Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. "Assim é necessário a um príncipe, para se manter, que aprenda a poder ser mau e que se
valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade" [...] "E ainda que não se importe em
incorrer na fama de ter certos defeitos, defeitos estes sem os quais dificilmente poderia salvar o
governo, pois que, se se considerar bem tudo, encontrar-se-ão coisas que parecem virtudes e
que, se forem praticadas, lhe acarretariam a ruína, e outras que poderão parecer vícios e que,
sendo seguidas, trazem a segurança e o bem-estar do governante"
(MAQUIAVEL. O Príncipe. In: Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 64).
Assinale a alternativa incorreta:
a) Um príncipe deve aprender a ser cruel se necessário e, mesmo, aceitar a ser visto assim por
seus súditos. Uma crueldade que deve ser calculada e nunca ditada pelo medo ou pela
barbárie, nem ultrapassando a estrita necessidade.
b) Um governante não deve, segundo Maquiavel, preocupar-se em cultivar as ditas virtudes
morais, uma vez que o controle das paixões representa um freio para o exercício efetivo do
poder, devendo por isso, deixar-se levar pelo impetus.
c) Maquiavel recusa a prioridade da ética sobre a política que havia caracterizado o
pensamento clássico.
d) À semelhança dos renascentistas preocupados em fundar uma nova ciência física, o
pensador florentino rompe com o pensamento escolástico anterior, através da defesa de um
método de investigação empírica, propondo estudar a sociedade pela análise efetiva dos fatos
humanos, sem perder-se em vãs especulações.
4. Considere o seguinte raciocínio proposto por Hume: "toda ideia real se baseia em uma
impressão determinada. Se alguma impressão dá origem à ideia do eu, essa impressão deve
manter-se invariavelmente a mesma, durante todo o curso de nossas vidas. Mas não há
nenhuma impressão constante e invariável"
(Tratado Sobre a Natureza Humana, I, seção vi).
Assinale a alternativa que contém a conclusão encaminhada por Hume através desse
raciocínio.
a) A consciência de si é algo claro e distinto.
b) A ideia de eu simplesmente não existe.
c) A ideia de eu é inata.
d) É impossível saber quem realmente somos.
6. Em Defesa de Sócrates, Platão registra que o motivo da acusação foi o fato de Sócrates ter
corrompido a mocidade e não crer nos mesmos deuses que o povo, e sim em outras
divindades. Com base nessa afirmação e na doutrina socrática, marque a alternativa incorreta.
a) O método socrático de pesquisa filosófica fundamenta-se no diálogo, cujo objetivo é a busca
da verdade.
b) Para Sócrates, a filosofia consiste, entre outras possíveis concepções, em um método de
reflexão que conduz o indivíduo a uma compreensão de si mesmo, da sua experiência e da
realidade que o cerca.
c) Sócrates criou a teoria da união indissolúvel da matéria com a forma.
d) A maior preocupação de Sócrates é estabelecer o primado da razão.
10. Para Descartes, mente e corpo possuem, respectivamente, duas essências distintas, a
saber:
a) matéria e memória.
b) ato e potência.
c) pensamento e extensão.
d) pensamento e memória.
Gabarito
1. b. Maquiavel não recusa as virtudes, mas afirma que o Príncipe deve se guiar pelos critérios
da conveniência e necessidade.
2. c. Somente essa alternativa se refere a descrição de uma das provas da existência de Deus
defendidas por Aquino. No caso a 3ª prova: Deus como ente necessário.
3. b. A lei é a do imperativo categórico da razão, algo que o indivíduo reconhece por si mesmo
como um dever, válido universalmente.
4. b. Na medida que as ideias são derivadas das impressões e estas são variáveis e
inconstantes, torna-se impossível conceber a ideia de um "eu" fixo, permanente e eterno.
6. c. No seu racionalismo, Sócrates e Platão defenderam uma total separação entre o sensível
(matéria) e o inteligível (forma).
10. c. Questão faz alusão a separação entre corpo e consciência, ou seja, a res cogitans e a
res extensa.