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Fim do PPRA? Nova NR-38?

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27 de novembro de 2019

Será que a modernização das NRs vai levar ao fim do PPRA?

Talvez, mas não se assuste tanto. Afinal, crise e oportunidade andam lado a lado.

Recentemente eu inventei a seguinte frase postada no meu grupo no WhatsApp (GEST):

“O endereço da Oportunidade é na Rua da Crise, 22”.

Se você está olhando para as mudanças e vendo oportunidades, esse artigo é para você.

Leia e entenda!

Esse artigo foi escrito no mês de setembro de 2019, enquanto está em consulta pública
os novos textos da NR-07, NR-09 e também uma provável nova NR intitulada Plano de
Gerenciamento de Riscos (PGR).

Considerando que hoje temos até a NR-37, caso o PGR vire norma, pode ser que
tenhamos a nova NR-38.

Nesse artigo vamos analisar alguns pontos interessantes dos textos que estão em
consulta pública no Participa. E, como se trata de consulta pública, tudo pode mudar.

PGR substitui o PPRA?


Se o título da NR-09 realmente for alterado para “Agentes ambientais” e se no seu corpo
não aparece a palavra “programa”, então eu entendo que o programa de gestão da SST
deixará de ser o PPRA e passará a ser o PGR.

Será o fim do PPRA para nascer o PGR.

Dessa forma a NR-09 ficará “com cara” de higiene ocupacional e deixará de ser um
“programa”.

O que deve conter no PGR?


“7.2. O PGR deve conter, no mínimo, os seguintes documentos:

a) Inventário de Riscos;

b) Plano de Ação”

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Análise de riscos ganha mais peso
Análise de riscos hoje é obrigatório em algumas atividades como trabalho em altura,
espaços confinados, trabalho com inflamáveis, entre outros.

Porém, com o novo PGR, a análise de riscos passa a ser necessária em todas as
atividades como forma de reconhecer os riscos e definir medidas preventivas.

Inventário de riscos
“4.3. Os dados das avaliações dos riscos devem ser consolidados em documento
denominado Inventário de Riscos.”

As empresas terão que fazer inventários de riscos. Da mesma maneira como se faz o
inventário de máquinas e equipamentos ou o inventário de espaços confinados.

O que deve constar no inventário de riscos?


“4.3.1. O Inventário de Riscos deve contemplar, no mínimo, as seguintes informações:

a) caracterização sucinta dos processos e ambientes de trabalho;

b) caracterização das funções e atividades;

c) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão;

d) dados disponíveis relativos a monitoramentos de exposições a agentes ambientais, de


acidentes e danos à saúde relacionados ao trabalho;

e) descrição dos riscos, com identificação dos trabalhadores expostos, fatores


determinantes dos riscos e das medidas de controle existentes;

f) avaliação dos riscos, incluindo sua estimativa e classificação em termos da importância


para fins preventivos.”

Matriz de risco
O PGR traz o conceito de matriz de risco.

Isso antes nunca havia sido mencionado em Norma Regulamentadora, embora já exista
em outras normas internacionais.

Então é a primeira vez que o conceito é aplicado em NR.

“4.2.7. Para cada risco deve ser indicado o nível de risco.

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4.2.7.1 O nível de risco deve ser determinado pela combinação da severidade dos
possíveis danos com a probabilidade ou chance de sua ocorrência, utilizando-se matrizes
de risco ou outros procedimentos equivalentes, a critério do empregador.”

Empregados X Trabalhadores
Outro fato que chama a atenção é que no texto do PGR não encontramos nenhuma vez
a palavra “empregados” mas sim “trabalhadores”.

Ou seja, independente da relação contratual (CLT, terceirizado, etc), todos que


trabalham na empresa estão contemplados.

Inclusive, o texto proposto deixa claro que não importa a natureza jurídica do
contratado:

“8.1.1. A dispensa da obrigação de elaborar o PGR não alcança a organização contratante


do MEI, que deverá incluí-lo nas suas ações de prevenção e no seu PGR.”

Tratamento diferenciado ao MEI


Bem ao final do texto, temos:

“Tratamento diferenciado para MEI, ME e EPP

8.1. O microempreendedor individual – MEI está dispensado de elaborar o PGR.

8.1.1. A dispensa da obrigação de elaborar o PGR não alcança a organização contratante


do MEI, que deverá incluí-lo nas suas ações de prevenção e no seu PGR.

8.2. Serão expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho fichas com
orientações sobre as ações de prevenção a serem adotadas pelo MEI.

8.3. As microempresas e empresas de pequeno porte, observado o disposto no item


1.7.1 da NR1, que optarem pela utilização de ferramenta de avaliação de risco a ser
disponibilizada pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, poderão estruturar o
PGR considerando o relatório produzido por esta ferramenta e o plano de ação.”

Depois que leu esse artigo, ainda tem medo do fim do PPRA? Será que o seu provável
substituto, o PGR, será mais eficiente na prevenção?

E você, qual a sua opinião sobre tudo isso?

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