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“Diante das provisões do acordo de coalizão de governo israelense, que afirma que ‘o
Primeiro Ministro poderá apresentar ao gabinete e ao Parlamento o acordo alcançado com
os Estados Unidos sobre a aplicação da soberania [sobre território palestino] a partir de 1º
de julho de 2020”, e do discurso do Primeiro Ministro do governo de ocupação ao
Parlamento antes de ontem, que não incluiu qualquer ponto sobre o compromisso com os
acordos assinados, mas afirmou a aplicação da soberania israelense sobre as colônias
israelenses nos territórios palestinos;
E como o Primeiro Ministro do governo de ocupação reiterou essa afirmação no primeiro
dia de reunião do gabinete, considerando que a anexação é uma prioridade deste governo,
o que significa anexar partes do território do estado da Palestina ao estado ocupante, com
base no chamado ‘acordo do século’, que nós rejeitamos por completo, e o que significa
que a autoridade da ocupação anulou o acordo de Oslo e todos os acordos assinados com
ela, após desprezar, por todos esses anos, todos esses acordos e todas as resoluções de
legitimidade internacional e o direito internacional;
E depois de o governo estadunidense ter reconhecido Jerusalém como a capital de Israel
e transferido para lá a sua Embaixada, e ter divulgado seu ‘acordo do século’, que
estabelece as bases para a declaração de anexação israelense, uma violação flagrante das
resoluções de legitimidade internacional e do direito internacional, além de apoiar as
colônias e a ocupação colonial israelense do território do Estado da Palestina;
E à luz da nossa crença incondicional e adesão resoluta ao direito do nosso povo a
continuar em sua luta nacional pelo fim da ocupação e por estabelecer um Estado da
Palestina independente, contíguo e soberano, nas fronteiras de 4 de junho de 1967, com
Jerusalém Leste como sua capital, resolvendo a questão dos refugiados com base na
Iniciativa Árabe de Paz e nas resoluções relevantes de legitimidade internacional, e
libertando os prisioneiros palestinos das cárceres e centros de detenção israelenses;
E, como queremos alcançar uma paz justa e abrangente, com base na solução de dois
estados, como expresso na Iniciativa Árabe de Paz e nas resoluções de legitimidade
internacional, especialmente a resolução 1515 do Conselho de Segurança sobre a adoção
da Iniciativa de Paz Árabe, a resolução 2334 sobre Jerusalém e as colônias, a resolução
194 da ONU sobre os refugiados, e a resolução 19/67 da Assembleia Geral sobre a adesão
do Estado da Palestina;
E obedecendo as decisões do Conselho Nacional e do Conselho Central da Organização
para a Libertação da Palestina, a única representante legítima do povo palestino, a
liderança palestina hoje decidiu o seguinte:
Primeiro: a Organização para a Libertação da Palestina e o Estado da Palestina estão
liberados, a partir de hoje, de todos os acordos e entendimentos com os governos
estadunidense e israelense, inclusive os de segurança.
Segundo: a autoridade israelense de ocupação, a partir de hoje, tem de arcar com todas
as responsabilidades e obrigações, diante da comunidade internacional, como potência
ocupante, sobre o território do Estado ocupado da Palestina, com todas as consequências
e repercussões baseadas no direito internacional e o direito internacional humanitário,
especialmente a Quarta Convenção de Genebra de 1949, que responsabiliza a potência
ocupante pela proteção da população civil sob ocupação e sua propriedade, criminaliza a
punição coletiva, proíbe o roubo de recursos, a apropriação e anexação de terras e a
transferência forçada da população do território ocupado, e proíbe a transferência de
população do estado ocupante (colonos) ao território que ocupa, o que são, todas, graves
violações e crimes de guerra.
Terceiro: Responsabilizamos inteiramente o governo estadunidense pela opressão
acometendo o povo palestino e o consideramos um parceiro primordial do governo
israelense de ocupação em todas as suas decisões e medidas agressivas e injustas contra
o nosso povo. Entretanto, saudamos todas as posições de outras partes estadunidenses
que rejeitaram as políticas desse governo, hostis ao nosso povo e seus direitos legítimos.
Quarto: Completaremos hoje a assinatura de acordos para que o Estado da Palestina
aceda a acordos e convenções internacionais às quais ainda não aderimos;
Quinto: Reafirmamos nosso compromisso com a legitimidade internacional e as resoluções
árabes, islâmicas e regionais relevantes, de que somos parte, e reiteramos nosso firme
compromisso com o combate ao terrorismo internacional, independentemente de sua forma
ou fonte.
Sexto: Reafirmamos nosso compromisso com uma solução ao conflito palestino-israelense
baseada na solução de dois estados, com nossa prontidão em aceitar a presença de uma
parte terceira nas fronteiras entre eles, sob a condição de que as negociações sejam
conduzidas para alcançá-la sob auspícios internacionais (o Quarteto Internacional
ampliado) e através de uma conferência internacional da paz baseada na legitimidade
internacional.
Sétimo: Instamos aos países de todo o mundo que rejeitaram o acordo do século e as
políticas e medidas estadunidenses e israelenses que violam a legitimidade internacional e
acordos assinados a não se contentarem com rejeitar e condenar, mas a tomar passos
dissuasores e impor sérias sanções para impedir que o estado ocupante israelense
implemente seus planos e continue negando os direitos do nosso povo. Instamos aqueles
que não reconheceram ainda o Estado da Palestina a fazerem-no rapidamente para
proteger a paz, a legitimidade internacional e o direito internacional, e implementar as
resoluções do Conselho de Segurança sobre dar proteção internacional ao nosso povo em
seu estado ocupado.
Continuaremos acusando a ocupação por seus crimes contra o nosso povo diante de todas
as autoridades e cortes internacionais. Neste contexto, reafirmamos nossa confiança na
imparcialidade e integridade do Tribunal Penal Internacional.
Oitavo: Reiteramos nossa saudação a todo o nosso povo em casa e na Diáspora por sua
paciência, resiliência, luta e apoio à Organização para a Libertação da Palestina, a única
representante legítima do povo palestino. Prometemos aos nossos mártires e heróicos
prisioneiros e feridos que permaneceremos leais ao nosso juramento até a vitória, a
liberdade, a independência e o retorno, para alçarmos juntos a bandeira da Palestina sobre
a Mesquita Al-Aqsa e a Igreja do Santo Sepulcro na nossa Jerusalém, a eterna capital do
nosso estado palestino.