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RECOMENDACOES PARA LICENCIAMENTO © eee ry ea oi ed ear 5 ; | os AREAS DE MANEJO DE RES{DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES{DUOS VOLUMOSOS DECORRENTES DA IMPLEMENTAGAO DA RESOLUGAO CONAMA 307/2002 Te Tiley Ministério do Governo GED das Cidades Meio Ambiente Federal RECOMENDAGOES PARA LICENCIAMENTO AREAS DE MANEJO DE RES/DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES[DUOS VOLUMOSOS DECORRENTES DA IMPLEMENTAGAO DA RESOLUGAO CONAMA 307/2002 SEMINARIO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL DTaP Coa VD a1 Ue eel A Le) FICHA TECNICA Pie Waa Ure Le Pos eben ee Ls Bol tao a Se DOLL Dre eu Let LU tery Peel DUM Nate asp oEre eet (er) PROGRAMA DE PROTECAO E MELHORIA DA QUALIDADE AMBIENTAL Pies ep ray 0) Boao eu PULA Dae aa eM Led kere Risener PROGRAMA DE MODERNIZACAO DO SETOR SANEAMENTO Paella ese PO ous ere ee UL ANA ELIZABETH MEDEIROS FERNANDES Doe iLL To) Tela COMI D YN ‘S{LVIA GONCALVES Pies ep ray 0) PE ected DCU eee taal Lay DRO aL OTe Broilo a UPD Ce) ro ® : Mal & Ministério Governo o Baty Cite t [Tc Federal RECOMEN DAGGES PARA LICENCIAMENTO AREAS DE MANEJO DE RES{DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES{DUOS VOLUMOSOS DECORRENTES DA IMPLEMENTACAO DA RESOLUGAO CONAMA 307/2002 Ce ear een eee cre eee eee mentos para o licenciamento de dreas de manejo e residuos de construgdo civil — dreas de transbordo e triagem, inclufdos os pontos de entrega de pequenos volumes, dreas de reciclagem e aterros — na forma de Resolucées, Instrucdes Normativas, Instruc6es Técnicas ou outros instrumentos. APRESENTAGAO A Secretaria de Qualidade Ambiental nos Assentamentos Humanos do Ministério do Meio Ambiente coordena, de for- ma articulada, dois importantes programas federais focados na melhoria da qualidade ambiental, no controle da poluicgao e no El aata lee tilancemi ome lear leer eRe lcs aren coe til Cane o Programa de Protecdo e Melhoria da Qualidade Ambiental, onde estd inserido o PROGESTAO — Projeto de Instrumentos de Leto Carte eR seer B NEO EE Bo ere Cu LeU OMe Rae Car Teme Tethers ORCE TM OE Om LTT eae REPU Oe roel Re eB aTee eC NEHER NTC oP Hitec Ne ep erences intareon eee evi heres eC (op Dlecta SOTO N Cee RM oO sem oma ROB st Tae} NE To TE Mila oran fe iar reer leet ana A ETer SEE E RR orice OR reno CER eee erty) antares taco destes programas e projetos, entre elas a promogio de se- mindrios técnicos para aprofundamento de temas caros a gesto dos resfduos sélidos urbanos. Nese Buse Rse era eR one tO Ao tee ni ag PPM ae CB Pete Re CB CoS OUR IC US CLC it LMC Calo Ree Cerca CRs POOR OR ar Tete Prone Kee ome p se mela eex Cems Reb eae) buscando promover a harmonizacao de procedimentos aplica- dos ao licenciamento ambiental. Resultado deste semindrio é o texto apresentado nesta publi- cagdo com as “Recomendagées para licenciamento — dreas de PEL TS CBs Meo yea CMei gM SCROLL sos decorrentes da implementacgao da Resolugio CONAMA 307/2002” voltadas a estes resfduos que tém impactado seria- mente a qualidade ambiental de nossas cidades. Com a aprovagao da Resolugéo CONAMA 307/2002 e de novas normas brasileiras o pafs est’ mudando o modo de li- dar com estes resfduos. Neste sentido, esperamos que do de- bate fomentado pelo Ministério do Meio Ambiente resultem Pee rete K Oe OP Nl saree CTR eRe) PIS Tee Titan eRe ee Me BEL Ce Ri Carese cas CEB One e de Resolucées, Instrug6es Normativas, InstrugGes Técnicas ou eB Coo me ae Ree eSB ale ome lee a) [lene OC E KO ca cane eOP OB CeCe ep ros NET nets tet) Cee M eee Tele Teme MLC Comet COB ECO S (ool ure recor ener Cee eee aloe Prevent Bs eed 13 1. CONSIDERAGGES GERAIS COS eS Gum emma Chey Meet ae COR coy coca seb tiscos ambientais. No entanto, muitas cidades brasileiras sofrem graves impactos ambientais provocados pela intensa deposicao Prete etRcea (EM eo trete RR eC OreOR eto) Wert tir de 2002 destaca-se, no Brasil, o inicio do estabelecimento COO ten Setar CES e ee ent ite CR Ebr entetetr Cd dreas para o manejo sustentivel desses residuos. Essas Areas fo- Pee renee ECE ee epcssentran tat eee ei ee: oer startet devem se preparar para o seu licenciamento e fiscalizagao esta- belecendo procedimentos claros para atendimento da demanda [ecccea epee} cca teliertar cues oct vem 15 2. PROCEDIMENTOS PROPOSTOS PARA LICENCIAMENTO Os procedimentos para licenciamento poderao ser menos complexos que os estabelecidos para outros res{duos urba- PCS silo EME Ur Wh aCer asta (e exe lon CoaP Me ETT CORD uutaE Le (ons a triagem. Os procedimentos poderao ser de 4mbito estadual ene Me Kisame Obi meke ris Cece koeaaey de convénio decorrente da Resolugao CONAMA 237. by APU UOC elt RES{DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES{DUOS VOLUMOSOS (ATTS) Bee pocetarle rire Ke ley reverb esses Ne opie ep ese (eee |e Piao Pyar ECB Lok RerH tO Mere TOM ne can MSH [alte 4 manifestacao do érgao responsdvel, quando localizados em Pie R See eure Oly ane Rayycelie Me Dafae Raw a eS er OEE OR om rTT Cele eee oRuco eam eareetr tance) Btn Kee Ruy eee Mice Neher Cod emule ttanenee nti PoLP MME Leo eon tee ees caw ee tan ep eater iar Prop etre Brees tle CREE Cees yee Oot lac end Si Trwenc tel Rep marleetteree lca te Rep ae eKe pinta ceed ele Bust are ON ee OM EX Color Oriole quell (ae as operacionais anunciadas na NBR 15112, entre outras as relacio- PETE TB rob DE MCL CMe rec Leo Came unten oe Cd Ces (Lae 17 2.2. LICENCIAMENTO DE ATERROS DE RES{DUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES{DUOS INERTES COP rae Ked es cunts Ree rane (kets Cb es Up a eR loc Pre lP Cel nase (le oC arene tee NCP ere om ietil RU ated ecreritertteP ily ar Cnr ier weet Bie Ele L ee Cy arte omer later uRexe Wert pula ee Dente cas yal OP OE Bester ee oe eenn Sacer lta tal especifica. Os procedimentos para licenciamento devem ser Presto ce ae eR yo OE Baap uel aeZIy para uso futuro quanto para aterros visando o uso futuro da 4rea Presi cape Cp Ud or bra giliacorue ute noerhey meted Caer eno Bee ee epee Keg et ate netted ic PHN Neti lep ulate Kelp Coen elurze (Ke Cate ecaepe te Cael feleroXe Feel ite teel spent Cote mer lec Eloi r ROsE tatu) CO eer raitereoielece tarry cote eRe see gece implantagio, projeto e operacao, enfatizando-se a necessidade de “Plano de Controle e Monitoramento”, “Plano de Inspecao e Etat: ae Den Rid Putra (LeU et a ecoartecokanl Bh lecuettor ike OP sek Ue P rete. cee 19 2.3. LICENCIAMENTO DE AREAS DE RECICLAGEM DE RES{DUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL CoCo yoann Cp caa ta eran em ces URI Ree eat ete OO GC GeO Rib iar ee Op ealer tiara) BrP oy tooR tle ese Receipts Coen Carleen yc oLeo (eleanor Corre aut e ete meee Lehd eel} Pees P CMB oar cca ta em yelear re lm cas Oy Pe Ore e Cm memes le eek airee an Rae belecidas no préprio empreendimento que, neste caso, de- verdo ser licenciadas em conjunto com a atividade principal. As dreas de reciclagem deverao atender a NBR 15114/2004 € Pr Meee aee pia Mate-re ate ete Belle CoMy ce lateked operacdo, ressaltando-se a importincia do “Plano de Inspe- CoOL I UE rele CoM Xe Codie 2 ETC (ol O) 173 (uC PI Pe a olen Ue od 10 ei alee) Sao apresentadas sugesties para solucao de casos especificos como: reciclagem de residuos classe B — madeira, implanta- ON Ero nan ke croc icmp lita Cemp laste Peete RT) (Rone cok araec lye letan Me cous ye OMe (o} para regularizacao de terreno, disposigao de res{duos prove- nientes de obras lineares e uso de res{duos triados ou recicla- dos em servicos de infra-estrutura em aterros sanitdrios. 23 3. PROCEDIMENTOS PROPOSTOS PARA FISCALIZAGAO Bree) ae eee Ble can Bete eB oe eee primento dos compromissos estabelecidos no projeto e no STEM A Cael ater CoRiCmarn elton (ose acs estabelecidos. Enfatiza-se a necessidade de verificacgao da presenca dos crrs (Controle de Transporte de Resfduos) OSB ue rae Prana tM Om cee Oe ennai rently beefalo ies em eta e Cane e Reet Becace- Whale | acon Bea eee Re Ee MOSS Cet R Cito tctaee eRe a Dee sceke Crea eee 24 3.1. AREAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM PARA RES{DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES{DUOS VOLUMOSOS So significativos os aspectos: controle qualitativo e quantita- PO Kia ees oped NC arensmetomran| caressed CTR; recep¢ao apenas de res{duos da construcio civil e resfdu- CR) tesserae reac eeepc Ce ea ose Corel eT ereneie MiB ces OU Reb es fa ep a eee ia aCe) Co CoDad DE TCoN eC Oreyetece) Ap Came siete leek Co as (La bY ME NLL aioe el ep Cao Lo Co} CIVIL E RES{DUOS INERTES Sao significativos os aspectos: somente devem ser recebi- dos no aterro os residuos da construcio civil e os residuos inertes; os resf{duos devem ser triados; somente podem ser Totes eep res Cent mem rane(Reiy ee re ees Cs CS loi o ieee iB cereale Mel rese(oee Cpa Oey deve ser feita de forma segregada, conforme os tipos gera- COS eBrerouetofon momento E Biel cle Comptes ite) oe rset Me ele eke Lop Teese R IH uses ty € outros registros; observacao do “Plano de Controle e Moni- toramento”, “Plano de Inspegao e Manutencao” e “Plano de 25 1c) cad IV Ett cate E Oe RB oro a re (RRR alesse tuto) PreK ROBIE O tot ER CC a ale Xela Batok xen Doe) 4. 5. DY Note) a er oko Im Sao significativos os aspectos: somente podem ser aceitos res{duos da construgio civil; os resfduos devem ser triados; devem ser reciclados apenas os res{duos classe A, incluso o solo; a drea deve ser dotada de sistemas de controle de vi- Peterman Cem earner Terie Cav (eoe afano moti oRe) oo tec Rita Oe ree OB cas Nuon w eee cane le“Clile) “Plano de Inspecao e Manutengio” e do “Plano de Operagao”. S{NTESE DAS NORMAS TECNICAS Ber recone ert erect Ose eb seer NBR 15113 € NBR 15114. GLOSSARIO BITE OPE crore OE EM ela TOM Cael (ore CeCe CETTE Ty DOSER e ets (alc oe 38 ANEXOS RECOMEN DAGGES PARA LICENCIAMENTO AREAS DE MANEJO DE RES{DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES{DUOS VOLUMOSOS DECORRENTES DA IMPLEMENTAGAO 2 DA RESOLUGAO CONAMA 307/2002 1 CONSIDERAGOES GERAIS Muitas cidades brasileiras, sobretudo aquelas que apresen- tam processos acelerados de urbanizacao, sofrem graves im- pactos ambientais provocados pela intensa deposi¢ao irregular de residuos da construcio civil. Essa grande massa de residuos, que no Brasil varia de 50 4 70% da massa de residuos sdélidos urbanos, sobrecarrega os servigos municipais de limpeza pu- blica e drena continuamente escassos recursos publicos, des- tinados a pagar a conta da coleta, transporte e disposigao de residuos depositados irregularmente em areas puiblicas, conta essa que, na realidade, é de responsabilidade dos geradores. A partir de 2002 destaca-se, no Brasil, 0 inicio do estabele- cimento de pol{ticas ptiblicas, normas, especificagdes técnicas e¢ instrumentos econémicos, voltados ao equacionamento dos problemas resultantes do manejo inadequado dos residuos. Este conjunto de politicas, normas e instrumentos econémicos coloca o pais em destaque entre os situados no Hemisfério Sul. E, por outro lado, torna possivel que os agentes envolvi- dos na cadeia dos residuos desenvolvam iniciativas no rumo da sustentabilidade dos processos de gest&o. Existe hoje um grande numero de construtoras que, capitaneadas por suas instituigGes setoriais em diversas unidades da Federacio, in- troduzem sistemas de gerenciamento em seus canteiros de obra, que demandam uma destina¢4o compromissada. Por «13> sua vez, esse processo induz empreendedores privados a inves- tirem na abertura de novos e rentaveis negdcios nas atividades de triagem, reciclagem e disposic¢ao correta. A Resolugao CONAMA 307 de 05/07/2002, complementada pela Resolugéo CONAMA 348 de 16/08/2004, estabelece dire- trizes, critérios e procedimentos para a gesto dos residuos da construg¢ao civil. De acordo com a mencionada resolugao os re- siduos da construcio civil nao poderao ser dispostos em aterros de residuos domiciliares, em areas de “bota fora”, em encostas, corpos d’dgua, lotes vagos e em dreas protegidas por Lei, deven- do ser destinados para areas de transbordo e triagem (incluidos os pontos de entrega de pequenos volumes), dreas de recicla- gem, ou aterros de residuos da construgao civil, que devem ob- ter licenciamento ambiental ou sua dispensa. Ruidos, materiais particulados e trafego s4o os principais impactos decorrentes do manejo de residuos da construgio civil. Os residuos da construcio civil brasileiros, per se, nao represen- tam grandes riscos ambientais em razdo de suas caracteristicas quimicas e minerais serem semelhantes aos agregados naturais e solos. Entretanto, podem apresentar outros tipos de residuos como dleos de maquinarios utilizados na construgao, pinturas e asbestos de telhas de cimento amianto. Nos Estados Unidos, por exemplo, a quantidade de residuos perigosos presentes na massa de residuos da construgao é de 0,4%, percentual que, na constru¢ao brasileira, pode ser menor ainda e facilmente equa- cionado nas operag6es de triagem. O gerenciamento de residuos em canteiros de obras e 0 compromisso dos geradores com a sua destina¢o em areas es- pecificas sao agGes que finalmente comegam a dar resultados «14> positivos. Na medida em que ha demanda para a implantagao de dreas cujo manejo foi normatizado apenas recentemente, os 6rgdos ambientais devem se preparar para o seu licencia- mento e fiscalizagdo estabelecendo procedimentos claros. Isso contribuird, de forma decisiva, para a implantagao de areas geridas de forma sustentdvel, eliminando o uso dos “bota-foras” — o nome sintetiza toda uma forma irresponsdvel de destinagao dos residuos. 2 PROCEDIMENTOS PROPOSTOS PARA LICENCIAMENTO Os procedimentos a serem estabelecidos para o licencia- mento de dreas de manejo de residuos da construcio civil, re- siduos inertes e res{duos volumosos podem ser muito mais simplificados do que os necessdrios a res{duos domiciliares, residuos dos servicos de satide e residuos de processos indus- triais, varios deles com caracteristicas putresciveis e perigosas. Os residuos da construcio, no geral, e desde que submeti- dos a triagem, tém alto teor de inerticidade e constituem basi- camente 0 mesmo material presente nas fundagGes dos edifi- cios de nossas cidades. Portanto, com a mesma simplicidade com que estas operagGes foram tratadas no preparo das Normas Técnicas Brasileiras, é pos- «15> sivel definir procedimentos eficazes e nao complexos para a legiti- macio das areas necessdrias a0 manejo correto destes residuos. Muitas das sugest6es aqui apresentadas sao decorrentes de discuss6es conjuntas entre consultores do Ministério das Cida- des e técnicos dos érgios ambientais do estado de Sao Paulo e das prefeituras da capital e de varios de seus municipios. 2.1. LICENCIAMENTO DE AREAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM (ATTS) PARA RES{/DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES/DUOS VOLUMOSOS. As dreas de transbordo e triagem — ATTs sao empreendi- mentos de porte restrito, destinados exclusivamente a triagem e transbordo de residuos da construcio civil e residuos volumo- sos, que nao necessitam de licenciamento ambiental ao nivel do estado, estando, porém, sujeitos 4 manifestagao dos érgaos am- bientais competentes, quando localizados em Area de Protecao aos Mananciais — APM, quando houver intervengao em Area de Preservacdo Permanente — APP ou supressao de vegetacao nativa. Esses empreendimentos deverao solicitar licengas de 4mbito municipal, podendo este procedimento prescindir de licencia- mento ambiental e consistir apenas na exigéncia de licenga sim- ples de funcionamento, como as fornecidas para outras ativida- des urbanas de baixo impacto. Empreendimentos para triagem e transbordo que operem conjuntamente com Areas de Reciclagem (NBR 15114/2004) e Aterros de Residuos da Construgio Civil e Residuos Inertes (NBR 15113/2004) deverao ter licenciamento ambiental, no 4mbito do licenciamento exigido para as duas atividades principais. «16 > Tanto no caso de licenciamento conjunto de ATTs com aterros ou areas de reciclagem, como no caso de licenciamen- to apenas no ambito municipal, a andlise de licenca de funcio- namento deverd considerar, entre outras, as condigGes opera- cionais relacionadas no “Plano de Controle de Recebimento de Residuos” (NBR 15112/2004). De forma ainda mais justificada que no caso das ATTs para grandes volumes, considera-se desnecessario o licenciamento ambiental de Pontos de Entrega para pequenos volumes, a se- rem implementados pelas administragdes municipais, como parte das diretrizes da Resolugdo CONAMA 307; considera-se estes equipamentos ptiblicos como expressao da acgao da admi- nistra¢do para a interrup¢ao da agressao ao meio ambiente e que, portanto, nao requerem licenciamento ambiental especifico. A andlise das licencas para quaisquer tipos de areas de transbordo e triagem de residuos da construgio civil e resi- duos volumosos deverd se dar a luz da NBR 15112/2004 e das condigGes nela estabelecidas para implantacao, projeto € operacao. 2.2. LICENCIAMENTO DE ATERROS DE RESIDUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RESIDUOS INERTES. Os aterros de residuos sdlidos da construgio civil e residuos inertes, destinados a disposic¢ao exclusiva de resfduos classe A triados, deverao submeter-se ao licenciamento ambiental, no Ambito dos orgios estaduais de meio ambiente ou de érgaos municipais, no caso de existéncia de convénios estado-muni- cipio, decorrentes da aplicagado da Resolugao CONAMA 237. “17> Aandlise quanto a localizacao, a instalagao e a operagao serd realizada ouvindo-se os érgaos estaduais responsaveis pela su- pervisdo de Areas de Prote¢do aos Mananciais — APM, Areas de Preservacéo Permanente — APP ou areas que acarretem remocao de vegetacao nativa. Os procedimentos para licenciamento ambiental devem ser Os mesmos tanto para aterros visando a reservacao quanto para aterros visando o uso futuro da drea, mas poderao ser diferencia- dos conforme o porte dos empreendimentos a licenciar: a) aterros cuja capacidade total nao exceda 100.000 m? e que recebam uma quantidade de residuos igual ou inferior a 150 m? por dia, poderao ser licenciados nas agencias regionais dos 6rgaos ambientais, quando existirem; b) aterros cuja capacidade total seja superior a 100.000 m? e que recebam uma quantidade de residuos superior a 150 m? por dia e inferior ou igual a 300 m? por dia, poderdo ser licencia- dos nas agencias regionais dos érgaos ambientais, ouvidos os 6rgaos centrais de licenciamento estadual; c) aterros cuja capacidade total seja superior a 100.000 m? e que recebam uma quantidade de residuos superior a 300 m?> por dia, deverao ser licenciados nos 6rgaos centrais de licen- ciamento estadual, mediante a apresentacao de Relatério Ambiental Preliminar — RAP (ou instrumento equivalente). Os aterros que simultaneamente ocupem drea igual ou inferior a 1.000 m?, volume total ou inferior a 1.000 m? e tenham como finalida- de imediata a regularizacao de terrenos para fins de edificagao deve- rao ficar dispensados de licenga ambiental, sujeitos porem a manifes- tacdo dos érgaos estaduais responsdveis pela supervisao de Areas de «18> Protecdo aos Mananciais — APM, Areas de Preservagado Permanente — APP ou reas que acarretem remocio de vegetagio nativa, e sujei- tos as licengas para movimentagio de solo, de cunho municipal. Deverao ser objeto de analise dos érgios centrais de licen- ciamento estadual os aterros cuja localizacgao se enquadre em uma ou mais situag6es relacionadas a seguir: a) Unidades de Conservagao definidas pela Lei Federal 9.985/2000, Capitulo III e as dreas limitrofes 4s mesmas; b) Areas e monumentos tombados pelo CONDEPHAAT (ou Orgao equivalente); c) Areas com cobertura vegetal primdria ou secundaria em es- tdgio médio ou avancado de regeneracao. A andlise das licengas para aterros de res{duos sélidos da construcio civil e residuos inertes deverd se dar 4 luz da NBR 15113/2004 e das condigGes nela estabelecidas para implanta- ¢4o, projeto e operacao, com énfase na necessidade de “Plano de Controle e Monitoramento”, “Plano de Inspecgado e Manu- tencdo” e “Plano de Manutengiio da Area de Reservagio ou de Encerramento do Aterro e Uso Futuro da Area”. 2.3. LICENCIAMENTO DE AREAS DE RECICLAGEM DE RES{DUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL Os empreendimentos destinados 4 reciclagem de residuos da construgao triados deverao submeter-se ao licenciamento ambiental no ambito dos érgaos estaduais de meio ambiente ou de 6rgaos municipais, no caso de existéncia de convénios estado- municipio, decorrentes da aplicagao da Resolugéo CONAMA 237. «19> Os procedimentos poderao ser similares aos estabelecidos para outras atividades de cunho industrial. As areas de reciclagem processarao res{duos classe A ja triados na fonte geradora, em ATTs fornecedoras ou em areas de triagem estabelecidas no proprio empreendimento que, neste caso, deveraio ser licenciadas em conjunto com a area de reciclagem. Empreendimentos para reciclagem que operem conjunta- mente com aterros de residuos da construgio civil deverao ter procedimento de licenciamento similar ao exigido para os ater- ros, em fungio de seu porte. A andlise das licengas para dreas de reciclagem deverd se dar a luz da NBR 15114/2004 e das condigGes nela estabelecidas para implantac&o, projeto e operacao, ressaltando-se a importancia do “Plano de Inspecao e Manutengao” e do “Plano de Operacao”. 2.4. PROCEDIMENTOS PARA CASOS ESPECIFICOS Aevolucio das iniciativas e a necessidade de construir solugdes para situag6es reais, possibilitam procedimentos especificos: A) RECICLAGEM DE RES{DUOS CLASSE B — MADEIRA O licenciamento da atividade de reciclagem de madeira oriunda dos residuos da construcao ou de residuos volumosos quando de pequena monta e inseridas em uma ATT (sugere-se 0 limite de até 100 m3 diarios) poderd ser feito em conjunto com 0 licenciamento da area de transbordo e triagem, enquanto “even- tual transforma¢4o” como prevista na NBR 15112/2004 (item 3.3). O licenciamento dessa atividade quando em maior porte « 20 > ou quando prevista em dreas de reciclagem ou aterros, poderd seguir os mesmos procedimentos definidos para o licencia- mento dessas areas, consideradas atividades principais. B) IMPLANTAGAO DE ATERROS EM CAVAS EXAURIDAS DE MINERAGAO O licenciamento de aterros de residuos de construgao civil e residuos inertes a serem implantados em cavas exauridas de mineracao deverd estar vinculado a apresentacao de um PRAD — Plano de Recuperacao de Area Degradada ou da adequacao do Rca/PCA — Relatério de Controle Ambiental e Plano de Controle Ambiental ou documento equivalente. C) MOVIMENTAGAO DE SOLO EM OBRAS DE TERRAPLANAGEM Os aterros provenientes da movimentacio interna de solo em obras de terraplanagem dentro de um mesmo terreno ou empreendimento deverao ficar dispensados de licenga am- biental, sujeitos porém a manifestacgao dos érgaos estaduais responsdveis quando houver intervencdo em Areas de Prote- cdo aos Mananciais — APM, Areas de Preservacdo Permanente — APP ou dreas que acarretem remocao de vegetacao nativa. D) RECEPCAO DE SOLO PARA REGULARIZAGAO DE TERRENO A recepcao de solo com a finalidade de regularizacao de terreno para a imediata ocupaco por edificacao ou outro uso urbano, prevista no 4mbito do projeto aprovado dessa ocupa- cdo, deverd ficar dispensada de licenga ambiental, sujeita po- «21> rém 4 manifestagao dos érgios estaduais responsdaveis quan- do houver intervencao em Areas de Prote¢ao aos Mananciais — APM, Areas de Preservacdo Permanente — APP ou areas que acarretem remocao de vegetacao nativa. E) DISPOSIGAO DE RES{DUOS PROVENIENTES DE OBRAS LINEARES A disposicao de residuos (incluso rochas, solos e vegetagdo removidos) provenientes de obras lineares como rodovias, fer- rovias, gasodutos ¢ outras, deverd passar por licenciamento am- biental, o qual constard do licenciamento ambiental do préprio empreendimento, quando exigivel. F) USO DE RES{[DUOS TRIADOS OU RECICLADOS EM SERVICOS DE INFRA-ESTRUTURA EM ATERROS SANITARIOS A Resolugéo CONAMA 307 proibiu a disposic¢ao de residuos da construcio civil em aterros sanitdrios. Definiu, no entanto, 0 agregado reciclado como o residuo beneficiado (triado ou reci- clado) com caracteristicas técnicas para aplicagado em obras de aterros sanitdrios entre outras. Esta disposigao permite afirmar como correta e reproduti- vel a pratica de diversos municipios da utilizagao dos residuos classe A, triados ou reciclados em servicos diversos nos aterros, tais como o preparo de vias internas, preparo da cobertura de células, preparo de drenos e outras aplicagGes. «22> 3 PROCEDIMENTOS PROPOSTOS PARA A FISCALIZACAO Competindo a fiscalizacgdo ao érgdo responsavel pelo licenciamento e aos 6rgaos a ele interligados, considera- se importante a verificagdo do cumprimento dos compro- missos estabelecidos no projeto do empreendimento e no processo de licenciamento e a verificagdo das condigées operacionais da drea. Entre as condigGes operacionais torna-se importante a ve- rificagao da presenga dos crRs (Controle de Transporte de Residuos) tanto dos materiais recebidos, como dos produ- tos dos processos e dos rejeitos expurgados. Em nenhuma das trés atividades a serem licenciadas hd a possibilidade de inexisténcia de expurgo de materiais. Todas as classes de re- siduos da construg4o poderao ser recebidas, porém, apds a triagem, poderdo ser aceitas e introduzidas na drea de opera- ¢4o apenas as classes de residuos previstas nas Normas Bra- sileiras. Os rejeitos a serem expurgados estardo constituidos principalmente de residuos domiciliares, contaminantes do RCD, que deverdo ser dispostos em aterros sanitdrios. Podendo as dreas de manejo de residuos da construgao ser licenciadas por instancias de governo diversas, considera-se importante que, na ocorréncia de dentincia de incomodidade, o 6rgao fiscalizador acionado, mesmo nao sendo da mesma «23> esfera de governo responsdvel pelo licenciamento, atenda a de- manda e, até mesmo para evitar-se conotacao de prevaricacao, oficie 4 instancia de governo responsavel, com a solicitagdo de providéncias. Sao os seguintes os aspectos operacionais mais significati- vos a fiscalizagao: 3.1. AREAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM PARA RES{DUOS DA. CONSTRUGAO CIVIL E RES/DUOS VOLUMOSOS a) controle qualitativo e quantitativo de residuos recebidos e transferidos por meio de crR; b) recepgao apenas de residuos da construgio civil e residuos volumosos; c) triagem integral dos residuos aceitos; d) evitar o acimulo de material nao triado; e) destinagdo adequada dos residuos e rejeitos resultantes da triagem; f) sistema de controle de poeiras e ruidos. 3.2. AREAS DE RECICLAGEM DE RES/DUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL a) somente podem ser aceitos na drea de reciclagem os residu- os da construcio civil classe A; b) os res{duos recebidos devem ser previamente triados, na fon- te geradora, em dreas de transbordo e triagem ou na propria area de reciclagem, de modo que nele sejam reciclados ape- nas os residuos de construgao civil classe A, incluso o solo; «24> °) d) ©) 3.3. a) b) °) a area de triagem, se estabelecida na propria instalacao, deve estar em conformidade com a NBR 15112/2004; os equipamentos € a instalacao devem ser dotados de sistemas de controle de vibragGes, ruidos e poluentes atmosféricos; deve ser exigido o controle de entrada dos residuos recebi- dos; a descrigao dos residuos rejeitados e sua destinagao; a descri¢do e destinagao dos residuos reutilizados; a des- crigao e destinagao dos residuos reciclados e 0 controle da qualidade dos produtos gerados; os operadores devem manter os CTR recebidos e emitidos para eventual apresentago de relatdrio. ATERROS DE RES/DUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES{DUOS INERTES somente devem ser recebidos no aterro os residuos da construcao civil e os residuos inertes; os residuos aceitos devem ser previamente triados, na fon- te geradora, em dreas de transbordo e triagem ou em area de triagem estabelecida no proprio aterro, de modo que nele sejam dispostos apenas os residuos de construgio ci- vil classe A ou residuos inertes; os resfduos devem ser dispostos em camadas sobrepos- tas e nado serd permitido o despejo pela linha de topo. Em areas de reservacao a disposicao de residuos deve ser feita de forma segregada, de modo a viabilizar a reutilizagdo ou reciclagem futura; devem ser segregados os solos, os resi- duos de concreto e alvenaria, os residuos de pavimentos vidrios asfalticos e os residuos inertes; «25> d) deve ser mantido na instalagao, até o fim da vida Util e no peri- odo de pds-fechamento, um registro da descrig&o e quantidade de cada residuo recebido e a data de disposicao, incluidos os CTR; no caso de reservacao de residuos, indicacao do setor onde 0 residuo foi disposto; descricgdo, quantidade e destinagao dos residuos rejeitados; descrig4o, quantidade e destinagao dos resi- duos reaproveitados; registro das andlises efetuadas nos residu- os; registro das inspe¢6es realizadas e dos incidentes ocorridos e respectivas datas; dados referentes ao monitoramento das 4guas superficiais e subterraneas. O registro deve ser mantido em caso de alteraco da titularidade da area ou empreendimento e para eventual apresentacao de relatérios. 4 S{NTESE DAS NORMAS TECNICAS 4.1. NBR 15112/2004 — RES{DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES/DUOS VOLUMOSOS — AREAS DE TRANSBORDO E TRIAGEM — DIRETRIZES PARA PROJETO, IMPLANTAGAO E OPERACGAO. Sao as seguintes as determinag6es da NBR 15112 para as condigées de implantagao, de projeto e de operagao, com én- fase na necessidade de um “Plano de Controle de Recebimen- to de Residuos”. « 26> A) CONDIGOES DE IMPLANTAGAO: Sao importantes os aspectos referentes ao isolamento (port6es, cercamento, anteparo para prote¢ao da vizinhanga), a identificagao, aos equipamentos de seguranga € aos sistemas de protegao ambiental (controles de poeira, ruido, drenagem e revestimento primdario da area). B) CONDIGGES PARA PROJETO: S40 importantes os aspectos relativos as informag6es cadas- trais, memorial descritivo, croqui do empreendimento e relatorio fotogrdfico da drea, responsabilidade pelo projeto e, especialmente, 0s relativos ao “Plano de Controle de Recebimento de Residuos”. C) CONDIGOES DE OPERAGAO: Importam as questées relativas ao controle do recebimen- to e expedicao de residuos e as diretrizes estabelecidas para a operacao, principalmente em relagao a: + disponibilizacao de relatérios mensais com controle quali- tativo e quantitativo dos residuos recebidos e transferidos; + presenga dos crR de todas as cargas recebidas e expurgadas; + recepgao apenas de residuos da construgio civil e residuos volumosos; + triagem integral dos residuos aceitos; + evitar o actimulo de material nao triado; + destinag&o adequada dos residuos e rejeitos resultantes da triagem; «27> + existéncia de drea de espera especifica para os residuos de classificagao questionada. 4.2. NBR 15113/2004 — RES{DUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL E RES/DUOS INERTES — ATERROS — DIRETRIZES PARA PROJETO, IMPLANTAGAO E OPERAGAO. Sao as seguintes as determinag6es da NBR 15113 para as con- digGes de implantacao, de projeto e de operagao, tanto para a reser- vacao de materiais de forma segregada como para a sua disposi¢ao com vistas a futura utilizacao da drea resultante, com énfase na necessidade de “Plano de Controle e Monitoramento”, “Plano de Inspegao e Manutengao” e “Plano de Manutengao da Area de Reser- vagao ou de Encerramento do Aterro e Uso Futuro da Area”. A) CONDIGOES DE IMPLANTAGAO: Sao importantes os aspectos referentes 4 minimizacao de im- pactos ambientais e a aceitagao da instalacao pela populagao, a adequacio a legislacdo de uso do solo e ainda a geologia e tipos de solos existentes, hidrologia, passivo ambiental, vegetac4o, vias de acesso, drea e volume disponiveis e distancia de ntcleos populacionais. Importam também os aspectos referentes a: + acessos, isolamento e sinalizagdo — acessos internos e exter- nos, fechamento de todo o perimetro, port6es com controle, anteparo para protecao da vizinhanga e faixa de prote¢ao in- terna ao perimetro; + condig6es de iluminagao, fornecimento de energia e comu- nicagao; «28> + protecao das aguas subterraneas — previsdo de sistema de monitoramento do aqiiffero mais proximo a superficie, que poderd ser dispensado a critério do érgio ambiental em fungao da condic&o hidrogeoldgica local e para aterros de pequeno porte, com drea inferior 4 10.000 m? e volume de disposicao inferior 4 10.000m?; + protegao das aguas superficiais — previsio de medidas para protecao das dguas superficiais e de sistemas de dre- nagem que impecam 0 acesso de dguas precipitadas no entorno e o carreamento de material sdlido para fora da area do aterro. B) CONDIGGES PARA PROJETO: Sao importantes as informagGes a serem prestadas no me- morial descritivo, memorial técnico, cronogramas e desenhos do empreendimento, principalmente em relagao a: + memorial descritivo — aspectos como caracterizagao topo- grdfica, geoldgica e geotécnica, e da circunvizinhanga (uso do solo, uso das coleg6es hidricas e presenga de vegetacao), concepgio do projeto (antincio da alternativa de reservagao de materiais segregados para uso futuro ou uso futuro da area resultante), preparo do local de disposigdo (com re- mogio total da cobertura vegetal e simples regularizacao do terreno), localizagdo do sistema de drenagem e dos po- cos de monitoramento (no minimo um a montante e trés a jusante), descrevendo-se ainda: “Plano de Controle e Monitoramento” — controles de origem e quantidade dos residuos recebidos e monitora- «29> mento da qualidade dos residuos dispostos, que permitam a reconstituicao da cadeia de responsabilidades; controles da qualidade das aguas subterraneas e superficiais; “Plano de Inspegao e Manutencao” - controles do siste- ma de drenagem, da estabilidade do aterro, da dispersao de material particulado, da emissao de ruidos e da seguranga ocupacional; “Plano de Manutencao da Area de Reservacao” — des- crigéo dos procedimentos a serem mantidos para garan- tia das condigdes de drenagem, isolamento e estabilidade geotécnica; “Plano de Encerramento do Aterro e Uso Futuro da Area” —descric&o do uso futuro da drea, dos procedimentos para manu- tencao da estabilidade e procedimentos para monitoramento das aguas subterraneas e superficiais apds o término da operacao; memorial técnico — com calculo dos elementos adotados no projeto e calculo da capacidade de reservacao ou da vida Util do aterro; desenhos e plantas — com configuracio original e final da area, seqiiéncia construtiva, sistemas de protecdo ambiental e definicao da area de triagem estabelecida no proprio aterro, em conformidade com a NBR 15112. C) CONDIGOES DE OPERAGAO: Importam as quest6es relativas ao recebimento de resi- duos no aterro, sua triagem e disposic¢ao e os procedimentos estabelecidos para registro da operacao, principalmente em relagdo a: « 30> + recebimento de residuos — somente podem ser recebidos os residuos da construgao civil e residuos inertes, acompa- nhados sempre dos CTR; + triagem dos residuos — todos os residuos recebidos devem ser triados na fonte, em ATTs, ou em dreas de triagem es- tabelecidas no aterro; os residuos de classe B, C e D e os considerados rejeitos devem ser expurgados do aterro; + disposic&o segregada de residuos — em aterros de reserva- ¢4o devem ser segregados os solos, concreto e alvenaria, pavimentos asfalticos e res{duos inertes; + procedimentos para registro da operacdo — descrigao e quantidade de cada residuo, data e local de disposiga0 no aterro, destinagao dos residuos rejeitados, destinagdo dos residuos reaproveitados, andlise realizada nos residuos, dados das inspegGes e monitoramentos; Os registros realizados devem ser mantidos em caso de alteracgdo da titularidade do empreendimento ou da posse da area. 4.3. NBR 15114/2004 — RES{DUOS SOLIDOS DA CONSTRUGAO CIVIL- AREAS DE RECICLAGEM — DIRETRIZES PARA PROJETO, IMPLANTAGAO E OPERAGAO. Sao as seguintes as determinagGes da NBR 15114 para as condig6es de implantagao, de projeto e de operagao das areas de reciclagem, ressaltando-se a importancia do “Plano de Ins- pecao e Manutengio” e do “Plano de Operacao”. «31> A) CONDIGOES DE IMPLANTAGAO: Sao importantes os aspectos referentes 4 minimizacao de impactos ambientais e a aceitacdo da instalacao pela populacao, a adequacio a legislacao de uso do solo e ainda a hidrologia, ve- getac4o existente e vias de acesso disponiveis. Importam tam- bém os aspectos referentes a: isolamento, sinalizacgao e acessos — fechamento de todo 0 perimetro, portées com controle, preparo de acessos, si- nalizag4o para identificaga&o e anteparo para protegao da vizinhanga; condigées de iluminagao e fornecimento de energia; protecdo das Aguas superficiais — previsdo de medidas para protecao das aguas superficiais e de sistemas de drenagem que impegam o acesso de d4guas precipitadas no entorno e 0 carreamento de material sdlido para fora da area de operacao. B) CONDIGGES PARA PROJETO: Sao importantes as informagGes a serem prestadas no me- morial descritivo e no projeto basico: memorial descritivo — aspectos como caracteriza¢ao do local de implantacao, descrigao das operag6es, dos equipamen- tos a serem utilizados e suas capacidades, equipamentos de seguran¢a, detalhes do “Plano de Operacao” e do “Plano de Inspecao e Manutencio”; projeto basico — indicagao de confrontantes, dispositivos de acesso e drenagem, edificagées a construir, do local de recebimento e triagem em conformidade com a NBR « 32> 15112, local de armazenamento tempordrio de resfduos nao reciclaveis, local de processamento e de armazena- mento dos produtos. C) CONDIGOES DE OPERAGAO: Importam as questées relativas ao recebimento, triagem e pro- cessamento de residuos, controles da polui¢ao ambiental, o trei- namento de funciondrios e os equipamentos de seguranga previs- tos e os procedimentos estabelecidos para inspe¢do e manuten¢ao e para registro da operacao, principalmente em relagao + recebimento de res{duos — somente podem ser aceitos na area de reciclagem os residuos da construgao civil classe A, incluso o solo; + triagem dos residuos — todos os residuos recebidos (acom- panhados sempre dos crR) devem ser triados na fonte, em ATTs, ou em 4rea de triagem estabelecida no empreendi- mento; os residuos de classe B, C e D e€ os considerados rejeitos devem ser expurgados da drea de reciclagem; + controles da poluigéo ambiental — equipamentos e insta- lagGes deverao ser dotados de dispositivos de controle de vibragGes, ruidos e emiss4o de poluentes atmosféricos; + treinamento e equipamentos de seguran¢a — orientag4o para as atividades especificas e procedimentos de seguranga, pre- senga de equipamentos de seguranga individual, de protegao contra descargas atmosféricas e de combate a incéndio; + “Plano de Inspegao e Manutencao” — controles do siste- ma de drenagem, da dispers4o de material particulado, da emissdo de ruidos e vibrag6es; « 33> + “Plano de Operacgao” — controles de origem e quantidade dos residuos recebidos, discriminaga4o dos procedimentos de triagem, reciclagem e armazenamento, destinacio dos resi- duos a serem rejeitados, reutilizados, reciclados, controle da qualidade dos produtos gerados. Os registros realizados e os crR recebidos devem ser manti- dos para a ocasiao da fiscalizagao. 5 GLOSSARIO Sao definidos pela Resolugéo CONAMA 307 e pelas Normas Brasileiras: + AREA DE RECICLAGEM DE RES/DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL como area destinada ao recebimento e transformagao de residuos da construgio civil classe A, ja triados, para produgdo de agregados reciclados; + AREA DE TRANSBORDO E TRIAGEM DE RES{DUOS DA CONSTRU- GAO CIVIL E RES{/DUOS VOLUMOSOs (ATT) como drea destinada ao recebimento de residuos da construgio civil e residuos volumosos, para triagem, armazenamento temporario dos materiais segregados, eventual transformacio e posterior re- mogio para destinago adequada, sem causar danos a satide publica e ao meio ambiente; + ATERRO DE RES/DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL como drea onde « 34> sdo empregadas técnicas de disposic¢do de residuos da construgao civil classe A e residuos inertes no solo, visan- do a reservacdo de materiais segregados, de forma a pos- sibilitar 0 uso futuro de materiais e/ou futura utilizagao da area conforme princfpios de engenharia para confind-los ao menor volume possivel, sem causar danos a satide pti- blica e ao meio ambiente; CONTROLE DE TRANSPORTE DE RES{DUOS (CTR) como docu- mento emitido pelo transportador de residuos que fornece informagGes sobre gerador, origem, quantidade e descri- ¢4o dos residuos e seu destino. GERADORES como pessoas fisicas ou juridicas, responsdveis por atividades ou empreendimentos que geram residuos da construcao civil, volumosos ou inertes; PONTO DE ENTREGA DE PEQUENOS VOLUMES como drea de transbordo e triagem de pequeno porte, destinada a en- trega voluntdria de pequenas quantidades de res{duos da construgao civil e residuos volumosos, integrante do siste- ma publico de limpeza urbana; RESERVAGAO DE RES/DUOs como processo de disposigao segregada de residuos triados para reutilizagao ou reci- clagem futura; RES{DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL como os provenien- tes de construg6es, reformas, reparos e demolig6es de obras de construgao civil, e os resultantes da preparagao e escavacao de terrenos tais como tijolos, blocos cera- micos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forro, argamas- sa, gesso, telhas, pavimento asfaltico, vidros, pldsticos, «35> tubulacdo, fiacao elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliga ou metralha; RES/DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL CLASSE A (em conformidade com a Resolugéo CONAMA 307) como residuos reutilizaveis ou reciclaveis como agregados, tais como: + de construgao, demoligao, reformas e reparos de pavi- mentagao e de outras obras de infra-estrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; + de construgdo, demoli¢do, reformas e reparos de edifi- cios: componentes ceramicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; + de processo de fabricagao e/ou demolicgao de pegas pré- moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; RES{DUOS DE CONSTRUGAO CIVIL CLASSE 8 (em conformidade com a Resolugao CONAMA 307) como residuos reciclaveis para outras destinagGes, tais como plasticos, papel, papelao, metais, vidros, madeiras € outros; RES{DUOS DE CONSTRUGAO CIVIL CLASSE C (em conformida- de com a Resolug’o CONAMA 307) como residuos para os quais nao foram desenvolvidas tecnologias ou aplicagdes economicamente vidveis que permitam a sua reciclagem e recuperacao tais como os produtos oriundos do gesso; RES/DUOS DA CONSTRUGAO CIVIL CLASSE D (em conformidade com as ResolugGes CONAMA 307 € 348) como residuos peri- gosos oriundos do processo de construgio tais como tintas, solventes, dleos, amianto e outros, ou aqueles contamina- dos oriundos de demoligGes, reformas e reparos de clinicas radioldgicas, instalag6es industriais e outros; «36> RES{DUOS VOLUMOSOs como residuos constituidos basica- mente por material volumoso nao removido pela coleta pu- blica municipal como méveis e equipamentos domésticos inutilizados, grandes embalagens e pecas de madeira, po- das e outros assemelhados, nao provenientes de processos industriais; RES{DUOS CLASSE II 8 — INERTES (NBR 10004) como residu- os que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinamico e estatico com agua destilada ou desionizada, a temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, nao tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a con- centrag6es superiores aos padrées de potabilidade de dgua, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor; TRANSPORTADORES como pessoas fisicas ou juridicas, res- ponsdaveis pela coleta e pelo transporte dos residuos da construcao civil e volumosos entre as fontes geradoras e as areas de destinacao. «37> rT >

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