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Introducao
Objectivos
2. Objectivos ¾ Calcular o rendimento das caldeiras; ¾ Definir o regime óptimo de operação das
caldeiras do ponto de vista da combustão; ¾ Avaliar as perdas de energia térmica nas linhas de
vapor super aquecido; ¾ Identificar as possíveis causas das perdas; ¾ Analisar a relação entre os
diferentes parâmetros energéticos; ¾ Calcular o consumo de combustível mais adequado aos
valores nominais dos parâmetros de pressão e temperatura da fábrica, ¾ Desenvolver um
aplicativo electrónico que execute o balanço energético das caldeiras e linhas de vapor.
Gerador de Vapor
Caldeira ou Gerador de vapor é um equipamento que se destina a gerar vapor através de um troca
térmica entre o
combustível e a água , sendo que isto é feito por este equipamento construído com chapas e tubos
cuja finalidade é fazer
com que água se aquece e passe do estado líquido para o gasoso, aproveitando o calor liberado
pelo combustível que faz
com as partes metálicas da mesma se aqueça e transfira calor à água produzindo o vapor.
A finalidade de se gerar o vapor veio da revolução industrial e os meios da época que se tinha era
de pouca
utilização , mas o vapor no inicio serviu para a finalidade de mover máquinas e turbinas para
geração de energia e
locomotivas, com advento da necessidade industrial se fez necessário à necessidade de
cozimentos e higienização e
fabricação de alimentos, se fez necessário à evolução das caldeiras.
Com isto se utiliza o vapor em lacticínios, fabricas de alimentos ( extrato de tomate, doces),
gelatinas, curtumes,
frigoríficos, industrias de vulcanização, usinas de açúcar e álcool, tecelagem , fabricas de papel e
celulose entre outras.
VAPOR
O vapor, como sabemos, é a água no estado gasoso. Esta mudança de estado é proporcionada
pelo efeito direto do calor e inverso da pressão. Em outras palavras: ao fornecermos calor para a
água, a mesma tem sua temperatura elevada até um certo limite e, a partir daí, começa a passar
para a fase gasosa. Para que isto ocorra, as moléculas de água no líquido têm que vencer a força
que a pressão exerce sobre elas, ou seja, quanto maior a pressão, mais força as moléculas tem
que fazer. Esta energia é fornecida justamente pelo aquecimento e resulta no aumento da
temperatura de vaporização do líquido. Quanto maior for a pressão, mais energia o vapor
transportará pelas moléculas de água que o constitui. Ao se condensar, a mesma energia que as
moléculas absorveram para passar para fase vapor é liberada para o meio, resultando aí na
transferência de energia na forma de calor.
2.1. Descrição
As caldeiras ou geradores de vapor, são equipamentos destinados a transformar água em vapor.
A energia necessária à operação, isto é, o fornecimento de calor sensível à água até alcançar a temperatura de
ebulição, mais o calor latente a fim de vaporizar a água e mais o calor de superaquecimento para transformá-la em
vapor superaquecido, é dada pela queima de um combustível.
2.2. Classificação
Conforme o tipo, as caldeiras podem ser classificadas em:
Flamotubulares;
Aquotubulares.
■ Quanto à montagem:
a) caldeiras pré-montadas (compactas); ou
b) caldeiras montadas em campo.
■ Quanto à sustentação:
a) caldeiras auto-sustentadas;
b) caldeiras suspensas; ou
c) sustentação mista.
Fonte:
http://2.bp.blogspot.com/QEPjYtdbeCI/VW5g68lOMzI/AAAAAAAAAHg/RXGx1A_8xx8/s16
00/Caldeira%2Be%2Bcomponentes.jpg
Caldeiras aquotubulares
O outro tipo, que é o mais empregado, como o próprio nome indica, tem circulação de água por dentro dos tubos e
os gases quentes envolvendo-os. São usados para insta1ações de maior porte e na obtenção de vapor superaquecido.
Sendo este tipo o mais importante, veremos com mais detalhes seus componentes.
São caldeiras onde a água fica dentro dos tubos e coletores. Estes também chamados de tubulões
são no mínimo de dois, interligados por centenas de tubos. São caldeiras de capacidade de vazão
a partir de 10 t/h não havendo limite superior, e altas pressões normalmente a partir de 20
kgf/cm2 até 200 kgf/cm2 . São utilizadas normalmente para vapor superaquecido, que é
produzido ao vapor saturado passar pelo superaquecedor. O mesmo consiste de um feixe tubular
que pode ser instalado dentro da caldeira ou na saída de gases da combustão, dependendo do
projeto do fabricante. São utilizadas tanto onde se queima combustível sólido, tal como carvão
ou biomassa como combustíveis gasosos e líquidos com diversos queimadores. A câmara de
combustão é formada pelas grelhas, onde o combustível sólido é queimado sendo revestida por
tubos e/ou refratários. Atualmente tanto as grelhas quanto os tubos são refrigerados com água.
As cinzas caem pelas fendas das grelhas, por onde passa o ar de combustão. Os economizadores
são trocadores de calor que aquecem a água antes desta entrar nas caldeiras. São instalados na
saída dos gases de combustão aproveitando seu calor sensível. Os pré-aquecedores de ar também
utilizam a energia contida nos gases de combustão para aumentar a temperatura do ar utilizado
na combustão.
Componentes
Encontramos nestas caldeiras, geralmente, os seguintes componentes:
Câmara de combustão
Tubos
Coletores
Tubulão
Superaquecedor
Sopradores de fuligem
Pré-aquecedor de ar.
Economizado
Alvenaria (refratários)
Queimadoras
Ventiladores
Chaminé
Válvulas de segurança
Fonte: http://images.slideplayer.com.br/3/1256733/slides/slide_58.jpg
A câmara de combustão é a região onde se dá a queima do combustível, com produção dos gases de combustão
que fornecem calor à água.
Os tubos servem para a circulação de vapor e água dentro da caldeira, a fim de permitir a troca de calor entre
os gases quentes de combustão e a água ou vapor.
Os coletores são peças cilíndricas, às quais chegam e saem conjuntos de tubos, cuja finalidade, como o próprio
nome indica, é coletar água ou vapor.
O tubulão é um tambor horizontal, situado no ponto mais alto do corpo principal da caldeira, ao qual acham-se
conectados, através de tubos, os coletores, que se encontram em níveis diferentes dentro da caldeira.
A água circula várias vezes através do conjunto tubulão-coletores descendo pelos tubos externos e retornando pelos
internos. Essa circulação natural é provocada pela diferença de pressão exercida pelas colunas líquidas e pelas
correntes
de convecção formadas. A coluna externa contendo somente água é mais pesada do que a coluna interna contendo
água
+ vapor, promovendo então a circulação. A parte vaporizada vai se armazenando no tubulão, enquanto o líquido
volta a
circular.
Além de acumular o vapor, o tubulão recebe também a água de alimentação, que vem do economizador. O espaço
acima do nível d’água no tubulão, chama-se espaço de vapor.
Para evitar o arraste de gotículas de líquido junto ao vapor no espaço de vapor existem chicanas com a finalidade de
separar o líquido arrastado.
O vapor saturado separado no tubulão passa a outro conjunto de serpentinas, o superaquecedor, onde é obtido o seu
superaquecimento. As serpentinas do superaquecedor têm suas extremidades ligadas a dois coletores de vapor. O
superaquecedor pode situar-se na zona de radiação ou convecção, conforme o grau de superaquecimento para o qual
as
caldeiras são projetadas.
O pré-aquecedor de ar é utilizado para, aproveitando parte do calor dos gases residuais de combustão, aquecer o ar
de alimentação das chamas.
No economizador, a água de a1imentação passa por uma serpentina ou feixe tubular, a fim de aproveitar também o
calor dos gases residuais da combustão, para depois ir, então, ao tubulão já pré-aquecido, o que representa uma
economia de energia.
As paredes da caldeira são revestidas internamente de tijolos refratários, resistentes a altas temperaturas, que
protegem as partes metálicas estruturais da caldeira contra deterioração por alta temperatura e produzem
homogeneização da temperatura por reflexão do calor das chamas.
Os maçaricos das caldeiras são semelhantes aos dos fornos.
Os sopradores de fuligem são tubos providos de orifícios, inseridos transversalmente aos tubos das serpentinas, em
diversos locais da caldeira. São ligados, externamente à caldeira, ao sistema de vapor. Durante a operação da
caldeira,
há deposição de fuligem nos tubos, o que dificulta a transferência de calor. De tempos em tempos, então, é injetado
vapor através deste sistema com a finalidade de remover a fuligem. Para melhorar a atuação dos mesmos, os
sopradores
geralmente têm movimento de rotação, atuando assim em maior área.
Os ventiladores têm a finalidade de movimentar o ar de combustão até os queimadores na câmara de combustão e
os gases da câmara de combustão até a chaminé. Existem dois tipos funcionais de ventiladores: de tiragem forçada,
que
apanha o ar atmosférico e o envia através dos dutos da caldeira para os queimadores e o de tiragem induzida,
instalado
na saída da caldeira, que succiona os gases de combustão de dentro da câmara e os conduz à chaminé.
A chaminé é a parte que conduz os gases de combustão à atmosfera (em altura suficientemente grande para que não
venham a ser danosos ao meio ambiente).
As válvulas de segurança são válvulas especiais, instaladas no tubulão, cuja finalidade é dar saída ao vapor no caso
deste atingir uma pressão superior a um máximo admitido pelas condições de segurança operacional.
Fonte: Nilson, 2008
A temperatura dos gases da chaminé deve ser sempre controlada, pois afeta diretamente a
eficiência da caldeira. Existem diversos fatores que afetam esta temperatura:
a) Produção de vapor
Quanto maior for a produção de vapor, maior será a temperatura dos gases de combustão.
Porém, trabalhar com a caldeira a baixa produção não trás uma vantagem, pois aumentam as
perdas pelo costado e o excesso de ar. É importante levar em conta que, ao se operar uma
caldeira além de sua capacidade máxima, a temperatura de saída de gases aumentará de
forma desproporcional.
b) Projeto da Caldeira
Uma área de troca adicional trará bons resultados, quanto a uma menor temperatura de
gases. Porém, deve-se verificar para cada caldeira e combustível a temperatura ideal dos
gases. 26 Temperaturas muito baixas provocam condensação do enxofre (combustível sendo
óleo), provocando corrosão em toda a estrutura de exaustão de Gases. Para o gás natural a
temperatura mínima é de 120 C, para carvão e óleos com baixo teor de enxofre 150 C e para
óleos com alto teor de enxofre é de 180 C.
Recomenda-se fazer a limpeza periódica das superfícies internas dos tubos (caldeiras
flamotubulares) e externas a estes (caldeiras aquatubulares). Estas incrustações impedem a
perfeita troca térmica, já que muitas vezes funcionam como isolantes.
Deve-se estar com um excesso de ar na combustão, pois as condições normais nunca são as
ideais. Porém, níveis baixos de excesso de ar resultam combustíveis não queimados
(combustível, fuligem, fumos e monóxido de carbono). Níveis altos de excesso de ar
provocarão perda de calor, devido ao aumento de fluxo de gases pela chaminé. Como regra
geral, a eficiência da caldeira pode ser aumentada em 1%, para a redução de 15% no excesso
de ar ou redução de 22 C na temperatura dos gases da chaminé. Um exemplo pode ser
verificado na Tabela 3-1 onde se relaciona a eficiência da combustão com o excesso de ar e a
temperatura dos gases na chaminé.
Fonte: Eletrobrás (2005)
Concluindo a análise de gases na saída da chaminé, trás diversos benefícios, pois afeta
diretamente a eficiência da caldeira. Pode-se analisar de forma periódica ou instalar analisadores
automáticos o que alteraria automaticamente o excesso de ar.
PURGADORES
4.4.1) Tipos
a) Purgadores de Bóia
O condensado chega ao corpo do purgador através do orifício e, à medida que o nível da água
vai aumentando, a bóia se eleva. Como a alavanca interliga a bóia ao obturador, essa
elevação desloca o mesmo, afastando-o da sede, permitindo o fluxo de condensado. Percebe-
se que, ao variar o nível da água, irá variar a abertura, permitindo a drenagem do condensado
de forma contínua, independente das condições de vazão do processo. Na ausência do
condensado, a bóia voltará à posição inferior e o obturador se assentará contra a sede,
bloqueando o fluxo.
Os purgadores de balde invertido operam em função da força proporcionada pelo vapor que,
ao entrar no balde, o faz flutuar sobre o condensado presente. O funcionamento deste
purgador pode ser verificado na figura 4-14.
4.1.1. O Bagaço
O bagaço é o resíduo da cana moída, usado nas caldeiras como combustível para a produção de
vapor.
De acordo com o Hugot, E.(1969), a composição física do bagaço varia muito pouco com a
diversidade das máquinas empregadas, por isso para o presente estudo serão adoptados valores
bibliográficos para os casos em que não seja possível o apuramento por medição de um dado
parâmetro. A composição física do bagaço é a seguinte:
¾ A água (humidade);
¾ Fibra por sua vez constituída por celulose que segundo Hugot, E. (1969) forma a fibra do
bagaço.
Carbono C
Hidrogénio H
Oxigénio O
Cinzas ε
Água H2O
A análise química e energética do bagaço é feita considerando dois estados, húmido e seco visto
que o teor de humidade fornecido pelo laboratório local é referente ao bagaço no instante da sua
saída do último moinho. A composição química do bagaço varia pouco, entre os valores já
encontrados por diversos autores. Hugot, E.(1969), admite para efeitos de cálculo a seguinte
composição média do bagaço livre de humidade, isto é, seco é:
C = 47%
H = 6.5%
O2 = 44%
ε = 2.5 %
___________ 100%
O parâmetro que permite fazer uma avaliação energética mais elaborada do bagaço e de outros
combustíveis em geral é o poder calorífico (PC).
Define-se por PC, como a quantidade de calor que a combustão de 1 kg de um dado combustível
pode fornecer. Distinguem-se dois valores de poder calorífico:
2g + 16g = 18g
Analisando a Expressão acima vê-se que o peso da água formada é igual a 9 vezes o peso do
Hidrogénio. Portanto para um combustível seco tem-se:
E = 9H (4.7)
De notar que para um combustível húmido é necessário levar em conta a água de humidade do
bagaço.
O PCS do bagaço é quase constante em todos os países e para todas as variedades de cana,
Hugot, E. (1969). Na Tabela 5 dos anexos podem ser vistos alguns valores do PCS de bagaço
seco escolhidos ao acaso extraídos do Hugot, E. (1969) para diferentes países. De acordo com
Hugot, E. (1969), não se comete um erro de mais de 2% quando se adopta como valor universal
do PCS do bagaço seco : (4.9) Poder Calorífico Inferior. De acordo com o que foi dito em
4.1.4.,que o bagaço seco contém em média 6.5% de Hidrogénio, a Expressão (4.8) fornece para o
bagaço seco o valor de 17777.8 kJ/kg, aproximadamente 18 MJ/kg de PCI:
Hugot (1969), ainda em seus estudos analisou o processo de obtenção através de cálculos do
poder calorífico inferior do bagaço, uma vez que o resultado obtido por bomba calorimétrica
fornece apenas o poder calorífico superior.
Utilizando a composição química das amostras avaliadas, o autor chegou à Equação abaixo, ao
qual é possível obter o valor de poder calorífico inferior para o bagaço de cana de açúcar. Tal
equação foi confirmada experimentalmente com comprovação prática.
A equação de Hugot (1969) é o que melhor resume a obtenção do valor de poder calorífico
inferior (PCI) para o bagaço de cana de açúcar. A variável s é a % de açúcar contido no bagaço,
enquanto a variável w é a umidade do bagaço, também em %. O perfil da equação de poder
calorífico é linear, sendo mais sensível através do valor de umidade do bagaço.
http://www.snatural.com.br/PDF_arquivos/Torre-Caldeira-Tratamento-Agua-Caldeira.pdf
http://www.madeira.ufpr.br/disciplinasalan/AT101-Aula05.pdf