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opes Piris
iversidade Estadual de Santa Cruz
research
bers
cations
rojects
estudos semióticos
www.fflch.usp.br/dl/semiotica/es
016
novembro de 2009
es no discurso jornalístico:
nfiança à decepção numa crônica política
o Lopes Piris∗
E b lh d l l d à fi àd d
https://www.researchgate.net/publication/280994195_Paixoes_no_discurso_jornalistico_da_confianca_a_decepcao_numa_cronica_politica 1/13
06/04/2019 (PDF) Paixões no discurso jornalístico: da confiança à decepção numa crônica política
sumo: Este trabalho trata do papel que as paixões relacionadas à confiança e à decepção desempe
Seeintersubjetivas
ações all › entre enunciador e enunciatário, considerando aí ocitation
sistema de valores que Download full-text PDF
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11 References
onstrução do discurso. Assim, com base na semiótica greimasiana e na A nálise do Discurso dit
ncesa, procederemos à análise de uma crônica política publicada pelo jornal Folha de São Paulo po
realização do segundo turno da eleição presidencial brasileira de 2006. Considerando as coerções
discurso e a estratégia de identificação entre o jornalista e o leitor, descrevemos e analisamos o
rrativo passional e as configurações modais das paixões experimentadas por esses sujeitos da en
aminamos, assim, alguns elementos dos níveis narrativo e discursivo do percurso gerativo de se
vel narrativo, notamos que a “esperança” é a paixão que inicia esse percurso passional, e que a man
ontrato fiduciário é quebrado cria os efeitos passionais da decepção, da mágoa, da insegurança, con
ma paixão de falta. A análise do nível discursivo, por sua vez, revela que esta paixão de falta não co
ingança, mas sim à justiça, uma paixão desapaixonada. Cria-se um efeito passional que se coadu
itos de sentido de objetividade e de distanciamento.
Edua
o XX, um progressista desse mesmo período dos discursos que antecederam o segu
positivamente a igualdade de direitos entre eleição presidencial de 2006.
e mulheres; e isso é um valor axiologizado. Justificamos o uso da expressão “p
aí da questão da ideologia e das formações nadas à confiança e à decepção” devid
https://www.researchgate.net/publication/280994195_Paixoes_no_discurso_jornalistico_da_confianca_a_decepcao_numa_cronica_politica 2/13
06/04/2019 (PDF) Paixões no discurso jornalístico: da confiança à decepção numa crônica política
cas,See
que
all ›são “o conjunto de representações, de outras paixões nesse eixo. Primei
s que revelam a compreensão que uma dada
11 References
estado inicial, pois
Download os sujeitos
citation Sharenão são já Download full-text PDF
em do mundo” (Fiorin, 2003, p. 32); cada já-decepcionados; começamos a descriç
o ideológica corresponde a uma formação dis- ção desse sujeito com o arranjo /querer
em que a primeira impõe o que pensar, ao artigo “De la colère — étude de sémant
ue a segunda determina o que dizer. Greimas (1983) argumenta que não há
alores e as paixões estão imbricados no sen- mas sim um estado de espera. Logo, s
que, a partir dos estudos de Greimas (1983), é já-decepcionado, ele também não é
o sujeito-objeto compõe arranjos modais que modalizado.
m em sucessivos estados de alma do sujeito. Recuperando nosso exemplo ambien
contraria o enfoque taxionômico e classifica- sociedade ocidental do início do século
otado pela maior parte dos filósofos que ela- ter uma narrativa em que uma mulh
m teorias sobre as paixões, pois direciona seu mesmos direitos que um homem, por
ara as estruturas sintagmáticas e sintáxicas apresenta como o sujeito que irá realiz
as por um lexema. É sob essa perspectiva que mação, deixando que os homens que e
ferece o seguinte exemplo: mudem as regras do jogo. Cria-se aí um
de espera, em que o sujeito “mulher” q
. ] a organização sintagmática de /querer- conjunção com o objeto de valor “iguald
não-crer-ser e saber-não-poder-ser/ é do fazer do sujeito “homem”. Temos um
a estrutura patêmica ou passional, de ca- nário entre S1 “mulher” e S2 “homem”,
er modal, que produz o efeito de sentido com Greimas (1983, p. 229) e com Ba
tivo” ou “passional” de amargura (2002, p. 63), pode ser assim representado:
62).
S1 querer [S2 → (S1 ∩ Ov
e o sujeito quer ser? O que o sujeito não crê Onde:
ue o sujeito sabe que não pode ser? Aí está o
S1 é o sujeito de estado
í está o valor. As paixões derivadas da relação
S2 é o sujeito de fazer
objeto revelam a ideologia manifestada pelos Ad
os que se inscrevem em uma dada formação Esse é o programa narrativo do que G
va que, no limite, pode ser entendida como a chama de espera simples. Nesse caso
de de uma nação. mem” não está ou não parece ciente d
se sentido que Fiorin afirma que “os simula- pois o que há é a construção de um s
nstruídos no e pelo discurso deixam entrever objeto imaginário projetado pelo sujeito Conheça nossos m
nações modais e papéis temáticos e actanciais lher”. Todavia, a partir do instante e volkswagen#vale
dos ou não por uma dada cultura, o que ela sim dizer, esse sujeito “homem” toma o
desejar, o que obriga a temer, aquilo de que faz consciência do contrato fiduciário propo
nhar-se [...]. Em suma, que desejos é preciso “mulher”, atribui-se ao sujeito do faze
que desejos não se pode ter” (1992, p. 63). dade deôntica, ou seja, um /dever-faz
o sujeito de estado, atualizado na esp
zado, o que dará continuidade ou con
aixões relacionadas à percurso passional. Essa é, segundo G
onfiança e à decepção e os p. 230), uma paixão complexa que p
representada:
stemas de valores S1 crer [S2 dever → (S1 ∩ O
m vista que as paixões relacionadas à confiança Desde o início deste trabalho, estam
pção foram devidamente tratadas por Greimas paixões relacionadas à confiança e à de
por Barros Barros (1990, 2002), iremos ape- é da realização ou da não realização d
mar alguns pontos necessários à condução tado pelo sujeito do fazer que resultam
abalho, eximindo-nos da tarefa de discutir as satisfação, insatisfação, esperança, ins
es sintagmáticas já propostas, para dar me- ção, mágoa, frustração, cólera, rancor, Clique e conh
nção ao papel dessas paixões na construção ança e da decepção. Trata-se aí de uma
udo publicado originalmente na forma de artigo pela Actes Sémiotiques, em 1981, e reeditado em 1983 em seu
https://www.researchgate.net/publication/280994195_Paixoes_no_discurso_jornalistico_da_confianca_a_decepcao_numa_cronica_politica 3/13
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11 References
e espera com as categorias euforia e disforia, do discurso”, uma vez que se trata de u
relaxamento; com o aspecto da duração; com gêneros — sociointeracionista — que n
eamento do programa narrativo de liquidação conta dos problemas que se colocam qua
nas relações entre enunciador e enunc
nutenção do contrato de confiança leva às pai- Para Bakhtin (1992, p. 279), as esfer
benevolência, /querer-fazer/ bem a alguém (o humana (tais como a jurídica, a polític
ao passo que a ruptura do contrato de confi- literária, a científica, a midiática) dema
a às paixões de malevolência, /querer-fazer/ des e condições específicas que determi
guém (a vingança, a revolta). do enunciado, do gênero de discurso, qu
ue o estudo de tais configurações passionais as reflete por meio de seu tema (o conteú
mite praticar uma análise semiótica do dis- do); de seu estilo (componente linguísti
ue questione o significado dessas paixões na recursos lexicais, sintáticos e gramati
ção das imagens dos sujeitos (os simulacros) e forma composicional, que comporta o t
rso conforme o sistema de valores vigentes em ração e o tipo de conclusão do enunciad
contexto sócio-histórico, bem como relacionar tipo de relação entre o locutor3 e os ou
to de sentido passional com o fazer persuasivo da comunicação verbal (ouvinte, leito
ciador e o fazer interpretativo do enunciatário. discurso do outro).
m, podemos retomar nosso exemplo apresen-
Entre tema, estilo e forma composic
início deste texto. Não basta ao analista ob-
mos desta última alguns elementos que
ue S 1 “mulher” entrou em conjunção com o
caracterizar a crônica política como
e valor “igualdade”, pois o significado discur-
curso pertencente à esfera de atividade
sa igualdade difere muito se S 2 “homem” for
que sua descrição completa demandar
zado no discurso por meio do papel temático
lho. Destacaremos, portanto, a extens
rogressista ou de um conservador, difere mais
como preservada pela paginação4 ; a o
S 2 , no discurso, coincidir com o ator da enun-
mentativa; o estatuto dos parceiros da
orque os valores serão axiologizados de acordo
denominados aqui como enunciador e
categorias de sua formação discursiva.
No que tange à paginação do diário
ntramos na própria História do século XX situa-
Paulo, as crônicas políticas ocupam a s
e resolvem o estado de espera aqui ilustrado.
do primeiro caderno, dividindo espaço co
s o exemplo de que, durante a II Guerra Mun-
a charge, as frases e — dispostos na ter
homens foram para o campo de batalha e as
o painel do leitor e os artigos assinado
s passaram a ocupar seus lugares nas fábricas.
tas convidados a expor seu ponto de v
e da narratividade subjacente a essa prática
chamada “Debates e Tendências”. Todos
os permite tomá-la como um texto em si e, daí,
discursivos reunidos nessas duas págin
der o seguinte programa narrativo: o sujeito
espaço que esse diário dedica à constru
“homem” coloca o sujeito de estado “mulher”
unção com seu objeto de valor “igualdade”; o A crônica política, apesar de seu con
mulher” passa a um estado de relaxamento e de leveza, não perde de vista sua orient
atisfação”, contentamento pela realização do tativa, ou seja, sua finalidade é levar o
sperava. Isto, se estivermos considerando um o ponto de vista do cronista, que, para
de valores em que se acredita que as mulhe- argumentos veridictórios, que parecem
mente tiveram seu direito reconhecido pelos crônica intitulada “Não vale o que est
blicada pela Folha de São Paulo em 27
2006 e assinada por Clóvis Rossi, é c
base em uma comparação entre as pr
nálise por Lula em seu discurso de posse, em
cronista chama de “fatos, quatro anos d
Notas sobre um gênero de discurso zer referência aos feitos do governo Lula
ornalístico: a crônica política mandato, em 2006. As citações ao disc
de Lula em forma de discurso direto cr
s agora uma breve caracterização da crônica sentido de realidade, os exemplos e o
recorrendo aos pressupostos teóricos apresen- ria do leitor também corroboram esse e
r Bakhtin em seu artigo intitulado “Os gêneros veridictória a argumentação do cronis
lembrar que o termo “locutor” está sendo usado em sua acepção bakhtiniana e que o seu equivalente em se
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forme o Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa (Editora Objetiva,
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2001), paginar Download full-text PDF
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acordo com o projeto gráfico, todos os elementos que devem integrar uma página de livro, periódico etc.”, o qu
Edua
considerar que o cronista, para legitimar seu esperados “fim da impunidade”, “fim
o e a persuadir seu leitor, não só concatena “fim da instabilidade no continente
ntos, como também os alia a uma estratégia de
ação mútua e recíproca de imagens. Dessa ma-
3. Esse contrato de confiança gera um
fazer persuasivo do enunciador é construído
xada, despertando no eleitor o senti
com base nas crenças e nos valores comparti-
rança ligada à confiança, a esperan
pelo grupo social; na imagem do enunciador e
expectativa, que é representada pelo
ciatário; nas paixões.
/querer-ser/ /crer-ser/.
to ao estatuto dos parceiros da comunicação,
s dizer que o enunciador dessa crônica política Já o segundo momento do percurso
iza-se por pertencer ao corpo de cronistas do templa a quebra desse contrato:
sto é, ele não é um convidado que aí escreve
icamente. Embora detenha um capital ético 4. O primeiro objeto de valor “fim da im
do durante sua carreira na imprensa, o que é colocado em conjunção com o suj
edibilidade, ele está atrelado ao jornal, ou seja, “eleitor”, inspirando nele o sentim
ta fala pelo jornal ao mesmo tempo em que o ção, representado pelo arranjo moda
ala por meio do cronista. E essa comunhão é /não-crer-ser/.
ada pela assinatura do jornalista, que, ao criar 5. O segundo objeto de valor “fim da v
de sentido de individuação, cria a ilusão de
bém não é colocado em conjunção co
dência das opiniões emitidas em seus artigos.
estado, reiterando o sentimento de de
nciatário da crônica política, o leitor (não o lei-
rimentado durante a primeira ruptu
ógico, mas o semiótico), consiste em um feixe o que aspectualiza sua decepção pelo
tégias do discurso jornalístico que constrói a
tividade, levando o eleitor (leitor) a e
imagem do leitor, como explica Discini:
sentimento da mágoa (duração /que
e leitor, lembremos, normatizado pelo há- crer-ser/); trata-se ainda de uma p
o, torna-se o próprio jornal eleito. Trata- ou de ausência, porque as paixões
do efeito de identidade e de identificação, esse grupo deixam o sujeito de esta
struídos, ambos, dia após dia, pelo ato da conduzem à reparação da falta (Ba
ura (2003, p. 154). 66).
ehttps://www.researchgate.net/publication/280994195_Paixoes_no_discurso_jornalistico_da_confianca_a_decepcao_numa_cronica_politica
as config rações modais d ld “ l 5/13
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e as configurações
See all › modais estão sincretizados no papel de “eleit
experimentam as paixões
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s agora à análise do percurso narrativo passio-
11 References mágoa, insegurança, preocupação,
dindo-o, do ponto de vista do contrato fiduciá-
dois momentos distintos. É interessante notar que, se é no níve
meiro momento desse percurso se refere ao o percurso passional do sujeito de esta
cimento do contrato: da confiança à insegurança, é no nível
que se dão as relações entre enunciador
ujeito do fazer “Luís Inácio Lula da Silva”, ao
lembremos) que o “eleitor” (sincretizado
promessas em seu discurso de posse, assume
e o “cronista”) é inspirado pelo desejo
contrato de confiança com o sujeito de estado
assim, orientado a um programa de liqu
or”.
Ainda aí, e considerando a configuração
eito de estado espera que o sujeito do fazer o gança (/querer-fazer/ /poder-fazer/ ma
ue em conjunção com os objetos prometidos e o “eleitor” é, no nível narrativo, o sujei
discursivo que esse “eleitor/leitor” é persua- pelo não cumprimento de suas promes
ornar-se o sujeito do fazer, ao mesmo tempo no discurso de posse em 2003, mas nã
transforma em seu anti-sujeito o até então de colocar o eleitor em conjunção com
do fazer “Lula”. Greimas explica de maneira nidade, da violência e da instabilidade
r esse aspecto da vingança, dizendo que tal Sul, e sim como forma de estabelecer o r
consiste em uma necessidade, um desejo de sofrimentos entre o eleitor e o candida
o que remete a uma ação: em que este é punido enquanto aquel
moralmente.
. ] a ação em questão concerne a dois
Embora o voto seja individual, a ele
eitos e procura restabelecer entre eles o
processo e resultado se define como
uilíbrio perturbado em consequência da
Sendo assim, não se trata de dizer qu
nsa (e, acrescentemos, da decepção). Ve-
outro cidadão elegeu tal candidato, mas
s, no entanto, que não se trata aí de uma
o povo. Esse indivíduo — cidadão e el
ples liquidação da falta que situaria o PN
então uma dimensão individual e uma
nível da circulação de objetos de valor,
nos permite afirmar que o eleitor const
s de uma negociação entre os sujeitos, em
nica de Clóvis Rossi é, simultaneamen
um deve ser “indenizado moralmente” e o
que lê o jornal e é também membro d
ro “punido” [ . . . ] A vingança, como vimos,
eleitores que elegeram o presidente b
e início um reequilíbrio de sofrimentos en-
— de acordo com a crônica — não de
sujeitos antagonistas (Greimas, 1983, p.
mas sim puni-lo. Assim, é o eleitor em
).
coletiva que irá punir o candidato/pres
e-nos que a crônica de Clóvis Rossi constrói Nesse sentido, Greimas nos mostra
discurso um jogo de imagens que mostra um a delegação do poder-fazer que institu
ecepcionado e inseguro, um eleitor/leitor com judicador e transforma a vingança em
e vingança e um presidente/candidato que é p. 243). A frase “Eu não quero vinga
ujeito do eleitor. Tendo em vista que a crô- justiça” é bem recorrente e revela, pelo u
publicada na antevéspera do pleito final entre que há entre essas duas maneiras de
lckmin, que é um momento decisivo em uma quanto a primeira detém o traço individ
depreende-se que esse jogo de imagens visa a apresenta o aspecto do bem coletivo.
o leitor a não reeleger Lula para um segundo vinga de alguém que lhe causou um dan
o e, consequentemente, a eleger Alckmin. Mas, justiça se não delegar a reparação a um
ando os valores democráticos, o jogo eleitoral, presente um poder constituído pelo gru
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Edua
sob análise está justamente na maneira como passar pela axiologização dos sistemas
nde as paixões para manifestar seu posicio- formações discursivas, torna-se objeto d
o discursivo sobre um tema que é difícil ao seja, passa a ser relativizada: o que é
a manter a imparcialidade. não o é para outro. Assim, os valores qu
discurso do cronista da Folha de São P
à formação discursiva dita contrária a
lusão — somente valoriza positivamente a pa
ela for correlata à crença em não ree
igo de Clóvis Rossi é construído para passar ao
passo que, para a formação discursiva
eitor a impressão de que o cronista é neutro e
ao governo Lula, dada a relação polê
somente olhando para os fatos e comparando-
pelo antagonismo, justiça seria um va
as promessas do presidente, para concluir que
correspondesse à reeleição.
as cumpriu. Entretanto, a análise pôde revelar
maneira o cronista escamoteia os efeitos de
passional, além dos de subjetividade e de par- Referências
e. Viu-se que, do ponto de vista narrativo, o
onvidado a experimentar sentimentos que vão
ança à decepção; todavia, a análise do nível Bakhtin, Mikhail
vo, ao focalizar as relações argumentativas en- 1992. Os gêneros do discurso. In: Ba
nciador e enunciatário, nos permitiu perceber Estética da criação verbal. São Paulo
tor/eleitor é convidado a sentir a paixão não tes, p. 277–326.
nça, mas a da justiça. Isso por que o artigo foi
B Di L P d
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o naSeeantevéspera
all › do segundo turno da eleição Barros, Diana Luz Pessoa de
ncial, 1989–1990.
DownloadPaixões
citation e apaixonados:
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11 pois, se fosse publicado em qualquer ou-
References tico de alguns percursos. Cruzeiro S
mento, poderíamos lê-lo como uma crítica aos
ntes que não cumprem promessas, em que o Associação Portuguesa de Semiótica
60–73.
perimentaria o sentimento da decepção, talvez
ignação. Barros, Diana Luz Pessoa de
tiça surge nesse artigo de Clóvis Rossi como 2002. Teoria do discurso. Fundamen
esapaixonada por manifestar o sentimento de São Paulo: Humanitas.
brio entre dois sujeitos submetidos aos valores
áticos, em que um deve ser punido e o outro Discini, Norma
do moralmente. Compreendendo o eleitor em 2003. A imprensa dita séria: Folha
mensões individual e social, vimos que o eleitor O Estado de São Paulo. In: Discini, N
do na crônica política (em sua porção indivi- nos textos. São Paulo: Contexto, p. 1
lega ao eleitor (enquanto corpo de eleitores,
o poder-fazer e, ao invés de vingança, tem-se Elias, Norbert
, paixão valorizada positivamente pelo sistema 1994. A sociedade dos indivíduos. Tra
es da democracia. Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
e diz respeito às formações discursivas, o sis- Fiorin, José Luiz
mocrático pressupõe posicionamentos políticos 1992. Algumas considerações sobr
gicos estabelecidos mutuamente por relações vergonha. Cruzeiro Semiótico. Porto, A
onismo ou de aliança. Foi anunciado na intro- tuguesa de Semiótica, vol. 16, p. 55–
este trabalho que o segundo turno da eleição
ncial de 2006 foi um acontecimento que orga- Fiorin, José Luiz
uas formações discursivas que extrapolaram 2003. Linguagem e ideologia. São Pa
es discursivos dos partidos que encabeçaram
a (pt e psdb), pois o que tivemos foi uma for- Greimas, Algirdas Julien
discursiva favorável ao governo Lula e outra 1983. De la colère. In: Greimas, Algir
a ao governo Lula. Sendo assim, tem-se que a sens II. Paris: Editions du Seuil, p. 2
ção do discurso de Clóvis Rossi, manifestado Maingueneau, Dominique.
o de sua crônica política, se deve à sua inscri-
2000. Termos-chave da análise do
ormação discursiva dita contrária ao governo Horizonte: Ed. UFMG.
ract: This work deals with the role played by the passions related to the confidence and the disapp
b l h b d d h f l
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e intersubjective
Seethe relationships between enunciator and enunciatee, considering the system of val
all construction
›
meates of the discourse. Thus, based on greimassian semiotics
Download and French
citation Discourse A Download full-text PDF
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resent an analysis of a political column published by Folha de São Paulo newspaper before 2006’s
ion second round. Considering the constraints of the genre of discourse and the strategy of ident
ween the journalist and the reader, we describe and analyze the passionate narrative path and th
gurations of the passions experienced by the subjects of enunciation. We examined, then, some ele
ative and discoursive levels of meaning generative process. The analysis of the narrative level sho
is the first passion in this passionate narrative itinerary. It also shows that the way as the fiduciary
oken creates the passionate meaning effects of disappointment, grief, insecurity, which lead to passio
analysis of the discoursive level reveals, in turn, that this passion of lack does not correspond to ve
o justice, a dispassionate passion. The discourse creates a passionate effect consistent with the
ts of objectivity and detachment.
eferences (11)
https://www.researchgate.net/publication/280994195_Paixoes_no_discurso_jornalistico_da_confianca_a_decepcao_numa_cronica_politica 9/13
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a DeSee all ›
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11 References
de 1989–1990. Paixões e apaixonados: exame semiótico de alguns percursos. Cruzeiro Semiótico. Porto,
e Semiótica, vol. 11–12, p. 60–73.
amentos semióticos
a De
de 2002. Teoria do discurso. Fundamentos semióticos. São Paulo: Humanitas.
prensa dita séria: Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo. In: Discini, Norma. O estilo nos textos. São
22.
edade dos indivíduos. Tradução de Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
umas considerações sobre o medo e a vergonha. Cruzeiro Semiótico. Porto, Associação Portuguesa de
3.
983. De la colère. In: Greimas, Algirdas Julien. Du sens II. Paris: Editions du Seuil, p. 225–246.
do discurso
ale o que está escrito. Folha de São Paulo, São Paulo, 27 out 2006. Primeiro Caderno, p. 2.
gêneros do discurso. In: Bakhtin, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, p. 277-326.
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