Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
D
E
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada S
E
um deles, você encontrará atividades que o levarão a exercitar os N
H
conhecimentos adquiridos. O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
TÓPICO 1 – Acerca do Desenho
E
TÓPICO 2 – Técnicas básicas de Esboços D
E
TÓPICO 3 – a PERSPECTIVA
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2
TÓPICO 1
Acerca do Desenho
1 INTRODUÇÃO
E
Donner afirma em entrevista à revista Design Gráfico (1998, p. 20): “Não quero ser a
pessoa que lê manuais e fica ligado aos botões. Sou o criador, o designer gráfico. O homem D
E
do lápis e do papel”.
A
P
R
Outra expressiva personalidade no cenário nacional e internacional, que utiliza o E
S
desenho manual em seu trabalho, é o arquiteto Oscar Niemeyer (1907-). Considerado o mais E
N
importante arquiteto brasileiro deste último século, em função da quantidade e qualidade de T
obras construídas. Ele aventura-se nos rabiscos gráficos para desenvolver suas criações de A
Ç
Ã
O
72 TÓPICO 1 UNIDADE 2
linhas puras, simples e elegantes. Sua primeira concepção da ideia é captada e registrada em
traços elaborados manualmente.
Podemos perceber que na vida prática de vários profissionais como: artistas plásticos,
engenheiros, arquitetos, estilistas, enfim, designers de todas as áreas; resolvem muitos
problemas com a utilização do desenho à mão livre como ferramenta para registro de esboços,
ideias e criações.
UNI
Vamos entrar na área de desenho, efetivamente. Nesta
unidade, além de conceituar, pretende-se mostrar os materiais
D
E expressivos e noções preliminares na representação gráfica.
S Mãos à obra!
E
N
H
O
A
R
T
Í 2 Conceito de Desenho
S
T
I
C Desenho é uma forma de linguagem expressiva já utilizada pelos homens das cavernas
O
nos primórdios dos tempos. Pode-se dizer que é a interpretação e a comunicação de impressões
E
da realidade, sejam elas visuais, emocionais, psicológicas ou intelectuais.
D
E
Geralmente, os nossos pensamentos diários são lógicos e racionais. Mas para o
A
P desenho, esta aplicabilidade racional pode nos conduzir a erros de interpretação na transposição
R
E do real para o gráfico. Pode haver distorções na representação gráfica, pois, muitas vezes,
S
E para retratar a realidade utilizamos de artifícios como luz e sombra, perspectivas e outros meios
N
T
para espelhar esta verdade.
A
Ç
à A prática do desenho é, por excelência, a prática do pensamento analógico,
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 73
O desenho é um dos instrumentos usados pelo ser humano para expressar seu
pensamento de modo gráfico. Segundo Martin (1987, p. 12), ele “é a projeção normativa de
toda a configuração do Universo, no que é dado ao homem relacionar-se com o sentido de
toda e qualquer forma que o exprima por meio de linhas”. Então, a representação gráfica é a
arte de reproduzir os objetos por meio de linhas, sombras, manchas e ou tintas.
Podemos então concluir que, para o designer, desenhar é um meio para exteriorizar
pensamentos, expor conceitos e comunicar informações aos responsáveis pela fabricação
(desenvolvimento) de um determinado produto como, também, é um recurso para documentar
e registrar suas próprias ideias e criações. Além de propiciar um aumento de seu repertório
visual e criativo.
D
3 Importância do Desenho E
S
E
N
Muitos educadores expõem, em suas pesquisas, que o estudo do desenho é uma H
prática que foi se perdendo no ensino de nível médio e superior, no decorrer dos anos. Hoje, O
Sendo o desenho uma ferramenta educacional que abarca, não só a expressão artística
em si, mas tudo que seu ensino pode desenvolver no aprendiz como: enriquecimento emocional,
intelectual, criativo e espiritual; ela é de suma importância para o desenvolvimento do aluno.
Por isso, a relevância de salientar as múltiplas possibilidades proporcionadas pelo ensino do
desenho não só no meio acadêmico.
Hallawell (2006) enfatiza que no ato desenhar, para se ter um bom resultado, necessitamos
pensar concretamente e não abstratamente ou simbolicamente, como de hábito.
S
T
I E!
T
C RTAN
IMPO
O
4 Materiais Expressivos
Existem várias técnicas utilizadas para o desenho e para cada uma delas há um material
específico. O material escolhido depende do que se pretende realizar, se meros estudos ou
algo mais profissional e elaborado. Lembrando que é importante identificar a técnica que se
vai desenvolver para a escolha do material adequado.
• Lápis de grafite macio para desenho B, 2B, 4B e 6B (conforme figura 54, item 1 e 2,
preferencialmente), lápis de grafite puro (item 3), porta-minas para minas macias (ítem 4),
pau de grafite (ítem 5).
• Borracha (conforme Figura 55) - existem diferentes tipos: maleáveis (item 8), compacta de D
E
plástico e goma (item10), mas utilizaremos, preferencialmente, aquelas incorporadas num S
E
porta-minas (item 9). N
H
O
• Apontador e estilete (Figura 56).
A
R
T
• Tesoura e régua (Figuras 56 e 57). Í
S
T
I
• Afiador de grafite ou apara-lápis (Fig. 58). C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
76 TÓPICO 1 UNIDADE 2
FIGURA 54 – LÁPIS
FIGURA 55 – BORRACHA
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S Fonte: Parramón (1997, p. 31)
T
I
C
O
E
TE!
D RTAN
E IMPO
A
Na Figura 55, o item 11 apresenta as 19 graduações dos lápis
P
R de qualidades superiores, com a série de lápis macios (B) e
E duros (H).
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 77
FIGURA 56 – ACESSÓRIOS
FIGURA 57 - RÉGUAS
D
FIGURA 58 – APARA LÁPIS E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
A
Os lápis podem afiar-se com apara-lápis (Figura 58), estilete (Figura 56, item 3) ou P
R
apontador (Figura 56, item 1). As pontas podem ser feitas mais finas (Figura 59, item 1 e letra E
S
A) ou mais grossas (item 1 e letra B), dependendo do que se pretende desenhar. E
N
T
A
Ç
Ã
O
78 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Com o lápis dentro da mão, conforme imagem 5, pode-se incliná-lo mais, desenhando
com a ponta em forma de cunha e alargando o traço. Segurando um pedaço de barra de grafite
D
E na horizontal, imagem 6, pode-se desenhar grisés e degradês, amplos e regulares.
S
E
N
H
O
A
R 5 Rudimentos do Desenho
T
Í
S
T
Pode-se dizer que o desenho é a arte de criar e representar formas em superfícies,
I por meio de pontos, linhas e manchas e tendo como suporte vários materiais como o papel e
C
O o grafite.
E
D O desenho é resultado da criação direta do artista, ele não transita nenhum meio de
E
manipulação mecânica como a litogravura e a litografia. Também não pode ser considerada
A
P
uma pintura, pois ela tem como característica o emprego de tinta sem a definição da figura.
R Sendo que o contorno das formas é uma particularidade marcante da representação gráfica,
E
S do desenho.
E
N
T
A A elaboração de um desenho se torna mais fácil quando se conhecem os rudimentos
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 79
IMPO
RTAN
TE!
A qualidade da linha do desenho é um elemento importante
da obra final. As linhas podem ser grossas ou finas, retas
ou onduladas, com uma diversidade ilimitada. [...] O peso
e a grossura, sua fluidez e seu caráter experimental, sua
continuidade ou descontinuidade, tais artifícios podem criar
ilusões visuais eficazes no desenho. (PARRAMÓN, 2007, p.
75).
E
1 Trace uma linha horizontal, de uns vinte centímetros de longitude e, a olho nu, divida-a D
E
em duas, mediante um traço no seu centro.
A
P
R
FIGURA 60 – LINHA HORIZONTAL (20CM) E
S
E
N
T
A
FONTE: O autor Ç
Ã
O
80 TÓPICO 1 UNIDADE 2
2 Trace uma linha horizontal de uns dez centímetros e, ao seu lado (não embaixo), trace
a olho, outra linha de igual comprimento.
FONTE: O autor
FONTE: O autor
UNI
Primeiro realize cada exercício demonstrado anteriormente e,
depois, comprove se errou por uma grande diferença ou por
pouca, no seu cálculo mental. Há vários tipos de exercícios para
treinar o olhar, ouse e crie outros. Lembre-se que só o treino
o ajudará a desenvolver a prática do desenho.
D
E
S
E
N
H 5.2 FIRMEZA NO TRAÇADO
O
A
R Um dos obstáculos de um aprendiz ao começar um desenho talvez seja a dificuldade
T
Í de realizar um traçado seguro e contínuo. O iniciante geralmente tem o hábito de desenvolver
S
T em seus esboços traços curtos, sucessivos e felpudos como demonstra a figura a seguir na
I
C
imagem 1. Isto acontece porque ele levanta o lápis sucessivas vezes deixando uma linha
O descontínua e imprecisa. O correto é desenvolver traços precisos, firmes e contínuos sem
E sobressaltos como ilustra a imagem 2.
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 81
FIGURA 63 – TRAÇADOS
FONTE: O autor
FIGURA 64 – QUADRADOS
D
E
S
E
N
H
O
FONTE: O autor A
R
T
Í
S
T
I
UNI C
O
FONTE: O autor
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D FONTE: O autor
E
A
P Neste próximo exercício ilustrado na figura a seguir, imagem 1, representamos uma
R
E tela riscando linhas horizontais e verticais. Iniciamos o trabalho desenhando primeiramente a
S
E
série de linhas horizontais posteriormente cruzamos traçando as linhas verticais. O afastamento
N entre as linhas (horizontais e verticais) precisam ser o mais regular possível. O detalhe é não
T
A movimentar a folha mantendo-a em posição retrato (vertical). Este mesmo exercício pode ser
Ç
à desenvolvido a partir do desenvolvimento de linhas inclinadas conforme imagem 2.
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 83
FONTE: O autor
5.3 HACHURAS
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
FONTE: Parramón (2007, p. 70-71) R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
84 TÓPICO 1 UNIDADE 2
FIGURA 69 – HACHURAS
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
E
FONTE: Mozart (2005, p. 49)
D
E
A
P
Leonardo Da Vinci (1452-1519), artista renascentista, utilizava de esboços preliminares
R para realizar suas obras. E muitos destes estudos ele se valia da técnica da hachura para
E
S desenvolver o claro-escuro. Na figura a seguir, imagem 1, percebemos um esboço feito pelo
E
N artista para a representação do rosto do anjo para a primeira versão da obra “A Virgem dos
T
A Rochedos”, imagem 2.
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 85
A
R
T
Í
FONTE: O autor S
T
I
C
O
UNI E
D
E
Lembrando que a luz incide do lado esquerdo e acima do círculo
conforme exemplificado na figura anterior, a incidência de linhas A
vão se acumular do lado oposto. Este mesmo exercício pode ser P
desenvolvido tendo como base outras formas geométricas. R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
86 TÓPICO 1 UNIDADE 2
Sendo a base do desenho, as linhas nos auxiliam na sua construção. Elas estão
presentes em todas as representações gráficas e podem ser horizontais, inclinadas, oblíquas,
paralelas, sinuosas, verticais, perpendiculares e pontilhadas. Analise a figura a seguir.
FONTE: O autor
D
Waldemar Cordeiro um dos precursores do concretismo no Brasil se valeu de linhas
E retas e cores para desenvolver sua obra conforme figura a seguir. Outros artistas também se
S
E utilizam de linhas para desenvolver seus trabalhos.
N
H
O
A
FIGURA 74 – WALDEMAR CORDEIRO. IDEIA INVISÍVEL, 1955. TINTA
R E MASSA SOBRE AGLOMERADO, 60X61CM.
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T FONTE: Garcez; Oliveira (2006, p. 136)
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 87
S!
DICA
Atividades Complementares
Para se desenvolver a destreza de um bom traço é importante
treinar a representação das linhas em vários sentidos, como as
demonstradas na figura a seguir. A partir deste exemplo, faça
treinamentos representando graficamente várias linhas como:
horizontal, inclinada, oblíqua, paralela, vertical, perpendicular,
pontilhada e sinuosa. Crie outros exercícios e não use borracha,
pois o objetivo desta dinâmica é soltar o traço. Utilize lápis 6B
e folha sulfite em formato A4.
FONTE: O autor
D
E
S
E
N
H
5.5 Formas Geométricas O
A
R
O estudo do desenho geométrico é a base imprescindível para estudar os demais tipos T
Í
de desenho como: técnico, moda, observação etc. Qualquer objeto pode ser convertido em S
T
uma forma geométrica a partir de esboços de linhas iniciais. I
C
O
Ao compor um desenho, preliminarmente, pode-se representá-lo utilizando figuras E
geométricas. Estas figuras funcionam como esboços iniciais, que auxiliam na projeção de sua
D
concepção final. Atualmente, o estudo da geometria aplicado ao desenho é indispensável para E
rotineiro com o tempo, à medida que treinamos o olhar, facilitando assim ao desenhista
desenvolver seus esboços com mais facilidade e rapidez.
FIGURA 76 – POLÍGONOS
FONTE: O autor
IMPO
RTAN
TE!
Lembrando que polígono é uma figura geométrica plana
formada por três ou mais segmentos de reta (fechadas) que
se intersectam dois a dois. Por exemplo, o hexágono é um
polígono de seis lados. A palavra “polígono” advém do grego,
D poly é muitos e gon significa ângulos.
E
S
E
N
H
O
É importante guardar de memória, não só os nomes das figuras, mas, principalmente,
os diferentes aspectos com que se apresentam graficamente. As formas das diversas gravuras,
A
R apresentadas na figura a seguir, são chamadas de sólidos e são de grande importância para
T
Í o desenho, pois são elas que servem de base para se desenvolver volumes.
S
T
I
C FIGURA 77 – SÓLIDOS
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
à FONTE: O autor
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 89
IMPO
RTAN
TE!
Um sólido geométrico é uma região do espaço limitada por
uma superfície fechada. Há dois tipos de sólidos geométricos:
os poliedros (Ex.: tetraedro, cubo, octaedro, dodecaedro,
icosaedro) e os não poliedros (Ex.: esfera, cone e elipse).
S!
DICA
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
Na figura a seguir podemos reconhecer, nos diversos temas, várias formas geométricas
A
puras: na cabeça da mulher, por exemplo, é possível reconhecer uma esfera, na janela um P
R
quadrado, na superfície da composição do abajur e do vaso pode-se perceber um trapézio. A E
S
cúpula do abajur foi construída a partir da representação de um cone. E
N
T
A
Ç
Ã
O
90 TÓPICO 1 UNIDADE 2
A obra mostrada na figura que segue, de Alfredo Volpi (1896-1988), sinaliza uma forma
geométrica abstracionista. Este, a partir de elementos muito simples da realidade, compunha
imagens coloridas bastante agradáveis visualmente.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
FONTE: Proença (2006, p. 209)
I
C
O
UNI
E
D
E
Você pode se valer das formas simples e geométricas das
A obras de Afredo Volpi para treinar o traço. Selecione uma
P de suas pinturas e reproduza-a utilizando apenas o grafite
R e representando apenas as formas, sem desenvolver a
E
pintura.
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 91
S!
DICA
Atividades Complementares
Seguindo a linha de pensamento que para se desenvolver a
destreza de um bom traço é importante treinar, vamos nos
exercitar representando graficamente várias formas geométricas
apresentadas na figura 76, como: triângulo, quadrado, retângulo,
paralelogramo, losango, trapézio, pentágono, hexágono entre
outras. Tente desenvolver traços contínuos, decididos, rápidos.
Crie outros exercícios e não use borracha, pois o objetivo desta
dinâmica é soltar o traço. Utilize lápis 6B e folha sulfite em
formato A4.
LEITURA COMPLEMENTAR
É sabido que a Geometria, considerada por alguns como sendo a Matemática do Espaço,
está profundamente ligada à vida do homem, ajudando-o a resolver os diversos problemas que
poderá enfrentar no seu quotidiano, e talvez com isto se explique o surgimento da Geometria
desde os tempos mais remotos da vida do homem.
A Geometria está presente no mundo que nos rodeia, apesar de por vezes, não nos
apercebemos da sua existência. Através de formas, desenhos e propriedades geométricas, a
Geometria está cada vez mais acessível e presente no nosso dia a dia. Das civilizações mais D
E
antigas, podemos enunciar exemplos da arte chinesa, egípcia, céltica e portuguesa, e desta S
E
última destacamos os vitrais. N
H
O
Na natureza podemos encontrar as mais diversas formas geométricas: desde, por
A
exemplo, os anéis de Saturno aos cristais de quartzo, ou mesmo nos favos de mel de uma R
T
colmeia, e ainda numa simples teia de aranha ou numa concha do Nautilus. Í
S
T
I
C
FIGURA 81 – CONJUNTO DE IMAGENS
O
D
E
A
P
R
FONTE: O autor E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
92 TÓPICO 1 UNIDADE 2
A Geometria trata de formas, das suas propriedades e das suas relações. Olhando
à nossa volta, rapidamente tomamos consciência de que na Natureza são produzidas e
reproduzidas determinadas formas e que, além disso, a Natureza prefere certas formas em
relação a outras também possíveis. Por exemplo:
O azeite que deitamos no caldo verde forma, na superfície da sopa, círculos, e não
quadrados ou outra forma geométrica.
O vento produz, na superfície dos oceanos, ondas com uma determinada forma, em
vez de ondas quadradas.
FONTE: Adaptado de: Introdução aos Sólidos Geométricos. Disponível em: <http://www.educ.fc.ul.pt/
icm/icm99/icm21/frame.htm>. Acesso em: 8 fev. 2007.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 1 93
RESUMO DO TÓPICO 1
• Desenho é uma forma de linguagem expressiva já utilizada nos primórdios dos tempos.
Pode-se dizer que é a interpretação e a comunicação de impressões da realidade, sejam
elas visuais, emocionais, psicológicas ou intelectuais.
• Pode-se dizer que o desenho é a arte de criar e representar formas, geralmente em superfície
de papel, por meio de pontos, linhas e manchas e tendo como suporte vários materiais como,
por exemplo, o papel e o grafite.
• É importante treinar o olhar para se aprimorar a habilidade da observação, para isso, existem
vários exercícios que servem de facilitador para o seu desenvolvimento.
D
E
• O entendimento das linhas e formas geométricas básicas são importantes para o profissional S
E
pois, a conjugação delas são a base do desenho preliminar, o esboço. N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
94 TÓPICO 1 UNIDADE 2
IDADE
ATIV
AUTO
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2
TÓPICO 2
TÉCNICAS BÁSICAS
DE ESBOÇOS
1 INTRODUÇÃO
A representação gráfica é um dos instrumentos que uma pessoa usa para exteriorizar
pensamentos, expor conceitos e comunicar ideias.
Conforme menciona Gomes (1996, p. 13), “o desenho é uma das formas de expressão
humana que melhor permite a representação das coisas concretas e abstratas que compõem
o mundo natural ou artificial em que vivemos.”
UNI D
E
É importante lembrar que não se deve preocupar-se com o
desenho acabado, mas com o processo de aprendizado e o seu A
P
descobrimento. O aluno deve se preocupar com o entendimento R
e o domínio dos elementos que formam uma obra visual, e aí o E
produto será uma consequência natural desse domínio. Quando S
desenhamos, precisamos pensar concretamente e não, como de E
N
costume, simbolicamente ou abstratamente. T
A
Ç
Ã
O
96 TÓPICO 2 UNIDADE 2
São muitos os códigos que o homem utiliza para se comunicar, tanto verbais (oral e/ou
escrito) como não verbais para exprimir seus sentimentos, suas opiniões, seus conhecimentos,
seus desejos. São esses códigos, denominados conjuntos organizados de sinais utilizados na
comunicação, que formam a linguagem.
Existem dois tipos de linguagem: a) Verbal - código que utiliza a linguagem falada ou
escrita (crônica, rádio etc.); b) Não Verbal - qualquer código que não utilize a palavra (dança,
gestos etc.).
A linguagem não verbal representa grande parte de nossa comunicação e pode ser
expressa mediante gestos espontâneos, olhar, expressão facial, expressão corporal, música,
sinais etc.
A
R
T 3 COMPOSIÇÃO
Í
S
T
I A composição é a primeira etapa desenvolvida em qualquer trabalho visual. O
C
O diagramador aplica a composição; também o fotógrafo, quando enquadra o assunto da
E fotografia, o decorador na elaboração das disposições dos móveis e o desenhista ao organizar
D os elementos do desenho.
E
A
P
A composição é um dos primeiros fundamentos a ser abordado no aprendizado do
R desenho. Antes de se iniciar o desenho, antes mesmo de medir as proporções, verificar as
E
S formas do objeto (a ser desenhado), organiza-se seus elementos, ou seja, as linhas, os pontos,
E
N as manchas, as cores e os espaços vazios, de maneira equilibrada no espaço disponível. É
T
A importante verificar qual a composição ideal dos elementos dispostos.
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 97
D
E
S
E
FONTE: Hallawell (1994, p. 14) N
H
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
FONTE: Hallawell (1994, p. 14) T
A
Ç
Ã
O
98 TÓPICO 2 UNIDADE 2
D
E
S
E
N
H
O
A
R
FONTE: Hallawell (1994, p. 14)
T
Í
S
T FIGURA 86 – IMAGEM EQUILIBRADA
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
à FONTE: Hallawell (1994, p. 14)
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 99
A proporção das folhas de papel que utilizamos, incluindo as usadas no desenho, segue
um padrão próximo à proporção áurea, termo que reporta a estudos da proporção perfeita,
realizados por Euclides de Alexandria (365 a.C. - 300 a.C.), na Grécia antiga. Ele elaborou
a teoria da proporção áurea (Número de Ouro ou Número Áureo), que é uma constante real
algébrica irracional que resulta em harmonizar as proporções do desenho.
No exemplo demonstrado por Hallawell (2006, p. 16), dois números (X e Y, por exemplo)
estão em proporção áurea se a razão entre o menor deles sobre o maior for igual ao maior
sobre a soma dos dois (ou seja, X/Y = Y/X+Y).
Ainda, segundo Hallawell (2006, p. 16), analisando a linha ABC e o retângulo ACDF,
das figuras a seguir, constata-se que ambos têm proporções áureas porque a proporção de
AB para BC é igual à proporção de BC para AC, e de DC para AC. Esta proporção estabelece
um coeficiente áureo que se aproximam de 1:1.61.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
FONTE: Hallawell (1994, p. 16) T
I
C
O
FIGURA 88 – PROPORÇÃO ÁUREA
E
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
FONTE: Hallawell (1994, p. 16) Ã
O
100 TÓPICO 2 UNIDADE 2
PESADO
FONTE: Hallawell (1994, p. 16)
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I FONTE: Hallawell (1994, p. 16)
C
O
E
Quase que em sua totalidade, na elaboração de uma composição, ela é organizada
D
E em torno do ponto focal. Observando o exemplo da figura seguinte, demonstrado por Hallawell
A
(2006, p. 16) em seu livro, e analisando os ítens 1, 2 e 3 que apresentam as diversas formas
P de se compor uma imagem, podemos avaliar que: o desenho é assentado colocando-se a base
R
E dos objetos principais dentro da parte pesada. Se o desenho for colocado dentro da parte leve,
S
E uma sensação de flutuação será criada (figura a seguir, item 4).
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 101
Ainda citando o exemplo de Halawell (2006, p. 16), existem quatro “pontos áureos” (P)
importantes a serem mencionados para a realização de uma composição. Eles se posicionam
onde as linhas áureas se cruzam, portanto são quatro em cada retângulo, conforme se observa
na figura anterior, item 5.
Segundo Hallawell (2006, p. 16), “a composição dos elementos pode ser organizada em
volta deles, desde que os pesos laterais sejam equilibrados. Portanto, são pontos de equilíbrio
D
relativo.” E
S
E
N
H
UNI O
E
3.2 TIPOS DE COMPOSIÇÕES
D
E
A
P
A composição é um passo prévio ao desenho e é de fundamental importância e que, R
E
se bem empregada, dá equilíbrio e qualidade à obra. S
E
N
T
Existem muitos tipos de composições que fazem um mesmo grupo de objetos produzirem
A
efeitos visuais distintos. Analisaremos três desses tipos de composições: a diagonal, a central Ç
Ã
e a triangular. O
102 TÓPICO 2 UNIDADE 2
D
E
A
P
R
E
S FONTE: Parramón (1997, p. 28)
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 103
D
FONTE: Parramón (1997, p. 28)
E
S
E
N
FIGURA 95 – ESBOÇO 1 H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
FONTE: Parramón (1997, p. 28) E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
104 TÓPICO 2 UNIDADE 2
FIGURA 96 – ESBOÇO 2
FIGURA 97 – ESBOÇO 3
D
E
S
E
N FONTE: Parramón (1997, p. 29)
H
O
A
R
T
Í UNI
S
T
Vimos três tipos de composições, porém existem vários outros
I
C modelos. O importante é saber que, antes de se iniciar o desenho,
O devem-se analisar os elementos que integram uma imagem e
realizar uma disposição (entre eles) que deixe o motivo de forma
E
harmônica e equilibrada.
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 105
S!
DICA
Atividades Complementares.
Desenhe três figuras geométricas de tamanhos e formatos
distintos como, por exemplo: círculo, quadrado e triângulo.
Para isto não se preocupe com a perspectiva, volume e cor.
Represente-as de maneira plana, utilizando apenas lápis grafite
(6B). Recorte-as e arranje-as sobre uma folha em formato
A4.
Utilizando as informações adquiridas nos textos de composição,
escolha o posicionamento do papel (paisagem ou retrato) e
depois tente criar diferentes tipos de composições. Agrupe-as
de vários modos e lugares diferentes da folha e preocupe-se,
somente, com o equilíbrio da composição. Você pode também
sinalizar as diversas possibilidades, fazendo um contorno em
volta das figuras. Desenvolva, no mínimo, 5 possibilidades de
composição e depois as analise comparando qual delas é mais
harmônica.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
106 TÓPICO 2 UNIDADE 2
4 DESENHO DE OBSERVAÇÃO
Depois de pronta a primeira parte, “o esboço”, partimos para outras etapas que são as
pormenorizações do trabalho e então o tratamento de luz e sombra, texturas etc.
D
E
S
E A figura a seguir, destacada no livro de Parramón (1997, p. 50-53), mostra este passo a
N passo: a foto (item 1), o esboço em bloco (item 2), as pormenorizações (itens 3, 4 e 5), detalhes
H
O de sombras e texturas (itens: 6 e 7), e o resultado final (item 8).
A
R
T FIGURA 98 – DESENVOLVENDO UM DESENHO DE OBSERVAÇÃO
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
à FONTE: Parramón (1997, p. 50-53)
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 107
UNI
Deve-se ressaltar que, antes de começar a desenvolver um
desenho, é importante analisar bem o objeto escolhido e, ao
iniciar seu esboço, achar sua melhor composição e, assim,
centralizá-lo no papel. Num primeiro momento, atenha-se
apenas à forma geral, sem levar em conta os detalhes que serão
examinados posteriormente.
Saber trasladar para o papel a relação de proporção que mantém um modelo, objeto
ou paisagem, real (que não é de foto), é fundamental para que o desenho resultante tenha
coerência e verossimilhança, de uma maneira mais natural possível.
Uma das formas de colocar no desenho as mesmas proporções da imagem (real) que
está sendo retratada, consiste em medi-la com lápis e trasladar (estas medidas) para o papel.
Deste modo é difícil que se cometam grandes erros. É aconselhável voltar a comparar as D
E
medidas, tomadas ao longo do processo de desenhar, para se ter certeza do bom resultado S
E
do esboço. N
H
O
Analise o exemplo, de Parramón (1997, p. 34-42), publicado em seu livro, referente aos A
R
passos realizados para a elaboração de um desenho de observação: T
Í
S
1 Para começar observe atentamente o objeto (urso de pelúcia figura a seguir) e faça uma T
I
esquematização básica. Elabore um quadrado ao redor de todo o espaço a ser utilizado para C
O
desenvolver o desenho (Figura 100). Podendo ser um triângulo ou outras formas geométricas
E
dependendo da composição da imagem.
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
108 TÓPICO 2 UNIDADE 2
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O FONTE: Parramón (1997, p. 33)
D 2 Divida o quadrado em duas partes: a que ocupa o urso e a que corresponde à bola (Figura
E
101).
A
P
R
E 3 No estudo do modelo se tomam medidas com ajuda do lápis para ter certa ideia correta das
S
E diferenças de tamanhos, (figuras 102 e 103).
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 109
FIGURA 101 – MEDIDA DA BOLA
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
4 Depois de realizar o esboço das formas, voltaremos a comprovar que as proporções estão A
P
corretas, e, neste caso, conferir a distância dos pés (figuras 104 e 105). R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
110 TÓPICO 2 UNIDADE 2
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
FONTE: Parramón (1997, p. 33)
A
P
R
E 5 Antes de prosseguir é interessante rever as medidas já esboçadas como as dos pés e da
S
E bola etc.
N
T 6 Para achar o tamanho proporcional da cabeça do urso, repetir o processo de medir com o
A
Ç lápis para esboçar no papel (figuras 105 e 106).
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 111
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
FONTE: Parramón (1997, p. 33) R
E
S
E
7 Uma vez feita à comprovação de que as proporções estão corretas se realiza o esboço com N
T
mais detalhes e traços seguros (Figura 107). A
Ç
Ã
O
112 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Ç ÃO!
ATEN
A S!
DICA
R
T
Í
S Atividades Complementares
T Selecione um objeto, uma garrafa, por exemplo, e mantendo uma
I distância de um metro, tente representá-lo graficamente. Para
C
O
isto, utilize os ensinamentos do item 4.1 Trasladar (Transferir)
imagens do plano real para o desenho.
E
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 113
5 PROPORÇÃO
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
FONTE: Disponível em: <http://www.salesianost.com.br/aulaweb/ A
educart/historiadaarteArteEgip.htm>. Acesso em: 8 fev. Ç
2007. Ã
O
114 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Camargo (1986, p. 9) relata que, os gregos, “tendo um maior domínio das proporções,
criaram o chamado Kanón lógico – sistema baseado na beleza, tendo como medida padrão a
D
E cabeça (1 corpo é igual a 7,5 cabeças)”. Ver representações humanas retratadas nas figuras
S
E a seguir.
N
H
O
FIGURA 110 – ATLETAS EM CERÂMICA DE 440-375 a.C.
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N FONTE: Disponível em: <http://commons.wikimedia.org/wiki/
T image:Athletes_red_cup_Louvre_G639.jpg>. Acesso em: 8
A
fev. 2007.
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 115
O romano Vitrúvio (80/70 a.C. há 25 a.C.), como salienta Camargo (1986, p.9), partindo
de estudos realizados pelos gregos em relação à proporção do corpo humano, “veio estabelecer
um novo cânon: o corpo dividido em 8 cabeças”. A figura a seguir expõe um afresco com
representações da figura humana.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
FONTE: Beckett (2002, p. 18) O
“Entre os primeiros resultados desses estudos, que o absorveriam durante toda a vida,
está a gravura de Adão e Eva, na qual consubstanciou todas as suas novas ideias de beleza
e harmonia” (GOMBRICH, 1999, p. 347), representada na Figura 113.
E
UNI
D
E Segundo o dicionário Aurélio, proporção é a relação entre as
coisas; comparação. Dimensão, extensão. Disposição regular,
A
P harmônica; simetria. Conformidade, identidade. Igualdade entre
R duas razões.
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 117
Albrecht Dürer foi um artista polivalente. Desenhista, pintor e gravador, ele recorreu
às construções geométricas e inventou alguns aparelhos para auxiliá-lo no problema das
dimensões e proporções dos temas que representava.
Para representar um desenho pode-se utilizar a técnica de Dürer. Esta técnica é usada
principalmente para copiar, ampliar e reduzir corretamente um desenho.
A
R
T
FIGURA 114 – FOTOS DE FLORES Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
FONTE: Parramón, (1997, p. 38). Ã
O
118 TÓPICO 2 UNIDADE 2
3 Então, reconstrua a imagem analisando cada área do modelo, quadrado por quadrado.
Reproduza-o através de um desenho, depois de sua finalização apague as linhas bases,
conforme ilustra a Figura 116.
4 Finalize o desenho dando tratamento de luz e sombra conforme Figura 117. Este passo será
tratado no tópico seguinte.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T FONTE: Parramón (1997, p. 39)
Í
S
T
I FIGURA 117 – FINALIZAÇÃO
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
à FONTE: Parramón (1997, p. 39)
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 119
UNI
Essa técnica também pode ser utilizada para elaborar os detalhes
de um desenho a partir de um esboço. É importante traçar o
quadriculado bem de leve, para apagá-lo posteriormente e com
medidas precisas, de modo a representar o desenho de forma
não distorcida.
S!
DICA
Atividades Complementares
Tendo como suporte, para este exercício, a foto proposta (Figura
118), ou outra que se julgue interessante, elabore uma quadrícula
como a descrita no item 5.1, Técnica de Dürer. Após desenvolver
os traços preliminares de mesmas medidas, refaça o diagrama em
uma folha A4 e, esboce a imagem. Nesta etapa, não é necessário
demonstrar no desenho o tratamento de luz e a sombra, apenas
as formas dos objetos. Utilize uma foto com poucas informações
visuais para melhor desempenho no treinamento.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
FONTE: Disponível em:<http://portfolio.llis.org/gdesign.php>. Acesso: 8 fev.
E
2007.
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
120 TÓPICO 2 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 2
• Pode-se dizer que o desenho de observação é um meio para se adquirir o domínio dos
fundamentos do desenho, sobre a percepção visual e sobre o espaço no qual se desenvolve
o produto, seja ele bi ou tridimensional, e leva-nos a conhecer todos os elementos que
compõem a linguagem gráfica: composição, proporção, perspectiva, concepção de espaço,
eixos, luz e sombra, valor linear e estruturas etc.
• É um meio para que se conheça a linguagem da arte visual, através de uma investigação
da realidade plástica à nossa volta, e para que cada um conheça sua própria maneira de
lidar com esta linguagem.
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 2 121
IDADE
ATIV
AUTO
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
FONTE: Cowart et al., (1999, p. 36). A
Ç
Ã
O
122 TÓPICO 2 UNIDADE 2
Agora, faça você também uma composição gráfica. Para isto, tome como base
não o quarto de Van Gogh, mas o “seu próprio quarto”, elegendo elementos (objetos)
significativos como: cadeira, piso, espelho, cortina, janela, quadros, guarda-roupa etc.
Você escolherá, dentre as várias opções encontradas no seu quarto (mínimo e) aquelas
com que você mais se identifica. Para a realização dessa composição, utilize os materiais
D
E de desenho mencionado até agora.
S
E
N
H A ideia do exercício de desenvolver um desenho a partir da análise de elementos
O
contidos em uma obra de arte é fazer o aluno trabalhar sua percepção diante das
A coisas, percebendo sentimentos, sensações, formas, cores, texturas. Ajudá-lo a extrair
R
T informações através do ato da observação de modo geral, pois, no nosso cotidiano,
Í
S muitas informações são transmitidas pelas propagandas: obras de arte, anúncios,
T
I natureza, enfim tudo que nos rodeia. Temos que estar atentos para saber lê-las e
C
O interpretá-las.
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2
TÓPICO 3
A PERSPECTIVA
1 INTRODUÇÃO
A perspectiva é um sistema que foi idealizado pelo homem e teve como Giotto Di
Bondone (1267-1337) – famoso pintor italiano, considerado o elo de transição entre a pintura
D
medieval bizantina e a pintura renascentista, devido ao alto grau de inovação de seu trabalho. E
S
– um dos precursores a utilizar esta técnica. A figura a seguir ilustra muito bem o emprego da E
N
perspectiva desenvolvida por Giotto. H
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
FONTE: PROPROFS. Art History Lecture. Disponível em: <http://www. T
proprofs.com/flashcards/cardshowall.php?title=art-history- A
Ç
lecture-1> . Acesso em: 1 mar. 2011. Ã
O
124 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Ela foi desenvolvida para reproduzir a terceira dimensão, ou seja, representar em duas
dimensões a realidade tridimensional. Trocou o estilo congelado desta fase por formas mais
suaves, mais vivas.
2 A PERSPECTIVA
Podemos definir a perspectiva como sendo uma projeção em uma superfície bidimensional
de um determinado fenômeno tridimensional. Tal evento manifesta-se especialmente na
percepção visual do ser humano.
A perspectiva é a parte da ótica que ensina as regras segundo as quais devem ser
representados os objetos, não com as suas dimensões e formas reais, mas de tal maneira
como aparecem à nossa vista, com as deformações que experimentam em razão do grau do
afastamento e da posição do espectador. É a arte e a técnica de representar os objetos vistos
em profundidades, à distância.
Vamos analisar um objeto esférico que não se modifica: uma bola de metal, por exemplo,
D
E (figura a seguir). Estando ela suspensa ou estabilizada e vista sob quaisquer ângulos, parecerá
S
E aumentar ou diminuir – conforme nos aproximamos ou afastamos – mas apresentará sempre
N
H o mesmo aspecto esférico. Este é o princípio fundamental da perspectiva, tudo que está longe
O
parece menor que tudo o que está perto.
A
R
T
Í FIGURA 123 – BOLAS
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E FONTE: O autor
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 125
D
A linha do horizonte é uma linha imaginária que se encontra sempre diante de nós, à E
S
altura dos nossos olhos, a nossa frente. E
N
H
O
O exemplo mais explícito desta definição podemos perceber quando olhamos o mar:
A
a linha do horizonte é a linha que limita a água com o céu. Observe a figura a seguir. R
T
Í
FIGURA 125 – LINHA DO HORIZONTE S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
FONTE: FERNANDES, Carlos José. Ilustração desenvolvida para o texto N
T
sobre a água. Disponível em: <http://sotaodaines.chrome.pt/sotao/
A
histor46.html>. Acesso: 8 fev. 2007. Ç
Ã
O
126 TÓPICO 3 UNIDADE 2
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O FONTE: Parramón (1994, p. 11)
D
E
UNI
A
P A seguir, vamos enfatizar duas formas mais comuns de se utilizar
R a perspectiva: a paralela e a oblíqua.
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 127
A perspectiva paralela é aquela que conta com um só ponto de fuga e que permite
representar os objetos quando estão em frente do espectador. Para introduzirmos este tema,
utilizaremos a forma tridimensional mais conhecida: o cubo de cristal.
A
R
T
Í
S
T
I
FONTE: Parramón (1997, p. 34)
C
O
FIGURA 130 – CUBO
E
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
FONTE: Parramón (1997, p. 34) Ç
Ã
O
128 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Parramón (2007, p. 164) salienta (figura a seguir) que “nas paisagens urbanas e
rurais, é comum precisar aplicar os princípios da perspectiva paralela para resolver ruas ou
fachadas.”
D
E
S
E
N
H
O FONTE: Parramón (2007, p. 164)
A
R
T
Í
S
T
I 2.4 PERSPECTIVA OBLÍQUA
C
O
E
A perspectiva oblíqua é aquela em que aparecem dois pontos de fuga e a que vemos
D os corpos de lado. É importante conhecer esta perspectiva, já que não é comum que todos os
E
objetos de uma imagem apareçam totalmente de frente.
A
P
R
E Analise a construção da perspectiva, como demonstra Parramón (1997, p. 35), nas
S
E figuras 133, 134 e 135, representada através de um cubo de cristal. Assim como na perspectiva
N
T
paralela, a oblíqua também cumpre a função de dar profundidade ao objeto representado, no
A caso a mesa, figura 136.
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 129
FIGURA 133 – ESBOÇO INICIAL
D
E
S
E
N
H
FONTE: Parramón (1997, p. 35) O
A
R
FIGURA 135 – CUBO DE CRISTAL T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
FONTE: Parramón (1997, p. 35) Ã
O
130 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Parramón (2007, p. 166) comenta que “a perspectiva oblíqua é muito adequada para
desenhar as esquinas dos edifícios. Confere aspecto solene às construções.“ Observe a figura
a seguir.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E FONTE: Parramón (2007, p. 166)
A
P
R
UNI
E
S
E
N Conhecer as bases da perspectiva é uma valiosa ajuda para
T o desenhista pois, ela é um dos meios que o auxiliam na
A
Ç
transposição da realidade tridimensional para o papel.
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 131
LEITURA COMPLEMENTAR
ENTENDENDO A PERSPECTIVA
Wellington Carrion
A perspectiva não é nada mais que uma grande ilusão que nossa percepção visual
fabrica para que possamos entender a profundidade, volume e distância dos objetos.
Se pegarmos um objeto, nesse caso um quadrado mostrado na figura XX, e colocarmos
um de seus lados em outra direção, parecerá à nossa visão que ele terá dimensões diferentes,
ou seja, o lado mais próximo de nós parecerá maior do que o lado mais distante.
D
Para representar a perspectiva fazemos uso destes elementos básicos: E
S
E
N
Ponto de Fuga (PF): É a direção a qual o objeto estará se dirigindo, se aprofundada. H
O
Linha do Horizonte (LH): Linha imaginária que separa o lado superior e inferior da A
R
visão. É também o local onde se localiza o ponto de fuga. T
Í
S
T
Para melhor visualização da Linha do Horizonte e Ponto de Fuga, iremos fazer uso da I
C
Perspectiva Linear e Oblíqua. O
E
Perspectiva Linear
D
E
Como podemos ver na figura acima, o objeto foi criado fazendo uso do Ponto de Fuga. A
P
Este objeto está acima da Linha do Horizonte, a que se refere ao centro de nossos olhos, o R
E
que faz entender que o mesmo está acima de nós. S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
132 TÓPICO 3 UNIDADE 2
Perspectiva Oblíqua
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
FONTE: CARRION, Wellington. Entendendo a Perspectiva. Disponível em:
E <http://www.imasters.com.br/artigo/3045/teoria/entendeno_a_
perpectiva>. Acesso em: 1 maio 2011.
D
E
A Além disso, nós podemos criar sensações mais vertiginosas, com mais profundidades
P
R e mais intensas. Para isso, adicionamos mais pontos de fuga. E não será sobre a linha do
E
S horizonte, mas fora dela. Veja o exemplo na figura a seguir:
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 133
Fazendo uso de guias como estas, também podemos nos aventurar a criar ambientes
com luz e sombra, sempre respeitando a localização da luz. Exemplo:
Na figura acima, vemos que a luz se torna uma referência para o término da sombra
do objeto. Também na figura a seguir temos essa noção:
Os dois exemplos acima são exemplos básicos que constituem a luz e sombra. Para
um melhor entendimento é importante que você observe melhor tudo que está ao seu redor,
treinando assim sua percepção visual.
D
E
FONTE: Adaptado de: CARRION, Wellington. Entendendo a Perspectiva. Disponível em: <www. S
imasters.com.br/artigo/3045/teoria/entendeno_a_perpectiva>. Acesso: 1 maio 2011. E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
134 TÓPICO 3 UNIDADE 2
RESUMO DO TÓPICO 3
• O princípio fundamental da perspectiva é que tudo que está longe parece menor que tudo o
que está perto. E podemos enfatizar duas formas mais comuns para o design, de se utilizar
a perspectiva: a paralela e a oblíqua.
• A perspectiva paralela é aquela que conta com um só ponto de fuga e que permite representar
os objetos quando estão em frente do espectador.
• A perspectiva oblíqua é aquela em que aparecem dois pontos de fuga e a que vemos os
D
E corpos de lado.
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 2 TÓPICO 3 135
IDADE
ATIV
AUTO
• Analise os exemplos demonstrados nas figuras 128, 129 e 130 construa graficamente
um quadrado, em perspectiva paralela.
• Observe os modelos apresentados nas figuras 132, 133 e 134 e desenhe um quadrado,
em perspectiva oblíqua.
Para esta dinâmica utilize lápis 2B, borracha e folha sulfite formato A4.
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
136 TÓPICO 3 UNIDADE 2
IAÇÃO
AVAL
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
UNIDADE 3
TRATAMENTO DO DESENHO
Objetivos de aprendizagem
PLANO DE ESTUDOS
A
R
T
Í
S
TÓPICO 1 – LUZ E SOMBRA T
I
C
TÓPICO 2 – TEXTURAS O
TÓPICO 3 – AQUARELA E
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O
D
E
S
E
N
H
O
A
R
T
Í
S
T
I
C
O
D
E
A
P
R
E
S
E
N
T
A
Ç
Ã
O