a recente criação do
Ibram, o desenvolvimento de disciplinas
e áreas profissionais – como a Museolo-
gia –, além de ações da sociedade civil e
iniciativas como nosso curso Formação
de Mediadores de Educação para Patrimô-
nio,, em EaD, que nessa primeira edição
conquistou milhares de inscritos no país
inteiro, compõem uma trajetória patri-

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 179


2.
(1948)
Criação do
Conselho
(1946) Internacional de
Criação do
LINHA DO TEMPO International
Museus/seção
Brasil (Icom Brasil)
PATRIMONIAL Council of
Museums (Icom)
O Icom Brasil passou
a ter assento em
ós já vimos que a história do patrimônio O Icom é uma diferentes foros e
foi construída a partir de importantes organização não- conselhos nacionais
marcos políticos, sociais, econômicos e governamental que ligados à preservação
culturais da nossa sociedade. Tanto os mantém relações e à promoção
formais com a Unesco. do patrimônio
agentes civis, quanto as instituições e os
Destaque para o brasileiro.
agentes públicos aos poucos se cruzaram Comitê Internacional
e encontraram caminhos comuns que re- para a Educação (1958)
sultaram em conceitos, diretrizes e ações e Ação Cultural Promoção
incorporadas ao longo do tempo. Perceba: (Ceca). do Seminário
Regional
da Unesco
Realizado no Museu
de Arte Moderna
1934 (MAM) do Rio de
Criação da Janeiro. Teve como
(1938) finalidade discutir a
Inspetoria de (1936) Tombamento
(1937) função educativa dos
Monumentos Elaboração do Centro museus, com ênfase
A fundação
Nacionais (IMN) do Anteprojeto Histórico de Ouro nos serviços para a
do Serviço do
Sediada no Museu Preto (MG) educação escolar.
Histórico Nacional,
do Serviço Patrimônio
Tido como o “cartão-
a IMN foi criada a do Patrimônio Histórico e postal” do patrimônio
partir do Decreto nº Histórico Artístico Nacional brasileiro, o local já
24.735/34. À frente da e Artístico (Sphan) havia sido declarado
Inspetoria, o cearense
Gustavo Barroso
Nacional O Decreto-Lei n.º
25/37, assinado
Monumento SAIBA
(1888-1959). Funcionou
até 1937, quando o
(Sphan)
Redigido pelo escritor pelo presidente
Nacional, desde 1933.
MAIS
e pesquisador Getúlio Vargas, cria
Sphan é criado. o Sphan e, com ele,
paulistano Mário de
Andrade (1893-1945), o tombamento,
a pedido de Gustavo instrumento de
proteção dos bens As Casas do Patrimônio são
Capanema, ministro
da Educação e Saúde materiais vinculados espaços de interlocução do Iphan
do governo Getúlio às elites nacionais. com as comunidades, promovendo
Vargas, o anteprojeto Nesse sentido, o ações educativas que visam
apresentava uma Decreto acabou se
fomentar e favorecer a construção
perspectiva ampla da distanciando do
anteprojeto de Mário do conhecimento e a participação
noção de patrimônio,
incluindo a produção de Andrade. social para o aperfeiçoamento da
da cultural popular, gestão, proteção, salvaguarda,
a promoção de valorização e usufruto do
ações educativas patrimônio cultural.
em museus e a
participação da
comunidade na
preservação dos bens
patrimoniais.

180 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


(1987)
(1981 – 1986) Criação (1988)
Realização do do Prêmio Promulgação
(1980) Projeto Interação da Constituição (1997)
Rodrigo Melo
O Centro Histórico A Secretaria de da República Organização
Franco
(1975) de Ouro Preto Cultura do MEC
Federativa do Seminário
(Ministério da Cultura)
de Andrade
Fundação do (MG) torna-se O nome do Prêmio do Brasil Internacional
Patrimônio propõe, por meio
Centro Nacional desse projeto, a
é uma homenagem Aprovada pela Patrimônio
de Referência Mundial. aproximação da
ao advogado, Assembleia Nacional Imaterial:
Declarado pela jornalista e escritor Constituinte, é
Cultural (CNRC) educação básica estratégias
Unesco, o primeiro mineiro Rodrigo referida como
Um grupo de com os diferentes e formas
bem cultural Melo Franco de “Constituição
intelectuais, sob o contextos culturais de proteção
brasileiro inscrito na Andrade (1898-1969), Cidadã”. Trouxe em
comando do designer existentes no país, O Seminário teve
Lista do Patrimônio membro do grupo seu texto o conceito
pernambucano indicando que sede em Fortaleza,
Mundial. dos modernistas e de patrimônio
Aloísio Magalhães cultura e educação no Ceará, durante a
primeiro presidente cultural, em seus
(1927-1982), são esferas comemoração dos
do Sphan, de 1937 artigos 215 e 216.
promoveu a interconectadas. 60 anos do Iphan.
a 1967. A premiação
atualização da reconhece ações Como resultado dos
discussão sobre de preservação debates, apresentou
o sentido da do patrimônio o documento
preservação e cultural brasileiro conhecido como Carta
da ampliação da que, em razão da de Fortaleza, que
concepção de sua originalidade, previu a criação do
patrimônio. mereçam divulgação GT e da Comissão do
e reconhecimento Imaterial,
Patrimônio Imaterial
público. Promovido instâncias que
pelo Iphan, é realizada passaram a indicar
anualmente, via os instrumentos legais
SE edital, com criteriosa
seleção. É concedido a
de preservação
para os bens
LIGA! empresas, instituições
e cidadãos de todo o
imateriais no Brasil.

Brasil, contribuindo
para apresentar
a diversidade e a
O período de 1937 a 1967 é cha- riqueza do patrimônio
mado de Fase Heroica do Patri- cultural nacional.
mônio, pois se fez o salvamento
necessário da “pedra e cal”.
As principais frentes de
“ação educativa” eram dadas
pelo incentivo às publicações,
como a Revista do Iphan,
e o tombamento de exemplares
da arquitetura civil, religiosa,
militar e vernacular, sobretudo
do período colonial.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 181


(2000) (2003)
Publicação Criação da (2004)
do Decreto nº Política Nacional Criação da
3.551/00: Registro de Museus (PNM) Gerência de
do Patrimônio Lançada pelo Educação
Imaterial Ministério da Patrimonial e
O Decreto instituiu Cultura, em meio às Projetos (Geduc)
o Registro de comemorações do Primeira instância
Bens Culturais de Dia Internacional da área central do
Natureza Imaterial de Museus. Os Iphan voltada para a (2008)
que constituem documentos básicos, Educação Patrimonial. Organização
Patrimônio Cultural após debate com Para consolidá-la, da Oficina de
Brasileiro e cria o a comunidade foi realizada a I
Programa Nacional museológica, Capacitação (2009)
Reunião Técnica, em
do Patrimônio culminaram Pirenópolis (GO). em Educação I Seminário
Imaterial no lançamento Desde 2009, funciona Patrimonial de Avaliação e
(PNPI). do caderno como Coordenação e Fomento a Planejamento
Política Nacional de de Educação Projetos Culturais das Casas do
(1999) Museus: memória Patrimonial Primeira realização da Patrimônio
Publicação e cidadania. (Ceduc), vinculada política de educação Realizado em Nova
do Guia Básico ao Departamento de patrimonial do Olinda (CE), na
Articulação e Fomento Iphan nas Casas do Fundação Casa
de Educação (2002)
(DAF/Iphan). Patrimônio, quando Grande, a ação
Patrimonial Primeiro bem
as diretrizes gerais tinha como objetivo
Tornou-se uma inscrito no Livro desses espaços consolidar um campo
referência nos trabalhos de Registro (2003) foram debatidas e de trabalho para as
que envolvem ações Fundação da Rede
educativas sobre as
das Formas de consolidadas em ações educativas
Expressão de Educadores âmbito coletivo. de preservação do
questões patrimoniais. (2005)
Trata-se do registro de Museus patrimônio cultural
O livro apresenta Organização brasileiro.
fundamentação da Pintura Corporal do Rio de Janeiro
e Arte Gráfica (Arte
do I Encontro (2005)
teórica voltada para (REM RJ)
Kusiwa) da etnia Outras Redes de
Nacional Fundação
a salvaguarda do
patrimônio cultural por Wajãpi, no Amapá. Educadores em de Educação do Programa (2008)
meio de experiências e No ano seguinte, Museus surgiram Patrimonial de Especialização Criação do Prêmio
projetos desenvolvidos esse bem recebeu em diversos estados (Enep) em Patrimônio Darcy Ribeiro
pelo Iphan. Esse da Unesco o título brasileiros, se Reunião para
de Patrimônio
(PEP Iphan/Unesco) para Ações
material encontra- inspirando na REM discussão e Propõe uma formação
se disponível aos Cultural Imaterial da do Rio de Janeiro, proposição de
Educativas em
interdisciplinar
interessados no site do Humanidade. A Arte que organizou parâmetros nacionais Museus
para a gestão do
Iphan. Acesse: http:// Kusiwa é um sistema encontros nacionais para ações de O Prêmio tem como
patrimônio cultural
portal.iphan.gov.br/ de representação entre educadores e Educação Patrimonial objetivo identificar
brasileiro, voltado aos
uploads/temp/guia_ gráfico próprio dos outros profissionais do Iphan nas escolas, e estimular os
jovens profissionais
educacao_patrimonial. povos indígenas de museus para museus e outros movimentos e as
recém-graduados.
pdf.pdf Wajãpi, que sintetiza promover esses espaços sociais, práticas educacionais
São selecionados
seu modo particular coletivos. realizado na cidade dos museus.
profissionais de todas
de conhecer, de São Cristóvão, as regiões do Brasil
conceber e agir sobre Sergipe, no Convento que, durante dois
o universo. de São Francisco. anos, desenvolvem
Saiba mais sobre essa pesquisa e
ação: http://portal. trabalhos junto às
iphan.gov.br/uploads/ Superintendências
ckfinder/arquivos/I_ do órgão nos
encontro_nacional_de_ estados. Desde
educ_patrimonial.pdf 2010, o PEP tornou-
se um mestrado
profissional em
preservação do
patrimônio cultural.

182 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


PARA OS
CURIOSOS
(2017)
Construção da
Política Nacional Hora de Praticar!
(2016)
de Educação Que tal, a partir desse exemplo, criar
(2009) Publicação
Museal (Pnem) duas linhas do tempo pessoais?
Fundação das Diretrizes
A Pnem reúne Sugerimos duas propostas:
do Instituto de Educação princípios, diretrizes 1. Escolha uma pessoa.
Brasileiro de Patrimonial no e objetivos que Pode ser um amigo, um
Museus (Ibram) âmbito do Iphan foram definidos e
construídos de forma familiar ou alguém com
Autarquia federal e das Casas do
dotada de coletiva, colaborando destaque na sua comunidade
Patrimônio
personalidade jurídica A Portaria nº 137, para a instituição da (cuidado: esse destaque não
de direito público de 28 de abril, do Portaria nº 422/17 do necessariamente implica
com autonomia (2013) Iphan e das Casas Ibram, e integrando riqueza!). Faça uma árvore
administrativa e Encontro ProExt do Patrimônio, o Caderno da PNEM,
genealógica/patrimonial,
financeira, vinculada – Extensão tem o objetivo de publicação que
à Secretaria Nacional apresenta um breve pontuando os momentos
Universitária organizar o conjunto
mais significativos desta
de Cultura, com sede e de marcos referenciais histórico da educação
foro na capital federal. na Preservação museal no país, uma trajetória de vida (atenção:
para a educação
Tem o papel de pensar do Patrimônio síntese de como tente não impor a sua visão
patrimonial como
e gerenciar políticas Cultural prática transversal ocorreu o processo
ou experiência pessoal).
públicas para Uma política conjunta aos processos de construção
o campo museal entre MEC e MinC, participativa da Pnem Lembre-se que patrimônio,
de preservação
no Brasil. aconteceu em Ouro e valorização do e conceitos-chave na origem da palavra, tem o
Preto (MG). patrimônio cultural. que devem conduzir o sentido de “herança, legado
trabalho nesta área. familiar”. Nesse sentido,
pense nas seguintes questões
(2011) durante a construção dessa
(2013) árvore: Quais os aprendizados
II Encontro (2017)
23ª Conferência dessa pessoa e de quem ela os
Nacional Seminário de
Geral do Icom herdou? Como ela os preserva?
de Educação Realizada no Rio de Fortaleza: Desafios
Patrimonial Janeiro, com o tema para o Fortalecimento 2. Escolha um bem cultural (ma-
(II Enep) Museus (memória da Salvaguarda do terial ou imaterial) da sua famí-
Reunião para pactuar + criatividade) = Patrimônio Cultural lia, da sua comunidade ou da
as diretrizes no mudança social. Imaterial do Brasil. sua cidade e monte uma linha
campo de Educação
Realizado na cidade de do tempo. Faça isso no forma-
Patrimonial e
Fortaleza, entre os dias 8 e 11 to de um painel, imaginando
fortalecer a rede
de novembro, o Seminário
de instituições e de
revisitou a trajetória da
que você possa apresentá-lo a
profissionais atuantes outras pessoas e solicitar delas
elaboração e os caminhos da
na área educacional. a colaboração na construção
implementação da Política de
Parceria entre o
Salvaguarda do Patrimônio dessa linha do tempo, acres-
MEC (Ministério da
Imaterial do Brasil (lembra-se centando outras informações.
Educação) e Iphan,
que falamos sobre a Carta de
para que o tema Assim, você conhecerá o seu
Fortaleza, há pouco?), bem
Educação Patrimonial patrimônio cultural e teremos
como refletiu sobre os avanços
integrasse o
macrocampo Cultura
e futuro dessa política. Também uma linha do tempo coletiva.
aconteceu nesse evento a Mãos à obra!
e Artes do Programa
reunião do Centro Regional para
Mais Educação, de
Salvaguarda do Patrimônio
Educação Integral.
Cultural Imaterial da América
Latina (Crespial), da Unesco.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 183


3.
EXPLORANDO
NOVAS
POSSIBILIDADES
DE PENSAR O
PATRIMÔNIO
patrimônio cultural, como
observamos ao longo do
curso, é objeto de diver-
sos olhares: professores e
alunos de todos os níveis
educativos; profissionais
(designers, museólogos,
bibliotecários, antropólo-
gos, historiadores, arqueó- Diante de tantos agentes, não podemos
logos etc); instituições culturais das mais pensar uma educação patrimonial ou edu-
variadas; investigadores de programas de cação para o patrimônio reduzida apenas
pós-graduação; pessoas que moram em em um saber ou tão somente por uma
bens tombados ou no entorno deles; co- única via de produção de conhecimento,
munidades que intervêm para que algum privilegiando apenas um campo ou uma
lugar não seja apagado da memória citadi- área que se quer legitimar como lugar de
na ou que criam ferramentas autossusten- onde fala o “profissional do patrimônio”.
táveis para o seu reconhecimento; espaços Portanto, não é possível pensar sobre
físicos ou virtuais criados para evidenciar a história de uma cidade restrita ape-
memórias; indivíduos que se reúnem e nas aos chamados “centros históricos”
passam o ano inteiro preparando uma fes- ou aos museus. Essa visão é, no mínimo,
ta cuja “construção” lhes foi repassada por equivocada, se partirmos de um conceito
gerações anteriores; filhos que continuam de patrimônio cultural mais abrangente
o que os familiares mais velhos deixaram e contemporâneo, que permite entender
como saberes e ofícios etc. os bens patrimoniais ligados aos mais

184 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


A produção ativa de saberes pelos de-
tentores e sujeitos das referências cultu-
rais de uma localidade é o mais importan-
te, pois assim é possível reconhecer essas
referências atreladas aos sentidos da me-
mória social local e suas particularidades
frente a contextos socioculturais distintos.
Nesse sentido, devemos pensar ativida-
des que primem pelo autoconhecimento
comunitário, a partir da produção hori-
zontal (compartilhada) de conhecimentos
pelos diversos grupos sociais na dinâmica
de habitar a cidade. Nessa dinâmica, não
se deve refletir apenas sobre um passado
distante, mas sobre o tempo presente e o
devir (vir a ser), para garantirmos a preser-
vação do que elegemos como patrimônio,
com desenvolvimento sustentável.
Assim, devemos pensar ações que colo-
quem os membros das comunidades e co-
letivos em um lugar mais privilegiado. Ou
seja, eles saem da situação de “recebedo-
res” passivos de informações, para a condi-
diversos territórios, edificações, objetos, ção de sujeitos (protagonistas) no mundo.
conhecimentos, manifestações e paisa- É preciso que abandonemos o modelo
gens, a partir da importância que eles têm da “educação bancária”, tão criticado por
para diferentes segmentos sociais, mesmo Paulo Freire (1970), para outros em que
aqueles mais invisibilizados. o(a) educador(a), educando(a), poder pú-
Logo, é importante para qualquer me- blico e comunidades participem de forma
diador(a) de uma educação para o pa- dialógica, articulada e comprometida
trimônio refletir sobre como as pessoas para reconhecer e proteger o patrimônio
usam, vivem, convivem, enfim, se rela- cultural das cidades.
cionam com as referências culturais que Partindo dessas premissas, poderíamos
acabam interferindo na construção de nos perguntar: que ferramentas podemos
suas identidades e memórias, individuais propor para estimular a gestão territorial
e coletivas. É a partir dessas questões que e patrimonial? Ora, muitas delas fazem
devemos pensar na construção de instru- parte do nosso cotidiano, como o uso das
mentos para a intervenção em nossas redes sociais, leitura de blogs e o estímulo
cidades, de forma qualitativa. aos debates suscitados após assistir a boas
A meta é despertar nas pessoas a von- produções audiovisuais. Essas possibili-
tade de participar das discussões acerca dades, claro, não substituem a visita aos
do patrimônio cultural e integrarmos às museus, aos sítios históricos e aos bens
nossas atividades educativas as dimensões tombados, ou ainda a vivência das mani-
do viver cotidiano, fugindo não apenas de festações culturais imateriais, mas servem
processos de retificação de símbolos e sig- para despertar nossa sensibilidade acer-
nificados externos às nossas comunidades, ca do patrimônio, seja ele já reconhecido e
como assumindo o compromisso de cons- consagrado pelas políticas públicas ou não.
tituir um movimento coletivo e democrá- Então, a partir dessas ideias, preste bas-
tico em torno do pensar o patrimônio. tante atenção nas dicas a seguir.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 185


b. Site do Instituto Brasileiro em propor atividades que promovam algu-
de Museus (Ibram) mas reflexões sobre essas páginas? Pensar,
Autarquia responsável pela Política Na- a partir delas, o que costumamos lembrar
cional de Museus (PNM) e pela melhoria ou esquecer quando evidenciamos um de-

4.
dos serviços do setor, como o aumento terminado lugar ou manifestação em detri-
de visitação e arrecadação dos mu- mento de outros? Que discursos patrimo-
seus, fomento para a aquisição e pre- niais são mais recorrentes?
servação de acervos, estímulo as ações As redes acenam com novas possibili-
GUIA PRÁTICO integradas entre os museus brasileiros
etc. Possui muitas publicações sobre a
dades de entendimento e de informação
sobre o patrimônio, bem como estimulam
DO PATRIMÔNIO área museológica também disponíveis a nossa interação social. Facebook, Twi-
tter, blogs e outros canais marcam expe-
or onde começar quando se em PDF. Acesse: museus.gov.br
riências entre o mundo real e o virtual.
fala em Educação Patrimo- c. Site da Política Nacional
Encontramos pessoas que circulam
nial e seus instrumentos de de Educação Museal (Pnem)
com pensamento e interpretações pareci-
aplicação? Trata-se de orientações dirigidas ao dos e diferentes dos nossos, por meio de
Você entendeu, pelo acom- campo museal para a realização de curtidas, compartilhamentos e comentá-
panhamento e estudo de nos- ações que fortaleçam a promoção de rios que acabam também julgando e defi-
sos módulos, que contamos práticas educacionais nos museus. No
com algumas instituições no site da Pnem encontrará o marco dessa
Brasil responsáveis pelo de- política, a partir de documentos, além
senvolvimento de políticas públicas para de acessar vários livros, teses e outros si- SE
fins de proteção e salvaguarda do nosso
patrimônio cultural, não é? Pois vamos
tes indicados na plataforma construída.
Acesse: pnem.museus.gov.br
LIGA!
reforçar o convite para que você conheça
Recomendamos ainda a navegação pe-
três páginas eletrônicas produzidas por
las páginas da Fundação Palmares, Biblio-
essas instituições, nas quais encontrará le- Mais viciante do que Whatsapp,
teca Nacional, Arquivo Nacional e Funda-
gislações, documentos e material comple- Instagram, as séries de streamings
ção Nacional das Artes (Funarte). Só assim
mentar sobre o tema. São elas: e as novelinhas de TV para você,
iremos conhecer um pouco do nosso pa-
a. Site do Instituto do Patrimônio trimônio e entender as políticas de estado mediador(a) de educação para
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para salvaguardá-lo. Na web, podemos des- patrimônio, será conhecer a vasta
Autarquia federal que responde pela cobrir quais instâncias públicas ficam res- bibliografia à sua disposição
preservação do patrimônio cultural ponsáveis pelas políticas e ações em defesa gratuitamente no Portal do Iphan.
brasileiro. Cabe ao Iphan promover do patrimônio em nossa cidade e estado, Você pode fazer download e depois
os bens culturais do país, asseguran- como as secretarias da cultura, da educação imprimir se quiser. E melhor: não
do sua permanência e usufruto para e/ou do turismo, estaduais e municipais. tem fake news! Todos os autores
as gerações presentes e futuras. Você As redes sociais são espaços singulares, são especialistas reconhecidos pelo
encontrará mais de 250 publicações cotidianos e diversificados, capazes de jun- Iphan. Com essa bagagem, acabou
indispensáveis para sua biblioteca vir- tar diferentes produções ligadas à memória o discurso do “acho” ou “parece”,
tual, entre livros, revistas, cartilhas, e às identidades. Quem nunca se deparou tá? Vamos lá! Clique em: portal.
manual para professores etc. com pessoas no Facebook ou no Instagram iphan.gov.br/publicacoes/
divulgando fotografias, livros e documen-
tos – antigos e/ou atuais – sobre bairros,
cidades ou mesmo sobre personalidades e
grupos sociais brasileiros? Você já pensou

186 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


nindo o que deve ser guardado ou protegi- do em 2018, por dois museólogos. Tem
do. Por isso, são lugares onde as palavras como missão a divulgação dos museus
ganham inúmeros sentidos e significados. do país, difundindo materiais como ví- PARA OS
Que tal entrar em algumas páginas e deos e fotos. São priorizados os museus CURIOSOS
conhecer o conteúdo disponibilizado por que ainda não possuem tanta visibili-
digitais influencers? Elencamos algumas. dade, seja por questões geográficas ou
porque não estão no centro das políticas
a. @ClickMuseus: o objetivo desse perfil
de investimento dos poderes públicos. Hora de Praticar!
é aproximar e facilitar a comunicação
dos museus com as pessoas, abordan- c. @patrimonio_cultural: surgiu com a Escolha uma instituição de
do o patrimônio de forma transversal, ideia de reunir e divulgar informações preservação do patrimônio em
além de disseminar a ideia de que mu- sobre bens culturais tutelados ou não seu município ou estado e trace
seus são espaços de lazer e entreteni- pelos órgãos preservacionistas, pre- um relatório, apontando: quais
mento, não apenas de educação, dando sentes em território brasileiro e fora patrimônios são protegidos
dicas para as pessoas aproveitarem e se dele. O intuito é criar conteúdo desta (tombados ou registrados) e por
divertirem a cada visita. Esse espaço vir- área para atender o interesse de pes- quê? Quais poderiam ser tombados
tual oferece sugestões de exposições na quisadores do Brasil e do mundo. ou registrados e ainda não são?
cidade de São Paulo, que somam apro- d. @museologicas_podcast: é um pro- IMPORTANTE: quando
ximadamente 130 instituições. grama de extensão construído por falamos de patrimônio, não nos
b. @quantosmuseus: o projeto Quantos professores e estudantes do Departa- referimos apenas àqueles bens já
museus existem na sua cidade? foi cria- mento de Antropologia e Museologia consagrados, mas também àqueles
e do curso de Bacharelado em Mu- ainda esquecidos!
seologia da Universidade Federal de
Pernambuco. Os programas gravados
SE estão disponível no Spotify, Deezer e
SoundCloud, trazendo temas contem-
LIGA! porâneos relacionados à museologia
e ao patrimônio cultural.
e. @adson_pinheirocultura: produzido
por um historiador – coautor deste fas-
Que tal criar a sua própria página,
cículo – com o objetivo de disseminar
perfil ou blog com conteúdos
dicas de cursos e eventos acadêmicos
sobre educação patrimonial ou
para as pessoas que o seguem. Além
sobre os patrimônios de seu bairro
disso, todas as quintas-feiras acontecem
ou cidade? Mas é importante
entrevistas com pesquisadores, gestores
colocar essa ideia em ação quando
públicos, entre outros profissionais que
conseguir traçar um planejamento
atuam no campo museal e patrimonial.
de médio e longo prazo, pois muitos
desses conteudistas criam páginas O Brasil conta com formação acadê-
e não as alimentam, frustrando mica em diversos níveis – cursos de ex-
seus seguidores. Organize-se, peça tensão, graduação, especialização, mes-
contribuições e acredite no que faz. trado, doutorado – e em diferentes áreas
relacionadas com o Patrimônio Cultural,
como Museologia, História, Arqueologia,
Conservação de Bens Móveis, Biblioteco-
nomia, Arquivologia, entre outros.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 187


Recomendamos que navegue, a seu tem- b. Aquarius (2h25 | 2016), direção de
po, pelas páginas eletrônicas das universida- Kleber Mendonça Filho: O confronto
des públicas brasileiras. Elas são um mundo entre o “velho” e o “novo” surge na PARA OS
à parte e cheio de riqueza. Saiba o que elas figura de Clara, dona de um aparta- CURIOSOS
andam produzindo e fique por dentro das mento cobiçado por uma imobiliária,
principais discussões e produções teóricas que já adquiriu todos os demais imó-
do momento sobre patrimônio cultural. veis do prédio, localizado em Recife-
Quanto aos filmes, quem disse que -PE. O objetivo é pôr tudo abaixo e Escolha um filme, assista com
eles servem apenas para diversão e la- construir um prédio novo, mas Clara amigos, familiares ou seus alunos
zer? Eles, assim como os livros, podem se recusa a vendê-lo. (antes, deve, naturalmente,
assumir o papel de documento histórico c. Bacurau (2h10 | 2019), direção de ler sobre o filme, a história de
e possuem caráter educativo não-formal. Kleber Mendonça Filho e Juliano Dor- produção, o contexto do período
Que tal usá-los numa sessão “PiPa” (“Pi- nelles: “Se for, vá na paz” é o que diz histórico abordado ou sobre o
poca com Patrimônio”)? a placa indicando a localização de Ba- personagem, se for baseado em
O trabalho educativo com filmes deve curau, cidade fictícia do filme, locali- fatos, curiosidades etc.).
se concentrar não somente na análise dos zada no sertão brasileiro, num futuro Evite dar spoiler para esse grupo!
conteúdos técnicos e explícitos, como cons- não muito distante. O enredo parece Depois, proponha a produção
trução de personagens, figurinos, ilumina- simples. Bacurau sumiu do mapa e, de um mapa mental, anotando em
ção, sonorização etc. É importante pensar, aos poucos, os moradores percebem um caderno, cartolina, lousa ou
sobretudo, nas condições e contextos de que há algo de estranho acontecendo. mesmo digitalmente em celulares,
sua produção. Quando foi rodado? Por o tema central da obra, os principais
d. Uma Noite no Museu (1, 2 e 3), trilogia
quem? Para quê? Para quem? Que valores e personagens, enredo, música e
com direção de Shawn Levy: Ao longo
expectativas são difundidos por aqueles que diálogos que acharem interessante.
dos três filmes, a proposta, de caráter
o produziram (diretor, roteirista, produtores, Analise e discuta os resultados
lúdico, é pensar o que acontece nos
atores)? Como foi ou é recebido pela socie- apresentados. O mapa mental
museus quando as portas se fecham,
dade (espectadores, críticos, acadêmicos)? é uma técnica cujo objetivo é
na calada da noite, sem a presença dos
Aqui vamos sugerir algumas películas organizar as informações, tornando
visitantes ruidosos e de suas câmeras
que discutem diretamente temas ligados a compreensão e a memorização
fotográficas. As três sequências foram
à gestão do patrimônio, sejam ficcionais mais fácil e mais didática.
filmadas em importantes museus dos
ou documentários. Vejamos: O elenco de filmes vai depender
Estados Unidos e da Europa.
a. Narradores de Javé (1h40 | 2004), di- de sua criatividade, repertório e
e. Série Conhecendo Museus: Com- a capacidade de perceber o que
reção de Eliane Caffé: Javé é uma loca- posto de vários episódios, a copro-
lidade fictícia no Brasil que está pres- pode ser de melhor proveito para
dução é uma iniciativa da Empresa despertar debates patrimoniais
tes a ser inundada pela construção de Brasil de Comunicação, Fundação
uma hidrelétrica. Para alterar a direção com os integrantes da plateia.
José de Paiva Netto, Ibram e TV
dos acontecimentos, seus moradores Escola. Apresenta, com detalhes, al-
resolvem escrever a história da cidade, guns dos principais museus/acervos
com o objetivo de transformá-la em do Brasil. O objetivo é divulgar bens
patrimônio histórico e preservá-la. e valores culturais brasileiros que fo-
ram musealizados, democratizando o
conhecimento gerado por essas insti-
tuições, além de divertir e fomentar o
surgimento de novos públicos.

188 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


f. Niède (2h20 | 2020), direção de Tiago população local, possibilitando uma f. Ecomuseu do Cerrado Laís Aderne
Tambelli: É a história de Niède Gui- mudança no olhar estigmatizado (DF): museu vivo voltado para a tríade
don, arqueóloga brasileira mundial- dessa comunidade, bem como a au- “território, patrimônio e comunida-
mente reconhecida por seu trabalho toestima de seus moradores. Acesse: de”. Conta as histórias relacionadas à
de preservação na Serra da Capivara, www.museudamare.org.br/ cultura e à natureza, onde estão inse-
no Piauí. A partir de depoimentos da c. Rede Cearense de Museus Comuni- ridas comunidades que se relacionam
própria Guidon, o documentário re- tários (CE): formada por iniciativas com o ambiente do Cerrado. Acesse:
lembra sua vida pessoal e sua frutífera comunitárias de memória, patrimô- museucerrado.com.br/ecomuseu-do-
carreira no campo da proteção do pa- nio e museologia social. Iniciou suas -cerrado-lais-aderne/
trimônio arqueológico. atividades em 2011. É formada por g. Escola Viva Olho do Tempo – Evot
Partindo da necessidade de relacionar indígenas, assentados, pescadores, (João Pessoa – PB): essa instituição
o patrimônio cultural com a comunidade, profissionais, estudantes e ambienta- desenvolve ações que buscam apro-
numa relação orgânica com o contexto so- listas. Por meio dessa rede é que eles ximar os moradores da região aos
cial que lhe dá dinamicidade e forma, suge- compartilham e divulgam suas experi- seus valores culturais relacionados
rimos a visitas aos museus, redes e escolas ências e os desafios da sua atuação na ao modo de viver de povos originários
comunitários, que primam pela participa- museologia sociocomunitária. Acesse: e tradicionais que cercam a bacia do
ção social, a identificação de valores patri- museuscomunitarios.wordpress.com/ baixo Rio Gramame. Realiza ativida-
moniais e o respeito aos saberes locais. d. Museu Comunitário da Lomba do des anuais nas escolas, como oficinas
Listamos algumas propostas para Pinheiro (Porto Alegre, RS): é uma educacionais com base na Pedagogia
você conhecer, presencial ou virtualmen- instituição localizada em um bairro da Griô, educação popular e holística.
te. Vamos lá? periferia gaúcha. Seu objetivo é ser um Acesse: olhodotempo.org.br/
a. Ecomuseu de Santa Cruz (Rio de Ja- espaço de reflexão para os moradores
neiro, RJ): o Ecomuseu do Quarteirão pensarem sobre suas histórias de vida
Cultural do Matadouro de Santa Cruz, e lutas comunitárias, contemplando PARA OS
também conhecido como Ecomuseu
de Santa Cruz, é um dos mais antigos
além de objetos, um conjunto de de-
poimentos orais. Acesse: museus.gov.
CURIOSOS
do Brasil, criado para garantir a pre- br/museu-comunitario-da-lomba-do-
servação e valorização do patrimônio -pinheiro-identifica-60-referencias-
cultural do bairro de Santa Cruz. As -culturais-no-bairro/
Na África Ocidental, o griot ou griô,
ações de preservação, comunicação, e. Ecomuseu da Amazônia (Belém é aquele indivíduo (poeta, historia-
documentação, pesquisa e educação – PA): é um museu que atua em uma dor, cantador, contador de his-
buscam o diálogo e a participação co- área compreendida pelo distrito de tória) que se ocupa de transmitir
munitária na definição do patrimônio, Icoaraci, bairro do Paracuri e a Orla, para os outros o seu conhecimento
em diálogo com o desenvolvimento além das Ilha de Cotijuba (Faveira e sobre os costumes, os conheci-
social e econômico da região. Acesse: Poção); Ilha do Mosqueiro (Caruaru, mentos, os mitos e as histórias dos
www.facebook.com/ecomuseusc/ Castanhal do Mari Mari, Paulo Fontes e povos. Por meio deles, ocorre a
b. Museu da Maré (Rio de Janeiro, RJ): Vila), Ilha de Caratateua (São João do perpetuação da memória ancestral
pensado a partir de um grupo de jo- Outeiro, Tucumaeira e Fama). Trata dos e a garantia da continuidade das
vens moradores integrantes do CE- problemas da região e suas comunida- tradições por meio do saber oral.
ASM (Centro de Ações Solidárias da des, desenvolvendo programas de pre- Procure saber mais sobre os griôs
Maré), o museu criado com o nome servação e recuperação do patrimônio e a pedagogia griô. PESQUISE!
da favela teve o objetivo de eviden- natural e cultural na Amazônia. Acesse:
ciar as memórias e identidades da ecomuseuamazonia.blogspot.com.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 189


5.
JÁ ESTÁ
CHEGANDO
A HORA DE IR...
sse é o último fascículo do cur-
so Formação de Mediadores de
Educação para o Patrimônio. Pa-
rabéns, você chegou até aqui e
esperamos ter contribuído para
ENCANTÁ-LO(A).
Agora é a hora de se preparar
para realizar, em nosso AVA, a
Avaliação Final. Depois, é só par-
tir para o abraço e a sua mais que mereci-
da CERTIFICAÇÃO.
Entretanto, sugerimos que releia antes
os 12 fascículos, dê aquela espiadinha nas
videoaulas, nas webconferências e ouça
as radioaulas. Não deixe de conferir, para
enriquecer seu aprendizado, os conteúdos
complementares disponibilizados na Bi-
blioteca Virtual, a partir da seleção de nos-
sos atentos e zelosos conteudistas.
Troque ideias com amigos e colegas
que também fizeram o curso (virtualmen-
te ou não). Enfim, prepare-se! Afinal, não
é o certificado que fará de você um(a)
mediador(a) de educação para patrimô-
nio. É preciso ter conhecimento (estudar
para o resto da vida... e curtir isso), inicia-
tiva, coragem e gostar de gente, pois nada
se faz sozinho(a) nessa área de atuação.
Após esses meses juntos, é chegada a
hora de multiplicarmos o conhecimento
construído e compartilharmos programas,
projetos e ações que possam tornar o nos-
so mundo, a partir da valorização do Patri-
mônio Cultural, um lugar mais viável para
vivermos, hoje e no futuro. É bem possível
que, nessa estrada, nos reencontraremos.
Nossa gratidão e até breve!

190 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


REFERÊNCIAS AUTORES
GRUNBERG, Evelina. Manual de MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Graciele Siqueira é museóloga formada pela
atividades práticas de educação O campo do patrimônio cultural: uma Escola de Museologia da Universidade Federal
patrimonial. Brasília, DF: Iphan, 2007. revisão de premissas. In: IPHAN. I Fórum do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Mestre
Nacional do Patrimônio Cultural. em Museologia e Patrimônio pela UniRio
FLORÊNCIO, Sônia Regina Rampim.
Sistema Nacional de Patrimônio em parceria com o Museu de Astronomia e
Educação patrimonial: um processo
Cultural: desafios, estratégias e Ciências Afins (Mast). Especialista em Gestão
de mediação. In: TOLENTINO, Átila
experiências para uma nova gestão, Cultural pela Universidade Estadual Vale do
(Org.). Educação patrimonial:
Ouro Preto/MG, 2009. Brasília, DF: Iphan, Acaraú (UVA). Trabalha no Museu de Arte da
reflexões e práticas. João Pessoa:
2012, p. 25-39. (Anais; v. 2, t. 1). Universidade Federal do Ceará (Mauc/UFC),
Superintendência do Iphan na
desde setembro de 2008, desempenhando
Paraíba, 2012, p. 22-29. SIMAN, L. M. C.; MIRANDA, S. R. (Org.).
a função de museóloga e responsável pela
_____; CLEROT, Pedro; BEZERRA, Patrimônio no plural: educação,
Divisão de Acervo. Desde julho de 2018, ocupa a
Juliana; RAMASSOTE, Rodrigo. cidades e mediações. Belo Horizonte:
função de diretora do Mauc/UFC.
Educação patrimonial: histórico, Fino Traço Editora Ltda, 2017.
conceitos e processos. Brasília, DF: TOLENTINO, Átila. Educação Adson Rodrigo S. Pinheiro é doutorando
Iphan; DAF; COGEDIP; Ceduc, 2014. patrimonial: reflexões e práticas. João em História Social pela Universidade Federal
Disponível em: <http://www.iphan. Pessoa: Superintendência do Iphan na Fluminense (UFF). Licenciado em História
gov.br/baixaFcdAnexo. do?id=4240>. Paraíba, 2012 (Caderno temático; 2). pela Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Acesso em: 16 fev. 2014. ______. Educação patrimonial: Mestre em História Social pela Universidade
_____; et al. Educação Patrimonial: educação, memórias e identidades. Federal do Ceará (UFC). Especialista em
inventários participativos. Manual de João Pessoa: Iphan, 2013. (Caderno Gestão e Políticas Culturais da Universidade
aplicação. Brasília-DF; IPHAN, 2016. Temático; 3). de Girona (Espanha), em colaboração com o
Observatório Itaú Cultural/SP, e possui MBA
FONSECA, Maria Cecília Londres. O ______; BRAGA, Emanuel Oliveira.
em Gestão Cultural pela Universidade Vale do
patrimônio em processo: trajetória Educação patrimonial [recurso
Acaraú (UVA). É especialista em Arqueologia
da política federal de preservação no eletrônico]: políticas, relações de
Social Inclusiva pela Urca e especialista em
Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; poder e ações afirmativas. João
Políticas Culturais de Base Comunitária pela
MinC; Iphan, 1997. Pessoa: iphan-PB; Casa do Patrimônio
Faculdade Latino-americana de Ciências
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. da Paraíba, 2016 (Caderno Temático; 5).
Sociais (Flacso) – programa IberCultura
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1970. Viva, com sede na Argentina. É membro do
I SEMINÁRIO de Avaliação e Grupo de Estudo e Pesquisa em Patrimônio e
Planejamento das Casas do Memória (GEPPM/UFC) e membro associado
Patrimônio. Carta de Nova Olinda. do Comitê Brasileiro do Conselho Internacional
Casas do Patrimônio. Nova Olinda, de Monumentos e Sítios (Icomos-BRASIL).
CE: Iphan, 2009. Disponível em: Atuou como gerente da Célula de Gestão em
<http://portal.iphan. gov.br/portal/ Pesquisa e Educação Patrimonial da Secretaria
baixaFcdAnexo.do?id=1651>. Acesso Municipal da Cultura de Fortaleza.
em: 15 ago. 2011.

ILUSTRADOR
Daniel Dias é ilustrador e artista gráfico, com
extensa produção em projetos editoriais, sendo
a maior parte destinada ao público infantil e
infantojuvenil. Seu trabalho tem como base
a pesquisa de materiais e estilos, envolvendo
estudo de técnicas tradicionais de pintura,
desenho, fotografia e colorização digital.

Formação de Mediadores de Educação para Patrimônio 191


Este fascículo é parte integrante do projeto
Formação de Mediadores de Educação
Patrimonial, em decorrência do Termo de
Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito
Rocha e a Secretaria Municipal de Cultura de
Fortaleza, sob o nº 02/2019.

Todos os direitos desta edição reservados à:

Fundação Demócrito Rocha


Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fdr.org.br
fundacao@fdr.org.br
EXPEDIENTE:
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
João Dummar Neto
Presidente
André Avelino de Azevedo
Diretor Administrativo-Financeiro
Marcos Tardin
Gerente Geral
Raymundo Netto
Gerente Editorial e de Projetos
Emanuela Fernandes
Analista de Projetos

UNIVERSIDADE ABERTA
DO NORDESTE (UANE)
Viviane Pereira
Gerente Pedagógica
Marisa Ferreira
Coordenadora de Cursos
Joel Bruno
Designer Educacional
Thifane Braga
Secretária Escolar
CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES
DE EDUCAÇÃO PARA PATRIMÔNIO
Raymundo Netto
Coordenador Geral, Editorial e Revisor
Cristina Holanda
Coordenadora de Conteúdo
Amaurício Cortez
Editor de Design e Projeto Gráfico
Miqueias Mesquita
Diagramador
Daniel Dias
Ilustrador
Thaís de Paula
Produtora
ISBN: 978-85-7529-951-7 (Coleção)
ISBN: 978-85-7529-963-0 (Fascículo 12)

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