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ALEM DO SOFRIMENTO DA TERRA

Clavio J. Jacinto

PUBLICAÇÕES BIBLICAS BEREANA


Literatura Cristã Gratuita para os remanescentes.

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Trintas Moedas de Prata (Mateus 26:15)

Aos olhos dos sacerdotes judeus foi uma excelente


negociação, aqui está o capitalismo de Judas, o
consumismo religioso e a “mercadoria” da negociata.
Essas moedas eram a oferta dos religiosos, quem sabe,
dízimos dos que freqüentavam o templo. Mas nessa
negociata de Judas havia uma personagem invisível que
influenciou todo aquele negocio: Satanás. Assim ocorrem
as negociatas infernais. As trintas moedas de prata é um
empréstimo que Judas devolve, jogando para dentro do
templo, lugar de onde saiu. Mas os juros não foram
perdoados. Não importa; a seqüência é a corda com que
Judas sem enforca. É lamentável, precisamos aprender, o
pecado tem conseqüências, e se envolvem á Cristo, Seu
nome e Sua pessoa, então devemos tomar muito cuidado.
A disposição do diabo em fornecer dinheiro para o
exercício do marketing da traição é grande porque o
retorno é de um lucro enorme para o tentador. Havido

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por negociatas e trapaças, note que durante a tentação
ele quis negociar uma troca com Cristo (Mateus 4:8)
acontece que seu investimento visa apenas a vantagem
dele e a nossa desgraça sempre. Somos seriamente
prejudicados quando não levamos em conta que negociar
o evangelho também é uma forma de vender a Cristo. É
perigoso e geralmente acaba em tragédia. As moedas de
prata e até todo dinheiro do mundo jamais pode dar
alivio para uma consciência que pesa diante do erro
enorme que faz afundar o coração num constrangimento
sem fim. Não serve como anestésico para aliviar as
enormes chagas que o erro pode provocar na alma, então
devemos viver na graça e pela graça, e acima de tudo
vigiar, as coisas santas não devem ser negociadas com um
mundo caído e falido.
O MUNDO E OS CRISTÃOS
Jesus disse que o mundo odeia seus seguidores pelo
motivo de odiar a Ele (João 15:18) assim temos a ordem
de não amar o mundo (I João 2;15) e nem se conformar
com ele (Romanos 12:2). Amar o mundo é uma heresia
condenada pelas Escrituras, porém parece que esse
ensino não é levado em conta em nossos dias. Por um
lado temos os “liberais” que não fazem caso disso, por
outro temos os legalistas que não sabem fazer a distinção.
Mas o problema ainda continua debaixo de uma verdade
absoluta: a bíblia condena o amor ao mundo. Entendemos
que o Espírito do Senhor atua em todas as partes. Ele
detém a iniqüidade sobre o mundo. Pode influenciar
incrédulos para que os propósitos divinos sejam
alcançados, é muito notável que Deus é soberano, e que
de alguma forma a ação do Espírito do Senhor é trabalhar
no coração do incrédulo para contender com ele (Genesis
6:3) mas é preciso perceber que onde existe resistência e

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onde se manifesta o “anti” que faz a junção á Cristo e ao
evangelho, onde se manifesta a iniqüidade (anomalia
provocada pela quebra de mandamentos) com certeza ali
está a alma caída do mundo. Há os reinos desse mundo e a
glória deles que pertencem ao dia (Mateus 4:8) esses
reinos estão sob influencia demoníaca, mas serão dados a
Cristo que transformará a natureza desses reinos
(apocalipse 11:15) Mas me sinto inquieto justamente
porque percebo que existe um “namoro’ da igreja que se
diz “noiva de Cristo” com o mundo. Há o princípio da
infidelidade operando na igreja cristã. E porque está
ocorrendo isso, porque essa simpatiza pelo mundo? trata-
se uma conveniência maquiavélica; os fins justificam os
meios. Há uma aliança, uma trégua, cada um respeita o
outro, ninguém ofende ninguém. Fazer as pazes com o
mundo nos coloca diante de um perigo iminente: “Pois
que, quando disserem; há paz e segurança, então lhes
sobrevirá repentina destruição...”(I Tessalonicenses 5:3)
Concordo com o filósofo francês ex-ateu André Frossard,
protagonista de uma conversão sensacional ao
cristianismo quando argumentou:
"Sim! O cristianismo morreu de várias maneiras, mas teve
que esperar pelo século XX para vê-lo morrer de medo.
De medo antes do mundo. O mundo quer um cristianismo
pálido, pusilânime e ansioso obter direitos de cidadania
em uma sociedade que o despreza”

PÉROLAS

Quando quiseres avaliar o preço de uma verdadeira


pérola, não olhes para a vitrine de uma joalheria, mas
para o fundo do oceano, lá nas mais profundas águas,
onde ela é formada, na intensidade da dor e do

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sofrimento, ali é que ela se faz brilhante e preciosa. Essa é
a arte de um joalheiro que é rasgado, anônimo que vence
o conflito da dor, e consegue traduzir a dor em algo que
vai brilhar. Avaliamos as coisas de modo errado, e não
sabemos a dor da conquista dos outros, ver uma obra
prima formada é bom, mas participar na construção é
outra história. Construa tudo na sua vida, mesmo com
intensa dor, porque no final ela também brilhará.

ALÉM DOS SOFRIMENTOS DA TERRA

O escritor Italiano Italo Calvino no magnífico livro “As


Cidades Invisiveis” descreveu algo interessante, é lógico
que ele de certa forma estava falando de forma figurada,
mas no fundo, podemos encontrar uma grandiosa lição,
ele escreveu no livro citado acima:
“O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele
que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias,
que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de
não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas:
aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de
deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção
e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e
o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e
abrir espaço.”
Italo Calvino aborda a questão da vida e suas nuances de
dificuldades, os problemas existenciais, parece que o
pensamento fica flertando a estética do absurdo, mas não é

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assim. Sabemos que o inferno não é aqui, mas o mundo jaz
no maligno (I João 5;19) então há sim um pouco de inferno
no mundo! Cada vez que lemos Genesis 3 percebo que o
diabo quis fazer do paraíso um inferno, mas o paraíso foi
removido, e um pouco do inferno ficou aqui. O inferno é
um lugar móvel, ele será lançado no lago de fogo. É bom
pensar sobre isso, porque essa percepção nos dá
discernimento. A ação dos demônios no mundo, faz da vida
de muitas pessoas um “pequeno inferno” aqui neste
mundo. E em parte eu concordo com o escritor italiano.
Mas o que vejo na descrição bombástica extraída do livro
“As cidades Invisíveis” é que há uma escolha, a escolha de
perceber as coisas que vão além desse pessimismo que
escraviza a raça adâmica. E então é o que ele diz:
“reconhecer o que não é inferno no meio desse inferno” e
assim devemos proceder, porque em primeiro lugar a
igreja de Cristo não é! não me refiro a pseudo igrejas de
uma cristandade apostata, mas refiro-me a um pequeno
remanescente bíblico que ainda está sob a luz dos ensinos
das Escrituras e principalmente do Novo Testamento onde
temos a revelação de toda a estrutura espiritual de uma
assembléia bíblica. A percepção do que é verdadeira num
mundo de tantas falsidades, a percepção da ortodoxia
numa cristandade cheia de heresias, a percepção dos fatos
no meio de tantas ilusões consiste a força da expressão de
Ítalo Calvino. O cristão não deve ser parte do inferno
mundano, porque ele tem o Espírito de Cristo (Romanos
8:29) e nem mesmo deve ter parte nesta condição infernal
do mundo. Em segundo lugar o cristão deve manter o
status da natureza celeste dentro da esfera de vida em que
se encontra, pelo menos ao ponto do incrédulo na parte
infernal do mundo possa ver uma esperança em meio ao
desespero, possa encontrar luz em meio as trevas, possa
encontrar uma saída em meio ao labirinto existencial e
possa encontrar verdades em meio a tantas ilusões e
enganos. Aqui temos a parte celeste do mundo, porque os
que nasceram do alto estão vivendo aqui em baixo, os

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regenerados estão caminhando no mundo dos
condenados, esse é o papel do remanescente, ser luz no
meio da escuridão em que o mundo jaz ofegante, ser
verdade num mundo cativo pelo engano. A parte infernal
desse mundo se dá pela seqüência mórbida da ação do
diabo que engana todo o mundo do princípio ao fim da era
que está andamento até que as primeiras coisas passem.
Desse âmbito terrestre onde longe da visão dualista,
apenas se perpetua a rebelião dos homens e demônios que
agem em conjunto para que toda esta estrutura social em
que estamos inseridos se torna num pequeno inferno
justamente porque está impregnado de natureza
demoníaca.
Ao ler “As Cidades Invisiveis” aprendi a ver o mundo com
uma visão mais bíblica justamente pela expressão do autor
do livro. De certa forma, isso me ajudou a contemplar as
coisas terrenas através da luz das Escrituras.
Assim, cada cristão deve bradar a mensagem na cruz, a
mensagem da esperança evangélica em meio a essa
sociedade adormecida no caos.

AS DUAS TRANSFORMAÇÕES
(Pequeno sermão pastoral)

Jesus afirma que sem um novo nascimento, o homem não


pode ver o Reino de Deus (João 3:3) esse novo
nascimento ocorre através de pregação da Palavra de
Deus que fala sobre a redenção consumada, porque é a
pregação da obra da cruz que atua como água que limpa a
consciência do miserável pecador para que perceba que o
sangue do Cordeiro de Deus tem o poder de remover a
mácula do pecado adâmico no homem caído e assim ele
possa receber um novo nascimento ou a regeneração

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através do Espírito Santo (João 3:5). Assim o pecador se
transforma em uma nova criatura (II Coríntios 5:17) tal
homem justificado pela morte de Cristo, agora é salvo da
condenação do pecado (romanos 8:1). Essa é a primeira
transformação, ela ocorre pela regeneração, pois o
homem ganha um novo coração nessa fase. seu espírito é
vivificado pela conversão, e ele se transforma num cristão
bíblico, começa a produzir os frutos do Espírito e revela
ter nascido do alto, pois todas as características dessa
transformação começam a aparecer em sua vida. Em
seguida temos a segunda transformação, ela só ocorre
para os que tiveram a experiência da primeira
transformação. Na primeira transformação, há o
crescimento espiritual para resplandecer a glória de
Cristo em nós (II Corintios 3:18 com Romanos 12:2) A
segunda transformação só ocorre por ocasião da vinda do
Senhor, como vimos em I Coríntios 15:51 e 52. Os mortos
que morreram no Senhor receberão corpos glorificados e
os que estiverem vivos serão transformados para
receberem também esse corpo glorificado. E isso ocorre
para que haja um salvo integral para entrar na plenitude
do Reino de Deus que é o novos céus e a nova terra, esse
novo universo que será completamente transbordante de
alegria e justiça, pois estará para sempre no domínio
justo do Senhor e na sua perfeita jurisdição. Novos Céus e
nova terra onde habitará para sempre a justiça e por isso
também a felicidade, pois só a aplicação total da justiça
de Deus pode produzir verdadeira felicidade.Só os que
passam pela primeira transformação podem
experimentar a segunda, e faço apenas uma pergunta: o
amado leitor tem essa esperança?

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DESVIADOS!

Alguns se desviaram indo após satanás (I Timóteo 5;15).


É certo que nossa jornada tem trechos difíceis. Há
momentos de desanimo e grandes dificuldades. Mesmo
na vida de Cristo, parece existir tempos críticos, de secas
espirituais, onde as torrentes não pareciam fluir.
Ninguém consegue imaginar a dramática dor e o
sofrimento intenso de Cristo na cruz. Naquela hora
sequiosa, de grande sede, deram-lhe vinagre para beber.
Isso não parece ser uma boa bebida para uma sede tão
radical e violenta. Porem, o caminho era seguir em frente.
Quando Abraão foi sacrificar Isaque, isso não era um
passeio ao monte, Não era uma aventura apreciável e um
contato amorosos com seu filho. Eles estavam indo ao
monte, e Abraão ia matar seu filho. Isso é totalmente
custoso, cada passo e cada respirar ofegante, própria de
quem sobe as alturas com um desafio extremo diante de
si. Mas Abraão não desistiu. Continuou sua saga, mesmo
que o caminho tivessem os mais cortantes espinhos, que
feriam seu pobre coração de pai, ele prosseguiu. Talvez a
vida de Enoque não era lá essas coisas, comparada com a
vida que levamos. Havia algo em sua vida que causa muita
dor nas pessoas: a solidão. Voce não vê a bíblia narrar
que Enoque tinha filhos e esposa, onde estão seus irmãos,
sua família e todos os seus amigos. ? Ele parecia ser um
homem completamente solitário. Mas ele não desistiu do
caminho. Esse é o segredo; não temos alternativa. Se
desviarmos do caminho da luz, o que nos resta é um
caminho de trevas, se deixarmos o caminho do evangelho,
o que nos resta é o caminho da perdição. Paulo escreve

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palavras lamentáveis para Timóteo, pessoas que
conheciam o evangelho e se desviaram, indo após
satanás. Nos temos preciosas lições nas sagradas
escrituras de pessoas que foram firmes no trajeto de fé.
Foram até o fim, combateram o bom combate acabaram a
carreira e guardaram a fé. Que essa seja a nossa direção e
nenhum outra, podemos permitir que o desânimo venha
a fé nós, mas nunca podemos permitir que o desanimo
nos leve para fora da vontade de Deus.

FIRME NO ENTENDIMENTO

Ha uma exortação de Paulo em II Tessalonicenses 2:2


onde ele ensina que não devemos nos mover facilmente
de nosso entendimento. Paulo fala em firmeza de
convicções, para não ser levado por vento de doutrinas e
não naufragar na fé. Tenho visto e presenciado como a
grande maioria dos cristãos, não tem uma firmeza, talvez
não fosse assim no passado, mas hoje vimos quantos
mudaram de mal pra pior, em questões de princípios e
doutrinas.
Você pode ver como as pessoas no mundo secular
mudam, de forma rápida, suas convicções são baseadas
ou no relativismo moral ou na corrente ética vigente na
cultura. Como o mundo não crê em absolutos, e fácil fazer
com que sejam removidos de um entendimento para um

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falso entendimento, ou como saem de uma verdade para
um equivoco.
Mas cristãos mudarem de opinião com relação as coisas
essenciais é um outro problema. Não estou falando em
questões doutrinarias tipo mudar de opinião sobre o
dons do Espírito Santo, se eles são atuais ou não, ou sobre
questões escatológicas, já que existe uma variante bem
grande entre os evangélicos sobre o assunto, podemos
conviver facilmente com mudanças assim. mas a questão
maior são os princípios, aquilo que considerávamos
pecado ontem, e que agora não é mais. Vejamos por
exemplo questões fundamentais, como divorcio e
separação do mundo. Qual era a posição das Igrejas e
seus lideres algumas décadas atrás? E hoje? Houve uma
mudança, os velhos conceitos foram colocados de lado,
assim, uma mudança ocorre aos poucos, e muitos
cristãos, que na verdade nunca tiveram convicções
firmes, sao removidos do entendimento, porque o que
creem, suas convicções são basicamente superficiais, há
só uma capa fina de verniz de evangelho, o relativismo e a
cultura secular fala muito alto, para muitos ouvidos, bem
mais alto do que as sagradas escrituras.
Um cristão deve ter convicção firme, a base de uma
convicção firme não a experiência, mas a verdade contida
nas escrituras. A experiência pode ser contraria as
escrituras, para a verdadeira doutrina é bíblia em todos
os sentidos.
Ainda recentemente, estava conversando com um irmão,
que contava sobre o testemunho de alguém que tinha
inúmeras vezes ao inferno, todas as suas incursões ao
inferno, como experiência, superando a narração das
escrituras, que fala do Rico na descrição do rico e do
Lazaro, já que no texto, o rico foi, e queria voltar, mas a
resposta que teve lá no inferno, é que sua família tinha os
profetas (Uma clara descrição da existência do
Pentateuco como livro de revelação) notamos que essa
resposta é delineada sobre uma circunstância clara de

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que os profetas do Antigo Testamento não falaram muito
sobre o inferno, mas o que tem escrito lá, era suficiente
para uma advertência sobre a existência da maldição
eterna. Com o advento do Novo Testamento, a doutrina da
danação eterna tornou-se mais clara, Cristo mesmo
ensinou muito sobre isso. Com tantas experiências de
arrebatamentos até as profundezas do inferno, cada qual
contando a sua versão, com requintes de contradições na
experiência, acabei optando por crer somente na Bíblia,
porque uma experiência que nos leva a ter revelações de
elementos não contido nas escrituras leva sempre em
direção de novas doutrinas, doutrinas estranhas, e
conceitos errados a respeito da escatologia. Quando se
tem uma convicção firme, o discernimento espiritual é
uma atitude urgente, quando a questão é: Experiência,
revelações, sonhos, etc.
Não mover facilmente do entendimento, é ter uma
firmeza na fé, isso só é possível quando se analisa,
quando se estuda, quando cultivamos uma vida de
pesquisas e estudos de maneira contínua e exaustiva, isso
com relação as escrituras sagradas.
A firmeza é própria de quem tem como fundamento a
pessoa, a obra e o ensino de Cristo, Convicções firmes,
gera cristãos fortes, equilibrados, amadurecidos, que não
amam o presente século, mas estão firmes, esperando o
grande dia da Vinda de Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo.

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A bíblia desempenha um papel importante na vida da
igreja e em cada cristão particular. Trata-se de um
assunto extremamente sério, pois as escrituras tem sido
negligenciada por muitos, quando não é usada de forma
errada, é totalmente ignorada, pela grande maioria
daqueles que de declaram cristãos. Porque a bíblia é
importante? Porque ela tem um poder funcional na nossa
vida. Tiago em sua epistola adverte que não devemos ser
somente ouvinte, mas praticante da palavra de Deus.
Porque praticante? Porque partindo da ação, de acordo
com os princípios bíblicos encontramos as normas, as
diretrizes da vida espiritual autentica. A palavra de Deus
tem em si mesma um poder profundo que nos capacita a
viver de acordo com a vontade de Deus, mas também
realiza em nós as ações necessárias para a nossa
transformação, nossa capacitação e a nossa maturidade e
o progresso espiritual. Podemos perceber isso olhando
para a própria declaração de Cristo. Em João 15:3 Jesus
mesmo declara: Vos já estias limpos, pela palavra que vos
tenho falado. As palavras e os ensinos de Jesus Cristo
contida e registrada nos evangelhos, nos limpa. Ou seja,
ela interfere e age na nossa vida mais profunda, e
transforma o nosso ser por completo, nos capacitando a
sermos cristãos de verdade.

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As palavras de Cristo nos orienta a viver de um modo
radical nessa vida, seus ensinos são as luzes suficientes
para que tenhamos a capacidade de andar pelas veredas
difíceis desse mundo caído, com uma direção segura. A
palavra tem o poder de nos ligar ao Nosso Senhor Jesus
Cristo de uma forma tal, que passamos a ter a mesma
como parte integrante da nossa própria vida. Deus tem
um modo de limpar o homem, e essa limpeza se processa
por meio da palavra., pois Cristo mesmo nos diz que o
Deus Santíssimo limpa toda a vara que está ligada a
videira verdadeira para que dê mais fruto ainda. Por isso
vimos que do ponto de vista espiritual, a frutificação
multiplicada se dá através de uma limpeza constante.
Tudo é um processo minucioso e maravilhoso. A palavra
de Deus nos impulsiona a uma comunhão com o autor das
escrituras, nos direciona a uma ligação intima com Cristo,
e essa múltipla aproximação da Palavra de Deus com o
Deus da Palavra, nos proporciona um relacionamento
maravilhoso.
Será que de fato a palavra tem tido uma prioridade, e tem
sido a bússola na vida das igrejas de hoje?
Conversei com um pregador itinerante, que me afirmou
que algumas semanas atrás ele foi convidado para pregar
em um “igreja evangélica” e a missionária, fundadora do
ministério afirmou em púlpito que o que Deus revelava a
ela deveria ser levado em conta, e não o que a bíblia diz,
meu amigo pregador se assustou quando ela disse que a
bíblia contém alguns erros, mas o que Deus “revelava” a
ela, deveria ser acatado sem qualquer questionamento.
Uma pessoa que através de experiências carismáticas se
coloca além da autoridade das escrituras deveria ser
visto como repugnante, mas a maioria, se não todos os
adeptos de seu movimento conferem a ela essa
autoridade. A deterioração desse cristianismo apostata
pode ser visto por esse ângulo perigoso, nefasto
literalmente antibiblico, e por essa mesma razão passa a
ser anticristão. Quando a bíblia deixa de ser uma bússola,

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a igreja perde a direção, e o povo se perde juntamente
com os seus lideres. Desprezar a palavra de Deus é
desprezar o Deus da palavra. Nenhum outro fator
contribui mais para a purificação da igreja e a sua
santificação do que a Palavra de Deus. Vimos isso
claramente na passagem de Efésios 5:26 e 27 onde Paulo
inspirado pelo Espírito Santo diz “Para a santificar,
purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, a fim
de apresentar para si mesmo, igreja gloriosa, sem macula,
sem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e
irrepreensível” tempos aqui um relato claro do poder
funcional da palavra de Deus, em conduzir o povo ao
caminho seguro da vontade de Deus, e isso se encaixa
perfeitamente com as palavras do próprio Cristo em
Mateus 7:21 a 25, onde não inverte as coisas, mas põem
tudo em seu devido lugar. Alguém pode conhecer de boca
pelo ato da invocação o Senhor, mas pode na pratica está
cometendo iniqüidade. Isso é o que Jesus Cristo adverte
ali na passagem de Mateus 7. o que vale não é a
experiência espiritual, mas a obediência na vontade de
Deus. Êxtase sem obediência é uma ponte sem as colunas
sustentáveis, cai toda a religião por terra, palavra
negligenciada, é naufrágio espiritual certo, e se não for
nessa vida, com certeza o será na eternidade.
Muito se fala hoje em dia sobre batalha espiritual, e
nenhum combate foi mais ferrenho do que aquele em que
cristo enfrentou no deserto, no inicio de seu ministério, e
o próprio Senhor usou a palavra de Deus como arma para
combater frontalmente o diabo. E venceu o conflito com o
“está escrito”. Imagine uma comunidade e um líder que
se diz cristão, ignorando e menosprezando
completamente a palavra de Deus, aquela mesma que
Jesus usou como a arma principal no combate espiritual
contra o diabo. De fato estamos vivendo um tempo muito
perigoso, e mais do que nunca é a palavra de Deus que
deve ser a nossa espada e o nosso escudo, a nossa
lâmpada que alumia nessa escuridão espiritual, como

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podemos ver, em Salmos 119:105, a palavra de Deus
como lâmpada tem o poder funcional de nos conduzir por
caminhos seguros. Quando uma pessoa que se diz cristã,
não tem um conhecimento básico das escrituras, sua
proteção contra falsas doutrinas cai por terra, e fica
completamente exposta a todo o tipo de distorções
aberrações e heresias, por isso mesmo, a negligencia a
bíblia e a omissão do estudo sistemático dela abrangendo
todos os assuntos, leva o cristão para um capo espiritual
sem proteção, a bíblia quando não lida e não aplicada na
vida diária, quando ela não é levada a serio e não é tida
como bússola e prumo, perde o seu poder funcional de
proteção. Se a nossa posição doutrinaria não estiver
correta e de acordo com as escrituras, nada mais está
correto, é por isso mesmo que Oswald Chambers afirmou:
“A melhor medida de uma vida espiritual não são os
êxtases, mas a obediência”. A grande maioria dos cristãos
que negligenciam as escrituras, não podem estar seguros
em sua caminhada para o céu. O renomado teólogo
Herman Bavinck afirma: “O cristão que vê tudo a luz da
palavra de Deus, pode ser qualquer coisa;menos estreito
em sua perspectiva. Ele tem amplitude de coração e
mente” não há nada de santidade numa igreja ou em
crentes que não levam em conta a palavra de Deus e seus
princípios. Muitos vivem sobre uma quase perfeita
higiene moral, mas a verdadeira santidade está
biblicamente alicerçada na obediência aos mandamentos
da palavra de Deus. Vimos isso claramente em passagens
diversas das escrituras, e cito uma para exemplo claro e
irrefutável: “aqui está a paciência dos santos,os que
guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”
(Apocalipse 14:12)A palavra de Deus tem o poder
funcional de nos identificar diante de Deus, sem seus
princípios aplicados em nossa vida, não há como ter
posição diferenciada diante dos céus. A vida cristã
autentica, não gera outro tipo de atitude, senão a de nos

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conformar com a vontade de Deus e a nunca nos
conformarmos com esse século.
A palavra de Deus tem um poder santificador, e devemos
sempre entender que a santificação não está divorciada
da aplicação contínua da palavra de Deus, em I Timoteo
4:5 vimos como coisas que são proibidas por falsos
mestres, podem ser santificadas pela oração e pela
palavra de Deus. Em II Pedro 2:19, há a exortação de
termos firme, as palavras dos profetas, ou seja os
registros proféticos das escrituras sagradas.
Embora seja uma realidade que as escrituras sejam tão
distorcidas e tão negligenciadas em nossos dias, a palavra
do Senhor continua firme em nossos dias, eis que Jesus
disse: “Se me amais, guardareis os meus
mandamentos”(João 14:15). A lógica espiritual é que a
prova do verdadeiro amor por Cristo é a guarda dos seus
mandamentos, não menos que isso. Hoje há muita
identidade falsa dentro do cristianismo, a corrupção
moral e espiritual se alastrou de forma terrível em nossos
dias, dentro das denominações. Coisas terríveis estão
acontecendo, tudo isso é conseqüência da ignorância e da
distorção da palavra de Deus. Devemos porém, continuar
firmes amando a palavra de Deus, e permitindo que o seu
poder molde nossa vida e nossa conduta.

ENGANO E CEGUEIRA ESPIRITUAL

Lemos em II Coríntios 4:4 que uma das funções


normativas do diabo é cegar o entendimento dos
incrédulos, ele é chamado de o “deus deste século” É
correto admitir aquele que irá controlar a mente pode se
apoderar também da alma e controlar quase tudo dentro
dessa pessoa, além de mudar e promover uma
“transformação de consciência”. Essa cegueira por

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imposição é uma arma poderosa, pois nublando o
entendimento, satanás consegue manipular alterando o
sentido da realidade produzindo ilusões e coisas desse
gênero. Essa cegueira seria uma imposição de elementos
espirituais com forte poder de alterar o sentido exato das
coisas. Note que nesses últimos dias, o tentador e
enganador têm promovido através de muitos de seus
falsos profetas, o uso de técnicas de meditação ocultista
ou o consumo de psicodélicos e outras drogas para a
“expansão da consciência’ e produzir assim estados
alterados de consciência, alterar a visão das coisas tal
como elas são e induzindo pessoas a terem visões através
desses estados alterados de consciência. A realidade
alterada e o engano a nível profundo, pois o contato com
supostas novo dimensões são matrizes pelo qual se
dissemina enganos em escala universal, como contatos
com alienígenas, fadas, duendes, mestres de sabedoria,
mundos paralelos, outras dimensões experiências de
quase morte, viagens astrais, e muitas outras
experiências espiritualistas e toda a forma de contato
com o mundo espiritual caído. Todo o tipo de engano
pode ser disseminado através da cegueira espiritual
(Efésios 4:17 a 19) e um cego pode ser guia de muitas
pessoas sem discernimento, que já cegos pela natureza
pecaminosa, seguem para o abismo na condição de
seguidores de um outro cego (Mateus 15:14). Assim,
partindo do engano espiritual por imitação, algo que o
diabo sabe fazer muito bem, ele promove através de
muitos falsos profetas, uma falsa iluminação espiritual,
de modo que é uma transfiguração enganosa (Gálatas 1:8
Com II coríntios 11:14) assim é uma luz que produz
cegueira ou melhor, perverte o sentido e dissimula toda

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forma de falsas experiências a fim de esconder a
verdadeira natureza das coisas sob as mascaras de algo
que parece ser benigno. A palavra grega traduzida é
Etuphlosen, que vem do termo “tuphlos” que significa
envolver a mente em obscurantismo ou nebulosidade a
fim de afetar completamente a visão de modo a deformar
a verdadeira natureza das coisas. Daí o processo da “cura
dessa cegueira ser através da luz espiritual (Veja Mateus
5:14) temos claros exemplos no Novo Testamento de que
essa cegueira pode ser removida (João 9:7 Atos 9:18
Apocalipse 3:18) e de fato era parte do ministério de
Cristo a remoção da cegueira espiritual dos religiosos de
sua época (João 8:12 com Lucas 4:18 confira também
Isaias 42:7) assim aqueles que tomam posse da
mensagem da perfeita redenção efetuada na cruz por
nosso Senhor Jesus Cristo também podem remover essa
cegueira dos incrédulos (Atos 26:18). Infelizmente hoje
em dia, cada vez mais comum é as formas de
“evangelhos” alternativos oriundos de experiências
espirituais e contatos com “mestres espirituais” que
enganam sob o manto de um disfarce, conduzindo a
humanidade por outros caminhos. Há muitos anos, a
propaganda da Nova Era e a apologia as drogas como
meios de entradas para portais espirituais tem conduzido
o mundo á um engano universal, e esse engano será ainda
maior na medida em que nos aproximamos do fim dos
tempos.

DISCERNINDO O CRISTIANISMO BIBLICO

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A respeito da fé cristã que durante todo o tempo em que
morreu o ultimo apostolo e encerrado o cânon do Novo
Testamento, alguns anos depois a reintrodução de elementos
pagãos na igreja pode ser observado por qualquer pessoa que
tenha a mente aberta. Paulo já tinha percebido a realidade
desse desvio (Atos 20:29) durante toda a era joanina, tempo
em que o apostolo ficou desterrado em Patmos, Jesus
apresentava o quadro doutrinário de muitas igrejas em
Apocalipse 2 e 3. Aqui temos fatos bíblicos e advertências sobre
a permanência ou não na sã doutrina e os perigos que
envolvem a apostasia. (Tito 2:1 I Timóteo 4:1 II Pedro 2:1
Colossenses 2:8 I João 4:1 a 5 etc.) A maior parte das
ramificações da cristandade não são integralmente apostólicas,
pois não permaneceram na doutrina dos apóstolos. Durante a
reforma protestante, parece que os reformadores radicais
(Anabatistas) perceberam que tanto a igreja católica que estava
seriamente paganizada, quanto os reformadores, esses
também ainda estavam apegados a muitas tradições pagãs.
Escritores e teólogos sérios entendem o valor dessas
implicações que apresento aqui, mas eu gostaria de citar o
autor católico Jean-Claude Barreau, no livro: Quem é Deus”
(publicado pela Editora Vozes na década de 1970) lemos a
confissão desse pensador católico a respeito da sua própria
igreja e dos fatos decorrentes ao assunto que apresento nesse
artigo:

“O cristianismo herdeiro do judaísmo dos profetas, que


derrubavam os ídolos, lutou muito tempo contra Baal, mas
recuperou em grande dose esta fé pagã. Podemos dizer que o
próprio cristianismo foi ‘repaganizado’. No começo foi por zelo
apostólico: era necessário utilizar os templos e as festas dos

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pagãos, não chocá-los desnecessariamente. Depois chegou-se
até certa cumplicidade. a ‘repaganização’ do cristianismo foi
tão profunda que o Papa chegou a ser designado de ‘soberano
pontífice’ que era titulo dado ao sumo-sacerdote pagão de
Roma. Uma estranha indulgencia para com todas as
superstições tomou conta da igreja. Muitas vezes os próprios
sacramentos foram e são compreendidos como ritos mágicos.
Os padres, homens segregados, puros, depositários de
estranhos poderes, revestidos de roupas especiais, eram
assimilados inconscientemente aos feiticeiros da aldeia e as
mulheres não podiam olhar-lhes na face. “

“Um ambiente onde dominava o pavor de Deus, a


culpabilidade, uma idolatria a Maria abusivamente revestida
dos méritos da grande Artemis.” Jean-Claude Barreau então
prossegue com palavras decisivas e com coragem declara a
respeito dessa descrição que ele faz do seu próprio
cristianismo:

“a fé precisamente deverá libertar o homem de seus medos,


pequenos ou grandes. Para que isto se torne possível será
necessário antes libertar o cristianismo do obsceno culto a
Baal”

Conclusão: o caminho de retorno é ficar com o Novo


Testamento e viver segundo os seus princípios espirituais e
doutrinários.

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O autor:

Clavio J. Jacinto é pesquisador, autodidata, formado em teologia,


exerceu o ministério pastoral durante anos, casado com Elenice Jacinto,
pai de dois filhos, Natanael e Natalia. Reside atualmente em Paulo Lopes
SC.

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