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MANUAL DE
CONTABILIDADE
PARA MÉDICOS
INTRODUÇÃO
Este eBook tem como objetivo
explicar o básico da área para os
médicos que desejam abrir um
consultório ou uma clínica médica.
Para encontrar o melhor
procedimento para seu perfil de
negócio, você aprenderá:
A) Como funcionam as
tributações e quais os modelos
de tributação disponíveis.
B) Daremos dicas para o controle
de caixa e a estratégia de negócios,
focando em conceitos essenciais
para a gestão.
C) Obtenha também outras
informações extremamente
importantes para sua clínica,
como: precificação, amortização
e depreciação (isto é, formas
utilizadas para calcular o valor dos
seus ativos). Aproveite a leitura!
2. TIPOS DE TRIBUTAÇÃO
NO BRASIL
Depois de escolherem a melhor forma de
tributação para seu negócio, os profissionais
da área médica precisam aprender a manter
o controle sobre os pagamentos. Se houver
qualquer atraso, o negócio pode estar
comprometido. A primeira escolha que um médico
deve fazer é se a sua tributação será de pessoa
física ou de pessoa jurídica, e a partir daí optar
pela melhor modalidade tributária. Normalmente
o contador indica, com base no faturamento,
despesas e margem de lucro prevista, o caminho
que o profissional precisa seguir.
Existem fatores que influenciam
diretamente no tipo de tributação
que será optado. A forma do
negócio é uma delas, visto que
um consultório, uma clínica e
um hospital possuem aspectos
diferentes, e que precisam ser
levados em conta. O retorno
financeiro almejado também
é outro ponto essencial, pois
ele indicará uma base para a
possibilidade de pagamentos.
Muitos médicos acham que
é mais vantagem optar por
um sistema de faturamento
como Pessoa Física (PF).
Nesse caso, a cobrança se
dará, evidentemente, com
base no Imposto de Renda
de Pessoa Física (IRPF). Isso
é o que acontece quando o
profissional opta por não abrir
uma empresa. Dessa forma,
para que o levantamento de
dados seja feito tendo em
vista a cobrança, ele deve
elaborar seu Livro Caixa e
controlar os recibos.
O Livro Caixa é de
extrema importância para
profissionais liberais e
autônomos realizarem a sua
documentação para o imposto
de renda. Nele o médico
registrará todos os seus
pagamentos e recebimentos
no decorrer do mês. O
Livro Caixa também serve
para o profissional deduzir
algumas despesas fixas,
como contas de consumo
na área de trabalho, gastos
com materiais utilizados nos
procedimentos médicos,
salário de funcionários e
livros técnicos e pagamento
de congressos na área.
Abordaremos o assunto com
mais profundidade à frente.
A base para a tributação
de uma pessoa física é uma
tabela progressiva, que vai
de 7,5% a 27,5%. Além disso,
há a incidência de Imposto
Sobre Serviços de Qualquer
Natureza (ISSQN), que é
cobrado através de um valor
fixo anual estipulado pela
Prefeitura da sua cidade.
Mas se, ao contrário, o médico
optar por abrir uma empresa
que indubitavelmente é a
melhor escolha e ser tributado
como pessoa jurídica,
dependendo do tipo de negócio
que irá manter, ele poderá optar
por três regimes de tributação:
a) Simples Nacional; b) Lucro
Presumido; c) Lucro Real. A
seguir vamos explorar um
pouco mais profundamente
cada um desses conceitos.
2.1 SIMPLES NACIONAL
Esse regime, lançado em 30
de junho de 2007, foi criado
para tornar a vida dos micro
e pequenos empresários mais
simples. Ele contempla qualquer
negócio cuja receita bruta
anual é de até 3,6 milhões de
reais. Antes da existência do
Simples Nacional a tarefa de
pagar impostos era muito mais
complicada para empresas de
pequeno porte. Os empresários
precisavam de guias e datas
separadas para pagar seus
impostos federais, estaduais
e municipais.
Havia outra desvantagem:
as alíquotas (ou seja, a base
de cálculo do imposto)
eram menos vantajosas,
e por vezes possuíam o
mesmo valor das aplicadas
em grandes empresas. A
partir do surgimento do
Simples Nacional, os micros
e pequenos empresários
passaram a pagar todos os
seus tributos através de uma
única guia. No entanto, as
empresas só podem optar por
esse regime se estão isentas
de qualquer débito da Dívida
Ativa da União ou do Instituto
Nacional de Seguro Social.
A princípio, o regime de
tributação do Simples Nacional
não era uma opção válida para
médicos e profissionais que
precisavam montar clínicas.
Por causa disso, possuíam
muitos problemas, visto que
precisavam pagar uma quantia
de 16,7%. Mas em 2016 foi
aprovada no Congresso
Nacional uma atualização
das regras do regime para
profissionais da área médica.
Na guia de pagamento
estão inclusos impostos
e contribuições como
COFINS, PIS/PASEP, CSLL,
IPI, IRPJ, CPP, INSS e ICMS.
Essa forma de tributação
está contida no Anexo
III da Lei Complementar
(123/2006) acerca do tema.
Os valores pagos reduziram
potencialmente em relação
aos anos anteriores. Vamos
ver isso na prática.
Antes, uma alíquota para uma
receita bruta de 180 mil reais
em 12 meses era de 16,93%.
Já com o Simples Nacional,
uma clínica com essa receita
passou a pagar uma alíquota
de apenas 6%. Naturalmente,
a alíquota foi também
reduzida para diversas faixas.
Uma receita bruta anual
de 360 mil reais teve uma
alíquota de 11,20%, quando
antes era de 17,72%.
A base de cálculo para o Simples
Nacional é feita nos 12 meses
anteriores da apuração, desde
que a empresa já possua, no
mínimo, 13 meses de atividade. Em
outros casos, quando ela ainda
não completou essa exigência
de atuação, utiliza-se um cálculo
de multiplicação. Ou seja, se
a empresa opta pelo Simples
Nacional no mesmo ano em que
iniciou as operações, é utilizada
como base a receita bruta de um
mês, que, para fechar a conta,
precisa ser multiplicada por 12 (que
correspondem aos meses do ano).
Especialistas recomendam
que profissionais da área
médica optem pelo Simples
Nacional se possuem altos
gastos com rendimentos do
pró-labore e remuneração de
autônomos. No entanto, como
já afirmamos anteriormente,
cada caso é um caso, e uma
análise aprofundada dirá
qual o melhor caminho para
a sua clínica.
2.2 LUCRO PRESUMIDO
O regime de Lucro Presumido é
uma maneira mais simplificada
de tributação, porém mais
arriscada também. O valor
extraído para o pagamento dos
impostos é feito através de uma
tabela com a margem específica
de cada área de atuação. Dessa
forma, o valor do Imposto de
Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e
da Contribuição Social Sobre o
Lucro Líquido (CSLL) é obtido de
maneira quase “automática”.
O problema para alguns
consultórios está justamente na
fixação de um valor. Quando seu
lucro é inferior ao estabelecido
pela legislação, o médico acaba
pagando mais imposto do que
deveria. Por outro lado, é muito
mais fácil presumir o quanto
deverá ser pago pela clínica.
Talvez por causa disso o regime
de Lucro Presumido é o mais
escolhido por médicos e donos
de clínicas e consultórios.
A tributação nesse caso é
de 11,33% sobre 32% do seu
faturamento, acrescentando
também os tributos federais e
mais 5% de ISSQN. As clínicas
médicas também pagam
27,8% sobre o valor da folha
de pagamento bruta, que
se refere ao INSS Patronal.
Para sociedades simples, cuja
composição seja apenas de
médicos, o valor pago pode ser
fixo de acordo com o número
de profissionais. Isso acontece
porque não há um caráter de
empresa nessas sociedades.
Há exceção para serviços
hospitalares, que pagam,
ao invés de 32%, apenas
8% para o IRPJ e 12% para
CSLL. Assim sendo, o
recolhimento corresponde a
1,2% e 1,8% da receita bruta
respectivamente, a título de
cada tributo. Obviamente,
um profissional autônomo
que fosse contratado por
um hospital deverá manter o
32%, já que apenas trabalha
na estrutura hospitalar, e não
a possui de fato.
Depois de estabelecido esse
entendimento, a aplicação
da alíquota de impostos é
bastante simples. A alíquota
deve ser de 15% para qualquer
lucro que não ultrapasse 20
mil reais por mês. Para todo
o lucro que passe desse teto,
o valor cobrado é de 25%.
No caso da CSLL, a alíquota
é sempre de 9% sobre a
base de cálculo. Isso parece
complicado, mas na prática é
bastante simples.
Vamos pegar um exemplo de uma
clínica que obteve um lucro de 3,6
milhões de reais no ano. A base de
cálculo será de 32%, tanto para o
IRPJ como para a CSLL. Nesse caso,
a base para fazer o cálculo é de R$
1.152.000,00 (um milhão cento e
cinquenta e dois mil reais). É o lucro
presumido pela Receita Federal no ano.
Para podermos calcular o CSLL, basta
multiplicarmos esse valor por 9% (0,09),
obtendo o seguinte resultado:
1152000 x 0,09 = 103680
Ou seja, a clínica precisará pagar de CSLL
o valor de R$ 103.680,00. O cálculo de
IRPJ é mais complicado, mas nem por isso
complexo. Devemos dividi-lo em duas
partes, na primeira leva-se em conta um
valor de até 240 mil reais, no qual se aplica
uma alíquota de 15% (0,15).
Na outra, utiliza-se o valor de base do cálculo
e subtrai-se dele os 240 mil, no qual se
aplica uma alíquota de 25% (0,25). Vamos
exemplificar:
IRPJ – (240000 x 0,15) +(1152000 – 240000)
x 0,25 IRPJ = 36000 + 228000
IRPJ = 264000
Para concluir, a clínica pagará de
Imposto de Renda de Pessoa Jurídica R$
264.00,00. Somando-se os dois valores,
a empresa pagará um total de impostos
de R$ 367.680,00. Ou seja, um pouco
mais de 10% do seu faturamento anual.

O Lucro Presumido é ideal para empresas

que não possuem recursos para poder
calcular precisamente o lucro real.
Clínicas novas, cuja administração e as
finanças ainda estão em processo de
maturação, preferem esse sistema por
causa da facilidade na aplicação do
cálculo. Há ainda o regime de Lucro Real,
que veremos agora.
2.3 LUCRO REAL
Para estabelecer o Lucro Real, é
preciso tributar o lucro líquido da
empresa em determinado período.
Por causa disso, a empresa precisa
saber esses valores reais. De
acordo com os resultados obtidos
nesse período, os encargos
podem aumentar ou diminuir. Em
casos em que a empresa obteve
prejuízo financeiro durante o ano,
ela pode ficar dispensada de
pagar os tributos. Essa é uma das
vantagens desse regime.
A lei também oferece
algumas compensações em
cada caso, e no cálculo pode
ser reduzido ou acrescido
valores conforme a prática
do serviço. Antes de ser
estabelecido o lucro real, é
preciso descobrir, então, o
lucro líquido não só de uma
forma geral, mas de cada
ano ou período, conforme
estabelece a legislação.
Resumindo, de acordo com a
apuração dos valores, a clínica
irá pagar encargos ou ganhar
descontos.
É importante notar que o Lucro
Real não é cumulativo para
PIS e COFINS. Em relação ao
Lucro Presumido o valor dessas
contribuições é elevado, de
9,25% sobre o faturamento.
Mas baseando-se em alguns
fatores é possível fazer o
desconto de crédito.
Nesse quesito, entram
em cálculo o consumo de
energia elétrica, o montante
de depreciação de ativos,
entre outros fatores.
Também vale ressaltar que
se optar por esse regime,
a clínica deverá apresentar
à Receita Federal certos
registros específicos do seu
sistema contábil e financeiro.
3. FLUXO DE CAIXA
O acompanhamento do Fluxo
de Caixa é essencial para
a estruturação do negócio.
Através dele você terá controle
sobre a entrada e saída do
dinheiro, descobrindo o que
está gerando lucro e o que
deve ser pago no decorrer
dos meses. E quando há
um prejuízo, você consegue
descobrir de onde ele vem,
para tomar as medidas de
segurança antes que novas
perdas aconteçam.
A contabilidade possui dois conceitos
essenciais para o entendimento do
Fluxo de Caixa: Regime de Competência
e Regime de Caixa. O primeiro diz
respeito às receitas, custos e despesas,
independentemente da movimentação
financeira que ocorre no momento em
que elas aparecem. Já o Regime de
Caixa procura compreender as receitas,
custos e competências no momento
em que há a movimentação financeira
referente às contas (independentemente
se for recebimento ou pagamento)
através dos fluxos de caixa.
Uma das vantagens de se
acompanhar o Fluxo de Caixa
é que ele pode ser realizado
manualmente ou digitalmente.
Além disso, é muito simples de
se realizado, mesmo que essa
operação tenha um impacto
extremamente forte no futuro
do negócio. O Fluxo do Caixa
leva em consideração dois
conceitos-chave, que você
precisa conhecer: o Balanço
Patrimonial e o DRE. Veja em
seguida o que eles significam.
3.1 BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial serve para
analisar a variação do patrimônio
da sua clínica. Trata-se de uma
espécie de ferramenta que pode
informar todas as variações
que aconteceram durante os 12
últimos meses. Através disso é
possível fazer um demonstrativo
de onde o dinheiro foi gasto
e onde ele se encontra no
momento do balanço, se está no
caixa, a receber, a pagar, etc.
O Balanço Patrimonial é
subdivido em três categorias:
• Ativo: Aqui entram em
consideração todos os ativos
que geraram lucro para a
empresa, como bens, direitos
e aplicações de recursos. Em
suma, tudo aquilo que é capaz
de gerar lucro em longo prazo
é posto em conta.
• Passivo: Levam em
consideração as origens de
recursos ligados a terceiros e
resultados advindos de eventos
ocorridos que exigem ativos
para a liquidação.
• Patrimônio Líquido: Trata-
se dos recursos próprios da
empresa, que são obtidos através
da diferença positiva entre o
valor ativo e o valor passivo.
3.2 DRE
O Patrimônio Líquido é identificado
através do DRE, sigla para
Demonstrativo de Resultado do
Exercício. Com essa ferramenta é
possível encontrar o lucro ou prejuízos
do negócio através da confrontação
de receitas, custos e despesas. Para a
apuração é levada em consideração
o Regime de Competência, que já
abordamos anteriormente. Isso permite
que tenhamos uma base de todo o
resultado advindo de operações e não
operações relacionadas ao caixa.
Essa medida é feita
anualmente para fins de
divulgação, mas deve ser
realizada constantemente
para registro do caixa. Se
feita mensalmente, ela
oferece possibilidades
administrativas, e se feita
trimestralmente, auxilia a
clínica nos fins fiscais.
A lei nº 6404 de 15 de dezembro de
1976, chamada de Lei das Sociedades
Anônimas, estabelece que as
empresas devem dividir no DRE as
seguintes informações:
• Receita líquida: A receita bruta
menos as deduções sobre as vendas.
Entra em questão, por exemplo, o
valor gasto com os produtos. Esse
deve ser abatido para se chegar à
receita líquida.
• Receita bruta: O resultado de todas
as vendas de bens e serviços, assim
como aspectos relacionados às vendas,
como os impostos, por exemplo.
• Despesas: O registro geral
de tudo o que foi gasto para
a venda, na administração e
em outras operações.
• Resultado do Exercício:
Se a empresa obteve
rendimento ou prejuízo
sobre o lucro no período
compreendido. Empresas
que utilizam o regime de
Lucro Real devem realizar
a operação antes da
tributação.
Depois de feito todo o cálculo,
o Resultado do Exercício
pode ser transportado para a
Conta Resultado ou Balanço
Primordial. Cada uma possui
diferentes objetivos de
demonstração contábil. O
Balanço Primordial demonstra
as alterações no patrimônio
durante o período constatado
e a Conta Resultado
demonstra o Resultado
Operacional do negócio, isto
é, o DRE. É possível, então,
descobrir se houve lucro ou
prejuízo no final das contas
4. LIVRO CAIXA
Para realizar manualmente
as operações descritas
acima, você precisará apenas
de um Livro Caixa, no qual
registrará mês a mês todas
as movimentações de caixa.
Apesar de ser uma tarefa difícil,
já que é manual você pode ter
um maior entendimento acerca
da contabilidade, visto que irá
se debruçar constantemente
sobre o Livro Caixa.
De forma digital, você pode realizar
o controle do caixa através de
um software. Existem diversos
programas, desde os mais simples
e conhecidos, como o Microsoft
Excel, até os mais específicos, com
módulo de finanças. Isso permite
que você faça gráficos e relatórios
sobre os dados obtidos do fluxo.
Para melhorar o uso, você pode
seguir alguns procedimentos, como
veremos a seguir.
4.1 DIVIDIR O QUE ENTRA E O QUE SAI
O dinheiro entra e sai
constantemente, de modo que
é difícil estabelecer uma divisão
clara entre as modalidades de
transação. O Fluxo do Caixa
precisa então de alguns filtros
para a melhor compreensão.
A divisão mais simples e
importante para se fazer é entre
o dinheiro que entra (recebido de
serviços como consultas) e o que
sai (pagamento de contas, gastos
com materiais, etc.).
A partir disso você conseguirá
fazer um planejamento estratégico
que pode ser uma alavanca
para seu negócio. Você saberá
o que está rendendo mais
dinheiro, e assim focar nesses
pontos, aumentando a área de
abrangência e a qualidade do
serviço. Além disso, irá descobrir
o que está custando mais para
a clínica, o que lhe ajudará a
encontrar alternativas mais viáveis
para reduzir tais gastos.
4.2 SEPARAR CONTAS
PESSOAIS E CONTAS
DA EMPRESA
Qualquer dono de negócio precisa separar o
rendimento pessoal com o da empresa. Mesmo se
você for um profissional autônomo, a separação
é essencial para não ter prejuízos. Quando
você separa os gastos pessoais dos gastos do
consultório, você sabe o quanto lucra para você, o
quanto a empresa lucra, o que você gasta e o que
a empresa gasta. Dessa forma poderá facilitar o
gerenciamento futuro do negócio.
4.3 CRIAR PROJEÇÕES
O Fluxo de Caixa também lhe ajudará a criar projeções
de fluxo de caixa para os meses seguintes. É possível
saber isso quando se tem um controle sobre o
crédito e as políticas de recebimento e pagamento
em longo prazo. Você evitará riscos ao estabelecer
antecipadamente as medidas que precisará tomar na
negociação dos prazos de transação. Além de prever
os gastos que terá no futuro.
Assim você evita dificuldades e prejuízos, já que saberá
da necessidade que terá nos meses seguintes, o que
lhe possibilitará também antecipar a solução dos
problemas sem recorrer a empréstimos.
4.4 CRIAR SEGMENTAÇÕES
Você poderá identificar a natureza
de cada transação e categorizá-las
para melhorar o fluxo do dinheiro. Em
outras palavras, com as segmentações
poderá descobrir a origem de cada
parte do lucro e quanto recebe em
cada transação. Isso permite que
você tenha um maior controle sobre
o que entra no caixa. Cada transação
estará categorizada em um grupo
(“cobrança”, “pagamento”, “comissão”
etc) dentro das categorias maiores de
entrada e saída.
Essas quatro dicas são primordiais
para a compreensão do Fluxo de
Caixa e para a melhor utilização
desse método. Mas saiba que
realizar essa tarefa diariamente
pode ser bastante complicado de
início. É essencial ter disciplina
para manter a planilha ou o Livro
Caixa sempre atualizado. Caso
contrário, você não terá os dados
corretos para tomar as decisões
que influenciam diretamente no
futuro do negócio.
5. O QUE É DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO
Os conceitos de depreciação
e amortização também devem
ser levados em conta para a
gestão da contabilidade. Para
compreender o funcionamento
desses mecanismos jurídicos,
devemos entender o que são
de fato os investimentos.
Todo o desembolso realizado
por empresas com aparelhos,
instrumentos de trabalho,
máquinas, móveis, veículos, bem
como treinamentos, são chamados
de investimentos operacionais.
Existem algumas diferenças
entre investimentos operacionais
e custos e gastos, e a principal
delas é que os investimentos
geram ativos para a empresa.
Esses ativos possuem um
determinado tempo de vida, e,
por consequência, um valor de
médio ou longo prazo que muda
com o tempo.
Os custos e gastos são as
despesas com contas da clínica,
como, por exemplo, os gastos
em compra de matéria-prima. Ou
seja, o valor aqui é de curto prazo.
Após compreender isso,
precisamos entender que, com
raras exceções, os elementos
que constituem um ativo
imobilizado possuem um período
de vida-útil limitado. E isso tem
reflexo no seu valor econômico,
de modo que esses itens
estão sujeitos à depreciação e
amortização se utilizados num
período superior a 1 ano.
O procedimento se deve ao
valor perdido pelos ativos
ao longo do tempo. As suas
características definirão esse
procedimento. Além disso,
alguns fatores influenciam na
variação do valor dos ativos.
Condições de uso, exposição ao
sol, exposição ao clima (chuva,
vento, etc.), determinações
legais, nível de utilização,
qualidade dos materiais, entre
outros. Veja abaixo os conceitos
e alguns exemplos:
5.1 DEPRECIAÇÃO
A depreciação se caracteriza Veja alguns bens tangíveis
pela perda do valor de bens que sofrem de depreciação:
tangíveis no decorrer do
• Máquinas e equipamentos
tempo. A ação da natureza, a
• Instalações
obsolescência e o desgaste
• Veículos
pela utilização são fatores que
• Móveis e utensílios
entram em consideração.
• Edifícios
• Computadores e periféricos
5.2 AMORTIZAÇÃO

Já a amortização é caracterizada Veja alguns desses bens

pela perda de valor aplicado na intangíveis:
aquisição de bens intangíveis com
• Direitos autorais
o decorrer do tempo. Isso envolve
• Marcas e patentes
os ativos de duração limitada,
• Tecnologia
ativos que necessitam de licença
• Softwares e websites
para utilização (normalmente
• Know-how (transferências
estabelecidas prazo legal) ou que
de propriedade intelectual,
são limitados por contrato.
métodos produtivos etc.)
O cálculo da depreciação e
amortização é feito de acordo
com uma tabela, onde se
categoriza o tipo de ativo de
acordo com a sua utilização. Por
exemplo, instrumentos médicos
e utilizados em laboratório
possuem 10 anos de vida útil.
Isso significa que eles possuem
um valor residual de 10%, isto
é, a cada ao que passa, perdem
10% do seu valor.
A avaliação de bens também possui alguns
critérios. No caso de equipamentos e
utensílios utilizados em clínicas, a reavaliação
necessitará de um parecer técnico,
que é elaborado por uma comissão de
especialistas. Os membros são servidores com
conhecimentos técnicos da área, que utilizam
o modelo fixo estabelecido por lei para avaliar
o estado de conservação dos bens.
6. PRECIFICAÇÃO
A precificação nada mais é do que o valor
monetário atribuído a um bem ou a um
serviço. Para encontrar o preço é preciso
fazer um cálculo básico: custo do produto
+ despesas fixas e outras variáveis +
percentuais de custo + percentual de lucro.
As empresas normalmente procuram achar
um valor ideal para aquilo que ofertam, de
modo que obtenham rendimentos líquidos
sem deixar a oferta inviável ao consumidor.
Nesse ponto, o cálculo mencionado acima
até pode ser útil, mas o preço não pode se
limitar a isso, pois existem algumas variáveis
importantes em cada negócio.
É difícil estabelecer um preço ideal
pelo dinamismo dos fatores que
influenciam no valor monetário de
um item. Se o produto possui um
preço baixo, poderá não gerar um
lucro irrisório para a clínica, mas se
for muito alto, pode ficar encalhado
em prateleiras. No caso das clínicas,
se estabelecem um preço muito
baixo, podem até espantar o
público, pois este achará que não
se trata de um bom serviço. E se for
muito alto, certamente o público
optará pela concorrência.
Para estabelecer uma boa
precificação, é preciso avaliar
o mercado em que se está
atuando. A lei da oferta e
procura entra diretamente
em questão, pois o valor do
produto não está limitado
por seu custo de produção,
mas também pela utilidade
que tem para ao público
ao qual se destina. Dessa
forma, avaliar diretamente o
consumidor é um importante
ponto para a precificação.
Levando isso em
consideração, um médico
precisa julgar o seu local
de atendimento (ponto) e
sua equipe de profissionais,
para descobrir se o serviço
está de acordo com a
demanda do consumidor.
Se ele chega à conclusão
de que o serviço não está
de acordo, será difícil
considerar qualquer
variável que influencia no
preço final.
Mas se, pelo contrário, o
atendimento corresponde àquilo
que o público-alvo precisa, é
possível chegar a um preço justo
avaliando sua concorrência. Isso
é simples de ser feito através de
uma pesquisa. Uma tabela deve
ser utilizada, na qual você colocará
o nome das empresas que atuam
na sua área, o preço que elas
cobram pelos serviços, seus pontos
altos e baixos. Tendo realizado
essa medida, você conseguirá
estabelecer o quanto você deve
cobrar pelas consultas e serviços
que disponibiliza.
Muitos profissionais
conseguem estabelecer um
preço justo, mas se sentem
mal na hora de cobrar. Isso
é uma situação normal no
início da carreira, e o segredo
é agir naturalmente. A
comunicação bem feita com o
paciente levará a acordos que
beneficiam ambos. Pergunte
a ele no final da conversa se
não tem nenhuma dúvida.
Se ele achar o preço muito
alto, explique-lhe o porquê,
questionando-o qual é a
melhor forma de pagamento
para o caso dele.
O desconforto com a precificação pode
ser evitado com algumas medidas. A
melhor forma de cobrar e receber de
um paciente é dentro do consultório,
para que ele se sinta melhor. No
atendimento ele pode ficar constrangido
diante de outros pacientes. Mas se você
conta com uma equipe de excelentes
profissionais, eles saberão como agir,
pois o importante é deixar o paciente
confortável. Servir um café ou puxar
uma conversa para um nível mais
pessoal pode ser uma ótima alternativa.
Veja como é importante estabelecer
um vínculo entre a precificação e a
comunicação direta com o paciente.
6. CONCLUSÃO
Todos sabem da importância que as clínicas
e consultórios médicos têm na sociedade.
Um profissional deve ter isso em mente
todo dia para realizar um bom serviço. As
profissões da área médica possuem um
altíssimo nível de responsabilidade, e em
razão disso os profissionais precisam estar
atentos a tudo que envolve o negócio.
Talvez essa seja uma das dificuldades de
clínicas que passam por problemas de
finanças. Os profissionais enxergam seu
negócio apenas pelo aspecto de serviço
público, o que é necessário, evidentemente.
Mas também é preciso entender
o próprio negócio como uma
empresa, que precisa adotar
os mesmos procedimentos de
gestão de qualquer outra. A
boa administração do dinheiro
garantirá que sua clínica possua
uma vida longa. E isso significa
que os benefícios obtidos da
boa administração serão de
todos. Não só você estará
satisfeito, mas também sua
equipe e a sua comunidade.
Por causa dessas
responsabilidades da área,
contar com bons profissionais
é essencial, mesmo se você
já tenha um domínio de
determinada área do negócio.
Na hora de escolher a melhor
tributação, é importante
perguntar para profissionais a
opinião deles, pois isso será de
grande ajuda. Como vimos no
decorrer do texto, cada empresa
garantirá algumas vantagens com
o regime escolhido, e se tomam o
errado, podem arcar com muitos
impostos, o que prejudicará o
andamento do negócio no futuro.
O Fluxo de Caixa é uma das
formas de guiar a empresa,
e por isso você deve ter
um foco especial nele.
Jamais delegue essa função
sem se manter atualizado,
observando cotidianamente
o prosseguimento das
operações. Pode não
parecer, mas isso está mais
ligado à chefia da clínica
do que um departamento
das finanças. Através desse
estudo, você conseguirá
descobrir os pontos fortes e
fracos da sua clínica.
Os benefícios disso são
imensos, já que uma
estratégia de negócios precisa
invariavelmente desses dados.
Também vimos que o Fluxo de
Caixa é uma parte do trabalho
que depende da atualização
do Livro Caixa. A princípio, isso
pode parecer um trabalho chato,
que pouco tem a ver com a sua
especialização. Mas lembre
de que o seu negócio não está
limitado àquilo que você faz,
pois é imprescindível entendê-lo
pelo viés da administração.
O bom empreendedor
consegue pensar, ao
mesmo tempo, no que está
acontecendo atualmente
no negócio e em novas
oportunidades para o
crescimento no futuro. É
impossível ter sucesso, onde
quer que se atue, sem ser um
bom administrador. Aqui vale
a máxima segundo a qual
a obtenção do patrimônio
pode ser difícil, mas a sua
manutenção é ainda mais.
A avaliação do que você já tem
também é importante, como
vimos no capítulo em que
analisamos a amortização e a
depreciação. Isso também deve
estar na sua mente na hora de
adquirir novos equipamentos e
objetos duradouros. Optar por
bons maquinários, instrumentos
e móveis garante uma vida mais
longa para os bens, livre de
impostos injustos. Equipamentos
de alto nível também podem ser
o diferencial de uma clínica na
hora de estabelecer os preços
de consultas.
Nesse aspecto de valores
monetários, vimos que o preço
não está limitado apenas ao seu
custo de produção. É preciso
analisar diversas variáveis, como
a qualidade dos profissionais que
atuam com você, o seu ponto
de atendimento, o equipamento
utilizado e sua experiência
como profissional. E para isso
é imprescindível conhecer a
concorrência, para saber o que
um consumidor optaria quando
precisar de um serviço.
A contabilidade não é uma área
isolada da empresa, que não
depende de outros aspectos.
Muito pelo contrário, ela
está intrinsecamente ligada
a qualquer área do negócio.
É por isso que o profissional,
que deseja prosperidade
financeira, precisa estudar os
pontos da gestão financeira.
Mesmo quando a clínica possui
profissionais exclusivamente
para a contabilidade da empresa,
o dono do negócio deve estar
atento às movimentações. Existe
uma infinidade de exemplos
de empresários que deixaram
isso de lado e acabaram tendo
prejuízos, ou até falindo, devido à
inabilidade da sua equipe.
Todos os aspectos abordados
neste eBook são essenciais para
a gestão do seu negócio. As
informações que abordamos ao
longo do texto não devem estar
limitadas ao “departamento
de finanças” da clínica. Muito
pelo contrário, é você que deve
controlar essas informações.
Esperamos que você faça um
bom uso do conteúdo, pois,
além de ser uma Bíblia de
contabilidade para médicos,
também desejamos que esse
eBook seja um Manual prático.
Recorra sempre aos conceitos-
chaves mais complexos, até
que se fixem na sua mente. Isso
garantirá que você seja não
apenas um empresário, mas
também um empreendedor de
sucesso. Portanto, desejamos
que essas informações lhe sejam
úteis durante muitos anos.
Como presente para aqueles que
chegaram até aqui, deixamos o
melhor para o final.
7 PASSOS PARA ABRIR MINHA EMPRESA
Os passos descritos a
seguir orientam não
1. DEFINIÇÃO DO TIPO DE EMPRESA
somente na abertura
de um ramo de serviço
na área médica, visto
que muitos colegas
EMPRESÁRIO (INDIVIDUAL) SOCIEDADE EMPRESÁRIA LIMITADA
investem em outras Empresário: é a pessoa que Sociedade Empresária Ltda.: é a
áreas ao longo de suas trabalha no comércio ou com sociedade que possua dois ou mais
vidas, então procuramos serviços não intelectuais, ou sócios e que trabalha no comércio
abordar a todos. seja, que não dependam de ou com serviços não intelectuais.
graduação superior para seu
desempenho. É a antiga Firma SOCIEDADE SIMPLES LIMITADA
Individual, e o seu registro é
realizado na Junta Comercial. Sociedade Simples Ltda.: é a
sociedade que possua dois ou mais
sócios e que trabalha com atividades
intelectuais, ou seja, de natureza
científica, literária ou artística.
2. TIPOS DE PARTICIPAÇÃO

SÓCIO-ADMINISTRADOR
O sócio-administrador é aquele que
efetivamente desempenha funções
dentro da empresa e é responsável pela
administração da mesma. Recebe ‘pró-
labore’, assina e responde legalmente
pela Pessoa Jurídica (empresa). Todos
os sócios podem ser administradores
ou não. No caso de nenhum dos
sócios desempenharem esta função,
um terceiro deverá ser nomeado
Administrador, sendo que o Contrato
Social deverá prever esta situação.
SÓCIO-QUOTISTA
Este tipo de sócio não trabalha
na empresa, não retira ‘pró-
labore’, mas participa de
lucros e prejuízos do negócio e
responde pelos atos da Pessoa
Jurídica, em solidariedade com
os outros sócios.
3. SITUAÇÃO DO TITULAR OU DO(S) SÓCIO(S)
FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Na maioria dos casos, o
funcionário público está impedido
pelo seu Estatuto de Servidor de
ser sócio-administrador ou titular
de firma do tipo Empresário.
Geralmente, ele poderá ser
somente sócio-quotista. Para
saber desta possibilidade, é
necessário consultar a entidade
para qual trabalha.
APOSENTADO POR INVALIDEZ
O aposentado por invalidez
não pode ser sócio-
administrador de uma
empresa ou titular de empresa
individual (Empresário),
apenas sócio-quotista.
PARTICIPAÇÃO EM OUTRA
EMPRESA
Não é vedada a participação
de uma pessoa em mais de
uma empresa, mas existem
implicações para fins tributários
(Simples Nacional). Para tanto,
verificar art. 3º da LC 123/06.
O que é vedado é uma pessoa
ter duas empresas do tipo
Empresário em seu nome.
4. NOMES
NOME FANTASIA
Este nome é o nome inventado para a
empresa e é por este nome que a empresa
será conhecida no mercado. O nome fantasia
serve também para identificar e distinguir seus
produtos e serviços de outros já existentes
no mercado. Pode ser também uma marca,
devidamente registrada e protegida no INPI
(Instituto Nacional de Propriedade Industrial).
Para verificar se o nome que você quer utilizar
não está sendo utilizado por outra empresa,
pesquise a base de marcas no site do INPI.
NOME EMPRESARIAL
No caso de Empresário Individual, será adotado
o nome civil do titular. Esse nome pode ser por
extenso ou abreviado, não podendo abreviar
o último sobrenome, nem excluir qualquer
dos componentes do nome. Não constituem
sobrenome: Filho, Júnior, Neto, Sobrinho etc. Caso
o empresário possua um nome bastante comum,
poderá utilizar uma partícula que o diferencie,
como um apelido ou a definição da atividade. Ex:
José Carlos do Nascimento; J. C. do Nascimento;
José Carlos do Nascimento – Bar.
No caso de Sociedade Empresária
Ltda, o nome empresarial é
constituído por uma Razão
Social ou por uma Denominação
Social. A Razão Social é o nome
civil completo ou abreviado de
um dos sócios, acrescido de “&
companhia”, ou “& CIA”, para
indicar a existência de outros
sócios, além da palavra “limitada”,
por extenso ou abreviada. Pode
também ser composta pelo
sobrenome de mais de um dos
sócios. Ex: Antônio Ribas &
Cia. Ltda.; Oliveira & Cia. Ltda.;
Oliveira & Irmãos Ltda.; Oliveira,
Murici & Santos Ltda.
Já a Denominação Social é
composta por uma expressão de
fantasia ou termo criado pelos
sócios, pelo objetivo social da
empresa (atividade) acrescido
ao final a palavra “limitada”,
abreviada ou por extenso. Ex:
Beta Mercearia Ltda.; Lancheria
Alfa Ltda.; Antonio Oliveira
Padaria Ltda. Lembramos que
o nome empresarial não pode
incluir ou reproduzir sigla ou
denominação de órgão público
da administração direta,
federal, estadual ou municipal,
bem como de organismos
internacionais.
No caso de Sociedade Simples,
o nome deve utilizar os mesmos
princípios da Sociedade
Empresária Ltda. para a sua
formação, podendo ser Razão
ou Denominação Social, mas
devendo incluir a expressão
Sociedade Simples ou S/S antes
da expressão LTDA. Ex: Psico
Serviços de Psicologia Sociedade
Simples LTDA.;Serviços de
Psicologia Psico S/S Ltda.; Lima &
Silva S/S Ltda.
5. CAPITAL SOCIAL

O capital social é a primeira

fonte de recursos da empresa
em moeda corrente. É o
valor que a empresa utilizou
para iniciar suas atividades
e enfrentar suas primeiras
despesas, como compra de
equipamentos, matéria-prima,
instalações, divulgação etc.
6. ATIVIDADES
Uma empresa pode ter
tantas atividades quantas
quiser. Alguns setores, como
por exemplo, os serviços de
turismo, não podem trabalhar
com mais de um ramo de
atividade. Tudo depende da
legislação específica existente.
Assim, é necessário especificar
exatamente quais atividades
serão desenvolvidas por
sua empresa. Os ramos de
atividades são:
INDÚSTRIA
Empresas que trabalham com a
produção de bens
COMÉRCIO ATACADISTA
Empresa que trabalha com venda
de mercadorias, para empresas
que revenderão os produtos.
COMÉRCIO VAREJISTA:
Empresa que trabalha com venda
de mercadorias diretamente ao
consumidor final.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
São empresas que prestam
serviços, tanto para pessoas
físicas, quanto jurídicas. As
atividades da empresa são
definidas pelo CNAE (Código
Nacional de Atividade
Econômica). Estes códigos
podem ser definidos e
consultados na página de
Internet:
www.cnae.ibge.gov.br
CONSULTAS PRÉVIAS
Antes de iniciar a abertura de sua
empresa você deve consultar a
situação dos sócios, pesquisar o
nome da futura empresa, pedir
o boletim informativo do imóvel
onde o negócio irá funcionar,
consultar licenças necessárias,
enfim, tomar uma série de
providências para não travar
o processo de abertura do seu
empreendimento.
Lembre-se que a partir da abertura,
o seu negócio vai precisar manter
em dia os tributos e obrigações.
Algumas atividades exigem licenças
e registros especiais e específicos
(Ambiental, Saúde Municipal ou
Estadual, Corpo de Bombeiros,
Vigilância Sanitária etc.). Checar o
Novo Código Civil – que a sociedade
entre pessoas casadas pelos
regimes de Comunhão Universal de
Bens ou Separação Obrigatória de
Bens – também é importante.
Portanto, ter o
acompanhamento de
um profissional de
Contabilidade é uma
medida segura e eficiente
para o bom andamento do
negócio e para a correta
definição do tipo de
empresa e melhor forma
de tributação.
REGISTRO DO CONTRATO SOCIAL OU
DO REQUERIMENTO DE EMPRESÁRIO
O Contrato entre os sócios é o
instrumento que regerá a empresa,
mostrando as responsabilidades,
direitos e deveres de seus membros
e de terceiros. Algumas cláusulas
são obrigatórias, outras facultativas.
O Contrato Social também faz
referência aos dados cadastrais
da empresa e das pessoas que
compõem a sociedade, bem
como as atividades que serão
desenvolvidas pela mesma.
Um contrato de Sociedade
Empresária Limitada deverá ser
registrado na Junta Comercial do
Estado. Por sua vez, o contrato
de Sociedade Simples Limitada é
registrado no Cartório de Pessoas
Jurídicas. Já o Requerimento de
Empresário é o documento que
substitui o contrato social para o
tipo de empresa Empresário e, o
seu registro, também é realizado
na Junta Comercial.
 CARTÓRIO DE PESSOAS JURÍDICAS
CONTRATO ENTRE OS SÓCIOS No Cartório de Pessoas Jurídicas
você deve encaminhar a seguinte
documentação:

É o instrumento que regerá a empresa, mostrando as 1. Contrato social em 2 (duas)

responsabilidades, direitos e deveres de seus membros e de vias, com todas as assinaturas
terceiros. Algumas cláusulas são obrigatórias, outras facultativas. reconhecidas. O cartório não faz o
O Contrato Social também faz referência aos dados cadastrais da reconhecimento das assinaturas. Isto
empresa e das pessoas que compõem a sociedade, bem como as deve ser feito em algum Tabelionato.
atividades que serão desenvolvidas pela mesma. 2. Requerimento para arquivamento
do contrato social.
Um contrato de Sociedade Empresária Limitada deverá ser
registrado na Junta Comercial do Estado. Por sua vez, o contrato de 3. Declaração de Microempresa (ME)
Sociedade Simples Limitada é registrado no Cartório de Pessoas ou Empresa de Pequeno Porte (EPP),
Jurídicas. Já o Requerimento de Empresário é o documento que se for o caso, com reconhecimento
substitui o contrato social para o tipo de empresa Empresário e, o das assinaturas.
seu registro, também é realizado na Junta Comercial. 4. Requerimento para arquivamento
da Declaração de ME ou EPP.
JUNTA COMERCIAL
CONTRATO SOCIAL
Para constituir a empresa
na Junta Comercial, o
empreendedor deverá reunir
toda a documentação abaixo,
pagar as taxas de registro e
encaminhá-los no protocolo da
Junta Comercial:
1. Contrato social assinado
pelos sócios, em 3 (três)
vias. Caso não se enquadre
na LC 123/06 (Lei Geral da
Micro e Pequena Empresa),
deverá constar o visto de um
advogado no contrato.
2. Ficha de Cadastro Nacional - FCN, É importante contar
folhas 1 e 2 [1 (uma) via de cada]. com a orientação de um
profissional ao elaborar
3. Declaração de Microempresa (ME) ou
o contrato que deve
Empresa de Pequeno Porte (EPP), se for o
atender às exigências do
caso, em 3 (três) vias.
Código Civil. Desta forma
4. Cópia autenticada do RG e CPF do(s) os empreendedores
sócio(s)-administrador(es). não perderão tempo,
pois cada vez que
5. Cartão protocolo da Junta Comercial.
este documento é
6. Capa de processo do órgão, disponível encaminhado e não
diretamente na Junta Comercial, 1 estiver de acordo com o
(uma) para o contrato e outra para o exigido, será devolvido
enquadramento, se for o caso. para correção.
7. Taxas de registro pagas no Banrisul e
impressas no site da Junta –
GA: R$ 60,00 / DARF: R$ 5,06.
REQUERIMENTO DE
EMPRESÁRIO
Para inscrever a empresa na
Junta Comercial, o empreendedor
deverá reunir a documentação
abaixo, pagar as taxas de registro
e encaminhá-los no protocolo da
Junta Comercial:
1. Para se gerar o Requerimento
de Empresário, é necessário
entrar no site da Junta Comercial
do RS (www.jucergs.rs.gov.br)
e baixar o programa que gera
este requerimento. O nome
do programa é Requerimento
de Empresário. Desta forma,
depois de baixar o sistema
e instalá-lo no computador,
deverá se preencher os dados
solicitados no requerimento,
enviá-los para a Junta através
deste mesmo sistema e após,
imprimir a documentação.
2. A Declaração de
Microempresa (ME) ou
Empresa de Pequeno Porte
(EPP), se for o caso, também
já será impressa através deste
mesmo sistema. Para isso,
assinalar a opção desejada
(ME ou EPP) ao gerar a
documentação.
3. Capa de processo, comprada
diretamente na Junta Comercial,
1 (uma) via para o Requerimento
de Empresário e 1 (uma) via para o
enquadramento, se for o caso;
4. Cartão protocolo, impresso pelo
sistema;
5. Cópia autenticada da carteira de
identidade e CPF do titular;
6. Taxas de registro pagas no
Banrisul e impressas pelo sistema
– GA: R$ 35,00/DARF: R$ 2,05;
Visite o site abaixo e baixe os
formulários aqui citados.
www.jucergs.rs.gov.br
CADASTRO NACIONAL DA
PESSOA JURÍDICA (CNPJ)
O CNPJ é um cadastro expedido
pela Receita Federal. Toda Pessoa
Jurídica (empresa) é obrigada
a inscrever-se. Sem o CNPJ, a
empresa está impedida de abrir
conta bancária, realizar compras
de fornecedores, emitir nota fiscal,
participar de licitações, obter
alvará e os demais registros.
A Junta Comercial do Rio Grande
do Sul e a Receita Federal do
Brasil possuem um convênio para
realizar a inscrição da empresa no
CNPJ. Para tanto, é necessário que
se siga os passos abaixo:
1. Primeiro, é necessário gerar um
pedido que se chama Documento
Básico de Entrada do CNPJ (DBE).
Para gerar este documento, é
necessário efetuar o download
de dois programas fornecidos
gratuitamente pela Receita
Federal do Brasil: CNPJ (verificar
última versão) e RECEITANET
(verificar dicas de preenchimento,
envio e impressão do DBE – no
site da Receita:
(www.receita.fazenda.gov.br).
2. Após gerar o DBE, imprimi-
lo em 1 (uma) via, assiná-lo
e enviá-lo juntamente com
contrato social ou requerimento
de empresário para a Junta
Comercial, pois assim que a
Junta aprovar o documento
irá transmitir para a Receita
Federal o DBE para receber o
número do CNPJ da empresa.
3. Quando o DBE é gerado,
é salvo no drive C: do seu
computador um recibo de
entrega do DBE. Com os
números deste recibo você fará
a pesquisa no site da receita
para buscar o número do CNPJ.
Visite o site abaixo e baixe os
programas do CNPJ.
www.receita.fazenda.gov.br
INSCRIÇÃO ESTADUAL E MUNICIPAL
A Inscrição Estadual é expedida
na Secretaria Estadual da Fazenda
e é obrigatória para empresas de
comércio, indústrias e serviços de
telefonia, distribuição de energia
elétrica, transportes interestaduais
e intermunicipais. Para a obtenção
da inscrição estadual no CGC/TE
(Cadastro Geral de Contribuintes
do Tesouro do Estado), a empresa
deverá solicitar a sua inscrição via
internet. Para isso, é necessário
ter um contador, e este deve estar
pré-autorizado (ter senha de
acesso) na Secretaria Estadual da
Fazenda, pois é ele quem fará a
solicitação de inscrição.
Existem exceções. Para tanto,
consultar diretamente a Delegacia
da Fazenda Estadual da região.
Se a sua empresa também irá
prestar serviços, deve se
inscrever na Secretaria da
Fazenda Municipal.
REGISTRO DO ALVARÁ
O penúltimo passo é a inscrição
da empresa na Prefeitura do
Município para fins de obtenção
do Alvará de Funcionamento.
Como os procedimentos
para a inscrição variam de
acordo com a legislação
de cada município onde a
empresa irá se estabelecer, é
preciso buscar informações
na Prefeitura Municipal de sua
cidade e encaminhar toda a
documentação necessária.
Um Alvará ou uma Licença
para Funcionamento
pode conter mais de uma
atividade licenciada para
um mesmo local.
Dependendo da atividade
pode ser necessário outros
alvarás de licença (anvisa,
conselho regional farmácia,
vigilância sanitária).
REGISTRO EM SINDICATOS
A legislação sindical em
vigor no País estabelece a
necessidade de coordenação,
proteção e representação legal
de categorias econômicas
ou atividades exercidas
pelas empresas. Cada
atividade empresarial possui
a sua representação sindical.
Identificando a atividade principal
da empresa, se identifica o
sindicato correspondente a ela.
Para esta entidade é recolhido
anualmente, o imposto sindical
patronal. Não esqueça que o
trabalho do sindicato é proteger
a sua empresa e garantir um bom
futuro para os seus negócios.
Busque o seu sindicato antes
mesmo de registrar a empresa,
para verificar informações
quanto a exigências e taxas.
Caso exista alguma dúvida
em relação a definição do
seu sindicato patronal,
consulte o site do Conselho de
Organização Sindical.
® A escolha de empresas de telemedicina é uma
ótima forma de aumentar os lucros das empresas
de medicina do trabalho e de engenharia e
segurança do trabalho. Optando em contratar
a Telemedicina Morsch, é possível receber os
aparelhos em comodato, sem custo, pagando
uma mensalidade acessível e ainda recebendo
30 laudos de cortesia mensal. Pense nisso e se
ainda não realiza exames em sua empresa, está
deixando de ter uma ótima fonte de receita, isso
nos dias de hoje faz toda a diferença.

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