Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ângela Aissa
Nampula
2019
Ângela Aissa
Nampula
2019
Índice
INTRODUÇÃO........................................................................................................................11
CAPÍTULO I: DESCRIÇÃO METODOLÓGICA..................................................................13
1. Delimitação do tema.............................................................................................................13
1.2. Problematização.................................................................................................................13
1.3. Justificativa........................................................................................................................14
1.4. Objectivos..........................................................................................................................15
1.4.1. Objectivo geral................................................................................................................15
1.4.2. Objectivos Específicos....................................................................................................15
1.5. Hipóteses............................................................................................................................16
1.6. Metodologia.......................................................................................................................17
1.7.1. Tipo de pesquisa.............................................................................................................17
1.7.1.1.Quanto a abordagem.....................................................................................................17
1.7.1.2.Quanto aos objectivos...................................................................................................17
1.7.1.3.Quanto aos procedimentos............................................................................................17
1.8. Técnica de recolha de dado................................................................................................18
1.8.1 Questionário.....................................................................................................................18
1.8.2 Universo e amostra..........................................................................................................19
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................20
2. 1. Conceitos de Motivação....................................................................................................20
2.2 Tipos de motivação no trabalho..........................................................................................21
2.2.1 Motivação intrínseca........................................................................................................21
2.2.2. Motivação extrínseca......................................................................................................22
2.3. Factores de motivação........................................................................................................22
2.4. Teoria das Necessidade de MASLOW..............................................................................23
2.5.Teoria dos dois factores de HERZBERG...........................................................................24
2.6. Teoria das expectativas de VROOM.................................................................................24
2.7. Teoria X e Y de McGregor................................................................................................25
CORNOGRAMA......................................................................................................................46
ORCAMENTO..........................................................................................................................47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................53
INTRODUÇÃO
A motivação é um factor interno que merece extrema atenção, pois é através da motivação que
os colaboradores demonstram prazer de realizar suas tarefas e se sentem realizados com os
resultados que obtêm.
O presente trabalho é resultado de uma pesquisa cujo o tema debruça-se sobre: Impacto da
motivação no desempenho dos professores, caso Escola Primária Completa de Namuatho – A,
Cidade de Nampula (2013 – 2015). O principal objectivo desta pesquisa foi analisar os factores
que estão por detrás do comportamento dos professores no desempenho das suas actividades.
Dentre os diversos aspectos que contribuem para a motivação das pessoas, o salário é um dos
principais factores na avaliação de clima organizacional devido a sua importância sobre o grau
de satisfação dos funcionários. Em função disso, as organizações necessitam adequar as formas
de recompensa que serão oferecidas aos seus empregados, pois tanto os incentivos económicos,
como os incentivos sociais são importantes para o trabalhador.
2. Problematização
Na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Muriasse é frequente, ver os professores no exercício da
sua função, com uma sensação de cansaço permanente, aflição intensa, ansiedade pela chegada
do fim do expediente, baixa auto-estima e faltas por motivos fúteis.
É importante que a escola reavalie seu comportamento com relação aos seus funcionários,
visando criar um melhor ambiente de trabalho, onde os indivíduos tenham a liberdade de
expressar ideias, compartilhar e propor soluções aos problemas comuns na escola como um
todo.
Cada modo de motivação deverá ser levado ao conhecimento de toda a escola, como forma de
criar uma cultura de estímulo à inovação constante dos funcionários dentro da escola, pois cada
indivíduo age de maneira pela qual acredita que será levado ao objectivo que deseja.
O proponente deste projeto constatou o problema desta temática durante algumas vezes que
efectuou supervisão pedagógica e por varias conversas teve com alguns funcionários que
trabalham na Escola Primária do 1º e 2º Grau de Muriasse que se queixavam de falta de
motivação para o desempenho das funções dos professores assim como funcionários que
auxiliam na secretaria da escola.
A escolha do tema tem em vista a necessidade imposta pelo curso, haver um dever de
elaboração de um projecto de pesquisa.
Esse trabalho desenvolve-se com base na qualidade das relações entre a Escola Primária do 1º e
2º Grau de Muriasse e seus colaboradores, verificando-se que os funcionários não se sentem
satisfeitos por estar naquela instituição de ensino. É frequente, ver os professores no exercício
da sua função, com uma sensação de cansaço permanente, aflição intensa, ansiedade pela
chegada do fim do expediente, baixa auto-estima e faltas por motivos fúteis.
A relevância desse trabalho para a área de Gestão em Recursos Humanos está em analisar a
motivação na Escola Primaria do 1º e 2º Grau de Muriasse e detectar a capacidade de elaborar
planos de acção coerentes e com perspectivas de sucesso que motivem os colaboradores,
estabelecendo um paralelismo com as referências bibliográficas estudadas.
A pesquisa se torna importante para Escola Primaria do 1º e 2º Grau de Muriasse pelo fato de
analisarmos os factores que motivam ou desmotivam os funcionários e assim quando a
motivação não se fizer satisfatória, que os gestores procurem meios adequados para que possam
corrigir os erros e satisfazer a escola por completo.
6. Hipóteses
Sendo assim, para a presente pesquisa destacam-se as seguintes hipóteses:
1.6. Metodologia
Sustentam LAKATOS & MARCONI (2001:105) que “a especificação da metodologia da
pesquisa é a que abrange maior número de itens, pois responde, a um só tempo, as questões
como? Com que? Onde? Quanto?”. Nesta pesquisa esta opção é fundamentada pelo facto do
tema em estudo na sua análise carecer que seja visto como um todo, desde as necessidades mais
básicas até as necessidades mais intelectuais, por outro lado os factores motivacionais são
diferentes para cada individuo; As suas necessidades, os seus valores sociais, entre outros,
produzem diferentes padrões de comportamento que os levam a seguir um caminho, que
entendam que os fara atingir os seus objectivos por forma a satisfazerem as suas necessidades.
1.7.1.1.Quanto a abordagem
Do ponto de vista de abordagem do problema esta pesquisa será qualitativa; esta opção
qualitativa é fundamentada pelo facto de a população ser bastante reduzida o que em oposição,
num estudo quantitativo a probabilidade de se chegar a resultados pouco fundamentados e de
difícil interpretação é considerável.
Por ouro lado a pesquisa qualitativa é caracterizada como sendo uma tentativa de uma
compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos
entrevistados em lugar de produção de medidas qualitativas ou características comportamentais,
RICHARDSON et all (1999: 145).
Este tipo de análise “corresponde a um procedimento mais intuitivo, mais maleável e mais
adaptável” (Bardin,1977:115) e onde considera que “parte do fundamento de que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre o sujeito e o
objecto, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do sujeito” DEMO
(2000:78)
Contudo, esta abordagem consistira num processo de recolha de dados qualificáveis para análise
do impacto da motivação no desempenho dos funcionários da EPC de Muriasse.
Para que uma pesquisa realizada, tal como para qualquer acto de investigação, é sempre
necessário pensar nas formas de recolher a informação que a própria pesquisa vai
proporcionando. Para esta pesquisa será usada a técnica do questionário, visto que será a técnica
favorável tendo em conta a natureza do estudo que o autor efectuara no campo.
1.8.1 Questionário
A pesquisa tem como universo “Um Total de 72 funcionários da Escola Primária Completa de
Muriasse ”. A amostra é de 18 funcionários, dos quais destacam-se: 2 membros de direcção e 15
professores; e auxiliar administrativo sem distinção de sexo e idade.
2. 1. Conceitos de Motivação
Quando se estuda a administração científica, tem sido prática fazer alusão ao processo histórico
dessa ciência, para se perceber como foi se evoluindo. Contudo, para este projecto,
pretendemos, apenas nos focalizar na abordagem humanística da administração onde o conceito
tende a deslocar a máquina como principal factor de produtividade organizacional, começando
desta feita inclinar mais a sua preocupação com as pessoas e os grupos sociais, onde a
tecnicidade e formalidade cederam lugar a psicologização e socialização da organização. Um
dos aspectos levados em conta é a motivação. Esta tendência se enfatiza mais com a teoria das
Relações Humanas. A Abordagem Humanística ocorre com o aparecimento da Teoria das
Relações Humanas, nos Estados Unidos, a partir da década de 1930. Ela surgiu graças ao
desenvolvimento das ciências sociais, notadamente a Psicologia e, em particular, a Psicologia
do Trabalho, (CHIAVENATO, 2003: 98).
Segundo CHIAVENATO (2005: 76) afirma que embora seja muito importante, mas que é difícil
definir a motivação em poucas palavras: "Motivação é a pressão interna surgida de uma
necessidade, também interna, que excitando as estruturas nervosas, origina um estado
energizador que impulsiona o organismo, à actividade, iniciando, guiando e mantendo a
conduta até que alguma meta seja conseguida ou a resposta seja bloqueada.
De acordo com MARRAS (2007) apud CHIAVENATO (2000), os primeiros estudos sobre
motivação datam do início do século XX, quando, em 1900, Frederick Taylor iniciou a
discussão sobre motivação, adoptando a crença de o dinheiro era o maior motivador. No início
do século XX surgiram as teorias clássicas de Henri Fayol (1906) e burocrática de Max Weber
(1909). Por volta de 1930 Elton Mayo e sua equipa estudaram as variações do ambiente de
trabalho sobre a produtividade. No grupo que eles fizeram o estudo, descobriram que esses
aumentavam a sua produtividade independentemente da melhoria ou não das condições de
trabalho.
O ser humano é motivado pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecido", de receber
adequada comunicação. MAYO (1979:107) se contrapõe à afirmação de Taylor de que a
motivação básica do empregado era salarial (homo económicos), a fim de usufruir uma
remuneração mais elevada. Para MAYO (1979), a organização eficiente, por si só, não leva à
maior produção, pois ela é incapaz de elevar a produtividade se as necessidades psicológicas
do trabalhador não forem descobertas, localizadas e satisfeitas a trabalhar para atingir os
objectivos tanto pessoais como os da organização. (CHIAVENATO, 1997: 108).
Assim, outro conceito muito importante para compreender os factores que motivam os
trabalhadores no desempenho institucional é a recompensa social que para CHIAVENATO
(2003: 113), está associado ao conceito de relações humana definida pela Administração das
relações de MAYO (1979), sendo que recompensas sociais é um conjunto de factores que visam
a “satisfação de necessidades psicológicas, como reconhecimento, aprovação social e
participação em grupos sociais” e que relações humanas têm a ver com a “a interacção social
existente entre pessoas e grupos através de acções e atitudes”.
As pessoas podem ser motivadas nas instituições ondem trabalham de duas formas, através da
motivação intrínseca e da motivação extrínseca. Tanto a motivação intrínseca como a extrínseca
podem deixar de o ser repentimente, caso, os benefícios, recompensas e incentivos deixem de
corresponder às expectativas do individuo.
2.2.1 Motivação intrínseca
Segundo DECI (1975), as actividades motivadas intrinsecamente são aquelas para as quais
não há recompensas aparentes, para além das actividades em si mesma. As actividades são do
que meio para alcançar um fim.
A motivação extrínseca refere-se sobretudo a comportamentos que estão motivados pelo facto
de terem uma finalidade. Essa finalidade pode ser a obtenção de uma recompensa material ou
social após a concretização da tarefa, ou então para evitar uma punição. Deste modo, a
satisfação da pessoa é apenas uma consequência da acção. Um dos exemplos da motivação
extrínseca é um estudante que no fim do dia vai entregar pizzas para ganhar algum dinheiro.
A motivação extrínseca pode ser associada a diversos factores, tais como estatuto social, ego,
comparação com os outros, prémios, reconhecimento ou elogios.
A motivação deve ser algo a mais que você receberá pelo seu trabalho, segundo DECI (1975:64)
quanto ao tipo de motivação podem ser:
Um elogio;
Um brinde;
Uma viajem e;
A motivação é o resultado das atitudes do gestor, este deve priorizar a satisfação e o bem-estar
dos trabalhadores, tendo como base as recompensas e benefícios oferecidos, sejam eles da
natureza intrínseca ou extrínseca, benefícios monetários ou não monetários.
O autor, afirma que todos os indivíduos apresentam uma hierarquia das necessidades que
precisam ser satisfeitas para que possam sentir-se motivados. Enquanto essas necessidades não
forem satisfeitas o indivíduo não se sente motivado. A hierarquia das necessidades de Maslow é
apresentada segundo uma pirâmide.
Necessidades Fisiológicas - São as necessidades básicas para nos mantermos vivos, tais
como: a fome, a sede, o sexo etc. São necessidades que já nascem com o próprio
indivíduo. Contudo, estão relacionadas com a sobrevivência e com a perpetuação das
espécies;
Necessidades de Segurança - Referem-se à segurança, protecção, ausência de medo e
ansiedade, desejo de estabilidade, lei e ordem;
Frederick Herzberg realizou uma pesquisa sobre os factores de motivação. Ele identificou duas
classes de factores considerados importantes para o comportamento das pessoas no trabalho:
factores higiénicos ou extrínsecos e factores motivacionais ou intrínsecos. (TEIXEIRA, 1998:
162).
Os factores motivacionais são também chamados de intrínsecas, pois estão relacionadas com o
conteúdo do cargo e com a natureza dos trabalhos que a pessoa faz. Envolvem sentimentos de
crescimento individual, reconhecimento profissional e auto-realização e dependem das funções
que desempenham e tarefas que o indivíduo realiza no seu trabalho.
A teoria das expectativas foi desenvolvida pelo psicólogo Victor Vroom em 1964. Ele afirma
que o processo de motivação deve ser explicado em função dos objectivos e das escolhas de
cada pessoa e das expectativas de atingir esses mesmos objectivos. Contrariamente às teorias
das necessidades de Maslow e Herzberg, ele rejeita noções preconcebidas e reconhece as
diferenças individuais.
Segundo VROOM, apud CHIAVENATO (2000:73) existe três factores que determinam a
motivação do indivíduo:
Por exemplo oferece-se a um professor um terço do seu salário para trabalhar com uma outra
turma no período contrário partindo do pressuposto que ele necessita de dinheiro a sua
motivação para aceitar o desafio depende do valor que ele atribui aos dois terços do seu salário
(valência), e o grau da probabilidade que ele admite em trabalhar no período contrário
(expectativa).
A teoria X, assume que o indivíduo é um preguiço nato, não gosta de trabalho e para faze-lo
precisa ser forçado, controlado, dirigido e ameaçado. Segundo a Teoria Y, um indivíduo se
sente bem no trabalho, é criativo e com potencialidades que podem e devem ser exploradas.
Assim, a gestão de RH pode ser encarada como um conjunto de cinco processos básicos, a
saber: prover, aplicar, manter, desenvolver e monitorar as pessoas. Estes processos são
intimamente interdependentes. A sua interacção faz com que qualquer alteração ocorrida em um
deles provoque influências sobre os demais, as quais realimentarão novas influências nos outros
e assim, por diante, gerando acomodações e ajustamentos no sistema todo. Na visão sistémica,
os cinco processos podem ser abordados como subsistemas de um sistema maior, através do
qual as pessoas são atraídas, captadas, aplicadas nas suas tarefas, mantidas na organização,
desenvolvidas e monitoradas pela organização e que o subsistema de benefícios deve ser
encarrado como uma componente vital, porque nem sempre está ao dispor dos gestores, para
manter os recursos de corpo e alma na organização como espelha o Ministério da Educação em
Moçambique sobre a gestão dos recursos. (MEC, 2006).
Ademais, é preciso tomar em conta que o clima de escola, como define SERGIOVANNI
(1991:33), tem uma relação importante com a eficácia da escola e o seu desenvolvimento,
quando articulado com a liderança escolar. Assim vários factores vão se complementando para a
motivação do professor. Precisamos dar importância a cultura de escola, cujas implicações tem,
tambem um maior compromisso e melhor desempenho no trabalho desenvolvido pelas pessoas.
Para além de criar melhores condições de trabalho, a motivação dos professores é importante
para um ensino de qualidade (Plano Estratégico de Educação e Cultura, 2006-2010/11), tal
como prevê o PEEC, o professor é chamado a trabalhar por equipa, esta é uma competência que
pressupõe igualmente a convicção, de que a cooperação é um valor profissional, e para tal é
preciso apostar numa comunicação ou dialogo entre os membros do grupo, que é a única via de
conciliar a diversidade de interesses dos membros na busca de objectivos comuns.
BELLO, José Luís de Paiva, Metodologia científica, [s/ed], [s/editora], rio de Janeiro, 2005.
CERVO, Amado Luiz. Metodologia Científica, 4 ed, São Paulo, Makron Books, 1996;
_____________________. Recursos Humanos. Ed. Compacta, 6ª ed. São Paulo: Atlas. 2000
DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. São Paulo, Editora Autores Associados, 2000.
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7.ed. São Paulo, Atlas S.A., 2010.
LAKATOS, Eva Maria & MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia do trabalho científico:
Procedimento básico, pesquisa bibliográfica, projecto e relatório, publicações e
trabalhos científicos, 4a ed., São Paulo, Editora Atlas, 2001.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de Recursos Humanos, São Paulo, Futura, 2007.
MASLOW, A. H. Motivation and Personality, New York: John Miley & Sons, 1954.
MAYO, Elton. The Human Problems of Industrial Civilization. New York; 1972.
PERRENOUD. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed Editora, 2000
ROBERTO “et al” (1999) Remuneração variável: quando os resultados falam mais alto. São
Paulo, 1999.