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Módulo 1 | Tutorias
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Trabalho autónomo
1 sessão síncrona (fórum)
T UTORIAS A UTORREGULATÓRIAS
Ficha Técnica
Escola de Psicologia,
Universidade do Minho
Braga, Portugal
2016/2017
Equipa de Formação: Armanda Pereira, Jennifer Cunha, Juliana Martins, Rita Nunes, Sílvia Lopes, Tânia Moreira.
Agradecimentos:
À Dr.ª Ana Paula Alves, pelo apoio técnico prestado na utilização das ferramentas informáticas cruciais, para a realização do projeto Mentor.
À Porto Editora pela disponibilização gratuita dos livros da coleção (Des)venturas do Testas.
Contactos:
mentorcf@gmail.com
Índice
1. A tutoria .......................................................................... 5
1. A tutoria
Qual a origem do termo mentoring? Coaching, mentoring e/ou tutoria? Como definir o conceito
de tutoria? Por que são tão importantes os programas de tutoria? Quais as atribuições do
professor-tutor?
Apresentamos uma breve abordagem ao tema tutorias discutindo os termos tutoria, mentoring e
coaching.
Estes conceitos são de aplicação universal em qualquer cenário educacional, pelo que os
princípios que lhe estão subjacentes devem ser observados, e adaptados, considerando as
condições específicas de cada escola.
O uso mais antigo do termo mentor surge na Odisseia de Homero (séc. VIII a. c.), epopeia em
que o herói Ulisses pede ao amigo Mentor para cuidar do seu filho Telémaco, durante a guerra de
Troia (e.g., Santos, 2012).
Mentor passou a ser sinónimo de pessoa experiente que cuida de outros com menor experiência.
Universalmente, a palavra mentor é utilizada para designar pessoas que guiam e que aconselham
outros, os mentorandos.
Mentoring - a ação do mentor -, é um meio eficiente de assegurar o desenvolvimento de
capacidades, conhecimentos e competências do mentorando.
A origem moderna das práticas de mentoring remonta aos séc. XVII/XVIII, sendo atribuídas a
Fénelon, cuja obra mais conhecida - Les Aventures de Télémaque - se inspira no poema homérico
acima referido.
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Na ausência de dados fidedignos, e baseados na narrativa da Odisseia e nas práticas com
discípulos, escudeiros e aprendizes ao longo dos séculos, concluímos que a prática de mentoring
é tão antiga quanto a própria civilização humana.
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de leitura e escrita e/ou condições ambientais (e.g., pressão de pares envolvidos em disrupção,
consumos nocivos) (e.g., Rhodes, 1994).
A tutoria inclui treino de facilitação e aconselhamento, mas também uma “rede” de apoio social
(Clutterbuck, 1991).
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Nos programas de tutoria existem dois tipos de possibilidade de escolha dos tutores (Floyd,
1993):
i. escolha natural (e.g., amizade, parentesco, colegas) e
ii. escolha planeada (i.e. os tutores e participantes são selecionados e designados através de
um processo formal).
A metacognição é o
“conhecimento relacionado Dryfoos (1990) identificou alguns preditores de insucesso e abandono escolar, nomeadamente:
com os próprios processos pertencer a uma minoria étnica; apresentar um envolvimento precoce em comportamentos de
cognitivos e produtos ou algo risco; baixas expectativas e notas escolares; retenções escolares; abandono escolar em anos
relacionado com eles” (Flavell, iniciais; pertencer a uma família em situação de pobreza, com baixa escolaridade dos pais, entre
1976, p. 232). Por outras outros.
palavras, a “metacognição
pode ser definida como a
consciência e o conhecimento Nota
do indivíduo sobre o seu Os programas de tutoria estão vocacionados para oferecer uma solução possível para a miríade
próprio pensamento” de problemas e comportamentos de risco dos jovens. Neste sentido, desde o final dos anos 80, No projeto Mentor a
(Zimmerman, 2002, p. 65), do século passado, têm surgido muitos programas de tutoria orientados para a colmatação de monitorização é um aspeto
traduzida na sua capacidade diferentes lacunas, sobretudo escolares e de comportamento. Contudo, aqueles programas que chave para o sucesso das
de “pensar sobre o pensar” têm apresentado mais sucesso estão centrados na promoção da metacognição, de estratégias intervenções. No pacote de
(Rosário, 2012, p. 12). A recursos são apresentadas
de aprendizagem e de resolução de problemas na escola e na vida. Precisamente porque a
metacognição está algumas sugestões para o
positivamente relacionada com
prática de tutoria obriga a um intenso exercício reflexivo (ver Santos, 2012).
efeito.
a aprendizagem dos alunos
(e.g., Tuysuzoglu & Greene,
2015).
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O fracasso e o sucesso são momentos importantes de aprendizagem e devem ser motivo de
reflexão e análise na dinâmica das tutorias (e.g., promovendo uma visão da realidade que
incremente a autoeficácia).
Investigações sobre tutoria concluem, de forma consistente, que programas estruturados, nos
quais os tutores recebem uma formação adequada, tendem a obter melhores resultados (e.g.,
Cohen, Kulik & Kulik, 1982; Topping & Ehly, 1998).
DuBois, Hollway, Valentine e Cooper (2002) concluíram, igualmente, que os programas “mal”
implementados (i.e. programas sem um referencial teórico claro e com uma duração inferior a 6
meses, em que os tutores não são alvo de formação específica para a intervenção, as atividades
desenvolvidas e a desenvolver não são monitorizadas e supervisionadas por uma equipa exterior)
podem não surtir o efeito desejado ou mesmo exercer um efeito adverso sobre os jovens.
O conhecimento do tempo necessário para detetar resultados de mudança nos alunos (pelo
Nota
menos 6 meses) permite aos professores-tutores ajustarem expectativas e desenvolverem
Ao longo deste curso, em
competências de resiliência para manterem o foco nos objetivos do programa. todos os módulos, serão
abordadas e aprofundadas
competências de relação
A tutoria tem revelado eficácia para os que nela participam, nomeadamente nas questões interpessoal no âmbito da
motivacionais e comportamentais (Brooks, Flanagan, Henkhuzens, & Hutchison, 1999; Núñez et tutoria.
al., 2013; Rosário et al., 2015; Topping, 1992).
Durante o percurso formativo discutiremos elementos que poderão contribuir para aclarar estas
questões.
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Nas escolas é possível observar diversas situações que justificam a necessidade de alguns alunos
serem acompanhados por um professor-tutor (e.g., dificuldades de integração no espaço escolar
ou no contexto da turma; atitudes e comportamentos disruptivos no decurso das aulas ou na
escola; evidentes necessidades educativas especiais).
Nota O Despacho Normativo 4-A/2016, de 16 junho, apresenta o artigo 12.º referente às atribuições
do professor-tutor.
Consulte na íntegra o artigo
12.º do Despacho
Normativo 4-A/2016 de 16 …
de junho.
“Artigo 12.º - Apoio tutorial específico
…
5 — Sem prejuízo de iniciativas que em cada escola possam ser definidas, ao professor tutor
compete:
a) Reunir nas horas atribuídas com os alunos que acompanha;
b) Acompanhar e apoiar o processo educativo de cada aluno do grupo tutorial;
c) Facilitar a integração do aluno na turma e na escola;
d) Apoiar o aluno no processo de aprendizagem, nomeadamente na criação de hábitos de estudo
e de rotinas de trabalho;
e) Proporcionar ao aluno uma orientação educativa adequada a nível pessoal, escolar e
profissional, de acordo com as aptidões, necessidades e interesses que manifeste;
f) Promover um ambiente de aprendizagem que permita o desenvolvimento de competências
pessoais e sociais;
g) Envolver a família no processo educativo do aluno;
h) Reunir com os docentes do conselho de turma para analisar as dificuldades e os planos de
trabalho destes alunos.”
…
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Através desta formação esperamos equipar o professor-tutor com competências nesta área,
contribuindo para que a sua prática possa atenuar a distância entre as necessidades de
aprendizagem dos tutorandos, os seus objetivos e sonhos e os conhecimentos que a escola lhes
pode facultar, de forma a que o ancestral provérbio chinês “Diz-me e eu esquecerei, ensina-me e
eu lembrar-me-ei, envolve-me e eu aprenderei”, possa fazer pleno sentido.
1.5. Resumo
A tutoria tem como propósito ajudar e apoiar a aprendizagem dos alunos de uma forma
interativa, sistemática e significativa, de modo a potenciar as suas capacidades. É um processo
que precisa de ser planificado, estruturado e cuidadosamente monitorizado para que seja eficaz.
Os tutores devem procurar analisar com profundidade como podem ajudar, e tentar identificar
quando não o estão a conseguir, de forma a realizar alterações na sua intervenção adequando-a
às necessidades dos tutorandos.
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Baseado em Gazda, G., Balzer, F., Childers, W., Nealy, A., Phelps, R., & Walters, R. (2005). Human
relations development: A manual for educators. Boston: Allyn & Bacon.
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2.1.1. Autoexploração do tutorando
Para ajudarem os seus tutorandos com eficácia, os tutores devem aprofundar as formulações do
problema, não ficando por propostas superficiais (e.g., “a escola é uma seca”, “os stôres não
estão nem aí para nós”, “é difícil…”). Se a descrição do problema for superficial, defensiva ou
telegráfica, o processo é pouco eficaz porque se baseia em pouca informação.
O tutor pode sentir-se tentado a dar “conselhos” que, por serem mais ou menos óbvios,
habitualmente já foram considerados pelo tutorando, mas sem resultados práticos (e.g., deves
chegar a horas às aulas, ser assíduo, não deves fumar para cuidar da saúde, deves pensar antes
de falar, controlar a impulsividade).
Os tutores, tal como os educadores, não serão sempre capazes de desenvolver uma sequência de
ações que conduza a um resultado eficaz produzindo mudança comportamental. O tutorando tem
um papel fundamental no processo de mudança.
O tutor é apenas um elo na cadeia da vida do tutorando, que, por vezes, é muito atribulada.
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2.1.2. Compreensão e envolvimento do tutorando
Quando os tutorandos são instigados e apoiados na exploração dos seus problemas de forma
aprofundada, é expectável que alcancem níveis elevados de compreensão, quer dos problemas
quer de si próprios.
O papel do tutor é o de auxiliar os tutorandos a encontrar algum sentido nas peças dispersas do
“puzzle” da sua vida.
Com frequência os tutorandos já pensaram nos seus problemas, mas, por diversos motivos (e.g.,
não possuem as competências necessárias, não encontraram as respostas para lhes fazer face ou
julgam-se incapazes), não estão disponíveis para modificar os seus comportamentos e resolver
os seus problemas.
Muitas pessoas parecem saber o que é melhor para si, mas não agem coerentemente, falta-lhes
comprometimento (i.e. falta-lhes a atualização da volição (vontade) numa situação concreta).
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A realização das ações necessárias para alcançar os objetivos é um passo difícil na resolução de
problemas.
O tutor e o tutorando devem delinear um plano de ação que, este último, terá que seguir para
resolver os seus problemas (dando um passo de cada vez).
O plano estabelecido deve incluir objetivos, formulados segundo o acrónimo CRAVA (Concretos,
Espreite Realistas e AVAliáveis) (e.g., Estudar mais não é um objetivo CRAVA, “mais” não é concreto, não Nota
sabemos se é realista e, seguramente, não é avaliável) (Rosário, 2004).
2.2. Resumo
A tutoria é um processo de ajuda que inclui uma base relacional entre tutor e tutorando de
elevada importância. Esta é orientada por três objetivos principais: i. facilitar a autoexploração
do tutorando; ii. estimular a compreensão e envolvimento do tutorando e iii. promover a ação do
tutorando. A tutoria visa proporcionar aos tutorandos um espaço para aprofundarem o
conhecimento sobre si próprios e sobre os seus problemas, assim como promover o seu
comprometimento com a mudança e a implementação de um plano de ação para a alcançar.
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3.3. Recursos Media
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https://youtu.be/wm2d93vG39M?list=PL_Y-60C2FBpb5tICUrVbWESwKZfun7rIf
https://youtu.be/A0Gb2fvjKYo?list=PL_Y-60C2FBpb5tICUrVbWESwKZfun7rIf
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