Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PORTAL 44 ARQUITETURA
Engenharia
0 Comentários
O terreno faz parte integrante de qualquer construção, afinal é ele que dá sustentação ao peso
e também determina características fundamentais do projeto em função de seu perfil e de
características físicas como elevação, drenagem e localização. Em construções maiores é
necessário realizar uma sondagem para ver em que nível do solo a camada é mais resistente
em geral a melhor camada para as fundações é o leito rochoso ou acima dele, desde que
permita a execução.
Em fundações que não descarrega muita carga para o solo, não é obrigatório fazer a análise de
solo. Embora seja uma vantagem saber o tipo de solo em que se pretende construir, evitando
como por exemplo, acidentes como o ocorrido no morro do Bumba em que foram construídas
casas em cima de um lixão desativado.
Alguns solos não oferecem uma rigidez para uma construção, e esta por sua vez não exige uma
fundação profunda. O método que pode ser adotado é o radier em que as cargas são
distribuídas por toda a estrutura. No que tange à mecânica dos solos, é importante conhecer
os três tipos básicos de solos: arenoso, siltoso e argiloso.
Leia também:
Mesmo com a divisão básica em três tipos de solo, ela não pode ser considerada exata. Isto
acontece, pois na natureza é justamente a mistura de diversos materiais que forma a crosta
terrestre. Deste modo, é incorreto dizer que o solo arenoso é composto completamente por
areia ou o argiloso somente por argila.
Os tipos de solo são divididos, sobretudo, de acordo com a densidade da sua composição, das
necessidades especiais que possuem para a construção e como o solo se comporta quando
aplicada determinada pressão sobre ele. São fatores relevantes na composição do solo, a
densidade, a porosidade, a consistência e a relação do solo com a água.
O SOLO ARENOSO
O solo arenoso não possui grande índice de coesão, isto é, se movimenta facilmente e é
altamente permeável. Para a construção, isso representa um grande desafio, já que onde há
lençóis freáticos o solo arenoso pode permanecer firme enquanto em contato com a água,
mas outras construções abaixam o lençol e movimentam o terreno.
O solo arenoso. Imagem: Agrishow Digital
O solo arenoso requer fundações profundas com estacas, geralmente de aço ou concreto
armado, para evitar esse efeito e garantir a segurança da estrutura. Normalmente, as
construções portuárias se utilizam dessas estacas preenchidas com betão para aumentar a
resistência da fundação.
Quem já percebeu aqueles prédios inclinados na orla de Santos/SP sabe bem o que estamos
falando. Quando da construção destes edifícios, não houve preocupação com as fundações,
que foram feitas de forma superficial. Com isso, quando novas construções foram sendo
erguidas, o lençol freático baixou o nível – o solo não aguentou a carga e afundou.
Já em relação às estradas construídas em solo arenoso há certas vantagens. Elas não se tornam
um lamaçal em época de chuvas, assim como não levantam poeira na seca. O motivo desta
condição é justamente o tipo de grão do solo arenoso. Por serem pesados e de difícil
aglutinação, não são transportados e nem se tornam barro com facilidade. Ao contrário, por
exemplo, do solo argiloso.
Exemplo de edificações em solo arenoso sem fundações corretas acontece em Santos.
Atualmente, no entanto, as novas edificações utilizam fundações de até 50m.
O SOLO ARGILOSO
É o tipo de solo mais comum em todo o Brasil. Sua importância é tamanha que há milhares de
anos já era usado como argamassa. No Brasil, historicamente ele foi utilizado para a
construção das famosas edificações de taipa (de casas a igrejas). Além disso, sua importância
econômica na construção se dá pela fabricação de tijolos, telhas, azulejos e pisos cerâmicos.
O solo argiloso tem importância histórica e econômica no Brasil, como a construção de telhas
cerâmicas.
No entanto, podemos considerar o solo argiloso como o oposto ao solo arenoso. Ele possui
grande capacidade de aglutinação, ou seja, de torna-se lama com facilidade. Os grãos da argila
são microscópios (de até 0,005 mm), enquanto da areia são visíveis a olho nu. O solo argiloso é
altamente denso quando não há umidade ou presença de água. Ao umidificar-se, ele torna-se
viscoso.
Porém, normalmente as fundações rasas são as mais utilizadas nesses tipos de solo, sendo que
caso seja necessário reforçar as sapatas, o uso dos radiers é recomendado. Para atingir mais
segurança, o uso de estacas também é recomendado, mas não usual.
OS SOLOS SILTOSOS
O silte é considerado um tipo “ruim” de solo. Ele é microscópico, assim como a argila, possui
diâmetro de 0,005 mm. a 0,05 mm. Mas nem de longe possui o mesmo grau de coesão. Do
mesmo modo, não há a plasticidade que o solo argiloso possui quando molhado.
Os piores tipos de estradas são as que estão em solo siltoso. Formam grandes atoleiros em
épocas de chuva e muito pó no período seco. Outra característica do solo siltoso, aliás, é a
grande possibilidade de ser vítima de erosão e desagregação natural. É um tipo de solo que
demanda muito mais cuidados e manutenção.
Como dito anteriormente, não há um tipo de solo que seja único. Há variações, nunces e
misturas entre eles. Justamente por isso é aconselhado o assessoramento e estudo detalhado
daquele solo antes de empreender uma edificação. Há solos classificados como “argiloso-silte-
arenoso” ou ainda “areia argilosa”, etc.