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simbologia

Introducao

Atualmente, devido a todos os aperfeiçoamentos e intensificação da produção industrial,


os geradores de vapor fornecem o vapor indispensável a muitas atividades, não só
para movimentar máquinas,mas também para limpeza,esterilização, aquecimento e participação
direta no processo produtivo, como matéria-prima. Além da indústria, outras
empresas utilizam cada vez mais vapor gerado pelas caldeiras, como restaurantes,hotéis,
hospitais e frigoríficos.
O mais importante gerador de vapor é a caldeira, que é, basicamente um trocador de
calor que trabalha com pressão superior à pressão atmosférica, produzindo vapor a partir
da energia térmica fornecida por uma fonte qualquer.

1. Introdução O presente trabalho é o resultado do estudo energético efectuado na açucareira de


Xinavane no âmbito da disciplina Projecto do Curso da engenharia mecânica da Faculdade de
Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane. Porque um balanço energético numa
açucareira? Um balanço energético em qualquer fábrica cobre-se de capital importância, pois
permite predizer e decidir sobre os vários parâmetros operacionais da fábrica. O balanço
energético de uma caldeira consiste em avaliar a relação entre os parâmetros de entrada e de
saída. Importa, com efeito, realçar que sem um balanço energético numa indústria, em particular
na de processo torna-se difícil ou mesmo impossível tomar diversas decisões com vista a
introdução de melhorias no equipamento, projectos de expansão e até mesmo avaliar o
desempenho económico da fábrica. O cálculo da eficiência das caldeiras, a análise da relação
entre os diversos parâmetros operacionais das caldeiras, a identificação das perdas de energia
entre outros, o desenvolvimento de um aplicativo para a execução do balanço energético, são
alguns dos objectivos a que o presente trabalho se propõe a alcançar. De notar que a realização
do balanço energético não é tarefa fácil, porém, o recurso a cibernética torna a sua realização
bastante simples e menos onerosa. O presente trabalho é composto por 9 capítulos
respectivamente designados por: Introdução, Objectivos, Estudos similares na área, Modelo
matemático do balanço energético das caldeiras, Avaliação das perdas de energia nas linhas de
vapor, Breve descrição do aplicativo, Conclusões e recomendações, Referências e bibliografia e
por ultimo os anexos.

Objectivos

2. Objectivos ¾ Calcular o rendimento das caldeiras; ¾ Definir o regime óptimo de operação das
caldeiras do ponto de vista da combustão; ¾ Avaliar as perdas de energia térmica nas linhas de
vapor super aquecido; ¾ Identificar as possíveis causas das perdas; ¾ Analisar a relação entre os
diferentes parâmetros energéticos; ¾ Calcular o consumo de combustível mais adequado aos
valores nominais dos parâmetros de pressão e temperatura da fábrica, ¾ Desenvolver um
aplicativo electrónico que execute o balanço energético das caldeiras e linhas de vapor.
Gerador de Vapor

Caldeira ou Gerador de vapor é um equipamento que se destina a gerar vapor através de um troca
térmica entre o
combustível e a água , sendo que isto é feito por este equipamento construído com chapas e tubos
cuja finalidade é fazer
com que água se aquece e passe do estado líquido para o gasoso, aproveitando o calor liberado
pelo combustível que faz
com as partes metálicas da mesma se aqueça e transfira calor à água produzindo o vapor.
A finalidade de se gerar o vapor veio da revolução industrial e os meios da época que se tinha era
de pouca
utilização , mas o vapor no inicio serviu para a finalidade de mover máquinas e turbinas para
geração de energia e
locomotivas, com advento da necessidade industrial se fez necessário à necessidade de
cozimentos e higienização e
fabricação de alimentos, se fez necessário à evolução das caldeiras.
Com isto se utiliza o vapor em lacticínios, fabricas de alimentos ( extrato de tomate, doces),
gelatinas, curtumes,
frigoríficos, industrias de vulcanização, usinas de açúcar e álcool, tecelagem , fabricas de papel e
celulose entre outras.
VAPOR

O vapor, como sabemos, é a água no estado gasoso. Esta mudança de estado é proporcionada
pelo efeito direto do calor e inverso da pressão. Em outras palavras: ao fornecermos calor para a
água, a mesma tem sua temperatura elevada até um certo limite e, a partir daí, começa a passar
para a fase gasosa. Para que isto ocorra, as moléculas de água no líquido têm que vencer a força
que a pressão exerce sobre elas, ou seja, quanto maior a pressão, mais força as moléculas tem
que fazer. Esta energia é fornecida justamente pelo aquecimento e resulta no aumento da
temperatura de vaporização do líquido. Quanto maior for a pressão, mais energia o vapor
transportará pelas moléculas de água que o constitui. Ao se condensar, a mesma energia que as
moléculas absorveram para passar para fase vapor é liberada para o meio, resultando aí na
transferência de energia na forma de calor.

2.1. Descrição
As caldeiras ou geradores de vapor, são equipamentos destinados a transformar água em vapor.
A energia necessária à operação, isto é, o fornecimento de calor sensível à água até alcançar a temperatura de
ebulição, mais o calor latente a fim de vaporizar a água e mais o calor de superaquecimento para transformá-la em
vapor superaquecido, é dada pela queima de um combustível.

2.2. Classificação
Conforme o tipo, as caldeiras podem ser classificadas em:
Flamotubulares;
Aquotubulares.

Quanto à energia empregada no aquecimento:


a) a partir de combustíveis: sólidos; líquidos; gasosos;
b) elétricas: jatos-de-água; eletrodos submersos; resistores; ou
c) caldeiras de recuperação; gases de outros processos; recuperação química.

■ Quanto à montagem:
a) caldeiras pré-montadas (compactas); ou
b) caldeiras montadas em campo.

■ Quanto à sustentação:
a) caldeiras auto-sustentadas;
b) caldeiras suspensas; ou
c) sustentação mista.

■ Quanto à circulação de água:


a) circulação natural; ou
b) circulação forçada.

■ Quanto ao sistema de tiragem:


a) tiragem natural;
b) tiragem forçada; ou
c) tiragem balanceada ou induzida.

2.2.1. Caldeiras flamotubulares


No primeiro caso, os gases quentes passam por dentro de tubos, ao redor dos quais está a água a ser aquecida e
evaporada. Os tubos são montados à maneira dos feixes de permutadores de calor, com um ou mais passos dos gases
quentes através do mesmo. Na figura 01, podemos ver em corte uma caldeira deste tipo. As caldeiras flamotubulares
são
empregadas apenas para pequenas capacidades e quando se quer apenas vapor saturado de baixa pressão.

Fonte:
http://2.bp.blogspot.com/QEPjYtdbeCI/VW5g68lOMzI/AAAAAAAAAHg/RXGx1A_8xx8/s16
00/Caldeira%2Be%2Bcomponentes.jpg

Vantagens e Desvantagens das Caldeiras Flamotubulares


2.4.9.1. Vantagens
As principais vantagens das caldeiras deste tipo são:
custo de aquisição mais baixo;
exigem pouca alvenaria;
atendem bem a aumentos instantâneos de demanda de vapor.
2.4.9.2. Desvantagens
Como desvantagens, apresentam:
baixo rendimento térmico;
partida lenta devido ao grande volume interno de água;
limitação de pressão de operação (máx. 15 kgf/cm²);
baixa taxa de vaporização (kg de vapor / m² . hora);
capacidade de produção limitada;
dificuldades para instalação de economizador, superaquecedor e pré-aquecedor

Caldeiras aquotubulares

O outro tipo, que é o mais empregado, como o próprio nome indica, tem circulação de água por dentro dos tubos e
os gases quentes envolvendo-os. São usados para insta1ações de maior porte e na obtenção de vapor superaquecido.
Sendo este tipo o mais importante, veremos com mais detalhes seus componentes.

São caldeiras onde a água fica dentro dos tubos e coletores. Estes também chamados de tubulões
são no mínimo de dois, interligados por centenas de tubos. São caldeiras de capacidade de vazão
a partir de 10 t/h não havendo limite superior, e altas pressões normalmente a partir de 20
kgf/cm2 até 200 kgf/cm2 . São utilizadas normalmente para vapor superaquecido, que é
produzido ao vapor saturado passar pelo superaquecedor. O mesmo consiste de um feixe tubular
que pode ser instalado dentro da caldeira ou na saída de gases da combustão, dependendo do
projeto do fabricante. São utilizadas tanto onde se queima combustível sólido, tal como carvão
ou biomassa como combustíveis gasosos e líquidos com diversos queimadores. A câmara de
combustão é formada pelas grelhas, onde o combustível sólido é queimado sendo revestida por
tubos e/ou refratários. Atualmente tanto as grelhas quanto os tubos são refrigerados com água.
As cinzas caem pelas fendas das grelhas, por onde passa o ar de combustão. Os economizadores
são trocadores de calor que aquecem a água antes desta entrar nas caldeiras. São instalados na
saída dos gases de combustão aproveitando seu calor sensível. Os pré-aquecedores de ar também
utilizam a energia contida nos gases de combustão para aumentar a temperatura do ar utilizado
na combustão.

Componentes
Encontramos nestas caldeiras, geralmente, os seguintes componentes:
Câmara de combustão
Tubos
Coletores
Tubulão
Superaquecedor
Sopradores de fuligem
Pré-aquecedor de ar.
Economizado
Alvenaria (refratários)
Queimadoras
Ventiladores
Chaminé
Válvulas de segurança

Fonte: http://images.slideplayer.com.br/3/1256733/slides/slide_58.jpg
A câmara de combustão é a região onde se dá a queima do combustível, com produção dos gases de combustão
que fornecem calor à água.
Os tubos servem para a circulação de vapor e água dentro da caldeira, a fim de permitir a troca de calor entre
os gases quentes de combustão e a água ou vapor.
Os coletores são peças cilíndricas, às quais chegam e saem conjuntos de tubos, cuja finalidade, como o próprio
nome indica, é coletar água ou vapor.
O tubulão é um tambor horizontal, situado no ponto mais alto do corpo principal da caldeira, ao qual acham-se
conectados, através de tubos, os coletores, que se encontram em níveis diferentes dentro da caldeira.
A água circula várias vezes através do conjunto tubulão-coletores descendo pelos tubos externos e retornando pelos
internos. Essa circulação natural é provocada pela diferença de pressão exercida pelas colunas líquidas e pelas
correntes
de convecção formadas. A coluna externa contendo somente água é mais pesada do que a coluna interna contendo
água
+ vapor, promovendo então a circulação. A parte vaporizada vai se armazenando no tubulão, enquanto o líquido
volta a
circular.
Além de acumular o vapor, o tubulão recebe também a água de alimentação, que vem do economizador. O espaço
acima do nível d’água no tubulão, chama-se espaço de vapor.
Para evitar o arraste de gotículas de líquido junto ao vapor no espaço de vapor existem chicanas com a finalidade de
separar o líquido arrastado.
O vapor saturado separado no tubulão passa a outro conjunto de serpentinas, o superaquecedor, onde é obtido o seu
superaquecimento. As serpentinas do superaquecedor têm suas extremidades ligadas a dois coletores de vapor. O
superaquecedor pode situar-se na zona de radiação ou convecção, conforme o grau de superaquecimento para o qual
as
caldeiras são projetadas.
O pré-aquecedor de ar é utilizado para, aproveitando parte do calor dos gases residuais de combustão, aquecer o ar
de alimentação das chamas.
No economizador, a água de a1imentação passa por uma serpentina ou feixe tubular, a fim de aproveitar também o
calor dos gases residuais da combustão, para depois ir, então, ao tubulão já pré-aquecido, o que representa uma
economia de energia.
As paredes da caldeira são revestidas internamente de tijolos refratários, resistentes a altas temperaturas, que
protegem as partes metálicas estruturais da caldeira contra deterioração por alta temperatura e produzem
homogeneização da temperatura por reflexão do calor das chamas.
Os maçaricos das caldeiras são semelhantes aos dos fornos.
Os sopradores de fuligem são tubos providos de orifícios, inseridos transversalmente aos tubos das serpentinas, em
diversos locais da caldeira. São ligados, externamente à caldeira, ao sistema de vapor. Durante a operação da
caldeira,
há deposição de fuligem nos tubos, o que dificulta a transferência de calor. De tempos em tempos, então, é injetado
vapor através deste sistema com a finalidade de remover a fuligem. Para melhorar a atuação dos mesmos, os
sopradores
geralmente têm movimento de rotação, atuando assim em maior área.
Os ventiladores têm a finalidade de movimentar o ar de combustão até os queimadores na câmara de combustão e
os gases da câmara de combustão até a chaminé. Existem dois tipos funcionais de ventiladores: de tiragem forçada,
que
apanha o ar atmosférico e o envia através dos dutos da caldeira para os queimadores e o de tiragem induzida,
instalado
na saída da caldeira, que succiona os gases de combustão de dentro da câmara e os conduz à chaminé.
A chaminé é a parte que conduz os gases de combustão à atmosfera (em altura suficientemente grande para que não
venham a ser danosos ao meio ambiente).
As válvulas de segurança são válvulas especiais, instaladas no tubulão, cuja finalidade é dar saída ao vapor no caso
deste atingir uma pressão superior a um máximo admitido pelas condições de segurança operacional.
Fonte: Nilson, 2008

Tipos de Caldeiras Flamotubulares


As caldeiras de tubos de fogo ou tubos de fumaça, fogotubulares, flamotubulares ou ainda gás-tubulares são
aquelas em que os gases provenientes da combustão (gases quentes) circulam no interior dos tubos e a água a ser
aquecida ou vaporizada circula pelo lado de fora.
Este tipo de caldeira é o de construção mais simples, e pode ser classificado quanto à distribuição dos tubos, que
podem ser tubos verticais ou horizontais.

2.4.1. Caldeiras de Tubos Verticais


Nas caldeiras de tubos verticais, os tubos são colocados verticalmente num corpo cilíndrico fechado nas
extremidades por placas, chamadas espelhos. A fornalha interna fica no corpo cilíndrico logo abaixo do espelho
inferior. Os gases de combustão sobem através dos tubos, aquecendo e vaporizando a água que está em volta deles.
As fornalhas externas são utilizadas principalmente no aproveitamento da queima de combustíveis de baixo poder
calorífico, tais como: serragem, palha, casca de café e de amendoim e óleo combustível (1A, 2A ... etc.)
Caldeiras de tubos horizontais
As caldeiras de tubos horizontais abrangem vários modelos, desde as caldeiras Cornuália e Lancaster, de grande
volume de água, até as modernas unidades compactas. As principais caldeiras horizontais apresentam tubulões
internos
nos quais ocorre a combustão e através dos quais passam os gases quentes. Podem ter de 1 a 4 tubulões por fornalha.
2.4.2.1. Tipos de caldeiras de tubos horizontais
2.4.3. Caldeiras de Cornuália
Aa caldeiraa Cornuália, um dos primeiros modelos desenvolvidos, é constituída de um tubulão horizontal ligando a
fornalha ao local de saída de gases. É de funcionamento simples, porém de rendimento muito baixo.
Suas principais características são: pressão máxima de operação de 10 kgf/cm², vaporização específica 12 a 14 kg
de vapor/m² e máximo de 100m² de superfície.
Figura 7. Exemplo de caldeira Cornuália.

) EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA GERAÇÃO DE VAPOR

Lista-se abaixo os diversos itens da Casa de Caldeiras, onde existem oportunidades de


implantação de projetos de eficiência energética.

3.2.1) Gases de combustão

A temperatura dos gases da chaminé deve ser sempre controlada, pois afeta diretamente a
eficiência da caldeira. Existem diversos fatores que afetam esta temperatura:

a) Produção de vapor

Quanto maior for a produção de vapor, maior será a temperatura dos gases de combustão.
Porém, trabalhar com a caldeira a baixa produção não trás uma vantagem, pois aumentam as
perdas pelo costado e o excesso de ar. É importante levar em conta que, ao se operar uma
caldeira além de sua capacidade máxima, a temperatura de saída de gases aumentará de
forma desproporcional.

b) Projeto da Caldeira

Uma área de troca adicional trará bons resultados, quanto a uma menor temperatura de
gases. Porém, deve-se verificar para cada caldeira e combustível a temperatura ideal dos
gases. 26 Temperaturas muito baixas provocam condensação do enxofre (combustível sendo
óleo), provocando corrosão em toda a estrutura de exaustão de Gases. Para o gás natural a
temperatura mínima é de 120 C, para carvão e óleos com baixo teor de enxofre 150 C e para
óleos com alto teor de enxofre é de 180 C.

c) Sujeira nas superfícies de troca térmica – Lado da Combustão

Recomenda-se fazer a limpeza periódica das superfícies internas dos tubos (caldeiras
flamotubulares) e externas a estes (caldeiras aquatubulares). Estas incrustações impedem a
perfeita troca térmica, já que muitas vezes funcionam como isolantes.

d) Sujeira nas superfícies de troca térmica – Lado da Água

Um dos principais objetivos do tratamento de água de alimentação é se evitar a formação de


incrustações e depósitos de cálcio, magnésio e sílica na área ocupada pela água. Estas
também funcionam como isolantes térmicos, provocando o superaquecimento das
tubulações. e) Passagem direta de gases da exaustão Poderá ocorrer falha interna na caldeira,
de forma que os gases saiam de forma inadequada pela chaminé, ao invés de passar pela área
de troca térmica. Neste caso, deve-se parar a caldeira e realizar a manutenção na mesma.

3.2.2) Nível de excesso de ar

Deve-se estar com um excesso de ar na combustão, pois as condições normais nunca são as
ideais. Porém, níveis baixos de excesso de ar resultam combustíveis não queimados
(combustível, fuligem, fumos e monóxido de carbono). Níveis altos de excesso de ar
provocarão perda de calor, devido ao aumento de fluxo de gases pela chaminé. Como regra
geral, a eficiência da caldeira pode ser aumentada em 1%, para a redução de 15% no excesso
de ar ou redução de 22 C na temperatura dos gases da chaminé. Um exemplo pode ser
verificado na Tabela 3-1 onde se relaciona a eficiência da combustão com o excesso de ar e a
temperatura dos gases na chaminé.
Fonte: Eletrobrás (2005)

Concluindo a análise de gases na saída da chaminé, trás diversos benefícios, pois afeta
diretamente a eficiência da caldeira. Pode-se analisar de forma periódica ou instalar analisadores
automáticos o que alteraria automaticamente o excesso de ar.

3.2.3) Temperatura de água de alimentação

Quanto maior a temperatura da água ao entrar na caldeira, maiores serão as vantagens


operacionais:

- Não haverá interrupção na vaporização. A água na temperatura ambiente provoca esta


interrupção, dificultando a estabilidade de evaporação da caldeira.

- Minimiza os choques térmicos provocados pela entrada de água a baixa temperatura.


3.2.4) Pré-aquecedor de ar

O pré-aquecedor de ar eleva a temperatura do ar de combustão antes de sua entrada no


queimador. Absorve o calor cedido pelos gases de combustão melhorando o funcionamento dos
queimadores e da fornalha. O ar pré-aquecido melhora a estabilidade da chama, aumentando a
temperatura da fornalha, aumentando por consequência a troca de calor por radiação fazendo
com que seja necessário um menor excesso de ar de combustão. Este sistema é utilizado
principalmente em caldeiras aquotubulares e mistas, devido a espaço de instalação. Consiste em
um trocador de calor que é instalado na saída dos gases de combustão. O ar passa inicialmente
por este aquecimento e é conduzido para a fornalha da caldeira. Na Figura 3-9 exemplos de pré-
aquecedores de ar.

PURGADORES

Somente através da aplicação de válvulas automáticas se consegue garantir a descarga do


condensado sem perda de vapor. Isso porque essas válvulas reagem, abrindo ou fechando, em
função da presença de condensado. Válvulas assim são chamadas de purgadores e sua função é
drenar condensado sem perder vapor. Existem vários tipos de purgadores, cada qual com suas
características próprias de funcionamento, que definem sua aplicação ideal. Se as condições de
operação de todos os pontos de aplicação fossem as mesmas, existiria um único tipo de purgador
para atendê-las. Porém, na prática, isso não ocorre. Portanto, não existe um purgador universal,
que se aplique em qualquer condição de processo.

4.4.1) Tipos

Para selecionar corretamente um purgador, devem-se conhecer os vários tipos existentes e


observar as vantagens que se pode obter em cada um deles para cada caso. Uma drenagem mal
dimensionada ou projetada pode acarretar sérios problemas, com baixa produtividade do sistema,
sem falar nos riscos operacionais.

Além do condensado, deve-se levar em consideração também o efeito nocivo do ar em sistemas


de vapor. Nem todos os purgadores possuem dispositivos de eliminação de ar.

a) Purgadores de Bóia

O condensado chega ao corpo do purgador através do orifício e, à medida que o nível da água
vai aumentando, a bóia se eleva. Como a alavanca interliga a bóia ao obturador, essa
elevação desloca o mesmo, afastando-o da sede, permitindo o fluxo de condensado. Percebe-
se que, ao variar o nível da água, irá variar a abertura, permitindo a drenagem do condensado
de forma contínua, independente das condições de vazão do processo. Na ausência do
condensado, a bóia voltará à posição inferior e o obturador se assentará contra a sede,
bloqueando o fluxo.

O purgador de bóia mostrado na Figura 4-10 é dotado de um elemento eliminador de ar (item da


cor vermelha) idêntico ao elemento termostático de um purgador de pressão balanceada. Na
presença do ar, com o purgador frio, o elemento encontra-se retraído, permitindo o fluxo pelo
orifício. Com a chegada do condensado quente, o elemento se expande, levando a esfera contra o
orifício, bloqueando a passagem.
b) Purgadores de balde invertido

Os purgadores de balde invertido operam em função da força proporcionada pelo vapor que,
ao entrar no balde, o faz flutuar sobre o condensado presente. O funcionamento deste
purgador pode ser verificado na figura 4-14.

No início do processo, o balde encontra-se na posição inferior, mantendo o orifício da sede


aberto. O ar é descarregado, passando pelo orifício do balde e fluindo pelo orifício da sede. O
condensado entra pelo orifício, fazendo aumentar o nível de água, tanto no interior como na parte
externa do balde. Este permanece na posição inferior, mantendo a sede aberta, permitindo o
fluxo de condensado na descarga.
O combustível a utilizar

4.1.1. O Bagaço

O bagaço é o resíduo da cana moída, usado nas caldeiras como combustível para a produção de
vapor.

4.1.2. Composição física do bagaço

De acordo com o Hugot, E.(1969), a composição física do bagaço varia muito pouco com a
diversidade das máquinas empregadas, por isso para o presente estudo serão adoptados valores
bibliográficos para os casos em que não seja possível o apuramento por medição de um dado
parâmetro. A composição física do bagaço é a seguinte:

¾ A água (humidade);

¾ Fibra por sua vez constituída por celulose que segundo Hugot, E. (1969) forma a fibra do
bagaço.

¾ Matéria em solução na água

4.1.4. A composição química do bagaço

Tal como vários outros hidrocarbonetos, a composição química do bagaço é a seguinte:

Carbono C

Hidrogénio H

Oxigénio O

Cinzas ε

Água H2O
A análise química e energética do bagaço é feita considerando dois estados, húmido e seco visto
que o teor de humidade fornecido pelo laboratório local é referente ao bagaço no instante da sua
saída do último moinho. A composição química do bagaço varia pouco, entre os valores já
encontrados por diversos autores. Hugot, E.(1969), admite para efeitos de cálculo a seguinte
composição média do bagaço livre de humidade, isto é, seco é:

C = 47%

H = 6.5%

O2 = 44%

ε = 2.5 %

___________ 100%

Poder calorifico do bagaço de cana de acucar

O parâmetro que permite fazer uma avaliação energética mais elaborada do bagaço e de outros
combustíveis em geral é o poder calorífico (PC).

Define-se por PC, como a quantidade de calor que a combustão de 1 kg de um dado combustível
pode fornecer. Distinguem-se dois valores de poder calorífico:

O Poder Calorífico Superior (PCS) que é o calor produzido pela combustão de 1 kg do


combustível bruto, utilizado a 0 o C, sob a pressão atmosférica, sendo todos os produtos
relacionados a 0 o C e pressão atmosférica, Hugot, E. (1969). Na medição do poder calorífico
superior, não é considerada a presença de vapores resultante da água fisiológica do bagaço, como
também a água formada pela combustão do hidrogénio que entra na composição do combustível,
assume se que todo o vapor condensa–se durante as reacções de combustão.
O Poder Calorífico Inferior (PCI). Ao contrário do PCS, este aproxima-se mais da realidade
em termos de calor transferido por 1 kg de combustível, por conseguinte deve ser adoptado na
prática pois o PCI considera que a água fisiológica bem como a água resultante da combustão do
hidrogénio permanecem no estado de vapor durante os processos de combustão. Importa com
efeito, referir que segundo Hugot, E.(1969), não existem instrumentos que forneçam o PCI por
isso este deve ser calculado. Ainda segundo Hugot, E.(1969), os PCS e PCI estão relacionados
pela seguinte expressão:

PCI = PCS − 2510E

Onde: E, é o peso do vapor de água presente nos gases provenientes da combustão de 1 kg do


combustível em kg e os PCS e PCI são dados em kJ/kg. O peso do vapor E pode ser relacionado
com o peso do Hidrogénio de acordo com a equação de combustão do Hidrogénio na expressão a
seguir: H2 + O = H2O

2g + 16g = 18g

Analisando a Expressão acima vê-se que o peso da água formada é igual a 9 vezes o peso do
Hidrogénio. Portanto para um combustível seco tem-se:

E = 9H (4.7)

Onde: H é o peso de Hidrogénio que entra na composição de 1 kg do combustível. Assim sendo,


o PCI apenas para um combustível seco em kJ/kg será finalmente dado por:

PCI = PCS − 22593.6H (4.8)

De notar que para um combustível húmido é necessário levar em conta a água de humidade do
bagaço.

Poder Calorífico Superior.

O PCS do bagaço é quase constante em todos os países e para todas as variedades de cana,
Hugot, E. (1969). Na Tabela 5 dos anexos podem ser vistos alguns valores do PCS de bagaço
seco escolhidos ao acaso extraídos do Hugot, E. (1969) para diferentes países. De acordo com
Hugot, E. (1969), não se comete um erro de mais de 2% quando se adopta como valor universal
do PCS do bagaço seco : (4.9) Poder Calorífico Inferior. De acordo com o que foi dito em
4.1.4.,que o bagaço seco contém em média 6.5% de Hidrogénio, a Expressão (4.8) fornece para o
bagaço seco o valor de 17777.8 kJ/kg, aproximadamente 18 MJ/kg de PCI:

Hugot (1969), ainda em seus estudos analisou o processo de obtenção através de cálculos do
poder calorífico inferior do bagaço, uma vez que o resultado obtido por bomba calorimétrica
fornece apenas o poder calorífico superior.

Utilizando a composição química das amostras avaliadas, o autor chegou à Equação abaixo, ao
qual é possível obter o valor de poder calorífico inferior para o bagaço de cana de açúcar. Tal
equação foi confirmada experimentalmente com comprovação prática.

A equação de Hugot (1969) é o que melhor resume a obtenção do valor de poder calorífico
inferior (PCI) para o bagaço de cana de açúcar. A variável s é a % de açúcar contido no bagaço,
enquanto a variável w é a umidade do bagaço, também em %. O perfil da equação de poder
calorífico é linear, sendo mais sensível através do valor de umidade do bagaço.

Fluxo da matéria nas caldeiras


Referencia

http://www.snatural.com.br/PDF_arquivos/Torre-Caldeira-Tratamento-Agua-Caldeira.pdf

http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasalan/AT101-Aula05.pdf

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