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BARROCO (SEISCENTISMO)

 Nomenclatura
 Pérola irregular e retorcida (região de Baróquia – Índia)

 Contexto Histórico
 Transição do Renascimento para a Contrarreforma Católica:
 Dualismo cultural (Antropocentrismo x Teocentrismo; Razão x Fé)

 Características Gerais
 Rebuscamento linguístico: ornamentação estilística, uso intenso de
figuras de linguagem
 Dualismo: culto do contraste - antíteses, paradoxos, oximoros
 Fusionismo: tentativa de unir elementos contrários - metáforas,
hipérboles
 Feismo: deformações grotescas, irregularidades, desarmonia
 Pessimismo: transitoriedade da vida, efemeridade da existência –
morte
 Conflitos e dilemas religiosos: o pecado e a busca do perdão católico

 Correntes do Barroco
 Cultismo (Gongorismo): “jogo de palavras”; linguagem rebuscada e
ornamental; estímulos sensoriais; valorização dos detalhes e da forma
textual; abundância de figuras de linguagem.
Ex:
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.

Porém se acaba o Sol, por que nascia?


Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,


Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.

Começa o mundo enfim pela ignorância,


E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos)
 Conceptismo (Quevedismo): “jogo de ideias”; raciocínio lógico;
argumentos racionais; retórica aprimorada; imposição de conceitos.
Ex:

“(...) Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado, um
estilo tão dificultoso, um estilo tão afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda
a natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser muito fácil e muito natural. Por
isso Cristo comparou o pregar ao semear. (...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas,
como os pregadores fazem o sermão em xadrez de palavras. Se uma parte está branco,
da outra há de estar negro (...). Basta que não havemos de ver um sermão de duas
palavras em paz? Todas hão de estar sempre em fronteira com o seu contrário? (...)
Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As estrelas são muito distintas e muito
claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.”

(Sermão da Sexagésima, de Padre Antônio Vieira)

 OBS: o Cultismo e o Conceptismo podem aparecer em um mesmo texto.

BARROCO EM PORTUGAL

 Datas Limítrofes

 1580: morte de Camões

 1756: início do Arcadismo

 Contexto Histórico

 Contrarreforma Católica: Cia de Jesus; Tribunal da Santa Inquisição;


Lista de Livros Proibidos (INDEX LIBRORUM PROIBITORUM)

 União Ibérica (1580-1640): Portugal cai sob o domínio da Espanha (Rei


Filipe II).

 Mito do Sebastianismo: D. Sebastião voltaria para reconduzir Portugal


ao caminho da glória.
 Principal autor: Padre Antônio Vieira (1608-1697): prosa

 Maior orador da Língua Portuguesa

 Retórica de combate: independentemente da natureza do tema, Vieira o


estuda sempre em relação com o presente. Mesmo a linguagem sendo
surpreendente, todos os seus sermões se associam com o cotidiano e a
realidade do homem de sua época.

 Estrutura dos sermões: organização lógica

- Introdução (Introito): o sermão é exposto de maneira geral para todos


que irão ouvi-lo.

- Proposição: ideia central do sermão – tese que será trabalhada no


desenvolvimento.

- Desenvolvimento (Argumentação): o pregador defende a tese com


exemplos bíblicos, lançando o argumento e pensando em todas as
possibilidades de contestação do leitor-ouvinte.

- Peroração (Conclusão): o pregador retoma brevemente os pontos


importantes, fazendo uma visão geral, sem apresentar novos conteúdos.

BARROCO NO BRASIL

 Datas Limítrofes

 1601: Prosopopeia – Bento Teixeira


 1768: início do Arcadismo

 Contexto Histórico

 Ciclo da cana-de-açúcar: Nordeste (Bahia e Pernambuco)


- Formação da sociedade patriarcal brasileira

 Principal autor: Gregório de Matos (?1636 – 1696), o Boca do Inferno

 Referência para a FUVEST: livro Poemas escolhidos de Gregório de


Matos, organizado pelo prof. José Miguel Wisnik

1. Poesia de circunstância: textos que se relacionam diretamente com


a realidade social do poeta.
A) Satírica: crítica à decadência moral da Bahia, no século XVII;
crítica aos maus costumes, aos governantes, aos comerciantes e à
hipocrisia do clero.

B) Encomiástica: poemas de exaltação às qualidades de pessoas


importantes na sociedade da época.

2. Poesia lírico-amorosa

A) Gênero alto – o amor é apresentado em estilo elevado (mulher =


anjo)

B) Gênero baixo – abordagem da sexualidade de maneira explícita


(mulher = flor)

OBS: na temática amorosa, pode aparecer a tópica do carpe diem


(colhe o dia), quando o eu-lírico convida a amada a aproveitar os prazeres
amorosos.

3. Poesia lírico-religiosa: consciência do pecado e busca do perdão


divino (tendência conceptista)

4. Poesia lírico-filosófica: desconcerto do mundo / efemeridade


(fugacidade) da existência

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