Você está na página 1de 3

1

EGW, CBV - Capítulo 40 — Auxílio na vida diária

Há uma eloquê ncia mais poderosa do que a eloquê ncia de meras modo, o Supremo Artista deseja moldar-nos e formar-nos. E como o
palavras na tranquila e coerente vida do puro e verdadeiro cristã o. O barro está nas mã os do oleiro, assim estamos nó s em Suas mã os. Nã o
que o homem é tem mais influência do que o que ele diz. {CBV procuremos fazer a obra do oleiro; compete-nos simplesmente
469.1} deixar-nos moldar pelo Supremo Artífice. {CBV 471.3}

Os guardas que haviam sido enviados a Jesus voltaram dizendo que “Amados, nã o estranheis a ardente prova que vem sobre vó s, para
jamais homem algum tinha falado como Ele. Mas o segredo estava em vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos
que jamais homem algum tinha vivido como Ele viveu. Tivesse sido no fato de serdes participantes das afliçõ es de Cristo, para que
outra a Sua vida e nã o poderia ter falado como falou. Suas palavras também na revelaçã o da Sua gló ria vos regozijeis e alegreis.” 1 Pedro
traziam consigo força convincente, porque brotavam de um coraçã o 4:12-13. {CBV 472.1}
puro e santo, cheio de amor e simpatia, benevolê ncia e verdade. {CBV
469.2} À plena luz do dia, e ouvindo a mú sica de outras vozes, o pá ssaro
engaiolado nã o aprenderá a cançã o que o dono procure ensinar-lhe.
É nosso cará ter e experiê ncia que determinam nossa influê ncia sobre Aprende um fragmento desta, um trilo daquela, mas nunca uma
o pró ximo. A fim de convencer os outros acerca do poder da graça de melodia determinada e completa. Eis poré m que o dono cobre a
Cristo, devemos ter experimentado o Seu poder em nosso pró prio gaiola e a coloca onde o pá ssaro nã o ouvirá senã o o canto que se lhe
coraçã o e vida. O Evangelho que apresentamos para a salvaçã o das pretende ensinar. Nas trevas, o pá ssaro tenta, tenta de novo, modular
almas deve ser o Evangelho pelo qual nó s mesmos sejamos salvos. Só aquele canto, até que por fim o entoa em perfeita melodia. Pode entã o
por uma fé viva em Cristo como Salvador pessoal é que se torna sair o pá ssaro da obscuridade e voltar à luz: nã o esquecerá jamais a
possível fazer sentir nossa influência num mundo incré dulo. Se melodia que se lhe ensinou. É assim que Deus procede com os Seus
queremos retirar os pecadores da impetuosa corrente, devemos filhos. Ele tem um canto para nos ensinar, e quando o houvermos
firmar os pé s sobre a Rocha, Jesus Cristo. {CBV 469.3} aprendido no meio das sombras da afliçã o, poderemos cantá -lo para
sempre. {CBV 472.2}
A divisa do cristianismo nã o é um sinal exterior; nã o consiste em
trazer uma cruz ou coroa, mas sim em tudo o que revela a uniã o do Muitos estã o insatisfeitos com a sua profissã o. Encontram-se talvez
homem com Deus. Pelo poder da Sua graça manifestado na num meio incompatível; seu tempo é ocupado em trabalho vulgar,
transformaçã o do cará ter, o mundo será convencido de que Deus quando seriam, pensam eles, competentes para responsabilidades
enviou Seu Filho como Redentor. Nenhuma influê ncia que possa mais elevadas; frequentemente seus esforços parecem-lhes nã o
rodear a alma tem mais poder do que a de uma vida abnegada. O mais apreciados ou esté reis; seu futuro é incerto. {CBV 472.3}
forte argumento em favor do evangelho é um cristã o que sabe amar e
é amá vel. {CBV 470.1} Lembremo-nos que nosso trabalho, ainda que o nã o tenhamos
escolhido, deve ser aceito como tendo sido escolhido por Deus para
nó s. Seja ele agradá vel ou nã o, temos obrigaçõ es de cumprir o dever
A Disciplina da Prova que se nos apresenta. “Tudo quanto te vier à mã o para fazer, faze-o
conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, nã o
Para viver tal vida, para exercer tal influê ncia, requer-se, a cada há obra, nem indú stria, nem ciê ncia, nem sabedoria alguma.”
passo, esforço, abnegaçã o e disciplina. É porque assim nã o Eclesiastes 9:10. {CBV 472.4}
compreendem que muitos tã o facilmente desanimam na vida cristã .
Muitos que sinceramente consagram a vida ao serviço de Deus ficam Se o Senhor deseja que levemos uma mensagem a Nínive, nã o Lhe
surpresos e desiludidos ao encontrar-se, como nunca, rodeados de será agradá vel que vamos a Jope ou a Cafarnaum. Ele tem motivos
obstá culos e assediados por provas e perplexidades. Oram para que para nos enviar aonde nossos passos foram dirigidos. Talvez lá
seu cará ter se assemelhe ao de Cristo e se tornem aptos para a obra houvesse algué m em necessidade do auxílio que lhe poderíamos
do Senhor, e contudo sã o postos em circunstâ ncias que parecem prestar. Ele que enviou Filipe ao ministro etíope, Pedro ao centuriã o
provocar toda a malícia de sua natureza. Sã o-lhes reveladas faltas, de romano, e a menina israelita em auxílio de Naamã , o capitã o sírio,
cuja existê ncia jamais haviam suspeitado. Como o Israel de outrora, envia hoje homens, mulheres e jovens como Seus representantes
perguntam: “Se Deus nos conduz, por que nos sucedem todas estas à queles que têm necessidade de ajuda e guia divinas. {CBV 473.1}
coisas?” {CBV 470.2}

É justamente porque Deus os conduz que estas coisas lhes Os Planos de Deus São os Melhores
sucedem. As provas e obstáculos são os métodos de disciplina
escolhidos pelo Senhor e as condições de bom êxito que nos Nossos planos nem sempre sã o os planos de Deus. Ele pode ver que
apresenta. Ele, que lê o coraçã o dos homens, conhece melhor do que vale mais para nó s e para a Sua causa recusar nossas melhores
eles mesmos o seu cará ter. Vê que alguns tê m faculdades e intençõ es, como fez no caso de Davi. Mas de uma coisa podemos estar
possibilidades que, bem dirigidas, podiam ser empregadas no avanço certos: é de que abençoará e empregará no avanço da Sua causa
de Sua obra. Em Sua providê ncia, Deus colocou estas pessoas em aqueles que sinceramente se consagram à Sua gló ria, com tudo o que
diferentes situaçõ es e variadas circunstâ ncias a fim de que possam possuem. Se vir que é melhor nã o atender os desejos, compensará a
descobrir, em seu cará ter, defeitos que a eles pró prios estavam recusa dando-lhes provas do Seu amor e confiando-lhes outro
ocultos. Dá -lhes oportunidade de corrigirem tais defeitos e de se serviço. {CBV 473.2}
tornarem aptos para O servir. Permite por vezes que o fogo da afliçã o
os assalte, a fim de que sejam purificados. {CBV 471.1} Em Sua amorosa solicitude e interesse para conosco, Aquele que nos
compreende melhor do que nó s mesmos frequentemente Se recusa a
O fato de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor permitir que procuremos egoistamente satisfazer nossa ambiçã o.
Jesus vê em nó s alguma coisa de precioso que deseja desenvolver. Se Nã o permite que passemos por alto os deveres simples, mas
nada visse em nó s que pudesse glorificar Seu nome, nã o sagrados, que estã o diante de nó s. Muitas vezes, estes deveres
desperdiçaria tempo a depurar-nos. Nã o lança pedras sem valor na proporcionam a educaçã o essencial para nos preparar para uma obra
Sua fornalha. É o miné rio precioso que Ele depura. O ferreiro põ e o mais elevada. Com frequê ncia nossos planos sã o frustrados, a fim de
ferro e aço no fogo, a fim de provar que qualidade de metais sã o. O que sejam cumpridos os planos que Deus tem para nó s. {CBV 473.3}
Senhor permite que Seus eleitos sejam postos na fornalha da afliçã o
para lhes provar a tê mpera e ver se podem ser formados para a Sua Nunca somos chamados a fazer um sacrifício real para Deus. Pede
obra. {CBV 471.2} que Lhe submetamos muitas coisas, mas fazendo-o nã o
abandonamos senã o o que nos impediria na marcha para o Cé u.
O oleiro toma o barro e molda-o segundo lhe apraz. Amassa-o e Mesmo quando chamados a abandonar coisas boas em si mesmas,
trabalha-o. Divide-o e volta a juntá -lo. Umedece-o e depois seca-o. podemos estar seguros de que Deus nos está assim preparando
Deixa-o em seguida durante algum tempo sem lhe tocar. Quando está algum bem maior. {CBV 473.4}
perfeitamente maleá vel, prossegue na tarefa de fazer dele um vaso.
Molda-o numa forma, e alisa-o e pule-o em volta. Seca-o ao sol e coze- Na vida futura, os misté rios que aqui nos inquietaram e
o no forno. Torna-se entã o um vaso apto para servir. Do mesmo desapontaram serã o esclarecidos. Veremos que as oraçõ es na
2
aparê ncia desatendidas e as esperanças frustradas tem lugar entre as e importâ ncia pró pria; mas seu trabalho vale mais. Muitas vezes, os
nossas maiores bê nçã os. {CBV 474.1} que fazem grande demonstraçã o chamam a atençã o para si mesmos,
interpondo-se entre os homens e Deus, e seu trabalho experimenta
Devemos considerar como sagrado cada dever, ainda que humilde, insucesso. “A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria;
porque faz parte do serviço de Deus. Nossa oraçã o de cada dia devia sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento. Exalta-a, e ela
ser: “Senhor, ajuda-me a fazer o melhor que possa. Ensina-me a fazer te exaltará ; e, abraçando-a tu, ela te honrará .” Prové rbios 4:7-8. {CBV
melhor trabalho. Dá -me energia e â nimo. Faze que eu manifeste na 477.1}
minha vida o amoroso serviço do Salvador.” {CBV 474.2}
Porque nã o têm a determinaçã o de se dominar e reformar, muitos
tornam-se estereotipados numa errada maneira de agir. Mas nã o
Uma Lição da Vida de Moisés deve ser assim. Podem cultivar suas faculdades de maneira a
produzirem a melhor espé cie de trabalho, e entã o serã o
Considerai a experiê ncia de Moisé s. A educaçã o que recebera no continuamente procurados. Serã o apreciados segundo o seu valor.
Egito como neto do rei e futuro herdeiro do trono era esmerada. {CBV 477.2}
Nada se omitiu do que se imaginava poder fazê -lo um sá bio, segundo
a maneira pela qual os egípcios entendiam a sabedoria. Recebeu a Se alguns sã o classificados para uma posiçã o mais alta, o Senhor
mais elevada educaçã o civil e militar. Sentia que estava deporá o fardo, nã o apenas sobre eles mas sobre aqueles que o
perfeitamente preparado para a missã o de libertar da escravidã o a escolheram, que conhecem seu valor e que podem com conhecimento
Israel. Mas Deus julgou doutra maneira. Sua providê ncia destinou a de causa incentivá -lo para a frente. Sã o os que cumprem fielmente o
Moisé s quarenta anos de experiê ncia no deserto como pastor de trabalho que lhes é designado dia a dia que na ocasiã o oportuna
ovelhas. {CBV 474.3} ouvirã o de Deus: “Sobe para mais alto.” {CBV 477.3}

A educaçã o que Moisé s recebera no Egito foi-lhe de grande auxílio Enquanto os pastores estavam vigiando seus rebanhos nas colinas de
sob muitos pontos de vista; mas a preparaçã o mais valiosa para o Belé m, os anjos do Cé u visitaram-nos. Da mesma sorte hoje, enquanto
trabalho de sua vida foi a que recebeu quando empregado como o humilde trabalhador por Deus cumpre seu trabalho, os anjos de
pastor. Moisé s tinha por natureza um espírito impetuoso. No Egito, Deus estã o ao seu lado, ouvindo suas palavras, notando o modo como
como bem-sucedido chefe militar e favorito do rei e da naçã o, estava seu trabalho é feito, para ver se podem ser confiadas à s suas mã os
acostumado a receber louvor e adulaçã o. Tinha atraído o povo para responsabilidades mais amplas. {CBV 477.4}
si. Esperava realizar por suas pró prias forças a obra da libertaçã o de
Israel. Muito diferentes eram as liçõ es que, como representante de Nã o é pelas riquezas, educaçã o ou posiçã o que Deus avalia os
Deus, devia receber. Conduzindo seus rebanhos pelas montanhas homens. Avalia-os pela sua pureza de intençã o e formosura de
selvagens e pelos verdes pastos dos vales, aprendeu a fé , a mansidã o, cará ter. Olha para averiguar em que medida possuem o Seu Espírito,
a paciê ncia, humildade e abnegaçã o. Aprendeu a cuidar dos fracos, e até que ponto sua vida revela semelhança com a Sua. Para ser
tratar dos doentes, procurar os transviados, suportar os turbulentos, grande no reino de Deus, é preciso ser como a criancinha, em
vigiar os cordeiros e alimentar os velhos e dé beis. {CBV 474.4} humildade, simplicidade de fé e pureza de amor. {CBV 477.5}

Nessa obra, Moisé s era atraído para mais perto do Bom Pastor. “Bem sabeis”, disse Cristo, “que pelos príncipes dos gentios sã o estes
Tornava-se intimamente unido ao Santo de Israel. Nã o projetou mais dominados e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Nã o será
fazer uma grande obra. Procurava fielmente cumprir, como sob o assim entre vó s; mas todo aquele que quiser, entre vó s, fazer-se
olhar de Deus, a obra a ele confiada. Via a presença de Deus em tudo grande, seja vosso serviçal.” Mateus 20:25-26. {CBV 478.1}
que o rodeava. A Natureza inteira lhe falava do Ser invisível.
Reconhecia-O como Deus pessoal, e meditando sobre Seu cará ter Entre todos os dons que o Cé u pode conceder aos homens, a
compenetrava-se mais e mais do sentimento de Sua presença. comunhã o com Cristo em Seus sofrimentos é o que traz maior peso
Encontrava refú gio nos braços eternos. {CBV 475.1} de esperança e mais elevada honra. Nem Enoque, que foi trasladado
ao Cé u, nem Elias, que subiu num carro de fogo, foram maiores nem
Apó s essa experiê ncia, Moisé s ouviu a ordem do Cé u para trocar o mais honrados do que Joã o Batista, que pereceu, sozinho, num
cajado de pastor pela vara da autoridade; deixar o rebanho de cá rcere. “A vó s vos foi concedido, em relaçã o a Cristo, nã o somente
ovelhas e encarregar-se da conduçã o de Israel. O divino mandato crer nEle, como també m padecer por Ele.” Filipenses 1:29. {CBV
encontrou-o desconfiado de si pró prio, tardo na fala, e tímido. Estava 478.2}
estupefato pelo sentimento da sua inaptidã o para ser o porta-voz de
Deus. Mas aceitou essa obra depondo inteira confiança no Senhor. A
grandeza dessa missã o pô s em exercício as mais altas faculdades de Planos para o Futuro
seu espírito. Deus abençoou a sua pronta obediê ncia, e Moisé s
tornou-se eloquente, esperançoso e de espírito equilibrado, Muitos sã o incapazes de fazer planos definidos para o futuro. Sua
preparado para a maior obra jamais confiada aos homens. Dele foi vida é incerta. Nã o podem discernir o termo dos acontecimentos, e
escrito: “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como isso enche-os por vezes de ansiedade e inquietaçã o. Lembremo-nos
Moisé s, a quem o Senhor conhecera face a face.” Deuteronô mio 34:10. de que a vida dos filhos de Deus no mundo é uma vida de peregrinos.
{CBV 475.2} Nã o temos sabedoria suficiente para planejar nossa vida. Nã o nos
compete determinar o futuro. “Pela fé , Abraã o, sendo chamado,
Os que têm a impressã o de que seu trabalho nã o é apreciado e que obedeceu, indo para um lugar que havia de receber por herança; e
desejam uma posiçã o de maior responsabilidade considerem que: saiu, sem saber para onde ia.” Hebreus 11:8. {CBV 478.3}
“Nem do Oriente, nem do Ocidente, nem do deserto vem a exaltaçã o.
Mas Deus é o Juiz; a um abate e a outro exalta.” Salmos 75:6-7. Cada Cristo, na Sua vida sobre a Terra, nã o fez planos para Si mesmo.
homem tem o seu lugar no plano eterno do Cé u. Ocuparmos esse Aceitou os planos de Deus a Seu respeito, e dia apó s dia o Pai lhos
lugar, depende de nossa fidelidade em cooperar com Deus. {CBV fazia conhecer. De tal maneira devíamos depender de Deus, que
476.1} nossa vida pudesse ser a simples realizaçã o de Sua vontade.
Confiando-Lhe nossos caminhos, Ele dirigirá nossos passos. {CBV
Necessitamos evitar a compaixã o de nó s mesmos. Nunca alimenteis a 479.1}
impressã o de que nã o sois estimados como deveríeis, que os vossos
esforços nã o sã o apreciados e que o vosso trabalho é demasiado Muitos, planejando um futuro brilhante, sofrem um desastre
penoso. A lembrança de que Jesus sofreu por nó s reduza ao silê ncio completo. Deixai que Deus faça os Seus planos para vó s. Como
todo o pensamento de murmuraçã o. Somos tratados melhor do que criancinhas, confiai-vos à guia dAquele que “guarda os pé s dos Seus
foi nosso Senhor. “E procuras tu grandezas? Nã o as busques.” santos”. 1 Samuel 2:9. Deus nã o conduz jamais Seus filhos de maneira
Jeremias 45:5. O Senhor nã o dá lugar na Sua obra aos que têm maior diferente da que eles escolheriam se pudessem ver o fim desde o
desejo de alcançar a coroa do que de transportar a cruz. Deseja princípio, e discernir a gló ria do propó sito que estã o realizando como
homens que pensem mais em cumprir o dever do que em receber Seus colaboradores. {CBV 479.2}
recompensas — homens que sejam mais amantes dos princípios do
que de promoçã o. {CBV 476.2}
Salário
Os que sã o humildes, e fazem seu trabalho como diante de Deus,
podem nã o ter tanta aparê ncia como os que estã o cheios de agitaçã o
3
Quando Cristo chamou os discípulos para O seguirem, nã o lhes
ofereceu nenhuma perspectiva sedutora nesta vida. Nã o lhes fez Escreveu o experimentado apó stolo Paulo: “E disse-me: A Minha
promessas de ganho, nem de honras mundanas, e eles, por sua vez, graça te basta, porque o Meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa
nada estipularam quanto ao que haviam de receber. A Mateus, vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim
quando estava sentado na alfâ ndega, o Salvador disse: “Segue-Me. E habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas
ele, deixando tudo, levantou-se e O Seguiu.” Lucas 5:27-28. Mateus injú rias, nas necessidades, nas perseguiçõ es, nas angú stias, por amor
nã o pediu, antes de prestar seus serviços, um salá rio certo, igual à de Cristo. Porque, quando estou fraco, entã o, sou forte.” 2 Coríntios
quantia recebida na sua precedente ocupaçã o. Sem questionar nem 12:9-10. {CBV 482.3}
hesitar, seguiu a Jesus. Bastava-lhe poder estar com o Salvador, a fim
de ouvir Suas palavras e de se unir à Sua obra. {CBV 479.3}

O mesmo sucedera com os discípulos anteriormente chamados.


Quando Jesus pediu a Pedro e seus companheiros que O seguissem,
imediatamente abandonaram seus barcos e redes. Alguns desses
discípulos tinham amigos que contavam com eles para a sua
subsistê ncia, mas, quando receberam o convite do Salvador, nã o
hesitaram nem inquiriram: “Como viverei e sustentarei minha
família?” Foram obedientes ao chamado; e quando mais tarde Jesus
lhes perguntou: “Quando vos mandei sem bolsa, alforje ou sandá lias,
faltou-vos, porventura, alguma coisa? Eles responderam: Nada.”
Lucas 22:35. {CBV 480.1}

Hoje o Salvador chama-nos para a Sua obra como chamou Mateus e


Joã o e Pedro. Se nosso coraçã o estiver tocado pelo Seu amor, a
questã o da recompensa nã o será a mais importante para o nosso
espírito. Regozijar-nos-emos por ser colaboradores de Cristo e nã o
recearemos contar com Sua solicitude. Se fizermos de Deus a nossa
força, teremos clara percepçã o do dever, e aspiraçõ es
desinteressadas; nossa existê ncia será movida por um nobre ideal,
que nos levantará acima dos motivos só rdidos. {CBV 480.2}

Deus Proverá

Muitos que professam seguir a Cristo têm um coraçã o ansioso e


inquieto porque receiam confiar-se a Deus. Nã o se entregam
completamente a Ele, porque temem as consequê ncias que tal
entrega possa implicar. Enquanto nã o fizerem esta entrega, nã o
podem encontrar paz. {CBV 480.3}

Há muitos cujo coraçã o está oprimido sob o peso de cuidados, porque


procuram fazer como o mundo. Escolheram seu serviço, aceitaram
suas perplexidades, adotaram seus costumes. Assim, seu cará ter é
deformado e sua vida torna-se fatigante. As preocupaçõ es contínuas
esgotam as forças da vida. Nosso Senhor deseja que se libertem deste
jugo de escravidã o. Convida-os a aceitar o Seu jugo, dizendo: “O Meu
jugo é suave, e o Meu fardo é leve.” Mateus 11:30. A inquietude é
cega, e nã o pode discernir o futuro; mas Jesus vê o fim desde o
princípio. Para cada dificuldade, tem já preparado um alívio: “Nã o
negará bem algum aos que andam na retidã o.” Salmos 84:11. {CBV
481.1}

Nosso Pai celeste tem mil maneiras de nos prover as necessidades,


das quais nada sabemos. Os que aceitam como princípio dar lugar
supremo ao serviço de Deus verã o desvanecidas as perplexidades e
terã o caminho plano diante de si. {CBV 481.2}

O cumprimento fiel dos deveres de hoje é a melhor preparaçã o para


as provas de amanhã . Nã o penseis em toda as dificuldades e cuidados
de amanhã , ajuntando-os ao fardo de hoje. “Basta a cada dia o seu
mal.” Mateus 6:34. {CBV 481.3}

Tenhamos esperança e â nimo. O desâ nimo no serviço de Deus é


pecaminoso e desarrazoado. Deus conhece as nossas necessidades. À
onipotê ncia de Rei dos reis, nosso fiel Deus une a amabilidade e
solicitude de Bom Pastor. Seu poder é absoluto e constitui a garantia
do seguro cumprimento de Suas promessas para todos os que nEle
confiam. Há meios para remover toda a dificuldade, a fim de que os
que O servem e respeitam as providê ncias que Ele emprega possam
receber auxílio. Seu amor sobrepuja qualquer outro amor, na
proporçã o em que os cé us sã o mais altos do que a Terra. Vela sobre
Seus filhos com um amor que é incomensurá vel e eterno. {CBV 481.4}

Nos dias mais sombrios, quando as aparê ncias se mostram mais


adversas, tende fé em Deus. Está cumprindo Sua vontade, fazendo
todo o bem em auxílio de Seu povo. A força dos que O amam e servem
será renovada dia apó s dia. {CBV 482.1}

Pode e quer conceder a Seus servos todo o socorro de que carecem.


Dar-lhes-á a sabedoria que suas variadas necessidades requerem.
{CBV 482.2}

Você também pode gostar