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1064
28 maio 2020
Ano 20
quinta-feira
0.75 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário
quem é o candidato
Num especial de 16 páginas, O
regressar a uma INTERIOR assinala os 20 anos da
sua publicação. Contamos com a
certa normalidade» opinião da ministra Ana Abrunho-
O neurocientista guardense Rui Cos- sa, do antigo secretário de Estado
na Guarda»
ta está a coordenar na Universidade da Comunicação Social Arons de
da Columbia, em Nova Iorque, as Carvalho, da secretária de Estado
equipas de investigadores que estão da Ação Social, Rita Mendes, e do
a trabalhar para debelar a Covid-19. presidente do Instituto Politécnico
«A vacinação massiva vai demorar. da Guarda, Joaquim Brigas, entre
Mesmo na melhor das hipóteses, só Em entrevista a O INTERIOR, Carlos Chaves outras personalidades.
daqui a 10 a 18 meses» _________ 3 Monteiro, presidente da Câmara da Guarda,
fala dos seus projetos para a cidade e do seu Quinta-feira, 28 de maio de 2020
1
dente: «Não sei o que mais poderá aconte- 20 anos podem não ser nada
Nossa” ajuda
No caso dos jornais, é a informação regional
regional acabam por não saber avaliar bem
que sofre, sem poder de atração, sobretudo para A fórmula do jornal que se folheia na esplanada
comerciantes da
na região e já não bastava este fator e também outros e às vezes desesperante.
a subnúcleos não podem ser colocados de lado.
região
Nada é possível modificar-se nos jornais se É que valoriza ainda mais a “bolsa de massa cinzenta”
não preferível oferecer-lhe aquilo que supomos
houver algo para dizer. Para além de uma que ele que os jornais possam cativar, nomeadamente
montra precisa, mesmo que não dê conta ao
mais atraente pela Internet (a loja, por assim disso. Em tempos nível da opinião. Será esse o grande trunfo
dizer), de desprezo pelo texto maior que dos
se o produto for pequenino, se a maçã for três linhas, é difícil jornais, já que de “noticiazinhas” está o Facebook
raquítica satisfazer os “leitores” que não
ou a castanha bichada, a banca não pode são leitores. É sempre cheio. E se não se aproveitar por essa via
Joaquim Martins igreja render. possível desenvolver mais os conteúdos a janela
Portanto, no que respeita ao conteúdo, acreditando online e é
• Materiais
PUB
Saúde
Praias Fluviais
Ordem dos Médicos
elogia ULS na Bandeira Azul
resposta à Covid-19 regressa a
Valhelhas, Loriga e
Presidente da Secção Regional do
Centro da Ordem dos Médicos (SR- Lapa dos Dinheiros
COM) considera que os profissio- Valhelhas conquista o símbolo
nais de saúde fizeram um trabalho de qualidade desde 2009, Loriga
«absolutamente extraordinário» desde 2012 e a Lapa dos Dinheiros
nos últimos dois meses________ 7 desde 2017___________________ 6
2• • Quinta-feira • 28 de maio de 2020
Cara
Entrevista
no fio da navalha
a P e r f i l
cara
Rui M. Costa
Finalistas de Ciências
«O INTERIOR
Professor catedrático da Universidade
de Columbia, diretor do Zuckerman
da Cultura da UBI Institute e colaborador da Fundação
Champalimaud
#ElasAoSomDaFábrica é o nome do projeto
fez-nos sentir
desenvolvido pelos alunos finalistas do curso Idade: 47 anos
de Ciências da Cultura da Universidade da Beira
Interior(UBI) que pretende «dar ênfase ao papel Naturalidade: Guarda
desempenhado pela mulher operária, na indús-
tria de lanifícios, essencialmente no período da Profissão: Investigador
acordados
diáspora». A iniciativa consiste num trabalho de
investigação com foco nas memórias de ope- Currículo: Frequentei a Afonso de Albu-
rárias fabris da «Covilhã e região que circunda querque, o resto é história… Licenciatura
a Serra da Estrela». O projeto - que agora será em Medicina Veterinária na Universidade
divulgado através de suportes digitais - mostra Técnica de Lisboa, Doutoramento em
no interior»
o reconhecimento da importância das memórias Ciências Biomédicas pela Universidade
pessoais da importante classe operária da região do Porto e Universidade da Califórnia e
e contribui para sua dinamização enquanto pós-doutoramento em Neurobiologia na
componente de memória coletiva. Universidade de Duke. Foi investigador
principal do Programa de Neurociência da
Fundação Champalimaud. Recebeu várias
distinções e bolsas de renome interna-
Valhelhas, Loriga e Lapa P – O INTERIOR nasceu há 20 voleibol no Atlético Clube da Guarda, cional no âmbito dos seus trabalhos de
investigação, entre os quais o European
a n o s , Ru i C o s t a f o i c o l a b o r a d o r com ballet e gospells. Quando cheguei
dos Dinheiros deste jornal durante cerca de dois a ver, já tinha visto com os meus amigos Research Council. Em 2019 foi eleito mem-
bro da Academia Nacional de Medicina dos
anos, que recordações guarda desse da Guarda, quando cheguei a conhecer
As três praias fluviais dos concelhos da tempo? já tinha imaginado nas palavras dos Estados Unidos
Guarda e de Seia voltam a cumprir os critérios R – Foi uma altura muito bonita, meus pais, das minhas irmãs, dos meus
de qualidade ambiental da exigente avaliação com muita gente a colaborar para que professores. Sinto-me um privilegiado. Livro preferido: Difícil, mas um dos que
da Associação Bandeira Azul da Europa. Não é se criasse algo novo, algo que nos fi- mais me marcou foi “O Estrangeiro”,
de agora, estes espaços de lazer integrados no zesse sentir acordados no interior, algo P – A Pessolta poderá ser o seu de Albert Camus. Outro foi “Um mundo
Parque Natural da Serra da Estrela têm merecido que mexesse com a região. refúgio na reforma? imaginado”, que retrata a vida de uma
a distinção ao longo dos últimos anos. A Bandei- R – A Pessolta já é o meu refúgio, já é investigadora, Ana Brito, em Nova Iorque
ra Azul será novamente hasteada este Verão e é P – Na altura vivia nos Estados um sítio onde penso e onde posso ser o – na realidade a querida Maria de Sousa
um bom cartão de visita ao território das Beiras Unidos. Estando tão distante, o que o menino do campo e o cientista ao mesmo que faleceu há um mês
e Serra da Estrela, que quer ser alternativa ao motivava a colaborar com um jornal tempo. Sem preconceitos, sem julgamen-
turismo das praias oceânicas. regional? tos. Temos um loureiro em frente à janela Filme preferido: Também difícil, mas
R – A verdadeira intervenção, que está lá desde que nasci e nos lembra talvez o “Big Lebowski”
a verdadeira mudança consegue-se de quão frágil tudo é, e de quão especial
localmente. Espero, por exemplo, ter é viver, estar vivo. A vida é o verdadeiro Hobbies: Cozinhar, escrever, cinema,
inspirado um pouco os jovens da região milagre. desporto, conversas com família e amigos
a acreditar, a quererem ser cientistas. com café e bolo, viver intensamente.
Eu nunca pensei que o poderia ser até
acontecer.
PSD Guarda
P – Como vê o jornal de que
De polémica em polémica o PSD já tem foi colaborador passados estes
eleições marcadas para a concelhia da Guar- anos?
da, a partir das quais deverá iniciar um novo R – Trouxe abertura, textu-
ciclo. Para além das divergências internas e ra, discussão, opinião. O de-
do diferendo entre Chaves Monteiro e Sérgio safio agora são os próximos
Costa - com o afastamento deste da Vice pre- 10 anos, como continuar a
sidência da Câmara da Guarda - o clima de ser fresco.
guerrilha teve mais um episódio: a divulgação
de uma carta supostamente subscrita por P – E c o m o vê a
30 presidentes de junta afetos ao PSD mas Guarda e região des-
que só foi assinada por dois (ou apenas dois de Nova Iorque?
nomes aparecem na carta divulgada). Esta R – Vejo uma cida-
carta de apoio a Sérgio Costa foi enviada ao de de que gosto muito,
secretário-geral do partido para «denunciar uma cidade de con-
a gravidade da situação política» que se vive trastes, do frio e da
no PSD Guarda. força, do isolamento e
ao mesmo tempo uma
cidade de cultura e cafés e
imaginação. Conheci muito
Álvaro Amaro, Júlio do mundo a partir da Guarda,
com os meus amigos que me
Sarmento e Luís Tadeu m o s t rava m m ú s i c a s n ova s ,
bandas novas, livros novos,
A justiça parece não largar Álvaro Amaro
com o “Zincos” e o TMG, com
e Júlio Sarmento, agora que ambos deixaram
os cursos com o Aquilo, com o
as suas funções autárquicas. O eurodepu-
tado foi acusado de prevaricação por causa
da criação de uma PPP com a MRG, crime
que também é imputado ao seu sucessor
no município de Gouveia, Luís Tadeu. No
mesmo processo está igualmente acusado o
histórico presidente da Câmara de Trancoso
pelos crimes de prevaricação, participação
económica em negócio, corrupção passiva
– terá recebido 560 mil euros através de fa-
miliares – e branqueamento de capitais. Se
forem condenados, o Ministério Público pede
a perda de mandatos de Álvaro Amaro e Luís
Tadeu e defende que os tês fiquem impedidos
de participar em atos eleitorais.
“
Quinta-feira • 28 de maio de 2020 • •3
Temos cientistas
de topo, mas
investimos mais
na bola do que
em educação,
conhecimento,
investigação,
criatividade.
Rui Costa,
Cientista
20 Anos de jornalismo
O Jornal O INTERIOR nasceu há 20 anos! Nasceu como uma pedrada no
charco nas águas paradas do imobilismo informativo, do marasmo social e
do atrofiamento político… A Guarda era então uma cidade clerical e secular e
a região estava parada no tempo. E os jornais eram reminiscências do século
XX – O INTERIOR foi o primeiro jornal da região a merecer o Prémio Gazeta de
Imprensa Regional (que nos foi entregue pelo então secretário de Estado da
Comunicação Social, Arons de Carvalho, que nos brinda com a sua colaboração
nesta edição) em cerimónia presidida pelo então Presidente da República Jorge
Sampaio. E foi o primeiro jornal em Portugal a nascer com dois suportes: em
papel e online (num tempo em que poucos conheciam a Internet e os jornais
digitais eram uma curiosidade distante).
Só hoje invocamos o nosso aniversário (tinhamos prevista a publicação
de “Especial Aniversário” em março) por causa de uma pandemia indesejável
que aniquilou sonhos e liberdades e nos confinou ao isolamento. Mas na
verdade, o Jornal O INTERIOR nasceu no primeiro mês do século XXI e
do terceiro milénio (a 14 de janeiro) – nasceu no ano em que as profecias
“
anunciavam o fim do mundo
O INTERIOR é o resultado da preocupação e da vontade genuína de
contrariar o marasmo e o atrofiamento social, cultural e político que se vivia
na região. Resultado de muita
discussão e reflexão entre mim
e José Luís Carrilho de Almeida,
o Jornal deu corpo à utopia, ao
sonho de mudar a região, à
vontade de promover a meta-
morfose das nossas cidades,
Entretanto, O vilas e aldeias. Com a colabora-
ção de muitas pessoas cheias
INTERIOR é um dos de energia e vontade de mudar
jornais que a nível o mundo, mudando apenas o
nosso território, mudámos as
mundial vai ser mentalidades e promovemos o
apoiado pela Google desenvolvimento, contribuímos
decisivamente para uma socie-
News Initiative ao dade mais moderna, mais exi-
abrigo do Journalism gente, mais democrática e com
maior civilidade e urbanidade.
Emergency Relief Porque, como escreveu Albert
Fund. Camus, «sem cultura, e a liber-
opinião
Resumo da situação
dade relativa que ela pressupõe,
a sociedade, por mais perfeita que seja, não passa de uma selva». Foi assim António Ferreira
antonio.ferreira.adv@netvisao.pt
que «demos vida ao interior». Lá longe, em 1999, promovemos a discussão do
projeto com muitas personalidades instituindo o Conselho Editorial, integrado O Verão chega e tudo parece regressar à normali- a sua capacidade de reação sofreu com o corte do seu
por Anabela Gradim, António Ferreira, António José Dias de Almeida, Carlos dade do calor, dos incêndios, das rotinas mais tristes da financiamento pelos EUA.
Baía, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José Manuel Mota da Romana, Maurício política. A tão temida segunda fase pode nem acontecer Reabrir é bom, mas não o fazer em segurança,
Vieira e Maria Antonieta Garcia. Mas ouvimos muitas mais pessoas, que viviam e o vírus pode não voltar no Outono com a agressivida- mesmo que relativa, é desafiar a sorte. Sem um mínimo
intensamente os problemas da região e mergulharam na utopia de O INTERIOR, de que se chegou a prever. A taxa de transmissão tem de imunidade de grupo, a reabertura geral implica de-
e que neste momento também não podemos esquecer, como Carlos Adaixo, diminuído, e por isso também o crescimento do número safiar a natureza, e a natureza tem sempre razão (como
Américo Rodrigues, António Fidalgo, Diogo Cabrita, José Carlos Alexandre ou de infetados. Falta saber os efeitos do desconfinamento escrevia há dias Thomas Friedman, no NYT, a natureza
Nuno A. Jerónimo. E reunimos um grupo de jovens jornalistas (a redação foi e do regresso às ruas, às praias, às fábricas ou aos não perde um duelo há 4.500 milhões de anos). En-
inicialmente integrada, Elisabete Gonçalves, Luís Fonseca, Luís Martins e Victor restaurantes. quanto o vírus circular entre nós temos pelo menos de
Amaral) com várias colaborações que, ao longo dos anos contribuíram para Entretanto todos aprendemos alguma coisa, como diminuir a taxa de transmissão (e só assim se evitará a
a afirmação plural e editorial do jornal: Albino Bárbara, César Prata, Eduardo por exemplo, que votar mal tem um preço a pagar em tal segunda vaga).
Lourenço, Francisco Pimentel, Godinho Gil, Joaquim Igreja, João de Almeida vidas, desemprego e sofrimento. Não é por acaso que o A quarentena teve aspetos positivos: sabe-se agora
Santos, João Casteleiro, José Domingos, Luís Veloso, Manuel Sabino Perestrelo país com mais casos e mais mortes tem como presidente que o teletrabalho funciona, que umas semanas com
Miguel Castelo Branco, Miguel Sousa Tavares, Odete Santos, Pedro Dias de Donald Trump e que logo a seguir venha o Brasil. Muitos menos carros na estrada e menos poluição chega para
Almeida, Rui Costa, e tantos outros, porque O INTERIOR abriu as suas portas perceberam finalmente a importância dos hábitos de limpar o ar e a água. Percebemos finalmente que temos
às mais diversas colaborações e às mais conspícuas opiniões. higiene. Muitas palavras entraram no léxico comum e urgência em compatibilizar a civilização com a natureza
Num tempo de enorme dificuldade para todos, em que a imprensa, além todos sabemos agora muito mais sobre vírus, vacinas, e que isso é possível. Vimos em Portugal que, afinal,
das dificuldades de contexto, vive a angústia da pandemia como todos os imunidade de grupo, taxas de transmissão de uma não somos, nem de perto, um país do terceiro mundo.
demais sectores; num país dependente das ajudas do Estado, em que não há doença, e o que aprendemos irá servir para travarmos O sexo está em crise, fruto do distanciamento social e
agricultor que plante uma oliveira ou crie uma vaca sem ajudas públicas; em futuras pandemias. Muitos perceberam também que do medo do corpo do outro. Mais uma forma que tem
que não há um industrial que fabrique pregos ou camisolas sem apoios; em se não resolvem nem explicam problemas destes com a natureza de nos dizer que somos demasiados e que
que não há um empreendedor que crie um emprego sem subsídios; em que rezas, teorias da conspiração ou remédios caseiros. o nosso número irá diminuir, a bem ou a mal. Menos
não há um promotor que não candidate um projeto a financiamento europeu A ciência apresentará o remédio possível e entretanto lugares disponíveis nos restaurantes, nas praias, nos
(e português)… tantos discutem os apoios do Estado à imprensa! Bastava resta-nos o bom-senso. Percebe-se também que num cinemas, nos aviões, não é também uma forma de
perceber que em nome da Democracia e da relevância da Comunicação Social planeta em que a progresso e o crescimento económico mostrar que o mundo seguinte não é para todos? Quem
na vigilância e escrutínio dos diferentes poderes e na defesa da liberdade para dependem da rápida circulação de pessoas e mercado- tem, agora, no seu perfeito juízo, coragem de usar uma
não se confundir a imprensa com uma fábrica de sapatos. Ainda assim, neste rias, faz falta uma estratégia sincronizada, global. A OMS casa-de-banho pública, de entrar numa sala cheia, de
momento, e enquanto todas as atividades económicas estão, e bem, a ser poderia encarregar-se disso, mas a sua credibilidade forçar à cotovelada a entrada no metro ou o acesso ao
ajudadas pelo Estado, as “ajudas” à Comunicação Social «não acontecem» e sofreu um abalo com alguma subserviência à China e balcão de um bar?
podem ser suspensas (no nosso caso seriam uns tostões…). Entretanto, O PUB
INTERIOR é um dos jornais que a nível mundial vai ser apoiado pela Google
News Initiative ao abrigo do Journalism Emergency Relief Fund.
Enquanto invocamos o nosso 20º Aniversário, e em nome da liberdade de
imprensa e da liberdade de expressão, a todos os que de alguma forma contri-
buíram para o nascimento e afirmação de O INTERIOR o nosso agradecimento.
Quinta-feira • 28 de maio de 2020 • •5
S
Governo
Gouveia Guarda
VIDENTE
sobre o Lote 93, sito em Quinta Dona Maria, Trancoso - União das freguesias de Trancoso na Câmara do Fundão, Sérgio Mendes já presidiu ao Núcleo
(São Pedro e Santa Maria) e Souto Maior, concelho de Trancoso, descrito na Conservatória de Árbitros de Futebol Albicastrenses e tem frequente
do Registo Predial sob o nº 468/19910304 e inscrito na matriz nº 1699.
As alterações incidem sobre o Lote 93, nomeadamente: intervenção pública no âmbito de desporto. Ainda recen-
Alteração da utilização de Habitação para Habitação/Garagem. temente, por exemplo, recebeu uma menção honrosa do
Com longos anos de experiência Aumento de número de pisos de 2 para 3 (cave + r/c+1).
Ampliação da área de construção de 198,00 m2 para 297,00 m2 (99,00 m2 de garagem).
Plano Nacional de Ética no Desporto, na categoria Imprensa
Mantêm-se inalteradas as restantes características inicialmente aprovadas no loteamento. Regional, com o artigo de opinião “O que distingue a claque
Trata inveja, mau olhado, espiritual, estudos, negócios, Para conhecimento geral se publica o presente aviso. de um dos grandes clubes, de uma grande claque”, publicado
empresas, amor, problemas familiares, saúde, etc. Trancoso, Setor de Licenciamento de Obras Particulares e Loteamentos, 18 de maio de 2020
no jornal “Forum Covilhã”, sobre a claque “Abelhas Más”, do
Sempre pronto a dar resposta aos seus problemas. P’O Presidente da Câmara GDC Silvares.
EDUARDO ANTÓNIO REBELO PINTO (Vereador)
Saiba tudo sobre o seu futuro e o porquê que tudo (Amílcar José Nunes Salvador)
PUB
corre mal em sua vida? O Interior, nº 1064 de 28/05/2020
REVOGAÇÃO DE PROCURAÇÃO
AVISO No dia dezanove de Maio de dois mil e vinte, perante mim, Carlos Miguel Lopes de Oliveira,
Encarregado da Secção Consular na Embaixada de Portugal em Camberra, Austrália,
Aditamento ao Alvará de Loteamento nº 12/1990 compareceu Hernâni Patrício Coelho, portador do Passaporte Australiano nº PA2274198,
válido até 23-01-2025, emitido pela Austrália, casado com Maria de Lurdes Tavares Cunha
Processo interno nº. 02/1986/1001 Coelho, no regime de comunhão de adquiridos, ele natural de Angola, e ela natural da freguesia
de Freixedas, concelho de Pinhel, Guarda, Portugal, residente em Townhouse 95-47 Mowatt
Amílcar José Nunes Salvador, Presidente da Câmara Municipal do Concelho de Trancoso: Street, Queanbeyan East, 2620, Nova Gales do Sul (NSW), Austrália.
Torna público, que, nos termos e para os efeitos do disposto no nº. 2 do artigo 78º, do Decreto- E por ele foi dito que, por esta via, revoga a procuração, por si outorgada, no Consulado
Lei 555/99 de 16 de dezembro (com ulteriores alterações), e de harmonia com a deliberação Geral de Portugal em Sidney, no dia 30 de Janeiro de mil novecentos e noventa e um, na
tomada por esta Câmara Municipal em sua reunião realizada a 8 de abril de 2020, é emitido qual constituía como seu bastante procurador o senhor Arnaldo Videira Poço, residente em
a Capelão & Gonçalves, Lda., contribuinte fiscal nº 515022314, com sede em Avenida Doutor Pinhel, Guarda, Portugal, ao qual conferia os poderes necessários para, em seu nome,
Álvaro de Carvalho, Lote 22, o aditamento ao Alvará de Loteamento nº. 12/1990 que incide prometer comprar e comprar bens imóveis, e contrair empréstimos para o citado fim, junto
sobre o Lote 94, sito em Quinta Dona Maria, Trancoso - União das freguesias de Trancoso do Banco Português do Atlântico.
(São Pedro e Santa Maria) e Souto Maior, concelho de Trancoso, descrito na Conservatória Assim o disse e outorgou do que dou fé, e depois de por mim lida esta procuração em voz
do Registo Predial sob o nº 468/19910304 e inscrito na matriz nº 1699. alta e explicado o seu conteúdo e efeitos ao Outorgante, este vai assinar juntamente comigo.
As alterações incidem sobre o Lote 94, nomeadamente:
Alteração da utilização de Habitação para Habitação/Garagem. O 10 Outorgante,
Dr. Bangura Aumento de número de pisos de 2 para 3 (cave + r/c+1). O Encarregado da Secção Consular
Ampliação da área de construção de 198,00 m2 para 297,00 m2 (99,00 m2 de garagem).
Não há problema sem solução Mantêm-se inalteradas as restantes características inicialmente aprovadas no loteamento. O Interior, nº 1064 de 28/05/2020
Contactos: 933 312 476 / 968 034 224 / 920 413 040 Para conhecimento geral se publica o presente aviso.
O mais importante em Astrologia é obter resultados bons, rápidos e garantidos a Trancoso, Setor de Licenciamento de Obras Particulares e Loteamentos, 18 de maio de 2020.
100%. Dodato de poderes, ajuda a resolver problemas difíceis ou graves.
Como: Amor, Insucessos, Depressões, Negócios, Injustiças. P’O Presidente da Câmara
Casamento, Impotência Sexual, Maus Olhados, Doenças Espirituais, EDUARDO ANTÓNIO REBELO PINTO (Vereador)
Sorte nas Candidaturas, Desporto, Exames e Protecção contra (Amílcar José Nunes Salvador)
Perigos como Acidentes em todas as Circunstâncias, Aproxima O Interior, nº 1064 de 28/05/2020
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Todos os dias das 8 às 21 horas. • 6300-825 Guarda •
Rua Formosa S. Miguel, nº 60, Bloco 20 - R/C Dto • 6300-864 Guarda-Gare Redação: Luis Martins (Chefe de Redacção) e Sofia Craveiro. • Conselho Editorial: António
Ferreira, Nuno Amaral Jerónimo, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José Carlos Alexandre, Diogo
Empresa de transportes admite: Cabrita e Maurício Vieira.
COMERCIAL Colunistas e Colaboradores: Acácio Pereira, Albino Bárbara, Ângela Guerra, António Costa,
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10 • • Quinta-feira • 28 de maio de 2020
opinião
David Santiago
opinião
Maria Afonso A inutilidade das coisas
Merkel e o
Resguardados de um inimigo invisível, em casas como trin- o âmago de uma pedra.
cheiras, fomos espreitando o mundo. Disseram-nos que seríamos Um dia as sirenes abrandaram. Uma espécie de sfumato
os donos do nosso tempo. Que o acometimento maquinal de a dilatar a visão, a pôr a nu os efeitos colaterais que todas as
FIO
de opinião
Observatório de Ornitorrincos
PRUMO
opinião Nuno Amaral Jerónimo
Acácio Pereira extremo.acidental@gmail.com
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Quinta-feira, 28 de maio de 2020 1
Opinião
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2 Quinta-feira, 28 de maio de 2020
«Não sei o que mais poderá acontecer, mas já me aconteceu muito neste curto mandato»
P – É candidato à Câmara em 2021? O PS já Guarda. O partido irá avaliar o meu desempenho e que me pode impedir é não ser o melhor governante. trabalhou comigo. Cidália Valbom é presidente da
anunciou que até agosto vai apresentar os candi- caber-lhe-á dizer quem é o candidato. Assembleia Municipal. Cada um fará aquilo que achar
datos nas capitais de distrito. P – Espera ser o escolhido? adequado, no entanto ainda ninguém se apresentou
R – A minha opção é aquela que os guardenses P – Se for candidato, vai manter os seus atuais R – Terei sempre que ter, como outros, as condi- como candidato. Eu espero que o partido fale primeiro e
quiserem e o PSD também. A 16 meses das eleições vereadores? Ou não? ções para poder ser escolhido, mas não estou a vincular diga de sua justiça, e o que o partido definir eu acatarei.
penso que ainda é muito cedo para tomar uma de- R – Essa é uma não questão. Os meus colegas o partido a qualquer tomada de decisão. As circuns-
cisão. Deixarei que o partido fale primeiro e depois são as pessoas em quem mais confio na Guarda para tâncias atuais são estas, as de ser eu o presidente da P – Considera que ambos foram desleais
tomarei a minha decisão. trabalhar. Abraçamos um projeto comum e é com eles Câmara da Guarda. consigo nos últimos meses?
que quero chegar ao fim deste mandato e convencer R – As ações ficam com quem as pratica. Um dia
P – Ao dizer isso, pondera a possibilidade de a Guarda que o trabalho que desenvolvemos foi justo, P – E que circunstâncias poderão fazer com que a Guarda irá julgar-me e às pessoas de que falou, é
concorrer como independente? adequado e respondeu – espero eu – aos anseios dos não esteja disponível para ser candidato? um direito que lhe assiste.
R – Sou militante do PSD e aconteça o que nossos concidadãos. R – No curto mandato que levo como presidente de
acontecer manterei sempre essa qualidade enquanto Câmara quase que já experimentei de tudo e muita gente P – Se o partido escolher outro candidato, o
tiver vida ativa política. P – A candidatura de Carlos Chaves Monteiro com muitos anos de exercício da causa pública não terá que vai fazer Carlos Chaves Monteiro?
será a escolha mais natural para o PSD na Guarda? tido a experiência que, nós autarcas, vivemos atualmente R – Sou advogado de profissão, não sou político.
P – Mas acredita que muito dificilmente o PSD R – Não sei. Fui a eleições com o presidente por causa da pandemia da Covid-19 e eu, em especial, Exerço o cargo de presidente da Câmara da Guarda
não lhe dará essa preferência? Álvaro Amaro como cabeça de lista em 2013 e 2017. devido a situações inusitadas que surgiram neste ano e temporariamente, enquanto o povo assim decidir, e
R – Espero é fazer tudo o que está ao meu No segundo mandato Álvaro Amaro foi eleito deputado pouco. Não sei o que mais poderá acontecer, mas já me quero fazer o melhor pelos meus concidadãos e pelo
alcance e que os guardenses se revejam no meu no Parlamento Europeu e o segundo da lista substituiu aconteceu muito. Já dei provas que tenho a responsabi- concelho, tal como fazia na advocacia pelos meus
trabalho e no da minha equipa nestes 16 meses que o primeiro, de acordo com a lei. lidade das funções que desempenho, que procuro fazê-lo clientes e pela justiça. Não podemos assumir nunca
faltam para o final do mandato. Considero que, em com o maior empenho e profissionalismo que me assiste que somos presidentes – como se diz –, nós estamos
política, os melhores devem governar e tudo farei para P – Mas neste momento tem ou não mais legi- e, portanto, tudo ficará em aberto no final. presidentes e em constante avaliação. Por isso, se
governar a nossa cidade da melhor forma possível. Se timidade do que qualquer outro para ser candidato o meu desempenho for correto, adequado e houver
não tiver essa competência, alguém julgará e decidirá. à Câmara? P – Sérgio Costa e Cidália Valbom são os seus vontade nesse sentido, haverá condições para ser
Pela minha parte tenho que me focar no trabalho, nos R – Sou presidente da Câmara da Guarda, cabe principais adversários às próximas autárquicas? candidato e o PSD poderá assumir esse compromisso.
projetos e encontrar soluções para os problemas da ao PSD decidir que posso ser candidato. A única coisa R – Não. Sérgio Costa foi meu vice-presidente, Caso contrário serei penalizado.
Quinta-feira, 28 de maio de 2020 3
projeto, faltam-nos as especialidades e uma candidatura
que potencie a intervenção nos edifícios do Museu,
Paço da Cultura e antigo Paço Episcopal, bem como a «Dívida atual
construção na parte posterior do museu de uma nova
galeria de exposição de arte e vários ateliers. Outra obra
estruturante é a requalificação do Largo Frei Pedro e da
da Câmara não
zona envolvente do Quarteirão das Artes.
chegará aos 16
P – Como está o projeto de mobilidade entre as
Ruas Tenente Valadim, do Encontro e Alves Roçadas?
R – A Tenente Valadim e Rua do Encontro estão em
milhões de euros»
concurso e em fase de entrega para execução. Coisa P – Qual é a situação financeira da Câmara
diferente é o projeto de requalificação que estamos a da Guarda neste momento?
iniciar no Largo Frei Pedro, mas também das Ruas Alves R – Temos honrado os compromissos que assu-
Roçadas até à igreja da Misericórdia e Camilo Castelo mimos, como também os compromissos do passado.
Branco, numa intervenção que irá abranger a Rua Mar- Em 2013 herdámos uma dívida de 62 milhões de
quês de Pombal e o Largo S. João. O objetivo é dar novas euros – não vou entrar na questão do passivo –, e
acessibilidades para que as pessoas possam desfrutar do hoje ela não chegará aos 16 milhões. Nestes anos
centro da cidade através do alargamento dos passeios, do tivemos amortizações médias da dívida de mais de
arranjo urbanístico da zona e do estudo do trânsito para 2 milhões de euros, tendo sido muito próximas dos 3
fazer com que, eventualmente, haja sentidos únicos de milhões em 2013 e 2014. Ou seja, fazer obra e pagar
trânsito. Neste momento já não vamos avançar com a dívida foi uma tarefa estrutural nos objetivos traçados
requalificação do Largo da Misericórdia (praça de táxis). privada. Gostaria que, a partir dali, pudéssemos defender Só depois estaremos em condições de assinar as peças logo em 2013. A economia local não recebia a tempo,
um projeto a que chamaria de “Vale da Lã”, em que o visi- contratuais necessárias para iniciar a sua construção. na altura o prazo médio de pagamento era 240 dias,
P – É por causa da contestação que a Câmara tante teria como ponto de partida a Praça Velha, visitaria Trata-se de um multiusos que a Guarda quer e deseja hoje é de 30 dias. Nesses tempos, vender à Câmara
não irá fazer essa obra que tinha sido apresentada a antiga judiaria – para a qual apostamos num projeto de há muitos anos. Isso ainda não aconteceu, mas estamos da Guarda era, diria, uma operação perigosa para
em maio de 2018? requalificação das fachadas, janelas e portas apoiando crentes que possa acontecer a breve trecho… as empresas. Mudámos completamente esse para-
R – Não. Se olhar para as requalificações do Largo diretamente os proprietários – e rumaria depois à freguesia digma a partir de 2013 ao cumprir escrupulosamente
Frei Pedro e do Largo da Misericórdia, percebo claramente de Maçaínhas para conhecer o cobertor de papa, mas P – Mas há algum diferendo com os investidores os nossos compromissos e na medida do possível,
que, não podendo fazer as duas, uma sobrepõe-se à ou- também à barragem do Caldeirão, aos Passadiços do privados? porque a situação económica era difícil. Em dezembro
tra. É mais oportuno recuperar o Largo Frei Pedro, aquele Mondego e ao património e tradições daquelas fregue- R – Não, trata-se de um processo complexo porque de 2013 pagávamos mensalmente mais de 200 mil
muro que está algo degradado, e ordenar a circulação sias da encosta da serra. Se agregarmos tudo isto num não envolve só a Câmara ou potenciais investidores e euros aos dez maiores credores com os quais che-
viária no local porque se temos como objetivo colocar as produto único conseguiremos ter ali uma oferta turística resulta de uma circunstância anómala que vem desde gámos a acordo. Também na nossa gestão tivemos
pessoas no centro da cidade então percebemos claramen- integrada e direcionada para o ambiente e a Natureza e 2001, na qual temos um arresto. Estamos a falar de um algum pecúlio, que afetávamos todos os meses,
te que o carro terá um peso diferente na nossa estratégia com isso conseguiremos atrair mais visitantes. Também terreno que, pretensamente, é do município, mas formal- com negociação dos juros, ao pagamento da dívida
futura. Por isso, se nas Ruas Alves Roçadas e Camilo espero poder chegar à Torre através da “Estrada Verde”, mente não há escritura que o determine e isto obriga a acumulada pelos nossos antecessores. Hoje podemos
Castelo Branco houver um sentido de trânsito e forem que gostaria de ver construída e daria à Guarda uma uma definição a três. Resolvida que for esta circunstân- dizer que o compromisso da dívida anual ronda os 180
alargados os passeios estamos a favorecer a circulação centralidade ímpar na Serra da Estrela. cia do proprietário atual ceder a posição contratual ao mil euros em pagamento de juros dos tais 16 milhões de
das pessoas no centro e a fruição do espaço público. Com possuidor do terreno, só depois o município estará em euros. No primeiro mandato chegámos a ter um custo
o Quarteirão das Artes contamos também requalificar a P – Como está o projeto dos Passadiços do condições de avançar com os investidores privados. Já anual de 2 milhões de euros só para o serviço de dívida
envolvente, mas isso está em estudo e iremos avançar Mondego? Está dentro dos timings? disse que a autarquia não tem condições financeiras de curto, médio e longo prazo, fora as amortizações.
em função do dinheiro e do que está candidatado. A nossa R – A obra arrancou há duas semanas com os para fazer esta obra, nem há fundos comunitários aos Atualmente temos um valor de amortizações da ordem
intenção é criar no centro da Guarda novos museus, como trabalhos de desmatação e limpeza de terrenos. Penso quais possa candidatar-se para construir este pavilhão dos 2 milhões de euros, mas a partir de 2021 esse custo
o Museu da Memória e um outro para acolher a coleção que daqui a 30 dias já haverá estruturas a serem trans- multiusos que potenciará a Feira Farta, a Feira Ibérica de baixará para entre 1 a 1,5 milhões de euros.
de pintura, de valor nacional, de António Piné. Estamos portadas para o local. Admito que nessa altura o estaleiro Turismo e trará novos eventos para a Guarda. Também
em negociações com a Associação Nacional de Farmá- e as máquinas já sejam bem visíveis, coisa que ainda não sabemos que não conseguimos integrar construção nova P – A oposição diz que essa melhoria das
cias para que isso aconteça, penso que há abertura para tinha acontecido até meados de maio. no âmbito do PEDU. contas tem a ver também com o facto da Câmara
essas obras virem para a Guarda mas ainda não temos ter entrado em litígio com a Águas de Portugal e
um acordo definitivo. Aposta em novos museus e valorizar P – Ainda no turismo, está preocupado com o P – Uma das iniciativas paralelas à construção do deixado de pagar a água durante alguns anos.
os que já existem é estratégico no âmbito da candidatura atraso da requalificação do Hotel Turismo? CET é a possibilidade de fazer na zona envolvente um Isso é verdade?
a Capital Europeia da Cultura. R – Claro. Entendo este atraso, mas não queria hospital privado. Acredita nessa possibilidade, que R – Não. A dívida que referi em 2013 não incluía
que acontecesse. O Turismo de Portugal é proprietário está em risco porque os promotores estão também a dívida à então empresa multimunicipal Águas do
P – O “Solar dos Sabores” está em projeto e do imóvel, a Câmara teve uma atitude muito proativa de em conversações com o município da Covilhã? Não Zêzere e Côa. O que estava nas contas da Câmara
estará para breve a possibilidade de intervir naquele aproximar possíveis interessados para encontrarmos uma há o risco da Guarda perder esse investimento devido eram 1,5 milhões de euros de dívida ao sistema, mas
quarteirão nas junto aos antigos Paços do Concelho. solução, o que aconteceu, pese embora a circunstância ao atraso negocial? o montante global era superior porque havia valores
O que vai ser feito? da empresa que ficou com essa concessão, por questões R – O povo costuma dizer que “candeia que vai à em provisões por causa de ações judiciais em curso.
R – O fundamental no “Solar dos Sabores” é a várias, não ter assumido o processo e nós interviemos frente alumia duas vezes”. Não quero ser precipitado, A partir de janeiro de 2018 começámos a pagar às
requalificação das casas contíguas à atual sede da Co- para que essa cedência da posição contratual pudesse mas a Guarda tem aqui uma oportunidade, algo que Águas do Vale do Tejo.
munidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela. acontecer. Há um grupo empresarial interessado no desconhecia há dois meses porque esse projeto nunca
São propriedade da Câmara e conto que nestes 30 dias Hotel Turismo, mas a transmissão dos direitos e obriga- foi colocado em cima da mesa entre as contrapartidas P – Qual é neste momento a situação em
possamos fazer a limpeza de toda aquela área. É um es- ções assumidas pelo grupo MRG por via do contrato de que o grupo financeiro apresentou no âmbito da cons- relação à Águas do Vale do Tejo?
paço que queremos requalificar e dividimos a intervenção concessão está atualmente a aguardar aprovação do trução do CET. Essa possibilidade, a construção de um R – Ainda temos uma dívida de 30 milhões de
em duas fases, sendo que a primeira é de limpeza e de Ministério das Finanças. A pandemia pode ter tido alguma hospital privado com 32 especialidades naquela área do euros, mas é um valor que contestámos em tribunal.
consolidação das paredes desses edifícios porque não influência negativa e de atraso do início da apresentação Rio Diz, só foi apresentada recentemente. É também A ação chegou ao Supremo Tribunal Administrativo,
podemos continuar com as lonas. Depois avançamos do projeto e da obra, tendo já a Câmara manifestado a um investimento muito importante para dinamizar o que se declarou incompetente para apreciar esta
com as medições e o estudo arqueológico do espaço. A sua preocupação à secretária de Estado do Turismo. Foi- desenvolvimento da Guarda e o bem-estar dos nos- matéria e o caso está agora em tribunal arbitral, que
segunda fase é a concretização do projeto do “Solar dos nos dito que a situação iria ser resolvida, mas a questão sos concidadãos e reforçará o estatuto de “Cidade da vai ajuizar sobre qual é o valor real da dívida da Câ-
Sabores” que, além da requalificação da nossa “sala de continua na mão do Governo e era importante levar este Saúde” da Guarda. Por isso, é um bom projeto para a mara da Guarda, e de outros municípios, à Águas do
visitas” que é a Praça Velha, será um espaço de lazer e processo até ao fim no prazo mais curto, que seria ter este Guarda, em que acredito, mas a Guarda também terá Vale do Tejo. A este montante há que abater um valor
gastronomia, onde todos os restaurantes interessados belo hotel a funcionar dentro de três anos. que se pronunciar e decidir se deve estar ou não ao lado pelas infraestruturas cedidas pelo município e pelas
da Guarda e da região poderão ter um espaço próprio do presidente para fomentar mais um eixo estratégico rendas que a empresa multimunicipal nunca pagou à
e assim atrair pessoas. No piso superior será alargada P – O que falta para a Câmara chegar a acordo de desenvolvimento que, em correlação com outros autarquia – é uma situação que a Águas do Vale do Tejo
a Comunidade Intermunicipal e esperamos contar com com o fundo de investimento que vai construir o projetos estruturantes de que já falámos, mas também não quantificou, mas reconhece. E haverá ainda que
mais uma sala para exposições temporárias. Com este Centro de Exposições Transfronteiriço? todo o investimento que está a ser feito na linha férrea contabilizar o impacto da saída da Covilhã do sistema,
projeto queremos dar à Praça Velha uma nova imagem e R – O presidente da Câmara tem que levar todo o e nas duas variantes projetadas para ligar à Sequeira e que acabou por penalizar os municípios que ficaram.
valorizá-la do ponto de vista comercial. Estamos também projeto e as condições da eventual contratualização de e aos Galegos…
a pensar numa mega esplanada para trazer mais vida um Centro de Exposições Transfronteiriço (CET) à reunião R – São empreitadas integradas na modernização
àquela praça através das associações ou da iniciativa do executivo para ser explicado e votado favoravelmente. P – Quando arranca a requalificação da zona da das Linhas da Beira Alta e Beira Baixa cujos prazos der-
Guarda-Gare? raparam, mas a Câmara tudo fará para que aconteçam
R – Na última reunião com a Infraestruturas de até ao final de 2021.
«Atualmente não falo com Álvaro Amaro» Portugal foi-nos dito que o procedimento da variante da
Sequeira poderia ser lançado e que tudo estaria conclu- P – Que marca gostaria de deixar na Guarda como
ído em setembro deste ano, mas são questões que não presidente de Câmara?
P – É o “delfim” de Álvaro Amaro? Como tem Álvaro Amaro. Exerço as minhas funções, tenho os controlo. O compromisso da empresa com a Câmara é R – A principal era que pensei sempre na Guarda e
lidado com esta herança? meus amigos, a minha família, e Álvaro Amaro está que essa variante irá acontecer, até por uma questão de nunca em mim. Gostaria que as pessoas me recordassem
R – Aprendi muito com Álvaro Amaro do ponto de no exercício das suas funções, tem os seus amigos proteção dos peões, e seria reforçada com uma segunda como alguém que quis que a cidade que representou,
vista político. Claro que, além desse conhecimento, e a sua família... passagem superior entre os Galegos (rotunda da VICEG, uma capital de distrito, conseguiu atingir os níveis de
outras coisas podiam ter ficado comigo, mas infeliz- junto ao retail park) e a zona do canil para suprimir a pas- desenvolvimento que todos ambicionamos, desde logo
mente isso não aconteceu. P – Ou seja, atualmente não fala com Álvaro sagem de nível existente naquela localidade. permitindo que as gerações mais novas possam continuar
Amaro? a viver e a prosperar neste território. Espero ser lembrado
P – Isso quer dizer que há distanciamento R – Não. Acho que não houve nada da minha P – Ainda acredita que essas obras, nomeada- como um presidente que criou as condições para que a
entre os dois? parte que levasse a este afastamento. Somos nós e mente a variante à Sequeira, possam avançar neste juventude possa olhar para a Guarda como um futuro
R – Não. Há o presidente atual e que vive sem as nossas circunstâncias... mandato? para as suas vidas.
4 Quinta-feira, 28 de maio de 2020
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6 Quinta-feira, 28 de maio de 2020
Opinião
Quadro descritivo da Estratégia do PVI, assente em 4 eixos, com a descrição das medidas já em curso e link direto para os diplomas legais e avisos abertos
Quinta-feira, 28 de maio de 2020 7
Opinião
“
novas formas de relacionamento familiar pandemia, também tem sabido estar à altu-
e social, de trabalho, de proteção pessoal ra das suas responsabilidades, cumprindo
e coletiva, com lugar para atos de enorme a sua missão de divulgar aos cidadãos
generosidade e janelas de oportunidade, que informação fidedigna no que diz respeito à
jamais anteciparíamos, para um contexto de Covid-19 e ao seu impacto na região, nos
ameaça à saúde pública sem precedentes. diversos domínios.
Enquanto governante, não posso, tam- Felicito (...) o Tenho a certeza de que, passada a tor-
bém, deixar de exprimir um enorme orgulho menta, volvidos que estão vinte anos a es-
por integrar um Governo que, desde a pri-
vasto leque de crever a nossa história, o jornal O INTERIOR
meira hora, soube responder, com prontidão colaboradores e continuará a estar onde sempre esteve. Na
e responsabilidade, à emergência ditada defesa da Região, na luta permanente pela
Rita da Cunha Mendes* pela pandemia no apoio às famílias, às colunistas, bem valorização e pelo desenvolvimento do nos-
empresas e às instituições. Creio ser hoje como todos os so território, na busca incessante de novos
indesmentível o papel do Estado como ga- olhares, de novos desafios e dos melhores
Nesta ocasião especial em que o jornal rante da saúde, da segurança, da educação leitores, que são argumentos que sustentem, intransigente-
O INTERIOR assinala o seu vigésimo aniver- e da proteção social à universalidade dos mente, a defesa do nosso Interior.
sário, como amiga, leitora e ex-colaboradora portugueses, bem como a necessidade de
a razão maior da Muitos parabéns ao jornal O INTERIOR.
deste órgão de comunicação social de refe- preservar e continuar a fortalecer o Estado existência de O Votos de muitos e frutuosos anos de vida.
rência da nossa região, felicito todos aqueles Social.
que, ao longo destas duas décadas, têm O jornal O INTERIOR, nesta fase de INTERIOR. * Secretária de Estado da Ação Social
trabalhado com dedicação, isenção e profis-
sionalismo neste importante projeto jornalís- PUB
O jornalismo ao serviço
da cidadania
da cidade (“A Guarda”) nunca me seduziu, dito Quando surgiu O INTERIOR olhei para o
“
de outra maneira, só me interessava pelas projeto com natural expetativa. Ao fim e ao
crónicas de Abílio Bonito Perfeito. Preferia cabo o TB precisava de ser desafiado, de ser
Américo Rodrigues* espreitar o “Amigo da Verdade”, por causa confrontado com algumas fragilidades. Nunca
das anedotas. Porém, sempre desejei que a pertenci ao lote de colaboradores de O INTE-
cidade tivesse um jornal de… notícias, e que RIOR nem fui um leitor fiel do jornal, apesar
O meu pai recebia o “Jornal do Fundão” e fosse isento e imparcial. Portanto, era evidente de seguir com atenção o que alguns amigos
“A Defesa”, de Évora. O primeiro era já uma que seria necessário criar uma alternativa escreviam. Ao longo dos anos tive uma relação
referência cívica, dirigido pelo inabalável ao conservador “A Guarda”. Por essa razão conflituosa com o jornal e o seu diretor, talvez
António Paulouro. O segundo era um jornal colaborei com o novel “Notícias da Guarda”
Tal verificação do porque exijo demasiado dos meus amigos e,
católico ligado ao seminário de onde o meu (Helder Sequeira/ Álvaro Guerreiro) e, mais passado não me até, dos meus ex-amigos (Luís Baptista-Mar-
pai tinha fugido. Por outro lado, numa tasca tarde, na criação do “Terras da Beira” (Virgílio tins foi, realmente, meu amigo em determinado
vizinha havia sempre o “Jornal de Notícias” e Ardérius). No TB participei ativamente (talvez impede de reconhecer tempo). Outras vezes, ficava contente com
o “Comércio do Porto”, que chegavam em for-
ma de rolinho que o revisor deitava abaixo do
até em demasia) na sua afirmação inicial,
publicando artigos de opinião, reportagens,
o grande contributo as vitórias do jornal e com a coragem que,
nalguns casos, mostrava.
comboio. A minha tia comprava religiosamente retratos, entrevistas, crónicas e até rubricas que O INTERIOR Tal verificação do passado não me impede
a “Crónica Feminina” e eu entusiasmava-me a de humor (numa terra com tanto pouco hu- de reconhecer o grande contributo que O INTE-
ler artigos sobre mulheres “perfeitas”, capazes mor!). Aquela intensa colaboração, para além
tem dado para o RIOR tem dado para o debate sobre o desen-
de tratar dos filhos e do marido e ainda do de grande prazer e entusiasmo, trouxe-me debate sobre o volvimento da cidade. Estarei sempre ao seu
cão e do gato. Para além do mais tinha belas dois prémios nacionais ( “Prémio Gazeta de lado quando for ameaçado ou menosprezado.
ilustrações muito estimulantes. Portanto, ba- Jornalismo-Imprensa Regional” e “Prémio Im- desenvolvimento A existência de jornalismo livre é uma condição
sicamente, lia todos os jornais e revistas que
estivessem à mão de semear. E lia tudo, do
prensa Regional”, pelo Clube de Jornalistas do
Porto). O conjunto de crónica/ retratos chegou
da cidade. Estarei sine qua non para construir uma cidade plural,
em que os cidadãos são entendidos como pro-
princípio ao fim (tem graça, começava pelo a ser editado em três livros “Património de sempre ao seu lado tagonistas do presente e do futuro.
fim!). Era (e sou ainda) um leitor compulsivo. afectos”, “Ir as nascedoiro e outras histórias” Parabéns ao jornal O INTERIOR pelo seu
Mais tarde, ajudei a editar jornais no liceu e “O mundo dos outros”. Numa terra onde a
quando for ameaçado passado. E, sobretudo, fica o desejo de que
e fora dele, por exemplo, na Casa da Cultura inveja e o ódio estavam na ordem do dia, a ou menosprezado. continue a prestar um relevante serviço à
da Juventude. Nalguns deles iniciaram-se na minha colaboração com o TB trouxe-me gran- Guarda e região.
escrita várias pessoas que agora se destacam des problemas, que se estenderam a aspetos
no plano nacional (saúdo o meu antigo colega da minha vida profissional. Nada que agora San Bernadino (Paraguai) - 5 de março de
António José Teixeira). Confesso que o jornal me tire o sono. 2020
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A Edibeiras Felicita
O jornal O INTERIOR
pelo seu 20º aniversário
tel.: 271 084 134 • fax.: 271 084 135
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10 Quinta-feira, 28 de maio de 2020
Opinião Opinião
Não há democracia sem imprensa marca o ritmo do tempo até 2016. Nem terra, fronteiras encerradas, “lay-off”, penada, se falar nele. Duas décadas
livre. Em terras pequenas, nas cidades regionalização, nem investimento priva- desemprego, máscaras e quarentena, de atividade deixam-nos a inabalável
médias, um jornal é sempre mais que as do, nem serviços públicos; Austeridade! medo, muito medo. Ninguém escapa sensação de que ficámos todos mais
notícias que publica; a imprensa local Na Guarda, onde a troika coincide ao pesadelo. informados e enriquecidos. O distrito da
é a ata pública da realidade de toda a com a mudança autárquica, ainda Como se isto não bastasse, na Guarda cresceu com este projeto que,
comunidade. houve estado de graça e, na euforia da Guarda ainda quiseram dar uma aju- semana a semana, foi destapando a
Votos de longa vida ao nosso sema- propaganda, eventos e cor nos jardins e da. Ao coronavírus junta-se o vírus indiferença coletiva que marca muitos
nário nos seus 20 anos, fiel a uma linha nas rotundas, deu a ideia de uma certa da irresponsabilidade dos autarcas do povos e regiões.
editorial com marca registada: isenção dinamização económica, que a realida- PSD no município. A troca da Guarda Agitador de consciências, avivador
e independência. de se apressou a desmentir. por Bruxelas já pré-anunciava o pior. de tradições, fazedor da atualidade, fontes de financiamento terão de ser
Sara Quelhas
Num texto que assinei em 2010, Nos últimos anos deste ciclo políti- O que nasceu de uma discórdia alheia escrutinador atento, laboratório plural recriadas, mas ninguém melhor que
que se queria de antevisão da década co estavam criadas as condições para está a desfazer-se aos poucos na sua de ideias e de polémicas, este sema- a sua direção saberá como obtê-las,
na Guarda e distrito, falava de um triân- uma efetiva valorização da região. As própria discórdia. nário conquistou a palmo lideranças de num desafio que não dá descanso, à
gulo estratégico feito de regionalização, eleições legislativas de 2019 deram A Guarda merecia respeito. Este circulação, de notoriedade e de quota semelhança da vida dura de qualquer
serviços públicos e investimento priva- mais peso político à Guarda. A des- é o período mais crítico que a cidade, de mercado. É um património imaterial empresa ou empreendedor.
do no interior. A utopia de um sonhador centralização em curso é o sinal de a região transfronteiriça e o país já de uma vasta área geográfica e sendo Dito isto, e fazendo agora a curta
com ambição para a sua terra. Continuo que a regionalização vem a caminho. viveram; dos responsáveis políticos o resultado do trabalho empenhado de reflexão que me pedem sobre o que
a não ver alternativa. As autarquias com mais meios e mais exige-se mais trabalho e menos tática alguns, a quem é devido um justo re- mudou ou o que poderia ter mudado
Em 2020 não é preciso rebuscar competências têm condições para partidária. conhecimento, deixa em todos nós um nas nossas terras nestas duas déca-
ideias e inventar, basicamente, mais apoiar a economia local. Os próximos anos vão ser duros na consolidado sentimento de pertença. das, só posso dizer que o assunto é
nada; é um programa estrutural que O investimento público, com prio- recuperação dos efeitos terríveis desta Não é preciso ter dotes adivinha- sério e complexo demais para caber
mantém toda a atualidade. ridade para o SNS, dará resposta a crise; o empobrecimento e o desempre- tórios para se intuir que O INTERIOR nestas curtas linhas. Que o distrito
O que falhou então nessa estratégia? projetos antigos, na ferrovia, no parque go vão deixar marcas profundas. não teve (nem terá) vida fácil. Mas tal evoluiu e se modernizou, é uma evi-
Logo no início da década, com TIR de Vilar Formoso, nas instalações Nada será como dantes? Sim, para como no passado superou as dificulda- dência. Mas que o fez mais devagar
um novo Governo centro-direita, toda da PSP e GNR, na segunda fase do o bem e para o mal. Na Guarda só te- des que encontrou, também no futuro que outros mais evoluídos e que outras
e qualquer perspetiva de crescimento Hospital Sousa Martins, a começar pelo mos a ganhar. A nova normalidade vai terá a magia e a força para continuar regiões da Europa com quem devemos
para territórios de baixa densidade caía pavilhão 5. O turismo em euforia, inves- ser o regresso ao futuro. a pontuar. A transição quase total para comparar, é outra evidência. Numa
por terra. A direita neoliberal nunca teve te como nunca, na cidade e na região. o online é uma inevitabilidade e a sua palavra, avançámos, mas estamos
respostas para o interior. Vários serviços públicos estão * Deputado do PS na Assembleia capacitação para responder em tempo mais distantes e menos competitivos.
Em vez de regionalização extinguem- previstos, a Guarda é uma centralidade da República eleito pelo círculo da real aos acontecimentos vai exigir de si Perdemos muita população e o maior
se freguesias, acabam os governos civis, política e rodo-ferroviária. A próxima Guarda e antigo Governador Civil e dos seus colaboradores um esforço desastre dos territórios é mesmo a
fragilizam os distritos e inventam uma Cimeira Ibérica já tem lugar marcado. da Guarda e um investimento ainda maior. As perda de capital humano. Requalifi-
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Guardapeças
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ganchos das meninas, póneis ou preç
cobras, mas «vamos inventando é pra
A Guardapeças Felicita coisas novas todos os dias», subli-
nha. As suas criações também não
rial e
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«No próximo ano vou fazer coisas Mun
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Quinta-feira, 28 de maio de 2020 11
Opinião
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12 Quinta-feira, 28 de maio de 2020
Opinião
20 anos de “O Interior”
e no interior
Vladimiro Vale * social nacional. Importância acentuada num mil empregos na agricultura, a consequente
quadro em que nos últimos 20 anos agravaram- destruição de postos de trabalho noutros secto-
se problemas da região. Envelhecimento, des- res, aumento do desemprego e da emigração e
É inegável o papel importante de órgãos de povoamento, encerramento e descaracterização aumento das dificuldades de mobilidade nestas
comunicação regional, pela proximidade às po- dos serviços públicos, extinção de Juntas de regiões.
pulações e por darem voz a realidades culturais Freguesia, destruição da produção nacional, Nas últimas décadas o quadro de concentra-
e sociais que não têm lugar na comunicação como é exemplo a destruição de mais de 150 ção do sector da comunicação social em poucos
grupos económicos acentuou-se, condicionando
PUB o pluralismo, o acesso à informação e até o
regime democrático, mas também aumentando
as dificuldades da imprensa regional e local. O
recente surto epidémico piorou as dificuldades
já existentes. Isto levou o PCP a apresentar pro-
postas para defender os órgãos de comunicação
social local e regional. Uma das propostas visa
garantir, às entidades proprietárias ou editoras
de publicações de âmbito local ou regional, a
comparticipação a 100% no custo da sua expe-
dição postal para assinantes.
Ciclicamente os sucessivos Governos PS,
PSD e CDS encheram páginas com juras ao
interior, mas sempre evitaram a discussão das
medidas concretas. Enquanto isso prosseguiu
o encerramento de escolas, serviços de saúde,
estações dos CTT, agências bancárias, etc.,
esquecendo que sem serviços públicos não
há incentivos à fixação de pessoas que resul-
tem. Prosseguiram e aprofundaram limitações
ao desenvolvimento com a implementação
das portagens. Adiaram investimentos e não
avançaram com um processo sério de descen-
tralização, inseparável da criação das regiões
administrativas.
Estes 20 anos trazem à evidência que o pro-
blema do Interior tem sido a política de direita!
Pelo que só recuperando as parcelas perdidas
da nossa soberania poderemos libertar os meios
e os recursos para tomar nas nossas mãos os
destinos das nossas vidas e retomar o rumo
de desenvolvimento, com investimento público
e produção nacional, apoiando a agricultura
familiar e os MPME. Só valorizando quem tra-
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balha, valorizando as funções sociais do Estado
e os serviços públicos poderemos combater as
assimetrias sociais e regionais.
O INTERIOR e o
Há 20 anos O INTERIOR fazia manchete com 55 metros». Até hoje nada se concretizou. porto de Aveiro e Vilar Formoso fosse considerada
a notícia de uma nova «escultura invulgar para a
fronteira», de Leonel Moura, que nunca chegou a
ser concretizada. Entre estradas não concluídas
Na mesma edição salientava-se que a Guarda
estava “À espera dos silos”, numa notícia referente à
projeção de parques de estacionamento subterrâneos
aquando da construção do comboio de alta-velocidade
que Portugal nunca viu passar. «Para os empresários
do Norte esta solução seria mais interessante do ponto
desenvolvimento
e obras não erguidas, muitos foram os projetos
pensados para a região que continuam confinados
ao papel de jornal.
que seriam construídos em vários pontos da cidade, no
âmbito do programa Polis. Um dos destaques que ficou
pelo caminho foi um silo-auto sob a Praça Velha, uma obra
de vista da economia, pois são muitas as relações
comerciais que esta região mantém com o norte de
Espanha», escrevia-se neste jornal.
regional
que iria «transformar radicalmente a imagem do núcleo O Hospital Sousa Martins conseguiu, quatro anos
O tema do desinvestimento e da assimetria demo- central da zona histórica». Passados poucos meses o depois da promessa de Sócrates, as merecidas obras.
gráfica portuguesa não é novo. Há duas décadas este valor da história falou mais alto e a ideia não foi avante. Mas passados dez anos a conclusão da sua requalifi-
jornal lançava-se nas bancas com o repto de “Dar Vida O aeroporto regional da Covilhã e o IC6 foram cação continua sem data à vista.
ao Interior” e denunciar os «problemas ancestrais» há outros dois temas que fizeram manchetes durante Em 2003, sob a liderança de Maria do Carmo
muito presentes na região. Com o advento do novo décadas, mas cuja concretização nunca se verificou. Borges, a Guarda planeava «avançar» com um pro-
milénio eram noticiadas mudanças e obras que – Já o troço do IP2, entre a Covilhã e a Guarda, sofreu jeto de instalação de um casino. «Não há casinos nas
aparentemente – iriam contribuir para a mudança da acidentes de percurso e acabou transformado em redondezas, o mais próximo está na Figueira da Foz
conjuntura desfavorável. SCUT A23. A autoestrada que se previa gratuita e nós temos que nos mentalizar que também é com
Na edição número um de O INTERIOR a man- passou a ter pórticos em 2010, e, volvidos dez anos, projetos arrojados como este que se dinamiza uma
chete anunciava uma nova «escultura invulgar para a a população dispõe apenas da ancestral N18 para cidade», afirmava então a autarca. Meses depois era
fronteira», que seria colocada em Vilar Formoso. A obra deslocações sem taxa. notícia nacional o interesse da Covilhã no mesmo tipo
a cargo do arquiteto/artista Leonel Moura seria «uma Ainda em 2000, foi capa o “TGV por Vilar For- de projeto, que chegou a ser pensado para as Penhas
escultura monumental» com dez metros de largura e moso”. Em junho desse ano, empresários nortenhos da Saúde. Apesar do pedido, enviado à Inspeção-Geral
dezoito de altura, «devendo ocupar uma extensão de pressionavam o Governo para que a ligação entre o de Jogos, os dados nunca chegaram a ser lançados.
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Joaquim Brigas*
arte e néctares de Baco. críticas (nenhuma é), mas há nas suas edições
uma consistência editorial, uma vontade de
puxar pelo que está bem e de denunciar o que
Há 27 anos ao serviço do país! está mal, que tornam O INTERIOR uma peça
relevante, e imprescindível, do processo de afir-
mação do interior do país no contexto nacional.
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Há também no projeto de O INTERIOR
um curioso paralelo com a missão do Instituto
Politécnico da Guarda (IPG): ambos estão
animados pelo mesmo propósito de contribuir
para o desenvolvimento da região em que se
inserem, tornando-a mais rica, mais inclusiva,
mais justa e procurando oferecer mais opor-
tunidades para os que cá nascem e para os
que cá vêm viver.
Apesar do distanciamento crítico que sau-
davelmente existe entre ambos, o facto é que
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Tel. +351271413352
www.acpinhel.com
geral@acpinhel.com
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16 Quinta-feira, 28 de maio de 2020
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