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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG

CÂMPUS DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS HENRIQUE SANTILLO


ENGENHARIA CIVIL

ACADÊMICO:
HALEY BOANERGES DE LIMA

RESUMO BIBLIOGRÁFICO: MANUAL DE TÉCNICAS DE PAVIMENTAÇÃO

ANÁPOLIS
2018

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ACADÊMICO:
HALEY BOANERGES DE LIMA

RESUMO BIBLIOGRÁFICO: MANUAL DE TÉCNICAS DE PAVIMENTAÇÃO

Resumo do livro “Manual de Técnicas de


Pavimentação”, volume 1, do autor
Wlastermiler de Senço, apresentado como
instrumento de avaliação da disciplina de
Pavimentação, referente ao semestre
2018/1, da Universidade Estadual de Goiás
– CCET.
Professor orientador: Edson Nishi.

ANÁPOLIS
2018

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CAPÍTULO 1 - GENERALIDADES

DEFINIÇÃO

Pavimento é um sistema estrutural de várias camadas destinado a resistir aos


esforços verticais oriundos do tráfego e distribuí-los até a fundação (subleito), melhorar
as condições de rolamento e resistir aos esforços horizontais que causam o desgaste da
superfície de rolamento, sempre garantindo conforto e segurança.

Através das rodas dos veículos, as cargas que solicitam um pavimento são
transmitidas, tendo a pressão ali exercida uma distribuição que é considerada circular e
uniforme para efeito de estudo. Dessa forma, tem-se a seguinte formulação para cálculo
do raio da área circular de contato da roda de um veículo de eixo simples:

1/ 2
Q
r =[
( )
2
. q]
π

Vale ressaltar que, quando considerado pavimentos rígidos, os valores das


cargas aplicadas são multiplicados por um Fator de Segurança de Carga-FSC.

CARGA DE RODA EQUIVALENTE

No Brasil, há uma legislação que estabelece tipos e limites de carga atuantes por
eixo do veículo. São eles:

 Eixo simples com rodas simples – ESRS – máximo de 5 tf;


 Eixo simples com rodas duplas – ESRD – máximo de 10 tf;
 Eixo em tandem duplo – ETD – máximo de 17 tf;
 Eixo em tandem triplo – ETT – máximo de 25,5 tf.
Quando se estuda as cargas de roda é essencial estabelecer a equivalência, quer
entre modelos de contatos com o pavimento diferentes (eixo simples de rodas simples
com eixo simples de roda dupla), como a equivalência entre cargas diferentes
transmitidas com sistemas semelhantes. A expressão a seguir nos dá o número de
solicitações admissíveis de um eixo de carga Q i, expresso por N:

N=ni (Qi /Q p)1/b

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Sendo:

 ni = número de eixos de peso Q i;


 Q p = carga por eixo, do eixo padrão;
 b = varia com o material empregado no pavimento.
Um fator importante a ser considerado é que a pressão aplicada reduz de acordo
com a profundidade, ou seja, as camadas superiores estão sujeitas a maiores pressões,
exigindo materiais de melhor qualidade em sua construção. Dessa forma, a espessura do
pavimento deverá ser tanto maior quanto pior forem as condições do material de
subleito.

Há ainda camadas que servem de complemento a outras por razões como a


citada, como é o caso da sub-base e do reforço do subleito, ambos complementos
estruturais à base e à sub-base, respectivamente. Esses elementos são fontes de um
menor custo na obra, e, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,
a viabilidade de um empreendimento de engenharia depende de que o mesmo seja
tecnicamente exequível, economicamente recomendável e financeiramente realizável.

CAMADAS

Subleito

Define-se como o terreno de fundação do pavimento. Normalmente, as


sondagens realizadas para amostragem de materiais destinados ao subleito são
aprofundadas até três metros abaixo da superfície, considerando-se como fundação
efetiva a camada com cerca de um a um metro e meio. Há métodos variados para
determinação da resistência do subleito, como o método CBR e o método do
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem – DNER.

Regularização

É a camada de espessura irregular, construída sobre o subleito e destinada a


conformá-lo, transversal e longitudinalmente, com o projeto. Essa camada deve ser
executada sempre se tomando os cuidados necessários. Essa operação é comumente
conhecida como preparo do subleito, e deve dar à superfície características geométricas
do pavimento acabado (por exemplo, inclinações transversais).

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Reforço do Subleito

É uma camada de espessura constante, construída, se necessário, acima da


regularização. Esse elemento tem funções de complemento da sub-base que, por sua
vez, tem funções de complemento da base. O reforço do subleito, embora distribua
esforços verticais, não os absorve completamente, sendo isso trabalho do subleito.

Sub-base

É a camada complementar à base, construída quando não for aconselhável


tecnicamente e economicamente construir a base diretamente sobre a regularização ou
reforço do subleito.

Base

É a camada destinada a resistir aos esforços verticais oriundos do tráfego e


distribuí-los. Como citado, a base pode ou não ser complementada pela sub-base e pelo
reforço do subleito.

Revestimento

Conhecida também como capa de rolamento, ou simplesmente capa, é a camada


mais impermeável e que recebe ação direta do tráfego. Essa camada possui em todos os
métodos de dimensionamento espessura adotada segundo critérios variados. Para vias
simples – duas faixas de tráfego e duas mãos de direção – espessuras de 3 a 5 cm são
habituais. Já para autoestradas, chega-se a revestimentos entre 7,5 e 10,0 cm.

Em referência à realidade vivida em nosso país, os métodos que envolvem


espessos revestimentos têm pouca correspondência com tal situação. Em muitos casos, a
melhor solução evidencia-se em sacrificar em parte a espessura do revestimento, em
benefício a uma estrutura de melhor qualidade das camadas inferiores.

Quanto a largura das diversas camadas de um pavimento, a figura 1 fornece


orientações estabelecidas em função da Classe de Projeto, da Região e do Tráfego
Diário Médio – TDM.

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Figura 1 - Largura das camadas do pavimento (m).

CLASSIFICAÇÃO DOS PAVIMENTOS

Para classificação, pode-se adotar a Terminologia Brasileira – TB-7 da ABNT.


De forma geral, os pavimentos podem ser classificados em pavimentos rígidos e
pavimentos flexíveis. Pavimentos rígidos são pouco deformáveis, constituídos
principalmente de concreto, logo, rompem por tração na flexão quando sujeitos a
deformações. Já os pavimentos flexíveis são em que as deformações, até um certo
limite, não levam ao rompimento.

É interessante ressaltar que nada antepara a execução de uma camada de


revestimento de concreto asfáltico (flexível) sobre uma camada de base de solo cimento
(rígida). Ou seja, é possível aliar ambos em um só pavimento.

Bases Rígidas

 Concreto de cimento: uma placa de concreto de cimento exerce conjuntamente


as funções de base e revestimento.
 Macadame de cimento: é uma base construída em agregado graúdo cujos
vazios são preenchidos por um material de granulometria mais fina, misturado
com cimento.
 Solo cimento: é uma mistura de solo escolhido, cimento e água que satisfaz as
condições exigidas para funcionar como base de pavimento.

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Bases Flexíveis

 Base de solo estabilizado: é uma camada construída com solo satisfazendo


determinadas especificações cuja estabilização pode ser conseguida de forma
natural ou artificial.
 Base de macadame hidráulico: base ou sub-base constituída de uma ou mais
camadas de pedra britada, de fragmentos entrosados entre si e material de
enchimento.
 Base de brita graduada: resultante da mistura, feita em usinas de agregado
previamente dosado, contendo inclusive material de enchimento, água e,
eventualmente, cimento. Substitui o macadame hidráulico.
 Base de macadame betuminoso: consiste na superposição de camadas de
agregados interligadas por pinturas de material betuminoso.
 Bases de paralelepípedo e de alvenaria poliédrica (por aproveitamento):
antigos revestimentos que passaram a ser recapeados com misturas
betuminosas.

Revestimentos rígidos

Os materiais constituintes são os mesmos das bases rígidas, com condições de


resistir aos esforços horizontais e distribuir esforços verticais à sub-base. É um
revestimento de concreto de cimento, executado em vias de importância.

Revestimentos flexíveis

Revestimentos betuminosos que, como o nome indica, o aglutinante utilizado é o


betume, seja asfalto, seja alcatrão. O mais nobre dos revestimentos flexíveis é o
concreto betuminoso usinado a quente, sendo bastante utilizado em autoestradas e vias
expressas. Citam-se ainda revestimento pré misturado a quente e pré misturado a frio.

Tratamentos superficiais

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Consistem na aplicação de uma ou mais camadas de agregado ligadas por
pinturas betuminosas. Esses tratamentos podem ser do tipo simples, duplo, triplo ou
quádruplo.

Calçamentos

Revestimentos aplicados exclusivamente em zonas urbanas. Não permitem altas


velocidades e possui facilidade para ser retirado para serviços no subsolo.

Paralelepípedos

Revestimentos de extraordinária durabilidade, podendo ser reaproveitados.


Alvenaria poliédrica

Revestimento de pedras irregulares, assentadas lado a lado sobre uma base de


solo escolhido, formando um autêntico mosaico.

Blocos de concreto pré-moldados e articulados

Pavimento construído com blocos de concreto de dimensões e formas definidas,


produzidos em fábricas próprias.

ESTUDOS DE PRIORIDADE

Vários estudos referentes à qualidade a ser oferecida pela rodovia devem ser, em
fase de projeto, analisadas detalhadamente, estimando-se custos de operação, condições
de conforto e segurança, taxa de retorno, benefícios gerais, entre outros. Outro aspecto
de importância a ser estimado refere-se à vida útil do pavimento, sendo este também um
fator interveniente na fase de projeto.

CAPÍTULO 2 – MATERIAIS

SOLOS

O solo interfere em todos os estudos de um pavimento, visto que, mesmo não


sendo eventualmente utilizado nas camadas previstas, será sempre o suporte da

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estrutura. Ele é o mais antigo, mais usado, mais complexo e mais desconhecido dos
materiais de construção.

ESTRUTURA DO SOLO

A estrutura do solo pode ser entendida com a situação de arranjo de suas


partículas, logo, se variarmos o arranjo, variamos a estrutura.

Perfil genérico do solo

A ação dos chamados agentes do intemperismo pode ser local ou levada a outros
locais produzindo solos residuais (alterados in situ), solos transportados (depósitos de
partículas transportadas) e solos superficiais (capeamento dos dois anteriores).

Quanto a estrutura do solo, temos as seguintes classificações: estrutura granular,


estrutura alveolar e estrutura floculenta. A primeira é uma estrutura na qual cada grão
do solo toca em diversos grãos vizinhos, encontrando-se fofa ou compacta. É própria
das areias e pedregulhos. Já a estrutura alveolar compreende partículas suficientemente
pequenas de forma que cada grão toca poucos grãos vizinhos, também conhecida como
estrutura alveolar de primeira ordem. Quanto à última, é raramente encontrada e
compreende partículas finas associadas a porções de partículas mais grossas. Essa
estrutura é também denominada estrutura skeleton.

Um fator de importante ressalva refere-se à saturação do solo, sendo necessário


compreender que quando saturado ele apresenta três constituintes: partículas sólidas,
película absorvida e água normal ou livre. Um solo com mais partículas finas apresenta
maior superfície específica, sendo que, nesse caso, a água pode representar uma grande
porção do volume total do material. Ainda, a espessura, as propriedades físicas, bem
como a natureza da película absorvida dependem largamente da natureza mineralógica
dos grãos.

FASES DO SOLO

Em relação a sua composição, o solo é um material constituído de partículas


sólidas que deixam vazios entre si, podendo estes ser preenchidos por água (líquido), ar
(gás), ou ambos.

Fase sólida

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Constituída por partículas ou grãos de dimensões, forma e natureza química e
mineralógica variáveis de acordo com a rocha de origem e sua formação. Chama-se
granulometria ou análise granulométrica a operação que visa estabelecer a distribuição,
em peso, das partículas segundo suas dimensões. O solo é dividido em frações segundo
o diâmetro das partículas, podendo ser: pedregulho, areia, silte e argila.

Fase líquida

A água se apresenta no solo sob diversos aspectos e propriedades. São eles:

 Água de constituição: é um dos componentes da argila que influi na mesma;


 Água absorvida: constitui-se na película fixada na superfície dos grãos, sendo
sua espessura variável;
 Água higroscópica: é aquela que se encontra no solo, ao ar livre, sendo essa
umidade por ela existente constante;
 Água capilar: é aquela que, nos solos de grãos finos, sobre pelos interstícios
capilares deixados pelas partículas sólidas e também pelo plano de água livre;
 Água livre: possui características físicas da água comum. Quanto mais poroso o
solo, mais a quantidade de água que poderá conter em seus vazios.

Fase gasosa

Consiste nos vazios deixados pelas fases sólida e líquida, e é constituída por ar,
vapor d’água e carbono combinado.

FORMA DOS GRÃOS

As frações mais grossas do solo, já referenciada, são constituídas por grãos


angulares, arredondados ou relativamente achatados. Solos mais finos são geralmente
angulares e escamosos, quase não havendo grãos arredondados. Uma forma lamelar,
aliada a diâmetros reduzidos de partículas, influenciam significativamente as
propriedades do solo. Quanto a natureza mineralógica dos grãos, esta não exerce
influência sobre as propriedades das frações mais grossas do solo, mas sim sobre as
mais finas.

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O resultado de uma análise granulométrica consiste na curva granulométrica, a
qual indica a percentagem que passa e/ou retida em cada peneira utilizada no ensaio
normatizado.

Coesão

Entende-se como coesão do solo a resistência ao cisalhamento sob pressão


normal nula do mesmo.

Plasticidade

Um corpo é dito plástico quando sua forma pode ser mudada sem que seu
volume se altere.

Teor de umidade (h)

É a relação entre a massa de água contida nos vazios ( m a ¿do solo e a massa de
sólidos (massa de solo seco; m s ):

ma
h=
ms

O teor de umidade é realizado em laboratório utilizando-se a secagem em estufa,


segundo ensaio descrito pela ABNT NBR 16097 Solo – Determinação do teor de
umidade – Métodos expeditos de ensaio.

Massa específica

Temos dois tipos de massa específica: a real, que é dada pela relação entre a
massa da parte sólida (grãos) e o volume de sólidos, e que é determinada pelo método
do picnômetro, e a aparente, que é a relação entre a massa de sólidos e o volume total.

Grau de saturação e grau de aeração

Grau de saturação do solo é a relação entre o volume de água e o volume de


vazios. Já o grau de aeração, é dado pela relação entre o volume de ar e o volume de
vazios.

Porosidade

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Há poros existentes entre os grãos de um solo, e o espaço por eles ocupados
recebe a denominação de vazios, seja ocupado por água ou não. Matematicamente, a
porosidade (n) é a relação entre o volume de vazios e o volume total do solo. A
porosidade por si só não é indicador de compactação se um solo, embora dê ideia do
mesmo.

Índice de vazios

Constitui-se na relação entre o volume de vazios e o volume de sólidos, cheios,


desse solo.

ENSAIOS DE LABORATÓRIO

Os ensaios de laboratório, para a caracterização e classificação de solos, exigem


a colheita de amostras verdadeiramente representativas desses solos. As amostras, que
geralmente chegam ensacadas e identificadas, sofrem preliminarmente um processo de
quarteamento, objetivando-se separar partes destinadas a várias finalidades de forma
aleatória.

Então, preparam-se porções de solos para ensaios de umidade natural, umidade


higroscópica, densidades e massas específicas, peneiração de sedimentação, limites de
liquidez, plasticidade, contração, saturação e índice de centrifugação.

A exemplo, a composição granulométrica de um solo permite o conhecimento


das porcentagens das partículas constituintes em função de suas dimensões, o que
representa um elemento de grande vali para os estudos do comportamento desse solo; a
sedimentação permite obter o diâmetro máximo equivalente das partículas de um solo
fino; os ensaios de consistência (Limite de Plasticidade e Limite de Liquidez,
principalmente) permitem definir completamente a influência das frações finas do solo.

ADENSAMENTO DE SOLOS

É o processo de substituição da água presente no solo por ar. Em outros termos,


é a transferência gradual do acréscimo de pressão neutra para o acréscimo de pressão
efetiva ao longe de um determinado tempo e uma consequente redução de volume
(volume de água nesse caso). Para essa redução, é aplicada ação mecânica sobre o solo,

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sendo importante ressaltar que a pressão exercida não destrói a estrutura do mesmo, mas
sim provoca uma deformação.

Considerando-se a teorização do adensamento (solo completamente saturado;


água e os constituintes dos sólidos incompressíveis; obediência à lei de Darcy; entre
outros), é possível determinar a equação diferencial do adensamento e, por fim, sua
integração.

Para determinação experimental das características físicas de um solo, em


relação ao seu comportamento, é realizado o ensaio de adensamento, também chamado
de ensaio de compressão confinada. Esse ensaio trata, especificamente, do recalque sob
a ação de pressões, que é o caso da construção de uma obra sobre o terreno.

COMPACTAÇÃO DE SOLOS

Entende-se por compactação de um solo a operação de reduzir os vazios do


mesmo, como já citado. Essa ação implica em obter a maior quantidade de partículas
sólidas por unidade de volume, o que resulta em aumentar a resistência desse solo.
Dessa forma, na execução de camada do pavimento, por exemplo, a obtenção de
maiores densidades possíveis é fator de segurança e estabilidade. A busca de melhor
teor de umidade para a compactação pode ser feita por em laboratório.

O conhecido Ensaio de Proctor tem como objetivo traçar as curvas de umidade x


massa específica aparente. Essa curva indicará qual o melhor teor de umidade do solo
(w) para se conseguir o melhor grau de compactação possível do mesmo (γmáx). O
ensaio Proctor pode ser Normal, Intermediário ou Modificado, dependendo do grau de
compactação que se deseja atingir.

RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO

O atrito existente na superfície de contato entre dois corpos sólidos serve de


fundamento ao estudo da resistência ao cisalhamento dos solos. Usa-se princípios do
círculo de Mohr para o cálculo de ruptura, e, consequentemente, possui influência sobre
os ensaios de cisalhamento, seja ele direto, de compressão triaxial ou de compressão
simples.

TENSÕES E DEFORMAÇÕES

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Quando se submete um material a um esforço, chamado esforço solicitante, esse
material, para equilibrar o esforço, opõe um outro esforço, chamado resistente, que se
manifesta sob a forma de tensões. Para o solo, é importante considerar constantes nesse
estudo como o coeficiente de Poisson (μ) – razão entre a deformação relativa radial e a
deformação relativa axial – , o módulo de elasticidade (E) – o módulo de elasticidade do
solo varia de acordo com sua umidade, da massa específica, do ensaio a que é
submetido e de outros fatores – e o coeficiente de recalque ou módulo de reação k –
sendo entendido como a pressão que provoca o recalque unitário, em pavimentação esse
estudo tem interesse no dimensionamento de pavimentos rígidos, onde as placas de
concreto repousam em camadas flexíveis.

MÓDULO DE RESILIÊNCIA DOS SOLOS

Trata-se de um método descrito pelo DNER-ME-131/83. Esse módulo é


determinado para várias tensões aplicadas e pode ter utilidade para projeto ou estudos
de reavaliação de pavimentos.

Define-se Módulo de Resiliência ( MR e) de um solo a relação entre a tensão e a


correspondente deformação específica recuperável ou resiliente. Diversos equipamentos
são necessários para realização do ensaio, dentre eles um sistema de vácuo, com a
finalidade de verificar a presença de furos na membrana que envolve a amostra.

CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS

A classificação dos solos se dá em função das finalidades de seu uso. A maneira


mais simples de classificar um solo, visando sua aplicação em pavimentação, é levar em
conta a granulometria do mesmo. Porém, esse elemento não se mostra suficiente para
atender às finalidades decorrentes do uso do solo para pavimentação, pois não leva em
conta, por exemplo, a plasticidade, fator de importância fundamental no estudo do uso
dos solos, seja como material de fundação ou material a compor as camadas do
pavimento.

Classificações triangulares

São classificações baseadas na granulometria do material de solo e apresentadas


em forma de triângulos, em cada qual está contido os tipos de solo. Os triângulos são
equiláteros e cada lado é graduado, em escala linear, de 0 a 100%, correspondendo às

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porcentagens das frações de solo: pedregulho + areia, silte e argila. Exemplos dessa
classificação é a classificação triangular do Bureau of Public roads – B.P.R. e a
elaborada pela Mississippi River Comission.

As classificações triangulares proporcionam certa vantagem ao técnico sondador


que associa mais facilmente, por exemplo, características identificáveis através do tato,
do que através de nomenclaturas decorrentes dos termos argila, silte e areia.

GRÁFICO DE PLASTICIDADE CASAGRANDE

É uma classificação de solos em que se procura auxiliar a identificação de solos


plásticos, desenvolvida por Artur Casagrande. O Gráfico de Plasticidade parte da
expressão da reta limite A, que separa as zonas de siltes e argilas orgânicas, e, ainda,
estes são ainda subdivididos em função da plasticidade e da compressibilidade. A
seguir, têm-se alguns sistemas de classificação a serem citados:

 Sistema de Classificação Unificada (USC): baseia-se na classificação de


Casagrande. Resumidamente, a identificação dos solos é feita pelas iniciais das
palavras correspondentes em inglês, por exemplo: o pedregulho é identificado
pela letra G (gravet), e um pedregulho bem graduado por GW (gravel well
graded), e assim por diante;
 Classificação de solos do Bureau of Public Roads – B.P.R.: é baseada na
granulometria do solo e nos limites de consistência. Classifica o solo em oito
grupos, de A-1 a A-8, sendo que os solos A-1 tem comportamento ótimo como
suporte de pavimentos, e os solos A-8 horrível;
 Classificação do Highway Research Board – H.R.B.: resultante das alterações
feitas na classificação do B.P.R., apresenta muitos pontos em comum. Em
termos de pavimentação, é a classificação de solos mais utilizada.

Metodologia MCT

A metodologia MCT – M de mini, C de compacto e T de tropical – visa


determinar as características dos solos, por meio de ensaios realizados com corpos de
prova de dimensões reduzidas (5 cm x 5 cm), compactados dinamicamente, levando
ainda em consideração as propriedades pedológicas – estas baseadas em estudos

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realizados com solos do Estado de São Paulo – e granulométricas dos solos – estas
representadas em faixas estabelecidas empiricamente.

Referente ao produto desse método, a curva resultante da análise da deformação


do corpo de prova permite determinar o coeficiente “c”, que é a queda da curva de
deformabilidade determinada de acordo com o processo padrão e usada para objetivo da
classificação geotécnica.

C.B.R.: California Bearing Ratio

É uma das características mais aceitas para avaliar o comportamento de um solo,


seja como fundação de pavimento ou como componente das camadas desse pavimento.
O CBR, por tradução Índice Suporte Califórnia (ISC), pode ser definido como a relação
percentual entre a pressão necessária para fazer penetrar, de maneira padronizada, um
pistão numa amostra de solo convenientemente preparada e a pressão para fazer
penetrar o mesmo pistão, à mesma profundidade, numa amostra padrão de pedra
britada, ou material equivalente, exigindo a pressão de 1000 psi para a penetração de
0,1” ou 1500 psi para a penetração de 0,2”. O resultado concentra-se em uma curva
característica do CBR, relacionando o valor da pressão aplicada e a penetração.

O ensaio CBR foi idealizado por O.J. Porter, diretor da Divisão de Materiais do
California Highway Department, no final dos anos 30, para definir a resistência dos
materiais granulares empregados nos serviços de pavimentação. Posterior à sua época,
novos estudos foram desenvolvidos a fim de correlacionar os resultados dos ensaios
CBR com as necessidades das camadas de um pavimento e sua fundação, mantendo,
porém, a linha original do ensaio original, com alterações resultantes das maiores
energias de compactação, disponíveis em face dos compactadores atuais.

Alguns ensaios foram desenvolvidos baseados no ensaio CBR, como o Mini-


CBR, que tem por distinção o uso de corpos de prova de menores dimensões que o CBR
normal, objetivando facilitar sua manipulação e aumentar a rapidez na obtenção do
resultado final. Além disso, há correlações entre o CBR e outros elementos, como com
o Índice de Grupo (IG), no qual, de forma geral, o valor suporte diminui com o aumento
do Índice de Plasticidade.

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A obtenção do CBR se dá em condições previstas no campo. Sabendo-se a
densidade a ser exigida nos serviços de compactação, pode-se obter no laboratório o
CBR correspondente a essa densidade. Por fim, através dos ensaios, construir-se-á uma
curva que associa a densidade do solo seco com sua umidade, e, através dela e usando
interpolação gráfica, é possível obter o valor do CBR correspondente à densidade
prevista.

Assim como para outros materiais na construção civil, há uso de aditivos em


solos. Este visa essencialmente melhorar suas características comportamentais. Assim,
por exemplo, se um solo com CBR=14%, misturado a um aditivo, tiver seu CBR
elevado para 23%, pode-se dizer que esse solo “subiu” de hierarquia, pois, com esse
novo CBR, pode ser utilizado como sub-base de um pavimento, condição que
anteriormente não tinha. De forma análoga, um solo com CBR=32%, se tiver seu CBR
elevado para mais de 80%, por exemplo, poderá ser utilizado como base, enquanto,
originalmente, seria indicado apenas para sub-base. Ressalta-se que para seu uso deve-
se sempre analisar sua real efetividade, além de se fazer uma análise de custos.

RECONHECIMENTO DE SOLOS E ESCOLHA DE JAZIDAS

Referindo-se à pavimentação, o solo dever ser encarado sempre como material


de construção, devendo os estudos atingir os mesmos níveis que outros materiais, como
os agregados, o asfalto, o cimento, etc. Os estudos de solos devem então abranger três
etapas perfeitamente definidas:

a) Levantamento dos materiais de subleito para fins de dimensionamento do


pavimento e orientação das etapas iniciais da construção;
b) Levantamento das jazidas próximas para fins de utilização dos solos na
construção de camadas do pavimento, quando o projeto prevê camadas com
estabilização de solos;
c) Sondagens para fundações de obras de arte, obras de terra ou de arrimo,
inclusive para adaptação, melhoramentos ou reforços de obras existentes.

ETAPA “A”

Nessa etapa podemos estabelecer os seguintes passos:

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 Sondagens para reconhecimento de solos para identificar as diversas camadas de
solos encontrados no subleito, executadas, em geral, até a profundidade de
1,50m;
 Sondagens para determinação da profundidade crítica do lençol freático;
 Sondagens de terrenos turfosos, pantanosos, mangues e outros de má qualidade
de fundação, onde exista possibilidade de recalque de aterro;
 Seleção e coleta de amostras representativas dos vários tipos de solos, para o
exame de suas qualidades por meio de ensaios de laboratórios;
 Elaboração do perfil de solos.
O objetivo final de qualquer tipo de sondagem de reconhecimento é obter o
perfil geológico dos solos através de interpolações entre os dados obtidos em cada
perfuração. As sondagens para estudo do subsolo, visando à pavimentação do trecho,
podem desenvolver-se:

 A partir do leito de uma estrada de terra, aprofundando os furos geralmente até 3


m;
 A partir do perfil do terreno, aprofundando os furos até 3 m abaixo do futuro
greide da via.
Num caso e outro, a sondagem pode ser do tipo expedita e feita, via de regra,
com trado manual. Até a profundidade do futuro greide, a sondagem serve para a
classificação dos materiais a serem escavados. Atingindo-o, a sondagem deve
prosseguir até cerca de 3 m de profundidade para se determinar as características do
material do subleito. Os dados coletados devem permitir a determinação das
características dos solos do subleito e o desenho dos perfis de solos ao longo do traçado.
Assim, deve-se contar com elementos para se elaborar:

 Planta de localização dos furos realizados, unindo-se aqueles que serão


destinados à determinação da seção transversal;
 Desenho de cada furo com todas as camadas e as indicações das cotas de início e
fim de cada uma delas;
 Indicação dos resultados de ensaio de laboratório e dos resultados de campo,
como resistência à penetração;

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 Quando for o caso, em valor estimado, o volume dos solos, cujas características
poderão indica-los para uso como materiais de construção;
 Determinação dos níveis do lençol freático, com a indicação da velocidade de
subida pelo furo aberto, se for o caso.

ETAPA “B”

A etapa B consiste na pesquisa de jazidas de solos de boa qualidade, e


compreende os seguintes passos:

 Procura e análise de mapas geológicos da região atravessada pela estrada;


 Informações locais sobre a ocorrência de quaisquer materiais que apresentem
qualidades aproveitáveis na execução do pavimento;
 Localização de jazidas;
 Prospecção preliminar das jazidas, com avaliação do volume e coleta de
amostras representativas;
 Análise dos elementos obtidos no item anterior e definição das jazidas que
merecem estudo completo;
 Sondagem das jazidas, determinando-se seu volume real e coletando-se amostras
para ensaios de laboratórios;
 Estudos preliminares de custo da escavação do material e, principalmente, do
transporte;
Tomando-se a sondagem, nesta deve-se atentar para a espessura do manto de
cobertura, espessura da pedregulheira e qualidade do material. Além disso, ressalta-se
que o pedregulho de cava tem enorme aplicação no revestimento primário de estradas
de terra e na estabilização dos acostamentos. Ainda, deve-se atentar à camada de solo
vegetal, pois geralmente interessa conhecer sua espessura para se avaliar o custo da
remoção.

Quanto à prospecção, a prospecção efetiva deve ser procedida da preliminar.


Nessa operação utilizam-se, além do trado manual, ferramentas como a barra-mina –
barra de ferro maciço terminando em ponta – a qual, solta de determinada altura,
penetra no solo e permite a identificação das passagens de solo para areia ou pedregulho
e, daí, para a rocha.

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Para a realização da prospecção efetiva deve-se estabelecer o sistema de
sondagem a ser utilizado. O sistema geralmente utilizado nessa etapa, além dos já
citados, é a sondagem à percussão – utilizada à medida que o furo é aprofundado. A
sondagem então é iniciada com o uso do trado manual, avançando até que se perceba
que as paredes do furo estão desmoronando, impedindo o avanço pretendido. Daí em
diante as medidas de profundidade serão feitas pela contagem de tubos cravados à
percussão. O peso utilizado no equipamento de sondagem à percussão é da ordem de 80
g.

ETAPA “C”

Quando na presença de rochas, a sondagem à percussão não se faz mais efetiva,


e é, então, necessário o uso de sondagens rotativas. Esse tipo de sondagem possui broca
feita de material altamente abrasivo, sendo que sua montagem exige um tripé de apoio
ao equipamento de sondagem. A perfuração é feita com um amostrador montado numa
haste, girando o conjunto para provocar o desgaste de uma parede cilíndrica, deixando
livre um cilindro de rocha, denominado testemunho. A penetração da parte abrasiva
(coroa amostradora) gera significativo calor, devendo-se resfria-la pela injeção
constante de água, o que ajuda ainda a limpar o furo.

A fim de conhecimento, amostradores são elementos de sondagem que permitem


a obtenção de amostras dos materiais das camadas. Os amostradores mais utilizados são
os seguintes: IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas; SPT – Standard Penetration
Test; MG Mohr-Geotécnica. Há ainda o amostrador “Shelby”, que, entre outras
particularidades, tem as paredes finas para diminuir o amolgamento da amostra, mas,
por outro lado, pode resistir aos esforços aplicados para penetração sem se romperem.

Programação de Sondagem

O número, localização e profundidade dos furos de sondagem não podem ser


objetos de especificações absolutamente rígidas, mas, pela própria natureza dos
serviços, devem ser estabelecidos em função das necessidades e dos critérios lógicos
pelo engenheiro responsável, que deverá levar em conta fatores próprios da obra em
vista e que podem concorrer para fixação dos critérios a seguir na programação da
sondagem.

19
Segundo as normas vigentes (“Normas Brasileiras” – NB12), a quantidade de
furos deve seguir as seguintes regras:

 Dois furos para terreno até 200 m²;


 Três furos para terreno entre 200 e 400 m²;
 Até 1200 m² de área construída, um furo a mais a cada 200 m²;
 Áreas entre 1200 e 2400 m², um furo a mais a cada 400 m², além da regra
anterior;
 Para áreas com mais de 2400 m², o número de furos deverá ser fixado de acordo
com o plano particular de construção.
AGREGADOS

Na engenharia civil, agregados podem ser definidos como materiais inertes,


granulares, sem forma e dimensões definidas, com propriedades adequadas a compor
camadas ou misturas para utilização nos mais diversos tipos de obra. Sendo o interesse
aqui dado aos serviços de pavimentação, são empregados agregados – como britas e
seixos rolados – em misturas betuminosas, concreto, bases de calçamentos, lastros de
obras, entre outros.

CLASSIFICAÇÃO DOS AGREGADOS

Quanto à sua origem, os agregados dividem-se em naturais – utilizados na forma


em que se encontram na natureza, como areia e pedregulho – e artificiais – aqueles que,
como a pedra britada e a argila expandida, sofrem modificações para sua utilização.

Agregados Naturais

São provenientes da erosão, transporte e deposição subsequente de detritos


resultantes da desagregação das rochas, realizados em virtude dos agentes do
intemperismo. Geralmente, à desintegração completa de uma rocha segue-se o
transporte dos produtos desagregados, que pode ser feito pela água (depósitos aluviais),
pelo vento (depósitos eólicos) ou pelas geleiras (depósitos glaciais).

Referindo às jazidas, estas recebem os seguintes nomes quanto ao tipo:

 Bancos: jazidas localizadas acima do terreno circundante;


 Minas: jazidas localizadas abaixo do terreno circundante;

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 De rio: jazidas constituídas pelo leito, margens e pequenas ilhas localizadas no
leito;
 De mar: jazidas constituídas pela praia e fundo do mar.
Agregados Artificiais

São aqueles que exigem um trabalho prévio para poder assumir a qualidade, a
forma e as dimensões adequadas ao seu uso em obras de engenharia. Considerados
como agregados artificiais, a pedras britada ou mesmo o pedregulho britado
representam a quase totalidade dos agregados utilizados nas obras de construção civil.
Quanto à sua qualidade, ressalta-se que todo agregado, mesmo que considerado
artificial, depende, em relação a sua resistência e durabilidade, das propriedades da
rocha-mãe.

COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA

As rochas das quais se podem extrair agregados para obras de construção civil
em geral, podem ser classificadas pela sua formação em:

 Rochas ígneas: formadas pelo resfriamento da lava, sendo seu componente


principal a sílica;
 Rochas sedimentares: rochas do tipo transportadas que se apresentam na forma
estratificada, em camadas;
 Rochas metamórficas: aquelas que sofreram modificações em sua textura
estrutural e em sua composição devido aos agentes de intemperismo físicos.
Quanto à forma

A forma externa dos agregados é fator importante a definir suas propriedades e


comportamento sob a ação do tráfego, visto que um grão cúbico ou esférico possui
melhor comportamento em relação a um grão alongado ou chato. Há dois índices que
estão associados à forma dos agregados, o grau de esfericidade e o grau de
arredondamento.

O grau de arredondamento está ligado à resistência mecânica e à abrasão da


rocha-mãe, enquanto o grau de esfericidade define-se como a característica dos grãos de
terem sua forma aproximada da esfera. As classificações e características geradas a
partir de ambos estão expressas na figura a seguir:

21
Figura 2: Graus de arredondamento e esfericidade.

GRANULOMETRIA DOS AGREGADOS

A determinação da curva granulométrica dos agregados segue os mesmos


processos, salvo de sedimentação, utilizados para os solos. Pelo aspecto das curvas
granulométricas, pode-se avaliar o comportamento dos agregados:

 Granulometria contínua: a uniformidade na distribuição dos grãos favorece


misturas densas, pelo melhor entrosamento entre os grãos e o melhor
preenchimento dos vazios;
 Granulometria descontínua: as diversas frações não se completam quanto à
obtenção de uma mistura densa;
 Granulometria uniforme: a uniformidade dos diâmetros dos grãos,
correspondendo a pedras bastante parecidas entre si, é condição exigida para
determinados serviços.
Classificação comercial das britas

Na classificação que se apresenta a seguir, as pedras britadas recebem números


na ordem decrescente, correspondendo a diâmetros também decrescentes:

Figura 3: Classificação comercial de britas.

22
Misturas graduadas

A fim de se obter uma mistura adequada entre agregados distintos, utiliza-se de


vários processos de cálculos para a obtenção de um material dentro de uma determinada
granulometria. Existem, portanto, métodos para calcular as porcentagens em que devem
ser misturados, métodos estes que permitem obter uma curva granulométrica resultante
dentro da faixa especificada, partindo de materiais que individualmente não atenderiam
às especificações. Dentro métodos a serem citados, tem-se: método algébrico; método
das tentativas; método do gráfico de Rothfuchs; e método do Instituto de Asfalto.

DENSIDADES E MASSAS ESPECÍFICAS

Densidade real

É a relação entre o peso ao ar de um dado volume de material a uma


determinada temperatura e o peso ao ar de um igual volume de água destilada a uma
determinada temperatura. Sua obtenção se dá da mesma forma para os solos.
Determina-se a massa em três situações:

 Frasco contendo a amostra (c);


 Frasco com água até uma referência (b);
 Frasco com amostra e água até a referência (d).
Sendo (a) a tara do frasco, a densidade real será dada por:

c−a m
D= =
( b−a ) −( d−c ) V c

23
Onde: V c = volume dos grãos; m = massa da amostra.

Massa específica aparente ou Densidade aparente

Consiste na relação entre a massa de uma certa porção de agregado e o volume


que essa massa ocupa nas condições de compactação que se encontra. Sua determinação
se dá preenchendo-se, com o agregado (de massa m), um recipiente de volume
conhecido (V i), jogando-o no recipiente de uma altura de 10 cm. Em seguida, pesa-se o
recipiente contendo o agregado. A massa específica aparente será:

m
d=
Vi

Porcentagem de vazios de um agregado

É a relação percentual entre o volume de vazios e o volume total:

Vv
(% )V = ( ) Vt
∗100

Absorção de água

É a porção de água que pode preencher os vazios superficiais de um agregado. É


determinado deixando-se uma quantidade de agregado imersa em água por 24 horas,
seguindo-se de seu enxugamento com toalha e determinando-se o peso dessa amostra
mh ¿, que está saturada. Seca-se em estufa e, após o resfriamento, pesa-se novamente (
m s ¿. Então:

mh−ms
( % ) s=
[ ms ]∗100 %

PROPRIEDADES GERAIS DAS PARTÍCULAS

Essas propriedades podem ser apresentadas definindo-se alguns termos


aplicáveis aos agregados:

Satisfatórios: são partículas rígidas, relativamente livres de fraturas e sem


lascas. A absorção capilar é muito pequena ou ausente e a textura superficial é
relativamente áspera.

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Razoáveis: partículas tendo condições de razoável dureza e pouca friabilidade,
com moderadas fraturas. A absorção capilar é pequena a moderada, a superfície é plana
ou lascada, a compressibilidade é baixa e a expansão térmica é bastante baixa.

Pobres: as partículas são friáveis e pulverulentas. São bastante fraturadas, têm


absorção de água moderada a alta, com variação significativa de volume.

Inócuas: as partículas não contêm constituintes passíveis de reações com os


agentes do intemperismo. Também não reagem com o cimento Portland.

Deletérias: as partículas contêm um ou mais constituintes em proporção


significativa, os quais podem reagir quimicamente sob certas condições, por exemplo,
como as que prevalecem nas argamassas como o concreto de cimento. Dessa maneira,
sua ação pode prejudicar o comportamento dessas argamassas e comprometer a
resistência das peças de concreto.

PROPRIEDADES QUÍMICAS

São propriedades que influenciam no comportamento dos agregados quando


aplicados nas obras de engenharia civil, como: solubilidade; oxidação, hidratação e
carbonatação; e reação com o cimento Portland. A exemplo, os sulfatos solúveis, como
o gesso, oxidação de produtos de sulfato de ferro, podem produzir expansão e
desintegração da argamassa de concreto.

Além disso, misturas de componentes inorgânicos podem causar retardamento


no endurecimento e desenvolvimento da resistência do concreto, assim como
substâncias orgânicas que, ainda, prejudicam a resistência e produzem excesso de ar no
concreto. Sílica e materiais silicosos podem produzir expansão deletéria e quebra do
concreto.

RESISTÊNCIA DOS AGREGADOS

A resistência dos agregados é uma característica dentre as mais importantes em


pavimentação. Atualmente, o ensaio mais aceito, e, portanto, mais utilizado, para
determinação de sua resistência é o de abrasão Los Angeles, que veio substituir o ensaio
de abrasão Deval. O primeiro, diferenciando-se do segundo, associa abrasão com
impacto, o que lhe confere a característica de ser significativamente mais enérgico.

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Os resultados obtidos nos ensaios de abrasão, quando favoráveis, indicam que os
agregados não deverão sofrer quebras e fraturas significativas quando sujeitos à ação
dos rolos compressores, na construção, e do tráfego, na operação.

Os ensaios de impacto, como Page e Treton, completam o conhecimento


primeiro que se deve ter das rochas destinadas à obtenção de agregados. O primeiro, de
cilindros provenientes de sondagens, e o segundo, de pedras já britadas.

PRODUÇÃO DE AGREGADOS

A diversificação das granulometrias exigidas nos serviços rodoviários, dada a


diversificação dos tipos de pavimentos, exigem sistemas próprios e adequados de
britagem devendo as peneiras selecionarem, nos silos ou nos depósitos, desde materiais
de graduação fina, como os agregados destinados à lama asfáltica, como agregados
graúdos, para as camadas de macadame hidráulico.

A exploração mecanizada de pedreiras segue o processo seguinte:

 Extração da rocha por meio de minas;


 Explosão simultânea das minas;
 Fragmentação secundária;
 Limpeza da praça da pedreira com equipamento mecânico;
 Carga por meio de uma máquina carregadora;
 Transporte da pedra;
 Lançamento das pedras no alimentador do britador primário;
 Emprego de um britador primário escolhido com critério;
 Transportador principal;
 Peneira vibratória separadora;
 Britador secundário;
 Transportador de retorno;
 Transportador de correia;
 Peneira vibratória-classificadora;
 Silos para armazenamento da pedra britada;
 Equipamento para esvaziar e empilhar a pedra britada;
 Equipamento para a carga da pedra empilhada;

26
 Eventualmente, equipamento para lavagem da pedra produzida.

ASFALTO

Segundo a tradição, o asfalto é o mais antigo material impermeabilizante


utilizado pelo homem. Enquanto a palavras betume estava ligada a um corpo cujas
características se enquadravam no piche – impermeabilizante e vedatórias –, o asfalto
era qualificado como uma espécie de cimento estável que servia para aglutinar pedras e
outros materiais. Quanto ao Brasil, a produção de asfalto iniciou-se em 1994, na
refinaria Ipiranga, com petróleo importado geralmente da Venezuela.

As principais propriedades que resultaram na preferência pelos pavimentos


betuminosos podem assim ser resumidas:

 Adesividade entre o betume e os agregados;


 Impermeabilidade;
 Durabilidade das misturas e manutenção das propriedades do betume por muitos
anos;
 Possibilidade de trabalho a diversas temperaturas.
DEFINIÇÃO

Betumes são combinações de hidrocarbonetos produzidos naturalmente ou por


combustão, ou por ambos associados, encontrados frequentemente acompanhados por
derivados não-metálicos e sempre completamente solúveis no bissulfeto de carbono. Em
geral, o termo betume engloba asfaltos – materiais aglutinantes de consistência variável
– e alcatrões – originados da destilação dos carvões durante a fabricação de gás e coque.

Quanto à natureza, os materiais betuminosos podem ser dos tipos a seguir:

 Rochas Asfálticas ou Arenito Betuminoso: São rochas que contém gotículas de


asfalto que dão as dão certa flexibilidade e impermeabilidade.
 Asfaltos Nativos ou Naturais: São encontrados em depósitos naturais e
originários do petróleo, encontrados em forma muito dura. Estão sempre
associados a impurezas minerais, como areias e argilas, sendo então necessário
purifica-los.

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 Asfaltos de Petróleo: São asfaltos obtidos pela refinação do petróleo de base
asfáltica, do qual são obtidos isentos de impurezas. Consiste no produto mais
empregado, em todo o mundo, nos serviços de pavimentação.
Os elementos constituintes dos asfaltos e responsáveis pelas propriedades que
tornaram o produto necessário à estabilização das superfícies de rolamento podem ser
identificados pela solubilidade ou não no bissulfeto de carbono e no tetracloreto de
carbono. São quatro esses elementos: carbóides, carbenos, asfaltenos e maltenos.

PRODUÇÃO

A produção dos asfaltos se dá por destilação – que pode ser seca, a vapor ou a
vácuo – do petróleo ao longo de uma torre, onde, por diferenças de temperatura do topo
até a base ou fundo, obtêm-se produtos como gasolina, nafta, querosene, diesel e
complementando-se com o resíduo.

Cimento Asfáltico de Petróleo, CAP

A Especificação Brasileira EB-78 do Instituto Brasileiro de Petróleo e da


Associação Brasileira de Normas Técnicas, IBP/ABNT-EB-78, que tem o título
Cimentos Asfálticos Preparados de Petróleo, assim define o cimento asfáltico de
petróleo: Cimento asfáltico de petróleo é o asfalto obtido especialmente para apresentar
as qualidades e consistências próprias para o uso direto na construção de pavimentos,
tendo uma penetração a 25° C entre 5 e 300 sob uma carga de 100 g, aplicada durante 5
segundos.

Com o nome de cimento asfáltico de petróleo, CAP, os tipos, em relação a uma


antiga classificação de 10 tipos, foram reduzidos para apenas quatro para o Brasil,
devido ao clima. São eles: CAP 50-60, CAP 85-100, CAP 100-120 e CAP 150-200,
sendo que os números se referem à penetração.

Asfaltos Diluídos

São os asfaltos que resultam da diluição de um cimento asfáltico de petróleo por


destilados leves de petróleo, com o objetivo de reduzir temporariamente sua
viscosidade, facilitando sua aplicação, geralmente exigindo temperaturas menores que a

28
do cimento asfáltico nessa aplicação. Após a diluição, os diluentes se evaporam, dando-
se a essa evaporação o nome de cura.

A classificação atual para esse tipo de asfalto tem como base a natureza do
diluente utilizado:

 CR – Asfaltos diluídos de cura rápida, tendo como diluente uma nafta na faixa
de destilação da gasolina;
 CM – Asfaltos diluídos de cura média, tendo como diluente o querosene.
Os asfaltos diluídos de cura rápida são subdivididos em CR-70, CR-250, CR-800
e CR-3000. Os valores numéricos referem-se à unidade de medida da viscosidade
cinemática, o centstoke. Os asfaltos diluídos de cura média são subdivididos em CM-30,
CM-70, CM-250, CM-800 e CM-3000. Dessa forma, os CR e CM de mesmo número
tem a mesma viscosidade, numa determinada temperatura. Por exemplo, um CR-800
tem a mesma viscosidade a 60º C que o CM-800 a 60º C, embora os tempos de cura
sejam diferentes.

A escolha de um determinado tipo de asfalto diluído dependerá do tempo de cura


e susceptibilidade à temperatura, associada à consistência do resíduo final. Por exemplo,
é notório que um CM-30, um CM-70 ou um CR-30 apresentam facilidades de aplicação
devido às baixas temperaturas que exigem para isso. Entretanto, são produtos que
podem não corresponder economicamente, tendo-se em vista a alta porcentagem de
diluente, o qual, em última análise, é material que será consumido no serviço, por
evaporação.

Em pavimentação, esses asfaltos têm vasta aplicação. A exemplo, as


imprimaduras são executadas com sucesso com asfalto diluído, além de seu uso em
revestimentos de pré-misturado a frio, onde permitem que seja obtido o recobrimento
dos grãos de agregado.

Emulsões Asfálticas

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Chama-se emulsão à mistura de dois constituintes não-miscíveis entre si que,
entretanto, constituem fases separadas A fase dispersante ou fase contínua é
normalmente um líquido, enquanto a fase dispersa ou descontínua pode ser constituída
por um líquido viscoso, um sólido ou um semissólido, como, por exemplo, um asfalto
ou um alcatrão.

Em termos práticos, as emulsões vieram atender à expectativa de poder dissolver


os asfaltos com água num processo desenvolvido inteiramente a frio. Pode-se agrupar as
emulsões em dois tipos:

 Emulsões diretas: óleo ou betume dispersado em água;


 Emulsões inversas: água dispersada no óleo ou ligante hidrocarbonato.
Em especial, podemos ressaltar as denominadas emulsões catiônicas. Essa pode
ser definida como um sistema constituído pela dispersão de uma fase asfáltica em uma
fase aquosa (direta) ou de uma fase aquosa em uma fase asfáltica (inversa) apresentando
partículas eletrizadas carregadas positivamente. Em pavimentação, correspondem à
maioria das emulsões utilizadas para esse fim, pois satisfazem as condições exigidas
para inúmeras fases dos serviços de forma econômica.

Asfaltos Oxidados

São asfaltos submetidos a um aquecimento e à ação de corrente de ar, com o


intuito de mudar suas características para determinados fins especiais. Possui
consistência elevada em relação aos asfaltos comuns e são menos suscetíveis às
variações térmicas. Em compensação, sofrem redução em sua ductilidade, o que pode
ser observado em ensaio próprio.

Geralmente os asfaltos oxidados são utilizados como impermeabilizantes e,


também, para a construção de pisos industriais, sob condições que poderiam não ser
satisfeitas com os cimentos asfálticos comuns.

ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO E CONTROLE

Vários são os organismos nacionais e internacionais que se preocupam em


estabelecer normas para o recebimento e a aplicação dos materiais betuminosos,
destacando-se a AASHTO e a ASTM e, no Brasil, o Instituto Brasileiro do Petróleo-IBT
em trabalho conjunto com a ABNT.

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Para o confronto dos resultados de ensaios com as especificações, os ensaios
mais correntes são: penetração, viscosidade, ductilidade, resistência à água,
determinação do PH, ponto de amolecimento, ponto de fulgor, destilação dos asfaltos
diluídos, ruptura das emulsões asfálticas e resíduo das destilações.

CIMENTO

O cimento Portland - que, na classificação dos aglomerantes, se enquadra na


categoria dos aglomerantes hidráulicos, por resistir satisfatoriamente quando empregado
dentro d'água -, é definido, de acordo com a Especificação Brasileira EB-1, da
Associação Brasileira de Normas Técnicas-ABNT como sendo o aglomerante obtido
pela pulverização do clínquer resultante da calcinação até fusão incipiente, 20% a 30%
de fase líquida, de uma mistura intima e convenientemente proporcionada de materiais
calcários e argilosos, sem adição, após a calcinação, de outras substâncias a não ser
água e gesso, Dá-se o nome de clínquer ao material que resulta de uma fusão incipiente.

Dentre as relações que mais influem no manuseio e na qualidade do produto,


está a relação água/cimento, isto é, a relação entre o volume de água e o peso do
cimento. O produto básico em que o cimento entra como poderoso aglutinante é o
concreto, que resiste bastante aos esforços de compressão; armado com barras de ferro
ou aço, o concreto armado, completa-se o produto, que passa a resistir também bastante
aos esforços de tração.

O concreto, como mistura de cimento, areia e cascalho ou pedra britada mais


água, tem no cimento o seu elemento mais característico. No Brasil, o concreto armado
passou a representar a solução para diversos problemas construtivos das grandes obras,
permitindo inclusive a obtenção de formas que projetaram nossa arquitetura como uma
das mais avançadas do mundo atual e cujo maio símbolo são os edifícios de Brasília.

HIDRATAÇÃO, PEGA E ENDURECIMENTO

A hidratação se dá quando o cimento entra em contato com a água, ocasião em


que os silicatos e os aluminatos reagem com ela, gerando compostos de grande
estabilidade e baixa solubilidade em relação à água. Pode-se ter:

 Hidratação: adição direta de moléculas de água nas moléculas de cimento;

31
 Hidrólise: a água perde sua identidade molecular, formando o ânion hidroxila
OH −¿¿ que reage com o cálcio, formando o hidróxido de cálcio.
A pega é o tempo entre a adição de água e o início do enrijecimento da pasta.
Corresponde a uma descontinuidade da viscosidade da pasta, que termina quando a
pasta não cede mais sob a pressão de esforços moderados, como a pressão do polegar ou
de uma agulha fracamente carregada.

A recristalização dos micros cristais de etringita – responsável pela formação de


uma película que cobre a superfície das partículas de aluminato tri cálcico – forma
estruturas em agulhas que promovem um entrosamento que resulta na rigidez da
estrutura como um todo. Essa fase corresponde ao endurecimento. A melhor maneira de
medir o endurecimento da pasta (cimento e água) é pela realização de ensaios que visam
destruir a estrutura quer por compressão, quer por tração.

ESPECIFICAÇÕES BRASILEIRAS

A Especificação Brasileira EB-1, de 1937, apresenta a seguinte classificação e


tipos de cimentos:

Figura 4: Especificações brasileiras.

Atualmente, a classificação dos diversos tipos de Cimento Portland recebe siglas


diferentes, sendo sempre precedido por CP, de Cimento Portland. São eles:

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 CP I – Cimento Portland comum: o CP I é um tipo de cimento Portland sem
nenhuma adição com exceção do gesso, que é utilizado somente como
retardador da pega. Esse tipo de cimento é utilizado geralmente em obras em que
não há exposição a ambientes desfavoráveis com a presença por exemplo de
sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. Classe de resistência: 25 MPa. NBR
5.732 – Cimento Portland comum.
 CP I-S – Cimento Portland comum com adição: o CP-I-S é um tipo de cimento
Portland com as mesmas características do CP-I, porém com adição de no
máximo 5% de material pozolânico em massa que garante uma menor
permeabilidade a este tipo de cimento. Classe de resistência: 25 MPa. NBR
5.732 – Cimento Portland comum.
 CP II-E – Cimento Portland composto com escória granulada de alto forno: o CP
II-E é um tipo de cimento usado quando há necessidade de que as estruturas
tenham um desprendimento de calor moderadamente lento ou que possam ser
atacados por sulfatos. O CP II-E é constituído de 94% a 66% de clínquer e gesso
e de 6% a 34% de escória granulada de alto forno. Classe de resistência: 25, 32 e
40 MPa. NBR 11.578 – Cimento Portland composto – Especificação.
 CP II-Z – Cimento Portland composto com pozolana: o CP II-Z é um cimento
que geralmente é utilizado em obras marítimas, industriais e subterrâneas por
conter de 6% a 14% de pozolana garantindo uma maior impermeabilidade e
durabilidade ao concreto produzido com este tipo de cimento. Classe de
resistência: 25, 32 e 40 MPa. NBR 11.578 – Cimento Portland composto –
Especificação.
 CP II-F – Cimento Portland composto com filer: o CP II-F é utilizado para
várias aplicações como no preparo de argamassas de assentamento, argamassas
de revestimento, estruturas de concreto armado, solo-cimento, pisos e
pavimentos de concreto, etc. Este tipo de cimento é um composto constituído de
90% a 94% de clínquer e gesso e de 6% a 10% de material carbonático ou filer.
Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa. NBR 11.578 – Cimento Portland
composto – Especificação.
 CP III – Cimento Portland de alto forno: o CP III é um cimento que pode ser
usado tanto na execução de obras de grande porte e agressividade - como

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barragens, esgotos, pavimentação de estradas, pistas de aeroporto, etc. - quanto
na aplicação de argamassas de assentamento e revestimento, estruturas de
concreto armado, protendido, projeto, rolado etc. Este tipo de cimento contém
adição de 35% a 70% de escória em sua composição o que lhe confere maior
impermeabilidade e durabilidade, resistência a sulfatos e à expansão além de
baixo calor de hidratação. Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa. NBR 5.735 –
Cimento Portland de alto-forno.
 CP IV – Cimento Portland Pozolânico: este tipo de cimento é constituído de
15% a 50% de material pozolânico por isso é conhecido como Cimento Portland
Pozolânico. O concreto produzido com este cimento, em relação ao concreto
feito com Cimento Portland Comum, apresenta maior impermeabilidade, maior
durabilidade e maior resistência mecânica à compressão à longo prazo. É
geralmente utilizado para grandes volumes de concreto devido ao baixo calor de
hidratação e em obras expostas à ação de água corrente e ambientes agressivos
devido a sua baixa porosidade. Classe de resistência: 25 e 32 MPa. NBR 5.736 –
Cimento Portland pozolânico.
 CP V-ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial: o CP V-ARI é um dos
tipos de cimentos que não contém adições em sua composição (em casos
excepcionais pode conter até 5% de material carbonático). O que o difere do CP
I é seu processo de dosagem e produção do clínquer. As alterações nas dosagens
de calcário e argila na produção do clínquer garante ao CP V-ARI uma alta
resistência inicial do concreto podendo atingir em torno de 26 Mpa de
resistência já no primeiro dia de aplicação do concreto. É utilizado em obras
tanto de pequeno porte quanto de grande porte em casos em que se torna
necessária uma alta resistência inicial para desforma rápida dos elementos de
concreto armado. NBR 5.733 – Cimento Portland de alta resistência inicial.
 CP-RS – Cimento Portland resistente a sulfatos: o CP-RS é um tipo de cimento
que pode ser utilizado em obras de recuperação estrutural, concreto projeto,
concreto armado, concreto protendido, elementos pré-moldados de concreto,
pavimentos etc. É necessário geralmente quando o concreto está submetido à
meios agressivos sulfatados como redes de esgotos, ambientes industriais e água

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do mar. Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa. NBR 5.737 – Cimentos Portland
resistentes a sulfatos.
 CP-BC – Cimento Portland de baixo calor de hidratação: o CP-BC é um tipo de
cimento que tem por finalidade retardar o desprendimento de calor em peças de
grande massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras de origem
térmica. Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa. NBR 13.116 – Cimento
Portland de baixo calor de hidratação – Especificação.
 CP-B – Cimento Portland Branco: o Cimento Portland Branco pode ser dividido
em estrutural, aplicado para fins arquitetônicos com as mesmas características
dos outros tipos de cimento, porém com a pigmentação branca, e não estrutural,
indicado para rejuntamento de cerâmica. A cor branca é obtida através de
matérias-primas com baixo teor de manganês e ferro e a utilização do caulim no
lugar a argila. Classe de resistência: 25, 32 e 40 MPa (Quando estrutural). NBR
12.989 – Cimento Portland branco – Especificação.
CAL

O uso da cal em estabilização de solos visa melhorar as características físicas


desses solos, a fim de aumentar a capacidade de resistência aos esforços solicitantes, e
reduzir as variações de volume quando sujeitos à ação da água. Existe uma série
contínua de tipos de cal, que variam de cal gorda, com uma porção de alumina e sílica
da ordem de 1% a 22%, à cal eminentemente hidráulica, com porcentagem acima de
25% desses componentes. Os materiais intermediários classificam-se como cal
levemente hidráulica, medianamente hidráulica e semelhantes.

PRODUÇÃO

Na fabricação da cal, podem-se utilizar dois tipos de fornos, os intermitentes ou


descontínuos, ou então fornos contínuos. Fornos intermitentes ou descontínuos são mais
empregados para pequena produção, uma vez que economicamente oferecem
desvantagem, pois provocam sempre muita perda de calor, devido à necessidade de
serem aquecidos a cada nova carga. Fornos contínuos são mais econômicos, pois
permanecem sempre quentes. Em geral, são do tipo vertical.

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