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Estados Nacionais

Ao longo da Idade Média, o rei era uma figura bem diferente daquela que costumamos imaginar. Os senhores
feudais detinham um poder local que não se submetia a autoridade real. No máximo, o rei tinha influência política
sobre os nobres que recebiam parte das terras reais.
No entanto, o renascimento das atividades comerciais e as revoltas servis, na Baixa Idade Média, mudaram
significativamente a importância política dos reis.
Com o tempo, a autoridade monárquica foi se estendendo por todo um território definido por limites, traços
culturais e idioma, três dos elementos que caracterizam um Estado nacional. Mas para o poder do rei se afirmar,
foi preciso superar os obstáculos políticos que marcaram toda a Idade Média.
Também na Idade Média, os burgueses começaram a surgir enquanto classe social. Para os comerciantes, era
interessante a formação de um regime político centralizado, pois as leis e impostos existentes em cada um dos
feudos, dificultavam as atividades comerciais. Além disso, não havia uma moeda padrão, complicando o cálculo
dos lucros e dos preços das mercadorias.
O final da Idade Média presenciou constantes revoltas dos servos contra os senhores feudais, com substancial
queda da produção agrícola.
Ameaçados, os senhores feudais recorriam à autoridade real a fim de formar exércitos preparados para conter as
revoltas camponesas. Assim, a partir do século XI, houve um aumento das atribuições políticas do rei.
Ao lado do apoio da burguesia e dos senhores feudais, o surgimento das monarquias absolutistas também teve
apoio de ordem intelectual e filosófica. Os pensadores políticos da renascença criaram obras que destacavam o
novo papel a ser desempenhado pelo rei.
Para concentrar mais poder, o Estado monárquico procurou controlar os aspectos fiscal (imposto), jurídico e
militar. Assim, o rei passou a ter autoridade para decretar leis, formar exércitos e criar impostos.
Com esses três mecanismos, monarquias mais centralizadoras foram se estabelecendo, contando com o apoio
tanto da burguesia comerciante, quanto da nobreza feudal.
O apoio da burguesia foi essencial para os reis criarem exércitos mercenários que, inicialmente, eram apenas
temporários. Ao longo dos anos esses exércitos foram se tornando permanentes, o que limitou o poder dos
cavaleiros e dos feudos.
A formação de exércitos foi muito importante para que fossem fixados os limites territoriais e para que fosse
imposta uma autoridade de ordem central.
Dessa forma, o rei passava a ter poderes para criar tributos que sustentariam o Estado e ao mesmo tempo, as
moedas passaram a ter padrão de valor, peso e medida, de forma a facilitar o comércio e a cobrança de impostos.
O conjunto destas mudanças, que permitiram o rei decretar leis, criar impostos e manter um exército, possibilitou
a supremacia política da figura do rei nos Estados europeus.
Assim no século XV, na maior parte da Europa, o poder político já não estava nas mãos dos senhores feudais, mas
sim com o rei. A unificação por meio de um idioma, o respeito para com o rei e a idéia de pertencer a um país
(Estado), e não mais a uma região, fortaleceram a criação dos Estados nacionais.
O poder absoluto estava concentrado no Estado nacional por meio de três recursos: o corpo de funcionários
públicos obedientes ao rei, o estabelecimento de uma capital e a manutenção de um exército nacional fiel ao rei.
O rei sustentava seu poder por meio do direito romano e com resquícios do sistema feudal, governava de acordo
com sua religião, mas sem se subordinar à Igreja.
No entanto, algumas características feudais foram mantidas nos estados absolutistas: a nobreza era a camada
dominante, a servidão e o pagamento de impostos ainda eram mantidos em algumas propriedades.
As camadas sociais estavam divididas em clero, a nobreza, e a burguesia com as camadas. O rei ficava acima de
todos.

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