Você está na página 1de 1

Acredito que alguma vez você verbalizou de certo fato surpreendentemente longínquo:

"Parece que foi ontem!" Isso porque em nosso funcionamento psíquico não existe uma
delimitação clara do tempo e espaço. Apenas existe o registro das "experiências". Quando
ouvimos um conto que nos afeta, algo nele parece conhecido de nosso psiquismo. É como se
em algum lugar, lá dentro de nós, aquela narrativa já tivesse acontecido.

Reminiscências de um tempo vivido, mas não plenamente assimilado. Da mesma forma que se
pode lembrar de algo passado como se tivesse acontecido à poucas horas, a mente também
pode exalar aquela sensação de "déjà vu" (do francês "já visto") ao se ler uma narrativa
cativante.

Trata-se de uma repetição de acontecimento pessoal, mas não se entende plenamente como
isso é possível.

Essa expressão "era uma vez" nos transporta justamente para esse lugar psíquico onde
reencontramos o tema do qual a estória fala. É lá que identificamos, com outra roupagem,
enfim o que nos aconteceu um dia.

É provável que daí percebamos nos mitos, contos e religiões ao redor do mundo temas tão
similares.

Para intuir do que falam, é preciso estar aberto a transcendência da própria vida.

Você também pode gostar