Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
REPORTAGEM
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 1/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
Bruno Fonseca/Agência Pública
3 de fevereiro de 2020 Texto: Aldem Bourscheit | Infográficos: Juliana Mori, Bruno Fonseca
16:13
O montante representa 1,5% dos R$ 39,5 bilhões em ilícitos anotados pelo Ibama
na região durante o período analisado. Consórcio Santo Antônio Energia – com
presença da Odebrecht –, Eletrobrás, JBS, Vale e banco Santander e consórcio
Norte Energia respondem por cerca de 90% dos valores das multas listadas pela
reportagem. A grande maioria das infrações ocorreu nos estados do Pará,
Maranhão, Mato Grosso e Rondônia.
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 2/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 3/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
autorização,
além de compra de gado e de grãos de áreas embargadas por delitos
contra a natureza.
Do Brasil ao exterior
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 4/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
licenciamentos.
Os fatos ocorreram no Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins.
Desde quando a Lava Jato iniciou suas investigações, o grupo acumula R$ 42
milhões em multas (79%).
apoie agora!
Segundo a Lava Jato, o Santander é um dos cinco maiores bancos do país que
teriam sido usados para lavagem de dinheiro desviado da Petrobras. O esquema
funcionaria com contas abertas em nome de empresas de fachada e comandadas
por doleiros envolvidos na operação. Investigações apuram qual foi o envolvimento
dos bancos nesses casos.
Descaminhos energéticos
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 5/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
O
grupo Eletrobrás domina o setor energético nacional desde a década de 1960 e
está ligado à construção de hidrelétricas de todos os tamanhos na Amazônia. Na
região, existem 221 usinas operando e outras 35 estão em construção ou com obras
prestes a iniciar.
A estatal é citada na Lava Jato desde 2015 e é a maior acionista da Norte Energia,
consórcio responsável pela usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA). Quando a
hidrelétrica foi inaugurada, um ano depois, sob pesados protestos indígenas, o ex-
senador Delcídio Amaral, ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado, delatou à
Lava Jato irregularidades no leilão público de Belo Monte e manobras políticas
para beneficiar empresas nacionais no fornecimento de equipamentos. Daí teriam
vindo propinas para políticos e campanhas do PT e do PMDB, afirmou o político.
LEIA
TAMBÉM
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 6/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
outros
réus participaram dos esquemas ligados a pagamento de propinas, lavagem
de dinheiro e formação de cartel durante a construção da usina. A apuração da
Polícia Federal (PF) corre em sigilo. A Pública entrou em contato com a defesa do
ex-presidente Lula, mas não obteve retorno até o fechamento da reportagem.
Outros inquéritos apuram se a Norte Energia foi favorecida por então membros do
governo federal para vencer o leilão que levou à construção da hidrelétrica, em
2010. As investigações da Lava Jato foram disparadas a partir de acordos de
leniência entre o MPF e executivos da Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa –
empresas participantes do consórcio construtor de Belo Monte.
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 7/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
Infraestrutura.
O grupo reúne três dezenas de entidades sociais, ambientalistas e
indígenas que analisam e propõem alternativas ao modelo de implantação de
infraestrutura nos países amazônicos.
Apenas 3% das multas federais aplicadas desde 1980 foram realmente pagas por
infratores ambientais, mostram dados públicos do Ibama. A taxa é metade da
média de arrecadação com infrações de 14 órgãos federais, de 6%, revela um
balanço do Tribunal de Contas da União publicado em 2017.
A mais multada
MAIS
LIDAS
Em relação às multas, a Vale foi a mais penalizada pelo Ibama na última década na
Amazônia. São R$ 213,5 milhões em infrações por desmatamento ilegal em
Unidades de Conservação e Terras Indígenas, derrubada de castanheiras – árvore
ameaçada de extinção –, poluição de águas e terras, além do não cumprimento de
licenças ambientais. Desse total, quase R$ 146,5 milhões (68%) em multas foram
aplicadas a partir de março de 2014.
História repetida
Dados públicos mostram também que o Ibama concedeu 687 licenças entre 2008 a
setembro de 2019 às empresas citadas pela Lava Jato, especialmente para obras do
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desde o início da operação, as
companhias receberam 346 licenças – 171 (quase 50%) para negócios da Vale. O
PAC é uma marca dos governos federais petistas para impulsionar obras de
infraestrutura no país.
“A maneira de tomar decisões não mudou desde a ditadura militar. O modelo atual
carimba obras como viáveis e de interesse público não importando quantos
impactos socioambientais provoquem. É preciso liderança governamental para que
critérios socioambientais sejam cumpridos, porque empresas não farão por
vontade própria e o mercado brasileiro aceita esse comportamento”, diz Philip
Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e doutor em
Bruno
biologia pela Universidade de Michigan
Fonseca(Estados
e Unidos).
Juliana
Mori/Agência
Pública
“Quase não há conexão [dos projetos] com as populações, meio ambiente e outras
questões locais e regionais. Precisamos de instituições, mecanismos e debates
políticos que olhem de forma mais ampla para os empreendimentos e territórios
onde serão implantados. Hoje, quando chega uma grande obra na Amazônia, é
uma catástrofe. Historicamente essas obras não levaram o prometido
desenvolvimento à região”, ressalta.
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 10/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
Outro lado
Bruno
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 11/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
Bruno
Essa reportagem é resultado das Microbolsas Lava Jato, realizada pela Agência
Pública. Em sua 10ª edição, o projeto investigou a Operação Lava Jato.
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 12/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
TAGS
ASSINE A NEWSLETTER
Coronavírus
ASSINE
MAIS RECENTES
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 13/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
REPORTAGEM REPORTAGEM
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 14/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
ENGLISH TRANSNACIONAIS DA FÉ
ALIADOS DA PÚBLICA
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 15/16
5/26/2020 Infrações ambientais de empresas investigadas pela Lava Jato passam de R$ 600 milhões
https://apublica.org/2020/02/os-rastros-da-lava-jato-na-amazonia/ 16/16