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Universidade Eduardo Mondlane

Faculdade de Engenharia
Departamento de Engenharia Química
Curso: Engenharia Química

Transferência De Calor

Tema: Transferência de calor por convecção

Discente:
PARRUQUE, Douglas Dato Armando

Docentes:
º
Prof. Dr. Eng. Alberto Tsamba
Eng.º Miguel Uamusse

Maputo, Maio de 2018


Índice
1. Introdução..............................................................................................................1

1.1. Objectivos............................................................................................2

2. Parte Experimental................................................................................................3

2.1. Procedimentos Experimentais.........................................................................3

2.2. Resultados experimentais e discussão.............................................................4

2.2.1. Demonstração da relação entre a entrada de corrente elétrica e


temperatura de uma superfície na convecção livre................................................4

2.2.2. Demonstração da relação entre a entrada de energia elétrica e


temperatura de superfície na convecção forçada...................................................5

2.2.3. Demonstração do uso de superfícies estendidas para melhorar a


transferência de calor.............................................................................................6

2.2.4. Comparação entre uma lâmina horizontal e uma lamina vertical na


convecção livre......................................................................................................7

3. Conclusão..............................................................................................................8

4. BIBLIOGRAFIA...................................................................................................9
1. Introdução
Quando um fluído se escoa sobre um corpo sólido ou dentro de um duto, cujas
temperaturas das suas superfícies são diferentes da temperatura do fluído, ocorre
transferência de calor entre o fluído e a superfície sólida como resultado do movimento
do fluído em relação a superfície sólida. A este mecanismo de transferência de calor
denomina-se convecção. (Özisik, 1990)

Se o movimento do fluído for induzido artificialmente, por um dispositivo que força o


fluxo do fluído sobre a superfície do sólido, a convecção recebe o nome de convecção
forçada. Quanto maior for a velocidade do fluído, maior é a quantidade de calor
transferido. Se o movimento do fluído for resultante das forcas de empuxo que são
induzidas por diferenças de densidade devido a variação da temperatura nesse fluído, a
transferência de calor dá-se por convecção livre ou natural. Quanto mais quente a
superfície, maiores são as correntes convectivas. (Çengel e Ghajar, 2011; Özisik, 1990)

Figura 1: Esfriamento de um ovo por convecção forçada e por convecção livre.

Uma superfície aquecida dissipa calor por condução, convecção e radiação, porém estes
últimos dois mecanismos não foram considerados durante a realização do trabalho
laboratorial. Portanto os resultados apresentados à seguir são concernentes apenas a
transferência de calor por convecção livre e forçada em diferentes tipos de superfícies.

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1.1. Objectivos
 Demonstrar a relação entre a entrada de corrente elétrica e temperatura de
superfícies na convecção livre;
 Demonstrar a relação entre a velocidade do ar e a temperatura de uma superfície na
convecção forçada;
 Demonstrar a melhoria na transferência de calor de uma superfície devido ao uso de
superfícies estendidas; e
 Comparar a transferência de calor por convecção livre entre uma placa horizontal e
outra vertical.

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2. Parte Experimental
2.1. Procedimentos Experimentais

 Para a demonstração da relação entre a entrada de corrente elétrica e


temperatura de uma superfície na convecção livre, colocou-se o conductor com aletas
no tubo de prova e registou-se a temperatura ambiente do ar (t A). Em seguida regulou-se
a potência do aquecedor para 20,3 W, esperou-se tempo suficiente para conseguir
condições estáveis, depois registou-se a temperatura da superfície quente (tH). Repetiu-
se o procedimento para potências de 39,9W, 59,9W e 79,8 W.

 Para a demonstração da relação entre a entrada de energia elétrica e


temperatura de superfície na convecção forçada, colocou-se o conductor com aletas
dentro do tubo de prova e registou-se a temperatura do ar ambiente (tA). Em seguida
regulou-se a potência do aquecedor para 50,2 W, esperou-se tempo suficiente para
conseguir condições estáveis, depois registou-se a temperatura da superfície quente (t H),
ajustou-se o controle da velocidade do ventilador de modo a obter-se uma velocidade do
ar de 0,5 m/s com ajuda de um anemómetro térmico, esperou-se tempo suficiente para
conseguir condições estáveis e depois registou-se a temperatura da superfície quente
(tH). Repetiu-se o procedimento para 1 m/s e 1,5 m/s de velocidade do ar.

 Para a demonstração do uso de superfícies estendidas para melhorar a


transferência de calor, colocou-se o conductor com superfície lisa dentro do tubo de
prova e registou-se a temperatura do ar ambiente (t A). Em seguida regulou-se a potência
do aquecedor para 30 W, deixou-se a temperatura subir até 35°C, logo depois regulou-
se a potência do aquecedor para 1,6 W e aguardou-se tempo suficiente para conseguir
condições estáveis, depois registou-se a temperatura da superfície quente (t H). Em
seguida, ajustou-se o controle da velocidade do ventilador de modo a obter-se uma
velocidade do ar de 1 m/s com ajuda de um anemómetro térmico, e gradualmente
aumentou-se a velocidade para 2 e 2,5 m/s. Repetiu-se o procedimento trocando a placa
lisa, por uma com aletas e por outra com espigas.

 Para a comparação entre uma lâmina horizontal e uma lamina vertical na


convecção livre, colocou-se o conductor com superfície lisa e registou-se a temperatura
do ar ambiente (tA). Regulou-se a potência de aquecedor para 15 W, aguardou-se tempo
suficiente para conseguir condições estáveis e depois registou-se a temperatura da

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superfície quente (tH) usando uma sonda de temperatura que deve colocar-se em
contacto térmico com a superfície quente. Depois colocou-se a lâmina na posição
vertical, sem tocar a superfície quente e repetiu-se o procedimento.

2.2. Resultados experimentais e discussão

2.2.1. Demonstração da relação entre a entrada de corrente elétrica e


temperatura de uma superfície na convecção livre
Após a realização dos procedimentos acima descritos, registou-se a temperatura tendo
esta sido 24,6°C efetuaram-se as restantes leituras tendo sido obtidos os seguintes
valores:

Temperatura da superfície aquecida


Potência de entrada (W) tH-tA (°C)
tH (°C)
20,3 44,3 19,7
39,9 56,1 31,5
59,9 73,3 48,7
79,8 84,6 60
Tabela 1: Temperatura da superfície aquecida, potência de entrada e diferença de temperatura
entre o ar e a superfície.

Com base nos valores obtidos construiu-se o gráfico da potência de entrada em função
da diferença de temperatura.

70
60
50
Potencia (W)

40
30
20
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
tH-tA (°C)

Gráfico 1: Potência de entrada em função da diferença de temperatura entre o ar e a


superfície.

Do gráfico verifica-se que com o aumento da potência de entrada, a diferença de


temperatura entre a superfície aquecida e o ar ambiente tende a aumentar, pois a
temperatura da superfície também se eleva.
Como consequência, da elevação da temperatura na superfície da lâmina o ar nas
proximidades da superfície aquecida encontrava-se a uma temperatura ligeiramente
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mais elevada em relação a temperatura que se verificou durante a montagem do
equipamento. Esta elevação de temperatura deve-se ao aumento do volume das
correntes convectivas de ar em volta da superfície.

2.2.2. Demonstração da relação entre a entrada de energia elétrica e


temperatura de superfície na convecção forçada
Após a realização dos procedimentos acima descritos, registou-se a temperatura tendo
esta sido 24,6°C efetuaram-se as restantes leituras tendo sido obtidos os seguintes
valores:

Velocidade do ar (m/s) Temperatura da superfície aquecida, tH (°C) tH-tA, (°C)


0 58,9 34,3
0,5 54,4 29,8
1 51,8 27,2
1,5 48,3 23,7
Tabela 2: Velocidade do ar, temperatura da superfície aquecida diferença de temperatura entre
o ar e a superfície.

1.6

1.4
Velocidade do ar (m/s)

1.2

0.8

0.6

0.4

0.2

0
22 24 26 28 30 32 34 36

tH-tA (°C)

Gráfico 2: Velocidade do ar em função diferença de temperatura entre o ar e a superfície.

Por meio dos resultados obtidos e do gráfico traçado, observou-se que o aumento da
velocidade do ar influência positivamente o processo de transferência de calor por
convecção forcada, ou seja, o aumento na velocidade do ar gera uma maior dissipação
de calor pela superfície.

5
2.2.3. Demonstração do uso de superfícies estendidas para melhorar a
transferência de calor
Após a realização dos procedimentos acima descritos, registou-se a temperatura tendo
esta sido 26,2°C efetuaram-se as restantes leituras tendo sido obtidos os seguintes
valores:

Velocidade do ar (m/s) Temperatura da superfície lisa (tH), °C tH-tA, °C


0 34,6 8,4
1 34,2 8
2 33,7 7,5
2,5 26,2 0
Tabela 3: Velocidade do ar, temperatura da superfície aquecida diferença de temperatura entre
o ar e a superfície lisa.

Velocidade do ar (m/s) Temperatura da superfície com aletas (t H), °C tH-tA, (°C)


0 31,3 5,1
1 30,3 4,1
2 29,7 3,5
2,5 27,7 1,5
Tabela 4: Velocidade do ar, temperatura da superfície aquecida diferença de temperatura entre
o ar e a superfície com aletas.

Velocidade do ar (m/s) Temperatura da superfície com espigas (t H), °C tH-tA, (°C)


0 32,4 6,2
1 31,2 5
2 30,3 4,1
2,5 27,9 1,7
Tabela 5: Velocidade do ar, temperatura da superfície aquecida diferença de temperatura entre
o ar e a superfície espigas.

Com os resultados obtidos construíram-se três curvas que representam a variação da


temperatura entre as superfícies e o ar devido a um aumento na velocidade do ar.
3

2.5
Velocidade do ar (m/s)

1.5 Aletas
Lisa
1 Espigas

0.5

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
tH-tA, (°C)
Gráfico 3: Velocidade do ar em função diferença de temperatura entre o ar e a superfície, para
três superfícies diferentes.

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Com os resultados obtidos e com gráfico traçado, observou-se que a transferência de
calor por convecção pode ser melhorada aumentando a área da superfície em contacto
com o ar, sendo este aumento feito com o uso de superfícies estendidas.

2.2.4. Comparação entre uma lâmina horizontal e uma lamina vertical na


convecção livre
Após a realização dos procedimentos acima descritos, registou-se a temperatura tendo
esta sido 26,2°C efetuaram-se as restantes leituras tendo sido obtidos os seguintes
valores:

Temperatura da superfície aquecida, (tH) °C tH-tA, °C


Horizontal 58,9 32,7
Vertical 54,4 28,2
Tabela 6: Orientação da lâmina, temperatura da superfície aquecida e diferença de
temperatura entre o ar e a superfície.

Com os resultados obtidos, tal como previsto teoricamente, observou-se que quando a
lâmina se encontra na posição horizontal a transferência de calor por convecção é
reduzida pois a orientação da lamina afecta o movimento do ar. Por outro lado,
observou-se que para a placa posicionada verticalmente a transferência é muito
melhorada, pois neste caso as correntes convectivas fluem livremente em volta da
lâmina.

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3. Conclusão
Por ocasião da realização do trabalho laboratorial sobre a transferência de calor por
convecção, foi possível observar-se diversos fenómenos que até então apenas eram
analisados e interpretados de forma abstrata, e a partir daí concluiu-se que:
 com o aumento da potência de entrada num aquecedor, a diferença de
temperatura entre a superfície aquecida e o ar ambiente tende a aumentar,
gerando também um aumento do volume das correntes convectivas de ar em
volta da superfície;
 o aumento da velocidade do ar influência positivamente o processo de
transferência de calor por convecção forcada, ou seja, o aumento na velocidade
do ar gera uma maior dissipação de calor pela superfície;
 a transferência de calor por convecção pode ser melhorada aumentando a área da
superfície em contacto com o ar;
 a orientação da superfície que dissipa calor tem grande influencia sobre a
quantidade de calor transferida por convecção;
 uma lâmina posicionada verticalmente melhora a transferência, quando
comparada com uma posicionada na horizontal.

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4. BIBLIOGRAFIA
1. Guião do trabalho laboratorial sobre “Transferência De Calor Por
Convecção”;

2. Ozisik, M. N (1990), “Transferência De Calor: Um Texto Básico”,


Editora Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.

3. Cengel, Y. e Ghajar, A. (2011), “Transferência De Calor E Massa.


Fundamentos E Aplicações” 4ª ed, Editora McGraw-Hill, México, DF

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