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PORTARIA de CREDENCIAMENTO
209/2007 e 159/2012
BIOLOGIA
Ensino Médio
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Querido aluno,
Nesta apostila vamos aprender a reconhecer o papel do homem na natureza; compreender como os
seres vivos são formados, metabolismo e suas relações. Aprenderemos também, a desenvolver
responsabilidade pela nossa saúde e ambiente. Além de relacionar a ciências a outras áreas de
conhecimento.
Haverá palavras que talvez sejam estranhas a você. Então, sugiro que verifique em livros ou internet o
significado das mesmas, facilitando, assim, seu entendimento.
_ Você é um estudante de EaD (Ensino a Distância) e isso significa que 80% dos estudos são feitos em sua
própria casa, em horários que você escolherá;
_ Os outros 20% serão em aulas presenciais, nas quais você poderá tirar todas as dúvidas e obter mais
informações com seu professor;
_ Por isso, é fundamental que você venha para as aulas com seu material lido e os exercícios resolvidos;
_ Não se esqueça de ler todos os capítulos com muita atenção, fazer anotações e praticar com os
exercícios, isso lhe habilitará a compreender o conteúdo e partir para a etapa final do Ensino
Fundamental!
Nós estamos aqui para ajudá-lo em tudo que for necessário e desejamos um ótimo estudo!
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Produção: Colégio Cia de Ensino
Todos os direitos reservados. Não é permitido reproduzir.
Este material foi elaborado pela professora Gabriela Corrêa da equipe de Ciências e Biologia do Colégio Cia de
Ensino. O processamento do mesmo se deu pelo software PDF Creator © em uma licença “fairplay” (livre).
Todas as imagens utilizadas neste material são de livre distribuição e suas fontes estão especificadas abaixo das
mesmas. As imagens sem especificação foram retiradas do banco de imagens do programa Word ©, plataforma
Windows ©
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SUMÁRIO
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Unidade I
CÉLULAS,
UNIDADE FUNDAMENTAL
DA VIDA
Albert Einstein
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PLANETA TERRA: O INÍCIO
Nesta apostila daremos inicio ao estudo em Biologia. Vamos iniciar abordando sobre a origem dos seres vivos e
como são constituídos. O que pode nos ajudar a contar essa história é o contexto geológico e os vestígios fósseis,
importantes ferramentas para reconstituição da história da Terra e dos seres vivos.
Estudos estimam que a Terra formou-se a cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua superfície era uma esfera
incandescente e inabitável. Rios de lavas corriam na superfície, a temperatura era muito elevada, fumaça cobria a
atmosfera e meteoritos e cometas cruzavam os céus antes de se chocar contra o planeta. As rochas teriam se
formado a seguir, com o resfriamento do magma (lava) na superfície do nosso planeta. Com o tempo, o vapor
d’água saturou a atmosfera e começou a precipitar-se em forma de chuva, originado os oceanos.
Figura 1. Reconstituição artística da provável condição ambiental da Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos. Fontes: Disponível em <descomplicandospbr.blogspot.com>
Os primeiros indícios da existência de seres vivos em eras geológicas passadas datam 3,8 bilhões de anos.
Aproximadamente, um bilhão de anos teriam se passado desde a origem do nosso planeta, onde modificações
significativas teriam surgido nas condições ambientais, possibilitando o aparecimento da Vida, os primeiros seres
vivos – as bactérias. A partir de então, derivam as demais criaturas que, pouco a pouco, povoaram o planeta de
forma lenta e gradual, com o surgimento, desenvolvimento e extinção de incontáveis espécies. Graças aos
registros fósseis que comprovam uma impressionante proliferação de formas de vida das mais variadas, é possível
nos aproximarmos da história da evolução da vida.
A B C D
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A ORIGEM DOS SERES VIVOS
A partir de agora vamos estudar as teorias de como poderia ter sido a origem dos primeiros seres vivos e como
teriam esses seres evoluído e gerado a imensa diversidade de formas vivas que habitam hoje nosso planeta.
Até meados do século XIX os cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados espontaneamente do corpo
de cadáveres em decomposição.
Os experimentos de Redi
Em 1745, o cientista inglês Jonh T. Needham (1713-1781) realizou vários experimentos em que submeteria à
fervura frascos contendo substâncias nutritivas. Após a fervura, fechava os frascos com rolhas e deixava-os em
repouso por alguns dias. Depois, ao encaminhar essas soluções ao microscópio, Needham observava a presença
de microrganismos. A explicação que ele deu a seus resultados foi que os microrganismos teriam surgido por
geração espontânea. Ele dizia que a solução nutritiva continha uma “força vital” responsável pelo surgimento das
formas vivas.
Spallanzani explicou que Needham não havia fervido sua solução nutritiva por tempo suficientemente longo para
matar todos os microrganismos existentes nela e, assim, esterilizá-la. Needham respondeu a essas críticas
dizendo que, ao ferver por muito tempo as substâncias nutritivas em recipientes hermeticamente fechados,
Spallanzani havia destruído a “força vital” e tornado o ar desfavorável ao aparecimento da vida. Nessa polêmica,
Needham saiu fortalecido.
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Os experimentos de Pasteur
Somente por volta de 1860, com os experimentos realizados por Louis Pasteur (1822 – 1895), conseguiu-se
comprovar definitivamente que os microrganismos surgem a partir de outros preexistentes.
A ausência de microrganismos nos frascos do tipo “pescoço de cisne” mantidos intactos e a presença deles nos
frascos cujo “pescoço” havia sido quebrado, mostram que o ar contém microrganismos e que estes, ao entrarem
em contato com o líquido nutritivo e estéril do balão, desenvolvem-se. No balão intacto, esses microrganismos
não conseguiram chegar até o líquido nutritivo e estéril, pois ficam retidos no “filtro” formado pelas gotículas de
água surgidas no pescoço do balão durante o resfriamento. Já nos frascos em que o pescoço é quebrado, esse
“filtro” deixa de existir, e os microrganismos presentes no ar podem entrar em contato com o líquido nutritivo,
onde encontram condições adequadas para seu desenvolvimento e proliferam. A hipótese da biogênese passou, a
partir de então, a ser aceita universalmente pelos cientistas.
A aceitação da hipótese da biogênese gerou novo questionamento: se todos os seres vivos surgiram de
outros preexistentes,
Como estudamos no início desta apostila, o nosso planeta não surgiu apresentando as mesmas condições
ambientais que temos hoje. Segundo registros encontrados nas rochas, foram necessários cerca de um bilhão de
anos para que as condições ambientais se tornassem propícias ao aparecimento da vida.
Possibilidades têm sido levantadas para explicar o aparecimento dos primeiros seres vivos há cerca de 3,8 bilhões
de anos atrás:
Segundo essa hipótese, a primeira forma de vida terrestre não teria surgido na Terra, mas sim em outros
planetas. Essa forma de vida ancestral teria chegado a nosso planeta sob a forma de esporos e outras formas de
resistência, aderidos a meteoritos que sempre caem por aqui.
No entanto, essa hipótese não é muito esclarecedora, já que não explica, de fato, a origem da vida. Ela explica
como ela teria começado na Terra, mas não como ela surgiu nos planetas de onde os esporos vieram.
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Criacionismo (origem por criação divina)
É uma hipótese de cunho religioso, onde uma divindade teria criado cada ser vivo individualmente e, do jeito que
foram criadas no início, permanecem até hoje. É o que se chama de imutabilidade das espécies.
É a hipótese mais aceita pelos cientistas atualmente, que diz que a vida teria surgido de moléculas presentes na
Terra primitiva que se associaram entre si, formando substâncias cada vez mais complexas. Essas substâncias,
com o tempo, originariam os primeiros seres vivos.
Essa hipótese foi proposta por dois cientistas – Alexander Oparin e John Burdon Haldane – na década de 1920.
Trabalhando de forma independente, os dois pesquisadores chegaram a conclusões semelhantes de como teria a
vida surgido na Terra.
Nesse período, a Terra passava por uma época de resfriamento. O vapor d’água começava a de condensar nas
depressões da crosta do planeta. Com as chuvas que passaram a cair, aquelas moléculas orgânicas que estavam
na atmosfera foram arrastadas para os mares primitivos, ainda quentes e rasos. Esses mares, ao longo dos anos,
formaram o que hoje se chama “sopa nutritiva”.
Nessa “sopa”, as moléculas orgânicas foram se agregando, dando origem a compostos chamados coacervados.
Esses coacervados não foram seres vivos, mas conjuntos de moléculas orgânicas envoltos por moléculas de água.
Mas eles se diferenciavam de outros compostos por ser um sistema semi-isolado, onde havia troca de substâncias
com o meio externo e possibilidade de inúmeras reações em seu interior.
Oparin acreditava que as moléculas orgânicas foram produzidas a partir de reações ocorridas entre os gases
existentes na atmosfera primitiva. Essas reações teriam sido provocadas pela energia dos raios ultravioletas do
Sol e pelas descargas elétricas dos raios durantes as tempestades, então muito frequentes.
Entre as diversas moléculas orgânicas supostamente produzidas a partir de gases primitivos, destacam-se os
aminoácidos. Os aminoácidos formados devem ter combinado entre si dando origem a outras substâncias mais
complexas, chamadas proteínas. Ao longo de milhões de anos, as proteínas foram se acumulando nos mares
primitivos e se juntando em minúsculos aglomerados, que Oparin chamou de coacervados.
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Dos coacervados às células
A ciência atual admite que muitas substâncias presentes nos mares primitivos foram lentamente se juntando aos
coacervados, tornando-os cada vez mais complexos. Admite também que no interior dos coacervados ocorreram
muitas reações entre substâncias inexistentes, até que, depois de milhões de anos, surgiram os ácidos nucleicos.
Os ácidos nucléicos organizam o material genético de uma célula e comanda suas atividades diversas, inclusive a
reprodução. Assim, com o surgimento dessas moléculas muito especiais, os coacervados puderam se transformar
em seres unicelulares.
Figura 6. Esquema representando a origem dos seres vivos segundo a hipótese de evolução gradual dos sistemas químicos. Fontes: Lopes, S. 2006.
Em 1950, dois pesquisadores da Universidade de Chicago, Stanley Miller e Harold Urey, desenvolveram um
aparelho em que simularam as condições supostas para a Terra primitiva. Com sucesso, obtiveram resultados que
confirmaram a hipótese de Oparin e Haldane.
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Inicialmente, obtiveram com o seu experimento pequenas moléculas que, com o passar do tempo, se
combinaram formando moléculas mais complexas, inclusive os aminoácidos glicina e alanina. Posteriormente,
novas pesquisas obtiveram outros aminoácidos e vários compostos de carbono.
A Evolução do Metabolismo
Apesar de não termos um retrato exato dos seres vivos mais primitivos, podemos imaginar que eles eram
microscópicos, envoltos por uma membrana e que em seu interior ocorriam diversas reações químicas que eram
ordenadas e controladas por informações genéticas. Essas reações transformavam o alimento, do qual esses seres
vivos se alimentavam, em componentes do seu corpo, o que lhes permitiam crescer e se reproduzir.
Mas você deve estar se perguntando: do que esses seres vivos se alimentavam? Essa também é uma questão que
divide a opinião dos cientistas, duas hipóteses são aceitas, a hipótese heterotrófica e a hipótese autotrófica.
Hipótese heterotrófica
Segundo essa hipótese, os primeiros organismos eram estruturalmente muito simples, sendo de se supor que as
reações químicas em suas células também seriam simples. Eles viviam em um ambiente aquático, rico em
substâncias nutritivas, mas provavelmente não existia oxigênio na atmosfera, nem dissolvido na água dos mares.
Nessas condições, é possível supor que, tendo alimento abundante ao seu redor, esses primeiros seres teriam
utilizado esse alimento já pronto como fonte de energia e matéria-prima. Eles seriam, portanto, heterotróficos.
(hetero = diferente; trofos = alimento), organismos que não são capazes de sintetizar seus próprios
alimentos a partir de compostos inorgânicos, obtendo-os prontos do ambiente.
Uma vez dentro da célula, esses alimentos precisam ser degradados. Nas condições da Terra atual, a via
metabólica mais simples para se degradar alimento sem oxigênio é a fermentação, um processo anaeróbio (an =
sem; aero = ar; bio = vida). Um dos tipos mais comuns de fermentação é a alcoólica. O açúcar (glicose) é
degradado em álcool etílico (etanol) e gás carbônico, liberando energia para as várias etapas do metabolismo
celular.
Esses organismos começaram a aumentar de número por reprodução. Paralelamente a isso, as condições
climáticas da Terra também estavam mudando a ponto de não mais ocorrer síntese pré-biótica de matéria
orgânica. Desse modo, o alimento dissolvido no meio teria começado a ficar escasso.
Com o alimento reduzido e um grande número de indivíduos nos mares, deve ter havido muita competição, e
muitos organismos teriam morrido por falta de alimento. Ao mesmo tempo, teria se acumulado CO2 no
ambiente. Acredita-se que nesse novo cenário teria ocorrido o surgimento de alguns seres capazes de captar a luz
solar com o auxílio de pigmentos como a clorofila. A energia da luz teria sido utilizada para a síntese de seus
próprios alimentos orgânicos, a partir de água e gás carbônico. Teriam surgido assim os primeiros seres
autotróficos: os seres fotossintetizantes (foto = luz; síntese em presença de luz), que não competiam com os
heterotróficos e proliferaram muito.
Esses primeiros seres fotossintetizantes (cianobactérias ou algas azuis) foram fundamentais na modificação da
composição da atmosfera: eles introduziram oxigênio no ar, e a atmosfera teria passando de redutora para
oxidante. Até os dias de hoje, são principalmente os seres fotossintetizantes que mantém os níveis de oxigênio na
atmosfera, o que é fundamental para a vida do nosso planeta. Em condições de baixa disponibilidade de
moléculas orgânicas no meio, esses organismos aeróbios teriam grande vantagens sobre os fermentadores.
Havendo disponibilidade de oxigênio, foi possível a sobrevivência de seres que desenvolveram reações
metabólicas complexas, capazes de utilizar esse gás na degradação do alimento. Surgiram, então, os primeiros
seres aeróbios, que realizavam respiração. Por meio da respiração, o alimento, especialmente o açúcar glicose, é
degradado em gás carbônico e água, liberando muito mais energia para a realização das funções vitais do que na
fermentação.
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A fermentação, a fotossíntese e a respiração permaneceram ao longo do tempo e ocorrem nos organismos que
vivem atualmente na Terra. Todos os organismos respiram e/ou fermentam, mas apenas alguns respiram e fazem
fotossíntese.
Hipótese Autotrófica
De acordo com essa hipótese, os seres primitivos eram capazes de sintetizar seus próprios alimentos a partir de
substâncias inorgânicas simples, ou seja, eram autotróficos (auto = próprio; trofos = alimento), como é o caso das
plantas.
Os defensores da hipótese autotrófica acreditam que na Terra primitiva não havia quantidade suficiente de
matéria orgânica para sustentar a multiplicação dos primeiros seres vivos até o aparecimento da fotossíntese.
Eles defendem também que os seres vivos surgiram em locais mais protegidos, como o assoalho dos mares
primitivos, já que a superfície terrestre era muito instável. Segundo esses cientistas, os primeiros organismos
vivos eram quimiolitoautotróficos, ou seja, produziam seu alimento a partir da energia liberada por reações
químicas entre componentes inorgânicos da crosta terrestre, como o enxofre e compostos de ferro. Essa
possibilidade consolidou-se após a descoberta de vida nas fontes termais submarinas (arqueas), que se
encontram no fundo dos oceanos. Muitas bactérias que vivem nesses locais são autotróficas, mas realizam um
processo diferente da fotossíntese (realizam a quimiossíntese). De acordo com essa hipótese, a partir dos
primeiros seres quimiolitoautotróficos surgiram os seres que realizavam a fermentação, depois os seres
fotossintetizantes, e por fim os seres aeróbios (que realizam a respiração).
1. Como as estruturas geológicas e vestígios fósseis possibilitam se aproximar das teorias do surgimento e a
evolução dos seres vivos?
2. Explique: abiogênese e biogênese.
3. Explique por que no fim da experiência de Needham estava presente nos fracos microrganismos e na
experiência de Spallanzani não tinha a presença de microrganismos.
4. Qual experiência fez com que a hipótese da biogênese passa-se a ser aceita universalmente pelos
cientistas? Quando e quem a realizou? Qual foi a metodologia?
5. Porque a origem dos seres vivos por evolução química é a mais aceita pelos cientistas?
6. Explique com suas palavras o significado da expressão “sopa primordial”.
7. Qual é a importância dos coacervados para a origem dos seres vivos?
8. Em relação à evolução do metabolismo, cite a hipótese que você defende: hipótese heterotrófica ou
hipótese autotrófica. Por quê?
9. Pesquisar sobre os estromatólitos: destacar sua importância para a diversificação da vida.
10. A partir de quanto começou a existir oxigênio na atmosfera?
Os seres vivos são entidades que se diferenciam dos não vivos (brutos) por apresentarem as propriedades de
multiplicação, variação e hereditariedade, pois são formados por pequenas unidades vivas denominadas células.
CÉLULA: é a unidade fundamental para a vida - pequeno compartimento, quase sempre invisível a
olho nu, presente em todos os organismos, com exceção dos vírus. Formada por agrupamentos de
moléculas organizadas com funções específicas.
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Como vimos, provavelmente, a origem das primeiras células existentes no planeta, datadas com 3,8 bilhões de
anos, tenham surgido de alguma montagem química molecular. Essas primeiras células são as procariontes – mais
precisamente as bactérias. As células procariontes são simples em comparação com as células eucariontes, que
surgiram cerca de 1,5 bilhões de anos depois dos organismos procariontes.
PROCARIONTE EUCARIONTE
Flagelo
Figura 8. Célula procarionte. Fonte: Disponível em <http://www.brasilescola.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
Cloroplasto
Membrana Plasmática
Figura 9. Células eucariontes. Fontes: Disponível em <http://profelisamasantos.blogspot.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
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Além de células procariontes ou eucariontes, os organismos são qualificados pelo número de células que constitui
o corpo do ser vivo. Dessa forma, quando os organismos são constituídos de apenas uma célula são chamados de
unicelulares e quando são constituídos de mais de uma célula são chamados de pluricelulares.
Ex.: Bactéria
Célula única
A célula, isolada ou junta com outras células forma todo o ser vivo. Além disso, ela tem toda a “maquinaria”
necessária para a realização das funções de um ser vivo, como nutrição, produção de energia, proteção e
reprodução.
As células podem diferir muito umas das outras, pois cada função específica exige uma forma adequada. Os
organismos unicelulares, por exemplo, apresentam uma enorme variedade quanto à forma, de acordo com seu
tipo de vida. Também nos organismos pluricelulares as formas das células variam. Nos animais encontramos, por
exemplo, as células da pele, achatadas como ladrilhos, com função de revestimento; as que revestem
internamente os vasos sanguíneos, além de achatadas tem grande capacidade de distensão; as musculares,
alongadas, constituem fibras capazes de contração.
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AS ESTRUTURAS BÁSICAS DAS CÉLULAS
Precisamos compreender as estruturas básicas que desempenham papéis bem definidos nos organismos vivos:
membrana plasmática, citoplasma e núcleo. Essas estruturas são as organelas.
Organelas: são compartimentos subcelulares que desenvolvem funções distintas, que no total,
produzem as características de vida associada com a célula.
Para entendermos como estão dispostas as estruturas básicas de uma célula, basta
observarmos o ovo ao lado. Você sabe o que é a casca, a clara e a gema?
Então, será fácil identificar as estruturas básicas das células. Imagine que a casca do ovo é a
membrana plasmática, a clara é o citoplasma e a gema é o núcleo. Para entendermos melhor, agora vamos
verificar a ilustração de uma célula animal:
Figura 12. Estruturas básicas das células. Fonte: Disponível em <http://www.brasilescola.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
MEMBRANA PLASMÁTICA: envolve toda a célula. Tem função de regular as trocas entre a célula e o meio
extracelular (fora da ambiente celular). Portanto é responsável pela permeabilidade seletiva, através da bicamada
lipoproteica (duas camadas de lipídios e proteínas de diferentes formas entre essas camadas), que serve como
ponte para entrada e saída de substâncias.
Carboidratos
Proteínas
Bicamada
lipídica
Membrana plasmática
Transporte Passivo: passagem no sentido do gradiente por isso não ocorre gasto de energia.
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Difusão é a passagem de soluto de um meio mais concentrado
(hipertônico) para um meio menos concentrado (hipotônico);
Transporte Ativo: passagem de substâncias de um meio menos concentrado para um mais concentrado (contra o
gradiente de concentração). Para tanto, há gasto de energia.
Endocitose
Fagocitose é o englobamento
de partículas sólidas. Isso
acontece em amebas, leucócitos
e macrófagos.
Pinocitose é o englobamento de
gotículas.
Exocitose
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CITOPLASMA: responsável pela transformação do alimento que penetra na célula, pelo transporte e
armazenamento de substâncias no interior da célula. No citoplasma estão dispostas as organelas especializadas,
por exemplo, as responsáveis pela nutrição, as que realizam a produção de material celular (ribossomos) e
produção de energia (mitocôndrias).
NÚCLEO: todas as células têm suas funções coordenadas pelo núcleo. Ele controla a produção das proteínas:
principais moléculas da construção da matéria celular, responsável pelo crescimento celular para chegar ao
amadurecimento e se multiplicar (multiplicação celular). Tudo que a célula faz depende das informações dos
cromossomos encontrados no seu interior, formados por ácidos nucleicos (DNA e RNA). Desta forma, os
cromossomos contém a “programação” da célula.
Cromossomo
Figura 20. Núcleo da célula. Fonte: Disponível em <http://www.qieducacao.com> (modificado –Cia. de Ensino, 2013).
Multiplicação celular: calcula-se que um milhão de células humanas morram a cada hora. Em um organismo
saudável, essas células são imediatamente substituídas por outras, formadas a partir de células preexistentes.
Desta maneira, a produção de novas células para o crescimento e reparação de tecidos do corpo, se dá por meio
da divisão celular: mitose.
Mitose: é o processo de divisão celular pelo qual uma célula eucarionte origina, em sequência ordenada de
etapas, duas células-filhas cromossômica e geneticamente idênticas.
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OBS.: Antes da divisão, o núcleo com
todos os seus componentes se duplica.
Por alguns instantes, a célula possuirá
dois núcleos idênticos. Somente então o
citoplasma se dividirá, formando duas
células independentes, com as mesmas
capacidades da célula inicial.
Figura 22. Esquema de divisão celular - meiose. Fonte: Disponível em <veja.abril.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
Retículo endoplasmático rugoso (RER): realiza a síntese de proteínas (com ribossomos associados).
Aparelho de Golgi: Conjunto de sacos membranáceos achatados que armazenam e secretam substâncias
que serão usados pela célula.
Ribossomos: responsável pela fabricação das proteínas celulares livres no citoplasma ou associadas ao
Retículo endoplasmático liso e rugoso.
As células vegetais apresentam organelas distintas, pois as plantas precisam desempenhar funções diferentes
dos outros seres vivos.
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Técnicas citológicas (microscopia): processos utilizados na preparação de material para
observação ao microscópio.
Agora que já estudamos as principais estruturas das células, vamos buscar entender a composição química
responsável pela formação e funções das células. É importante sabermos que uma das evidências da evolução
biológica e da ancestralidade comum dos seres vivos é que todas as formas de vida possuem composição química
semelhante. Essa composição química das células divide-se em dois grandes grupos de substâncias: as substâncias
inorgânicas e as substâncias orgânicas.
Dos elementos químicos encontrados na natureza, quatro são encontrados com maior frequência na composição
química dos seres vivos. Esses elementos são o carbono (C), o oxigênio (O), o nitrogênio (N) e o hidrogênio (H).
Além desses quatro elementos, outros são biologicamente importantes como o sódio (Na), potássio (K), cálcio
(Ca), fósforo (P), enxofre (S), entre outros.
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Substâncias Inorgânicas
Água
A porção de água é variável com a espécie, com o tecido, com a idade e com o metabolismo. Quanto menor a
quantidade de água, mais rígido é o tecido; os embriões e as crianças tem mais água nos tecidos que adultos; os
tecidos de maior atividade metabólica tem mais água em sua composição.
Sais minerais
Os sais minerais são nutrientes cuja função é a estruturação de partes duras do nosso corpo e regular o
organismo. Encontram-se dissociados ionicamente no protoplasma, regulando a pressão osmótica e atuando na
manutenção do pH das células (efeito tampão). Os principais sais minerais que devemos ingerir são:
• Cálcio: 90% do cálcio são armazenados nos ossos. Auxilia na formação dos ossos, dos dentes, na
coagulação sanguínea, na transmissão de impulsos nervosos, nos batimentos cardíacos, na regulação da
contração muscular, na regulação da pressão arterial e sistema imunológico. Suas fontes são leite e seus
derivados e vegetais verde-escuros.
• Fósforo: auxilia na formação dos ossos e dentes, participa das moléculas do ácido nucléico e do trifosfato
de adenosina que é uma reserva de energia. Suas fontes são leite e seus derivados, cereais, legumes, ovos,
aves, peixes e carnes.
• Iodo: componente da glândula tireóidea, cuja função é regular o metabolismo. Suas fontes são peixes,
frutos do mar e sal iodado.
• Magnésio: auxilia na contração muscular e no metabolismo energético. Suas fontes são cereais, vegetais,
frutas, nozes, frutos do mar e grãos integrais.
• Zinco: auxilia o sistema imunológico, facilita a cicatrização e é componente das enzimas digestórias. Suas
fontes são carnes, fígado, ovos, mariscos, cereais e peixes.
• Sódio: auxilia o equilíbrio hídrico, a transmissão dos impulsos nervosos, o relaxamento muscular e a
contração muscular. Suas fontes são sal, azeite e alimentos processados.
• Flúor: atua na estrutura óssea e no esmalte dos dentes. Sua fonte é a água fluorada.
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• Cloro: auxilia o equilíbrio hídrico. Sua fonte é o sal de cozinha.
Substâncias Orgânicas
Proteínas
São moléculas compostas por pequenas unidades chamadas de aminoácidos (mais detalhes serão descritos na
unidade IV). As principais funções das proteínas nos organismos são:
atuar como catalizadoras - enzimas que facilitam as reações químicas do metabolismo (por exemplo: na
digestão, na fotossíntese e na respiração);
atuar como unidades estruturais das células, entre vários exemplos, a membrana plasmática apresenta
proteínas, as fibras musculares (actina e miosina), nossos cabelos, unhas e as garras de outros animais são
constituídos por uma proteína chamada queratina;
atuar como transportadoras - como no caso da hemoglobina presente em nosso sangue, que circunda
todo o organismo, também é uma proteína;
atuar como sistema imunológico - proteção pelos anticorpos, componentes do sistema imunológico,
também são compostos por proteínas. São produzidos em resposta à entrada de substâncias estranhas
no organismo, os antígenos. Um exemplo é uma classe de proteínas encontradas no plasma sanguíneo
que são as gamaglobulinas e entre elas estão as imunoglobulinas que ajudam a prevenir e combater
infecções importantes e, também, doenças. Em casos específicos, alguns médicos receitam injeções de
gamaglobulina extraída do plasma de pessoas que já adquiriram imunidade à doença que o paciente está
exposto.
atuar como reguladores do metabolismo – hormônios. Por exemplo, a insulina é uma proteína sintetizada
em nosso organismo e possui como principal função o controle dos níveis de glicose no sangue. Sua
carência é um dos fatores que resultam no desenvolvimento do diabetes tipo 1 e 2.
Carboidratos
Carboidratos são moléculas orgânicas formadas por carbono, hidrogênio e oxigênio. São as principais fontes de
energia para os sistemas vivos, uma vez que a liberam durante o processo de oxidação. Participam também na
formação de estruturas de células e de ácidos nucleicos.
Os de constituição mais simples, denominados monossacarídeos, possuem como fórmula geral (CH2O)n, sendo o
“n” o número de átomos de carbono. São, geralmente, de sabor adocicado e podem ser trioses, tetroses,
pentoses, hexoses ou heptose, quando constituídas de três, quatro, cinco, seis ou sete átomos de carbono. A
glicose, monossacarídeo extremamente importante para a nossa vida como fonte de energia, é uma hexose de
fórmula C6H12O6. A frutose e a galactose são, também, hexoses. Os dissacarídeos são moléculas solúveis em
água, resultantes da união de dois monossacarídeos, por uma ligação denominada glicosídica. Quando ocorre
esse evento, há a liberação de uma molécula de água (desidratação). Sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose
+ galactose) e maltose (glicose + glicose) são três exemplos bastante conhecidos. Já polissacarídeos são formados
pela união de diversos monossacarídeos, sendo a celulose, amido e glicogênio os mais conhecidos e os de maior
importância biológica. São formados por cadeias longas e podem apresentar moléculas de nitrogênio ou enxofre.
Não são solúveis em água.
Lipídeos
Os lipídeos servem, principalmente, como componentes estruturais das membranas; como forma de
armazenamento de energia; e outras funções (hormônios esteroides, vitaminas, proteção, material isolante).São
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moléculas pouco solúveis em água, por isso, são chamadas de hidrofóbicas. Os glicerídeos são os óleos e as
gorduras. São formados por uma molécula de álcool de cadeia curta, chamado glicerol, e moléculas de ácidos
graxos. Alguns glicerídeos servem como reserva de energia para o metabolismo celular, tanto em animais quanto
em vegetais. As gorduras também servem como um eficiente isolante térmico em muitos animais, dificultando a
dissipação do calor do corpo para o ambiente.
Os lipídios como componentes estruturais das membranas plasmáticas, envolvem todas as células. Tem função de
regular as trocas entre a célula e o meio extracelular (fora do ambiente celular). Portanto é responsável pela
permeabilidade seletiva, através da bicamada lipoproteica (duas camadas de lipídios e proteínas de diferentes
formas entre essas camadas), que serve como ponte para entrada e saída de substâncias (como estudamos
anteriormente). Veja abaixo as moléculas que formam a bicamada lipoproteica:
Membrana Plasmática
Figura 24. Lipídio componente estrutural da membrana plasmática.
Fonte: disponível em <docentes.esalq.usp.br>; <sites.google.com> (modificado – Equipe Cia. De Ensino).
Ácidos nucléicos
Os ácidos nucleicos contêm o material genético encontrado dentro do núcleo das células dos organismos. Existem
dois tipos de ácidos nucleicos, ácido desoxirribonucleico, ou DNA, e o ácido ribonucleico, ou RNA. Eles são
constituídos por pequenas unidades chamadas de nucleotídeos. Os nucleotídeos são formados por um grupo
fosfato, um carboidrato (desoxirribose no DNA e ribose no RNA) e uma base nitrogenada. Existem cinco tipos
diferentes de bases nitrogenadas: adenina (A), timina (T), guanina (G), citosina (C), e uracila (U). As quatro
primeiras são encontradas no DNA. Já no RNA, a timina é substituída pela uracila.
Bases nitrogenadas
Figura 26. Esquema de bases nitrogenadas e molécula de DNA, no plana e retorcido. Fonte: disponível em <dc317.4shared.com>;
César e Sezar, 2003 (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
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Os ácidos nucleicos possuem as informações necessárias para a síntese de proteínas e transmitem as informações
genéticas de uma célula para outra ou entre a geração parental e sua prole (unidade IV).
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Unidade II
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS
SERES VIVOS
"Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele. A
vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto
ele. Agora sorria, se você acredita que todos os animais merecem nosso respeito e nossa
proteção, pois em determinado ponto eles são nós e nós somos eles."
(Philip Ochoa)
24
DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
Sabemos que existe um sistema de classificação científica designada ao modo como agrupamos os seres vivos
(Reino - Filo ou divisão, em botânica - Classe - Ordem - Família - Género – Espécie). Classificar os seres vivos faz
parte da sistemática (ciência que faz o estudo das relações entre os organismos). Ela é dedicada a inventariar e
descrever a biodiversidade a fim de entender as relações filogenéticas entre os organismos. É então que surge a
taxonomia (ciência que descobre, descreve e classifica as espécies e seus grupos, com seus princípios e normas) e
a filogenia (relações de evolução entre os organismos).
Vejamos a partir de agora o agrupamento dos seres vivos organizados de acordo com suas características,
divididos em cinco reinos (categoria superior da classificação científica):
Evolução dos cinco reinos: após o surgimento das células procariontes (reino monera), que deram origem os
protistas eucariontes unicelulares, que evoluíram para seres protistas pluricelulares, foram surgindo seres com
maior complexidade – as plantas, fungos e animais. Desta forma, constituindo os cinco reinos.
Vamos analisar algumas características dos vírus para tiramos nossas próprias conclusões em relação a sua
classificação.
Vimos na unidade anterior que os seres vivos são aquele(s) constituído(s) por célula(s). No entanto o vírus não
possuem células, são constituídos por ácido nucléico que pode ser o DNA ou o RNA, envolvido por um invólucro
proteico denominado capsídeo. Possuem cerca de 0,1 µm de diâmetro, com dimensões apenas observáveis ao
microscópio eletrônico.
Os vírus apresentam formas de organismo bastante diferenciadas, mas todos possuem uma cápsula feita de
proteína, onde fica o material genético desses seres. Esse material genético sofre modificações, ou seja, mutações
que com frequência leva ao surgimento de variedades (subtipos) de um mesmo vírus. Isso dificulta o seu combate
e compromete a eficiência de várias vacinas, que são preparadas para combater tipos específicos de
microrganismo. A capacidade de sofrer mutações genéticas é uma das características que os vírus têm em comum
com os seres vivos.
Figura 27. Esquema das estruturas de um vírus bacteriófago. Fonte: disponível em <sesi.webensino.com.br>
25
Por serem tão pequenos conseguem invadir células, inclusive a de organismos unicelulares, como as bactérias. É
parasitando células de outros organismos que os vírus conseguem replicar-se. Como são parasitas obrigatórios
eles causam nos seres parasitados
doenças denominadas viroses.
Replicação
Ciclo Reprodutivo
1. Entrada do vírus na célula: ocorre a absorção e fixação do vírus na superfície celular e logo em
seguida a penetração através da membrana celular.
2. Eclipse: um tempo depois da penetração, o vírus fica adormecido e não mostra sinais de sua presença
ou atividade.
4. Liberação: as novas partículas de vírus saem para infectar novas células sadias.
Classificação
A classificação dos vírus ocorre de acordo com o tipo de ácido nucléico que possuem, as características do sistema
que os envolvem e os tipos de células que infectam. De acordo com este sistema de classificação, existem
aproximadamente, trinta grupos de vírus diferentes.
Vírus não apresentam qualquer atividade metabólica quando fora de uma célula hospedeira: eles não podem
captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade Biosintética. Eles obviamente se reproduzem,
mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células filhas.
Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse
debate e primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a
definição de vida. Aqueles que defendem a ideia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos
devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente, devem ter
metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos
26
constroem e mantêm seus corpos, crescem e exercem inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução,
etc.); organismos vivos também fazem parte de uma linhagem contínua, sendo necessariamente originados de
seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole), etc. Ou
seja, compostos de células.
Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em
resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo
próprio, por isso alguns os consideram "partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos.
Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de
reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até aí
todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a
presença massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga como a
própria vida - sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc.
Definir vida tem sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou
arbitrária, dificultando assim uma definição exata a respeito dos vírus.
Curiosidades
- Exemplos de doenças humanas provocadas por vírus: hepatite, sarampo, caxumba, gripe,
dengue, poliomielite, febre amarela, varíola, AIDS e catapora.
- Os antibióticos não servem para combater os vírus. Alguns tipos de remédios servem apenas para tratar os
sintomas das infecções virais. As vacinas são utilizadas como método de prevenção, pois estimulam o sistema
imunológico das pessoas a produzirem anticorpos contra determinados tipos de vírus.
Reino Monera
MORFOLOGIA BACTERIANA
27
Reprodução
Esporulação: algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas resistentes
denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade
metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência por
dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que
passa a se reproduzir por divisão binária.
Reprodução sexuada: para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de
fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina
com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados
serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA de uma bactéria para
outra pode ocorrer de três maneiras: por transformação, transdução e por conjugação.
28
c) Conjugação: pedaços de DNA passam diretamente de
uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora,
a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos
tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias
"macho" possuem em sua superfície. O fragmento de
DNA transferido se recombina com o cromossomo da
bactéria "fêmea", produzindo novas misturas genéticas,
que serão transmitidas às células-filhas na próxima
divisão celular.
na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto
anaerobiamente;
agentes que provocam doença no homem;
em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de transformação do
leite em coalhada;
no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico possa
ser utilizado pelas plantas;
em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre elas a insulina e o
hormônio de crescimento.
Reino Protista
São seres, na sua maioria, unicelulares (podendo ser solitários, coloniais e multicelulares) e eucariontes; os tipos
de nutrição são autotrofismo (fotossíntese) ou heterotrofismo (absorção ou ingestão). Suas interações nos
ecossistemas ocorrem como produtores e microconsumidores. Estão presentes: os protozoários e algas
inferiores ou eucariontes.
Sarcodíneos: possuem pseudópodes e vacúolo contrátil (especialmente os que vivem em água doce). Ex:
ameba;
Mastigóforos: usam flagelos para a locomoção e a captura de alimentos. Ex: protozoários causadores de
doenças;
Esporozoários: parasitas intracelulares que não possuem organelas de locomoção. Ex: plasmódio da Malária;
Figura 35. Morfologia dos diferentes grupos de protistas. Fonte: disponível em <sesi.webensino.com.br>
29
Alguns protozoários, como certas amebas, têm envoltórios protetores, as tecas. Os radiolários e heliozoários
possuem um esqueleto intracelular composto de sílica. Os foraminíferos são dotados de carapaças externas feitas
de carbonato de cálcio. As algas diatomáceas possuem carapaças silicosas.
A B C
Reprodução
Reino Fungi
Os fungos são seres eucariontes (de núcleo organizado e individual), com parede celular de quitina, quando
presente. Podem ser unicelulares, no entanto, sua maioria são pluricelulares com diferenciação celular reduzida.
São heterótrofos (absorção) e microconsumidores. Estão presentes: leveduriformes (leveduras) e filamentosos
(cogumelos e bolores).
30
As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por
microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e
reprodutivas.
Reprodução
Figura 39. A) Morfologia interna de um cogumelo; B) morfologia externa de um cogumelo. Fonte: disponível
em <ruisoares65.pbworks.com>; <www.planetaviavel.com.br>. (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).
produção de alimentos e bebidas fermentadas (açúcar fermentado para a obtenção de energia, liberando
CO2 e álcool etílico);
produção de queijos;
produção de substâncias de uso farmacêutico pela produção de toxinas;
desempenham papel de decompositores na natureza;
causa doenças como micoses e doenças respiratórias.
1. Em sua opinião, os vírus podem ser considerados seres vivos? Por quê?
2. Podemos considerar que os vírus se reproduzem? Como ocorre o surgimento de novos vírus?
3. Pesquise o motivo do vírus HIV ser tão resistente a qualquer tipo de tratamento.
4. Pesquise porque as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos.
5. Quais as diferenças entre a célula de um protista e a de um monera?
6. Elabore uma tabela com cinco doenças causadas pelos protistas nos seres humanos. Na tabela precisa
constar: agente, doença, transmissão e sintomas.
7. Quais as principais diferenças entre os reinos moneras, protistas e fungi?
8. Pesquise sobre os liquens e o tipo de simbiose que realiza.
9. Quais são os três tipos de reprodução dos fungos? Explique-os.
10. Pesquise como os fungos auxiliam na fermentação de alimentos e bebidas?
31
REINO PLANTAE OU METAPHYTA
O reino vegetal (Metaphita) ou das plantas, é caracterizado por organismos autótrofos clorofilados que produzem
seu próprio alimento, por meio da luz solar, realizam o processo da fotossíntese. No entanto, a algumas espécies
que fogem desta regra, não apresentam clorofila.
Os grupos vegetais são compostos por plantas vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) e as
plantas avasculares (briófitas). Vejamos abaixo características gerais dessas divisões:
Briófitas
São plantas pequenas (musgo ou hepáticas), geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que vivem em
lugares úmidos e sombrios. Uma das características mais marcantes das briófitas é a ausência de vasos para a
condução de nutrientes. Estes são transportados de célula a célula por todo o vegetal. É por isso que não existem
briófitas muito grandes. O transporte de água de célula a célula é muito lento e as células mais distantes
morreriam desidratadas.
As briófitas não têm raízes. Fixam-se ao solo por meio de filamentos chamados rizoides, que absorvem a água e
os sais minerais de que o vegetal necessita. Também não possuem verdadeiro caule. Tem uma haste denominada
cauloide que não apresenta vasos para a condução da seiva. Suas "folhas" denominam-se filoides e são apenas
partes achatadas do cauloide.
Reprodução
O esporófito possui uma haste e uma cápsula, no interior da qual formam-se os esporos. Quando maduros, os
esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode formar uma espécie de
"broto" chamado de protonema. Cada protonema, por sua vez, desenvolve-se e origina um novo musgo verde
(gametófito).
Pteridófitas
Na evolução das plantas, as pteridófitas foram os primeiros vegetais a apresentar um sistema de vasos para
conduzir nutrientes. Assim, possuem raiz, caule e folha verdadeiros. Seu caule é geralmente subterrâneo e é
denominado rizoma. A samambaia e a avenca são exemplos desse grupo de vegetais.
A maioria das pteridófitas são terrestres e habitam, de preferência, lugares úmidos e sombrios. A samambaia e a
avenca podem viver sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las, denominadas como epífitas.
Reprodução
Gimnospermas
As gimnospermas são plantas terrestres, normalmente, de alto porte e seus principais representantes são os
pinheiros, as sequoias e os ciprestes. Essas plantas são vasculares com xilema e floema, raízes, caule, folhas e
sementes. As sementes que não são envoltas por um fruto. A presença da semente permite a dispersão da
mesma, processo denominado polinização, e a independência da água para a fecundação devido à formação do
tubo polínio, possibilitou, definitivamente, a conquista das gimnospermas no ambiente terrestre.
33
Reprodução
Angiospermas
As angiospermas são plantas que possuem as sementes protegidas pelo fruto, é o grupo com maior número de
espécies. Possuem tamanhos variáveis e apresentam raiz, caule, folha e flor.
Ao lado, podemos observar a estrutura completa de uma flor, que é responsável pela reprodução sexuada das
angiospermas.
conjunto de carpelos ou pistilos que também é Figura 43. Estrutura de uma angiosperma. Fonte: disponível em <educacao.globo.com>
responsável pela reprodução – estigma, estilete,
ovário e óvulo.
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Reprodução
Criptógama: palavra composta por cripto, que significa escondido, e gama, cujo significado está relacionado a
gameta (estrutura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, "planta que tem estrutura reprodutiva
escondida". Ou seja, sem semente: Briófitas (musgos) e Pteridófitas (samambaias).
Fanerógama: palavra composta por fanero, que significa visível, e por gama, relativo a gameta. Esta palavra
significa, portanto, "planta que tem a estrutura reprodutiva visível". São plantas que possuem semente:
Gimnosperma e Angiosperma
As plantas epífitas e parasitas, por exemplos, orquídeas e bromélias crescem sobre outras plantas. Comumente
essas plantas não se enraízam no solo; elas crescem sobre os caules e ramos de outras plantas que usam como
suporte. As epífitas obtêm água por intermédio da chuva e da umidade do ar; retira minerais da matéria
acumulada na superfície da planta sobre a qual está crescendo. Como as outras plantas clorofiladas, as epífitas
produzem seu próprio alimento pela fotossíntese.
As plantas parasitas retiram todos os seus nutrientes da planta que estão parasitando. Apresentam haustórios,
órgãos que penetram no caule ou nas raízes da planta hospedeira e crescem fundindo-se com seus tecidos
vasculares, de onde retiram água, minerais e nutrientes elaborados. Como não necessitam produzir seu próprio
alimento, as parasitas não apresentam clorofila, nem folhas. As plantas parasitas parciais ou hemiparasitas obtêm
35
água e minerais da planta hospedeira, mas possuem folhas e caules verdes capazes de produzir seu próprio
alimento pela fotossíntese.
Plantas Carnívoras
As plantas carnívoras ou insetívoras são um caso curioso do reino vegetal, uma vez que complementam sua
nutrição por meio da captura de pequenos insetos ou, em alguns casos mais raros, sapos, ratos, pequenos
mamíferos e pássaros. Essa característica peculiar atraiu a atenção de muitos biólogos e cientistas, na medida em
que as plantas carnívoras também realizam a fotossíntese, tal quais os seres autótrofos do reino vegetal, contudo,
por habitarem solos pobres em nutrientes, buscam uma complementação nutricional por meio da digestão de
alguns insetos e animais.
A importância da fotossíntese
Fotossíntese é o processo pelo qual os seres fotossintetizantes convertem energia luminosa em química, que é
armazenada nas moléculas de glicose que são produzidas.
36
Importância econômica e ecológica
Os animais são organismos eucarióticos, isto é, suas células apresentam um núcleo delimitado por um envoltório,
um citoesqueleto de proteínas e diversas organelas membranosas no citoplasma. Nesse aspecto, assemelham-se
aos fungos, aos protistas e às plantas, e diferem das bactérias (reino Monera), que são organismos procarióticos.
Além disso, os animais são seres multicelulares (ou pluricelulares), isto é, cada indivíduo é constituído por grande
número de células, que vão de algumas centenas até trilhões, dependendo da espécie. Outra característica
importante dos animais é a sua nutrição heterotrófica, ou seja, eles obtêm substâncias nutrientes e energia da
matéria orgânica produzida por outros seres vivos.
Há, ainda, outras características que apenas os animais apresentam, embora não estejam presentes
necessariamente em todos eles. Eles são, por exemplo, os únicos seres vivos que possuem tecidos nervos e
muscular. Esse dois tecidos são responsáveis por um dos traços mais marcantes dos animais: capacidade de
responder e interagir no meio ambiente em que vivem. Esse grupo inclui uma grande variedade de organismos,
desde os muito simples, como as esponjas, até os mais complexos, como os cordados, grupo ao qual
pertencemos. A seguir veremos de forma sintetizada os principais filos dos animais invertebrados e vertebrados,
tendo uma unidade onde trataremos especificamente do corpo humano.
37
ANIMAIS INVERTEBRADOS
Poríferos
Estas propiciam a entrada de água contendo Figura 48. Organização do corpo de um polífero.
alimento e oxigênio, motivo pelo qual consideramos Fonte: disponível em <biolugando.blogspot.com>
Cnidários
Platelmintos
38
Nematelmintos
Anelídeos
Equinodermos
Moluscos
Apresentam uma composição frágil, são animais de corpo mole, mas a maioria deles possui uma concha que
protege o corpo. Nesse grupo, por exemplo, encontramos o caracol, o marisco e a ostra. Há também os que
apresentam a concha interna e reduzida, como a lula, e os que não têm concha, como o polvo e a lesma, entre
39
outros exemplos. A sua pele produz uma secreção viscosa, também conhecida por muco, que facilita
principalmente a sua locomoção sobre troncos de árvores e pedras ásperas, sem machucar o corpo. O corpo
desse tipo de animal é composto por: cabeça, pés e massa visceral. A massa visceral fica dentro da concha e
compreende os sistemas digestório e reprodutor.
Figura 54. Forma e estrutura interna dos moluscos (caracol). Fonte: disponível em <1papacaio.com.br>
Artrópodes
ANIMAIS VERTEBRADOS
Peixes
São exclusivamente aquáticos. A respiração dos peixes é bem diferente da humana. Eles respiram fazendo a água
passar pela boca e, em seguida, até as guelras (brânquias), onde o oxigênio é retirado da água. Os peixes possuem
uma visão de curta distância, embora enxerguem em todas as direções. Não conseguem ouvir muito bem, porém
possuem partes sensíveis no corpo que lhes
permitem perceber o que está ocorrendo nas
proximidades. O sangue dos peixes, ao contrário do
nosso, é frio. O corpo da maioria dos peixes é
coberto por escamas e, para se movimentarem,
utilizam as barbatanas (nadadeiras). Exemplos:
dourado, arraia, tubarão, etc.
40
Anfíbios
Répteis
Melhor adaptados a ambientes terrestres, os répteis possuem respiração pulmonar, ovos com casca e anexos
embrionários, e excreção de ácido úrico, insolúvel em água. Além disso, grande parte de seus representantes
depende de fontes externas para
manter sua temperatura corporal,
fenômeno este que caracteriza a
ectotermia. A maioria das espécies
(tartaruga, jacarés, lagartos e entre
outros) possui fecundação interna,
apresentando sexos separados,
ausência de estágio larval.
Aves
Constituem uma classe de seres vivos vertebrados, bípedes, endotérmicos (ou seja, a energia usada para a
regulação térmica é interna), ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices
locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos pneumáticos. Sistema digestivo completo (boca
sem dentes) e respiração pulmonar (possuem sacos
aéreos). Habitam todos os ecossistemas do globo, do
Ártico à Antártica. As aves atuais variam muito em
tamanho, com espécies de 5 centímetros a 2,75 metros.
Ex.: galinha, avestruz, ema, pinguim, papagaio, etc.
Figura 58. Forma e estrutura interna das aves. Fonte: disponível em <slideplayer.com.br>
41
Mamíferos
Corpo coberto de pelos e respiração pulmonar,
as fêmeas dos mamíferos possuem mamas, por
exemplo, ser humano, gatos, cachorros, etc. A
pele é formada por duas camadas principais:
epiderme e derme. As glândulas localizadas na
derme (sebáceas – lubrificam e
impermeabilizam o pêlo e produzem
substâncias odoríferas usadas na comunicação
entre os animais; sudoríparas – auxiliam a
regulação da temperatura e a excreção de sais;
e mamárias – geralmente mais numerosas que
o número médio de crias por ninhada) são um
dos aspectos mais marcantes do revestimento
dos mamíferos.
Figura 59. Forma e estrutura interna dos mamíferos. Fonte: disponível em <1papacaio.com.br>
21. Elabore um quadro comparativo com os cinco reinos dos seres vivos, constando:
Representantes
Alimentação
Respiração
Circulação
Reprodução
Habitat
Importância
econômica
42
Unidade III
CONSTITUIÇÃO DO CORPO:
estudando os vários níveis de organização
43
TECIDOS: CÉLULAS QUE TRABALHAM JUNTAS
Os organismos como bactérias, protozoários e alguns fungos são muito pequenos, mas conseguem se mover; são
atraídos pelo alimento; e os transformam para obter energia e crescer. Além disso, eles podem se reproduzir,
formando dois novos organismos. Dessa forma, sua única célula (unicelular) desempenha todas as funções.
Protozoários
Bactérias
Leveduras
Figura 60. Organismos unicelulares. Fonte: Disponível em <http://recicladorum.blogspot.com.br>; <imenez-taxonomy.wikispaces.com>;
<http://epicor.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
Quando os seres vivos são formados por várias células, ou seja, pluricelulares como uma árvore; um gato ou nós
mesmos; apresentam células de diferentes tipos, com variedade de formatos e composições. Essas células estão
organizadas em grupos, que “trabalhando” de maneira integrada, desempenhando juntas determinadas funções.
Esses grupos de células são os tecidos. Portanto, um organismo pluricelular nada mais é que uma grande colônia
de células onde cada uma desempenha funções específicas para o bom funcionamento do todo.
Vamos focar nosso estudo nos seres humanos. Nós, humanos, apresentamos quatro principais grupos de tecidos
que exercem funções bem determinadas no organismo: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido nervoso e
tecido muscular.
Figura 61. Níveis de organização do corpo humano. Fonte: disponível em <http http://www.ocorpohumano.xpg.com.br>
TECIDO EPITELIAL
Formado por células de diferentes formatos, justapostas com pouca substância entre elas. Têm como funções:
revestir o corpo e outras estruturas, como os órgãos do sistema digestivo e os vasos sanguíneos; fazer contato
com o ambiente (através de receptores de pressão e temperatura); e formam as glândulas de secreções. Assim,
divide-se em tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular:
Tecido epitelial de revestimento: reveste toda a superfície externa do corpo (epiderme) e as cavidades corporais
internas.
44
A pele (epiderme) é a camada mais superficial do corpo, nela há a presença de queratina e melanina. Além
dessas substâncias, ficam expostas na pele, em determinadas regiões: cabelos, pêlos e unhas. Essas estruturas,
juntas, são responsáveis pela proteção do organismo contra desidratação, atrito, invasão de microrganismos e
termorregulação. Esta camada não é vascularizada, ou seja, não se encontram vasos sanguíneos, é conhecida
como “pele morta”. Nela é intensa a atividade de divisão celular, que repõe constantemente as células perdidas
no desgaste diário a que a superfície desse tecido está sujeito. À medida que novas células são formadas, elas vão
sendo “empurradas” para formar as demais células, até ficarem expostas na superfície da pele.
Tecido epitelial de
revestimento
Figura 62. Tecido epitelial. Fonte: disponível em <http://leoecristian.blogspot.com.br> (modificado – equipe Cia. de
Ensino, 2013).
O tecido epitelial de revestimento nas cavidades corporais internas formam as mucosas: membranas que formam
os órgãos ocos com superfície muito úmida devido à secreção de mucinogenos. Que ao hidratar-se se transforma
em muco, produzindo e formando uma camada protetora encontrada, por exemplo, no tubo digestivo, urinário
genital, fossas nasais, boca, etc.
Tecido epitelial glandular: formam as glândulas, que são classificadas, de acordo com o destino de suas
secreções. Podem ser glândulas exócrinas, endócrinas ou mistas. As glândulas exócrinas lançam sua secreção para
o meio externo, ou numa cavidade, através de um ducto. As glândulas endócrinas secretam seus produtos na
corrente sanguínea. Essas secreções são chamadas de hormônios: são mensageiros químicos distribuídos pela
corrente sanguínea, que atuam alterando o metabolismo de certas células. Já as glândulas mistas, desempenham
as duas funções, tanto lançam sua secreção para o meio externo quanto secretam seus produtos na corrente
sanguínea.
Glândula exócrina
Ajudinha:
No latim Exo - significa fora;
Endo - significa dentro.
Glândula endócrina
Figura 63. Glândulas exócrinas e endócrinas. Fonte: disponível em <http://interna.coceducacao.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
TECIDO CONJUNTIVO
O tecido conjuntivo sustenta, nutre e liga tecidos diferentes. Existem quatro tipos de tecidos conjuntivos:
cartilaginoso, ósseo, adiposo e sanguíneo. São formados por células afastadas umas das outras e os espaços entre
as elas são ocupados por material intercelular (matriz orgânica que preenche o espaço entre as células nos
tecidos vivos). Esses quatro tecidos apresentam diferentes características e funções:
45
1. Tecido cartilaginoso: bastante resistente e flexível. Presente, por exemplo,
nas articulações, orelhas, epiglote, etc.
4
Figura 64. Tecidos conjuntivos. Fonte: disponível em <http://tecciencia.ufba.br>;
<http://biologiahumana11eminfias.blogspot.com.br>; <http://www.sobiologia.com.br>;
<http://www.estacaodigitalmedica.com.br>; <http://www.semcelulite.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
TECIDO NERVOSO
Formado por neurônios (células nervosas) classificados de acordo com sua função – neurônio sensorial, motor ou
de associação. Ligados como se fosse uma rede telefônica, os neurônios transmitem informações do ambiente à
medula espinhal ou ao encéfalo através dos impulsos nervosos e levam dados aos músculos.
Nervos sensoriais: são os que contêm somente fibras sensitivas, ou seja, que conduzem impulsos dos órgãos dos
sentidos (audição, visão, tato, olfato e gustação) para o sistema nervoso central.
46
Nervos motores: são os que contêm somente fibras motoras, que
conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos
efetuadores (músculos ou glândulas).
Figura 66. Esquema dos nervos cranianos, ligados à região do corpo por ele
estimulada. Fonte: disponível em <http://www.sitehelpme.xpg.com.br>
TECIDO MUSCULAR
Formado por células denominadas fibras musculares. Têm o formato alongado e possuem a capacidade de
contrair e alongar os músculos (a contratilidade), que permite os diversos movimentos do corpo, seja involuntário
ou voluntário.
1.
1. TECIDO MUSCULAR LISO: dispõe-se em camadas dentro dos órgãos.
Ex.: Intestinos, estômago, intestinos, vasos sanguíneos, etc.
* Contração lenta e involuntária
2. TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO: formam a “carne” do
corpo, tracionam os ossos nos movimentos voluntários. 2.
* Contração rápida e voluntária
Questão de saúde
Células-troco: é um tipo de célula com capacidade de se diferenciar e construir qualquer tipo de tecido no corpo. Outra
capacidade especial é poder se gerar cópias idênticas de si mesmas. Elas são encontradas nos embriões e em tecido adulto
do organismo, como na medula óssea e do coração. Vem sendo estudadas para o tratamento de muitas doenças.
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2. Dentro desse critério, como você definiria um
organismo como uma bactéria? E um humano?
3. Quais são os principais tecidos do corpo humano?
4. Qual é a diferença entre tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular?
5. Existem quatro principais tipos de tecidos conjuntivos. Quais são eles? E quais são suas principais
funções?
6. Qual é a função das células nervosas (neurônios)?
7. Explique o papel dos nervos (neurônios) sensoriais, motores e de associação.
8. Quais são os três grupos de tecidos musculares?
9. E qual é a importância dos diferentes tipos de contrações desses tecidos?
10. Pesquise e explique o que é o câncer? Como ele se manifesta no organismo?
Quando almoçamos o destino final do alimento é cada uma de nossas células. O oxigênio que os pulmões
extraem da atmosfera tem como destino a célula para que ela possa junto com os alimentos produzirem energia.
Quando o organismo excreta urina, o que está sendo jogado fora, na realidade, são os resíduos que todas as
células do corpo produziram. Quando o coração pulsa está bombeando sangue através das artérias e veias
fazendo com que o alimento e o oxigênio, chegue a todas às células e os subprodutos resultantes do metabolismo
celular sejam retirados das células.
Nem um alimento sozinho possui todos os nutrientes necessários para o corpo. Nossa alimentação deve incluir
diversos tipos de alimentos, pois é na variedade que garantimos todos os nutrientes necessários. Dessa forma,
precisamos de uma alimentação balanceada, sem excessos, respeitando as necessidades do corpo.
Os alimentos atuam como “combustíveis”. Algumas moléculas presentes nos alimentos são “queimadas” durante
a respiração celular (respiração de cada célula do nosso organismo) e fornecem a energia necessária para as
atividades dos nossos diversos órgãos. Portanto, os alimentos fornecem “matéria-prima” para a construção e
multiplicação das células. As novas células produzidas permitem o crescimento do organismo e sua manutenção,
repondo as células que vão morrendo.
As substâncias contidas nos alimentos podem ser separadas por grupos, de acordo com sua constituição e função
no organismo:
1
1. Lipídios (gordura): fornecem materiais para a construção do corpo
e energia.
2
2. Proteínas: fornecem materiais para a construção do corpo.
48
As quantidades de cada tipo de alimento variam de acordo com a idade da pessoa e com a atividade que ela
realiza. Por exemplo, um trabalhador braçal, que faz muito esforço o dia todo, necessita de muita energia. Por
isso, precisa de mais açúcares e gordura, além das proteínas, vitaminas e sais minerais. É importante
consultarmos um nutricionista para adequar nossa dieta ao nosso modo de vida e saúde.
Questão de saúde
Pessoal, não se esqueçam de lavar bem os alimentos, frutas e verduras; cozinhar todos os tipos de carne; e
ferver a água antes de bebê-la. Assim, vocês evitaram várias doenças decorrentes da falta de saneamento
básico: ausência de esgoto encanado; água não encanada e não tratada; lixo espalhado pelas águas e ruas.
Ascaridíase (lombriga): transmitida por alimentos contaminados por ovos de vermes. Quando se regam as
verduras com água suja por fezes de pessoas doentes.
Teníase (solitária): transmitida quando se come carne mal cozida contaminada por fezes de pessoas
doentes.
Amebíase: causada por alimentos e água contaminados por um protozoário (ameba).
Disenteria: reação do corpo a algo estranho. Ocorrem diarreias, que é a eliminação do material do intestino,
com a água que existe no corpo, podendo provocar a desidratação.
SISTEMA DIGESTIVO
Vimos que o alimento é um dos “combustíveis” para nosso corpo. Fornece energia, materiais para a construção e
a manutenção das nossas células. Mas, as células que serão nutridas pelos alimentos que ingerimos são muito
pequenas. Por esse motivo, os alimentos precisam sofrer modificações. Devem ser quebrados em partículas
menores para conseguir penetrar pelas membranas das células do corpo. Para isso serve o sistema digestivo,
diminuir o tamanho das partículas de alimento num tamanho que possam ser transportadas pelo sangue e ser
absorvida por todas as outras células do corpo.
A digestão inicia-se pela deglutição. Os alimentos entram pela boca, onde sofrem ação dos dentes e saliva
(contêm enzimas que iniciam a digestão de açúcares) até o ato de engolir. A partir daí, os movimentos
peristálticos conduzem o bolo alimentar pelo tubo digestor, passando pela faringe, pelo esôfago, até
chegar ao estômago. O estômago é uma bolsa onde o bolo alimentar é armazenado por algumas horas.
49
Tem paredes que produzem suco gástrico, substância ácida que permite as enzimas atuar e fazer a digestão
das proteínas (que são partículas maiores). Então, o bolo alimentar é transportado, agora como quimo,
para o intestino delgado (maior órgão do sistema digestivo), principal órgão da digestão. Suas paredes
produzem o suco entérico, que é rico em enzimas. Recebe suco pancreático do pâncreas e bile que é
produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, utilizada quando comemos alimentos ricos em
gordura. Quando o alimento chega ao final do intestino delgado já estão praticamente digeridos. No
intestino grosso, reabsorve-se a água que ainda resta das partículas de alimentos. Por fim, o que não é
proveitoso é eliminado como fezes pelo ânus.
Deglutição: é um movimento
voluntário, isto é, executamos
conscientemente o ato de engolir.
Figura 69. Representação dos órgãos do sistema digestivo e suas funções. Fonte: disponível em <http://amandaraphaelabioifes.wordpress.com>
Questão de saúde
Os alimentos que ingerimos se transformam em aminoácidos, que juntos formam proteínas nos núcleos das células,
moléculas necessárias para a construção do material celular. Para formar as proteínas, o organismo precisa de 20
aminoácidos: 10 essenciais e 10 não essenciais. Os aminoácidos essenciais precisam ser digeridos dos variados alimentos. Os
aminoácidos não essenciais, o organismo produz naturalmente. Mas, precisa dos aminoácidos essenciais para ajudar na
produção. Portanto, precisamos ter uma alimentação balanceada para garantir todos os aminoácidos necessários.
16. Para que serve o sistema digestivo? Quais são órgãos que constitui o sistema digestivo? Qual deles é o
maior órgão digestor?
17. Descreva com suas palavras como ocorre a digestão dos alimentos?
18. O que são: bílis, suco pancreático e o suco entérico? Quais são suas funções e aonde são produzidos?
50
SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório é responsável pela respiração celular e pelas trocas de gases entre os pulmões e o sangue.
Vejamos a partir de agora os papeis desses mecanismos no nosso organismo:
Sabemos que o alimento é um dos “combustíveis” que fornecem energia para todas as nossas células. É através
do sistema respiratório que a energia química contida nos alimentos (moléculas de glicose) é extraída nas
mitocôndrias (organela celular) e usada para manter nosso organismo em atividade, com a participação do gás
oxigênio (O2). Esse mecanismo é a respiração celular, processo que ocorre todo o tempo nas células do corpo.
Dessa forma, a glicose (açúcar) junto com o gás oxigênio (O2) são os principais “combustíveis” para a realização
da respiração celular.
Você observou a reação química acima? Então, você percebeu que a respiração celular de todas as células do
nosso corpo depende do gás oxigênio (O2) e que o gás carbônico (CO2) é um produto da respiração celular,
resultante da queima dos alimentos no nosso organismo. Esse gás carbônico (CO2) deve ser transportado para
fora do corpo. Pois, sua concentração no organismo podem causar lesões irreparáveis no cérebro, levando à
morte. Portanto, é de extrema importância à realização da ventilação pulmonar, para que junto com o sistema
circulatório, realizem as trocas gasosas, fazendo com que o ar inspirado leve gás oxigênio (O2) para todo o corpo
e o ar expirado leve gás carbônico (CO2) para fora do corpo (excreta da respiração celular).
Para ocorrer a respiração celular e as trocas de gases é necessário que o ar inspirado do ambiente seja conduzido
para os pulmões através de um conjunto de órgãos que compõem o sistema respiratório: narinas, faringe, laringe,
traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões:
Pulmões: órgãos esponjosos e elásticos formados por milhões de alvéolos que se enchem de ar.
O ar inspirado do ambiente entra pelas narinas (fossas nasais), que se apresenta revestido internamente pela mucosa nasal.
Essa mucosa contém um conjunto de pêlos e fabrica uma secreção viscosa chamada muco, que atuam como filtros capazes
de reter microrganismos e partículas sólidas diversas que penetram no nariz juntamente com o ar. Após, o ar é transportado
para a faringe que se comunica com a laringe, através de uma abertura chamada glote. Junto à glote encontra-se epiglote,
uma válvula que fecha completamente a glote quando engolimos alimentos (isso acontece para não engasgarmos). Em
seguida, o ar entra na traqueia (tubo cartilaginoso em anéis), que se bifurca para os pulmões. Nos pulmões, se ramificam em
brônquios, bronquíolos (que até então são estruturas condutoras de ar) e alvéolos onde ocorrem as trocas de gases nos leitos
capilares pulmonares. Veremos com mais detalhes essas trocas de gases no sistema circulatório, próximo assunto a ser
estudado.
Cavidade nasal
Faringe
Fossas
nasais
Traqueia
Laringe
Pulmão
direto Pulmão
esquerdo
Alvéolos
Não é mais novidade que os nutrientes e o gás oxigênio (O2), fornecem energia para nosso
corpo através da respiração celular. Tanto os nutrientes como o gás oxigênio (O2) são
transportados e distribuídos pelo sangue para todo o corpo. O sangue também transporta
resíduos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo, por exemplo, o gás
carbônico (CO2) resultante da queima dos alimentos, eliminado pela expiração. Pensando
nisso, o sistema circulatório é de extrema importância por manter o sangue circulando e
possibilitando a realização dessas atividades, e consequentemente, realizando outras, como:
defesa contra microrganismos; transporte e distribuição de hormônios para as células de
vários órgãos; estabilidade do pH; entre outras. O sistema circulatório é constituído pelos
vasos sanguíneos, coração e o próprio sangue.
Os vasos sanguíneos são órgãos em forma de tubos que se
ramificam por todo o organismo, como uma rede de distribuição,
por onde circula o sangue. Divididos em artérias, arteríolas,
SISTEMA EXCRETOR
Vimos até o momento os metabolismos que as células realizam para manter nosso organismo funcionando:
nutrição, obtenção de energia, etc. Como isso, elas produzem a partir de reações químicos resíduos que devem
ser eliminados do nosso corpo. Esses residos são chamados de excretas. As excretas são eliminadas através:
O suor é composto principalmente de água, além de outras substâncias (as excretas), como: ureia, ácido úrico e
cloreto de sódio (o sal de cozinha).
Do sistema respiratório:
O excesso de gás carbônico (CO2) que é produto da respiração celular, resultante da “queima” dos alimentos nas
células teciduais, passa do sangue para os alvéolos pulmonares, sendo eliminado com a expiração.
Do sistema urinário:
A eliminação da urina é feita através do sistema urinário composto pelos órgãos: rins e vias urinárias (ureter,
bexiga e uretra). A urina é composta por 95% de água e suas principais excretas são: a ureia, o cloreto de sódio e
o ácido úrico.
Rins: dois órgãos em forma de feijão, envolvidos por uma cápsula fibrosa. Internamente, cada rim contém cerca
de 1 milhão de pequenos tubos chamados de néfrons.
53
O sangue penetra nos rins pelas artérias renais e sai deles pelas veias renais. No interior dos rins, a artéria renal
ramifica-se sucessivamente em vasos cada vez menores, até formar os capilares. Esses capilares estão em contato
com os capilares venosos, que vão se reunindo em vasos de calibre maior, até formarem a veia renal.
O sistema urinário formam os glomérulos, que são envolvidos pela cápsula glomerular (cápsula de Bowman). Os
glomérulos e a cápsula glomerular formam o corpúsculo renal. De cada corpúsculo renal parte um tubo longo,
sinuoso e bem fino: o túbulo renal. O conjunto do corpúsculo renal e túbulo renal formam os néfrons. É no
interior dos néfrons que a urina se forma, basicamente em duas etapas: a filtração glomerular e a reabsorção
renal.
Rim direito
Filtração glomerular: ocorre na cápsula glomerular. O sangue que passa pelos glomérulos é filtrado e extravasa
para a cápsula glomerular. O líquido que é extravasado, chamado de filtrado, contém substâncias ainda úteis para
o organismo, como água, glicose, vitaminas, aminoácidos e sais minerais diversos, etc. Mas, contém ainda as
substâncias tóxicas ou inúteis ao organismo, como a ureia e o ácido úrico. Da cápsula glomerular, o filtrado passa
para os túbulos renais, onde ocorre a reabsorção renal.
Reabsorção renal: consistem no retorno ao sangue das substâncias úteis presentes no filtrado. Essas substâncias
são retiradas do filtrado pelas células dos túbulos renais; daí passa para os capilares sanguíneos que envolvem
esses túbulos. Assim, as substâncias úteis para o organismo são absorvidas pelas células e retornam para o
sangue. As substâncias tóxicas e inúteis, com um pouco de água, permanecem nos túbulos renais e são
transportadas como urina para o túbulo coletor, que a conduz até o ureter.
Os ureteres (um em cada rim) conduz a urina até a bexiga, onde vai ficar armazenada. A bexiga é uma bolsa
formada por músculos lisos e revestida internamente por mucosa impermeável à urina. Quando o volume da
bexiga atinge aproximadamente 350 cm³ (centímetros cúbicos), manifesta-se a vontade de urinar. A eliminação
da urina para o meio externo é feita pela uretra.
54
No corpo humano adulto existem cerca de 5,5 litros de sangue, dos quais aproximadamente 3 litros são de
plasma sanguíneo. A cada 25 minutos extravasam-se nas cápsulas glomerulares dos néfrons cerca de 3 litros
de plasma. Então, pode-se dizer que os rins são “laboratórios” que “analisam” todo o nosso plasma a cada 25
minutos. Dos 3 litros de filtrado extravasado a cada 25 minutos, apenas cerca de 30 milímetros convertem-se
em urina. Portanto, aproximadamente 99% do plasma filtrado retorna ao sangue, o que da uma ideia da
espetacular atividade dos néfrons que formam os nossos rins.
Vimos até o momento que nós seres humanos, assim como outros seres vivos, apresentamos numerosas células
diferenciadas em muitos tipos, os quais desempenham diferentes funções. Neste caso, há a necessidade de um
sistema que integre e coordene as diversas partes do organismo para a realização dessas várias funções. Essa
coordenação é feita pelo sistema nervoso e sistema endócrino. O sistema nervoso atuando através de impulsos
nervosos e o sistema endócrino é um conjunto de glândulas que agem por meio de hormônios.
SISTEMA ENDÓCRINO
Com os estudos anteriores, vimos indiretamente, sobre o sistema endócrino. Ele é formado por glândulas
espalhadas em vários pontos do corpo. Responsável por lançar secreção para o meio externo ou numa cavidade
do corpo e controlar o funcionamento de diversos órgãos por meio de substâncias químicas lançadas no sangue –
os hormônios. Em nosso corpo existem três tipos básicos de glândulas: exócrinas, endócrinas e mistas.
Glândulas exócrinas: possuem um canal por onde derramam diretamente seus produtos tanto na superfície do
corpo como na cavidade de algum órgão. Exemplos de glândulas exócrinas:
Glândulas lacrimais – fabricam as lágrimas, líquido lançado na superfície ocular, lubrificando a porção externa do
olho;
Glândulas sudoríparas – produzem o suor, eliminando na superfície da pele, onde ele se evapora;
Glândulas das paredes internas do estômago – são responsáveis pela produção e eliminação do suco gástrico na
cavidade do estômago;
Fígado – como órgão glandular produz a bile, que é armazenado na vesícula biliar e lançado nas cavidades dos
intestinos.
55
Glândulas endócrinas: secretam seus produtos na corrente sanguínea. Essa secreção é chamada hormônio:
mensageiros químicos distribuídos pela corrente sanguínea, que atuam alterando o metabolismo de certas
células. Como são dispersos pelo sangue, todas as células estão igualmente expostas a eles, embora apenas
algumas reajam à sua presença (nos "órgãos-alvo"), através de receptores específicos nas membranas das células.
Hipófise – considerada a glândula mestra, pois controla o funcionamento de várias outras glândulas. Localiza-se
na cavidade de um osso na base do encéfalo.
A hipófise produz diversos tipos de hormônios, que regulam o crescimento do corpo; e influenciam o
desenvolvimento e o funcionamento dos órgãos sexuais.
Na criança, a insuficiência do hormônio de crescimento causa o nanismo (crescimento deficiente). O
excesso desse hormônio produz o gigantismo.
Tireoide – situa-se no pescoço e produz a tiroxina, um hormônio que estimula o metabolismo geral do organismo.
Paratireoides – são quatro pequenas glândulas localizadas no interior da tireoide. O hormônio das paratireoides
regula a assimilação de cálcio e fósforo pelo organismo. A insuficiência desse hormônio causa contrações
musculares. O excesso pode provocar descalcificação acentuada nos dentes e nos ossos.
Supra-renais – localizadas acima dos rins, fabricam o hormônio adrenalina. Este hormônio é liberado quando
realizamos esforços físicos. Também atua no sistema nervoso, quando ativado por uma forte emoção (susto,
medo ou alegria), provocando um aumento na sua produção, que lançada no sangue faz bater o coração com
mais intensidade. Além de adrenalina, fabricam outros hormônios chamados corticosteroides que participam da
regulação do metabolismo equilibrando o balanço eletrolítico (equilíbrio de
íons e água).
Glândulas mistas: são glândulas exócrinas e endócrinas ao mesmo tempo. O Pâncreas é um bom exemplo, pois
produz suco pancreático, lançado na cavidade intestinal. Nesse caso, é uma função exócrina. Mas, também lança
hormônios no sangue, sendo esta, uma função endócrina.
SISTEMA NERVOSO
As diferentes partes do nosso corpo precisam funcionar em conjunto. Para realizar todas as suas funções, o corpo
humano depende de mecanismos de coordenação e controle que entram em ação o tempo todo, dependendo da
nossa vontade ou independente dela. Esses mecanismos funcionam graças ao sistema nervoso, grande rede de
comunicações, em que as mensagens têm forma de sinais químicos e elétricos (sinapse) num movimento
incessante pelo corpo entre seus bilhões de neurônios.
De forma geral, o sistema nervoso é capaz de se conectar com todas as partes do nosso corpo através de
potenciais de ação. Por esse motivo, sentimos dor, fome, espirramos, rimos, etc. Também podemos resolver uma
equação, praticar exercícios e dar um abraço nas pessoas que amamos.
Sistema nervoso central (SNC) - composto pelo encéfalo e medula espinal e Cérebro
Sistema nervoso periférico (SNP) - composto pelo tecido nervoso localizado
fora do sistema nervoso central.
57
ao sistema nervoso central (SNC) e também por conduzir os impulsos nervosos do SNC aos músculos
esqueléticos. No caso das respostas motoras, esta ação será voluntária, pois pode ser controlada
conscientemente.
- Sistema nervoso autônomo envia informações de órgãos viscerais, tais como, pulmão e estômago ao SNC.
Envia também impulsos nervosos do SNC ao músculo liso, músculo cardíaco e glândulas. Sua ação é
involuntária, pois não depende de nossa vontade. Por exemplo, nosso coração continua batendo mesmo
quando estamos dormindo profundamente.
- Sistema nervoso entérico, localizado no intestino, controla todos os impulsos nervosos que ocorrem dentro
deste. Seu funcionamento também é involuntário, pois não podemos controlá-lo. Por exemplo, os
movimentos peristálticos do sistema digestivo.
Os atos reflexos: é o mais rápido mecanismo de estímulo e resposta do sistema nervoso. Ocorre quando
reagimos de maneira instantânea e involuntária a estímulos ambientais. Participam dessas ações: neurônio
sensitivos, motores e de associação, estudados quanto abordamos sobre tecido nervoso.
Vamos acompanhar abaixo um exemplo de ato reflexo onde há a interação dos neurônios
sensoriais, motores e de associação no sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso
periférico (SNP):
Suponha que você receba uma pancada no joelho abaixo da patela (osso que fica
na frente do joelho).
Pense na quantidade de movimentos que fazemos todos os dias, desde da hora que acordamos até o momento
em que nos deitamos novamente para durmir. Sendo você um trabalhador, dona de casa, estudante ou um
atleta, todos utilizam da locomoção para exercer moviementos de diversas formas e diversos fins.
A locomoção é capacidade que o individuo possui de se deslocar por sua própria conta. É realizada na espécie
humana pelo sistema esquelético, muscular e articular, que em conjunto, formam o aparelho locomotor.
Sistema Esquelético
É responsável pela sustentação do corpo. Pense num edificio, as colunas (geralmente de ferro e concreto) são
estruturas que sustentam os pavimentos e as paredes. No nosso corpo as estruturas de sustentação são os ossos
que formam o esqueleto humano. Os ossos também apresentam as funções de proteger os órgãos e de fixação
dos músculos para gerar os movimentos do corpo. O esqueleto esta dividido em duas partes: esqueleto axial e
esqueleto apendicular.
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Sistemas Muscular
Os músculos são a massa orgânica que envove o esqueleto, reveste e protege os órgãos. São eles que possibilitam
o movimento dos órgãos, das articulações e do esqueleto. São formados pelas fibras musculares (célula do tecido
muscular). Composto por três tipos de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso.
Os fios observados são as fibras musculares. Cada fibra muscular é uma célula
longa e fina. Com muitos núcleos e com o citoplasma ocupado por filamentos
microscópicos chamados miofibrilas, formados por duas proteínas actina e
miosina, assim como nos humanos. As miofibrilas permitem a contração
muscular e, portanto, nossos movimentos. Observe abaixo:
Relaxado
Contraído
Figura 84. Músculos e fibras musculares. Fontes: <http://magisnef.wordpress.com>; <http://dc357.4shared.com>;<http://comida.umcomo.com.br> (modificado – equipe Cia. de
Ensino, 2013). 60
Sistemas Articular
Os ossos são muito rígidos para serem curvados sem que sofram qualquer lesão. Felizmente, tecidos conjuntivos
flexíveis formam articulações que é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas
uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também permitem que o crescimento ósseo
ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além disto, capacitam que partes do
corpo se movimentem em resposta à contração muscular. Embora apresentem consideráveis variações entre
elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em
três grandes grupos:
Articulações do joelho
Figura 85. Articulações do joelho. Fontes: <http://www.auladeanatomia.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
Você já reparou quantas coisas diferentes nosso corpo é capaz de fazer? Podemos perceber o ambiente vendo,
ouvindo, cheirando, apalpando, sentindo sabores. Recebemos informações sobre o meio que nos cerca. Ao
processá-las em nosso cérebro, nós as interpretamos, sejam como sinais de perigo, sensações agradáveis ou
desagradáveis, etc. Depois dessa interpretação, respondemos aos estímulos do ambiente, interagindo com ele.
Como você sabe o que está acontecendo ao seu redor? Recebemos informações sobre o ambiente através dos
cinco sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato.
61
A Visão
A energia luminosa (luz) chega aos nossos olhos trazendo informações do que existe ao nosso redor. Nossos olhos
conseguem transformar o estímulo luminoso em outra forma de energia (potencial de ação) capaz de ser
transmitida até o nosso cérebro. Esse último é responsável pela criação de uma imagem a partir das informações
retiradas do meio.
Observe seus olhos em um espelho. Você verá uma "bolinha" bem preta
no centro da região colorida. É a pupila. Mas, o que é a pupila? Nada
mais do que um orifício que deixa passar a luz.
A Audição
Nossos ouvidos também nos ajudam a perceber o que está ocorrendo a nossa volta. Além de perceberem os sons,
eles nos dão informações sobre a posição de nossos corpos, sendo parcialmente responsáveis por nosso
equilíbrio. O pavilhão auditivo (orelha externa) concentra e capta o som para podermos ouvir os sons da
natureza, diferenciar os sons vindos do mar do som vindo de um automóvel, os sons fortes e fracos, graves e
agudos.
Por possuirmos duas orelhas, uma de cada lado da cabeça, conseguimos localizar a que distância se encontra o
emissor do som. Percebemos a diferença da chegada do som nas duas diferentes orelhas. Nossas orelhas captam
e concentram as vibrações do ar, ou melhor, as ondas sonoras, que passam para a parte interna do nosso
aparelho auditivo, as orelhas médias, onde a vibração do ar faz vibrar nossos tímpanos - membranas que separam
as orelhas externas das médias.
Essa vibração, por sua vez, será transmitida para três ossículos, o martelo, a bigorna e o estribo. Através desses
ossos, o som passa a se propagar em um meio sólido, sendo assim transmitido mais rapidamente. Assim, a
vibração chega à janela oval - cerca de vinte vezes menor que o tímpano - concentrando-se nessa região e
amplificando o som.
CANAIS
SEMICIRCULARES
VESTÍBULO
62
Figura 87. Anatomia do ouvido. Fontes: <http://tectronica.wordpress.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
Da orelha interna, também chamada de labirinto, partem os impulsos nervosos. O labirinto apresenta uma parte
anterior e uma posterior. Na parte anterior encontra-se a cóclea - relacionada com a audição. Nosso aparelho
auditivo consegue ampliar o som cerca de cento e oitenta vezes até o estímulo chegar ao nervo auditivo, o qual
levará a informação ao cérebro. Na parte posterior encontram-se os canais semicirculares e vestíbulo, relacionada
com o equilíbrio. Quando movemos a cabeça, movimentamos também os líquidos existentes nos canais
semicirculares e no vestíbulo. Essas estruturas não participam do processo de audição. Mas, é esse movimento
que gera os estímulos que dão informações sobre os movimentos que nosso corpo está efetuando no espaço e
sobre a posição da cabeça, transmitindo-nos com isso a noção de equilíbrio.
Olfato E Tato
Podemos adivinhar o que está no forno
apenas pelo cheiro que sentimos no ar da
cozinha. Esse é o sentido do olfato. Partículas
saídas dos alimentos, de líquidos, de flores,
etc. chegam ao nosso nariz e se dissolvem no
tecido que reveste a região interna do teto da
cavidade nasal, a mucosa olfatória. Ali a
informação é transformada, para ser
conduzida, através do nervo olfatório, até o
cérebro, onde será decodificada.
Figura 88. Olfato. Fontes: César & Sezar, 2003.
Já a nossa pele nos permite perceber a textura dos diferentes materiais, assim como a temperatura dos objetos,
pelas diferenças de pressão, captando as variações da energia térmica e ainda as sensações de dor. Podemos
sentir a suavidade do revestimento externo de um pêssego, o calor do corpo de uma criança que seguramos no
colo e a maciez da pele de um corpo que acariciamos. Sem essas informações, nossas sensações de prazer seriam
diminuídas, poderíamos nos queimar ou nos machucaríamos com frequência. Essa forma de percepção do mundo
é conhecida como tato.
O Paladar
Mesmo com os olhos vendados e o nariz tapado, somos capazes de identificar um alimento que é colocado
dentro de nossa boca. Esse sentido é o paladar. Partículas se desprendem do alimento e se dissolvem na nossa
boca, onde a informação é transformada para ser conduzida até o cérebro, que vai decodificá-la. Os seres
humanos distinguem as sensações de doce, salgado, azedo e amargo através das papilas gustativas, situadas nas
diferentes regiões da língua:
Para sentirmos os diferentes sabores, os grupamentos atômicos dos alimentos são dissolvidos pela água existente
em nossa boca e estimulam nossos receptores gustativos existentes nas papilas.
Nossos sentidos nos informam, de várias maneiras, sobre o que está acontecendo a nossa volta. Podemos ver e
ouvir, cheirar e sentir sabores. Podemos sentir a textura e a temperatura das coisas que tocamos. Nossos sentidos
são impressionados pela matéria e a energia e, assim, nosso organismo entra em contato com o meio ambiente.
No entanto, nossos órgãos dos sentidos são limitados, percebem apenas uma determinada quantidade de
comprimentos de ondas luminosas, sonoras, etc. Do mesmo modo, nosso corpo suporta somente uma
determinada quantidade de pressão. Mas o homem passou a criar instrumentos para ampliar a sua percepção do
mundo, podendo enxergar objetos cada vez menores e maiores, compreender e identificar ultra-sons e infra-
sons. Com a possibilidade de um novo olhar, o homem foi encontrando novos problemas, levantando novas
hipóteses, chegando a novas conclusões e conhecendo novas realidades.
64
Pensando... e responda no caderno:
70. Quais são os cinco órgão dos sentidos que nos ajuda a perceber o ambiente?
71. Explique quando energia luminosa se transforma em visão?
72. Como percebemos os sons em nossa volta?
73. Além da audição, qual é a outra função do aparelho auditivo?
74. O que são tímpanos?
75. Quais são os ossículos que fazem o som se propagar em meio sólido?
76. O aparelho auditivo é divido em orelha externa, médio e interno. De qual dessas repartições partem os
impulsos nervosos?
77. Descreva como sentimos os cheiros das coisas?
78. O que á o tato? Quais são os principais receptores sensoriais?
79. Como sentimos os diferentes sabores?
Nossa vida começa a partir de uma única célula: a célula-ovo, também chamada de zigoto. Esta célula se divide
sucessivamente, originando outras que vão se especializando e compondo aos poucos um novo organismo. Por
volta de nove meses de gestação, este organismo esta pronto para nascer.
Ao longo do tempo, depois de inúmeras transformações ocorridas desde seu nascimento, o individuo atinge a
maturação sexual e está pronto para se reproduzir. Pode então gerar outro indivíduo, que também começa a ser
formado a partir de um zigoto. Seguindo este ciclo, o ser humano dá continuidade à sua espécie, ou seja,
perpetuação da espécie humana.
65
OS SISTEMAS REPRODUTORES
Tanto o sistema reprodutor feminino quanto o masculino fabricam células especiais de reprodução - células
sexuais chamadas gametas através da divisão celular meiose. No homem os gametas são os espermatozoides e na
mulher são os óvulos. Os gametas são produzidos pelas glândulas sexuais que são denominadas de gônadas: os
testículos nos homens e os ovários nas mulheres.
GÔNADAS SEXUAIS
Ovário Testículos
Óvulo Espermatozoide
GAMETAS SEXUAIS
O processo de formação de uma nova vida se dá a partir de uma sequência de eventos que começam com o
contato de um espermatozoide com um óvulo, onde ocorre a fusão dos núcleos desses dois gametas e a
consequente mistura dos cromossomos maternos e paternos. A partir de agora vamos estudar como funcionam
os sistemas reprodutores: feminino e masculino, que dão origem as células sexuais responsáveis pela reprodução.
É formado pelos seguintes órgãos: dois ovários, duas tubas uterinas ou trompas de Falópio, um útero, vagina e
outra parte externa, a vulva.
Quando as mulheres nascem já possuem todas as células que irão dar origem aos óvulos. Essas células são
denominadas folículos, localizadas nos ovários. A mulher nasce com aproximadamente 500.000 folículos. Destas
500.000, em média apenas 500 irão se transformar em óvulos
"maduros" até a fase da menopausa.
Toda gravidez inicia-se com a fertilização do óvulo por um espermatozoide. Mas esta história é mais complicada
do que parece e pode ser dividida em estágios: ovulação, desenvolvimento do corpo lúteo, desenvolvimento
embrionário, etc.
Para a fertilização do óvulo, o homem ejacula milhões de espermatozoides, através da penetração do pênis
(órgão responsável pela ejaculação dos espermatozoides) na vagina da mulher pelo ato sexual. Mas apenas um irá
fecundar o óvulo unindo os núcleos do gameta masculino com o feminino. Formando, assim, a célula ovo - o
zigoto. Então, o zigoto dá início ao seu desenvolvimento embrionário, processo através do qual começa a se
originar um ser pluricelular, podendo possuir até trilhões de células de tipos muito diferentes e especializadas a
desempenhar atividades específicas. Desta maneira, as células formam os tecidos, órgãos, sistemas e o organismo
(ver figura 36).
6 2
Figura 94. Estágios iniciais da gravidez. Fonte: Disponível em <dc436.4shared.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
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1. a cada mês, num dos dois ovários da mulher, os hormônios progesterona e estrogênio estimulam o
amadurecimento dos folículos;
2. depois de maduro, o folículo rompe-se e libera o óvulo do ovário para a tuba uterina, numa viajem para chegar
ao útero – ovulação;
3. nessa jornada do óvulo para o útero, ele poderá encontrar um espermatozoide e ocorrer à união do núcleo do
óvulo com o núcleo do espermatozoide – fecundação;
4. com a fecundação, forma o zigoto, que inicia seu desenvolvimento embrionário: dividindo-se em muitas células
(multiplicação celular), que continua se deslocando pela tuba uterina durante cerca de três dias;
5. quando finalmente chega ao útero, o pequeno embrião, ainda do tamanho da ponta de um alfinete, é uma bola
de células chamada mórula;
6. a mórula continua a se dividir nas próximas horas, até formarem uma bolinha oca de células chamada
blastocisto;
7. poucas horas depois de chegar ao útero, o blastocisto se livra de seu revestimento protetor e, então, implanta-
se ao endométrio.
Na zona de implantação desenvolve-se mais tarde a placenta, órgão de estrutura muito complexa, através do
qual o feto se nutre, respira e elimina secreções.
Zigoto
=
Figura 95. Desenvolvimento embrionário. Fontes: Disponível em <www.sobiologia.com.br>; <bebe.abril.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
GÊMEOS: Os gêmeos bivitelinos ou não idênticos são formados pela fecundação de dois óvulos
por dois espermatozoides. Na verdade, podem ou não ter o mesmo sexo e equivalem a duas
gestações que se desenvolvem ao mesmo tempo, no mesmo ambiente e em duas placentas. Já os
univitelinos ou idênticos formam-se quando um único óvulo, fecundado por um só
espermatozoide, sofre posteriormente uma divisão. Logo, gêmeos idênticos têm necessariamente
mesma carga genética, mesmo sexo e desenvolvem-se, normalmente, na mesma placenta.
É constituído pelos órgãos: testículo, epidídimo, canal deferente, próstata, vesícula seminal e pênis. A função do
sistema reprodutor masculino é produzir os espermatozoides para fecundar o gameta sexual feminino (óvulo)
pelo ato sexual é ocorrer à fecundação:
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Os espermatozoides, célula sexual masculina, são produzidos
pelos testículos [1] (as “bolas”) que também produzem o
hormônio masculino – testosterona. Os espermatozoides são
armazenados e a madurecidos nos epidídimos [2]. Para
ocorrer à ejaculação, os espermatozoides são guiados pelo 4
canal deferente [3], dois ductos que cada um deles se une a
5
um ducto da vesícula seminal [4] e em seguida na próstata
3
[5]. Na vesícula seminal recebe um banho de um liquido com
vitaminas e carboidratos, que nutre os espermatozoides e na
próstata recebe um líquido viscoso e leitoso. Esses líquidos 6
ajudam na mobilidade dos espermatozoides. Após o
amadurecimento dos espermatozoides e recebendo os 7 2
líquidos da vesícula seminal e próstata, essa mistura
(secreção) passa a se chamar-se esperma ou sêmen. Então é 1
lançado pela uretra [6], canal que percorre o interior do pênis
[7]. Este última, órgão responsável pela ejaculação através Figura 96. Sistema reprodutor masculino. Fonte: Disponível em
da irrigação de sangue nos tecidos deste local. <http://fertivitro.wordpress.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
Apenas a cabeça do espermatozoide (corpo celular) entra em contato com a superfície do óvulo,
neste momento as membranas plasmáticas das duas células se fundem rompendo-se na área de
fusão, criando uma passagem por onde espermatozoide pode penetrar no óvulo. O interessante é
que assim que entra um espermatozoide, a membrana plasmática do óvulo torna-se impermeável
para os demais espermatozoides.
PUBERDADE
O que é puberdade?
Fase vivida pelo ser humano entre a infância e a fase adulta, ou seja, na adolescência. Trata - se de um momento
de transformações físicas e biológicas e de oscilações emocionais ocasionadas pelas alterações hormonais que o
corpo sofre. O corpo está voltado nessa fase para a produção dos hormônios sexuais que são diferentes em cada
sexo. O principal hormônio produzido pelos meninos é testosterona e nas meninas os hormônios estrogênio e
progesterona.
Nessa fase o crescimento se acelera, os órgãos sexuais ganham definição e a fertilidade se inicia. Essas são
modificações necessárias para a manutenção da espécie humana, já que dá ao homem e a mulher a capacidade e
condições para o processo de reprodução.
- pelo aparecimento de pêlos pubianos na genitália e - pelo nascimento de pêlos no corpo (peito, pernas,
nas axilas; axilas, genitália);
- pela definição das formas do corpo acarretada pelo - pelo surgimento da barba;
acúmulo de gorduras em determinadas partes
(quadris, coxas); - pelo desenvolvimento muscular;
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Quando os meninos e meninas começam a ter uma vida sexualmente ativa, antes, é necessário obter informações
importantes sobre como evitar a gravidez e como se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). É
muito importante que os pais conversem com seus filhos sobre esses assuntos e os incentivem a consultarem o
médico Ginecologista no caso das meninas e Urologista no caso dos meninos para esclarecimento mais
aprofundado sobre estas questões.
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS
Como vimos, a partir da adolescência tanto o homem quanto a mulher passam por mudanças que os fazem poder
reproduzir – a gravidez. Quem pretende ter relações sexuais, mas não quer correr o risco de uma gravidez,
precisa utilizar algum método anticoncepcional ou contraceptivo. O casal deve conversar claramente sobre qual
medida adotar para evitar a gravidez. E isso deve ocorrer antes da primeira relação sexual, de preferência a
mulher deve procurar o médico Ginecologista.
Na sociedade atual, o planejamento familiar é muito importante para a qualidade de vida, pois só assim podemos
garantir um futuro digno aos nossos filhos. Criar, educar e sustentar uma pessoa é uma responsabilidade
enorme. Para isso, foram criados vários métodos contraceptivos, ou seja, métodos ou técnicas que evitem a
gravidez indesejada.
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nos testículos e nos epidídimos.
Atenção, devemos ter muito cuidado para evitar as DSTs: doenças sexualmente transmissíveis.
São infecções transmitidas através de relação sexual. Os principais agentes deste tipo de infecção são as
bactérias, vírus, protozoários e fungos. Uma das principais formas para se evitar tais doenças é o uso correto e
frequente de preservativos, já que os mesmos, além de reter o esperma no seu interior, não permite o contato
com os órgãos genitais feminino com o masculino, vice e verso.
Os vírus, bactérias, protozoários e fungos acabam sendo transportados pelo sêmen e por fluídos sexuais. Desta
forma, a utilização da camisinha, tanto masculina quanto feminina, impede a transmissão desses agentes
causadores. Sendo, o melhor método para prevenção dessas doenças.
Estas doenças devem ser tratadas de forma rápida e correta, pois o desenvolvimento delas no corpo humano
podem acarretar sérios problemas de saúde como: enfermidade, doenças neonatais, câncer ano-genital,
comprometimento do aparelho reprodutor e até mesmo a morte.
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TABELA COM AS PRINCIPAIS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS:
80. O que são gametas sexuais? Qual o nome dado ao gameta masculino e feminino?
81. O que é zigoto?
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82. Quais os órgãos do sistema reprodutor masculino e feminino? Explique suas funções.
83. Qual a relação entre ovulação e período fértil?
84. Explique o ciclo menstrual?
85. O que faz o organismo feminino menstruar?
86. Como ocorre a fecundação?
87. Como o zigoto se transforma em embrião?
88. O que são métodos ou técnicas anticoncepcionais? Cite três desses métodos explicando como funcionam.
89. O que são doenças sexualmente transmissíveis? Qual a principal maneira de evitá-las?
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Unidade IV
GENES:
COMPONENTE FUNDAMENTAL DA VIDA E
DA EVOLUÇÃO
Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não
existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.
Albert Einstein
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CROMOSSOMOS E OS GENES
Os genes contêm as informações genéticas dos indivíduos e são transmitidas de pais para filhos. Localizam-se
dentro de cromossomos, no interior do núcleo das células. Atualmente, sabe-se que nas células eucarióticas
podem existir vários cromossomos e que cada um deles é formado por uma longa molécula de DNA associada a
moléculas de proteínas denominadas histonas, como mostra o esquema a seguir:
Como vimos anteriormente, nos núcleos das células (e também nas mitocôndrias e nos cloroplastos)
encontramos dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico). As
moléculas de DNA e de RNA são constituídas da união de unidades menores, os nucleotídeos.
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Enquanto os nucleotídeos do RNA se agrupam numa cadeia simples, a molécula de DNA apresenta duas cadeias
emparelhadas e enroladas uma sobre a outra, formando uma estrutura conhecida como "dupla hélice". As
cadeias do DNA emparelham-se através da ligação entre as bases nitrogenadas: adenina com timina e citosina
com guanina (A - T; C - G), que são unidas por pontes de hidrogênio.
Alguns trechos do DNA presente nos cromossomos dão início a processos de fabricação de proteínas com as mais
diversas funções no organismo. Esses trechos de DNA são o que chamamos de genes.
Existem três tipos de RNA: mensageiro (mRNA), ribossômico (rRNA) e transportador (tRNA). Todos eles também
participam dos processos de síntese proteica, cada um apresentando diferentes funções.
Replicação e transcrição
tradução
A sequência de bases transcritas a partir do DNA carrega consigo a informação codificada para a construção de
uma molécula de proteína. Essa codificação se dá na forma de trincas de bases nitrogenadas, chamadas códons.
As proteínas são moléculas formadas por uma sequência de unidades menores chamadas aminoácidos. Os
códons do RNA formado nesse processo determinam os aminoácidos que constituirão uma determinada
molécula de proteína. Eles contêm, portanto, uma mensagem para a síntese proteica.
A etapa seguinte da síntese proteica ocorre no citoplasma das células, onde o mRNA formado durante a
transcrição acopla-se a organelas chamadas ribossomos, que são constituídas por rRNA associado a proteínas. É
nos ribossomos que ocorre a síntese - e eles podem encontrar-se livres no citoplasma ou associados ao retículo
endoplasmático rugoso. Entra em ação, então, o RNA transportador, que recebe esse nome em virtude de
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transportar com ele os aminoácidos (unidades constituintes das proteínas). No tRNA há uma trinca de bases
nitrogenadas denominadas anticódon, por meio das quais ele se liga temporariamente ao mRNA no ribossomo,
pelas bases complementares (códon).
Os aminoácidos transportados em cada tRNA unem-se entre si por meio de uma ligação química conhecida por
ligação peptídica. O ribossomo, que catalisa esse processo, desloca-se então sobre o mRNAe o primeiro tRNA se
desliga do conjunto ribossomo-RNAm, sendo que os aminoácidos permanecem ligados.
Em seguida, uma nova molécula de tRNA se une ao ribossomo, transportando mais um aminoácido que se junta
aos outros dois. O processo continua até que todos os códons do mRNA tenham sido percorridos pelo ribossomo,
recebendo os tRNA complementares e formando uma cadeia de aminoácidos, ou seja, uma molécula de proteína.
Este processo é chamado de tradução.
Proteína
Todas as proteínas presentes nos mais diferentes seres vivos são compostas por combinações entre 20
aminoácidos. Chamamos de código genético a correspondência entre os códons e os aminoácidos.
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<aprendendobiologia.com.br>
Hoje se sabe que cada cromossomo dos eucariontes é formado por vários genes, separados entre si
por extensas regiões do DNA que não são transcritas em moléculas de RNA. Essas sequências não-
codificantes do DNA não ocorrem nos procariontes, em que praticamente todo o DNA é composto
apenas de genes. Já nos eucariontes, a porção não-codificante chega a corresponder a 97% de todo
o DNA. Assim, apenas uma pequena parte do DNA é formada por genes.
Embora ainda não se saiba exatamente a função de alguns trechos desse DNA, recentemente descobriu-se que o
DNA não-codificante:
1. O que é um gene?
2. Pesquise a relação do genoma com a biotecnologia.
3. Assinale a alternativa que preencha corretamente e respectivamente as lacunas da frase abaixo:
Os _______________ são formados por bases nitrogenadas e outros componentes (fosfato e carboidrato), que
organizados em fitas formam os _________________________: DNA e RNA. Responsável pela síntese de
_______________, com o encadeamento de _____________________.
6. Assinale a alternativa onde as complementaridades das bases nitrogenadas do DNA e RNA estejam
corretas:
a. DNA: A ↔ C / G ↔ T RNA: A ↔ C / G ↔ U
b. DNA: A ↔ G / C ↔ T RNA: A ↔ G / C ↔ U
c. DNA: A ↔ T / C ↔ G RNA: A ↔ U / C ↔ G
d. DNA: G ↔ T / C ↔ A RNA: G ↔ T / C ↔ U
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7. A replicação (1), transcrição (2) e tradução (3), correspondem respectivamente a:
a. replicação do DNA (1) – transcrição do RNA (2) - tradução das proteínas (3)
b. b. replicação do RNA (1) – transcrição do DNA (2) – tradução das proteínas (3)
c. c. replicação das proteínas (1) - transcrição do DNA (2) – tradução do RNA (3)
d. d. replicação das proteínas (1) - transcrição do RNA (2) – tradução do DNA (3)
8. Responda:
a. Descreva resumidamente ou esquematize os processos que ocorrem na replicação – transcrição –
tradução (síntese de proteínas).
b. Explique a importância da síntese de proteínas para o nosso organismo?
GENÉTICA
O estudo da Genética nos possibilita estudar a natureza química do material hereditário, o modo de ação desse
material e os mecanismos de sua transmissão ao longo das gerações. E a maior contribuição para a genética atual
foi dada pelo monge Gregor Mendel (1822-1884), que realizou experimentos com ervilhas cultivadas em seu
jardim, no mosteiro de Brünn, na Áustria. As experiências por ele realizadas foram extremamente importantes
para que hoje conhecêssemos os genes e alguns dos mecanismos da hereditariedade. Suas experiências foram,
também, muito significantes para a compreensão de algumas lacunas da Teoria da Evolução, proposta tempos
antes.
Ao realizar experimentos com sete características diferentes de variedades puras de ervilhas, Mendel deduziu a
existência de unidades hereditárias, que atualmente chamamos de genes, os quais expressam frequentemente,
caracteres dominantes ou recessivos. Seu primeiro princípio (a lei da segregação), afirma que os genes se
encontram agrupados em pares nas células somáticas e que se separam durante a formação das células sexuais
(gametas femininos ou masculinos). Seu segundo princípio (a lei da segregação independente) afirma que a
atuação de um gene, para determinar uma característica física simples, não recebe influência de outras
características. As leis de Mendel, dessa forma, forneceram as bases teóricas para a genética moderna e a
hereditariedade.
Figura 104.Características de variedades puras de ervilhas usadas por Mendel. Fonte: Disponível em <estacaodoconhecimento.com.br>
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A primeira lei de Mendel e noções de probabilidade
Mendel cruzava plantas que pertenciam a linhagens que ele chamava de linhagens puras. Essas linhagens eram
aquelas que produziam descendentes com características que não variavam de uma geração para outra. A
obtenção de linhagens puras em ervilhas é facilitada, pois a autofecundação é o processo natural de reprodução
nessa espécie.
Mendel estudou cuidadosamente sete pares de características contratantes das ervilhas. Os caracteres escolhidos
foram:
Mendel cruzou plantas puras de ervilha que produziam sementes lisas com plantas puras que produziam
sementes rugosas. Essas plantas, que deram início á experimentação, constituíram a geração de pais ou geração
parental, representada pela letra P.
Mendel chamou de variedade dominante aquela que se manifesta na geração F1 e de recessiva aquela que
pertencia “escondida” em F1, só reaparecendo na geração F2 e com menos frequência.
Para explicar esses resultados, Mendel propôs que cada caráter é determinado por um par de fatores ou
partículas e que em cada variedade pura da geração parental esses fatores são iguais.
Figura 105.Cruzamentos realizados por Mendel com ervilhas. Fonte: Disponível em <www.qieducacao.com>
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E ao cruzar os híbridos da geração F1, 3/4 dos indivíduos eram dominantes e 1/4 eram recessivos:
Este estudo ficou conhecido como 1ª Lei de Mendel e pode ser enunciado da seguinte forma:
“cada caráter é determinado por um par de fatores que se separam na formação dos gametas, indo um fator do
par para cada gameta, que é, portanto, puro”.
Genética: é ciência que estuda a hereditariedade – transmissão das características de uma espécie, de geração a
geração. As características ou caracteres estão contidas nos genes.
Cromossomo: estrutura que carrega os genes, localizada no núcleo da célula. O ser humano possui 46
cromossomos, sendo 23 de origem materna e 23 de origem paterna.
Genes alelos: par de genes situados em dois cromossomos homólogos, em mesmo local, ou lócus.
Gene dominante: gene que determina um caráter específico, mesmo estando presente uma única vez em um par
de genes. É representado por uma letra maiúscula: Aa; Pp; AA; PP.
AA pele normal
Aa pele normal
aa pele Albina
DNA ou ADN: ácido desoxirribonucléico. Molécula que, associada a proteínas, forma os cromossomos. É
responsável pelas características do ser vivo e pela sua transmissão de geração a geração.
Enzima: proteína produzida pelas células. Atua em reações químicas no organismo. Específica em cada reação é
inteiramente recuperada após sua atuação.
Homozigoto: é o indivíduo que apresenta, no par de cromossomos homólogos, dois alelos iguais para o mesmo
caráter (um de origem materna e outro de origem paterna). Exemplo: CC é homozigoto dominante para destro e
cc é homozigoto recessivo para canhoto.
Heterozigoto: é o indivíduo que apresenta, no par de cromossomos homólogos, dois alelos diferentes para o
mesmo caráter (um de origem materna e outro de origem paterna). Exemplo: Cc é heterozigoto para o caráter
habilidade manual.
Caráter dominante: é o caráter que se manifesta no heterozigoto, encobrindo o efeito de outro alelo. É
representados por letras maiúsculas. Cc é destro como o CC, porque o alelo C é dominante sobre o alelo c.
Caráter recessivo: é o caráter que não manifesta seu efeito no heterozigoto, ficando escondido. É representado
por letras minúsculas. Exemplo: No indivíduo Cc, o alelo c (canhoto) é recessivo.
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Autossomo: qualquer cromossomo que não seja um cromossomo sexual.
A segunda lei de Mendel ou também enunciada por diibridismo, refere-se à segregação independente dos
fatores, isto é, a separação de dois ou mais pares de genes alelos localizados em diferentes pares de
cromossomos homólogos, para formação dos gametas. Então, Mendel continua seu trabalho analisando dois
caracteres ao mesmo tempo...
Desse cruzamento são originados exemplares vegetais de ervilha 100% heterozigóticas VvRr, com característica
essencialmente lisa e amarela (geração F1 – primeira geração filial).
A partir do cruzamento entre organismos da geração F1, são formados tipos diferentes de gametas e
combinações diversas para constituição dos indivíduos que irão surgir após a fecundação (geração F2).
Figura 106. Cruzamentos de dois caracteres ao mesmo tempo realizados por Mendel com ervilhas. Fonte: Disponível em <thinkbio.wordpress.com>
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E a segunda lei de Mendel estabelece:
“Na formação dos gametas, o par de fatores responsáveis por uma característica separa-se independentemente
de outro par de fatores responsável por outra característica”.
Em um novo conceito:
CONSTRUINDO UM HEREDOGRAMA
No caso da espécie humana, em que não se pode realizar experiências com cruzamentos dirigidos, a
determinação do padrão de herança das características depende de um levantamento do histórico familiar em
que certas características aparecem. Isso permite ao geneticista saber se uma dada característica é ou não
hereditária e de que modo ela é herdada. Esse levantamento é feito na forma de uma representação gráfica
denominada heredograma (do latim heredium, herança), também conhecida como genealogia ou árvore
genealógica.
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Construir um heredograma consiste em representar, usando símbolos, as relações de parentesco entre os
indivíduos de uma família. Cada indivíduo é representado por um símbolo que indica as suas características
particulares e sua relação de parentesco com os demais.
Os principais símbolos são os seguintes:
A montagem de um heredograma obedece a
algumas regras:
1ª) Em cada casal, o homem deve ser colocado
à esquerda, e a mulher à direita, sempre que
for possível.
2ª) Os filhos devem ser colocados em ordem de
nascimento, da esquerda para a direita.
3ª) Cada geração que se sucede é indicada por
algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro de
cada geração, os indivíduos são indicados por
algarismos arábicos, da esquerda para a direita.
Outra possibilidade é se indicar todos os
indivíduos de um heredograma por algarismos
arábicos, começando-se pelo primeiro da
esquerda, da primeira geração.
Figura 107. Principais símbolos para montar um heredrograma.
Fonte: Disponível em <www.sobiologia.com.br>
OBS.: Quando um dos membros de uma genealogia manifesta um fenótipo dominante, e não conseguimos
determinar se ele é homozigoto dominante ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A_,
B_ou C_, por exemplo.
Primeiramente, devemos lembrar que os pintados de preto possuem uma doença que desejamos saber se é
determinada por um alelo recessivo (a) ou dominante (A).
Exemplo:
Neste caso, já é possível determinar se a doença é dominante ou recessiva. Lembre-se de que apenas indivíduos
heterozigotos podem ter um filho com características diferentes das apresentadas por eles, logo a mãe possui
genótipo Aa e o pai também é Aa. A filha apresenta genótipo aa (recessivo), assim como todos os outros
indivíduos afetados. Podemos concluir, então, que a doença é determinada por um alelo recessivo.
Observe agora o segundo casal:
Aa Aa
aa
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Como a mãe é portadora da doença e apresenta genótipo aa, sua filha deverá herdar um de seus alelos
recessivos. Como a filha é normal, seu genótipo é Aa, sendo que o alelo a veio de sua mãe. O pai é normal,
entretanto é impossível determinar se ele é AA ou Aa, pois não temos os genótipos de seus pais.
Aa Aa
A_ aa
Aa
Aa Aa
A_ aa aa
Aa aa
Já sabemos o genótipo do pai, entretanto, a mãe permanece incógnita. Por ser um indivíduo normal, filha de pais
heterozigotos, ela poderia ser AA ou Aa. Mas observe que seu filho é aa, então um a veio do pai e o outro, da
mãe. A mãe é, portanto, Aa.
Por fim, restou apenas o filho do primeiro casal, que pode ser AA ou Aa, pois é um indivíduo normal, filho de pais
heterozigotos. Esse indivíduo também não terá seu genótipo informado, pois não possui descendentes. Só
podemos concluir que ele possui um alelo A_.
Aa Aa
A_ aa A_ Aa aa
Aa aa
A interpretação do heredrograma não é complicada. Apenas devemos prestar bastante atenção nas simbologias e
gerações.
VV = flor vermelha
BB = flor branca
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VB = flor cor-de-rosa
Apesar de anteriormente usarmos letras maiúsculas para indicar, respectivamente, os genes dominantes e
recessivos, quando se trata de dominância incompleta muitos autores preferem utilizar apenas diferentes letras
maiúsculas.
Fazendo o cruzamento de uma planta de maravilha que produz flores vermelhas com outra que produz flores
brancas e analisando os resultados fenotípicos da geração F1e F2, teríamos:
P B B
BV BV
V
cor-de-rosa cor-de-rosa
VB VB
V
cor-de-rosa cor-de-rosa
As mutações que ocorrem nos seres vivos são totalmente aleatórias e, às vezes, surgem variedades genéticas que
podem levar a morte do portador antes do nascimento ou, caso ele sobreviva, antes de atingir a maturidade
sexual. Esses genes que conduzem à morte do portador são conhecidos como alelos letais. Por exemplo, em uma
espécie de planta existe o gene C, dominante, responsável pela coloração verde das folhas. O alelo recessivo c,
condiciona a ausência de coloração nas folhas, portanto o homozigoto recessivo cc morre ainda na fase jovem da
planta. Pois, esta precisa do pigmento verde para produzir energia através da fotossíntese. O heterozigoto é uma
planta saudável, mas não tão eficiente na captação de energia solar, pela coloração verde clara em suas folhas.
Assim, se cruzarmos duas plantas heterozigotas, de folhas verdes claras, resultará na proporção 2:1 fenótipos
entre os descendentes, ao invés da proporção de 3:1 que seria esperada se fosse um caso clássico de
monoibridismo (cruzamento entre dois indivíduos heterozigotos para um único gene). No caso das plantas o
homozigoto recessivo morre logo após germinar, o que conduz a proporção 2:1.
Vejamos:
P C c
C CC Cc
c Cc cc
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F1 = Fenótipo: 2/3 Verde clara; 1/3 Verde escura / Genótipo: 2/3 Cc; 1/3 CC
No homem, alguns genes letais provocam a morte do feto. É o caso dos genes para acondroplasia, por exemplo.
Trata-se de uma anomalia provocada por gene dominante que, em dose dupla, acarreta a morte do feto, mas em
dose simples ocasiona um tipo de nanismo, entre outras alterações.
Há genes letais no homem, que se manifestam depois do nascimento, alguns na infância e outros na idade adulta.
Na infância, por exemplo, temos os causadores da fibrose cística e dadistrofia muscular de Duchenne (anomalia
que acarreta a degeneração da bainha de mielina nos nervos). Dentre os que se expressam tardiamente na vida
do portador, estão os causadores da doença de Huntington, em que há a deterioração do tecido nervoso, com
perde de células principalmente em uma parte do cérebro, acarretando perda de memória, movimentos
involuntários e desequilíbrio emocional.
Herança ligada ao sexo é a transmissão de características genéticas ou genes, por cromossomos sexuais. No caso
do cromossomo X as mulheres apresentam dois exemplares e os homens apenas um, por esse motivo as
mulheres são denominadas como homogaméticas e os homens como heterogaméticos.
A herança ligada ao sexo é determinada pelos genes exclusivos do cromossomo X e as principais doenças
relacionadas à herança ligada ao sexo são: o daltonismo, a hemofilia, anomalia da coagulação sanguínea,
glaucoma juvenil e outros.
As características exclusivas do cromossomo Y determinam a herança restrita ao sexo. Essa herança também é
chamada de holândrica e só se manifesta nos homens, pois seus genes se localizam na região do cromossomo Y.
Um exemplo desse tipo de herança é a hipertricose auricular caracterizada pela presença de pelos longos e
abundantes na orelha.
Entretanto, os cromossomos sexuais X e Y também apresentam regiões comuns, ou seja, regiões homólogas.
Assim, tanto a mulher como o homem apresentam dois genes para as características determinadas por essa
região. Essa herança é denominada de herança parcialmente ligada ao sexo e age como a herança autossômica.
Um exemplo dessa herança é uma alteração pigmentar localizada que se caracteriza pela transformação em
sarcoma de Kaposi, levando o indivíduo a morte.
Por volta de 1900, o médico Landsteiner constatou a existência de antígenos nas hemácias que, nos casos de
incompatibilidade sanguínea, são atacados por anticorpos existentes no plasma. Como a reação de
incompatibilidade ocorre com a aglutinação das hemácias do doador no corpo do receptor, os antígenos do
sistema ABO são denominados aglutinogênios e são proteínas que aparecem na membrana das hemácias,
determinando o tipo sanguíneo. Os anticorpos desse sistema são denominados aglutininas e reagem contra
aglutinogênios específicos.
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Em grandes transfusões, o antígeno do doador pode reagir com o anticorpo do receptor e vice-versa.
Figura 110. Genes alelos dos quatro grupos sanguíneos. Fonte: Disponível em <estacaodoconhecimento.com.br>
Sistema RH
Em 1940 Landsteiner e Wiender descobriram outro sistema de grupos sanguíneos, a partir do macaco Rhesus. O
sangue do macaco injetado em cobaias provocava nesses animais a síntese de anticorpos que podiam promover a
aglutinação do sangue doado numa segunda transfusão.
Concluíram que o sangue do macaco continha um antígeno que provocava, na cobaia, a produção de anticorpos.
Denominou-se:
Analisando-se o sangue humano, concluiu-se que 85% das amostras apresentavam o antígeno fator Rh. Sendo
assim, foram determinados:
6. Um cachorro preto (AA) cruza com uma cachorra branca (aa). Qual é a porcentagem dos seus filhos
apresentarem genótipo heterozigoto? Assinale a alternativa correta.
a. 0%
b. 100% A A
a
c. 50%
a
d. 25%
89
7. Uma flor amarela (Aa) cruza com outra flor amarela (Aa). Qual é a porcentagem dos seus filhos
apresentarem genótipo homozigoto dominante? Assinale a alternativa correta.
a. 0%
b. 100% A a
A
c. 50%
a
d. 25%
8. Uma criança do sexo masculino, que acaba de nascer, tem como pai um indivíduo que apresenta
hemofilia e é normal com relação ao daltonismo. Sua mãe é portadora do gen para o daltonismo, mas não
para o gen da hemofilia. Quanto a essa criança, podemos afirmar que:
a. tem 50% de chance de ser daltônica.
b. tem 50% de chance de ser hemofílica.
c. tem 25% de chance de ser hemofílica.
d. tem 75% de chance de ser daltônica.
e. não tem chance de ser daltônica.
9. Uma característica genética recessiva presente no cromossomo Y é:
a. poder ser herdada do pai ou da mãe pelos descendentes do sexo masculino e do feminino.
b. só poder ser herdada a partir do pai por seus descendentes do sexo masculino.
c. só poder ser herdada a partir do pai por seus descendentes do sexo feminino.
d. só poder ser herdada a partir da mãe por seus descendentes do sexo masculino.
e. só poder ser herdada a partir da mãe por seus descendentes do sexo feminino.Cite três doenças
genéticas em humanos.
10. Cruzando-se galo branco com uma galinha preta, sendo ambos homozigotos para seus respectivos
caracteres e com ausência de dominância, obtêm-se em F1 100% de indivíduos azuis. Do cruzamento dos
indivíduos de F1, obtêm-se em F2 a seguinte relação fenotípica:
I. 25% preto, 50% azuis, 25% branco
II. 25% preto, 25% azuis, 50% branco
III. 25% brancos, 25% azuis, 50% pretos
IV. 25% brancos e 75% pretos
V. 25% brancos e 75% azuis
a. I e II
b. II e III
c. II e IV
d. I e IV
e. III e IV
EVOLUÇÃO BIOLÓGICA
Evolução significa descendência com modificações ou alteração da forma, da fisiologia e do comportamento de
organismos ao longo de muitas gerações de tempo.
AS EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO
os fósseis;
a semelhança embriológica e anatômica existente entre os componentes de alguns grupos animais
(notadamente os vertebrados);
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a existência de estruturas vestigiais e as evidências bioquímicas relacionadas a determinadas moléculas
comuns a muitos seres vivos.
Um fóssil (do latim fossilis, tirado da terra) é qualquer vestígio de um ser vivo que habitou o nosso planeta em
tempos remotos, como: uma parte do corpo, uma pegada e uma impressão corporal. O estudo dos fósseis
permite deduzir o tamanho e a forma dos organismos que os deixaram, possibilitando a reconstrução de uma
imagem, possivelmente parecida, dos seres quando eram vivos.
A. B.
Figura 111. A) Comparação de Cycadales fóssil com o um exemplar moderno; B) reconstrução de uma ave pré-histórica por meio de análises de um esqueleto fóssil.
Fonte: Disponível em <cienciaxreligiao.blogspot.com>; <biologicalnotes.blogspot.com>
Anatomia comparada
A asa de uma ave, a nadadeira anterior de um golfinho e o braço de um homem, ainda que muito diferentes,
possuem estrutura óssea e muscular bastante parecidas. A semelhança pode ser explicada admitindo-se que
esses seres tiveram ancestrais em comum, dos quais herdaram um plano básico de estrutura corporal.
O parentesco evolutivo entre as aves e os mamíferos, por exemplo, também permite explicar as semelhanças
entre os órgãos internos desses animais. O coração e o sistema circulatório e nervoso, entre outros, são
constituídos pelas mesmas partes básicas.
Semelhanças embrionárias
As semelhanças entre os embriões de determinados grupos de animais são ainda maiores do que as semelhanças
encontradas nas formas adultas, por exemplo, é difícil distinguir embriões jovens de peixes, sapos, tartarugas,
pássaros e seres humanos, todos pertencentes ao grupo dos vertebrados. Essa semelhança pode ser explicada se
91
levarmos em conta que durante o processo embrionário é esboçado o plano estrutural básico do corpo, que
todos eles herdaram de um ancestral comum.
Figura 115. Órgãos ou estruturas análogos - vertebrados. Fonte: Disponível em <probiokelinton.wordpress.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).
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Órgãos vestigiais
Tudo indica que os mamíferos atuais, carnívoros e herbívoros, tiveram ancestrais comuns, cuja dieta devia ser
baseada em alimentos vegetais, ricos em celulose. Entretanto, no decorrer da evolução, cecos e apêndices
deixaram de ser vantajosos para alguns grupos de organismos, nos quais se encontram reduzidos, como vestígios
de sua origem.
Lamarck, naturalista francês, foi o primeiro a propor uma teoria sintética da evolução. Sua teoria foi publicada em
1809, no livro Filosofia Zoológica. Ele dizia que formas de vida mais simples surgem a partir da matéria inanimada
por geração espontânea e progridem a um estágio de maior complexidade e perfeição.
Em sua teoria, Lamarck sustentou que a progressão dos organismos era guiada pelo meio ambiente: se o
ambiente sofre modificações, os organismos procuram adaptar-se a ele.
Nesse processo de adaptação, um ou mais órgãos são mais usados do que outros. O uso ou o desusodos
diferentes órgãos alterariam características do corpo, e estas características seriam transmitidas para as próximas
gerações. Assim, ao longo do tempo os organismos se modificariam, podendo dar origem as novas espécies.
Segundo Lamarck, portanto, o princípio evolutivo estaria baseado em duas leis fundamentais:
Lei do uso ou desuso: no processo de adaptação ao meio, o uso de determinadas partes do corpo do organismo
faz com que elas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem;
Figura 117. Exemplo da teoria evolutiva de Lamarck. Fonte: Disponível em <www.uff.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).
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Um exemplo clássico da lei do uso e do desuso é o crescimento do pescoço da girafa. Segundo Lamarck: Devido
ao esforço da girafa para comer as folhas das arvores mais altas o pescoço do mesmo acabou crescendo.
Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: alterações no corpo do organismo provocadas pelo uso ou desuso
são transmitidas aos descendentes.
Na época, as idéias de Lamarck foram rejeitadas, não porque falavam na herança das características adquiridas,
mas por falarem em evolução. Não se sabia nada sobre herança genética e acreditavam-se que as espécies eram
imutáveis. Somente muito mais tarde os cientistas puderam contestar a herança dos caracteres adquiridos. Uma
pessoa que pratica atividade física terá musculatura mais desenvolvida, mas essa condição não é transmitida aos
seus descendentes.
Mesmo estando enganado quanto às suas interpretações, Lamarck merece ser respeitado, pois foi o primeiro
cientista a questionar o fixismo e defender ideais sobre evolução. Ele introduziu também o conceito da adaptação
dos organismos ao meio, muito importante para o entendimento da evolução.
Durante a viagem do Beagle, Darwin fez escavações na Patagônia, onde encontrou fósseis de mamíferos já
extintos. Darwin descobriu o fóssil de um animal gigantesco, com a organização esquelética muito semelhante à
dos tatus que hoje habitam o continente sul-americano.
Figura 119. Trajetória da viagem de Darwin no navio Beagle. Fonte: Disponível em <www.oum.ox.ac.uk>
Nas ilhas Galápagos, um conjunto de ilhas pequenas e áridas, situadas no Oceano Pacífico a cerca de 800 Km da
costa do Equador, Darwin encontrou uma fauna e uma flora altamente peculiares, que variavam ligeiramente de
ilha para ilha.
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Darwin se torna adepto do evolucionismo
Darwin só se tornou verdadeiramente evolucionista vários meses após regressar de sua viagem, em cerca de
1837. Só então, pode compreender o significado evolutivo de suas observações em Galápagos e em outros locais
ao rever suas anotações e submeter o material coletado na viagem a diversos especialistas.
A pergunta que Darwin se fazia era: se os animais e plantas tinham sido criados tal e qual se apresentam hoje,
porque razão espécies distintas, mas notadamente semelhantes, como as de pássaros e tartarugas de Galápagos,
foram colocadas pelo criador e ilhas próximas, e não distribuídas homogeneamente pelo mundo? Era realmente
surpreendente que ilhas de clima e condições físicas semelhantes, mas distantes uma das outras (como
Galápagos e Cabo Verde, por exemplo) não tivessem espécies semelhantes.
Darwin acabou concluindo que a flora e a fauna de ilhas próximas são semelhantes porque se originam de
ancestrais comuns, provenientes dos continentes próximos. Em cada uma das ilhas, as populações colonizadoras
sofrem adaptações específicas, originando diferentes variedades de espécies.
Na reprodução e criação de qualquer grupo de uma espécie, as variações naturais (mutações) irão ocorrer. Se
uma particular mutação for benéfica para aqueles membros que a desenvolveram, então esses membros vão
sobreviver por mais tempo e terão mais filhos. Dessa forma, a mutação vai se espalhar por toda a população da
espécie ao longo do tempo. Em algum momento no futuro, como resultado das mutações acumuladas, uma nova
espécie começara, gradualmente, a surgir. Se uma determinada mutação é benéfica ou não, depende do ambente
– um bico grande só é útil se houver sementes maiores para serem quebradas. Dessa forma, uma espécie se
adapta ao seu entorno.
Esses são dois processos, a seleção natural e a adaptação ao meio ambiente, os pilares de “A teoria da Evolução
de Darwin”, determinam a maneira como as plantas e os animais evoluem ao longo do tempo, e explicam como
novas espécies podem surgir em ambientes isolados como as Ilhas Galápagos.
Seleção Natural
A resistência de bactérias a antibióticos e de insetos a inseticidas têm aumentado muito nos últimos anos,
havendo sempre a necessidade de se desenvolverem novos antibióticos e novos inseticidas.
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Coloração de advertência
O Melanismo Industrial
Camuflagem e mimetismo
É o caso de certos animais que são menos predados, pois, por seleção natural, passam a ter uma coloração que os
torna imperceptíveis no meio, combinando seu padrão de cor com o do ambiente: cascas de árvores, cor da areia
galhos e folhas, por exemplo.
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B. C.
De 1900 até cerca de 1920, os adeptos da genética mendeliana acreditavam que apenas as mutações eram
responsáveis pela evolução e que a seleção natural não tinha importância nesse processo.
Depois disso vários cientistas começaram a conciliar as ideias sobre seleção natural com os fatos da Genética, o
que culminou com a formulação da Teoria sintética da evolução, às vezes chamada também de Neodarwinismo.
Conforme Darwin já havia proposto, essa teoria considera a população como a unidade evolutiva. Uma população
pode ser definida como “um grupamento de indivíduos da mesma espécie que ocorrem em uma mesma área
geográfica, em um mesmo intervalo de tempo”.
Cada população apresenta determinado conjunto gênico, que pode ser alterado de acordo com fatores
evolutivos. O conjunto gênico de uma população é o conjunto de todos os genes presentes nessa população.
Assim, quanto maior for o conjunto gênico da população, maior será a variabilidade genética.
Os principais fatores evolutivos que atuam sobre o conjunto gênico da população podem ser reunidos em duas
categorias:
Sabe-se que uma população está evoluindo quando se verificam alterações na frequência de seus genes.
Atualmente considera-se a evolução como o conceito central e unificador da Biologia. Uma frase marcante que
enfatiza essa ideia foi escrita pelo cientista Dobzhansky: “Nada se faz em biologia a não ser à luz da evolução”.
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Mutações
As mutações podem ser cromossômicas ou gênicas. As mutações cromossômicas podem ser alterações no
número ou na forma dos cromossomos. As mutações gênicas originam-se de alterações na sequência de bases
nitrogenadas de determinado gene durante a duplicação da molécula de DNA. Essa alteração pode ocorrer por
perda, adição ou substituição de nucleotídeos, o que pode originar um gene capaz de codificar uma proteína
diferente da que deveria ter sido codificada.
As mutações gênicas são consideradas as fontes primárias da variabilidade, pois aumentam o número de alelos
disponíveis em um lócus, incrementando um conjunto gênico da população. Embora ocorram espontaneamente,
podem ser provocados por agentes mutagênicos, como radiações e certas substâncias químicas (a droga ilegal
LSD, por exemplo).
As mutações não ocorrem para adaptar o indivíduo ao ambiente. Elas ocorrem ao acaso e, por seleção natural,
são mantidas quando adaptativas (seleção positiva) ou eliminadas em caso contrário (seleção negativa). Podem
ocorrer em células somáticas ou em células germinativas; neste último caso as mutações são de fundamental
importância para a evolução, pois são transmitidas aos descendentes.
Figura 126. Exemplo de mutações que ocorrem em nível de genes. Fonte: Disponível em <anaines12b.blogspot.com>
11. Dentre as afirmativas seguintes, assinale a que NÃO corresponde a uma evidência que apoie a Teoria de
Evolução das espécies:
a. Estudos de anatomia comparada mostram que as semelhanças internas entre seres de espécies
diferentes são resultantes de irradiação adaptativa.
b. Os embriões dos vertebrados apresentam os mesmos padrões básicos de desenvolvimento,
decorrentes do parentesco entre eles.
c. Os estudos envolvendo fósseis indicam que a vida na terra sofreu alterações ao longo do tempo,
além de permitirem comparações com os seres vivos atuais.
d. Ao longo de sua vida, os seres vivos sofrem alterações de seu material genético, em consequência
das pressões seletivas do ambiente em que vivem.
12. Em relação às evidências da evolução biológica, é correto afirmar que:
a. um órgão vestigial, como o apêndice vermiforme no homem, não é evidência da evolução, porque
é uma estrutura atrofiada e sem função aparente.
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b. a pata dianteira de um cavalo e a asa de um morcego constituem evidência da evolução, porque
são estruturas homólogas, apesar de o cavalo ter perdido os dedos, enquanto no morcego estes
não só foram mantidos como alongados.
c. a asa de uma ave e o élitro (asa dura) de um besouro podem ser considerados como evidência da
evolução, porque são estruturas análogas, que possuem origem embriológica diferente.
d. os fósseis constituem uma evidência da evolução, porque mostram que os organismos atuais são
mais especializados e mais adaptados que os extintos.
e. a embriogênese é uma evidência da evolução, porque mostra que uma célula ovo evolui para
mórula, blástula, gástrula e embrião, que, finalmente, evolui para o indivíduo adulto.
13. Um agricultor utilizou um mesmo inseticida durante longo tempo em sua lavoura para eliminar uma
praga. Após todo esse tempo, ele verificou que a população da praga tornou-se resistente ao inseticida. O
fenômeno evolutivo que ocorreu na população da praga foi:
a. Mutação.
b. Aberração cromossômica numérica.
c. Isolamento reprodutivo.
d. Seleção natural.
e. Formação de nova espécie.
14. Descreva uma comparação entre a teoria de Lamarck e Darwin em relação a como a girafa passou a ter
pescoço comprido?
15. Considerando diferentes hipóteses evolucionistas, analise as afirmações abaixo e as respectivas
justificativas.
A – O Urso Polar é BRANCO porque vive na NEVE!
B – O Urso Polar vive na NEVE porque é BRANCO!
As afirmações A e B podem ser atribuídas, respectivamente, a:
a. Lamarck e Darwin.
b. Pasteur e Lamarck.
c. Pasteur e Darwin.
d. Darwin e Wallace.
e. Wallace e Darwin.
16. Por que a mutação é um dos mais importantes fatores evolutivos?
17. Porque a variação genética em populações é importante?
18. Cite três exemplos de Seleção Natural?
99
Unidade V
AS INTERAÇÕES DA NATUREZA:
ECOLOGIA
“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve”.
Victor Hugo 100
ECOLOGIA
Ecologia (do grego “oikos", que significa casa, e "logos", estudo, reflexão), é o ramo da biologia que estuda as
interações entre os seres vivos e o meio onde vivem, envolvendo a dependência da água, do solo e do ar.
Dessa forma, as relações vão além do comportamento individual e a influência causada pelos fatores ambientais
(temperatura, umidade, pressão). Mas se estendem à organização das espécies em populações, comunidades,
formando um ecossistema e toda a biosfera.
CONCEITOS BÁSICOS
População: é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área em um determinado
período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando
amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc.
Comunidade ou Biocenose: é o conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma região
num determinado período. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos
oceanos, etc.
Ecossistema ou Sistema Ecológico: é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO
(formado por fatores abióticos como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes bióticos -
seres vivos) que com o meio se relaciona.
Biosfera: toda vida ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos,
mares e oceanos e parte da atmosfera. E a vida é só possível nessa faixa porque aí se encontram os gases
necessários para as espécies terrestres e aquáticas: oxigênio e nitrogênio.
Habitat: é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do
ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas
africanas, etc.
101
Biótopo: Área física na qual determinada comunidade vive. Por exemplo, o habitat das piranhas é a água doce,
como, por exemplo, a do rio Amazonas ou dos rios do complexo do Pantanal o biótopo rio Amazonas é o local
onde vivem todas as populações de organismos vivos desse rio, dentre elas, a de piranhas.
Nicho Ecológico: é o papel que o organismo desempenha, isto é, a "PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. O
nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea
do Anopheles (transmite malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador
devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes.
Ecótono: é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Nas áreas de transição
(ecótono) vamos encontrar grande número de espécies e, por conseguinte, grande número de nichos ecológicos.
Biosfera
A biosfera refere-se à região do planeta ocupada pelos seres vivos. É possível encontrar vida em todas as regiões
do planeta, por mais quente ou frio que elas sejam. O conceito de biosfera foi criado por analogia a outros
conceitos empregados para designar parte de nosso planeta.
De modo qual, podemos dizer que os limites da biosfera se estendem desde as altas montanhas até as
profundezas das fossas abissais marinhas.
Ecossistemas
Conjunto formado por uma biocenose ou comunidade biótica e fatores abióticos que interagem, originando uma
troca de matéria entre as partes vivas e não vivas. Em termos funcionais, é a unidade básica da Ecologia, incluindo
comunidades bióticas e o meio abiótico influenciando-se mutuamente, de modo a atingir um equilíbrio. De
acordo com a sua situação geográfica, os principais ecossistemas podem ser classificados em: terrestres ou
aquáticos.
Fatores bióticos: formados pelos organismos vivos. Estes podem ser classificados em:
Produtores: seres autotróficos, na maior parte dos casos plantas verdes, capazes de fabricar a seu
próprio alimento a partir de substâncias inorgânicas simples;
102
Consumidos: organismos heterotróficos, quase sempre animais, que se alimentam de outros
seres ou de partículas de matéria orgânica;
Fatores Abióticos
Estes influenciam o crescimento, atividade e as características que os seres apresentam, assim como a sua
distribuição por diferentes locais. Estes fatores variam de valor de local para local, determinando uma grande
diversidade de ambientes. Ou seja, o conjunto de todos os fatores físicos que podem incidir sobre as
comunidades de certa região.
Os diferentes fatores abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os fatores climáticos, como a luz, a
temperatura e a umidade, que caracterizam o clima de uma região - e os fatores edáficos, dos quais se destacam
a composição química e a estrutura do solo.
Luz
A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É indispensável ao desenvolvimento das plantas.
De fato, os vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é formado através de um processo - a
fotossíntese - realizado a partir da captação da energia luminosa, como já visto na unidade II. Praticamente todos
os animais necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas - espécies
cavernícolas - e as espécies que vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais.
Certos animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de elevada intensidade luminosa, pelo que são
designadas por espécies lucífilas. Por oposição, seres como o caracol e a minhoca não necessitam de muita luz,
evitando-a, pelo que são denominadas espécies lucífugas. A luz influencia o comportamento e a distribuição dos
seres vivos e, também, as suas características morfológicas.
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Os animais apresentam fototatismo, ou seja, sensibilidade em relação à luz, pelo que se orientam para ela ou se
afastam dela. Tal como os animais, as plantas também se orientam em relação à luz, ou seja, apresentam
fototropismo. Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto é, capacidade de reagir à duração da
luminosidade diária a que estão submetidos - fotoperíodo. Muitas plantas com flor reagem de diferentes modos
ao fotoperíodo, tendo, por isso, diferentes épocas de floração. Também os animais reagem de diversos modos ao
fotoperíodo, pelo que apresentam o seu período de atividade em diferentes momentos do dia.
Temperatura
Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que confere a este fator uma grande
importância. Cada ser sobrevive entre certos limites de temperatura - amplitude térmica - não existindo nem
acima nem abaixo de um determinado valor. Cada espécie possui uma temperatura ótima para a realização das
suas atividades vitais. Alguns seres têm grande amplitude térmica de existência - seres euritérmicos - enquanto
outros só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura - seres estenotérmicos.
Alguns animais, nas épocas do ano em que as temperaturas se afastam do valor ótimo para o desenvolvimento
das suas atividades, adquirem comportamentos que lhes permitem sobreviver durante esse período:
animais que não têm facilidade em realizar grandes deslocações como, por exemplo, lagartixas, reduzem as
suas atividades vitais para valores mínimos, ficando num estado de vida latente;
animais que podem deslocar com facilidade como, por exemplo, as andorinhas, migram, ou seja, partem em
determinada época do ano para outras regiões com temperaturas favoráveis.
Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto, provocados pelas variações de temperatura.
Os animais também apresentam características próprias de adaptação aos diferentes valores de temperatura. Por
exemplo, os que vivem em regiões muito frias apresentam, geralmente, pelagem longa e uma camada de gordura
sob a pele.
Água
É fator limitante de extrema importância para a sobrevivência de uma comunidade. Além de seu envolvimento
nas atividades celulares, não podemos nos esquecer da sua importância na fisiologia vegetal (transpiração e
condução das seivas). É dos solos que as raízes retiram a água necessária para a sobrevivência dos vegetais.
Disponibilidade de nutrientes
É outro fator limitante que merece ser considerado, notadamente em ambientes marinhos.
Fatores bióticos
Conjunto de todos os seres vivos e que interagem certa região e que poderão ser chamados de biocenose,
comunidade ou de biota. Como vimos, de acordo com o modo de obtenção de alimento, a comunidade de um
ecossistema, de maneira geral, é constituída por três tipos de seres:
Consumidores primários: os seres herbívoros, isto é, que se alimentam dos produtores (algas, plantas etc.) os
carnívoros que se alimentam de consumidores primários (os herbívoros). Poderá ainda haver consumidores
terciários ou quaternários, que se alimentam, respectivamente, de consumidores secundários e terciários.
Decompositores: as bactérias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais seres vivos.
Esses organismos (muitos microscópicos) têm o importante papel de devolver ao ambiente nutrientes
minerais que existiam nesses restos alimentares e que poderão, assim, ser reutilizados pelos produtores.
104
Cadeias alimentares
Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de nutrientes como elos interligados de uma cadeia, uma cadeia
alimentar. Nela, os “elos” são chamados de níveis tróficos e incluem os produtores, os consumidores (primários,
secundários, terciários etc.) e os decompositores.
Teias alimentares
Podemos notar, entretanto, que a cadeia alimentar não mostra o quão complexas são as relações tróficas em um
ecossistema. Para isso utiliza-se o conceito de teia alimentar, o qual representa uma verdadeira situação
encontrada em um ecossistema, ou seja, várias cadeias interligadas ocorrendo simultaneamente.
Nos ecossistemas, a especialização de alguns seres é tão grande, que a tendência atual entre os ecologistas é criar
uma nova categoria de consumidores: os comedores de detritos, também conhecido como detritívoros. Nesse
caso, são formadas cadeias alimentares separadas daquelas cadeias das quais participam os consumidores
habituais. A minhoca, por exemplo, pode alimentar-se de detritos vegetais, atuando como detritívora
consumidora primária; uma galinha, ao se alimentar de minhocas, será consumidora secundária; e uma pessoa
que se alimenta da carne da galinha ocupará o nível trófico dos consumidores terciários.
Pirâmides ecológicas
Quantificando os ecossistemas representando, graficamente, o fluxo de energia e matéria entre os níveis tróficos
no decorrer da cadeia alimentar. Para tal, cada retângulo representa, de forma proporcional, o parâmetro a ser
analisado. Esta representação gráfica por ser:
105
Pirâmide de números: representa a
quantidade de indivíduos em cada nível
trófico da cadeia alimentar
proporcionalmente à quantidade
necessária para a dieta de cada um
desses.
Tal como no exemplo anterior, em alguns casos pode ser caracterizada como uma pirâmide invertida, já que há a
possibilidade de haver, por exemplo, a redução da biomassa de algum nível trófico, alterando tais proporções.
Pirâmide de energia: a energia solar captada pelos produtores se dissipa ao longo das cadeias alimentares sob a
forma de calor, uma energia que não é utilizável pelos seres vivos. À medida que esta energia é dissipada pelo
ecossistema, ocorre uma permanente compensação com a utilização de energia solar fixada pelos produtores,
passando depois através de todos os outros elementos vivos do ecossistema. O nível energético mais elevado,
nos ecossistemas terrestres, é constituído pelas plantas clorofiladas (produtores). O resto do ecossistema fica
inteiramente dependente da energia captada por eles, depois de transferido e armazenada em compostos
orgânicos. O nível imediato é constituído pelos herbívoros. Um herbívoro obterá, portanto, menos energia das
plantas clorofiladas do que estas recebem do Sol. O nível seguinte corresponde ao dos carnívoros. Apenas parte
da energia contida nos herbívoros transitará para os carnívoros e assim sucessivamente.
Foi adaptado um processo de representação gráfica desta transferência de energia nos ecossistemas,
denominado pirâmide de energia, em que a área representativa de cada nível trófico é proporcional à quantidade
de energia disponível. Assim, o retângulo que representa a quantidade de energia que transita dos produtores
para os consumidores de primeira ordem é maior do que aquele que representa a energia que transita destes
para os consumidores de segunda ordem e assim sucessivamente.
106
A produtividade do Ecossistema
A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade primária bruta (PPB), que corresponde ao
total de matéria orgânica produzida em gramas, durante certo tempo, em certa área ambiental:
Descontando desse total a quantidade de matéria orgânica consumida pela comunidade, durante esse período,
na respiração (R), temos a produtividade primária líquida (PPL), que pode ser representada pela equação:
PPL = PPB – R
A produtividade de um ecossistema depende de diversos fatores, dentre os quais os mais importantes são a luz, a
água, o gás carbônico e a disponibilidade de nutrientes.
Em ecossistemas estáveis, com frequência a produção de (P) iguala o consumo de (R). Nesse caso, vale a relação
P/R = 1.
Perdas devido à
Produtividade respiração (R)
terciária líquida (PTL)
Produtividade
secundária líquida (PSL)
107
c. biosfera.
d. nicho ecológico.
e. ecossistema.
3. Ao dizer onde uma espécie pode ser encontrada e o que faz no lugar onde vive, estamos informando
respectivamente,
a. Nicho ecológico e habitat.
b. Habitat e nicho ecológico.
c. Habitat e biótopo.
d. Nicho ecológico e ecossistema.
e. Habitat e ecossistema.
4. O cogumelo shitake é cultivado em troncos, onde suas hifas nutrem-se das moléculas orgânicas
componentes da madeira. Uma pessoa, ao comer cogumelo shitake, está se comportando como:
a. Produtor.
b. Consumidor primário.
c. Consumidor secundário.
d. Consumidor terciário.
e. Decompositor
5. Marque a alternativa INCORRETA:
a. O conjunto de todos os organismos de um ecossistema com o mesmo tipo de nutrição constitui
um nível trófico ou alimentar.
b. O conjunto de florestas, campos, desertos e outros grandes ecossistemas forma a biosfera:
conjunto de regiões do planeta em condições de sustentar a vida de forma permanente.
c. Os ecossistemas são unidades funcionais onde os componentes bióticos e abióticos se interagem
e estão inseparavelmente relacionados.
d. Os seres heterótrofos são em sua maioria organismos que produzem o próprio alimento,
dependendo dessa forma de outros seres vivos para manterem-se vivos.
e. Populações que habitam a mesma área mantém entre si várias relações e formam um novo nível
de organização chamado de comunidade, biocenose, biota ou comunidade biótica.
6. As transformações, a distribuição e o aproveitamento de energia na natureza apresentam muitas
peculiaridades. Dentre elas, destaca-se:
a. a energia na forma de luz é convertida em energia química dos alimentos e perde-se na forma de
calor, que não é reutilizado.
b. a fotossíntese transforma energia luminosa em energia física que, por sua vez, é armazenada na
matéria orgânica.
c. a quantidade de energia aumenta a cada transferência de um ser vivo para outro, confirmando a
entropia natural.
d. nos ecossistemas, a energia tem fluxo unidirecional, ou seja, é constantemente reciclada e
reaproveitada.
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BIOMAS TERRESTRES
Os biomas são comunidades biológicas em que os diversos fatores ambientais (clima, solo vegetação e espécies
animais) interagem de forma integrada a fim de manter o seu funcionamento (existência) em equilíbrio. Como
cada região do planeta apresenta características ambientais particulares, os biomas também se diferem de região
para região.
Florestas Tropicais
Pradarias e Estepes
Savanas tropicais
Taiga
Tundra
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Todos os seres vivos se relacionam com outros, tanto da mesma espécie (relações intraespecíficas) quanto de
espécies distintas (relações interespecíficas). Estas podem ser harmônicas, quando não há prejuízo para nenhum
dos indivíduos envolvidos; ou desarmônicas, quando pelo menos um se prejudica.
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Uma classificação das relações ecológicas
Exemplo:
líquens (algas e fungos), bactérias e ruminantes.
Exemplo:
anêmona e bernardo-eremita.
INTERESPECÍFICAS
Comensalismo - Associação em que uma das espécies se
(heterotípicas)
beneficia, usando restos alimentares da outra, que não é
prejudicada.
Exemplo:
RELAÇÕES tubarão-rêmora.
HARMÔNICAS Inquilinismo - Associação em que uma das espécies se fixa ou se
(interações positivas) abriga em outra, porém sem prejudicá-la.
Exemplo:
bromélia-árvore.
Exemplo:
colônias de esponjas e de corais.
INTRAESPECÍFICAS Sociedades - Associação entre indivíduos da mesma espécie, não
(homotípicas) ligados anatomicamente, que se agrupam para divisão de
trabalho, organizados, portanto, de modo cooperativo.
Exemplo:
formigas, cupins.
Exemplo:
corujas, cobras e gaviões que atacam pequenos
RELAÇÕES roedores
INTERESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
(heterotípicas)
(interaçõesnegativas) Parasitismo - Associação em que uma das espécies, geralmente
a menor, vive sobre ou dentro da outra, alimentando-se dela,
porém geralmente sem matá-la.
Exemplo:
vermes parasitas.
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Predatismo - Relação em que uma das espécies,
a predadora, mata a outra para dela se alimentar.
Exemplo:
carnívoros/herbívoros.
Exemplo:
fungos que liberam antibióticos no meio, inibindo o
crescimento de bactérias.
Exemplo:
Formigas e pulgões.
7. O Brasil, devido sua localização e grande extensão territorial, abriga diversos tipos de cobertura vegetal,
sendo que cada Região brasileira apresenta um bioma predominante. Nesse sentido, relacione o estado
ou região ao tipo de vegetação predominante.
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