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CENTRO UNIVERSITÁRIO FEI

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

EXPERIMENTO 01

Relatório apresentado ao departamento


de Engenharia Mecânica do Centro
Universitário FEI, como parte dos
requisitos de avaliação da disciplina
NMA520 – Sistema de ventilação.
Solicitado pelo Prof. Marcelo Fantino.

07/04/2020

Gustavo Coaglio Araújo – 12.214.318-3

São Bernardo do Campo


2020
SUMÁRIO

1 OBJETIVOS ............................................................................................................ 3

2 DADOS OBTIDOS .................................................................................................. 3

3 CÁCULOS................................................................................................................ 4

3.1 CÁLCULO DA VAZÃO (Q) .................................................................................. 4

3.2 CÁCULO DA PRESSÃO ESTATICA MÉDIA EM (2) .......................................... 6

3.3 CÁLCULO DA PRESSÃO TOTAL MÉDIA (3) .................................................... 7

3.4 CÁLCULO DO BHP (NE) ...................................................................................... 8

3.5 CÁLCULO DO RENDIMENTO (%) ...................................................................... 8

3.6 CURVAS CARACTERISTICAS SEM CORREÇÃO ............................................. 9

4 CORREÇÃO DA CURVA CCV ........................................................................... 10

4.1 CURVAS CARACTERISTICAS COM CORREÇÃO .......................................... 12

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 12
3

1 OBJETIVOS

Levantar a curva característica de um ventilador centrífugo com pás curvas para


frente. Para tanto, serão comparados resultados obtidos pela teoria com resultados
práticos, obtidos a partir de dados levantados em laboratório.
Abaixo na figura 1 podemos observar como é a configuração da bancada:

Figura 1 - Esquema do duto de laboratório

2 DADOS OBTIDOS

Para o levantamento da CCV foram feitas medições, 5 ao todo, variando a vazão


do sistema analisando as pressões equivalentes. Para tanto, foram feitas variações desde
vazão igual a zero, shut off, até vazão máxima, com o auxílio de um registro. Variando
a vazão com este registro, foram obtidos dos equipamentos de medições quatro valores
de pressão estática e dinâmica. Com estes quatro valores obtidos de cada pressão, é
possível calcular o valor médio de cada uma, e assim aumentar a precisão dos dados.
Para a coleta de tais valores, foi variando a posição do tubo de pitot dentro do duto de
recalque. Para o cálculo do rendimento do ventilador centrifugo, foram medidos em
cada ponto de abertura do registro, os valores de potência de entrada no motor.
4

Vamos considerar o conjunto de dados a seguir na tabela 1 para o levantamento


das curvas características do ventilador.

Tabela 1 - Dados coletados


Posição Pressão Estática [Pa] Pressão Dinâmica [Pa]
Potência
do
Pe1 Pe2 Pe3 Pe4 Pd1 Pd2 Pd3 Pd4 [W]
registro
A 170 170 180 180 0 0 0 0 280
B 150 150 160 150 30 31 37 37 480
C 90 80 80 80 62 70 65 59 600
D 30 30 30 30 85 89 75 69 680
E 20 20 20 20 90 90 80 70 700

3 CÁCULOS

Para o levantamento da tabela 1 e a realização dos cálculos a seguir foram


considerados:
𝑃𝐵𝑎𝑟𝑜𝑚 = 692 𝑚𝑚𝐻𝑔 ; 𝑇𝐴𝑚𝑏 = 23℃ ; 𝐿2,3 = 1,66 𝑚 ; ∅𝐷𝑢𝑡𝑜 = 400 𝑚𝑚

3.1 CÁLCULO DA VAZÃO (Q)

Sabendo que a vazão é dada pela equação:

𝑄 = 𝑉̅ 𝑥 𝐴𝐷𝑈𝑇𝑂
Onde,
𝜋 𝑥 𝐷²𝐷𝑈𝑇𝑂 2 𝑃
𝐴= ; 𝑉̅ = 𝐾√̅̅̅̅
𝑃𝑑 ; 𝐾 = √𝜌 ; 𝜌𝑎𝑟 = 𝑅 𝐴𝑇𝑀
4 𝑇 𝐴𝑅 𝐴𝑀𝐵

Logo temos:
𝜋 𝑥 𝐷²𝐷𝑈𝑇𝑂 𝜋 𝑥 0,4²
𝐴= = = 0,126 𝑚²
4 4

𝑃𝐴𝑇𝑀 = ∆ℎ 𝑥 𝛾 𝑥 𝑔 = 692 𝑥 10−3 𝑥 13600 𝑥 9,8 = 92229,76 𝑃𝑎

𝑃𝐴𝑇𝑀 92229,76
𝜌𝑎𝑟 = = = 1,0931 𝐾𝑔/𝑚³
𝑅𝐴𝑅 𝑇𝐴𝑀𝐵 287 𝑥 (23 + 273)
5

2 2
𝐾=√ =√ = 1,353
𝜌𝑎𝑟 1,0931

̅̅̅̅ é preciso
Para obter a velocidade médio que é dada pela equação 𝑉̅ = 𝐾√𝑃𝑑
calcular a média da pressão dinâmica. Para fins demonstrativos de cálculos utilizaremos
a posição do registro B, já que para posição A à vazão é zero logo a pressão dinâmica é
zero.

𝑃𝑑1 + 𝑃𝑑2 + 𝑃𝑑3 + 𝑃𝑑4 30 + 31 + 37 + 37


̅̅̅̅𝐵 =
𝑃𝑑 = = 33,75 𝑃𝑎
4 4

Logo teremos como calcular a velocidade médio e vazão na posição B, como


podemos observar abaixo:
𝑉̅𝐵 = 1,353√33,75 = 7,86 𝑚/𝑠
Logo,
𝑄𝐵 = 𝑉̅𝐵 𝑥 𝐴𝐷𝑈𝑇𝑂 = 7,86 𝑥 0,126 = 0,99 𝑚³/𝑠 = 3565,40 𝑚³/ℎ

Levando em conta o mesmo raciocínio e desenvolvimento das equações acima


podemos chegar em todas as vazões de todas as posições do registro, como podemos
observar na tabela 2 abaixo.

Tabela 2 - Vazão

Posição Pressão Velocidade


Vazão
do Dinâmica Média
(m³/h)
registro Média (Pa) (m/s)

A 0,00 0,00 0,00


B 33,75 7,86 3565,40
C 64,00 10,82 4909,77
D 79,50 12,06 5472,10
E 82,50 12,29 5574,40

Lembrando que para os cálculos das vazões foi utilizado uma densidade do ar
sem correção de 𝜌𝑎𝑟 = 1,0931 𝐾𝑔/𝑚³.
6

3.2 CÁCULO DA PRESSÃO ESTATICA MÉDIA EM (2)

Sabendo que a pressão média (2) é dada pela equação:

̅̅̅̅̅
𝑃𝑒2 = ̅̅̅̅̅
𝑃𝑒3 + ∆𝑃2,3

Onde,
𝐿2,3 𝐿𝑒𝑞 ∑ 𝑃𝑑3 0,14
∆𝑃2,3 = 𝑓 𝑥 ( + )𝑥 ; 𝐿𝑒𝑞 = 22,32 𝑥 𝐷𝐷𝑈𝑇𝑂 ; 𝑓 = 0,17
𝐷𝐷𝑈𝑇𝑂 𝐷𝐷𝑈𝑇𝑂 4 𝑅𝑒

𝜌 𝑥 𝑉̅ 𝑥 𝐷𝐷𝑈𝑇𝑂
𝑅𝑒 = ; 𝜇 = (17,23 + 0,048𝑇) 𝑥 10−6
𝜇

Para fins demonstrativos de cálculos utilizaremos a posição do registro B. Já que


para posição A à velocidade é zero, logo o Reynolds é zero.

𝜌𝑎𝑟 𝑥 𝑉̅𝐵 𝑥 𝐷𝐷𝑈𝑇𝑂 1,0931 𝑥 7,86 𝑥 0,4


𝑅𝑒𝐵 = = = 187449,9
𝜇 (17,23 + 0,048 𝑥 23) 𝑥 10−6

0,14 0,14
𝑓𝐵 = = = 0,0178
𝑅𝑒 0,17 187499,90,17

∑ 𝑃𝑒𝑖
Para se obter a pressão média (3) usasse a equação ̅̅̅̅̅
𝑃𝑒3 = 4 . Como podemos

observar abaixo.

150 + 150 + 160 + 150


̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑒𝐵3 = = 152,5 𝑃𝑎
4

Logo teremos como calcular a pressão média (2). Lembrando que todos os
cálculos são embasados na posição do registro B.

𝐿2,3 𝐿𝑒𝑞 ∑ 𝑃𝑑3 1,66


̅̅̅̅̅2 = ̅̅̅̅̅
𝑃𝑒 𝑃𝑒3 + 𝑓𝐵 𝑥 ( + )𝑥 = 152,5 + 0,0178 𝑥 ( + 22,32) 𝑥 33,75
𝐷𝐷𝑈𝑇𝑂 𝐷𝐷𝑈𝑇𝑂 4 0,4

̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑒𝐵2 = 168,40 𝑃𝑎
7

Levando em conta o mesmo raciocínio e desenvolvimento das equações acima


podemos chegar em todas as pressões médias (2) de todas as posições do registro, como
podemos observar na tabela 3 abaixo.

Tabela 3 - Pressão estática


Posição Pressão Estática Pressão Estática
Reynolds Coeficiente
do Média (3) Média (2)
(Re) (f)
registro (Pa) (Pa)
A 0,00 - 175,00 175,00
B 187455,14 0,0178 152,50 168,38
C 258137,11 0,0168 82,50 111,01
D 287702,75 0,0165 30,00 64,77
E 293080,84 0,0165 20,00 55,97

3.3 CÁLCULO DA PRESSÃO TOTAL MÉDIA (3)

Sabendo que a pressão total média (3) é dada pela equação:

∑ 𝑃𝑑𝑖
̅̅̅̅̅
𝑃𝑡3 = ̅̅̅̅̅
𝑃𝑒3 +
4

Para fins demonstrativos de cálculos utilizaremos a posição do registro B. Já que


para posição A sabemos que ̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑡𝐵3 = ̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑒𝐵3 .

30 + 31 + 37 + 37
̅̅̅̅̅
𝑃𝑡3 = 152,50 + = 186,25 𝑃𝑎
4

Levando em conta o mesmo raciocínio e desenvolvimento das equações acima


podemos chegar em todas as pressões totais médias (3) de todas as posições do registro,
como podemos observar na tabela 4 abaixo.

Tabela 4 - Pressão total


Posição
do A B C D E
registro
Pressão
total 175,00 186,25 146,50 109,50 102,50
média (3)
8

3.4 CÁLCULO DO BHP (NE)

Sabendo que o cálculo do BHP é dado pela equação:

𝑁𝑒 = 𝑁 𝑥 𝜂𝑀𝑂𝑇𝑂𝑅 𝐸𝐿É𝑇𝑅𝐼𝐶𝑂 𝑥 𝜂 𝑇𝑅𝐴𝑁𝑆𝑀𝐼𝑆𝑆Ã𝑂

Conforme foi orientado em sala de aula deve-se adotar 𝑜 rendimento do motor


elétrico e o rendimento da transmissão, logo, 70% e 60%, respectivamente.
Para fins demonstrativos de cálculos utilizaremos a posição do registro B.

𝑁𝑒 = 480 𝑥 0,7 𝑥 0,6 = 201,60 W

Levando em conta o mesmo raciocínio e desenvolvimento da equação acima


podemos chegar em todos os BHP (Ne) de todas as posições do registro, como podemos
observar na tabela 5 abaixo.

Tabela 5 - Potência

Posição do
A B C D E
registro

BHP (Ne)
117,60 201,60 252,00 285,60 294,00
(w)

3.5 CÁLCULO DO RENDIMENTO (%)

Sabendo que o cálculo do rendimento é dado pela equação:

𝑁𝑢
𝜂= 𝑥 100
𝑁𝑒

Onde,
𝑁𝑢 = 𝑄 𝑥 ̅̅̅̅̅
𝑃𝑡3
9

Logo, utilizando a posição do registro B como demonstração de cálculo, temos:

𝑁𝑢𝐵 = 𝑄𝐵 𝑥 ̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑡𝐵3 = 0,99 𝑥 186,25 = 184,39 𝑊

𝑁𝑢 𝐵 184,39
𝜂𝐵 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 91,50 %
𝑁𝑒𝐵 201,6

Levando em conta o mesmo raciocínio e desenvolvimento da equação acima


podemos chegar em todos os rendimentos de todas as posições do registro, como
podemos observar na tabela 6 abaixo.

Tabela 6 - Rendimento

Posição do
A B C D E
registro

Rendimento
0,00 91,50 79,29 58,28 53,98
(%)

3.6 CURVAS CARACTERISTICAS SEM CORREÇÃO

Com isso é possível obter as curvas característica do ventilador centrífugo com


pás curvadas para frente, sem correção.

Tabela 7 - Dados para curva sem correção


Curva CCV (Não Corrigida)
Pressão Pressão
Posição do Rendime
estática total Potência (w)
registro nto (%)
média (Pa) média
A 168,38 175,00 117,60 0,00
B 111,01 186,25 201,60 91,50
C 64,77 146,50 252,00 79,29
D 55,97 109,50 285,60 58,28
E 0,00 102,50 294,00 53,98
10

Conforme a tabela 7 é possível a elaboração do gráfico 1, a curva CCV sem


correção.

Gráfico 1 - CCV sem correção

4 CORREÇÃO DA CURVA CCV

Para a correção da CCV iremos fazer a alteração dos dados a seguir,


considerando o ar padrão, conforme foi orientado em sala de aula.

𝑇𝐵𝑆 = 20 °𝐶 ; 𝑌 = 50% ; 𝑃𝐵𝐴𝑅𝑂𝑀É𝑇𝑅𝐼𝐶𝐴 = 760 𝑚𝑚𝐻𝑔 ; 𝜌 = 1,20 𝐾𝑔/𝑚³

Usando as Leis dos ventiladores é possível chegar na correção das curvas, a


partir do modelo, levando em conta as seguintes restrições abaixo. No nosso caso:

𝑛 = 𝑛𝑚 ; 𝐷𝐶 = 𝐷𝑚 ; 𝑄𝐶 = 𝑄𝑚 ; 𝜌𝑚 = 𝜌𝐿𝐴𝐵𝑂
11

Para encontrar as novas pressões, potências e rendimentos corrigidos,


utilizaremos a posição do registro B como demonstração de cálculo. Sabendo que:

𝜌 𝜌 𝑁𝑢
𝑃𝐶 = 𝑃𝑚 𝑥 ; 𝑁𝐶 = 𝑁𝑚 𝑥 ; 𝜂𝐶 = 𝑥 100 ; 𝑁𝑢 = 𝑄𝐶 𝑥 ̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑡3𝐶
𝜌𝑚 𝜌𝑚 𝑁𝐶

Temos,
𝜌 1,2
̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑒2𝐶 = ̅̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑒2𝑚 𝑥 = 168,38 𝑥 = 184,84 𝑃𝑎
𝜌𝑚 1,0931

𝜌 1,2
̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑡3𝐶 = ̅̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑡3𝑚 𝑥 = 186,25 𝑥 = 204,46 𝑃𝑎
𝜌𝑚 1,0931

𝜌 1,2
𝑁𝐶 = 𝑁𝑚 𝑥 = 201,6 𝑥 = 221,31 𝑊
𝜌𝑚 1,0931

𝑄𝐶 𝑥 ̅̅̅̅̅̅
𝑃𝑡𝐶3 0,99 𝑥 204,46
𝜂𝐶 = 𝑥 100 = 𝑥 100 = 91,46 %
𝑁𝐶 221,31

Seguindo o mesmo raciocínio é possível encontrar todos os valores corrigidos,


como podemos ver na tabela 8 abaixo.

Tabela 8 - Dados para curva com correção


Curva CCV (Corrigida)
Posição Pressão Pressão
do estática total média Potência (w) Rendimento (%)
registro média (Pa)
A - 192,11 129,10 0,00
B 184,84 204,46 221,32 91,50
C 121,87 160,83 276,64 79,29
D 71,11 120,21 313,53 58,28
E 61,44 112,52 322,75 53,98
12

4.1 CURVAS CARACTERISTICAS COM CORREÇÃO

Com isso é possível obter as curvas característica do ventilador centrífugo com


pás curvadas para frente, no gráfico 2, com correção.

Gráfico 2 - CCV com correção

5 CONCLUSÃO

Inicialmente notamos que conforme menos se bloqueia a passagem de ar no duto


mais a vazão aumenta e a potência, isso porque elas são diretamente proporcionais.
Pudemos observar também que o rendimento diminui, quanto menos obstruímos a
passagem do ar.
Ao corrigimos a curva CCV pode-se notar que não houve mudança significativa
em relação a curva CCV sem correção, isso pode ter acontecido pois parâmetros como a
temperatura e a densidade do ar são bem próximos do ar padrão.
A análise como um todo gerou resultados satisfatórios pelos dados fornecidos,
em comparação com o que foi apresentado em aula.

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