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ARTIGO DE PESQUISA

Olympia Maria P. Gimenes

Essências florais: intervenção


Maria Júlia Paes da Silva
Maria Antonieta Benko

vibracional de possibilidades
diagnósticas e terapêuticas *
FLOWER ESSENCES: VIBRATIONAL INTERVENTION OF DIAGNOSTIC AND
THERAPEUTIC POSSIBILITIES

ESENCIAS FLORALES: INTERVENCIÓN VIBRACIONAL DE POSIBILIDADES


DIAGNÓSTICAS Y TERAPÉUTICAS

Olympia Maria Piedade Gimenes1, Maria Júlia Paes da Silva2, Maria Antonieta Benko3

* Extraído da Dissertação RESUMO ABSTRACT RESUMEN


“Essências florais: inter-
venção vibracional de
Este estudo objetivou conhecer The purpose of this study was Este estudo tuvo como objetivo
possibilidades diagnós- à luz da Teoria do Imaginário to know the probable diagnosis conocer a la luz de la Teoría del
ticas e terapêuticas”, de Gilbert Durand, por meio do and therapeutic action of the Imaginario de Gilbert Durand,
Escola de Enfermagem
da USP(EEUSP), 2003. teste AT.9 e sessões de aten- flower essences under the light através del test AT.9, y sesiones
1 Enfermeira. dimento com essências florais, of the Theory of the Imaginary de atención con esencias florales,
Terapeuta Floral. a eventual ação diagnóstica e by Gilbert Durand, through the la eventual acción diagnóstica y
pim_vg@hotmail.com
2 Enfermeira. Livre Docente terapêutica das mesmas. AT.9 test and flower essence terapéutica de las mismas. Fue
do Departamento de Realizado com 30 sujeitos, que interview sessions. It was realizado con 30 sujetos, que se
Enfermagem Médico se tratavam com as essências applied to 30 people, who were trataban con las esencias
Cirúrgico da EEUSP.
juliaps@usp.br florais, num consultório parti- being treated with flower florales, en un consultorio
3 Enfermeira. cular na cidade de São Paulo. essences, by a private practi- particular en la ciudad de São
Terapeuta Floral. Os instrumentos de análise tioner in São Paulo. The study Paulo. Los instrumentos de
mantoniet@ig.com.br
foram 60 protocolos de AT.9 contains 60 AT.9 test protocols análisis fueron 60 protocolos de
preenchidos pelos 30 indiví- and 60 flower essence formulae. AT.9 llenados por los 30
duos em dois momentos e 60 It analyzed the common traces, individuos en dos momentos y
formulações de essências both the attuned and the 60 formulaciones de esencias
florais. Analisaram-se os traços dissonant ones, by the rela- florales. Se analizó los trazos
comuns, afinados e disso- tionships established between comunes, afinados y disonantes,
nantes, das relações estabele- the AT.9 and the flower essence de las relaciones establecidas
cidas entre o AT.9 e as formu- formulae, bringing forward entre el AT.9 y las formu-
lações florais, trazendo evidên- evidences of the capacity laciones florales, trayendo
cias da sua capacidade diagnós- diagnosis and the therapeutic evidencias de la capacidad
tica e da sua ação terapêutica, actions of these essences. The diagnóstica y de la acción
com redução de oito indivíduos two essences that translated the terapéutica de las mismas, con
desestruturados para somente characteristic tone of this reducción de 8 individuos
um. As duas essências que tra- population were California Wild desestructurados a sólo uno.
duziram o tom característico Rose and Evening Primrose. Las dos esencias que tradujeron
dessa população foram Cali- el tono característico de esa
fórnia Wild Rose e Evening población fueron California
Primrose. Wild Rose y Evening Primrose.

DESCRITORES DESCRIPTORS DESCRIPTORES


Medicamentos florais. Floral drugs. Medicamentos florales.
Terapias complementares. Complementary therapies. Terapias complementares.
Diagnóstico. Diagnosis. Diagnostico

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Rev Esc Enferm USP Recebido: 06/08/2003
2004; 38(4): 386-95. Aprovado: 07/11/2003
INTRODUÇÃO como arrumamos nele nossas fantasias. É
Essências florais:
dessa configuração que decorre o nosso po- intervenção vibracional
Nosso interesse em estudar os temas li- der de melhorar o mundo, recriando-o cotidi- de possibilidades
diagnósticas e
gados à saúde sob o prisma de um novo anamente, pois o imaginário é o denominador terapêuticas
paradigma, no qual o ser humano é visto e fundamental de todas as criações do pensa-
compreendido em sua totalidade, vem de lon- mento humano. É um lugar de criatividade
ga data e culmina com esta pesquisa que bus- onde desenvolvem-se processos de
ca uma forma de expressar a ação das essên- enfrentamento do destino e onde elaboram-
cias florais no indivíduo. Nesse caminhar fo- se meios representativos, simbólicos,
ram realizados dois cursos de Especialização retóricos e racionais, de finalidade “defensi-
em Terapia Floral na Escola de Enfermagem va” frente à fatalidade da morte(3).
da USP 1998 e 2000, sendo que do primeiro
O imaginário pode ser considerado como
curso resultou o livro Florais: uma alterna-
um mapa com o qual lemos o mundo, pois o
tiva saudável(1) com a publicação dos traba-
real decorre de uma construção simbólica. As
lhos de pesquisa realizados nesse curso, en- imagens são produzidas, entre as pulsões
tre outras tantas iniciativas que divulgassem subjetivas e as intimações do meio cósmico e
essa estratégia de cuidar. Temos feito inter- social, no qual se insere a noção importantís-
namente muitas perguntas, algumas de fun- sima do trajeto antropológico de Durand(2),
do existencial e outras sobre a maneira de que consegue articular o biopsíquico e o só-
sentir o desenrolar da vida, e neste cio cultural, trajeto constante e reversivo
envolvimento com a terapia floral encontra- entre as pulsões subjetivas assimiladoras
mos muitas respostas. Ligadas à academia foi (o biopsíquico) e as intimações objetivas
natural procurarmos métodos que fizessem acomodantes (do meio cósmico e sócio-cul-
esta aproximação buscando metodologias tural), de onde emergem como produto o sím-
para expressar a intervenção com a Terapia bolo e o imaginário.
Floral, podendo ampliar e validar esta manei-
ra de tratar a emoção humana, efetuando tra- Todas as funções da imaginação simbólica
dução ajustada do que é diagnosticado com visam estabelecer, seja para o indivíduo, grupo
instrumentos reconhecidos como o teste ou cultura, uma constante reequilibração
projetivo AT.9 (Teste Arquétipo de 9 elemen- resultante da incidência desestruturadora
tos). A fronteira que estabelecerá os padrões dos fenômenos portadores da angústia origi-
para estudo, uso e pesquisa com as essênci- nal, sobre as já elaboradas produções simbóli-
as florais, ainda está sendo delineada no mun- cas e imaginárias(2). Entenda-se por equili-
do, e certamente ficará tão mais nítida, quan- bração antropológica de Durand, uma constan-
to mais nos utilizarmos de registros e referên- te reequilibração, uma constante complexi-
cias que fundamentem as experiências nesta ficação das produções simbólicas e imagi-
área. Porém, para não simplificar este estudo, nárias reelaboradas, e não o equilíbrio estático,
exploramos a emoção humana, não só verifi- filosófico, de ordem; e entendendo-se por
cando os resultados do uso das essências angústia original, o enfrentamento do tempo
florais, já evidenciados em outros estudos(1), que se esgota e, portanto, anuncia a morte.
mas adentrando no mundo do latente, utili-
zando a Teoria do Imaginário de Durand. G. Durand classificou as estruturas do
imaginário em nível estritamente teórico. A
O imaginário de Gilbert Durand e o teste validação de sua teoria coube a Yves
arquétipo de nove elementos (AT9) de Durand(4), seu discípulo, que criou um mode-
Yves Durand lo normativo num teste projetivo por ele de-
nominado AT.9 (teste arquétipo de nove ele-
O estudo se desenvolveu à luz da Teoria mentos). Esse autor entendeu que se na con-
do Imaginário de Gilbert Durand, mais espe- cepção antropológica de G. Durand a ordem
cificamente através de sua obra “As Estrutu- estrutural do imaginário era pertinente, tam-
ras Antropológicas do Imaginário”(2). Segun- bém seria possível reencontrá-la em fatos re-
do esta teoria o imaginário é como uma rede levantes da criatividade imaginária do homem
de imagens cujo sentido dá-se pela relação comum; e o objetivo desse teste projetivo foi
estabelecida entre elas, organizando-se de
acordo com uma certa lógica, com uma certa
estruturação, de modo que a configuração
o de identificar os núcleos organizadores da
simbolização, os universos míticos que se
constituem ao longo das histórias individu-
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Rev Esc Enferm USP
mítica de nosso imaginário depende da forma ais e ou grupais(4). 2004; 38(4):386-95.
Para tal investigação construiu um instru- 1. Qual a idéia central de sua história? Você
Olympia Maria P. Gimenes
Maria Júlia Paes da Silva mento, composto por desenho e narrativa ela- ficou em dúvida entre duas ou mais idéias?
Maria Antonieta Benko borados a partir de nove palavras chaves, a Quais?
saber: queda, espada, refúgio, monstro
devorante, alguma coisa cíclica, personagem, 2. Quando você pensou em sua história, você
água, animal e fogo(4). A escolha destes ele- se lembrou de algum filme ou de algum livro?
mentos não foi aleatória; foram considerados Qual?
seus significados mais profundos, para que
3. Indique entre os 9 elementos da sua
servissem de motivação ao sujeito, funcionan-
história:a) Os elementos mais importantes do
do como estímulos, para fazer emergir a pro-
seu desenho; b) Os elementos que você gos-
blemática da angústia diante do tempo mortal,
taria de eliminar no seu desenho. Por quê?
e os mecanismos e meios que o sujeito encon-
tra para enfrentar e ou resolver cada situação. 4. Como termina a cena que você imaginou?
Este instrumento, AT.9, compõe-se de:
1- Uma parte desenhada onde solicita-se 5. Se você tivesse que participar da cena que
ao sujeito que desenhe uma cena com os se- você compôs, quem você seria? O que você
guintes elementos: Uma queda, uma espada, faria?
um refúgio, um monstro devorante, alguma E finaliza com um quadro de simbolização
coisa cíclica (que gira, que se reproduz ou (Quadro 1) para ser respondido claramente:
que progride), um personagem, água, um ani-
mal (pássaro, peixe, réptil ou mamífero) e fogo; 1. Na coluna A que desenho você fez para
2 - Uma parte escrita, que chamamos de representar cada elemento;
narrativa, com a instrução de escrever a his-
2. Na coluna B qual o papel de cada elemento,
tória de seu desenho, contando o que se pas-
para que ele serve na história;
sa; e
3 - Um questionário com perguntas sobre 3. Na coluna C o que cada elemento significa
a história, com a solicitação de responder com para você, qual sentido ele tem.
atenção às seguintes perguntas:

Quadro 1 - Simbolização dos elementos que compõem o AT.9

A B C
Elemento Representado Papel/função Simbolizando
por

Queda

Espada

Refúgio

Monstro

Alguma coisa Cíclica

Personagem

Água

Animal

Fogo

Os nove elementos deste teste têm como Nas soluções heróicas, a ação e a lingua-
alvo serem associados, sob os efeitos de uma gem heróica dominam o conjunto da compo-
“energia imaginária”, de modo a fazer emergi- sição. Observa-se que os heróicos costumam
rem certas formas de organização (heróica, ser pessoas mais ou menos racionais, que

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mística, sintética), um acoplamento entre os
nove elementos, constituindo um “sistema”
capaz de informar as estruturas imaginárias
têm uma visão realista do mundo, da dinâmi-
ca da luta pela vida e do uso das armas de
sobrevivência. Já as respostas místicas
2004; 38(4): 386-95. propostas, organizadas pelo sujeito(4). correspondem a pessoas freqüentemente
muito imaginativas, criativas, fantasiosas e espada introduzidos num cenário de jogo,
Essências florais:
pouco agressivas com um certo gosto da in- portanto integrados, sugerindo que se a intervenção vibracional
timidade secreta, uma vontade de união. Os ação heróica ocorrer os elementos estarão de possibilidades
diagnósticas e
que elaboram mecanismo sintético, podem ser integrados. terapêuticas
definidos como pessoas criativamente inteli-
gentes, equilibradas e capazes de buscar res- É importante ressaltar que ciências da saú-
postas pessoais para tudo que está ao seu de demandam qualidade e quantidade o tem-
redor e incide em suas vidas(5). po todo, entretanto, estruturas lógicas de per
si, muitas vezes não conseguem expressar a
Há também no AT.9, formas negativas, realidade. Ancoradas por estas afirmações
onde o domínio da angústia é evidente, e no estabelecemos laços entre o latente (simbóli-
extremo, ocorre o que se identifica como co) de cada criatura e o universo das essênci-
desestruturação de textos e desenhos, im- as florais, numa tentativa de transformar o
possíveis de serem classificados por este pro- abstrato em concreto, dando textura material
tocolo. Nesses desenhos nomeados deses- às idéias, corporificando conceitos, fazendo
truturados, cada elemento é desenhado sem corresponder símbolos às palavras e percep-
compor um conjunto, sem cenário, sem con- ções, conferindo consistência ao que era
texto; na escrita, o sujeito não constrói enre- pensamento.
do, as frases são isoladas revelando grande
dificuldade semântica. Estes desenhos deses- A Terapia Floral
truturados (também chamados de desenhos Falar de terapia floral é falar do caminho
implodidos) e as narrativas sem enredo ou de Edward Bach, um caminho de iniciação
contexto, denotam alto grau de ansiedade e de quem entrou profundamente em contato
altíssimo nível de angústia no dia a dia. com a natureza, numa senda alquimista,
A manifestação heróica de forma negati- para encontrar o manancial curativo laten-
va demonstra, em geral, fracasso total do he- te guardado nas flores. Bach compreendeu
rói; a forma mística negativa revela geralmen- o que já havia sido compreendido por gran-
te o monstro possuindo a espada; já o uni- des médicos como Paracelsus (1493 - 1541)
verso sintético expressa concepções fatalis- e Culpeper (1616 - 1654): que a Natureza é o
tas e pessimistas da evolução humana ou de verdadeiro médico e que o terapeuta é ape-
dualismo sem saída, mortífero. nas seu mediador(7).
Descreveu um elo real entre emoções,
Os micro universos míticos são divi-
somatizações e enfermidades, caminho pelo
didos, cada qual (heróico e místico) em 4
qual também se poderia estabelecer a cura. Por
gradientes (3,5-6):
meio do entendimento da relação das emoções
• super heróico - hipervaloriza o comba- humanas com a energia das flores, estabele-
te onde o monstro é hiperbólico e os demais ceu o que chamou de um “novo sistema de
elementos são esquecidos; heróico integra- cura”, onde aqueles que não são médicos e
do - todos os elementos concorrem para com- nem mesmo enfermeiros, poderiam cuidar de
por o cenário do combate; heróico impuro - seus semelhantes, exercendo prática simples,
heterogeneidade onde um grupo de elemen- por meio do uso das essências florais.
tos fica como que justaposto, como “corpo
Observando as flores e os estímulos que
estranho” evocando o universo místico, po-
desencadeavam em si mesmo, colocou flores
rém sem integração; heróico descontraído ou
em recipiente com água e as expôs ao sol.
atenuado - combate poten-cializado, o herói
Numa manhã de maio veio a grande inspira-
é um herói e o monstro é um monstro; a ação
ção; sol intenso e nos cálices das flores go-
é protelada e o território dividido, cada qual
tas brilhando como diamantes: o orvalho.
movendo-se na sua esfera privada.
Concluiu que os raios de sol transferiam o
• super místico - há escotomização do potencial das flores para a água, assim como
monstro e ou da espada, que desaparecem; fora no orvalho. Esse procedimento incluía
místico integrado - monstro e espada são os 4 elementos, a terra que sustenta a planta,
eufemizados pela disfuncionalização ou o ar que nutre, o fogo que transfere força, e a
emblematização; místico impuro - monstro e
espada disfuncionalizados, figuração arbitrá-
ria criando um “corpo estranho” heróico no
água que absorve os poderes curativos e os
armazena. Dr Bach descobriu assim, como
transmitir as forças do macrocosmo para o
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cenário místico; místico lúdico - monstro e microcosmo, das flores para a água(7). 2004; 38(4):386-95.
Caminhando e observando optou por ela- com compaixão, fluindo com tolerância pelo
Olympia Maria P. Gimenes
Maria Júlia Paes da Silva borar os “remédios” com flores frescas, co- “caminho do meio”: Chicory, Vervain, Vine,
Maria Antonieta Benko lhidas no auge da florada, se possível próxi- Beech e Rock Water (sendo esta última a úni-
mo do dia de São João, quando o sol alcança ca essência feita sem infusão de flor, apenas
toda sua força (para o hemisfério norte). Bach com água potencializada).
foi além, tomou gotas de orvalho, colocou
flores na água e expôs ao sol, viveu as desco- Considerava como doença real e básica
bertas em seu próprio corpo experimentando do homem certos defeitos: orgulho, cruelda-
sintomas emocionais e físicos. Descobriu que de, ódio, egoísmo, ignorância, instabilidade e
tomando a essência da flor os sintomas dimi- a ambição, todos contrários à unidade.
nuíam e que a mesma essência também de- Considerava o orgulho ou arrogância
sencadeava alívio em padrões similares de como a incapacidade de reconhecer a peque-
seus pacientes. Dizia para não nos fixarmos nez da personalidade humana e sua absoluta
na doença, mas para lançarmos um olhar cui- dependência da Alma, e como doença, mani-
dadoso em “como o paciente vê a vida”(7). festando-se pela rigidez. A crueldade uma
Dr. Bach, entre 1930 e 1936, preparou e negação de que tudo está interligado, sendo
classificou, 38 essências, dividindo-as em sete a dor, o resultado deste defeito. O ódio é con-
grupos de atuação, a saber(8): trário ao Amor, portanto o reverso à lei da
Criação, trazendo as conseqüências do isola-
• Para os que sentem medo - flores que tra- mento e perturbações mentais. Assim, quan-
zem encorajamento para realizar desde as do há crueldade, é preciso desenvolver a com-
ações mais simples do cotidiano e até os paixão, buscando no outro e em si mesmo o
enfrentamentos mais desafiantes: Rock Rose, bem, que existe em todos nós; o egoísmo é
Mimulus, Cherry Plum, Aspen, Red Chestnut; também a negação da Unidade, colocando
interesses pessoais acima do bem estar da
• Para os que sofrem de indecisão – flores humanidade e conduzindo à intros-pecção e
que trazem assertividade, clareza de propósi- neurastenia. A cura se dá ao abrir-se para os
to, vigor, esperança, otimismo e fé: Cerato, outros, dirigindo para fora o carinho e a aten-
Scleranthus, Gentian, Gorse, Hornbeam, Wild ção que devotamos a nós mesmos; a igno-
Oat; rância é o fracasso em aprender, é a recusa
em ver a verdade. Na persistência deste de-
• Falta de interesse pelas circunstâncias feito há dificuldades de viver o cotidiano. A
atuais – flores que trazem presença desperta instabilidade, a indecisão, e a falta de deter-
e focada no momento presente, vivificada pela minação ocorrem quando a personalidade se
alegria: Clematis, Honeysuckle, Wild Rose, recusa a ser conduzida por sua própria Alma,
Olive, White Chestnut, Mustard, Chestnut resultando em disfunções que afetam o mo-
Bud; vimento e a coordenação motora. É necessá-
• Para a solidão – flores que ensinam a rio desenvolver a autodeterminação, fortale-
compartilhar os próprios dons, modulando os cendo a mente e a ação. A ambição conduz
ao desejo de poder, sendo assim, uma nega-
ritmos pessoais, favorecendo os relaciona-
ção à liberdade e à individualidade. A perso-
mentos: Water Violet, Impatiens, Heather;
nalidade ambiciosa dita ordens conforme sua
• Para os que têm sensibilidade excessiva às vontade e comanda desconsiderando o ou-
influências e opiniões – flores que nos aju- tro, tendo a aprender que cada um nada mais
dam a fazer transições, atuar com transparên- deve fazer além de encorajar o próximo, aju-
cia e seguir livre de influências limitadoras: dar a ter esperança, a ampliar conhecimentos
Agrimony, Centaury, Walnut, Holly; e repartir experiências(8).

• Para o desalento e o desespero - flores que Nas últimas décadas, usuários de essên-
nos ajudam a estabelecer vínculos por meio cias florais do Dr. Bach sentiram-se impulsio-
da profunda coragem da aceitação do outro e nados a extrair diferentes essências de flores,
de nós mesmos: Larch, Pine, Elm, Sweet o que resultou em termos à disposição novos
sistemas de essências florais. Os conteúdos

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Chestnut, Star of Bethlehem, Willow, Oak,
Crab Apple; descrevendo a ação das mesmas foram sur-
gindo, foram aprimorados e, finalmente,
Rev Esc Enferm USP • Excessiva preocupação com o bem-estar publicados. Essas publicações contêm os
2004; 38(4): 386-95. dos outros - flores que nos ajudam a amar repertórios de uso e indicação das essências
extraídas por esses autores. São verdadeiros O diagnóstico estabelecido utilizando a
Essências florais:
manuais de orientação e sugestões para os escolha das essências florais pela sensibili- intervenção vibracional
terapeutas florais utilizarem em sua prática. dade direta pelas pontas dos dedos, tem o de possibilidades
diagnósticas e
Os outros repertórios escolhidos como refe- tom característico da qualidade curadora das terapêuticas
rência para este trabalho, e também seus cor- essências que compõem a formulação. Por
respondentes sistemas de essências florais, meio de
seguem a mesma compreensão de Bach so-
um nível profundo e não-verbal de cons-
bre o uso das mesmas, e são:
ciência, os métodos vibracionais podem
• Florais da Inglaterra, essências extraí- sugerir questões e essências que estão
das por Julian Barnard, Healing Herbs®, com ocultas à percepção racional; ou talvez,
eles ajudem a refinar a escolha das es-
a estrutura da alma humana representada nas
sências após a entrevista inicial ou ses-
essências de Dr. Edward Bach(9).
são inicial de aconselhamento (9).
• Florais da California, essências extra- Sendo a terapia floral parte dos tratamen-
ídas por Patrícia Kaminski e Richard Katz,
tos vibracionais que conduzem o homem a
Flower Essence Society®, com a solar men-
um processo de integração entre todas as suas
sagem das flores nativas iluminando estados
potencialidades e faculdades, achamos sig-
da alma do homem contemporâneo(9).
nificativo revelar sua ação pautada nas evi-
• Florais do Alasca, essências extraídas dências científicas, como neste caso, o teste
por Steve Johnson, Alaska Project®, trazen- arquetípico de nove elementos AT.9, buscan-
do a força de uma natureza intocada, que se do encontrar uma voz de expressão para pen-
revela com essências sutis, de aceleração e samentos e fenômenos desconhecidos pela
freqüência altamente revitalizadora(10). restrição da palavra, evidenciando, ainda,
componentes desconsiderados ao pensamen-
• Florais da Austrália, essências extraí- to constituído.
das por Ian White, Australian Bush®, tra-
zendo o vigor da tradição e do conhecimento Assim, o objetivo deste estudo foi conhe-
aborígene(11). cer a eventual ação diagnóstica e terapêutica
das essências florais à luz da Antropologia
• Florais da Austrália, essências extraí- do Imaginário de Gilbert Durand.
das por Vasudeva Barnao e Kadanbii
Barnao, Living Essences®, explorando a TRAJETÓRIA METODOLÓGICA
possibilidade de interagir com a vida rom-
pendo limitações(12).
Trata-se de um estudo prospectivo, que
A Terapia Floral é parte de um campo emer- utilizou como instrumento de levantamento
gente de tratamentos e modalidades terapêu- de dados, o teste de Yves Durand e a formu-
ticas, de características não invasivas, consi- lação de essências florais. Foi realizado num
derada importante alavanca de cura, que am- consultório particular, na cidade de São Pau-
plia o universo de ações dos profissionais da lo (SP) e a população foi constituída por 30
saúde(1). Cuidar, e o enfermeiro é um cuidador sujeitos, de ambos os sexos, com idade supe-
por excelência, com o uso das essências flo- rior a dezoito anos, que se tratavam com as
rais, é ir além de sintomas e queixas, é sobre- essências florais e aceitaram participar do
tudo, observar e compreender a criatura hu- estudo, recrutados também em outras insti-
mana em sua maravilhosa complexidade. tuições de saúde da cidade de São Paulo.

Há várias maneiras de indicar-se as es- O projeto foi analisado e aprovado pelo


sências florais e também diferentes formas Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de
de proceder-se ao diagnóstico para a indi- Enfermagem da Universidade de São Paulo e
cação das mesmas. Os métodos mais utiliza- os dados foram coletados, no período de
dos são: entrevista e aconselhamento, se- março a abril de 2002. Todos os participantes
guidos de indicação conforme queixas men- assinaram o Termo de Consentimento Livre e
cionadas, e seleção e indicação por meio de Esclarecido, permitindo que suas respostas
técnicas vibracionais, como cinesiologia
(teste muscular), radiestesia (pêndulo), sen-
sibilidade direta pelas mãos ou pela ponta
do AT.9 e formulações de floral fossem utili-
zadas para esta pesquisa. A todos foi infor-
mado o teor e a finalidade do estudo e men-
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Rev Esc Enferm USP
dos dedos(9). cionado ser livre a adesão. O agendamento 2004; 38(4):386-95.
dos participantes foi efetuado, explicando-se dicação das essências florais nas 60 sessões
Olympia Maria P. Gimenes
Maria Júlia Paes da Silva que, imediatamente após o preenchimento do realizadas foi feita pela primeira autora deste
Maria Antonieta Benko AT.9, seria efetuada a sessão para a indica- estudo; a combinação de essências florais,
ção das essências florais e o atendimento constituindo uma indicação diagnóstica, foi
ocorreu em três momentos: analisada e interpretada em seus significa-
dos, à luz dos repertórios publicados pelos
Primeiro momento: aplicação do teste extratores dos sistemas de essências florais
AT.9 – para o preenchimento do AT.9 foi as- utilizadas, em seus textos originais e nos seus
segurado ambiente calmo, sem interferênci- sites oficiais, com banco de dados disponi-
as, com o conteúdo do teste impresso, lápis bilizados para atualização e pesquisa. As-
preto e prancheta para apoio; sim, neste estudo o AT.9 foi utilizado como
Segundo momento: após cada teste foi recurso para avaliar a evolução da terapêuti-
realizada sessão terapêutica, que consta da ca com as essências florais. Não temos a pre-
entrevista, concomitante à passagem das tensão, neste trabalho, de expor e discutir o
pontas dos dedos sobre os frascos das es- AT.9 como instrumento diagnóstico na tera-
sências florais. Aquelas que apresentaram, pia floral.
ao passar sobre elas, “formigamento”, são
selecionadas para compor a fórmula. Após APRESENTAÇÃO E
esta seleção e indicação, é preparado o fras- DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
co contendo as essências florais selecionadas
e feito o agendamento de retorno;
Dos 30 clientes atendidos durante o tra-
Terceiro momento do estudo: repetição balho, 27 (90%) eram do sexo feminino e 3
dos 1º e 2º momentos (AT.9 e sessão terapêu- (10%) eram do sexo masculino. A idade em
tica), com intervalo de 30 – 45 dias após sua anos variou de 20 a 65 anos, a mediana foi de
realização. Este estudo ficou constituído por 39 anos, a média de 37,6 anos e predominou
sessenta AT.9 preenchidos e sessenta a faixa etária de 20 a 29 com 11 pessoas
sessões de atendimento com as essências (36,66%), seguida da faixa de 30 a 39 anos
florais. com 8 pessoas (26,66%). Estas duas faixas
reuniram 19 pessoas (63,32%). Na variável
Ao final das duas sessões foi dado ao escolaridade com predominância o 3º Grau
teste AT.9 tratamento interpretativo pela aná- completo, representado por 18 pessoas
lise dos dados obtidos nos testes, com a fi- (60%), seguido de 7 pessoas com o 2º Grau
nalidade de inventariar a estrutura dominan- completo (23,33%).
te do imaginário dos participantes. A análise
dos 60 protocolos de AT.9 foi efetuada pela A Tabela 1 traz a distribuição geral dos
educadora Livre Docente Helenir Suano, da micro universos míticos das duas aplica-
Faculdade de Educação da Universidade de ções do AT.9 dos 30 sujeitos da população
São Paulo, especialista na temática(6). A in- estudada.

Tabela 1 - Distribuição da estrutura dos micro universos míticos na 1ª e 2ª


aplicações do AT.9. (São Paulo, 2002)

Estruturação dos micro Freqüência Porcentagem


universos míticos 1ª 2ª 1ª 2ª
Heróico 12 14 40,00 46,66
Místico 10 14 33,33 46,66
Sintético 0 1 0 3,33
Desestruturado 8 1 26,66 3,33
TOTAL 30 30 99,99 99,98

392
Rev Esc Enferm USP
É importante notar que houve significati-
va redução dos indivíduos com protocolos
desestruturados, do 1º para o 2º AT.9, de-
desenhos, a diminuição do universo de an-
gústia, a melhora da capacidade semântica e
a inserção contextualizada de conteúdos num
2004; 38(4): 386-95. monstrando pela estruturação de textos e modelo tempo/espaço.
Os deslocamentos, ou seja, a mudan- micro universos míticos, dos 30 sujeitos,
Essências florais:
ça de gradiente verificada pela análise em seus simbolismos heróicos, místicos intervenção vibracional
dos testes AT.9 da 1ª para a 2ª aplica- e sintéticos, estão representados no de possibilidades
diagnósticas e
ção, conforme as estruturações dos Quadro 2. terapêuticas

Quadro 2 - Deslocamentos dos testes AT.9 da 1ª para a 2ª aplicação. Estruturação


dos micro universos míticos. (São Paulo, 2002)

É relevante a cuidadosa observação do Estabelecer um diagnóstico com as essên-


Quadro 2 em seus deslocamentos, conforme cias florais não se restringe a acertar ou errar
inventário do teste AT.9, especialmente por- na indicação; é algo como observar alguém
que, o diagnóstico em terapia floral incide nadando em alto mar; numa primeira impres-
sobre a perspectiva de nos deslocarmos cons- são, não saberemos se trata-se de um afoga-
tantemente entre os aspectos emocionais mento ou de nado em mar aberto; a observação
negativos e os positivos, como um processo e o seguimento do evento trazem a resposta.
alquímico da “união dos opostos”, processo Para melhor entendimento do Quadro 2, em
natural de re-equilibração psíquica. O diagnós- seus deslocamentos, é importante considerar
tico realizado com as essências florais não que a convergência dos protocolos de estru-
define padrões de normalidade e suas varia- turação heróica e de estruturação mística,
ções; traduz padrões de significado e suas em direção à estruturação de simbolismo sinté-
expressões, sendo feito sobre o ser, sobre a tico, conforme referência anterior, indica maio-
criatura, abrangendo um momento emocional, res possibilidades adaptativas dos indivíduos,
no contexto dinâmico da biografia humana. visto ser na estrutura sintética que o místico e o
heróico se encontram de modo conjunto,
Não há expectativa de proceder-se à exa- uma dupla atualização mítica da ansiedade,
tidão diagnóstica, visto não haver padrões como que uma conciliação dos contrários.
exemplares previamente estabelecidos. Toda-
via, a validação diagnóstica pode ser Na análise dos deslocamentos do 1º AT.9
verificada se analisarmos o processo de equi- para o 2º AT.9 agrupamos os protocolos em:
líbrio, como um todo, abrangendo desde mu- Forma negativa com deslocamento para
danças nos patternings of behavoir (padrões o positivo -pudemos perceber que em qua-
de comportamento), até ao reconhecimento tro protocolos houve incidência de
pelo próprio sujeito do alívio de sintomas,
confiança na vida, evidências de bem estar e
ou entendimento do próprio processo e
estruturação de forma negativa, ou seja, o
monstro portando a espada, o fracasso ou
fuga do herói. Em dois deles houve reversão
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reconfiguração de seu destino. deste quadro; Sem mudança de gradiente 2004; 38(4):386-95.
na estruturação do AT.9 -em 9 indivíduos (pro- heróica, mística e sintética; a mudança foi cons-
Olympia Maria P. Gimenes
Maria Júlia Paes da Silva tocolos nos 2, 7, 12, 13, 20, 21, 22, 24, 29), não tatada na qualidade da elaboração traduzida
Maria Antonieta Benko houve deslocamento do 1º AT.9 para o 2º AT.9 nos textos e quadro de simbolização dos AT.9;
, quanto à estruturação heróica, mística e sin- e a perlaboração confirmou-se pela mudança
tética. Na análise dos dois AT.9 notou-se que de registro das imagens do 1º para o 2º AT.9,
mesmo sem mudança de gradiente ocorreu tendo sua expressão condizente com o signifi-
perlaboração de conteúdo, comprovada pela cado das essências florais indicadas.
mudança de registro das imagens. Destes, 8
sujeitos faziam uso das essências florais den- Duas essências florais traduziram o tom
tro de um processo terapêutico, com regulari- característico dessa população nas 60 sessões
dade, sendo atendidos em programas de trata- de atendimento: California Wild Rose e
mento, por um terapeuta floral. Os desloca- Evening Primrose, expressando, respectiva-
mentos na estruturação do AT.9 expressaram mente, a qualidade de manifestar amor à vida e
o movimento energético presente no imaginá- a capacidade de comprometimento e vínculo.
rio dos sujeitos e indicaram a dinâmica da psi-
que, onde a mudança da imagem leva à mu- CONSIDERAÇÕES FINAIS
dança de comportamento e evidências da
perlaboração; Desestruturado com mudança
de gradiente-de 9 indivíduos com protocolos Os deslocamentos observados dos gra-
desestruturados no 1º AT.9 (nos 3, 5, 6, 9, 10, dientes ajudaram a visualizar e compreender
15, 16, 19) 8 indivíduos se estruturaram em al- o processo de cada sujeito e o movimento
gum gradiente dos universos míticos e, so- interno das elaborações; o AT.9 revelou-se
mente o indivíduo do protocolo nº16, mante- instrumento de confirmação diagnóstica das
ve-se desestruturado no desenho e narrativa; essências florais, ao inventariar desestru-
Estruturado com mudança de gradiente - de turações e estruturações negativas, situações
13 indivíduos dos protocolos com mudança de alto nível de angústia, para as quais es-
de gradiente, em 12 houve deslocamento em sências com a expressão curadora desse pa-
direção à estruturação sintética (nos 1, 4, 8, 11, drão haviam sido indicadas.
14, 17, 18, 23, 25, 26, 27, 28, 30) evidenciando
Entendemos que o AT.9 trouxe visibili-
melhores possibilidades adaptativas para exer-
cer mecanismos de enfrentamento do cotidia- dade, num paralelismo nítido, à ação das essên-
no. Em apenas um indivíduo, de protocolo no cias florais, um revelando o outro, comple-
26, ocorreu o que nomeamos de deslocamento mentando-se sem fusão, delineando evidên-
não esperado, ou seja, aquele que distancia o cias; o AT.9 como que desnuda o simbólico e o
gradiente ini-cial do 1º para o 2º AT.9 da estru- corporifica; incorporado à terapia floral, faz o
tura de simbolização sintética. mesmo pelo inverso, corporifica as emoções em
seus gradientes e depois desnuda a ação das
Comparando o 1º e 2º AT.9, chamou-nos a essências florais em seus efeitos.
atenção, a mudança de 8 indivíduos com pro-
tocolos desestruturados no primeiro momen- Consideramos que será benéfica a utiliza-
to, para apenas um após a segunda aplica- ção do AT.9 na terapia floral, com clientes na
ção, evidenciando significativa redução do primeira consulta, visto obter-se por meio dele,
universo de angústia, e apontando para os registros de sensibilidade profunda, dados
florais como agentes dessa ação. que normalmente não aparecem na entrevis-
ta e também poderá auxiliar o terapeuta floral,
Em 12 indivíduos (40%) houve mudança pela observação dos gradientes, a proceder
de gradiente quanto à estruturação heróica, encaminhamentos para outros profissionais
mística e/ou sintética, indicando perlaboração; ou práticas complementares, conforme a gra-
em onze deles (36,66%) o deslocamento foi vidade do caso.
notado em direção à estruturação sintética,
denotando movimento da imaginação criadora Acreditamos que com esses dois recur-
em sua capacidade de produzir novas realida- sos – terapia floral e imaginário – amplia-se
des. A qualidade da mudança, em seu simbolis- nossa capacidade de compreender o ser / es-
mo nas imagens, tem semelhança com a quali- tar humano, pois é construída como que uma

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dade curadora das essências florais indicadas.

Em 9 indivíduos (30%) não ocorreu deslo-


linha de sutura invisível, energética, inclusi-
va, complexa, sensível, facilitando o entendi-
mento e encurtando as distâncias na busca
2004; 38(4): 386-95. camento de gradiente quanto à estruturação da autonomia.
Lamentavelmente, não cabe neste estu- Há evidências e há relativismos. Na gran-
Essências florais:
do apreciar todas as relações estabelecidas de aventura do conhecimento humano, que intervenção vibracional
entre os sessenta AT.9 e as sessenta formu- seja este estudo um passo alfa, uma ponte de possibilidades
diagnósticas e
lações com as essências florais; tendo fica- que permita a eventual passagem do real ao terapêuticas
do, entretanto, clara a riqueza de recursos simbólico, numa viagem preliminar plena, onde
que o AT.9 (como instrumento), e as essên- o tempo e o entendimento sejam a própria
cias florais (como intervenção), podem arti- ponte, construída da mesma massa, sob o
cular e permear, na facilitação dos proces- mesmo código, permitindo a passagem do ser
sos individuais de perlaboração, crescimen- aos domínios do absoluto, sem qualquer gran-
to e evolução, respeitando a criatura huma- deza, senão a de um ponto inicial.
na em sua individualidade, complexidade e
desenvolvimento.

REFERÊNCIAS

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[tese] São Paulo (SP): Faculdade de Educação
da USP; 1993.

Correspondência para:
Olympia Maria P. Gimenes
R. Raul Pompéia, 726
Ap. 163 - Pompéia -
São Paulo
CEP - 05025-010 - SP

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