Você está na página 1de 2

XXII EXAME DA ORDEM

2ª FASE DIREITO PENAL

LABORATÓRIO – AULAS 01 E 02

Treino 1 – Enunciado 2
O Ministério Público ofereceu denúncia contra Rogério, empresário de 35 anos de idade, perante a
2.ª Vara Criminal de Sorocaba/SP, imputando-lhe a prática do crime de estupro de vulnerável (art.
217-A do CP) contra Rosângela, menina de 13 anos. Segundo consta da denúncia, no dia 06.06.2012,
Rogério conheceu Rosângela em uma festa e depois a levou para sua casa, onde mantiveram
conjunção carnal.
Em sede policial, as testemunhas afirmaram que Rosângela aparenta ser maior de idade e que
costuma frequentar festas e apresentar-se às pessoas que conhece como maior de 18 anos de idade.
O laudo pericial confirmou a ocorrência da relação sexual.
Rogério, por sua vez, ao ser interrogado, disse à autoridade policial que ela realmente tinha se
apresentado como maior de idade, tendo ele acreditado na palavra da vítima, pois assim ela
aparentava.
O Juiz recebeu a denúncia e Rogério foi citado.
Na qualidade de advogado de Rogério, apresente a peça cabível, explorando as teses cabíveis e
formulando os pedidos pertinentes.

RESPOSTA – TREINO 1 – ENUNCIADO 2


Qual a peça?

Cliente Rogério (réu) – empresário, 35 anos.


Crime/Pena Art. 217-A do CP – pena de 8 a 15 anos.

Ação Penal Pública incondicionada – art. 225, parágrafo único, do CP.

Rito Comum ordinário: a pena máxima (15 anos) é superior a 4 anos – art. 394, § 1.º,
inc. I, do CPP.
Suspensão Não é cabível: a pena mínima (8 anos) é superior a 1 ano.
condicional do
processo (art. 89
da Lei
9.099/1995)
Momento Após a citação.
processual:

Exame de Ordem
Damásio Educacional
Estruturando a peça
Peça Resposta à Acusação – arts. 396 e 396-A do CPP.
Competência Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Sorocaba/SP.

Teses (APRESENTAÇÃO DA TESE) Verifica-se, no caso, a ocorrência de erro de tipo,


denotando a ausência de dolo do réu e, assim, determinando a rejeição da
denúncia, conforme art. 395, inciso II, do CPP, ou a absolvição sumária, com base
no art. 397, inc. III, do CPP.
(PREMISSA MAIOR) Conforme a norma insculpida no art. 20 do CP, “o erro sobre
elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição
por crime culposo, se previsto em lei”.
(PREMISSA MENOR) No caso sob exame, constata-se que o réu não tinha
conhecimento da idade da vítima. Ora, apesar de ela ter apenas 13 anos,
apresentou-se como maior de idade e realmente aparenta ter 18 anos, como
confirmaram as testemunhas, o que levou o réu a acreditar nela e, portanto,
pensar que praticava uma relação sexual lícita.
Destarte, por erro quanto a elemento constitutivo do crime em tela, qual seja, a
idade da vítima (menor de 14 anos), é evidente que o denunciado não agiu com
o dolo necessário à configuração típica subjetiva do delito de estupro de
vulnerável. Assim, e considerando-se que não há previsão de forma culposa para
tal crime, verifica-se a atipicidade de sua conduta, conforme o já mencionado art.
20 do CP.
(CONCLUSÃO) Portanto, de rigor a absolvição sumária de Rogério, nos termos do
art. 397, inc. III, do CPP.
Pedidos e Ante o exposto, pugna-se pela absolvição sumária de Rogério, nos termos do art.
requerimentos 397, inc. III, do CPP, por atipicidade subjetiva da conduta a ele imputada.
Caso o entendimento de Vossa Excelência seja pelo prosseguimento do processo,
pugna-se pela oitiva das testemunhas ao final arroladas.
(OBS: formalizar o rol de testemunhas ao final da peça, da seguinte forma: 1 –
Nome, qualificação, endereço; 2 – Nome, qualificação, endereço; 3 – Nome,
qualificação, endereço ...).

Exame de Ordem
Damásio Educacional
2 de 2

Você também pode gostar