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Variações da paleoprodutividade no Estuário dos Bons Sinais usando sílica 2020

biogénica.

Índice
1. Introdução..........................................................................................................................................2
2. Problematização.............................................................................................................................3
3. Justificativa................................................................................................................................3
4. Objectivos...................................................................................................................................4
4.1. Geral:......................................................................................................................................4
4.2. Específicos:.............................................................................................................................4
5. Metodologia................................................................................................................................5
5.1. Área de estudo........................................................................................................................5
5.2. Materiais e Metodos...............................................................................................................6
5.3. Materiais.................................................................................................................................6
5.4. Métodos..................................................................................................................................6
5.4.1. Amostragem.......................................................................................................................6
Preparação das amostras..................................................................................................................6
Análise das amostras.........................................................................................................................7
5.4.2. Determinação da concentração da sílica..........................................................................7
6. Resultados esperados.................................................................................................................8
7. Cronograma de actividades......................................................................................................8
8. Orçamento..................................................................................................................................9
Bibliografia.......................................................................................................................................10

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Variações da paleoprodutividade no Estuário dos Bons Sinais usando sílica 2020
biogénica.

1. Introdução

A estrutura da Terra permite reconstruir os ambientes antigos em locais onde os fosseis são
preservados e inferir a cerca das características das condições passadas, o tipo de organismo que
predominava (Magalhães, 2016). Em locais onde há ausência ou há má preservação dos
microfósseis, é habitual usar matéria orgânica, vistos como um método alternativo para inferir a
cerca de tais condições passadas (Leng & Lewis, 2017).

Os estuários são ambientes costeiros que frequentemente preservam espessas sequências


sedimentares holocénicas, possibilitando a investigação do clima do passado e variações do nível
do mar tanto em termos locais e regionais como globais (Lamb et al.,2006). Como são sistemas
deposicionais localizados nas zonas de interacção entre os rios e o oceano, constituem arquivos
sensíveis quer às influências terrestres como às influências marinhas. São zonas de elevada
produtividade biológica e qualquer alteração das características físico-químicas da água ou da
circulação têm repercurssão na sua flora e fauna.

O silício (Si) é o segundo elemento mais abundante na crosta terrestre, possuindo cerca de 27,7%
e massa e nos solos encontra-se com uma média de 32%. Apesar disso, ele tem uma contribuição
relativamente baixa na composição química dos organismos, quando comparada com o carbono,
que possui uma composição semelhante (Costa, Moreau, & Moreau, 2010). Porém, quando
combinado com oxigénio forma-se o dióxido de silício (SiO 2). A designação sílica é utilizada por
conveniência para SiO2, quando este é encontrado na forma cristalina, amorfa, e hidratada, ou na
forma hidroxilada, também designada como silanol, siloxanol ou silicol (Gomes, Furtado, &
Souza, 2018).

A sílica biogénica (BSi) é um proxy quimicamente determinado que mede o teor de silício
amorfo contido nos sedimento, denotado por ser é um bom substituto para determinação da
abundância de diatomáceas e para outros microfósseis silicosos, incluindo esponjas. Portanto, a
BSi pode fornecer um índice de abundância de diatomáceas e em outros sistemas, sua
produtividade (Conley & Schelske, 2006), pós a produção de diatomáceas depende da
disponibilidade de ácido silícico dissolvido (Si(OH)4), usado para construir conchas de
microorganismos (Krause, et al., 2018).
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Quando a BSi é usada como proxy de paleoprodutividade, por vezes tem sido confundido como
indicador de depleção da produtividade em alguns sistemas com baixo nível de nutrientes, de tal
forma que usar-se-á os silicatos como um elemento que contribui para maior produtividade das
diatomáceas (Conley & Schelske, Biogenic Silica, 2006).

Em estudos paleoambientais, supõe-se que os registos sedimentares variam em conformidade


com as mudanças de tempo na preservação de microfósseis. Por isso, os registos de BSi em
sedimentos são fornecidos para inferir sobre a presença de sílica amorfa, que é preservada nos
sedimentos ao longo do tempo (Conley & Schelske, 2006).

2. Problematização

A paleoceanografia contribui para o entendimento das causas e consequências das mudanças no


sistema climático como um todo, um dos pontos chaves é a Paleprodutividade, pois fornece
indícios sobre as variações oceanógrafas e atmosféricas passadas. A multiplicidade de
interacções e tempos de reacção dos vários componentes do sistema climático bem como as
rápidas variações que esses processos podem sofrer encontram-se registados nos sedimentos
marinhos, estuarinos e lacustres assim como nos gelos acumulados quer nas calotes glaciares das
regiões polares, quer em glaciares de montanha, visto que, o estuário dos bons sinais é um
ambiente complexo devido à acção das ondas, maré, ventos, assim como processos
biogeoquímicos a seguinte questão:

Como a produtividade variou ao longo dos últimos dez mil anos?

Devido a escassez de informação relativa `a variação Paleoprodutividade no Estuário dos Dons


Sinais, despertou atenção em desenvolver um estudo aprofundado a fim de melhor compreender
as variações da paleoprodutividade nos sedimentos do estuário dos bons sinais.

3. Justificativa

No cenário actual de mudanças globais, reconstruções passadas de paleoprodutividade são


indispensáveis, recentemente são evidentes diversos trabalhos científicos que têm em vista um
conhecimento detalhado da zona costeira como o mar. Neste contexto para além de pesquisas
efectuadas com o propósito de identificar os recursos naturais distribuídos ao longo de toda zona
costeira também são realizados trabalhos para o conhecimento da variação da
paleoprodutividade. Com base nos resultados obtidos, espera-se contribuir para o entendimento
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da relação entre a produtividade biológica e as mudanças oceanógrafas e climáticas no estuário


dos bons sinais. Além disso, servirá como fonte para trabalhos posteriores sobre a
(paleo)produtividade na região.

4. Objectivos
4.1. Geral:

Este projecto tem como objectivo principal estudar as variações da paleoprodutividade no


Estuário Dos Bons Sinais usando sílica biogénica como indicador nos últimos 10.000 anos.

4.2. Específicos:
 Determinar o teor da sílica biogénica (Bsi) e suas variações em amostras dos
testemunhos sedimentares;
 Quantificar as concentrações de sílica biogénica (BSi) nos sedimentos tendo em
conta a disponibilidade de nutrientes;
 Relacionar as variações da paleoprodutividade encontradas com as características
oceanográficas da região.

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5. Metodologia
5.1. Área de estudo

O Estuário dos Bons Sinais está localizado na zona centro do país, na província da Zambézia,
com uma largura média de 0.6 Km e cerca de 30 Km de comprimento, limitada pela floresta de
mangal ao longo das margens, constitui limites entre os distritos de Quelimane a norte e a sul de
Inhassunge (Chichava, não publicado). O Estuário dos Bons Sinais é alimentado por dois rios
(Licuar e Cuacua) que se encontram na região denominada confluência, sendo alimentado pelas
descargas de efluentes e pelos mangais que trazem nutrientes abundantes e a sustentam em alta
produtividade primária. O estuário situa-se numa região com clima tropical húmido caracterizado
por estações chuvosa e seca, com um período de Outubro à Março e de Abril à Setembro
respectivamente, a maré é semi-diurna com uma amplitude média de 2,6m e apresenta uma
profundidade média de 12 m; os seus sedimentos são constituídos maioritariamente por argila
(Timba, 2014).

Gráfico 1. Localização geográfica da área de estudo. Fonte: Google Earth

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5.2. Materiais e Métodos


5.3. Materiais

Materiais

 Amostrador  Espectrofotómetro
 Geleira  Microscópio óptico
 Estufa  Béqueres de vidro

 Recipientes de vidro  Pipetas de vidro

 Tubos de ensaio  Balança de precisão

Reagentes

 Hidróxido de sódio (NaOH)  Ácido clorídrico (HCl)

 Agua oxigenada (H2O2)  Carbonato de sódio (Na2CO3)

5.4. Métodos
5.4.1. Amostragem

Para a realização desta pesquisa serão feitas saídas de campo para a coleta de sedimentos sub-
superficiais, através de um (1) core de aproximadamente 2m de profundidade, num ponto
arbitrário do estuário com a finalidade de extrair os sedimentos, numa fase da maré de sizígia
para permitir o acesso a uma variabilidade espacial do canal e depois serão feitas sub-
amostragens com vista a retirar os sedimentos no core em fracções daí as amostras serão
conservadas em sacos plásticos levadas ao laboratório para efetuar análises químicas e
sedimentológicas.

Preparação das amostras


Para as análises químicas dos sedimentos primeiro as amostras brutas devem ser lavadas com
água destilada e submetidas à secagem a uma temperatura de 600C durante 24h para a sua

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homogeneização, neste caso, os reagentes químicos possam actuar de forma uniforme na amostra
(Pires, 2014). Para eliminação do teor de carbonatos será usado o método por gravimetria, essa
técnica consiste na diferença entre o peso inicial e o final após o tratamento das amostras com
Ácido Clorídrico (HCl 1M). O processo de adição de HCl deve ser repetido por três vezes para
haver a total retirada de carbonatos das amostras (Leventhal & Taylor, 1990) modificado por
(Pires,2014).

Análise das amostras


Para a determinação da sílica biogénica, deve-se utilizar o método descrito por DeMaster (1981)
com modificações, que consiste na lixiviação dos sedimentos com Na 2 CO 3 (necessário para
dissolver a sílica biogénica) quase em ebulição, para extrair a sílica biogênica. Os procedimentos
de análises estão descritos de seguida:

1. Fazer a pesagem e colocar num copo de Becker;

2. Adicionar 40 ml de Na 2 CO 3 a 1% (pH = 11,2) a amostra de seguida colocar o copo de


Becker em um banho-maria na manta eléctrica a 85 ° C durante 5 horas (Figura 5a), agitar os
copos a cada hora até ao final das 5 horas;

3. Depois de 5 horas, deixar arrefecer a temperatura ambiente e filtraer com o papel filtro.

4. Retirar 1 ml de amostra da solução da extração para análise da DSi.

5.4.2. Determinação da concentração da sílica

Para a análise da concentração de silício nos sedimentos, estes serão liofilizados e depois serão
colocados em garrafas de vidro que de seguida serão atacados com uma solução de carbonato de
sódio (Na2CO3). As garrafas serão colocadas em um banho de agitação coberto a 85 ◦C e 100
rpm com tampas minimamente soltas para libertar os gases.

Após isto as garrafas contendo as amostras serão colocadas em banho-maria à temperatura


ambiente, de forma a resfriar as garrafas para retardar a dissolução reacções. Feito isto, serão
retiradas pequenas amostras com uma pipeta e colocadas em recipientes contendo ácido
clorídrico (HCl), para neutralizar a solução da digestão que ocorria com o Na 2CO3. Novamente,
as subamostras serão colocadas no banho de aquecimento e o procedimento digestão será
repetido por mais algum tempo.

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As subamostras são analisadas quanto ao silicato dissolvido por qualquer padrão analítico aceito
para o método de medição do silicato dissolvido. Um mínimo 4 análise devem ser realizados de
forma a si verificar a quantidade de silício extraído em cada intervalo de tempo, tendo em
consideração a quantidade de sedimentos dissolvidos, e será feita uma estimativa para inferir
sobre a concentração de BSi. Caso não haja uma tendência crescente do Si extraída extraído em
cada analise das subamostras que foram submetidas de forma sequenciada aos banhos, devem ser
reduzidas as para um máximo de três banhos (Conley, 1998).

6. Resultados esperados

Referente às análises químicas espera-se nesta pesquisa fazer a classificação dos sedimentos da
área de estudo de acordo com o teor de silica biogenica determinados nos sedimentos.

Registar-se o padrao das mudancas na produtividade biologica e dos fluxos da silica biogenica
em relacao as mudacas climatica relacionando-as a mudancas oceanógrafas.

A concentração da sílica biogénica nos sedimentos colhdos

7. Cronograma de actividades

Meses
Ord. Actividades Mar Abr Mai. Jun. Jul. Ago Set Out Nov
1 Pesquisas Bibliográficas x
2 Trabalhos de campo x
3 Analise das amostras x
4 Analises dos resultados x
5 Submissão da primeira versão x
6 Submissão da versão final x

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8. Orçamento

Custo por Custo


  Quantidade
Unidade (Mt) total (Mt)

Amostrador 1 200 200

Análises laboratoriais 9 1000 9000

Acompanhamento Técnico - - 4000


Impressão e Encadernação - - 1500
Sub Total (MT) - - 14700

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Bibliografia

Conley, D. J. (1998). An interlaboratory comparison for the measurement of biogenic silica in. Northern
Swedish.

Conley, D. J., & Schelske, C. L. (2006). Biogenic Silica. EUA.

Costa, L. M., Moreau, A. M., & Moreau, M. (2010). Estabilidade da sílica biogênca exraída de capim
jaraguá (Hyparrhenia rufa) em solução de NaOH. Brasil.

Duarte, A. A., & Vieira, J. M. (1997). Caracteristicas dos ambientes estuarinos. Misturas em estuarios.
Portugal.

Gomes, L. S., Furtado, A. C., & Souza, M. C. (2018). Sílica e suas particularidades. RJ_Brasil.

Khan, N. S., Vane, C. H., & Horton, B. P. (2010). Stable carbon and C/N geochemistry of coastal wetland
sediments as a sea-level indicator. USA.

Krause, J. W., Duarte, C. M., Marquez, I. A., Assmy, P., Fernandez-Mendez, M., Wiedmann, I. A., et al.
(2018). Biogenic silica production and diatom dynamics in the Svalbard region during spring.
Norway.

Leng, M. J., & Lewis, J. P. (janeiro de 2015). C/N ratios and Carbon Isotope Composition of Organic
Matter in. Britis.

Leng, M. J., & Lewis, J. P. (2017). Applications of Paleoenvironmental Techniques in Estuarine Studies,
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Leng, M. J., & Lewis, J. P. (janeiro de 2017). C/N ratios and Carbon Isotope Composition of Organic
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Leng, M. J., & Lewis, J. P. (2017). C/N ratios and caron stable isotopes Composition of Organic Matter.
British.

Magalhaes, A. C. (2016). Os fosseis na reconstituicao de paleoambientes. Porto.

Middelburg, J. J., & Nieuwenhuize, J. (1997). Carbon and nitrogen stable isotopes in suspended matter
and sediments from Schelde Estuary. Netherlands

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