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Resumos-finais-de-Direito-Fiscal
Podemos, assim, dividir o art. 103.º/1, 1.ª parte CRP em duas partes:
- Fins fiscais (“satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras
entidades públicas”): princípio do Estado fiscal;
- Fins extrafiscais (“repartição justa dos rendimentos e da riqueza”): princípio
do Estado social, que visa a correção das desigualdades.
2. Noção de imposto
2.1. Definição
O imposto é:
1) Prestação pecuniária
Elemento 2) Prestação definitiva
objetivo
3) Prestação coativa
4) Prestação unilateral
5) incide sobre titulares de manifestação de capacidade contributiva
Elemento
subjetivo 6) estabelecida a favor de entes públicos e privados a quem está atribuido por Lei
o exercicio de funções públicas
7) destinada a realização de fins públicos de caráter geral
Elemento
teleológico 8) sem natureza sancionária
2.2. Características
2.2.1.1. Prestação
Vimos que o imposto é uma prestação que surge inserida numa relação
obrigacional de crédito, estabelecida entre sujeito ativo (credor) e sujeito passivo
(devedor). O dever primário da prestação traduz-se na obrigação de pagamento do
imposto. É também uma relação obrigacional complexa, porque, para além deste dever
Ex:
- Declaração anual de rendimentos;
- Declaração de comunicação de todos os contratos de compra e venda;
- Declaração de início de atividade.
● Alguns autores defendem que se deve usar uma designação mais ampla –
prestação patrimonial, ao invés de prestação pecuniária –, porque se é verdade que em
todas as situações a obrigação de pagamento é em dinheiro, há situações pontuais em
que o cumprimento se realiza através de prestação em espécie (entrega de bens
patrimoniais, suscetíveis de avaliação em dinheiro);
A B
Credor (Direito) Devedor (Obrigação)
Sujeito Ativo Sujeito Passivo
É uma prestação que, uma vez realizada nos termos da lei, não origina qualquer
reembolso ou restituição: é definitiva. Isto significa que, sempre que pagamos os
impostos devidos, não podemos ficar à espera que nos seja reembolsado ou restituído.
A verdade é que o IRS implica reembolso, por uma razão: as regras estão
definidas para cobrança, para o Estado se ir financiando ao longo do ano (ideia de
antecipar receitas – através de retenção na fonte ou pagamentos por conta). Todavia,
isto não coloca em causa a definitividade, pois, no caso do IRS, quando o ano civil
encerra, é preciso fazer o acerto das contas, e haverá situações em que o contribuinte
pagou mais do que aquilo que deveria ter pagado, ou o contrário. E é precisamente
quando se verifica que o Estado recebeu mais que há lugar a reembolso.
definitivo: quando o Estado não tem capacidade para se financiar, impõe aos cidadãos a
indisponibilidade de certos bens (ex: congelamento das contas bancárias sob a forma de
lei e autoridade). Todavia, o empréstimo público forçado não é um imposto, porque,
findo o prazo nele estabelecido, o particular é reembolsado.
Tipico de paises pouco desenvolvidos e/ou autoritários; Os países evitam
recorrer ao empréstimo público forçado.
Relação de Imposto
Obrigação (Devedor) / Crédito (Credor)
Explicação do pressuposto
- só podem ficar obrigados ao pagamento de impostos as pessoas que revelem capacidade
contributiva;
- não se podem exigir pagamentos de impostos c/ base em factos que não revelem
capacidade contributiva;
Ex: impostos que incidem em casais casados há 4 anos e que não têm filhos (incentivar o
aumento da natalidade).
- O fiscalizador não pode incidir em factos que não revelem capacidade contributiva; ter
ou não filhos estando casados não revela capacidade contributiva.
- Só pode incidir sobre bens fiscais; não pode escolher bens não fiscais para incidir;
A B
20 000€ 20 000€
Solteiro, saudável e sem filhos Solteiro e com 2 filhos menores =
despesas de educação e saúde.
2 sujeitos passivos que recebem o mesmo rendimento, mas têm situações de vida
diferentes, logo têm diferentes capacidades contributivas.
A - tributado pelos 20 000€
B- tributado por 10 000€/15 000€
Nota:
Em Portugal pessoas não residentes que obtenham rendimento em Portugal são tributados
de igual forma, mesmo em pessoas com diferentes situações ou com outros rendimentos.
Só têm em conta o rendimento e não as pessoas, pois estas não moram no nosso país e não
têm ligação c/ o Estado português; Logo não se tem em conta a capacidade contributiva;
Mesmo pessoas c/ diferentes rendimentos (1º - 20 000€ e 2º - 10 000€) a taxa aplicável é a
mesma, logo não se usa escalões.
Pretende-se por um lado, não limitar a titularidade ativa dos impostos exclusivamente às
pessoas coletivas públicas, admitindo-se assim a hipótese de impostos exigíveis também a
favor de pessoas privadas que exerçam funções públicas. O que ocorrerá por exemplo, das
empresas concessionárias de obras públicas, serviços públicos ou bens do domínio
público, na medida em que a lei lhe confira a qualidade de titulares de ativos de relações
jurídicas fiscais.
s.a = titularidade ativa do imposto: o sujeito ativo pode ser público ou privado.
poder tributário pelas autarquias locais, que podem determinar um imposto num
determinado intervalo de tempo, consoante o prédio em causa e as receitas daquela. O
poder normativo cabe ao Estado, mas existem estas exceções.
Exs.: a taxa do IMT pode ser fixada pela autarquia local; a derrama
municipal é considerada um imposto cuja titularidade pertence aos
municípios (arts. 14.º/b) e 18.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro – Lei
das Finanças das Autarquias Locais).
Em suma, do ponto de vista da titularidade ativa do imposto (aferido, via de regra, pela
capacidade tributaria ativa), os impostos podem ser estaduais ou não estaduais,
consoante o seu titular ativo seja o Estado, ou outros entes públicos territoriais como as
regiões autónomas (impostos regionais) e as autarquias locais (impostos locais –
municipais), ou entes públicos não territoriais (impostos parafiscais, aos quais são
reconduzidas as contribuições para a segurança social, atualmente constituída pela “taxa
social única”, as “taxas para os organismos de coordenação económica”, presentemente
substituídas pelas taxas para as entidades de regulação e supervisão, e as quotas ou
quotizações para as associações públicas (que Casalta Nabais entende, nos dois
primeiros casos, tratar-se de verdadeiros impostos e, no último caso, serem impostos
especiais – “impostos associativos”).
Está em causa a finalidade do imposto, destinado à realização de fins públicos, sem caráter
sancionatório. Só estamos perante um imposto quando a finalidade do imposto é: fins
públicos de caráter geral (realizar fins públicos para a comunidade geral). Se isto não se
cumprir ou não é um imposto ou estamos perante um imposto especial (quota de
advogados).
O que significa que o imposto pode ter por finalidade não apenas a finalidade financeira
ou fiscal, mas também outras, excluída a função sancionária.
Na verdade, se com o imposto se pretende aplicar uma sanção, então estaremos perante
uma multa, uma coima, um confisco, uma indeminização, mas nunca perante um imposto.
Duas notas importantes:
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● Casalta Nabais é da opinião que não era preciso ir tão longe e que o
que o TC quis dizer é que estamos perante um imposto com características
específicas que se traduzem na aplicação do art. 165.º/1, al. i) CRP, em termos
restritos ;
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3.1. Taxa
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- Contribuições financeiras.
Não, porque existem taxas obrigatórias, mesmo que não as queiramos pagar. Ex:
a taxa de justiça é uma taxa aplicada, sempre que se recorre ao tribunal e é devida, quer
proponha uma ação (na qualidade de autor), quer não a proponha (aqui, enquanto réu),
uma vez que vou usufruir dos serviços judiciais.
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O bem ensino é um bem público em sentido amplo (todos têm necessidade que
este serviço seja promovido); é um bem que pode ser proporcionado em termos
coletivos ou individualizado. Todavia, se eu quiser estudar, essa necessidade ser-me-á
satisfeita de forma individual. É sabido que nem todos os candidatos podem frequentar
o curso de Contabilidade ou de Direito, pois existe um determinado número de vagas no
ensino superior (princípio da exclusão, exclusividade e rivalidade). Por esta razão, este
bem não é totalmente público, mas sim tecnicamente semipúblico, uma vez que só
alguns podem usufruir dele. Consequentemente, apenas em relação a estes bens podem
ser exigidas taxas, através de propinas.
O mesmo acontece com a piscina municipal ou com a administração da justiça
(taxa de justiça)
Ex: Utilizar hospitais, piscinas, universidades.
bens semi-públicos
Taxas são aplicadas em
financiamento semi-públicos
3.1.2. Utilização de um bem do domínio público
Exemplos:
- Portagens na autoestrada;
- Propinas no ensino público;
- Acostagem de navios;
- Taxas aeroportuárias;
- Quiosques;
- Publicidade nas paragens de autocarro.
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Caso de bilateralidade:
A Câmara Municipal de Guimarães criou uma taxa de publicidade, através de
um regulamento, adotando um limite à atividade do particular: todo o particular que
quisesse afixar publicidade em veículos de transporte tinha de obter um licenciamento
(acórdão do TC n.º 558/98 – publicidade em veículos – Guimarães). Nas outras
autarquias, essa taxa dizia respeito aos edifícios, ainda que a publicidade não ocupasse
algum volume no espaço público (acórdão do TC n.º 63/99 – publicidade em edifícios
– Lisboa).
Perante isto, o TC decidiu perguntar qual o limite jurídico, ou seja, quais as
razões que justificam impor um limite jurídico à atividade do particular. Até existiam
razões de interesse público, mas a atividade do ente público deve estar conexa com as
mesmas razões que o limite imposto ao particular. Verificou-se, neste caso, que o ente
público apenas concedia as licenças, mas mais nada fazia. Ora, quando se verificou que
as autarquias de Guimarães e de Lisboa não desenvolviam a atividade relacionada com
a dos particulares e que cobrava a taxa a todos que requeriam uma licença, o TC
afirmou existir um limite criado artificialmente para obter uma receita. Se é assim, isto
não é uma taxa, mas sim um verdadeiro imposto (pedia-se 200 licenças e eram emitidas
200 licenças).
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Temos de:
Verificar se o limite existente é real:
- Há razões que justificam a sua existência;
- A atividade ( que verifica e fiscaliza se estão reunidas as condições para que o limite seja
removido) de remoção do obstáculo jurídico = emissão de licença.
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ação também o era. Neste caso, embora o tribunal tivesse entendido não ter capacidade
para analisar a proporcionalidade económica, acabou por perceber que existia
desproporcionalidade: e quase aplicou o princípio da equivalência em sentido
económico (contrariamente àquilo que havia feito no acórdão n.º 640/95). O que há de
novo aqui é a possibilidade de o princípio da equivalência ser perspetivado sob o ponto
de vista económico.
Foi publicado, em 2006, o Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais
(RGTAL), aprovado pela Lei n.º 53-E/2006, de 29 de dezembro, que já sofreu algumas
alterações legislativas. Entende-se que nele estão contidos os princípios fundamentais
da cobrança das taxas.
O art. 4.º, cuja epígrafe é o «princípio da equivalência jurídica», estabelece, no
seu n.º 1, que o valor das taxas das autarquias é fixado de acordo com o princípio da
proporcionalidade e não deve ultrapassar o custo da atividade pública ou o benefício
auferido pelo particular. O art. 8.º/2, c) obriga as autarquias a apresentar uma
fundamentação económico-financeira para fixação da taxa, sob pena de nulidade.
Exemplo: Taxa em Lisboa que era inconstitucional durante 2 anos, e na verade não era
taxa. Na verdade era um imposto e não era conforme a Constituição
inconstitucional
Taxa de proteção civil criada com objetivo de fazer formação na área civil e preventiva;
taxa que incidia sobre os imóveis e tinha de ser paga pelos proprietários (0.25% sobre o
valor do património do imóvel).
Esta taxa tinha outro nome há 10 anos e o tribunal const. não tomou a posição de
insconstitucionalidade à data.
Nota:
A taxa não pode ter um preço que permita ao particular ou ao Estado ter lucro obter
proveito(receitas) sem justificação;
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custo = 100€
beneficio =1000€
Em rigor, este tributo deve ser tratado como um imposto, embora não seja
radicalmente unilateral, nem perfeitamente bilateral. Não é possível identificar uma
contraprestação especifica.
■ Contribuições especiais (na linha dos tributos unilaterais – art. 4.º/3 LGT):
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TC 2008 = Acordão ERC (entidade reguladora comunicação social): não são propriamente
taxas nem impostos. O Estado ao criar as entidades de regulação e supervisão dá lhes
autonomia para criar taxas até um máximo.
Num novo acordão definiram que estas não têm liberdade para escolher a % a pagar e de
alterar a fórmula .
Não é muito razoável usar o 2º principio porque à partida não é por ter um maior volume
de negócios que tem maior capac. contributiva porque não sabemos os custos da empresa.
Ao olhar para a fórmula parece-nos uma típica de impostos (% do valor do lucro IRC; %
do valoatrimonial IMI): 0.25 x volume de negócios
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A B
20 000€ 20 000€
Solteiro, saudável e sem filhos Solteiro e com 2 filhos menores =
despesas de educação e saúde.
O individuo B tem despesas de educação e saúde, sendo estas socialmente relevantes que
diminuem a disponibilidade contributiva;
Se o imposto fosse real é irrelevante se A e B têm ou não filhos; Só interessa a
demonstração da capacidade contributiva; o imposto é "cego"; tributam segundo a
capacidade contributiva mas objetivada.
Se o imposto é pessoal, há diferenças entre as pessoas; tributa em função da situação
pessoal e familiar do s.p. Neste caso a capacidade contributiva é vista de forma
total/efetiva.
NOTA:
O IRS é um imposto pessoal nos s.p residentes em Portugal;
O IRS é um imposto real nos s.p não residentes em Portugal;
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Em 2002 tornou se dedutivel os PC´s e internet para uso pessoal para incentivar
desenvolv. tecnológico.
Antes era dedutivel fundo de pensões; Apartir de um momento o incentivo desapareceu;
Ainda continua a ser dedutivel juros de emprestimos ( casa) ou ainda a aquisição de
equipamentos de energia renovaveis ( auto sustentável) e que consiga e que consiga
distribuir em serviços;
Nos últimos anos estas despesas dedutiveis têm vindo a sofrer uma diminuição acentuada;
Imperativo
Constitucional ● Progressividade das taxas ou dos impostos (art. 68.º CIRS – tabela de todas as
104º nº 1 CRP
Para ser
taxas progressivas): as taxas devem aumentar à medida que aumenta a matéria
pessoal tem de ser
único e progressivo coletável, ou seja, quanto maior for o rendimento, maior é a tributação (art. 104.º CRP).
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Ex:
- Rendimento de 100-500: 10 %
- Rendimento de 501-1.000: 15 %
- Rendimento de 1.001-2.000: 20 %
- Rendimento de 2.001-4.000: 25 %
- Rendimento de 4.001 e mais: 30 %
-
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IRC:
100 000 * 21% = 21 000
coleta provisório - (deduções coleta) = coleta final
21 000 - 20 000 = 1 000€
Coleta final pode ser 0 se as deduções forem igual a 21 000 ou
superior;
Segundo o adicionamento:
100 000 * 1.5% - É o caso das derramas (que acrescem ao IRC,
na percentagem de 1,5% sobre a matéria colectável ou o lucro
tributável sujeito e não isento de IRC, gerado na área do
município – art. 18.º da Lei n.º 73/2013, de 3 de setembro). Pode,
no entanto, haver derrama sem coleta de IRC (no caso de
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IRC:
100 000 * 21% = 21 000
coleta provisório - (deduções coleta) = coleta final
21 000 - 20 000 = 1 000€
Coleta final pode ser 0 se as deduções forem igual a 21 000 ou
superior; Aqui, os contribuintes podem, ou não, ter que pagar
qualquer coisa, porque o imposto acessório refere-se à coleta do
imposto principal e o contribuinte pode ter 0 de coleta, pois a lei
quer atingir aqueles que têm de pagar o imposto principal.
1000€ * 9%
Opção é guiada:
- o i. acessório atinge exatamente os mesmos contribuintes que pagam i.principal
- o i. acessório segue exatamente o mesmo destino que pagam i.principal Adicional
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Este momento admistrativo compete à Admistraçao tributária e cada vez mais aos próprios
contribuintes
Privatização da admistração dos impostos ( cabe aos próprios contribuintes a gestão e admistração
dos elementos que vamos ver)
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Esta vertente responde-nos à questão de saber quem tem competência para legislar
sobre a matéria de impostos: trata-se da Assembleia da República. O fundamento essencial
desta competência reside no princípio da autotributação ou da representatividade, que vem
da Idade Média: ideia de que devem ser os parlamentos a criar os impostos e os próprios
contribuintes a decidir sobre que impostos hão-de ser tributados (ideia originária da Idade
Média e implícita também no princípio da no taxation without representation).
Questão: por que razão ainda hoje se mantém esta reserva, quando sabemos que, na
prática, é o Governo que acaba por legislar?
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as matérias mais importantes relativas aos impostos ( como cada um de nós não vai dizer
os impostos que quer, faz-se através de orgãos de representatividade ( dos seus
representantes).
Parlamentos:
- assegurar a representatividade das forças politicas + relevantes
- audição das minorias
- processos de deliberação são públicos
Esta vertente formal tem um âmbito concreto: o art. 165.º/1, i) CRP diz-nos que é
a “criação de impostos e sistema fiscal”, mas esta expressão pode traduzir-se na criação e
alteração dos elementos essenciais do imposto (art. 103.º/2 CRP). A lei “determina a
incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes”, que são os
elementos essenciais do imposto e o âmbito do principio da legalidade. Esta matéria está
reservada à Assembleia da República: isto significa que vale para a alteração do imposto
(maior sobrecarga para os contribuintes) e para desonerar o contribuinte (sentido vantajoso
e desvantajoso).
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Ex: o art. 2.º CIRS diz-nos o que são rendimento de trabalho dependente, descrevendo
todas as formas de serem pagos estes rendimentos; aparece tudo tipificado e descrito num
elemento taxativo.
Esta visão do princípio da determinabilidade (ou da tipicidade) sobre o princípio da
legalidade tem vindo a alterar-se, no sentido de que o legislador deve criar tipos legais
fechados de impostos, criando exaustividade. Logo, tudo o que não estiver tipificado, tudo
o que não for subsumível àquele tipo legal, não pode ser tributado.
Mas quanto mais descritivo for o legislador, mais fácil é para os particulares
encontrarem formas/mecanismos para se furtarem do tributo, pois conseguem fazer algo
que não está previsto. Isto potencia a evasão fiscal. Temos aqui um problema importante:
esta segurança máxima como reverso potencia fortemente a evasão fiscal, pois, quanto
mais certo e exaustivo for o tipo legal, mais fácil é para o particular escapar do tipo legal,
logo não é tributado. Esta segurança em demasia acaba por gerar desigualdades que, por
sua vez, criam injustiças.
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Isto leva a que surgam riscos = instabilidade = porque aparecem sempre novas realidades
economicas e por isso o legislador anda sempre atrás destas novas realidades, porque
podem surgir riscos de injustiças.
Atualmente, este princípio da legalidade material não pode ser levado ao extremo.
Deve sim existir uma compatibilização entre certeza e segurança jurídicas, que se traduz
no princípio da praticabilidade, introduzindo conceitos indeterminados a serem
preenchidos pelos tribunais (isto ainda está a ser estudado). Neste momento, a doutrina
considera que é preciso criar algum espaço, que permita criar abertura, com alguma
certeza de previsibilidade. Mas ainda hoje, quando existe abertura, a lei é considerada
inconstitucional.
A justiça tem de ceder perante a segurança jurídica, imposta pela certeza jurídica.
Já no CIRS se podem ver determinadas soluções, mas a primeira reação é dizer que é
inconstitucional. Quanto maior for o elenco de situações no sistema fiscal, mais fácil é a
possibilidade de evasão fiscal.
Só pode legislar a AR ou o governo com autorização da AR .
Todos devem pagar impostos e todos devem pagar segundo o mesmo critério, contudo,
só pagam impostos desde que tenham capacidade económica para ficarem sujeitos ao
pagamento.
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Exemplo: O IMI é um imposto ad valorem, mas é uma forma complexa que inclui a área;
Considera a área para apuramento do valor do imóvel e isto não é contra o facto de se tratar uma
tributação ad valorem.
O legislador deve ter a preocupação por fazer incidir os impostos apenas sobre bens fiscais = bens
de natureza económica (indicadores reveladores) de capacidade para pagar o imposto.
Exemplo: incidir um imposto sobre casais com mais de 35 anos casados e sem filhos não é
revelador de capacidade contributiva. Pode antes optar por aumentar as deduções por despesas de
saúde e educação dos filhos para incentivar a natalidade.
Este mínimo corresponde ao salario mínimo nacional que deve ficar excluído de
tributação.
Apenas são admitidas presunções relativas; o “sempre” nunca pode ter o sentido de
sempre; tem de admitir que o contribuinte possa contrapor, como por exemplo, o valor do
bem estar mal atribuído. Há um procedimento a seguir pelo contribuinte para poder
comprovar o contrário daquilo que a lei estabelece.
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(2) Princípio do rendimento líquido: não podem ser tributados rendimentos brutos; o
imposto sobre o rendimento só pode incidir sobre rendimento líquido, deve sempre
permitir a dedução ao rendimento bruto dos custos necessários para a obtenção dos
rendimentos.
Ex.: sou proprietária de um imóvel arrendado que produz 2.000 euros de renda, logo este
montante é rendimento bruto. Este ano, o telhado ficou danificado e tive de suportar a
despesa de 3.000 euros. Não posso ser tributada em 2.000 euros, pois a lei tem que
permitir deduzir o custo de 3.000 euros, o que dá: 2.000 - 3.000 = - 1.000 euros
(rendimento líquido).
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roubava da nobreza para dar aos pobres, aos tempos do Rei Ricardo Coração de Leão).
Então, o IRS é progressivo – assim manda o princípio do Estado social, que visa
eliminar as desigualdades e que acaba por concretizar, deste modo, o princípio da
igualdade (arts. 103.º/1 segunda parte e 104.º/1 CRP).
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proteçãoda confiança ou das expectativas legítimas dos cidadãos) pode ser chamado a
desempenhar uma papel fundamental na defesa e proteção da confiança legítima dos
contribuintes.
Assim sucederá, por exemplo, no caso de leis que contenham uma interpretação
autêntica, em que poderá ter que se ponderar entre a imperiosidade em obter receitas
fiscais (mesmo retroativas) e o interesse na proteção da confiança legítima dos
contribuintes. Uma ponderação a que se deverá proceder no caso de a administração ou
de o próprio legislador, através de imposição retroativa de uma interpretação correta da
lei fiscal, pretender recuperar impostos não cobrados em virtude de a interpretação
ilegal ou incorrecta da administração os excluir da zona de incidência ou os atirar para
os benefícios fiscais. Também a este venire contra factum proprium o princípio da
protecção da confiança impõe limites (Ac. do STA de 26/10/1997 – Rec. 17626).
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Ex: o IRS (art. 1.º, 1 e 143.º CIRS) tem um facto gerador que se mantém
ao longo do tempo, que pode ter variações, e incide sobre a obtenção de rendimentos,
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descritos nos arts. 2.º a 11.º CIRS. Os factos geradores que não se verificam num
preciso momento são factos geradores continuados, complexos e que estão em formação
ao longo do tempo. O imposto tem de criar artificialmente perímetros de tributação. O
facto gerador é de formação sucessiva/duradoura/continuada e, em relação ao qual, o
decurso do tempo é relevante.
O mesmo sucede, p. ex., com o IRC (art. 8.º/1 e 9 CIRC), o IMI ou o IUC.
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Ex.: em 31/06/2016, entrou em vigor uma lei (LN), que introduziu uma alteração
à tabela das taxas de IRS, sendo que a LN determina a sua aplicação aos rendimentos
obtidos desde 01/01/2016. Portanto, temos aqui uma situação de retroatividade; em
princípio, é inautêntica/imprópria, porque o FG está em formação ao longo do ano,
durante o qual podem existir alterações. Sempre que o legislador faz isto, é admissível?
Não. O TC tem de ser chamado a pronunciar-se sobre a sua (in)admissibilidade, à luz do
Estado de Direito e da confiança das expectativas depositada nos contribuintes.
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A doutrina maioritária e o TC dizem que esta situação tem que ser ponderada:
isto quer dizer que não viola sempre o art. 103.º/3 CRP. Poderá ser considerada
aceitável ou inaceitável (constitucional ou inconstitucional) em função da gravidade
da afetação da confiança ou das expectativas dos contribuintes. Aqui, o TC teve de
ponderar e, mediante essa ponderação, poderá a norma aceitável, ou pode entender que
a norma afeta as expectativas dos contribuintes. Nesta circunstância, o TC tem que
ponderar os interesses em disputa e, mediante essa ponderação, poderá julgar a norma
aceitável/constitucional, ou, pelo contrário, poderá entender que a norma afeta as
expectativas legítimas dos contribuintes, caso em que será julgada inconstitucinal. No
entanto, há autores, como Sérgio Vasques, que consideram que também esta forma ou
A LN quer aplicar-se a factos que ainda estão a formar-se, cujos efeitos ainda
não estão produzidos e podendo acontecer que sejam atingidos factos verificados antes
do início de vigência da LN. A norma surge agora e vai ligar-se a factos que já
ocorreram antes, porque não eram definitivos, eram apenas parcelas.
Mas não é assim tão linear, porque, por vezes, dentro dos IP, especialmente
aqueles que incidem sobre o rendimento, temos elementos com contornos diferentes,
nomeadamente elementos de obrigação única (ex: taxas liberatórias de IRS e taxas de
tributação autónoma de IRS e IRC).
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Quando estudámos o art. 104.º CRP, dissemos que havia desvios / regimes
excecionais:
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são somados às restantes categorias e sofrem uma tributação separada (a menos que se
opte pelo englobamento dos rendimentos de capitais.)
Quer tenha 1.000 €, quer tenha 100.000 €, a taxa de tributação que se aplica é
sempre a mesma, aplicada através da retenção na fonte, ou seja, o Estado retira logo a
percentagem de imposto sobre aqueles juros. Esta taxa de tributação é definitiva, porque
o banco retém e nunca dará o que retém; mas, por outro lado, aquilo que sobra depois de
ser tributado (isto é, deduzido o imposto), o banco atribui-me e essa quantia não será
novamente tributada. Aliás, não tenho de declarar aquela quantia, porque foi
definitivamente tributada.
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Mas também existem no CIRS, no art.º73.º.
Tudo isto são custos do exercício da atividade que têm de ser deduzidos. Por
exemplo, se a viatura ultrapassar os 35.000 €, a lei impõe que esta despesa seja tributada
de modo autónomo/isolado, porque são um sinal da capacidade contributiva da empresa.
A taxa de tributação autónoma, que lhes é aplicada, é proporcional, diz respeito à
tributação de despesas, e o valor que daqui resultar é somado ao IRC. Nesta situação, é
mais difícil perceber quando é que ocorreu o imposto, porque só se sabe quando é
estabelecido o IRC, embora a taxa de tributação seja autónoma. Esta dificuldade levou a
que, em 2008, quando surgiu essa lei, a aplicassem retroativamente a factos passados.
Problema colocado ao TC, que deu origem aos três acórdãos: a despesa foi
realizada em março de 2012. A lei foi alterada em dezembro de 2012. A taxa só vai
surgir depois de 2012.
O acórdão n.º 18/2011 afirmou que isto era inconstitucional, porque o IRC é
periódico, o FG é de formação sucessiva, logo temos uma retroatividade
imprópria/inautêntica, porque a taxa de tributação ainda não foi liquidada. Com base na
grave crise económico-financeira, o TC ponderou e decidiu que era constitucional.
Passado algum tempo, o TC, no acórdão n.º 310/2012, afirmou que era
inconstitucional, porque estamos perante uma situação de retroatividade
própria/autêntica, logo não há margem para ponderação. A retroatividade é proibida,
porque as taxas de tributação autónoma têm uma lógica própria: tributa-se cada empresa
e esta comprou um veículo prevendo que a taxa era de 5 % e não de 10 %.
Por fim, o acórdão n.º 617/2012 (ler este acórdão, porque faz a síntese dos
outros dois acórdãos) confirmou que era inconstitucional, porque a retroatividade é
própria. A taxa de tributação autónoma é um elemento de obrigação única, portanto o
seu FG é instantâneo. O que se faz depois, no fim, é juntar todas as despesas a liquidar
os impostos respetivos com o IRC.
Sérgio Vasques também considera que, no primeiro acórdão, o TC decidiu mal,
porque seria um caso de retroatividade, própria de um imposto de obrigação única.
facto / a situação tem de estar ligada ao território. Só que, se cada Estado fizer isto, é
necessário localizar os rendimentos e o património. O Estado pode tributar qualquer
sujeito, desde que esse sujeito possua um imóvel localizado no território do Estado.
Parece simples, mas depois com a internacionalização das trocas, do comércio e
da economia, com a desmaterialização dos factos / das operações, e ainda com a
personalização / pessoalização dos impostos, estes três fatores considerados tornaram a
análise mais complexa, que tem que ver com a plurilocalização dos factos, o que leva os
Estados, para procurar tributar, a aceitarem os elementos de conexão diferentes dos
tradicionais.
Para saber onde vai ser tributado o rendimento de acordo com o elemento
real, tem de se determinar o facto mais relevante de entre esses expostos.
Ex: art. 13.º/1 CIRS: para o IRS, são tributados os residentes em Portugal (arts.
15.º/1 e 16.º CIRS) (ver também, p. ex., art. 4.º CIRC) – âmbito de sujeição.
Ex: art. 13.º/1 CIRS: os não residentes que obtenham rendimentos em Portugal
podem ser tributados, de acordo com o:
Âmbito de sujeição:
- Espanha pode tributar com base na conexão real, mas vai tributar com uma
pretensão limitada (por exemplo, não vai atender à situação familiar). Espanha
não distingue entre os que obtiveram 2.000 €, tributa todos de igual modo, aplica
a mesma taxa; releva apenas o rendimento obtido.
- Ou seja, o mesmo rendimento vai ser tributado duas vezes! Isto configura um
desincentivo à internacionalização.
NOTA: podem existir conflitos negativos (ausência de tributação), mas o que nos
interessa é o conflito positivo de pretensões tributárias.
Para que estejamos perante uma dupla tributação jurídica, é necessário que se
verifiquem estas quatro identidades.
NOTA: existem situações de dupla tributação que não são jurídicas, mas sim
económicas.
NOTA: mas a dupla tributação pode surgir, porque a mesma pessoa pode ser considerada
residente de dois países. Pode, p. ex., uma pessoa ser considerada residente em dois
países e esses dois países usarem um elemento de conexão pessoal, querendo, assim,
tributar a globalidade do rendimento auferido por essa pessoa durante certo ano.
Também aqui é necessário que existam acordos / convenções entre países que resolvam
este problema.
Se não existir convenção entre Portugal e Espanha, António vai ser tributado por
ambos os países pelos 2.000 € de rendimento, ou seja, em 12.000 € em Portugal e em
2.1 € em Espanha.
3 Hipóteses:
CONCLUSÃO:
● Na imputação integral, temos eliminação da dupla tributação, quando a taxa
do país de residência é igual ou superior;
● Na imputação limitada, temos atenuação da dupla tributação, quando a taxa
do país de residência é inferior.
1. Substituição tributária
Ex:
Estado
(retenção na fonte de 20
€)
Bernardo Entidade empregadora
- titular do rendimento - entidade pagadora do rendimento
- contribuinte - devedor do imposto
- substituído - substituto
2. A responsabilidade tributária
relevante apenas quando haja pluralidade de responsáveis, pois, nesse caso, verificada
a inexistência ou insuficiência de bens penhoráveis do devedor e seus sucessores, a
execução reverte contra todos os responsáveis tributários se forem responsáveis
subsidiários a fim de apurar as quantias por que responde cada um deles, ou pode
reverter apenas contra uma deles, tratando-se de responsabilidade solidária.
O que parece posto em causa pelo art. 103.º/4 CIRS, ao estabelecer que,
quando se trata de rendimentos sujeitos a retenção que não tenham sido
contabilizados nem comunicados como tal aos respetivos beneficiários, o substituto
assume a responsabilidade solidária pelo imposto não retido.
Este regime aplica-se em duas situações reguladas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do art.
24.º LGT:
a) Pelas dívidas tributárias cujo facto constitutivo se tenha verificado no
período de exercício do seu cargo ou cujo prazo legal de pagamento ou
entrega tenha terminado depois deste, quando, em qualquer dos casos,
tiver sido por culpa sua que o património da pessoa colectiva ou ente
fiscalmente equiparado se tornou insuficiente para a sua satisfação;
b) Pelas dívidas tributárias cujo prazo legal de pagamento ou entrega
tenha terminado no período do exercício do seu cargo, quando não
provem que não lhes foi imputável a falta de pagamento.
Estas situações colocam importantes questões de ónus da prova (cfr. art. 74.º
LGT). Na situação prevista na al. a), o ónus da prova cabe à AT; enquanto na situação
contemplada na al. b), verifica-se uma inversão do ónus da prova (pois existe aí uma
presunção de culpa ilidível [art. 73.º LGT]), nos termos da qual compete aos
administradores, diretores e gestores a prova de ausência de culpa sua.
NOTAS:
gerente de facto. Esta presunção pode ser afastada pelo oponente (i.é,
aquele contra quem a presunção é dirigida) mediante simples contraprova
(não sendo necessária prova do contrário), de acordo com o disposto no
art. 346.º CC.
(substituto),
- Tiver retido os 20 € e não entregar aos cofres do
Estado? (B só recebeu 80 €; A não entregou os 20 € ao
Estado)
Art. 28.º/2 LGT – aqui, não houve retenção, mas sim retenção apenas com
natureza de pagamento por conta (natureza não definitiva) (SUBSTITUIÇÂO PARCIAL).
Neste caso, o substituído é o responsável originário pelo imposto não retido: B
recebeu 100 € em vez de 80 €, logo B é o responsável originário pelo montante que
devia ter sido retido e não foi. O substituto responde subsidiariamente
(responsabilidade por dívidas fiscais alheias).
IRS
O IRS tributa rendimentos ao longo do ano sobre pessoas singulares; sendo que estas
podem ser residentes (imposto pessoal com taxas progressivas) ou as que não sendo
residentes (imposto rela com taxas proporcionais) obtêm rendimentos em Portugal.
ART 13º
RL = RB - DESPESAS
ART 41º Nº1 – Deduções Específicas para obtenção do rendimento bruto com exceção:
-Encargos financeiros
-Mobiliário e decoração
-Depreciações
-Despesas de condomínio
-Conservação e Manutenção
-IMI de imóveis que estão arrendados
-Despesas com imobiliário (ERA/REMAX)
estivermos no regime simplificado: o coeficiente será de 0,95 ( ART 31º Nº1 alínea d))
Coeficiente(0,95) * RL da categoria F
(ART 31º Nº4 ART 41º (deduções especificas) Permite deduzir mais 5%)
A lei não quer tributar todas as mais valias, quer tributar as mais frequentes, mais
relevantes e as mais facilmente detetáveis
ART 10º Nº 1 alínea a) = mais valias imobiliárias = alienação onerosa de direitos reias
sobre imóveis.
ART 10º Nº 1 alínea b) = mais valias mobiliárias = alienação onerosa de participações
sociais e outros valores mobiliários.
Apenas mais valias reais, não são tributadas as mais valias nominais e as mais valias
latentes Principio da realização
Determina o efeito de concentração da mais valia gerada ao longo de
vários anos
Efeito de imobilização lock in
MV= VRealização (ART 44º) – ( VAquisição (ART 45º e ART 46º) * coeficiente
monetário (ART 50º) + Despesas inerentes de aquisição e alienação + despesas com
a valorização ( imóveis – ART 51º alínea a)e b) ) )
MV MOBILIÁRIAS
Tributadas à taca especial de 28% ART 72º Nº 1 alínea c)
Opção pelo englobamento em termos gerais ART 72º Nº 8
2. Fase sintética
Englobamento de rendimentos (ART 22º nº1), ou seja, soma dos rendimentos
líquidos das varias categorias, o que nos permite obter o rendimento global
ART 78º nº2: São ainda deduzidos à coleta os pagamentos por conta e nas retenções na
fonte com a natureza de adiantamento por conta; Têm de ser respeitantes ao mesmo
período de tributação.
ART 78º nº3: Permite-nos perceber porque é que o nº1 e nº2 estão separados; Fazem-se
pela ordem indicada e apenas as do nº1 e nº2 originam direito a reembolso, ou seja,
mesmo que dê um valor negativo as do nº 1 não dão origem a reembolso.
No caso de não optar por englobar estes rendimentos, estamos perante uma situação de
substituição total, isto é, retenção de cárater definitivo
Terá de englobar todos os rendimentos da mesma categoria - ART 22º Nº5 – não
podem escolher englobar uns e não englobar outros rendimentos da mesma
categoria.
ART 71º Nº7 – A retenção na fonte suportada passa a ter a natureza de
pagamento por conta (ART 79º Nº2)
Ex: Se o rendimento é de 1000€ e apenas recebe 720€, significa que está a
adiantar 280€, que irá depois puder deduzir à coleta.
O rendimento é englobado pelo valor correspondente ao rendimento devido, pago
ou colocado à disposição do respetivo titular;
o Exceto no caso dos dividendos, uma vez que segundo o ART 40º-A, para
evitar a dupla tributação económica (tributar o sócio e a sociedade),
engloba apenas 50% dos rendimentos. (O IRS atenua a dupla tributação a
partir desta regra.