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Qualidade de vida das populações humanas 

Para a OMS, a ​definição de ​qualidade de vida​ é a “a percepção que um


indivíduo ​tem ​sobre a sua posição na vida, dentro do contexto dos sistemas de
cultura e valores nos quais está inserido​ e ​em relação aos seus objectivos,
expectativas, padrões e preocupações​”. Trata-se de uma ​definição que contempla a
influência da saúde física e psicológica​, nível de independência, ​relações sociais,
crenças pessoais​ e das suas relações com características inerentes ao respectivo
meio na avaliação subjectiva da qualidade de vida individual. Neste sentido,
poderemos afirmar que ​a qualidade de vida é definida como a “satisfação do
indivíduo no que diz respeito à sua vida quotidiana​”.

No que diz respeito à ​saúde, a qualidade de vida é, muitas vezes, considerada em


termos de como ela pode ser afetada de forma negativa​, ou seja, a ocorrência de
uma doença debilitante que não constitui risco de vida, uma doença que constitui
risco de vida, o declínio natural da saúde de uma pessoa idosa, o declínio mental,
processos de doenças crónicas, etc. ​Todas estas situações são castradoras da
nossa qualidade de vida​.1​

Durante muito tempo, a saúde foi entendida simplesmente como o estado de


ausência de doença. Considerada insatisfatória, esta definição de saúde foi
substituída por outra, que​ engloba bem-estar físico, mental e social​. 2​

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A ​saúde física​ afeta, obviamente, a nossa qualidade de vida. Por exemplo, existe
uma relação entre ​atividade física​, a melhoria da condição de saúde e a qualidade
de vida​.

A saúde mental possui, hoje, uma enorme importância. Assistimos ao aumento dos
casos de stress crônico e burnout, ansiedade e depressão para além de tantos
outros problemas psicológicos e emocionais.

Uma pessoa com a saúde mental debilitada, deprimida, por exemplo, tem grande
dificuldade em manter relacionamentos amorosos, desempenhar as funções no
trabalho e até mesmo educar os filhos. Uma pessoa com problemas emocionais
pode influenciar todos os membros da família. Uma pessoa com a saúde mental
afetada está mais propensa à dependência de drogas e de álcool, a contrair
doenças infecciosas, desenvolver alergias, doenças auto-imunes, etc. Existem, no
entanto, muitas outras consequências nefastas quando descuramos a saúde e o
bem-estar mental e emocional.

Cuidar da saúde mental é muito mais simples do que parece, ​basta manter boas
relações com as pessoas que nos rodeiam, ter uma vida amorosa satisfatória, não
remoer problemas passados, não ser demasiado exigente consigo mesmo,
perdoar-se e perdoar o próximo, rir sempre que puder, chorar quando precisar e
amar​. Se sentir dificuldades em fazer isto, é melhor procurar ajuda de um
profissional.

Imagine uma cidade com muito ​lixo​, muita ​poluição​ e sem ​espaços verdes​.
Certamente que serão fatores, por um lado, suscetíveis de causar ​doenças​ e por
outro, não produzem sentimentos de ​bem-estar​ nas pessoas. Um praticante de
atividade física, por exemplo, quando opta por fazê-lo num espaço verde, une os
benefícios do exercício físico a um local de ar puro, tornando a sua atividade muito
mais agradável e saudável. Uma pessoa quando realiza uma massagem e pode
usufruir simultaneamente dos sons da natureza, consegue tirar ainda mais proveito
do seu momento de relaxamento.

Entre vários outros fatores é preciso ​preservar​ e ​respeitar​ o meio ambiente para
garantirmos a nossa qualidade de vida, para isso, devemos ter atitudes mais
assertivas e protetoras, no sentido de tornarmos o nosso habitat melhor tanto para
nós como para as gerações vindouras.

Qualidade de vida no trabalho

Quando falamos em qualidade de vida no trabalho queremos com isso referirmo-nos


aos benefícios e malefícios do ambiente de trabalho para o indivíduo. O objetivo é

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desenvolver ambientes de trabalho que sejam tão favoráveis tanto para o indivíduo
como para a saúde econômica da organização​.

Vários ​fatores exercem influência direta na expectativa de vida​ da população de um


país: serviços de ​saneamento ambiental​, ​alimentação, índice de violência, poluição,
serviços de saúde, educação,​ etc. Portanto, o aumento da expectativa de vida está
diretamente associado à melhoria das condições de vida da população.

Expectativa de vida​, também chamada de esperança de vida, é o ​número médio


de anos que a população de um país pode esperar viver​, caso sejam mantidas as
mesmas condições de vida vivenciadas no momento do nascimento. A expectativa
de vida está ​bastante relacionada com a qualidade de vida ​que um país possui, já
que fatores como educação, saúde, assistência social, saneamento básico,
segurança no trabalho, índices de violência, ausência ou presença de guerras e de
conflitos internos influenciam-na diretamente.​3

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Analisando a tabela vemos que em laranja temos as mulheres e em marrom os
homens, a maior porcentagem de mulheres está na faixa de 35-39 anos de idade
com porcentagem 4,2, enquanto que os homens se encontram na faixa dos 30-39
anos com porcentagem de 3,8, menor que a das mulheres. E a menor porcentagem
se encontra, nas mulheres com idade entre 70-74 anos, com 1% da população e
nos homens a idade varia de 75-80 anos ou mais com 0,8% da população brasileira.

Enquanto que, com relação às raças, pode-se ver que a maior porcentagem é
branca e a menor é a negra.​4

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida resumida do progresso


a longo prazo em três dimensões básicas do desenvolvimento humano: renda,
educação e saúde.​5

Para entender melhor assista o vídeo:

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/09/brasil-tem-segunda-maior-concentracao-de-renda-do-mundo-diz-
relatorio-da-onu.ghtml

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A distribuição desigual da saúde

A desigualdade das UTIs em São Paulo

Um ​mapeamento realizado pela ​Rede Nossa São Paulo​, a partir de dados de


fevereiro de 2020 do DATASUS​, mostra a ​distribuição desigual dos leitos de UTI
vinculados ao SUS no município​, e os ​resultados são indicativos da exclusão vivida
por cidadãos que moram nas periferias da cidade: ​apenas 3 subprefeituras​ (Sé,
Pinheiros e Vila Mariana) – localizadas nas regiões mais ricas e centrais –
concentram mais de 60% dos leitos em UTI do SUS no município​. Enquanto isso,
20% da população (2.375.000 pessoas) vivem em 7 subprefeituras​ – localizadas
nas periferias do município – em que não há um leito sequer.

E como será que na atual situação que enfrentamos, o novo coronavírus acentua as
desigualdades no Brasil?

Rapidamente, o vírus desceu na hierarquia social e agora se espalha pelas classes


baixas. Em grandes centros urbanos, a covid-19, doença provocada pelo novo
coronavírus, já mata mais na periferia do que no centro. Na cidade de São Paulo,
entre os bairros onde moravam mais vítimas estão Brasilândia, Sapopemba, São
Mateus e Cidade Tiradentes, todos na periferia. O mesmo ocorre em outras capitais.
Em Fortaleza, os bairros em situação mais crítica são Barra do Ceará e José Walter,
ambos na periferia.

A contaminação é facilitada pela distribuição desigual da renda. Nas periferias, as


condições para cumprir o isolamento social são piores: há mais moradores por
domicílio, o acesso a água encanada, vital para a higienização, às vezes não existe
ou é intermitente, e a insegurança econômica estimula muitos a saírem de casa
para obter algum dinheiro.
Quando alguém é infectado e adoece, o sistema público de saúde é a única
alternativa, e em algumas cidades ele já está saturado para tratar casos graves. O
ponto de partida já é desigual: o número de leitos de UTIs na rede pública, por 10
mil habitantes, é quase cinco vezes inferior ao da rede privada.

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Consequentemente a tudo isso que a classe mais baixa vem atravessando pode-se
dizer que a renda como um dos índices de desenvolvimento humano (IDH)
influencia e muito na pandemia do covid-19.
Além disso, ​A Esperança de Vida ao Nascer (Expectativa de Vida ao Nascer, Vida
Média ao Nascer) é outro índice que deve ser medido para avaliar se as condições
de vida de uma população melhoraram ou não:

● Número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido​


● Expressa a longevidade da população.​
● O aumento da esperança de vida ao nascer indica melhoria das
condições de vida e saúde da população.​
● Para o cálculo da esperança de vida, são exigidas informações confiáveis
de óbitos classificados por idade. Quando a precisão dos dados de
sistemas de registro contínuo não é satisfatória, o cálculo deve basear-se
em procedimentos demográficos indiretos, aplicáveis a áreas geográficas
abrangentes (Brasil, grandes regiões, estados e Distrito Federal).

Para falarmos mais profundamente sobre esperança de vida, vamos ler uma
reportagem do IBGE a seguir:

Expectativa de vida do brasileiro sobe para 76 anos; mortalidade infantil


cai

A expectativa de vida ao nascer continuou a subir no Brasil em 2017,


atingindo 76 anos, contra 75,8 anos em 2016, segundo as Tábuas Completas
de Mortalidade, divulgadas hoje pelo IBGE. A melhora também foi sentida na
taxa de mortalidade infantil (probabilidade de óbito até um ano de idade), que
ficou em 12,8 a cada mil nascidos vivos, contra 13,3 no ano anterior.

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A esperança de vida das mulheres chegou a 79,6 anos e continuou maior que a dos
homens, que ficou em 72,5 anos. Regionalmente, Santa Catarina apresenta a maior
esperança de vida (79,4 anos), seguida por Espírito Santo (78,5 anos), Distrito
Federal (78,4 anos) e São Paulo (78,4 anos). Além desses, Rio Grande do Sul (78,0
anos), Minas Gerais (77,5 anos), Paraná (77,4 anos) e Rio de Janeiro (76,5 anos)
são os únicos que possuem indicadores superiores à média nacional. No outro
extremo, com as menores expectativas de vida, estão Maranhão (70,9 anos) e Piauí
(71,2 anos).
A tendência é que esse aumento continue de forma gradual e cada vez mais lenta​,
uma vez que o salto dado no passado foi fruto, sobretudo, de uma ​forte queda na
mortalidade infantil​. “Inicialmente, os ganhos se davam pela redução da mortalidade
entre os mais jovens, em função da própria natureza dos óbitos. É algo que não
necessita de grandes avanços tecnológicos, como a consciência de que é necessário

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dar água potável para as crianças. O próprio soro caseiro foi importante na década
de 1980”, complementa Minamiguchi.
A taxa de mortalidade infantil, entretanto, manteve sua trajetória de queda em 2017:
de 13,3 a cada mil nascidos vivos em 2016 para 12,8. A redução também foi sentida
na taxa de mortalidade no grupo de 1 a 4 anos, que ficou em 2,16 em 2017. A
tendência, segundo Minamiguchi, é que os óbitos se concentrem cada vez mais nas
crianças de até 1 ano, cujas mortes são causadas, predominantemente, por questões
congênitas, como a má formação.
A queda na mortalidade infantil nas últimas sete décadas está amplamente
relacionada ao aumento da expectativa de vida. Enquanto a taxa de mortalidade
infantil caiu de 146,6 (1940) para 12,8 (2017), a esperança de vida ao nascer foi de
45,5 anos (1940) para 76 anos (2017).​6

Exercícios:

1. Quais são os fatores que vão influenciar o IDH (Índice de


desenvolvimento Humano)?
2. A expectativa de vida pode ser influenciada por quais fatores?
3. Como o covid-19 pode influenciar nas condições de saúde nas
comunidades carentes?
4. Pesquise sobre a história da vacina e imunidade.

1. http://lucianabioviver.blogspot.com/2013/11/saude-e-qualidade-de-vida-das.html
2. O que é Saúde - Naomar de Almeida Filho ISBN: 978-85-7541-220-6. 2 ª reimpressão: 2018. 1ª
reimpressão: 2013 (1ª edição: 2011) | 160 páginas.
3. https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/geografia/o-que-e-expectativa-vida.htm

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4. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/20980-numero-
de-idosos-cresce-18-em-5-anos-e-ultrapassa-30-milhoes-em-2017
5. https://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0.html
6. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/23206-expectat
iva-de-vida-do-brasileiro-sobe-para-76-anos-mortalidade-infantil-cai

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