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ACADÊMICO
Educação na cidade:
conceitos, reflexões e diálogos
Organizadores:
Dilza Côco
Nelson Martinelli Filho
Priscila de Souza Chisté
Sandra Soares Della Fonte
Educação na cidade:
conceitos, reflexões e diálogos
Vitória, 2018
Editora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Espírito Santo
R. Barão de Mauá, nº 30 – Jucutuquara
29040-689 – Vitória – ES
www.edifes.ifes.edu.br
editora@ifes.edu.br
CDD: 370.1
Prefácio....................................................................................................11
Apresentação...........................................................................................17
Eliana Kuster
Apresentação
4
MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos. São Paulo: Boitempo, 2004.
22
5
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 27
6
LEFEBVRE, Henri. A Revolução Urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Moraes, 1991.
7
CANEVACCI, Massimo. A cidade polifônica: ensaio sobre a antropologia da
comunicação urbana. São Paulo: Studio Nobel, 2004.
8
HARVEY, David. Cidades Rebeldes. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
9
SILVA, Jefferson Idelfonso da. Cidade Educativa: um modelo de renovação
da educação. São Paulo: Cortêz & Moraes, 1979.
10
KLUG, Letícia Beccalli. Vitória: sítio físico e paisagem. Vitória: Edufes, 2009.
11
BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2005.
12
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais
do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Editora Hucitec, 2004.
13
CHISTÉ, Priscila de Souza; SGARBI, Antonio Donizetti. Cidade educativa: re-
flexões sobre educação, cidadania, escola e formação humana. Revista Deba-
tes em Educação Científica e Tecnológica, Vitória, v. 6, n. 1, out. 2015.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 29
Dilza Côco
Nelson Martinelli Filho
Priscila de Souza Chisté
Sandra Soares Della Fonte
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 33
Capítulo I
Educação na cidade:
conceitos e reflexões
34
Reflexões sobre cidade educativa,
cidade educadora, município que
educa e educação na cidade
Simone Oliveira Thompson de Vasconcelos
Priscila de Souza Chisté
buir com a formação integral dos seres humanos por meio da apropriação
dos conhecimentos sistematizados pela humanidade.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 37
Com isso, Silva (1979) nos faz refletir sobre a seguinte ques-
tão: ou o relatório está simplificando o humanismo, ou acredi-
ta que a desconstrução da mentalidade industrial dará espaço
a uma educação científica e tecnológica utópica. A ênfase na
importância do desenvolvimento das capacidades do homem
com viés utilitário e tecnológico enfatiza o espírito que orienta
o relatório: o capitalismo liberal necessita de forças produti-
vas adaptadas às novas exigências da sociedade e, consequen-
temente, efetivar-se como único sistema econômico possível.
De modo contrário a essas posições, Silva (1979) orienta que
a “cidade educativa” deve ser a busca universal de um humanis-
mo novo, que abra caminhos para o homem, com sua vocação his-
tórica cheia de percalços, sempre ameaçada, mas não destruída.
Silva conclui suas análises sobre o relatório argumentando que,
longe dos pressupostos apresentados pela proposta de Faure e
seus colaboradores, a cidade educativa deveria ser fundamen-
talmente a comunidade humana que se educa, que vai marcan-
do seus caminhos entre perigos, “[...] lutando para se aproxi-
mar da ‘utopia’ de um homem sujeito e criador no centro de
seu mundo feito hoje de ciência e técnica” (SILVA, 1979, p. 119).
Em acordo com as críticas de Silva ao relatório Aprender a
ser, Gadotti (1992) assevera:
Padilha (2010) afirma que o conceito “município que
educa” surgiu da experiência de anos, desde os primeiros de-
bates sobre educação popular em meados dos anos de 1960, de
iniciativas nacionais e internacionais, visando potencializar as
intencionalidades educativas e fortalecer processos de gestão
municipal participativa. Para isso utiliza o planejamento dialó-
gico com vários segmentos sociais, iniciado com a base da so-
ciedade. Além disso, prevê cinco estratégias básicas, sendo elas:
potencializar as relações humanas e sociais; influenciar ações
locais com projetos educativos; potencializar espaços educati-
vos e criativos; realizar cadastros e agendamentos para encon-
tros entre os representantes do município e o Instituto Paulo
Freire. Sobre essas estratégias Gadotti (2010) pontua:
Qualquer programa que tenta interconectar os espaços e equi-
pamentos do município é fundamental, pois desconhecemos a
nossa própria municipalidade e subestimamos as suas poten-
cialidades. Precisamos empoderar educacionalmente todos os
seus equipamentos culturais. A educação é cultura. O municí-
pio é o espaço da cultura e da educação. Existem muitas ener-
gias sociais transformadoras que ainda estão adormecidas por
falta de um olhar educativo sobre eles (GADOTTI, 2010, p. 21).
Referências
Primeiros apontamentos
Educadoras/AICE); e,
b) há o elemento da intencionalidade do uso da expressão
e conceito de “cidade educadora”, como superação, em outro
patamar, à condição de “cidade educativa”.
Diante desse último elemento, algumas questões ainda sur-
gem e devem ser elucidadas.
Em que medida a intencionalidade da “cidade educadora”
se diferencia ou se aproxima, efetivamente, das formulações
da “cidade educativa”? Há algum outro movimento ou corren-
te de pensamento científico ou político-ideológico que evoca
ou faz uso da expressão “cidade educativa”? Neste caso, qual
é sua conexão à concepção original contida no relatório coor-
denado por Faure? Há outras formulações conceituais que não
se vinculam à “cidade educativa” ou à “cidade educadora”? Ou
seja, na procura de uma objetividade conceitual mais precisa
em contraposição à perpetuação da ambiguidade polissêmica,
tais questões demandam aprofundar os estudos sobre os con-
ceitos de “Cidade Educativa”, “Cidade Educadora”, “Cidade
que Educa” e “Educação na Cidade”.
Considerações finais
Referências
BI, 2015).
Pelo exposto anteriormente, o Gepech optou por trabalhar
com a ideia de “educação na cidade”, afastando-se da ideologia
hegemônica que foi propagandeada pelo programa Cidade edu-
cadora, do qual, o munícipio de Vitória-ES, faz parte. O que o
grupo de pesquisa propõe é contrapor dialeticamente os obje-
tivos do referido programa a uma visão fundada na filosofia da
práxis, para se pensar o valor de uso da cidade como ambiente
pedagógico numa intencionalidade educativa libertadora.
Ousamos dizer que o que propomos é uma mudança de pa-
radigma, entendido dentro da visão de Tomas Kunh. Na obra
“As estruturas das revoluções científicas”, o autor descreve sua
teoria da filosofia da ciência. Em suma, ele defende que as teo-
rias científicas são um conjunto de acordos dentro de uma de-
terminada comunidade de investigação que são balizadas por
certos paradigmas e que podem ser substituídos por novos na
sucessão da história. Segundo o autor,
Uma cidade pode ser considerada como uma cidade que edu-
ca quando, além de suas funções tradicionais — econômica,
social, política e de prestação de serviços— exerce uma nova
função cujo objetivo é a formação para e pela cidadania. Para
uma cidade ser considerada educadora, ela precisa promover
e desenvolver o protagonismo de todos — crianças, jovens,
adultos, idosos — na busca de um novo direito, o direito à ci-
dade educadora (GADOTTI, 2006, p. 134).
Sendo assim, nota-se que a práxis, dentro do Materialis-
mo Histórico-Dialético, é entendida como uma possibilidade de
mudança na realidade social e histórica. É nessa mesma linha
de pensamento que está toda a contribuição do pensamento
filosófico de Antônio Gramsci.
Gramsci usa o termo “Filosofia da práxis” para falar de
toda a obra do pensamento de Marx e Engels. Dessa maneira,
pode-se afirmar que esse conceito é sinônimo de Materialismo
Histórico-Dialético. Ele defende isso quando escreve sobre o es-
tudo da filosofia desses dois autores, dizendo que é preciso con-
siderar “[...] a questão das relações de homogeneidade entre os
dois fundadores da filosofia da práxis” (GRAMSCI, 1978, p. 111).
A intenção educativa que temos é: propor uma nova visão
pedagógica para o trabalho com a relação entre cidade e práti-
cas de ensino que visam contribuir para mudanças sociais re-
volucionárias, humanistas, a partir da vida do povo. Giovanni
86
Considerações finais
Referências
18
Segundo Habermas (2001) a palavra modernus surgiu no século V para dife-
renciar um presente histórico considerado cristão, de um passado romano pa-
gão. A partir desse momento a expressão passou a traduzir uma ideia de novo
diante do antigo, ou seja, a consciência de uma nova época. Marx e Engels
(1990) em uma das passagens do Manifesto Comunista, refletem sobre o sentido
de modernidade: “[...] todas as relações fixas e cristalizadas, com seu séqui-
to de crenças e opiniões tornadas veneráveis pelo tempo, são dissolvidas, e
as novas envelhecem antes mesmo de se consolidarem. Tudo que é sólido e
estável se volatiliza, tudo o que é sagrado é profanado, e os homens são final-
mente obrigados a encarar com sobriedade e sem ilusões sua posição na vida,
suas relações recíprocas” (MARX; ENGELS, 1990, p. 69). Segundo Habermas
(2001), a concepção de modernidade presente nessa passagem pode ser in-
terpretada à luz do conceito clássico de “modernidade ambígua”, que traduz
a ideia de uma tensão originária inerente à modernidade: a destruição do ve-
lho, a ruptura com o passado, a quebra com antigas tradições, que instaura a
experiência da descontinuidade, do diverso, da instabilidade, da efemeridade,
da contingência e, ao mesmo tempo, anuncia a possibilidade e a promessa de
se inaugurar e desvendar uma nova ordem original e autêntica, a qual se ges-
taria em meio ao turbilhão de mudanças e ao caos. Na visão de Marx e Engels
a modernidade pode ser interpretada como portadora desta tensão originá-
ria, que ao mesmo tempo expressa as perspectivas da destruição e da criação.
Assim, revela uma compreensão da modernidade como transformação, mu-
dança, novidade, revolução, que faz desmoronar antigas tradições, relações
sociais, hábitos e preceitos até então rígidos e fixos (BEZERRA, 2007). Com a
expressão tudo que é sólido se volatiza, estes autores vão anunciar o sentido
da modernidade como experiência societal de dessacralização da natureza,
das relações e das instituições sociais, na qual tudo é profanado, e o homem,
visto como ser histórico e social é, então, entregue a si mesmo para imprimir
sua marca no mundo, criando uma nova ordem, por meio do pensamento e
da ação social e política. “O homem, liberto das antigas certezas, seguranças
e amarras garantidas pelas cosmovisões míticas e supersticiosas do mundo,
bem como da rigidez e da estabilidade dadas pelas tradições teológica e reli-
giosa, é posto no mundo para enfrentar, no entender de Marx, as suas reais
condições de vida e sua relação com outros homens” (BEZERRA, 2007, p. 181).
94
Com relação à organização do espaço na cidade política, em
especial a grega, o aspecto que se apresenta em evidência é o
vazio na Ágora e no Fórum, lugares preparados para reunião. A
Ágora constituiu a principal praça da civilização grega, repre-
sentando o lugar de encontro dos cidadãos. Essa praça era for-
mada por um pátio aberto, circundado por edifícios públicos e
administrativos.
Esse conjunto formava o centro político-social da cidade e
sua configuração reforçava esse simbolismo. Estrategicamente
situada, a Ágora podia ser visualizada por toda a comunidade e
representava um imenso vazio cercado por edifícios institucio-
100
rante a mostra “Street Art: Banksy & Co”, alguns de seus graffitis
iriam ser explorados sem a sua autorização. Essas obras seriam
retiradas das ruas pelos organizadores do evento por meio de
uma técnica inovadora que captura somente a tinta do muro
sem necessariamente remover a estrutura construída, inserin-
do o graffiti em um novo suporte no interior de um museu. Além
disso, dentro da programação da exposição estava prevista a
realização de visitas aos graffitis locais; ação financiada pelos
patrocinadores do evento, os principais bancos da cidade, que
visavam sobretudo a valorização dos prédios que continham es-
sas produções artísticas.
A mostra ocorreu entre os dias 18-03-2016 e 26-06-2016, no
Palazzo Pepoli, e contou com cerca de 300 obras de arte, fotos,
vídeos, documentos provenientes da Europa e dos Estados Uni-
dos. Algumas obras expostas eram públicas e outras pertencen-
tes a coleções particulares. A organização do evento ficou sob a
responsabilidade do grupo Arthemisia, a maior produtora de ex-
posições de Itália, e do sistema de museus do centro de Bolonha,
o Genus Bononiae, presidido pelo ex-acadêmico Fabio Roversi
Monaco, que também atuou como presidente do banco IMI20.
De acordo com a postagem realizada por Blu no site do co-
letivo italiano de escritores de esquerda “Wu Ming”, o nome de
Roversi Monaco evoca poder, dinheiro, privatizações e políticas
repressivas. O artista aponta também casos de intolerância para
com protestos estudantis quando Monaco era reitor da Univer-
sidade da cidade. Além disso, Blu critica a criminalização que os
grafiteiros vêm sofrendo, fato colocado em evidência por meio
de dezesseis processos que criminalizam os artistas por pinta-
rem nas ruas de Bolonha.
20
Instituto bancário de investimentos do Grupo Intesa Sanpaolo. O Intesa
Sanpaolo é um dos maiores bancos da Itália. Está sediado em Milão e formou-
-se a partir da fusão do Banca Intesa com o Sanpaolo IMI em 2007.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 107
possível se opor à lógica atual. Suas ações são pistas que deve-
mos seguir para nos contrapor ao que está posto e buscar, por
meio da análise histórica, perceber onde estão as brechas, onde
estão as possíveis saídas. Como nos diz Calvino (1990, p. 150):
O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que
já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que for-
mamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer.
A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno
e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A
segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínu-
as: procurar e reconhecer quem e o que, no meio do inferno,
não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço.
21
Em diálogo com Lefebvre traremos as discussões de Frehse (2005, 2011) nos
livros intitulados O tempo das ruas na sociedade na São Paulo de fins do im-
pério e Ô da Rua: o transeunte e o advento da modernidade em São Paulo.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 111
22
Optamos por preservar a identidade da criança e asseguramos a posse do
termo de livre assentimento para apresentação dos dados da entrevista re-
alizada.
23
O nome da rua foi dado em homenagem ao empresário que implantou em
Cariacica nos idos dos anos de 1940 a Companhia Comercial de Couros Ltda.,
Industriais Bovinos Capixaba Ltda. e a Imobiliária Itacibá S.A. A Imobiliária
abriu ruas e praças que deram origem ao Bairro Campo Grande.
114
24
O termo Cariacica é uma abreviação de Carijacica, que significa chegada do
branco na linguagem Tupi. Inicialmente, Cariacica era somente o nome ao rio
que desaguava na Baía de Vitória, mas com o tempo passou a denominar toda
a região local, marcado por origens que agregam povos indígenas, negros e
imigrantes europeus, com destaque aos Italianos. Durante o período colonial,
os povos indígenas tiveram suas moradias e terras invadidas, sua cultura ar-
rasada e seu povo destruído. Em consequência disso, várias fazendas de cana
-de-açúcar estabeleceram-se na região, utilizando-se de mão de obra escrava.
Antes de se tornar município, o local fazia parte do município de Vitória e
em 1890 tornou-se independente. Suas atividades econômicas agrícolas fo-
ram aos poucos substituídas por atividades de apoio à comercialização e ao
transporte de mercadorias, incentivadas pela construção da Estrada de Ferro
Vitória-Minas. Na década de 1940, com a inauguração da Companhia Vale do
Rio Doce (CVRD), a população urbana do município aumentou consideravel-
mente (BEZERRA, 1951).
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 115
Considerações Finais
Referências
Capítulo II
Educação na cidade de
Vitória - Espírito Santo
124
A modernização da cidade de Vitória:
Reflexões sobre a história capixaba
Patrícia Guimarães Pinto
Priscila de Souza Chisté
Modernidade e modernização
Contexto histórico
O Nascimento da capital
O advento da República
26
De acordo com o Dicionário online Online de Português, Arrabalde significa:
s.m. Que se encontra localizado na periferia de uma cidade; fora dos limites de
uma cidade; subúrbio. Local extremamente afastado do centro (cidade, bairro
etc); arredor. (Etm. do árabe: ar-rabad). Disponível em: <http://www.dicio.
com.br/arrabalde/>.
27
Conforme nos diz Bertoni (2015), Francisco Rodrigues Saturnino de Brito
formou-se engenheiro civil em 1886 pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro
tendo participado da expansão da malha rodoviária de vários estados brasi-
leiros como Minas Gerais, Pernambuco e Ceará. A partir de 1892 começa a re-
alizar trabalhos voltados para a área de saneamento básico vindo a participar
de importantes projetos em Vitória/ES, Campos dos Goytacazes/RJ, Santos/
SP, validando através deles princípios higienistas a fim de construir um saber
urbano de matriz sanitária.
138
A verticalização da cidade
30
Mais conhecida como Segunda Ponte liga Vila Velha a Vitória e Cariacica,
dando acesso também à BR 262. Disponível em: <http://www.iia.com.br/
guias/pontes.asp>.
31
Um dos maiores símbolos arquitetônicos da cidade, possui 3,33km de ex-
tensão, 70m de altura e 200m de distância de um pilar a outro, permitindo o
acesso de navios de grande porte. É a maior obra pública realizada no Estado
e o principal meio de ligação Vitória - Vila Velha e com o litoral sul do Estado.
Disponível em: <http://www.iia.com.br/guias/pontes.asp>.
148
Considerações Finais
Figura 9 – Vista atual do porto de Vitória, tirada do lado oposto da baía, em Vila Velha
Referências
Dilza Côco
Priscila de Souza Chisté
32
De acordo com o Dicionário Básico de Filosofia, de Japiassú e Marcondes
(2008), modernidade refere-se a uma nova forma de pensamento e de visão
de mundo inaugurada pelo Renascimento e que se contrapõe à escolástica e
ao estilo medieval. Segundo Harvey (2014), o projeto da modernidade rela-
cionava-se ao esforço intelectual de pensadores iluministas para desenvolver
a ciência objetiva, a moralidade, as leis universais e a arte autônoma. A ideia
era usar o acúmulo de conhecimentos gerado até a ocasião em busca da eman-
cipação humana e a melhoria da vida diária. O desenvolvimento de formas
racionais de organização social e de modos racionais de pensamento prometia
o domínio da ciência sobre a natureza, a libertação das irracionalidades do
mito, da religião, da superstição, a liberação do uso arbitrário do poder, bem
como do lado sombrio da própria natureza humana. Contudo, tal otimismo
caiu por terra quando no século XX foram criados, em nome de tal desenvolvi-
mento, os campos de concentração, o militarismo, as duas guerras mundiais e
os ataques nucleares a Hiroshima e a Nagasaki. Marx e Engels (1990) compre-
endem a modernidade como transformação, mudança, novidade, revolução,
que faz desmoronar antigas tradições, relações sociais, hábitos e preceitos até
então rígidos e fixos. A modernidade envolve uma ruptura com as condições
históricas precedentes e pode ser interpretada como portadora de uma ten-
são que ao mesmo tempo expressa perspectivas de destruição e de criação.
Segundo Harvey (2014), a destruição criativa é uma das características do
projeto da modernidade, pode ser reconhecida nas artes visuais e também na
arquitetura por meio da grande preocupação com a criação de novos códigos
que rompem com antigas linguagens, valorizando a inovação e a efemerida-
de. Nesse contexto, compreendemos que modernismo é um movimento que
defende a renovação do pensamento e a ruptura com a tradição artística clás-
sica. Já modernização se apresenta como um projeto da modernidade feito a
partir de uma ideologia desenvolvimentista, do progresso e da racionalidade.
Ela envolve a afirmação dos valores da classe social hegemônica e favorece a
ampliação do capitalismo por meio de um processo de expansão territorial.
A sua expressão pode ser identificada nas ruas, nas formas urbanas, nos sis-
temas de transporte, nos contrastes das cidades, nos diferentes lugares, na
velocidade, na circulação de mercadorias etc.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 159
35
Para Bourdieu (1989), o poder simbólico é um tipo de manifestação que so-
mente pode ser mobilizado e efetivado com o envolvimento de entes sujei-
tados ou partícipes da produção desse poder, de modo relacional. Em cenas
da vida quotidiana, é possível encontrar situações sociais tomadas como “na-
turais” e que se constituem pela manifestação do poder simbólico. Algumas
relações estabelecidas por membros e por instituições religiosas podem ser-
vir como exemplo de poder simbólico apresentando-se por meio de relações
interpessoais e interinstitucionais. É possível também afirmar que o poder
simbólico está na vida cotidiana. Ele se instaura na vida cotidiana quando as
pessoas são levadas a agir, a repetir gestos e atos numa rotina de procedimen-
tos que não lhes pertencem, nem estão sob seus domínios, podendo ocorrer
por meios místicos ou religiosos.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 167
Considerações Finais
Referências
História de Vitória
40
Também responsável pelo Horto Municipal (A GAZETA, 2014). Também foi o
responsável pelo projeto da Catedral de Vitória e de muitas vilas em Vitória.
Desejava criar um jardim botânico (TATAGIBA, 1978).
41
Trata-se de um estilo arquitetônico inspirado nas formas orgânicas da na-
tureza. Caracteriza-se pelo uso de linhas suaves e ondulantes, continuidade
dos espaços internos, degradé de tons, uso de ferro e opalina nos elementos
arquitetônicos (ALBERNAZ; LIMA, 1997).
42
Diretor honorário dos serviços de arquitetura, passeios, vias públicas da ci-
dade de Paris que de passagem pelo Brasil transmitiu estas ideias.
43
Foi um período entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras do sé-
culo XX em que vigorou o entusiasmo diante da nova configuração mundial:
a globalização, a modernidade, o progresso tecnológico e científico, o avanço
do capitalismo, a efervescência artística e a proliferação da vida boêmia com
seus inúmeros cafés, bares e cabarés” (CANAL FILHO et al., 2012, p. 44).
206
45
“Movimento arquitetônico introduzido no início deste século por arquite-
tos europeus e americanos, como Walter Gropius (1883-1969) e Frank Lloyd
Wright (1869-1959). Caracteriza-se pelo uso de formas geométricas, composi-
ção assimétrica, ausência de ornamentação e amplas aberturas nas fachadas,
geralmente em faixas horizontais. No Brasil é introduzido na década de 30
por Le Corbusier (1887-1966), sendo influenciado pelos princípios por ele es-
tabelecidos. A arquitetura que segue os princípios do modernismo ou que tem
suas características é chamada de arquitetura moderna. É também chamada
de estilo internacional” (ALBERNAZ; LIMA, 1998, p. 393).
46
O Santa Cecília foi construído no lugar do cinema Politheama, enquanto e
hoje em dia é uma igreja evangélica. Na época, possuía a maior tela de proje-
ção do Espírito Santo. Quanto ao São Luiz era um cinema considerado chique,
construído com materiais sofisticados. O cinema nessa época considerado um
programa refinado que agradava muito às elites. Eram concorridas as matinês
que ocorriam domingo pela manhã. E após o cinema, completavam o domingo
com um passeio no Parque Moscoso (KUSTER, 2003).
210
Potencial educativo
do Parque Moscoso
Considerações finais
Referências
50
Os ventos predominantes no Espírito Santo vêm do nordeste e sopram de 8
a 9 meses por ano (janeiro, fevereiro, março, julho, agosto, outubro, novem-
bro e dezembro) em velocidade que varia de 4 a 38 km/hora.
51
Pó preto é o nome dado pelos moradores da Grande Vitória às partículas de
minério de ferro em suspensão no ar.
52
Entendemos ambiente a partir da concepção de totalidade, ou seja, aquela
que traduz o ambiente como o espaço geográfico, lugar de interação dialéti-
ca entre o homem e a natureza, onde o físico/biológico não se fragmenta do
social, do cultural, do político e do econômico.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 225
O direito à cidade
Nesse quadro, os países periféricos se tornaram palco de
produção e acumulação de capital para os países centrais, haja
54
No ano de 1966, o porto Tubarão começou a operar. Em seguida, em 1969, a
primeira usina de pelotização da chamada CVRD, em Tubarão, com enverga-
dura para produzir mais de dois milhões de toneladas/ano, foi inaugurada.
55
Na década de 1960, devido à queda expressiva do preço do café e a alta con-
corrência, o Governo Federal lançou o “Plano de Erradicação dos Cafezais” com
o intuito de erradicar a cafeicultura para diversificar a produção econômica.
230
56
Relatos obtidos por meio de anotações elaboradas em roteiro de campo fei-
to durante passeio ecológico pelo entorno da Vale S.A. na praia de Camburi
realizado pela AAPC (Associação dos Amigos da Praia de Camburi) no dia 7 de
janeiro de 2017.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 231
57
“O passivo ambiental pode ser conceituado como toda agressão que se pra-
ticou/pratica contra o meio ambiente e consiste no valor de investimentos
necessários para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações em potencial”
(IBRACON, 1996, p. 5 apud SANTOS et al., 2001, p. 92).
232
Média do
Diferença
Estado do
Doença Média Nacional em porcen-
Espírito
tagem
Santo
Rinocon-
12,0 20,0 66,6%
jutivite
Referências
Gradativamente, os movimentos sociais em prol das crian-
ças também foram conquistando direitos legais de proteção
contra os maus tratos. Assim, em 13 de julho de 1990 é promul-
gado o Estatuto da Criança e do Adolescente, que, entre outras
conquistas importantes, institui os conselhos dos direitos da
criança e do adolescente em todos os níveis, com caráter deli-
berativo, cujos objetivos são: assegurar políticas públicas para
a efetivação desses direitos, zelar pelo cumprimento da Lei e
atender os casos de violação dos mesmos.
Mas, ainda hoje, mesmo que se reconheça a criança como
um indivíduo que sente, pensa e age sob uma ótica própria, que
lhe permite interpretar os fatos e as vivências pelas quais passa
de forma singular, é fácil perceber que nossa cidade não é pla-
nejada ou pensada para que as crianças dela se apropriem e a
utilizem de forma autônoma. Os espaços a elas destinados não
atendem aos seus impositivos peculiares como, por exemplo,
sua estatura. Os painéis, as gravuras, as estantes são instalados
na altura do olhar dos adultos. Para que consigam enxergá-los,
é necessário pegá-las no colo; também não há banheiros ou tro-
cadores de bebês disponíveis nas praças ou teatros e, muitas ve-
zes, nem mesmo programação infantil de que possam usufruir.
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 247
Considerações finais
Referências:
Capítulo III
Educação na cidade e suas
interfaces com a literatura
262
O outro e a cidade na literatura
brasileira: um diálogo entre Rubem
Fonseca e as relações de alteridade
no espaço urbano
Letícia Queiroz de Carvalho
Mas não foi a última vez. Todos os dias ele surgia, repentina
mente, súplice e ameaçador, caminhando ao meu lado, ar-
ruinando a minha saúde, dizendo é a última vez doutor, mas
nunca era. Minha pressão subiu ainda mais, meu coração ex-
plodia só de pensar nele. Eu não queria mais ver aquele sujei-
to, que culpa eu tinha de ele ser pobre? (FONSECA, 2012, p. 48).
Referências
As Cidades na poesia
O olho da rua vê
O que não vê o seu.
Você, vendo os outros,
Pensa que sou eu?
Ou tudo que teu olho vê
Você pensa que é você?
(LEMINSKI, 1990: s.p.)
60
Paulo Leminski nasceu em Curitiba, Paraná, em 1944. Ficou conhecido por
sua irreverência na criação poética, misturando trocadilhos e ditados popu-
lares. Começou sua carreira como escritor publicando em revistas alternati-
vas. Seus livros foram publicados na década de 1980. Entre eles destacam-se:
Capricho e Relaxos, La Vie en Close, Não Fosse Isso e Era Menos / Não Fosse
Tanto e Era Quase. Exerceu o magistério como professor de História e Reda-
ção. Compôs músicas chegando a fazer parceria com Caetano Veloso. Faleceu
precocemente em 1989.
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Curitibas
Ó destemido barqueiro.
Senhor das águas do mar.
Que fizeram da barcaça.
Da tua linda barcaça
Que, à fria luz do luar,
Vinhas aqui ancorar?
Ó desgraçado marujo.
Humilde amante das vagas.
Quem levou para outras plagas
A tua leve barcaça
Que, dia e noite, singrava
Os grandes mares do Norte?
Ó robusto marinheiro.
Alma nascida da espuma,
Da branca espuma do mar...
Por que não vais procurar
Por esses mundos distantes
A fada do teu sonhar?
Ó tristonho aventureiro,
Escravo das verdes ondas,
Das ondas verdes do Atlântico,
Sem a tua embarcação,
A luz dos astros é baça...
A praia ficou deserta...
Não há festa sobre as águas!
E a ventania que passa,
Em ânsia, está soluçando
Por não poder embalar
As velas da tua náu...
Ó desditoso praieiro,
Coração cheio de sonhos.
Agarra a tua viola
E vem cantar os teus fados!
Por certo, ouvindo os teus prantos.
As sereias do alto mar,
Em breve, farão voltar
Para esta praia de encantos
A causa do teu penar...
Ó desgostoso argonauta,
Homem criado nas águas,
Já eu sinto enorme falta
Daquelas doces histórias
Que, da popa do teu barco,
Tu me contavas, sorrindo...
Havia sempre em teus contos
Alguma coisa de mim...
Quantas mulheres bonitas,
Quantas donzelas ingênuas
Deixastes, em terras estranhas,
À espera da tua volta?
Ó infeliz pescador,
Miserável sonhador,
Com a ausência da tua barca,
O que terás para os teus?
Não há peixe e nem há pão
Na dispensa do teu lar!
Tua esposa está chorando
Por saber que andas penando...
Tua mãe, santa velhinha,
De há muito, vive a implorar
À virgem dos Navegantes
O desejado regresso
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 301
Ó formoso enamorado
Dos mistérios do Oceano,
A noite já vem descendo
Com seu véu todo de estrelas...
Somente a tua barcaça
Até agora não veio
Parar aqui neste cais!
Senhor dos Céus e da Terra,
Quem foi, acaso, o ladrão
Que roubou a embarcação
Deste velho marinheiro?
Depois de escutar tantos lamentos,
Triste, responde o barqueiro:
Nascida no mar,
Só vivo a cantar...
Além de praieira,
Sou linda rendeira...
Quando há casamentos,
(Que doces momentos!)
As noivas vizinhas
Me trazem mil linhas...
E franjas, e bicos,
Também crivos ricos.
Me ponho a tecer,
Com grande prazer...
Na aldeia querida,
Já sou conhecida...
Meus leves rendados
Não são desprezados...
OS SETE VELHOS
A Vitor Hugo
Referências
CANDIDO, Antonio. Vários Escritos. 2ª. Ed.. São Paulo: Duas Ci-
dades, 1995.
310
PAZ, Octavio. A outra voz. Trad. Wladir Dupont. São Paulo: Si-
ciliano, 1993.
El sistema:
Con una mano roba lo que con la otra presta.
Sus víctimas:
Cuanto más pagan, más deben.
Cuanto más reciben, menos tienen.
Cuanto más venden, menos cobran.
(Eduardo Galeano, El libro de los abrazos)
a. Muros y murallas
b. Triunfos ilusorios
c. Población y pobreza
d. Producción, inconsciencia,
automatización
65
http://www.portafolio.co/internacional/pobreza-america-lati-
na-2015-492947 Recuperado el 20 de marzo de 2017.
64
http://mansunides.org/es/observatorio/pobreza-extrema Recuperado el
20 de marzo de 2017.
320
e. Centro y periferia
f. Espacios y poder
g. Clases sociales
La ciudad en la mirada
de Eduardo Galeano
los últimos, los del final; les contaba cómo vivían y viven los
de ese mundo del que los del norte también se sienten dueños
porque se lo apropiaron con el supuesto derecho del despojo
que consideran inherente a ellos:
a. Miseria y economía
Niños que para sobrevivir se hacen uno con otros en la
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b. Los olvidados
“Nochebuena
FERNANDO Silva dirige el hospital de niños, en Managua.
En vísperas de Navidad, se quedó trabajando hasta muy tarde.
Ya estaban sonando los cohetes, y empezaban los fuegos
artificiales a iluminar el cielo, cuando Fernando decidió
marcharse. En su casa lo esperaban para festejar.
Hizo una última recorrida por las salas, viendo si todo
quedaba en orden, y en eso estaba cuando sintió que unos
pasos lo seguían. Unos pasos de algodón: se volvió y descubrió
que uno de los enfermitos le andaba atrás. En la penumbra, lo
reconoció. Era un niño que estaba solo. Fernando reconoció
su cara ya marcada por la muerte y esos ojos que pedían
334
Galeano es la memoria de los desmemoriados. Su vida
consistió en rememorar a los olvidados y a recordar a los
desmemoriados la historia de la opresión, a no dejar morir
la existencia de quienes sostienen al sistema que los asesina
y sepulta con el olvido a los muertos que dieron su vida para
dignificar la vida de sus hermanos y de sus hijos. Pero ya
muertos están vivos en la memoria de la historia:
La desmemoria/4
Chicago está llena de fábricas. Hay fábricas hasta en pleno
centro de la ciudad, en torno al edificio más alto del mundo.
Chicago está llena de fábricas, Chicago está llena de obreros.
Al llegar al barrio de Heymarket, pido a mis amigos que me
muestren el lugar donde fueron ahorcados, en 1886, aquellos
obreros que el mundo entero saluda cada primero de mayo.
- Ha de ser por aquí -me dicen. Pero nadie sabe.
Ninguna estatua le ha erigido en memoria de los mártires de
Chicago en la ciudad de Chicago. Ni estatua, ni monolito, ni
placa de bronce, ni nada.
c. Injusticia de género
Mil autos nuevos aparecen cada día en las calles de San Pablo.
Pero San Pablo respira los domingos y se asfixia el resto de la
semana; sólo los domingos se puede ver, desde las afueras, a
la ciudad habitualmente enmascarada por una nube de gases
(…) En Santiago de Chile, han denunciado los ecologistas, cada
niño que nace aspira el equivalente de siete cigarrillos diarios,
y uno de cada cuatro niños sufre alguna forma de bronquitis.
La ciudad está separada del cielo por un paraguas de
contaminación, que en los últimos quince años ha duplicado
su densidad mientras se duplicaba, también, la cantidad de
automóviles.
Año tras año se van envenenando los aires de la ciudad
llamada Buenos Aires, al mismo ritmo en que va creciendo el
parque automotor, que aumenta en medio millón de vehículos
por año (GALEANO, 1999, p. 245-247).
Los rostros feos de las ciudades son los rostros de los pobres
en las calles. Los rostros hermosos de las ciudades son los que
viven mirando hacia el norte, hacia Miami.
La alienación/2
Creen los que mandan que mejor es quien mejor copia (...)
La alienación en América Latina: un espectáculo de circo.
Importación, impostación: nuestras ciudades están llenas
de arcos de triunfo, obeliscos y partenones. Bolivia no tiene
mar, pero tiene almirantes disfrazados de lord Nelson. Lima
no tiene lluvia, pero tiene techos a dos aguas y con canaletas.
En Managua, una de las ciudades más calientes del mundo,
condenada al hervor perpetuo, hay mansiones que ostentan
soberbias estufas de leña, y en las fiestas de Somoza las damas
de sociedad lucían estolas de zorro plateado (GALEANO, 2009,
p. 147).
Por eso se adoptan nombres extranjeros, porque el rechazo
del origen lleva al rechazo de sí mismo. Nombres de ciudades
del norte en barrios pobres de una ciudad del sur:
Son letras que hacen hablar a las paredes, son muros que
gritan a los paseantes, pero no dividen, unen a la gente con
destinatarios definidos.
h. Religión
El arzobispo Desmond Tutu se refiere al África, pero también
vale para América:
-Vinieron. Ellos tenían la Biblia y nosotros teníamos la tierra,
Y nos dijeron: <<Cierren los ojos y recen>>. Y cuando abrimos
los ojos, ellos tenían la tierra y nosotros teníamos la Biblia
(GALEANO, 1992, p. 22).
Para Marx, “la miseria religiosa es, al mismo tiempo,
la expresión de la miseria real y la protesta contra la miseria
real. La religión es el suspiro de la criatura atormentada, el alma
de un mundo desalmado, y también es el espíritu de situaciones
carentes de espíritu. La religión es el opio del pueblo” (MARX,
Educação na cidade: conceitos, reflexões e diálogos 341
i. Los activistas
j. Las utopías…
Referências
As autoras e os autores
Dilza Côco
Licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES), mestre e doutora em Educação pela UFES. Pro-
fessora do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humani-
dades do Instituto Federal do Espírito Santo (Campus Vitória)
e coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Ensino de
Humanidades (Gepech).
Israel Frois
Licenciado em Geografia pela Universidade Federal do Espíri-
to Santo (UFES), especialista em Informática na Educação pelo
Instituto Federal do Espírito Santos (IFES) e Mestre em Ensino
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