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Silva | Gomes
pela Universidade Federal de Viçosa
(UFV), mestre e doutor em Matemática
pela Universidade de Brasília (UnB), com Agradecimentos
Estruturas
O ensino de estruturas algébricas na Licenciatura em
doutorado sanduíche na Universidad
Autónoma de Madrid. Desde 2004, atua
Matemática é essencial Prefácio
como professor de cursos de gradua-
Estruturas Algébricas para Licenciatura é um conjunto de obras 1. A construção do
Algébricas para
ção e pós-graduação com experiência
que visa auxiliar professores e alunos no processo de ensino e
na UnB e em instituições de ensino conjunto dos
superior no Distrito Federal e em Goiás. aprendizagem de fundamentos básicos de Matemática, da teoria
de conjuntos e das principais estruturas algébricas. Buscamos números naturais
Desde 2009, é professor do Instituto de
Licenciatura
Matemática e Estatística da Universi- sanar dificuldades relacionadas à linguagem e ao conteúdo, ofere-
2. O conjunto dos
M
dade Federal de Goiás (IME-UFG). cendo textos dialogados e ricos em detalhes. As demonstrações
Y
são desenvolvidas com clareza; exemplos e exercícios são apre- números inteiros
sentados com o intuito de facilitar o entendimento e a aplicação
CM
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Olimpio Ribeiro Gomes dos resultados. Ao final de cada livro, apresentamos respostas de Elementos de Aritmética Superior 3. Divisibilidade em Z
CY
CMY
alguns exercícios propostos. Neste volume, Elementos de Aritmé- e aplicações
É bacharel, mestre e doutor em Mate- tica Superior, abordamos as construções dos conjuntos dos
4. Números primos
K
mática pela Universidade de Brasília números naturais e inteiros, a teoria de divisibilidade de inteiros e
(UnB). Como professor, atua profissio- os elementos fundamentais da Teoria dos Números.
nalmente desde 1999, tendo ministrado 5. Equações diofantinas
aulas em escolas de Ensino Fundamen- e aritmética módulo m
tal e Médio, em preparatórios para
vestibulares e concursos e em cursos 6. Alguns teoremas
de graduação e pós-graduação. Atua clássicos da Teoria
também como auditor federal de finan-
ças e controle do quadro de pessoal da
dos Números
Controladoria-Geral da União desde
Respostas de alguns
2008, quando foi selecionado para a
área de Auditoria e Fiscalização/ Esta- exercícios
2
tística e Cálculos Atuariais.
Referências
vol. bibliográficas
Jhone Caldeira Silva
Olimpio Ribeiro Gomes
ESTRUTURAS ALGÉBRICAS
PARA LICENCIATURA
VOLUME 2
Arte da capa: Éric Flávio de Araújo, Ana Paula Chaves e Jhone Caldeira Silva
FiCHA CATALOGRÁFiCA
Rua Pedroso Alvarenga, 1245, 4o andar Silva, Jhone Caldeira
04531-934 – São Paulo – SP – Brasil Estruturas algébricas para licenciatura : Elementos
de Aritmética Superior – volume 2 / Jhone Caldeira
Tel.: 55 11 3078-5366
Silva, Olimpio Ribeiro Gomes. – São Paulo : Blucher,
contato@blucher.com.br 2018.
www.blucher.com.br 300 p. : il.
Bibliografia
Segundo Novo Acordo Ortográfico, conforme ISBN 978-85-212-1146-4
5. ed. do Vocabulário Ortográfico da Língua
Portuguesa, Academia Brasileira de Letras,
março de 2009. 1. Matemática – Estudo e ensino 2. Prática de ensino I.
Título. II. Gomes, Olimpio Ribeiro.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................299
CAPÍTULO 1
A CONSTRUÇÃO DO CONJUNTO
DOS NÚMEROS NATURAIS
Postulado 1.1.1
Existem um conjunto e uma função s : → que satisfazem os axiomas a seguir.
(i) Se n, m ∈ e n ≠ m, então s(n) ≠ s(m).
18 Estruturas algébricas para licenciatura: volume 2 – Elementos de Aritmética Superior
Proposição 1.1.2
s(n) ≠ n , para todo n ∈ .
Historicamente falando, o número zero surgiu bem depois dos outros naturais. Entretanto, atualmente,
1
considerá-lo ou não como um número natural é uma questão de conveniência. Nesta coleção, optamos
por incluir o zero nesse conjunto por simplicidade e padronização de notação e para que tenhamos
um elemento neutro para a operação de adição, como ficará evidente mais adiante. [11] apresenta uma
discussão interessante acerca desse assunto.
CAPÍTULO 2
O CONJUNTO DOS NÚMEROS INTEIROS
{ }
E = ((a, b),(c, d )) ∈( × ) × ( × ) | a + d = b + c .
58 Estruturas algébricas para licenciatura: volume 2 – Elementos de Aritmética Superior
Em outras palavras, diremos que dois pares ordenados de números naturais (a, b)
e (c, d ) são equivalentes se vale a igualdade a + d = b + c. Assim, por exemplo, são
equivalentes os pares ordenados (2,5) e (4,7), uma vez que 2 + 7 = 5 + 4. (Veja o pri-
meiro apêndice do Capítulo 1 para maiores detalhes sobre as relações de equivalência.)
Proposição 2.1.1
E é uma relação de equivalência sobre × .
Demonstração
Devemos mostrar que E satisfaz as propriedades reflexiva, simétrica e transitiva.
Para ver que E é reflexiva, basta notar que, para todo (a, b) ∈ × , temos
a + b = b + a, de modo que ((a, b),(a, b)) ∈ E .
Para ver que E é simétrica, suponhamos que ((a, b),(c, d )) ∈ E . Pela definição de E,
isso significa que a + d = b + c, o que, junto com a propriedade comutativa da adição
de naturais, implica que c + b = d + a, garantindo que ((c, d ),(a, b)) ∈ E .
Finalmente, para ver que E é transitiva, suponhamos que ((a, b),(c, d )) ∈ E e
( d),(e, f )) ∈ E . Pela definição de E, temos a + d = b + c e c + f = d + e. Adicionan-
(c ,
do-se f aos dois membros da primeira equação e b aos dois membros da segunda,
obtemos
(a + d ) + f = (b + c) + f e b + (c + f ) = b + (d + e),
(a + d ) + f = (b + c) + f = b + (c + f ) = b + (d + e).
3.1 DIVISIBILIDADE EM
Estamos prontos para dar o próximo passo no entendimento da estrutura do con-
junto dos números inteiros. No capítulo anterior nos preocupamos com a estrutura
determinada sobre esse conjunto pelas operações de adição e multiplicação lá intro-
duzidas, a maneira como essas operações se relacionam com a ordem estabelecida, e
preparamos uma técnica de demonstração para as funções proposicionais, entre ou-
tras abordagens.
Tivemos a oportunidade de verificar diversas propriedades das operações de adi-
ção e multiplicação, por exemplo, mostrar que são associativas, comutativas e admi-
tem elemento neutro. Especificamente em relação à adição, fomos capazes de mostrar
que todos os elementos possuem opostos, o que nos permitiu introduzir uma subtra-
ção em . Entretanto, um raciocínio adaptado para a multiplicação não funciona: em
geral, dado um inteiro a, não existe outro inteiro b cujo produto com a seja igual a 1.
Ou seja, não podemos utilizar o mesmo mecanismo usado para definir a subtração
para concebermos uma divisão.
Por meio do conceito de divisibilidade, entretanto, a ser definido neste capítulo,
somos capazes de dotar o conjunto dos números inteiros com uma estrutura bas-
tante rica. Esse é, sem dúvida, um dos conceitos centrais da teoria dos números
inteiros.
Enfatizamos a importância de se estudar a divisibilidade em : primeiro, trata-se
de uma extensão da divisão no conjunto dos naturais e, ainda, os algoritmos usados
para somar, multiplicar e dividir números racionais estão baseados nos algoritmos
correspondentes para a soma, multiplicação e divisão de números inteiros, donde se
92 Estruturas algébricas para licenciatura: volume 2 – Elementos de Aritmética Superior
Definição 3.1.1
Sejam d , m ∈. Dizemos que d divide m se existir algum inteiro q ∈ tal que
q ⋅ d = m.
Exemplo 3.1.2
Observemos que 15 divide 3.150, pois podemos encontrar um inteiro q, a saber,
q = 210, tal que 210 ⋅15 = 3.150. Também 7 divide –2.765, uma vez que q = –395 satis-
faz 7 ⋅ (−395) = −2.765. Já o número inteiro 6 não divide 57, pois é impossível encontrar
um inteiro q tal que q ⋅ 6 = 57. De fato, se tomássemos q = 9 , teríamos 9 ⋅ 6 = 54 < 57;
se tomássemos q = 10, teríamos 10 ⋅ 6 = 60 > 57 e, como sabemos, não existem núme-
ros inteiros entre 9 e 10.
É verdade também que 8 divide 0, pois podemos encontrar um inteiro q = 0 tal que
0 ⋅ 8 = 0 (o inteiro q = 0 é único!). Também é verdade (e pode parecer surpreendente
ao leitor) que 0 divide 0, pois é possível encontrar um inteiro q de modo que q ⋅ 0 = 0
(nesse caso particular, qualquer valor inteiro de q satisfaz a propriedade, inclusive o
próprio 0). Para finalizar esta primeira lista de exemplos numéricos, note ainda que 0
não divide nenhum inteiro não nulo, pois se m ∈, m ≠ 0, então é impossível encon-
trar um inteiro q de modo que q ⋅ 0 = m .
Assim, o número 7 é primo, pois seus únicos divisores são –7, –1, 1 e 7. Já o número
6 não é primo, uma vez que possui oito divisores: –6, –3, –2, –1, 1, 2, 3 e 6. Na verdade,
130 Estruturas algébricas para licenciatura: volume 2 – Elementos de Aritmética Superior
• Observações
(i) Note que podemos definir um inteiro maior que 1 como sendo primo quan-
do ele tem exatamente dois divisores naturais distintos.
(ii) Podemos também dizer que um número natural maior que 1 é primo quan-
do ele admite como divisores somente 1 e ele próprio.
(iii) Se n > 1 é um número composto, então n possui outros divisores além dos
números –1, 1, –n e n (chamados de divisores triviais de n). Dessa forma,
devem existir inteiros u e v tais que 1 < u < n , 1 < v < n e n = uv .
(iv) Vale mencionar que, na Seção 3.1, notamos que os divisores de um inteiro
surgem aos pares no seguinte sentido: se d divide a, então –d também divide
a. Agora podemos dar um novo olhar para essa questão de os divisores sur-
girem aos pares: se o inteiro n > 1 é composto e não é o quadrado de outro
inteiro (ou seja, não é da forma n = u2 , u ∈), então n admite dois divisores
positivos próprios distintos. Se juntarmos essas propriedades, poderemos
ver que um inteiro n > 1 composto que não é um quadrado tem pelo menos
quatro divisores inteiros próprios distintos.
A título de exemplo, note que 9 = 32 admite exatamente dois divisores não
triviais distintos, 3 e –3; enquanto 20 = 22 ⋅ 5 admite oito divisores não tri-
viais distintos, 2, –2, 4, –4, 5, –5, 10 e –10. No caso do número 14 = 7 ⋅ 2, essa
quantidade é exatamente 4.
Esta última, da qual restam seis livros (segundo o prefácio, o número total seria treze),
é a mais importante e original. Trata-se de uma coletânea de problemas, na maioria in-
determinados, para cujas soluções Diofanto sempre aplicava métodos algébricos, com
o que se distingue substancialmente da Matemática grega clássica.
Devido a essa utilização de métodos algébricos, embora Diofanto só tenha estuda-
do alguns tipos de equações, dedicando-se à procura de soluções racionais, hoje rece-
bem o nome de equações diofantinas todas as equações polinomiais com coeficientes
inteiros, sempre que se tratar de procurar suas soluções também entre os inteiros.
Definição 5.1.1
Uma equação diofantina linear a duas incógnitas x e y é uma equação do tipo
ax + by = c, com a, b e c inteiros. Dizemos que a equação tem solução em se existirem
inteiros x0 e y0 tais que ax0 + by0 = c, e o par (x0,y0) é então chamado de solução da equação.
Exemplo 5.1.2
Observando as igualdades 3 ⋅ 4 + 6 ⋅1 = 18 , 3 ⋅ ( −6) + 6 ⋅ 6 = 18 e 3 ⋅10 + 6 ⋅ ( −2) = 18,
vemos que os pares de números x0 = 4 e y0 = 1, x0 = –6 e y0 = 6, x0 = 10 e y0 = –2 nos
dão soluções da equação 3x + 6y = 18. Convidamos o leitor a procurar outras soluções
para essa equação.
Em contraste com a equação desse exemplo, que, como veremos, possui infinitas
soluções, existem equações diofantinas lineares que não têm solução. Por exemplo, a
equação 4x + 6y = 15 não possui solução inteira. De fato, para quaisquer inteiros x e y,
os números 4x e 6y são pares, e a soma de dois números pares é par, não podendo,
portanto, ser igual a 15. No caso geral, o teorema a seguir nos ajuda a decidir quando
uma de tais equações possui solução.
Teorema 5.1.3
A equação diofantina linear ax + by = c tem solução se, e somente se, mdc(a,b) divide
c.
Demonstração
Como já observamos anteriormente, teoremas com a estrutura se, e somente se, devem
ser demonstrados em duas etapas: uma que demonstra a parte se, e outra, a parte somente se.
Demonstração da parte se: aqui a hipótese é mdc(a,b) divide c e devemos mos-
trar que a equação ax + by = c tem solução. Seja d = mdc(a,b). Ora, pelo Teorema
3.3.3, sabemos que existem inteiros r e s tais que
ar + bs = d . (1)
CAPÍTULO 6
ALGUNS TEOREMAS CLÁSSICOS
DA TEORIA DOS NÚMEROS
Definição 6.1.1
Uma função aritmética é uma função f : ∗ → .
Exemplo 6.1.2
As funções τ e σ que a cada natural n ≥ 1 associam o número τ(n) e a soma σ(n)
dos divisores positivos de n, respectivamente, apresentadas nas aplicações do Capítulo
4, são funções aritméticas.
Definição 6.1.3
(i) Uma função aritmética f é dita multiplicativa se
f (m ⋅ n) = f (m) ⋅ f (n) ,
Exemplo 6.1.4
Duas funções aritméticas completamente multiplicativas triviais são as funções f e
g dadas por f (n) = 1 e g (n) = n, para todo n ∈ ∗, pois:
g (m ⋅ n) = m ⋅ n = g (m) ⋅ g (n),
Silva | Gomes
pela Universidade Federal de Viçosa
(UFV), mestre e doutor em Matemática
pela Universidade de Brasília (UnB), com Agradecimentos
Estruturas
O ensino de estruturas algébricas na Licenciatura em
doutorado sanduíche na Universidad
Autónoma de Madrid. Desde 2004, atua
Matemática é essencial Prefácio
como professor de cursos de gradua-
Estruturas Algébricas para Licenciatura é um conjunto de obras 1. A construção do
Algébricas para
ção e pós-graduação com experiência
que visa auxiliar professores e alunos no processo de ensino e
na UnB e em instituições de ensino conjunto dos
superior no Distrito Federal e em Goiás. aprendizagem de fundamentos básicos de Matemática, da teoria
de conjuntos e das principais estruturas algébricas. Buscamos números naturais
Desde 2009, é professor do Instituto de
Licenciatura
Matemática e Estatística da Universi- sanar dificuldades relacionadas à linguagem e ao conteúdo, ofere-
2. O conjunto dos
M
dade Federal de Goiás (IME-UFG). cendo textos dialogados e ricos em detalhes. As demonstrações
Y
são desenvolvidas com clareza; exemplos e exercícios são apre- números inteiros
sentados com o intuito de facilitar o entendimento e a aplicação
CM
MY
Olimpio Ribeiro Gomes dos resultados. Ao final de cada livro, apresentamos respostas de Elementos de Aritmética Superior 3. Divisibilidade em Z
CY
CMY
alguns exercícios propostos. Neste volume, Elementos de Aritmé- e aplicações
É bacharel, mestre e doutor em Mate- tica Superior, abordamos as construções dos conjuntos dos
4. Números primos
K
mática pela Universidade de Brasília números naturais e inteiros, a teoria de divisibilidade de inteiros e
(UnB). Como professor, atua profissio- os elementos fundamentais da Teoria dos Números.
nalmente desde 1999, tendo ministrado 5. Equações diofantinas
aulas em escolas de Ensino Fundamen- e aritmética módulo m
tal e Médio, em preparatórios para
vestibulares e concursos e em cursos 6. Alguns teoremas
de graduação e pós-graduação. Atua clássicos da Teoria
também como auditor federal de finan-
ças e controle do quadro de pessoal da
dos Números
Controladoria-Geral da União desde
Respostas de alguns
2008, quando foi selecionado para a
área de Auditoria e Fiscalização/ Esta- exercícios
2
tística e Cálculos Atuariais.
Referências
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