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C Indicadores e Taxas: INPC (IBGE) = 0,12% (Ago/19) | Selic (Bacen) = 0,50% (Ago/19) |
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Juros sobre o capital próprio (JSCP)
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Resumo:
Demonstraremos no presente Roteiro os procedimentos para contabilização
dos juros pagos ou creditados a titular, sócios ou acionistas de pessoa jurídica
tributada com base no Lucro Real, a título de remuneração do capital próprio.
B
U Analisaremos tanto a contabilização na empresa pagadora como na empresa
S beneficiária dos juros.
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1) Introdução:
A carga tributária brasileira é muito elevada se comparada com a de outros
países, principalmente quando levamos em conta os benefícios e/ou serviços
recebidos pela população. Esse cenário vem contribuindo para que as
empresas efetuem pagamentos elevadíssimos de Imposto de Renda da Pessoa
Jurídica (IRPJ), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), entre outros
tributos, em relação ao que de fato deveriam pagar, causando relevantes
perturbações em seus fluxos de caixa.
Para minimizar os efeitos da carga tributária brasileira o governo nos últimos
anos criou alguns mecanismos de desoneração tributária, tais como não
tributação da distribuição de lucros, dedutibilidade dos Juros sobre o Capital
Próprio (JSCP), entre outras medidas, que apesar de ainda serem muito poucas,
estão contribuindo para que nossa carga tributária não fique ainda mais
elevada.
No que diz respeito aos JSCP, as empresas poderão deduzir, para efeitos de
apuração do Lucro Real e da Base de cálculo (BC) da CSLL, os juros pagos ou
creditados individualizadamente a titular, sócios ou acionistas, a título de
remuneração do Capital Próprio, calculados sobre as contas do Patrimônio
Líquido (PL) e limitados à variação, pro rata dia, da Taxa de Juros de Longo
Prazo (TJLP).
Vale mencionar que, tal dedução é condicionada à existência de lucros,
computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas
de lucros, em montante igual ou superior ao valor de 2 (duas) vezes os juros a
serem pagos ou creditados.
Devido à importância do tema, este Roteiro de Procedimentos propõe-se a
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demonstrar os procedimentos para contabilização dos juros pagos ou
creditados a titular, sócios ou acionistas de pessoa jurídica tributada com base
no Lucro Real, a título de remuneração do Capital Próprio, tanto pela empresa
pagadora quanto pela beneficiária.
Base Legal: Art. 9º, caput, § 1º da Lei nº 9.249/1995 e; Art. 355, caput, § 1º do RIR/2018
(Checado pela Valor Consulting em 10/06/19).
2) Conceitos:
3) Tratamento Tributário:
Veremos neste capítulo o tratamento tributário, na fonte pagadora e no
beneficiário, a ser dado aos JSCP. Não entraremos nos detalhes de seu cálculo,
pois o objetivo principal deste Roteiro de Procedimentos é demonstrar os
registros contábeis relativos aos JSCP. Assim, caso o leitor queira se
aprofundar no assunto, recomendamos a leitura de artigo publicado em nosso
"Guia do IRPJ e CSLL", que trata de forma mais abrangente os aspectos
tributários desses juros.
Base Legal: Art. 202 da Lei nº 6.404/1976; Art. 9º, §§ 1º, 2º, 5º e 7º da Lei nº 9.249/1995;
BArt. 70, I, "b" da Lei nº 11.196/2005; Art. 355, caput e 726 do RIR/2018; Art. 29, caput e § 7º,
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S"d" e 30 da IN SRF nº 11/1996; Art. 1º da IN SRF nº 41/1998 e; AD Cosar nº 8/1996
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(Checado pela Valor Consulting em 10/06/19).
(1) As reservas de lucros somente foram incluídas para efeito do limite da dedutibilidade
dos juros a partir de 01/01/1997, pelo artigo 78 da Lei nº 9.430/1996 que alterou o artigo 9º, §
1º da Lei nº 9.249/1995.
Base Legal: Art. 9º, § 1º da Lei nº 9.249/1995; Art. 78 da Lei nº 9.430/1996; Art. 355, § 1º
do RIR/2018; Art. 29, § 3º da IN nº 11/1996; Art. 75, §§ 2º e 3º da IN RFB nº 1.700/2017 e;
ADN Cosit nº 11/1996 (Checado pela Valor Consulting em 10/06/19).
(2) O IRPJ aqui tratado deverá ser recolhido no prazo de 15 (quinze) dias contados a partir
H da data do encerramento do período-base em que tenha ocorrido a dedução dos referidos
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juros, não sendo reajustável a Base de Cálculo (BC) nem dedutível o imposto pago para fins
E de apuração do Lucro Real e da Base de Cálculo (BC) da CSLL.
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Base Legal: Art. 29, §§ 1º e 8º da IN SRF nº 11/1996 e; Art. 1º, § 1º da IN SRF nº 41/1998
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T(Checado pela Valor Consulting em 10/06/19).
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3.2) No beneficiário:
Conforme mencionamos, os JSCP estão sujeitos à incidência do IRRF, à
alíquota de 15% (quinze por cento), na data do pagamento ou do crédito, os
quais terão o seguinte tratamento fiscal no beneficiário:
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U a. no caso de pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Real, o valor dos
S juros deverá ser considerado como receita financeira (CR), de acordo com o
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A Regime de Competência, e serão tributados para fins de IRPJ e CSLL. O IRRF,
retido pela fonte pagadora, será considerado antecipação do IRPJ devido no
período de apuração ou, ainda, poderá ser compensado com o IRRF, por
ocasião do pagamento ou crédito de juros, a título de remuneração do capital
próprio, a seu titular, sócios ou acionistas;
b. no caso de pessoas jurídicas tributadas com base no Lucro Presumido ou
Lucro Arbitrado, a partir de 01/01/1997, os juros recebidos integram a Base de
Cálculo (BC) do IRPJ e da CSLL e o valor do IRRF será considerado
antecipação do devido no período de apuração. No ano-calendário de 1996 a
tributação era considerada definitiva; o valor dos juros não integrava a Base de
Cálculo (BC) e somente era computado para efeito de determinação do
adicional do imposto;
c. no caso de pessoas jurídicas não tributadas com base no Lucro Real, Lucro
Presumido ou Arbitrado, inclusive isentas, os JSCP são considerados como
rendimento de tributação definitiva, ou seja, os respectivos valores não serão
incluídos nas declarações de rendimentos nem o Imposto de Renda que for
retido na fonte poderá ser objeto de qualquer compensação;
d. no caso de beneficiário sociedade civil de prestação de serviços, submetida
ao regime de tributação de que trata o artigo 1º do Decreto-Lei nº 2.397/1987, o
imposto poderá ser compensado com o retido por ocasião do pagamento dos
rendimentos aos sócios beneficiários;
e. no caso de beneficiário pessoa física, o valor dos JSCP serão considerados
tributados exclusivamente na fonte, não podendo o IRRF ser compensado com
o imposto devido na Declaração de Ajuste Anual (DAA) do beneficiário.
(3) No caso de pessoa jurídica imune não há incidência do Imposto de Renda sobre o valor
dos juros pagos ou creditados, sendo que no caso de retenção indevida, o pedido de
restituição ou de compensação do imposto somente poderá ser formulado pela própria
entidade. Além dessas pessoas, desde 01/01/1998, o IRRF não incide sobre os Informe
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juros pagos
ou creditados a fundos de investimento, carteiras administradas e qualquer outra forma de
investimento associativo ou coletivo.
(4) Aos juros e outros encargos pagos ou creditados pela pessoa jurídica a seus sócios ou
acionistas, calculados sobre os juros remuneratórios do Capital Próprio e sobre os lucros e
dividendos por ela distribuídos, aplicam-se as normas referentes aos rendimentos de
aplicações financeiras de renda fixa, inclusive quanto ao informe a ser fornecido pela
pessoa jurídica.
Base Legal: Art. 9º, § 3º e 6º da Lei nº 9.249/1995; Art. 51 da Lei nº 9.430/1996; Art. 28, §
10, "b", 33 e 81 da Lei nº 9.532/1997; Art. 355 do RIR/2018 e; Arts. 40, § 3º e 75, §§ 8º, 8º-A
e 8º-B da IN RFB nº 1.700/2017 (Checado pela Valor Consulting em 10/06/19).
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4) Tratamento Contábil:
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(5) O artigo 178, III, § 2º, da Lei das S/A, incluído pelo artigo 37 da Lei nº 11.941/2009 dispõe
que o grupo do Patrimônio Líquido (PL) é dividido em: Capital Social, Reservas de Capital,
Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em Tesouraria e Prejuízos
Acumulados, não mencionando, portanto a conta Lucros Acumulados. Contudo, conforme
esclarecido no item 42 da Resolução CFC nº 1.152/2009, a conta Lucros Acumulados não foi
eliminada. Essa conta, entretanto, tem natureza absolutamente transitória e deve ser
utilizada para a transferência do lucro apurado no período, para a contrapartida das
reversões das reservas de lucros e para as destinações do lucro.
(6) Essa reversão poderá ser evidenciada na última linha da DRE, antes do saldo da conta
do lucro líquido ou do prejuízo do exercício.
Base Legal: Art. 202 da Lei nº 6.404/1976 e; Deliberação CVM nº 207/1996 - Revogada
(Checado pela Valor Consulting em 10/06/19).
(7) O valor de tributo retido na fonte que a companhia, por obrigação da legislação tributária,
deva reter e recolher não pode ser considerado quando se imputam os JSCP ao dividendo
obrigatório.
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OBase Legal: Itens 10 e 11 da Deliberação CVM nº 683/2012 (Checado pela Valor Consulting
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Eem 10/06/19).
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4.3.1) Dividendo obrigatório:
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A legislação societária brasileira determina a distribuição de dividendo
Tobrigatório aos acionistas por meio do artigo 202 Lei nº 6.404/1976, in verbis:
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Art. 202. Os acionistas têm direito de receber como dividendo obrigatório, em cada
exercício, a parcela dos lucros estabelecida no estatuto ou, se este for omisso, a
importância determinada de acordo com as seguintes normas:
(...)
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UA lei societária prevê que o dividendo obrigatório pode:
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C a. deixar de ser distribuído ou pode ser distribuído por valor inferior ao
A determinado no Estatuto Social da entidade, quando não houver lucro realizado
em montante suficiente. Quando o dividendo obrigatório, devido por força do
Estatuto Social ou da própria Lei, excede o montante do lucro líquido do
exercício realizado financeiramente, pode a parcela não distribuída ser
destinada à constituição da reserva de lucros a realizar;
b. deixar de ser distribuído quando os órgãos da administração informarem à
Assembleia Geral Ordinária (AGO) ser ele incompatível com a situação
financeira da companhia. É uma discricionariedade conferida por Lei aos
administradores com vistas a evitar o comprometimento da gestão de caixa e
equivalente de caixa da entidade, desde que observadas outras condicionantes
legais. A parcela dos lucros não distribuída deve ser destinada à constituição
de reserva especial.
Nos casos das letras "a" e "b" acima, o procedimento estabelecido em Lei é a
retenção de lucros por meio da constituição de reservas de lucros que poderão
não necessariamente ser destinadas ao pagamento de dividendos, já que
poderão vir a ser absorvidas por prejuízos em exercícios subsequentes. Consta
na lei:
Base Legal: Deliberação CVM nº 683/2012 (Checado pela Valor Consulting em 10/06/19).
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4.5) Exemplo Prático:
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Exemplificaremos, a seguir, a contabilização dos JSCP de acordo com a
legislação tributária.
Base Legal: Equipe Valor Consulting.
Legenda:
PC: Passivo Circulante; e
CR-DF: Conta de Resultado - Despesa Financeira.
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Pelo reconhecimento do crédito de JSCP a receber:
O D - Juros sobre o Capital Próprio a Receber (AC) _ R$ 17.000,00
N D - IRRF a Compensar (AC) _ R$ 3.000,00
T C - Juros sobre o Capital Próprio (CR-RF) _ R$ 20.000,00
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Legenda:
AC: Ativo Circulante; e
CR-RF: Conta de Resultado - Receita Financeira.
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4.5.3) JSCP imputados aos dividendos obrigatório (Na empresa que paga
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o dividendo):
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Consideremos agora, que a sociedade anônima de capital fechado, Caramuru
Indústria e Comércio S/A., decida imputar os JSCP no valor de R$ 200.000,00
(Duzentos mil reais) ao valor dos dividendos obrigatórios. Nessa hipótese,
teríamos o seguinte lançamento contábil:
Legenda:
PC: Passivo Circulante; e
CR-DF: Conta de Resultado - Despesa Financeira.
Legenda:
AC: Ativo Circulante; e
CR-RF: Conta de Resultado - Receita Financeira.
Newsletter: Informe seu email. OK
Base Legal: Equipe Valor Consulting.
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Resposta: Conforme vimos, o JSCP pode ser considerado como despesa
Odedutível para o efeito
de cálculo do IRPJ e da CSLL, sendo que há a incidência
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do IRRF à alíquota de 15% (Quinze por cento). Deste modo, a pessoa jurídica
poderia deixar de pagar 34% (IRPJ + CSLL) sobre o valor do JSCP e pagar
Capenas 15% (quinze por cento) de IRRF, ou seja, uma economia de 19%
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N(Dezenove por cento) sobre o valor do JSCP pago.
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ABase Legal: Art. 3º, caput, § 1º da Lei nº 9.249/1995 (Checado pela Valor Consulting em
T
O10/06/19).
Informações Adicionais:
Este material foi escrito no dia 03/12/2011 pela Equipe Técnica da Valor
Consulting e está atualizado até a legislação vigente em 10/06/2019 (data da
B sua última atualização), sujeitando-se, portanto, às mudanças em decorrência
U
S das alterações legais.
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A Não é permitido a utilização dos materiais publicados pela Valor Consulting
para fins comerciais, pois os mesmos estão protegidos por direitos autorais.
Também não é permitido copiar os artigos, materias e arquivos do Portal Valor
Consulting para outro site, sistema ou banco de dados para fins de divulgação
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A utilização para fins exclusivamente educacionais é permitida, desde que
indicada a fonte:
"Valor Consulting. Juros sobre o capital próprio (JSCP) (Área: Manual de
Lançamentos Contábeis). Disponível em:
https://www.valor.srv.br/matTecs/matTecsIndex.php?idMatTec=70. Acesso em:
17/09/2019."
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