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o que dizer com a língua

do outro quer dizer


notas sobre as semioses
ex-apropriadoras da linguagem

Projeto de Tese
Luis Felipe Silveira de Abreu
PPGCOM/UFRGS
O imitador de vozes
Thomas Bernhard
atos de cópia e
apropriação na Comunicação
sampleamento, remix, escrita
não-criativa (ex: Kenneth Goldsmith)
a apropriação na teoria
semiótica

o dialogismo de Mikhail Bakhtin


a teoria do Texto de Roland Barthes e Julia
Kristeva
os palimpsestos de Gérard Genette
“A palavra do outro deve transformar-se em palavra
minha-alheia (ou alheia-minha). Distância (exotopia) e
respeito. O objeto, durante o processo da comunicação
dialógica que ele enseja, se transforma em sujeito (em
outro eu)”
BAKHTIN, 1997, p. 386
reinscrições

teorias do plágio
a escritura de Jacques Derrida
iterabilidade

Assinatura, acontecimento, contexto


“Essa iterabilidade (iter, derechef, viria de itara, outro em
sânscrito, e tudo o que segue pode ser lido como a exploração da
lógica que liga a repetição à alteridade) estrutura a marca da
própria escrita [...]. Uma escrita que não seja estruturalmente
legível – iterável – para além da morte do destinatário não seria
uma escrita”
DERRIDA, 1991, p. 19
exploração da lógica que liga a
REPETIÇÃO à ALTERIDADE
ex-apropriação

O monolinguismo do outro
não se fala nunca apenas uma
única língua
não se fala senão uma única
língua, que não é nossa
"Libertará da primeira confirmando uma herança ao interiorizá-la,
ao reapropriar-se dela – mas apenas até um certo ponto, porque é
a minha hipótese, não há nunca apropriação ou reapropriação
absoluta"

"Porque não há propriedade natural da língua, esta não dá lugar


senão à raiva apropriadora, ao ciúme sem apropriação. A língua
fala este ciúme, a língua não é senão ciúme à solta"
DERRIDA, 2016, p. 51
problemas para a pesquisa

Como equacionar as questões de política e lugar de fala com essa


dissolução da propriedade linguística?

Trabalhar com apropriações da língua ou da fala? Quais as distâncias


entre essas perspectivas?

Qual conceito de Comunicação se desafia/se desconstrói a partir dessa


perspectiva (conceito de transmissão?)? E qual se inscreve, nesse
cenário (produção/reprodução, atos de fala?)?
BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BARTHES, Roland. Aula. São Paulo: Cultrix, 2013.

DERRIDA, Jacques. Limited Inc. Campinas: Papirus, 1991.

DERRIDA, Jacques. O monolinguismo do outro ou a prótese de origem. Belo Horizonte: Chão da


Feira, 2016.

GENETTE, Gérard. Palimpsestos: a literatura de segunda mão. Belo Horizonte: UFMG, 2006.

GOLDSMITH, Kenneth. Uncreative writing: managing language in the digital age. Nova York:
Columbia University Press, 2011. Edição digital para Kindle.

bibliografia

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