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ARTIGOS

A relação entre tabagismo e habilidades sociais: uma revisão


da literatura

Relationship between smoking behavior and social skills: a


literature review

1
Regina de Cássia Rondina

1-Doutora em Psicologia, pela Universidade de São Paulo (USP/RP)

Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho (UNESP, Marília)

Departamento. de Psicologia e Educação

Correspondência: Universidade Estadual Paulista Júlio Mesquita Filho. (UNESP,

Marília) Av. Hygino Muzzi Filho, n737, CEP:17525-900, Departamento de Psicologia.

rcassiar@terra.com.br.

RESUMO

A literatura sugere associação entre consumo e dependência de drogas e o repertório de


habilidades sociais do indivíduo. Contudo, ainda há relativamente poucos trabalhos
enfocando, especificamente, a relação entre tabagismo e habilidades sociais. Além disso,
ainda há escassez de estudos brasileiros sobre o assunto. Este trabalho apresenta uma
revisão da literatura sobre tabagismo e habilidades sociais, destacando os alicerces
teóricos que fundamentam as pesquisas, bem como os principais dados obtidos até o
momento. Um dos temas mais investigados é a relação entre assertividade e tabagismo.
Supõe-se que a falta de assertividade e, em especial, a habilidade de recusa à oferta de
drogas e / ou pressão dos pares para o consumo possa ser fator de risco para iniciação
do tabagismo, principalmente em adolescentes. Contudo, a bibliografia nesse sentido
ainda é controversa. Novos estudos no sentido de elucidar essas associações, poderiam
contribuir com programas de prevenção e intervenção para consumo de tabaco, que
utilizem o treino em habilidades sociais como estratégia.

Palavras-chave: Tabagismo, habilidades sociais, cognitivo- comportamental

REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS, 2010 VOLUME 6 N°2

DOI: 10.5935/1808-5687.20100016
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ABSTRACT

The literature suggests an association between drug use and addiction and the repertoire
of social skills of the individual. However, there are still relatively few studies focusing
specifically on the relationship between smoking and social skills. Moreover, Brazilian
studies on the subject are scarce. This paper presents a review of the literature about
smoking and social skills, emphasizing the theoretical underpinning research, as well as
the main data obtained so far. One of the most investigated issues is the relationship
between assertiveness and smoking. It is assumed that the lack of assertiveness and in
particular the ability to refuse the supply of drugs and / or peer pressure to consumption
can be a risk factor for smoking initiation, especially in adolescents. However, the
literature on this issue is still controversial. It is assumed that further studies to elucidate
these associations could contribute to prevention programs and intervention for tobacco
use, using social skills training as a strategy.

Key words: Smoking behavior, social skills, cognitive behavioral

INTRODUÇÃO

Há evidência de que o repertório de habilidades sociais do indivíduo é

relacionado a aspectos como saúde física e mental, qualidade de vida, sucesso

profissional, realização pessoal, além de aspectos relacionados ao desenvolvimento

humano, em diferentes fases do ciclo de vida (Del Prette & Del Prette, 2001; Caballo,

2005; Furtado, Falcone & Clark, 2003). Assim sendo, o estudo científico das habilidades

sociais vem se tornando foco de interesse crescente entre terapeutas, educadores,

executivos, empresários e público em geral (Del Prette & Del Prette, 2001; Caballo,

2005). O termo “competência social” refere-se ao desempenho manifesto pelo indivíduo

em situações de interação social. O nível de competência social de alguém exprime-se

pelo seu desempenho ou pelo comportamento apresentado, em termos de sua

funcionalidade / coerência com os pensamentos e sentimentos do indivíduo (Del Prette

& Del Prette, 2001). Por outro lado, entende-se por habilidades sociais, “aquelas classes

de comportamento existentes no repertório do indivíduo que compõem um

comportamento socialmente competente” (Del Prette & Del Prette, 2001, p.8).

As dimensões comportamentais mais abrangentes ou básicas que compõem as

habilidades sociais são: fazer elogios, aceitar elogios, fazer pedidos, expressar amor,

agrado e afeto, iniciar e manter conversações, defender os próprios direitos, recusar

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pedidos, expressar opiniões pessoais, inclusive desacordo, expressar incômodo,

desagrado ou enfado justificados, pedir a mudança de conduta do outro, desculpar-se ou

admitir ignorância, enfrentar as críticas (Caballo, 2005). O processo de avaliação /

atribuição de competência social a um determinado desempenho requer uma série de

critérios, como a consecução dos objetivos de uma situação de interação social, a

manutenção ou melhora da relação com o interlocutor, a manutenção ou melhora da

autoestima, o respeito e a defesa dos direitos humanos básicos, além da busca de

equilíbrio nas relações interpessoais (Del Prette & Del Prette, 2001).

Os déficits em habilidades sociais podem estar associados, de alguma forma,

a numerosos problemas emocionais e comportamentais em diferentes etapas do ciclo de

vida, tais como desajustamento e evasão escolar, problemas com autoconceito,

delinqüência juvenil, fraco aproveitamento acadêmico, surgimento e/ou evolução de

transtornos psiquiátricos, crises conjugais e desordens emocionais variadas, iniciação do

consumo e/ou dependência de substâncias psicoativas, dificuldades e conflitos nas

relações interpessoais, pior qualidade de vida e diversos tipos de transtornos

psicológicos como a timidez, o isolamento social, o suicídio, entre outros problemas

(Caballo, 2002; Cia & Barham, 2009; Fonseca & Rondina, 2009; Murta, 2005; Caballo,

2005; Del Prette & Del Prette, 2001; Furtado, Falcone & Clark, 2003).

Déficits de aquisição resultam tanto da ausência de conhecimento sobre como

desempenhar uma dada habilidade social, como da inabilidade de apresentar sequências

de comportamentos sociais; ou ainda, dificuldade em conhecer qual habilidade social é

apropriada em situações específicas. Por outro lado, déficits de desempenho podem ser

definidos como uma falha no desempenho de uma determinada habilidade social,

mesmo quando se sabe como desempenhá-la (Del Prette & Del Prette, 2009).

A bibliografia recente vem enfatizando o estudo da associação entre déficits

em habilidades sociais e o aparecimento e / ou a evolução de quadros psicopatológicos

como esquizofrenia, depressão, transtornos de ansiedade, transtornos emocionais na

infância e adolescência, transtornos de personalidade, transtornos afetivos, transtornos

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invasivos, como autismo, abuso e dependência de substâncias psicoativas, entre outros (

Caballo, 2005; Murta, 2005; Wagner & Oliveira, 2007; Wagner & Oliveira, 2009; Cia &

Barham, 2009; Fonseca & Rondina, 2009; Cunha etal. 2007; Furtado, Falcone & Clark,

2003). Há um número crescente de estudos destinados a investigar, especificamente, a

relação entre déficits em habilidades sociais e transtornos relacionados ao abuso e / ou

dependência de substâncias psicoativas em geral: (...) os déficits em habilidade social

estão não somente associados às principais formas de psicopatologia, mas também com

outros comportamentos disfuncionais, como problemas sexuais, abuso de álcool,

consumo de drogas e mau funcionamento do casal (Caballo, 2005, p. 316).

Diferentes hipóteses são apresentadas sobre a natureza da associação entre

transtornos relacionados a substâncias psicoativas e problemas / dificuldades no âmbito

interpessoal:

No caso especifico de transtornos por uso de substâncias,

os chamados déficits em habilidades sociais podem estar

presentes sobre a forma de baixa competência social e

dificuldades específicas, como enfrentamento de

situações de risco à auto estima e resolução de

problemas. Essas dificuldades levam o jovem a uma

fuga, via uso de substâncias, as quais ocasionam ainda

mais perturbações em seu desempenho social, além de

que a pressão do grupo de pares pelo uso da droga exige

um comportamento assertivo de saber recusar. Dessa

forma, é possível afirmar que problemas em diferentes

áreas do funcionamento diário do indivíduo são

fortemente relacionados ao consumo de álcool e outras

drogas entre os jovens (...) na prática clínica, constata-

se que muitos indivíduos acabam buscando no uso de

substâncias psicoativas uma forma de se tornarem mais

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sociáveis e com melhor capacidade de interação com

seus pares (Wagner & Oliveira, 2007, p.103).

(...) O abuso de álcool nos indivíduos com déficits nesta

área serviria como ferramenta para enfrentar as

interações sociais e diminuir a tensão por elas gerada, já

que faltam aos alcoolistas, principalmente, as habilidades

necessárias para lidar com situações de conflito. É

provável, portanto, que o álcool seja consumido, em

circunstâncias diversas, como maneira de enfrentamento

para situações sociais ansiogênicas (Cunha et al.2007,

p.33).

A maioria dos trabalhos sobre o assunto parte do pressuposto de que é

necessário identificar fatores de risco e de proteção contra a iniciação do consumo de

substâncias e/ou desenvolvimento da dependência, com a finalidade de desenvolver

estratégias de prevenção e intervenção para o problema. Supõe-se que déficits em

habilidades sociais específicas possam se constituir, de alguma forma, em fatores de

risco para o problema. Por outro lado, a aquisição de determinadas habilidades sociais

poderia se traduzir em fator de proteção contra iniciação do consumo e/ou

desenvolvimento de transtornos relacionados ao uso de substâncias psicoativas (De

Pinho & Oliva, 2007; Wagner & Oliveira, 2007; Cunha et al. 2007; Caballo, 2005; Murta,

2005). Especialistas sugerem que o trabalho nesse sentido pode envolver, por exemplo,

a construção de habilidades sociais como enfrentamento, resistência ao oferecimento de

drogas, auto-eficácia, comportamento assertivo, além do estímulo à capacidade de

tomada de decisões, entre outros aspectos (Wagner & Oliveira, 2009; Wagner & Oliveira,

2007; De Pinho & Oliva, 2007; Cunha etal. 2007; Pereira & Moreira, 2000).

Contudo, em comparação a trabalhos sobre consumo de álcool e outras

substâncias, ainda há escassez de estudos específicos sobre a relação entre habilidades

sociais e consumo de tabaco / dependência nicotínica. É possível que a identificação de

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déficits em habilidades específicas, contribua também com o estabelecimento de

programas de prevenção e/ou intervenção para o comportamento de fumar tabaco, que

tenham como componente o treino em habilidades sociais como estratégia (De Pinho &

Oliva, 2007; Santiaga et al. 2004; Rodrigues, 2008).

Um estudo brasileiro recente buscou preliminarmente conhecer a relação entre

habilidades sociais e a condição de ser fumante, não fumante ou ex-fumante. A hipótese

desse estudo foi a de que os ex-fumantes seriam mais habilidosos socialmente. No

trabalho citado, embora a diferença encontrada não tenha sido significativa, as

habilidades sociais se mostraram mais elaboradas entre os ex-fumantes, em

comparação a fumantes (De Pinho & Oliva, 2007).

Assim sendo, este trabalho consiste em uma revisão da literatura sobre o assunto.

A meta central consiste em descrever alicerces teóricos das pesquisas sobre relação

entre habilidades sociais e consumo de tabaco e /ou dependência nicotínica, bem como

os principais resultados obtidos até o momento em estudos sobre a referida associação.

Não será apresentada uma revisão sistemática, e sim uma descrição narrativa sobre os

principais resultados encontrados.

DESENVOLVIMENTO

O consumo de drogas, em geral, parece estar relacionado a repertório diminuído

de habilidades sociais - seria como um meio para enfrentar pressões externas, tendo

portanto, uma natureza instrumental (Caballo, 2005; Rodrigues, 2008). A falta de

destreza em situações sociais variadas pode ser fator predisponente para o

comportamento de fumar tabaco. O indivíduo pode fumar, por exemplo, na tentativa de

manejar sentimentos de impotência ou falta de habilidades em ocasiões de interação

interpessoal. Supõe-se que o tabagismo seja utilizado como recurso de enfrentamento

(De Pinho e Oliva, 2007; Shiffman et. al.1993; Rodrigues, 2008).

Estudos de revisão sobre tabagismo e habilidades sociais revelam que a literatura

contém, principalmente, trabalhos envolvendo temas como fatores de risco para iniciação

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do consumo, a relação entre habilidades sociais diversas e tabagismo, assertividade em

recusar o cigarro e o tratamento envolvendo o treinamento de habilidades sociais

(Rodrigues, 2008).

Um dos principais temas investigados por pesquisadores é a relação entre

tabagismo e assertividade. A assertividade é considerada uma das dimensões centrais

das habilidades sociais (Almanza & Pillon, 2004; Furtado, Falcone & Clark, 2003).

Entende-se por assertividade, a capacidade de expressar o que se pensa, crê e sente, de

maneira direta e clara e em momento oportuno. Essa dimensão contempla a conduta

interpessoal, que implica a expressão direta dos próprios sentimentos e a defesa dos

próprios pontos de vista, sem negar os dos outros. A assertividade é definida, portanto,

como a capacidade de colocar limites de mante-los; trata-se de um estilo de

comportamento que permite atuar pensando no próprio bem estar, exercendo seus

próprios direitos e respeitando os direitos dos outros (Almanza & Pillon, 2004; Rodrigues,

2008; Caballo, 2005).

O pressuposto é o de que a falta dessa habilidade, especialmente em

adolescentes, dificultaria o comportamento de recusa às drogas em geral, tornando-se

um fator de risco para a iniciação do tabagismo e / ou alcoolismo (Almanza & Pillon,

2004; Rodrigues, 2008; Suelves and Sánchez-Turet, 2001).

O desejo de ser aceito pelo grupo de pares é fundamental, principalmente durante

a adolescência. A maioria dos estudos publicados até o momento foi efetuada com

adolescentes. Tem-se a hipótese que adolescentes com alta assertividade tenham maior

eficácia em recusar a oferta de drogas, dentre elas o tabaco. Parte-se da premissa de

que programas de natureza preventiva, que incluem o THS, poderiam atuar no sentido

de preparar os adolescentes para que consigam identificar em que momento estão sendo

pressionados pelo grupo, bem como desenvolver atitudes de recusa às drogas em

geral. (Almanza & Pillon, 2004; Rodrigues, 2008).

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Contudo, os resultados das pesquisas ainda sugerem controvérsias nesse sentido.

Em alguns estudos, adolescentes com baixa assertividade apresentaram maior

probabilidade de serem tabagistas (Nichols, et al. 2006; Epstein, et al. 2000). Por outro

lado, o trabalho de Carvajal (2000) revelou que adolescentes com alta assertividade

apresentaram maior probabilidade de serem fumantes. No trabalho de Suelves, Sanches

and Turet (2001), não foi encontrada associação entre tabagismo e esse fator. Por outro

lado, no estudo citado, os autores ressaltam que foi encontrada associação positiva entre

o fator “agressividade” e tabagismo (Suelves and Sanches-Turet 2001).

Especialistas ressaltam ainda a importância de investigar as associações entre

tabagismo e uma gama de aspectos específicos, como grau de auto-estima, auto-

eficácia percebida e habilidades de enfrentamento. Supõe-se que essas características

poderiam atuar como fatores de proteção contra o consumo de drogas em geral

(Rodrigues et al. 2008; Almanza & Pillon, 2004; Pereira & Moreira, 2000; Donato, 2009;

Mundim & Bueno, 2006; Maldonado et al. 2008). Parte-se também da premissa de que

programas de intervenção para o uso de drogas em geral, poderiam se beneficiar da

utilização de técnicas de promoção dessas habilidades (Pereira & Moreira, 2000).

A noção mais aceita no cenário científico contemporâneo é a de que a iniciação do

tabagismo e / ou a dependência nicotínica seja influenciada por um conjunto integrado

de variáveis de natureza diversa, como fatores genéticos, neurobiológicos, psicossociais e

culturais. Além disso, já existe forte evidência de associação entre tabagismo /

dependência nicotínica e determinadas características psicológicas, além de transtornos

psiquiátricos como depressão maior, esquizofrenia e alguns quadros de ansiedade

(Rondina, 2004, 2005, 2007).

Atualmente, se considera que os transtornos psicológicos só podem ser

entendidos em uma dimensão multidimensional e integrada, ou biopsicossociocultural

(Barlow e Durand, 2008). Um dos principais fatores que contribuem para o aparecimento

e /ou evolução dos transtornos psicológicos, e dentre eles os transtornos relacionados ao

uso de substâncias psicoativas, é o estresse (Holmes, 2001; Barlow & Durand , 2008). É

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interessante notar que já existem evidências de associação entre estresse e habilidades

sociais (Furtado, Falcone & Clark, 2003; Lipp, 1996). Um estudo brasileiro sobre o

assunto revelou associação, embora os resultados denotem diferença entre os sexos e

ainda não seja comprovada uma relação causal entre os dois aspectos (Furtado, Falcone

& Clark, 2003).

Assim sendo, é possível supor que os déficits em habilidades sociais sejam um dos

fatores relacionados ao aparecimento de estresse e que concomitantemente, tais déficits

predisponham o individuo ao consumo de drogas. Contudo, a literatura sugere a

necessidade de mais estudos, no sentido de confirmar essas associações, bem como

elucidar sua natureza. Considerando a estreita associação entre déficits em habilidades

sociais e quadros psicopatológicos, anteriormente mencionada, é possível afirmar que o

assunto é intrincado e complexo. É de se supor que fatores como características de

personalidade, repertório de habilidades sociais, presença de eventos estressores,

quadros psicopatológicos diversos, consumo e dependência nicotínica estejam fortemente

entrelaçados de alguma forma. Torna-se necessário desenvolver novos estudos sobre o

assunto, no sentido de subsidiar a elaboração e aperfeiçoamento de estratégias de

prevenção e / ou tratamento para tabagismo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Programas de treinamento em habilidades sociais são utilizados para diminuir

fatores de risco à saúde, incrementar fatores de proteção ao desenvolvimento humano,

tratar problemas já existentes e reduzir as conseqüências de déficits graves em

habilidades sociais em portadores de condições crônicas, em diferentes contextos

(Cunha, et al. 2007; Murta, 2005). Os programas de treinamento efetuados até o

presente momento, se pautam em referenciais teóricos diversificados, como as teorias de

natureza humanista, sistêmica, cognitiva e comportamental (Murta, 2005; Del Prette &

Del Prette, 2009). Contudo, o maior aporte teórico disponível até o presente momento

refere-se, principalmente, a teorias e técnicas em abordagem cognitivo-comportamental

(Murta, 2005); sendo que o treinamento em habilidades sociais é um dos componentes

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da maioria dos programas de tratamento da dependência nicotínica, em abordagem

cognitivo-comportamental (Almanza & Pillon, 2004; Mundin & Bueno, 2006; Donato,

2009).

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Nota sobre a autora:

Docente do Departamento de Psicologia e Educação da Universidade Estadual Paulista Julio


Mesquita Filho (UNESP, Marília).

Psicóloga Clínica, Doutora em Psicologia pela USP/RP

Coordenadora do programa de extensão em assistência psicológica ao acadêmico da


Universidade Estadual Paulista Julio Mesquita Filho (UNESP, Marília).

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