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01.Introdução
A arte rupestre é de longe a principal fonte de registro
histórico e signológico dos grupos caçadores coletores da pré-
história, sendo que o Nordeste brasileiro apresenta um dos mais
ricos acervos de arte rupestre do mundo (MARTIN, 1996;
PESSIS, 2003). O estudo dessas manifestações gráficas é de
vital importância, pois é um registro fidedigno da experiência
de vida dos humanos primitivos (SILVA, 2012). As obras de
arte podem não servir de forma utilitária ao homem, mas
servem ao menos para que expressem seus sentimentos diante
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02.Material e métodos
02.1Área de estudo
O sítio arqueológico “Pedra do Muinho” está localizado
na zona rural do município de Caetés, na mesorregião do
Agreste Meridional do estado de Pernambuco e na
microrregião de Garanhuns domo meridional do Planalto da
Borborema, uma das principais áreas de vegetação úmida do
Agreste de Pernambuco segundo Andrade (1998), nas
coordenadas 08°46’22’’ S e 36°37’22’’ W. A área total do
município de Caetés é 329 km² (IBGE, 2010).
O sitio encontra-se nas coordenadas S 08° 46’13.1’’, W
036° 44’03.8’’, com altitude de 850m, em meio à área
remanescente de Caatinga, num afluente do Riacho São José,
conhecido como Filapa. O mesmo escoa para um riacho maior
chamado Firme e, em seguida, deságua no riacho principal, o
riacho São José. Foram encontrados outros sítios de interesse
arqueológico em toda a extensão do Riacho São José e
afluentes, bem como outros possíveis locais de ocorrência
arqueológica que carecem de mais observações.
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03.Resultados e discussão
03.1 Características do sítio
A descoberta do sítio se deu através de informações
fornecidas pelos moradores locais das comunidades no entorno
dos sítios Serrote, Exu e Montevideo, na zona rural de Caetés,
Agreste pernambucano. Segundo os mesmos, havia um lugar
onde existia um “muinho” (ferramenta rústica de pedra
utilizada para triturar grãos, principalmente milho) gravado na
rocha. Por esse motivo, o lugar é conhecido como Pedra do
Muinho.
Por estar situado num local de difícil acesso, o sítio
permaneceu em um bom estado de conservação. Entretanto,
segundo a comunidade local, um antigo morador teria tentado
arrancar as inscrições em baixo relevo (Itacoatiaras) do local,
pois, segundo a concepção imaginária da comunidade daquele
lugar, por trás da imagem haveria um suposto “reino
encantado” onde existiria ouro. Ao local ainda são atribuídas
características mágicas que tem relação direta com a
religiosidade popular, fazendo com que alguns moradores
tenham receio em ir até o local.
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04.Conclusão
O presente estudo feito na área do vale do São José no
município de Caetés, Agreste Pernambucano, revelou que o
mesmo possui um grande potencial arqueológico, e que com
estudos mais aprofundados. Será possível preencher algumas
lacunas ainda existentes acerca do povoamento do atual Estado
de Pernambuco, pelas comunidades que aqui viveram num
período pré-colonial, bem como incluir mais uma grande área
de ocorrência de material arqueológico nos roteiros de pesquisa
e turismo do estado de Pernambuco.
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05.Agradecimentos
À Universidade de Pernambuco - Campus Garanhuns e
o programa de bolsa PIBIC/PFA. À Escola de Referência em
Ensino Médio (EREM) Luiz Pereira Junior, por ceder espaço e
acolher a pesquisa. À toda a equipe de trabalho do projeto
“Uma abordagem Antropo-arqueológica, Geográfica e
Biológica de sítios arqueológicos no Agreste meridional de
Pernambuco”. Aos professores: Bruno Câmara, Clovis Gomes.
À Gisele dos Santos, João Luís, Wirlan Pageú, Luiz Gustavo,
Rafael Brasil, Alexandre Silva, Lucian Ferreira, Raidone Luiz,
Marcos Antonio, Jheferson, Daniel, Marcelmo e Jucelino, pelo
apoio em vários momentos da pesquisa e, aos membros das
comunidades do entorno do vale do São José que tem
contribuído para este e outros trabalhos, em especial aos Sr.
João dono da propriedade onde está localizado o sitio
arqueológico “Pedra do Muinho”.
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Referências Bibliográficas
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