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Ensino Fundamental e Médio EaD

PORTARIA de CREDENCIAMENTO
209/2007 e 159/2012

BIOLOGIA
Ensino Médio

e-mail: colegiociadeensino@gmail.com.br - Fone: (51) 3556-4596

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Querido aluno,

Nesta apostila vamos aprender a reconhecer o papel do homem na natureza; compreender como os
seres vivos são formados, metabolismo e suas relações. Aprenderemos também, a desenvolver
responsabilidade pela nossa saúde e ambiente. Além de relacionar a ciências a outras áreas de
conhecimento.

Haverá palavras que talvez sejam estranhas a você. Então, sugiro que verifique em livros ou internet o
significado das mesmas, facilitando, assim, seu entendimento.

Apenas gostaríamos de lembrá-lo sobre alguns pontos importantes:

_ Você é um estudante de EaD (Ensino a Distância) e isso significa que 80% dos estudos são feitos em sua
própria casa, em horários que você escolherá;
_ Os outros 20% serão em aulas presenciais, nas quais você poderá tirar todas as dúvidas e obter mais
informações com seu professor;
_ Por isso, é fundamental que você venha para as aulas com seu material lido e os exercícios resolvidos;
_ Não se esqueça de ler todos os capítulos com muita atenção, fazer anotações e praticar com os
exercícios, isso lhe habilitará a compreender o conteúdo e partir para a etapa final do Ensino
Fundamental!

Nós estamos aqui para ajudá-lo em tudo que for necessário e desejamos um ótimo estudo!

Equipe Cia de Ensino.

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Produção: Colégio Cia de Ensino
Todos os direitos reservados. Não é permitido reproduzir.
Este material foi elaborado pela professora Gabriela Corrêa da equipe de Ciências e Biologia do Colégio Cia de
Ensino. O processamento do mesmo se deu pelo software PDF Creator © em uma licença “fairplay” (livre).
Todas as imagens utilizadas neste material são de livre distribuição e suas fontes estão especificadas abaixo das
mesmas. As imagens sem especificação foram retiradas do banco de imagens do programa Word ©, plataforma
Windows ©
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SUMÁRIO

UNIDADE I- CÉLULAS,UNIDADE FUNDAMENTAL DA VIDA....................................................................................5


PLANETA TERRA: O INÍCIO.......................................................................................................................... .....6
A ORIGEM DOS SERES VIVOS................................................................................................................7
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS CÉLULAS............................................................................................ ...12
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS CÉLULAS...............................................................................................19
UNIDADE II - INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS SERES VIVOS................................................................................24
DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS.....................................................................................................................25
OS GRANDES GRUPOS DE SERES VIVOS (Vírus, Reino Monera, Reino Protista E Reino Fungi)......... 25
REINO PLANTAE OU METAPHYTA..................................................................................................................32
REINO ANIMALIA OU METAZOA.....................................................................................................................37
UNIDADE III - CONSTITUIÇÃO DO CORPO: ESTUDANDO OS VÁRIOS NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO..........................43
TECIDOS: CÉLULAS QUE TRABALHAM JUNTAS...............................................................................................44
AS FUNÇÕES DE NUTRIÇÃO DO NOSSO CORPO.............................................................................................49
SISTEMAS DO NOSSO CORPO: UM ORGANISMO COMPLEXO........................................................................50
SISTEMA DIGESTIVO...........................................................................................................................50
SISTEMA RESPIRATÓRIO.....................................................................................................................52
SISTEMA CIRCULATÓRIO....................................................................................................................53
SISTEMA EXCRETOR............................................................................................................................54
COORDENAÇÃO E CONTROLE DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS.................................................................56
SISTEMA NERVOSO.............................................................................................................................58
FUNÇÕES DE RELAÇÃO COM O AMBIENTE....................................................................................................60
APARELHO LOCOMOTOR....................................................................................................................60
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS.....................................................................................................................62
REPRODUZINDO A VIDA E PERPETUANDO A ESPÉCIE....................................................................................66
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO....................................................................................................67
SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO.................................................................................................69
PUBERDADE........................................................................................................................................70
MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS........................................................................................................71
UNIDADE IV - GENES: COMPONENTE FUNDAMENTAL DA VIDA E DA EVOLUÇÃO...............................................76
CROMOSSOMOS E OS GENES.........................................................................................................................77
O PAPEL DOS ÁCIDOS NUCLEICOS NA SÍNTESE DE PROTEÍNAS..........................................................78
GENÉTICA.......................................................................................................................................................81
CONSTRUINDO UM HEREDOGRAMA..................................................................................................85
EVOLUÇÃO BIOLÓGICA...................................................................................................................................91
AS EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO...........................................................................................................91
UNIDADE V - AS INTERAÇÕES DA NATUREZA: ECOLOGIA.................................................................................101
ECOLOGIA.....................................................................................................................................................102
BIOMAS TERRESTRES....................................................................................................................................110
RELAÇÕES ECOLÓGICAS...............................................................................................................................111

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Unidade I
CÉLULAS,
UNIDADE FUNDAMENTAL
DA VIDA

“O homem vem à Terra para uma


permanência muito curta, para um fim que
ele mesmo ignora, embora, às vezes,
julgue sabe-lo.”

Albert Einstein

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PLANETA TERRA: O INÍCIO
Nesta apostila daremos inicio ao estudo em Biologia. Vamos iniciar abordando sobre a origem dos seres vivos e
como são constituídos. O que pode nos ajudar a contar essa história é o contexto geológico e os vestígios fósseis,
importantes ferramentas para reconstituição da história da Terra e dos seres vivos.

Estudos estimam que a Terra formou-se a cerca de 4,6 bilhões de anos. Sua superfície era uma esfera
incandescente e inabitável. Rios de lavas corriam na superfície, a temperatura era muito elevada, fumaça cobria a
atmosfera e meteoritos e cometas cruzavam os céus antes de se chocar contra o planeta. As rochas teriam se
formado a seguir, com o resfriamento do magma (lava) na superfície do nosso planeta. Com o tempo, o vapor
d’água saturou a atmosfera e começou a precipitar-se em forma de chuva, originado os oceanos.

Figura 1. Reconstituição artística da provável condição ambiental da Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos. Fontes: Disponível em <descomplicandospbr.blogspot.com>

Os primeiros indícios da existência de seres vivos em eras geológicas passadas datam 3,8 bilhões de anos.
Aproximadamente, um bilhão de anos teriam se passado desde a origem do nosso planeta, onde modificações
significativas teriam surgido nas condições ambientais, possibilitando o aparecimento da Vida, os primeiros seres
vivos – as bactérias. A partir de então, derivam as demais criaturas que, pouco a pouco, povoaram o planeta de
forma lenta e gradual, com o surgimento, desenvolvimento e extinção de incontáveis espécies. Graças aos
registros fósseis que comprovam uma impressionante proliferação de formas de vida das mais variadas, é possível
nos aproximarmos da história da evolução da vida.

A B C D

Figura 2. Fósseis de milhões de anos: A) Marella sp.; a) B) Libélula; C) Peixe; e D) Dinossauro.


Fontes: Disponível em <tagedesglucks.blogspot.com>; <geostones.blogspot.com>; <www.efnoticias.com.br>; <www.brasilescola.com>.

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A ORIGEM DOS SERES VIVOS
A partir de agora vamos estudar as teorias de como poderia ter sido a origem dos primeiros seres vivos e como
teriam esses seres evoluído e gerado a imensa diversidade de formas vivas que habitam hoje nosso planeta.

Geração espontânea ou abiogênese: biogênese versus abiogênese

Até meados do século XIX os cientistas acreditavam que os seres vivos eram gerados espontaneamente do corpo
de cadáveres em decomposição.

Pesquisadores passaram, então, a contestar a hipótese de geração espontânea, apresentando argumentos


favoráveis à outra hipótese, a da biogênese, segundo a qual todos os seres vivos originam-se de outros seres vivos
preexistentes.

Os experimentos de Redi

Em 1668, Francesco Redi (1626 -1697) investigou a suposta origem de vermes


em corpos no processo decomposição. Ele observou que moscas são atraídas
pelos corpos em decomposição e neles colocam seus ovos. Desses ovos surgem
as larvas, que se transformam em moscas adultas. Redi concluiu, então, que
essas larvas não surgem espontaneamente a partir da decomposição de
cadáveres, mas são resultantes da eclosão dos ovos postos por moscas atraídas
pelo corpo em decomposição.

Para testar a sua hipótese, Redi realizou o seguinte experimento: colocou


pedaços de carne crua dentro de frascos, deixando alguns cobertos com gaze e
outros completamente abertos. De acordo com a hipótese da abiogênese,
deveriam surgir vermes ou mesmo moscas nascidas da decomposição da própria
carne. Isso, entretanto, não aconteceu. Nos frascos mantidos abertos
verificaram-se ovos, larvas e moscas sobre a carne. Mas, nos frascos cobertos
com gaze nenhuma dessas formas foi encontrada sobre a carne. Esse
experimento confirmou a hipótese de Redi e comprovou que não havia geração
espontânea de vermes a partir de corpos em decomposição.

Figura 3. Esquema dos resultados do experimento de Redi. Fontes: Disponível


em <http://www.sobiologia.com.br>
Os experimentos de Needham e Spallanzani

Em 1745, o cientista inglês Jonh T. Needham (1713-1781) realizou vários experimentos em que submeteria à
fervura frascos contendo substâncias nutritivas. Após a fervura, fechava os frascos com rolhas e deixava-os em
repouso por alguns dias. Depois, ao encaminhar essas soluções ao microscópio, Needham observava a presença
de microrganismos. A explicação que ele deu a seus resultados foi que os microrganismos teriam surgido por
geração espontânea. Ele dizia que a solução nutritiva continha uma “força vital” responsável pelo surgimento das
formas vivas.

Posteriormente, em 1770, o pesquisador italiano Lazzaro Spallanzani (1729-17799) repetiu os experimentos de


Needham, com algumas modificações, obtendo resultados diferentes. Spallanzani colocou substâncias nutritivas
em balões de vidro, fechando-os hermeticamente. Esses balões assim preparados eram colocados em caldeirões
com água e submetidos à fervura durante algum tempo. Deixava resfriar por alguns dias e então ele abria os
frascos e observava o líquido ao microscópio. Nenhum organismo estava presente.

Spallanzani explicou que Needham não havia fervido sua solução nutritiva por tempo suficientemente longo para
matar todos os microrganismos existentes nela e, assim, esterilizá-la. Needham respondeu a essas críticas
dizendo que, ao ferver por muito tempo as substâncias nutritivas em recipientes hermeticamente fechados,
Spallanzani havia destruído a “força vital” e tornado o ar desfavorável ao aparecimento da vida. Nessa polêmica,
Needham saiu fortalecido.
7
Os experimentos de Pasteur

Somente por volta de 1860, com os experimentos realizados por Louis Pasteur (1822 – 1895), conseguiu-se
comprovar definitivamente que os microrganismos surgem a partir de outros preexistentes.

Veja o esquema abaixo resumindo o experimento de Pasteur:

Figura 4. Esquema resumindo as experiências de Pasteur. Fontes: Disponível em <interna.coceducacao.com.br>

A ausência de microrganismos nos frascos do tipo “pescoço de cisne” mantidos intactos e a presença deles nos
frascos cujo “pescoço” havia sido quebrado, mostram que o ar contém microrganismos e que estes, ao entrarem
em contato com o líquido nutritivo e estéril do balão, desenvolvem-se. No balão intacto, esses microrganismos
não conseguiram chegar até o líquido nutritivo e estéril, pois ficam retidos no “filtro” formado pelas gotículas de
água surgidas no pescoço do balão durante o resfriamento. Já nos frascos em que o pescoço é quebrado, esse
“filtro” deixa de existir, e os microrganismos presentes no ar podem entrar em contato com o líquido nutritivo,
onde encontram condições adequadas para seu desenvolvimento e proliferam. A hipótese da biogênese passou, a
partir de então, a ser aceita universalmente pelos cientistas.

A aceitação da hipótese da biogênese gerou novo questionamento: se todos os seres vivos surgiram de
outros preexistentes,

Hipóteses sobre a origem da Vida

Como estudamos no início desta apostila, o nosso planeta não surgiu apresentando as mesmas condições
ambientais que temos hoje. Segundo registros encontrados nas rochas, foram necessários cerca de um bilhão de
anos para que as condições ambientais se tornassem propícias ao aparecimento da vida.

Possibilidades têm sido levantadas para explicar o aparecimento dos primeiros seres vivos há cerca de 3,8 bilhões
de anos atrás:

Panspermia (Origem Extraterrestre)

Segundo essa hipótese, a primeira forma de vida terrestre não teria surgido na Terra, mas sim em outros
planetas. Essa forma de vida ancestral teria chegado a nosso planeta sob a forma de esporos e outras formas de
resistência, aderidos a meteoritos que sempre caem por aqui.

No entanto, essa hipótese não é muito esclarecedora, já que não explica, de fato, a origem da vida. Ela explica
como ela teria começado na Terra, mas não como ela surgiu nos planetas de onde os esporos vieram.

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Criacionismo (origem por criação divina)

É uma hipótese de cunho religioso, onde uma divindade teria criado cada ser vivo individualmente e, do jeito que
foram criadas no início, permanecem até hoje. É o que se chama de imutabilidade das espécies.

Origem por evolução química

É a hipótese mais aceita pelos cientistas atualmente, que diz que a vida teria surgido de moléculas presentes na
Terra primitiva que se associaram entre si, formando substâncias cada vez mais complexas. Essas substâncias,
com o tempo, originariam os primeiros seres vivos.

Essa hipótese foi proposta por dois cientistas – Alexander Oparin e John Burdon Haldane – na década de 1920.
Trabalhando de forma independente, os dois pesquisadores chegaram a conclusões semelhantes de como teria a
vida surgido na Terra.

De acordo com as suas ideias, a Terra


primitiva era um ambiente inóspito. Não
existia uma atmosfera com oxigênio. As
erupções vulcânicas ocorriam com muita
frequência. Tempestades de raios
também eram frequentes e a
temperatura era muito alta. Só que nesse
ambiente, diversas moléculas vindas das
erupções dos vulcões começavam a
formar a atmosfera.

Acredita-se que a atmosfera primitiva era


composta, basicamente, por metano
(CH4), amônia (NH3), gás hidrogênio (H2)
e vapor d’água (H2O). Sob forte
influência das radiações solares e das
descargas elétricas, essas moléculas Figura 5. Representação artística da origem dos seres vivos segundo origem por evolução química.
conseguiram energia suficiente para se Fontes: Disponível em <dc102.4shared.com>

unirem, dando origem a moléculas


orgânicas mais complexas.

Nesse período, a Terra passava por uma época de resfriamento. O vapor d’água começava a de condensar nas
depressões da crosta do planeta. Com as chuvas que passaram a cair, aquelas moléculas orgânicas que estavam
na atmosfera foram arrastadas para os mares primitivos, ainda quentes e rasos. Esses mares, ao longo dos anos,
formaram o que hoje se chama “sopa nutritiva”.

Nessa “sopa”, as moléculas orgânicas foram se agregando, dando origem a compostos chamados coacervados.
Esses coacervados não foram seres vivos, mas conjuntos de moléculas orgânicas envoltos por moléculas de água.
Mas eles se diferenciavam de outros compostos por ser um sistema semi-isolado, onde havia troca de substâncias
com o meio externo e possibilidade de inúmeras reações em seu interior.

Das moléculas orgânicas aos coacervados

Oparin acreditava que as moléculas orgânicas foram produzidas a partir de reações ocorridas entre os gases
existentes na atmosfera primitiva. Essas reações teriam sido provocadas pela energia dos raios ultravioletas do
Sol e pelas descargas elétricas dos raios durantes as tempestades, então muito frequentes.

Entre as diversas moléculas orgânicas supostamente produzidas a partir de gases primitivos, destacam-se os
aminoácidos. Os aminoácidos formados devem ter combinado entre si dando origem a outras substâncias mais
complexas, chamadas proteínas. Ao longo de milhões de anos, as proteínas foram se acumulando nos mares
primitivos e se juntando em minúsculos aglomerados, que Oparin chamou de coacervados.

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Dos coacervados às células

A ciência atual admite que muitas substâncias presentes nos mares primitivos foram lentamente se juntando aos
coacervados, tornando-os cada vez mais complexos. Admite também que no interior dos coacervados ocorreram
muitas reações entre substâncias inexistentes, até que, depois de milhões de anos, surgiram os ácidos nucleicos.

Os ácidos nucléicos organizam o material genético de uma célula e comanda suas atividades diversas, inclusive a
reprodução. Assim, com o surgimento dessas moléculas muito especiais, os coacervados puderam se transformar
em seres unicelulares.

Figura 6. Esquema representando a origem dos seres vivos segundo a hipótese de evolução gradual dos sistemas químicos. Fontes: Lopes, S. 2006.

O experimento de Miller e Urey

Em 1950, dois pesquisadores da Universidade de Chicago, Stanley Miller e Harold Urey, desenvolveram um
aparelho em que simularam as condições supostas para a Terra primitiva. Com sucesso, obtiveram resultados que
confirmaram a hipótese de Oparin e Haldane.

Figura 7. Esquema do experimento de Miller e Urey. Fontes: Disponível em <mendelianos.blogspot.com>

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Inicialmente, obtiveram com o seu experimento pequenas moléculas que, com o passar do tempo, se
combinaram formando moléculas mais complexas, inclusive os aminoácidos glicina e alanina. Posteriormente,
novas pesquisas obtiveram outros aminoácidos e vários compostos de carbono.

A Evolução do Metabolismo

Apesar de não termos um retrato exato dos seres vivos mais primitivos, podemos imaginar que eles eram
microscópicos, envoltos por uma membrana e que em seu interior ocorriam diversas reações químicas que eram
ordenadas e controladas por informações genéticas. Essas reações transformavam o alimento, do qual esses seres
vivos se alimentavam, em componentes do seu corpo, o que lhes permitiam crescer e se reproduzir.

Mas você deve estar se perguntando: do que esses seres vivos se alimentavam? Essa também é uma questão que
divide a opinião dos cientistas, duas hipóteses são aceitas, a hipótese heterotrófica e a hipótese autotrófica.

Hipótese heterotrófica

Segundo essa hipótese, os primeiros organismos eram estruturalmente muito simples, sendo de se supor que as
reações químicas em suas células também seriam simples. Eles viviam em um ambiente aquático, rico em
substâncias nutritivas, mas provavelmente não existia oxigênio na atmosfera, nem dissolvido na água dos mares.
Nessas condições, é possível supor que, tendo alimento abundante ao seu redor, esses primeiros seres teriam
utilizado esse alimento já pronto como fonte de energia e matéria-prima. Eles seriam, portanto, heterotróficos.

(hetero = diferente; trofos = alimento), organismos que não são capazes de sintetizar seus próprios
alimentos a partir de compostos inorgânicos, obtendo-os prontos do ambiente.

Uma vez dentro da célula, esses alimentos precisam ser degradados. Nas condições da Terra atual, a via
metabólica mais simples para se degradar alimento sem oxigênio é a fermentação, um processo anaeróbio (an =
sem; aero = ar; bio = vida). Um dos tipos mais comuns de fermentação é a alcoólica. O açúcar (glicose) é
degradado em álcool etílico (etanol) e gás carbônico, liberando energia para as várias etapas do metabolismo
celular.

Esses organismos começaram a aumentar de número por reprodução. Paralelamente a isso, as condições
climáticas da Terra também estavam mudando a ponto de não mais ocorrer síntese pré-biótica de matéria
orgânica. Desse modo, o alimento dissolvido no meio teria começado a ficar escasso.

Com o alimento reduzido e um grande número de indivíduos nos mares, deve ter havido muita competição, e
muitos organismos teriam morrido por falta de alimento. Ao mesmo tempo, teria se acumulado CO2 no
ambiente. Acredita-se que nesse novo cenário teria ocorrido o surgimento de alguns seres capazes de captar a luz
solar com o auxílio de pigmentos como a clorofila. A energia da luz teria sido utilizada para a síntese de seus
próprios alimentos orgânicos, a partir de água e gás carbônico. Teriam surgido assim os primeiros seres
autotróficos: os seres fotossintetizantes (foto = luz; síntese em presença de luz), que não competiam com os
heterotróficos e proliferaram muito.

Esses primeiros seres fotossintetizantes (cianobactérias ou algas azuis) foram fundamentais na modificação da
composição da atmosfera: eles introduziram oxigênio no ar, e a atmosfera teria passando de redutora para
oxidante. Até os dias de hoje, são principalmente os seres fotossintetizantes que mantém os níveis de oxigênio na
atmosfera, o que é fundamental para a vida do nosso planeta. Em condições de baixa disponibilidade de
moléculas orgânicas no meio, esses organismos aeróbios teriam grande vantagens sobre os fermentadores.

Havendo disponibilidade de oxigênio, foi possível a sobrevivência de seres que desenvolveram reações
metabólicas complexas, capazes de utilizar esse gás na degradação do alimento. Surgiram, então, os primeiros
seres aeróbios, que realizavam respiração. Por meio da respiração, o alimento, especialmente o açúcar glicose, é
degradado em gás carbônico e água, liberando muito mais energia para a realização das funções vitais do que na
fermentação.

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A fermentação, a fotossíntese e a respiração permaneceram ao longo do tempo e ocorrem nos organismos que
vivem atualmente na Terra. Todos os organismos respiram e/ou fermentam, mas apenas alguns respiram e fazem
fotossíntese.

Hipótese Autotrófica

De acordo com essa hipótese, os seres primitivos eram capazes de sintetizar seus próprios alimentos a partir de
substâncias inorgânicas simples, ou seja, eram autotróficos (auto = próprio; trofos = alimento), como é o caso das
plantas.

Os defensores da hipótese autotrófica acreditam que na Terra primitiva não havia quantidade suficiente de
matéria orgânica para sustentar a multiplicação dos primeiros seres vivos até o aparecimento da fotossíntese.
Eles defendem também que os seres vivos surgiram em locais mais protegidos, como o assoalho dos mares
primitivos, já que a superfície terrestre era muito instável. Segundo esses cientistas, os primeiros organismos
vivos eram quimiolitoautotróficos, ou seja, produziam seu alimento a partir da energia liberada por reações
químicas entre componentes inorgânicos da crosta terrestre, como o enxofre e compostos de ferro. Essa
possibilidade consolidou-se após a descoberta de vida nas fontes termais submarinas (arqueas), que se
encontram no fundo dos oceanos. Muitas bactérias que vivem nesses locais são autotróficas, mas realizam um
processo diferente da fotossíntese (realizam a quimiossíntese). De acordo com essa hipótese, a partir dos
primeiros seres quimiolitoautotróficos surgiram os seres que realizavam a fermentação, depois os seres
fotossintetizantes, e por fim os seres aeróbios (que realizam a respiração).

Pensando e/ou pesquise... e responda no caderno:

1. Como as estruturas geológicas e vestígios fósseis possibilitam se aproximar das teorias do surgimento e a
evolução dos seres vivos?
2. Explique: abiogênese e biogênese.
3. Explique por que no fim da experiência de Needham estava presente nos fracos microrganismos e na
experiência de Spallanzani não tinha a presença de microrganismos.
4. Qual experiência fez com que a hipótese da biogênese passa-se a ser aceita universalmente pelos
cientistas? Quando e quem a realizou? Qual foi a metodologia?
5. Porque a origem dos seres vivos por evolução química é a mais aceita pelos cientistas?
6. Explique com suas palavras o significado da expressão “sopa primordial”.
7. Qual é a importância dos coacervados para a origem dos seres vivos?
8. Em relação à evolução do metabolismo, cite a hipótese que você defende: hipótese heterotrófica ou
hipótese autotrófica. Por quê?
9. Pesquisar sobre os estromatólitos: destacar sua importância para a diversificação da vida.
10. A partir de quanto começou a existir oxigênio na atmosfera?

CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AS CÉLULAS


Pergunto a você:

Como podemos diferenciar os seres vivos dos não vivos (brutos)?


Ou seja, como podemos diferenciar uma mesa de um cachorro, planta ou nós mesmos?

Os seres vivos são entidades que se diferenciam dos não vivos (brutos) por apresentarem as propriedades de
multiplicação, variação e hereditariedade, pois são formados por pequenas unidades vivas denominadas células.

CÉLULA: é a unidade fundamental para a vida - pequeno compartimento, quase sempre invisível a
olho nu, presente em todos os organismos, com exceção dos vírus. Formada por agrupamentos de
moléculas organizadas com funções específicas.

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Como vimos, provavelmente, a origem das primeiras células existentes no planeta, datadas com 3,8 bilhões de
anos, tenham surgido de alguma montagem química molecular. Essas primeiras células são as procariontes – mais
precisamente as bactérias. As células procariontes são simples em comparação com as células eucariontes, que
surgiram cerca de 1,5 bilhões de anos depois dos organismos procariontes.

Teoria celular – M. Schleiden (1838) e T. Schwann (1839)


Conceito da preexistência das células – R. Virchow

Afinal, quais são as diferenças evolutivas entre as células procariontes e eucariontes?

PROCARIONTE EUCARIONTE

parede celular membrana plasmática (animal) / celulose (vegetal)


sem membrana envolvendo o núcleo (carioteca) membrana nuclear
material genético simples material genético complexo
sem organelas (apenas ribossomos) com organelas especializadas

CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS PROCARIONTES

Bactéria Parede celular


Núcleo sem membrana
nuclear
Ribossomos

Material genético simples


“mergulhado” no citoplasma.
Cílios

Flagelo
Figura 8. Célula procarionte. Fonte: Disponível em <http://www.brasilescola.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULA EUCARIONTE

Núcleo: membrana nuclear e material Vacúolo


genético complexo

Cél. animal Cél. vegetal

Cloroplasto

Membrana Plasmática

Organelas especializadas Parede celular - celulose

Figura 9. Células eucariontes. Fontes: Disponível em <http://profelisamasantos.blogspot.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
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Além de células procariontes ou eucariontes, os organismos são qualificados pelo número de células que constitui
o corpo do ser vivo. Dessa forma, quando os organismos são constituídos de apenas uma célula são chamados de
unicelulares e quando são constituídos de mais de uma célula são chamados de pluricelulares.

Célula unicelular Células pluricelulares

Ex.: Bactéria
Célula única

Ex.: Conjunto de células


do coração humano.

Ajudinha: No latim UNI- significa único;


PLURI – significa muitos.
Célula

Figura 10. Representação de organismo unicelular e organismo pluricelular.


Fontes: <http://projetoimunologianasescolas.blogspot.com.br>; http://www.sobiologia.com.br; http://www.alunosonline.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

A célula, isolada ou junta com outras células forma todo o ser vivo. Além disso, ela tem toda a “maquinaria”
necessária para a realização das funções de um ser vivo, como nutrição, produção de energia, proteção e
reprodução.

As células podem diferir muito umas das outras, pois cada função específica exige uma forma adequada. Os
organismos unicelulares, por exemplo, apresentam uma enorme variedade quanto à forma, de acordo com seu
tipo de vida. Também nos organismos pluricelulares as formas das células variam. Nos animais encontramos, por
exemplo, as células da pele, achatadas como ladrilhos, com função de revestimento; as que revestem
internamente os vasos sanguíneos, além de achatadas tem grande capacidade de distensão; as musculares,
alongadas, constituem fibras capazes de contração.

Figura 11. Representação da diversidade de células. Fontes: <cienciasprovas.blogspot.com>

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AS ESTRUTURAS BÁSICAS DAS CÉLULAS

Precisamos compreender as estruturas básicas que desempenham papéis bem definidos nos organismos vivos:
membrana plasmática, citoplasma e núcleo. Essas estruturas são as organelas.

Organelas: são compartimentos subcelulares que desenvolvem funções distintas, que no total,
produzem as características de vida associada com a célula.

Para entendermos como estão dispostas as estruturas básicas de uma célula, basta
observarmos o ovo ao lado. Você sabe o que é a casca, a clara e a gema?

Então, será fácil identificar as estruturas básicas das células. Imagine que a casca do ovo é a
membrana plasmática, a clara é o citoplasma e a gema é o núcleo. Para entendermos melhor, agora vamos
verificar a ilustração de uma célula animal:

Membrana plasmática: envoltório externo.

Núcleo: região central

Citoplasma: material gelatinoso interno

Figura 12. Estruturas básicas das células. Fonte: Disponível em <http://www.brasilescola.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

MEMBRANA PLASMÁTICA: envolve toda a célula. Tem função de regular as trocas entre a célula e o meio
extracelular (fora da ambiente celular). Portanto é responsável pela permeabilidade seletiva, através da bicamada
lipoproteica (duas camadas de lipídios e proteínas de diferentes formas entre essas camadas), que serve como
ponte para entrada e saída de substâncias.

Carboidratos
Proteínas

Bicamada
lipídica

Membrana plasmática

Figura 13. Membrana plasmática. Fonte: Disponível em <http://www.brasilescola.com>; <http://www.alunosonline.com.br>


(modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Tipos de transportes de substância através da membrana plasmática:

Transporte Passivo: passagem no sentido do gradiente por isso não ocorre gasto de energia.

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Difusão é a passagem de soluto de um meio mais concentrado
(hipertônico) para um meio menos concentrado (hipotônico);

Figura 14. Esquema representando transporte passivo por difusão.


Fonte: Disponível em <rachacuca.com.br>

Osmose é a passagem do solvente de um meio menos concentrado


para o mais concentrado. Assim, uma célula vegetal colocada no
meio hipertônico perde água para o meio e o protoplasma se
desloca da parede celular. Denominamos este fenômeno de
plasmólise.

Figura 15. Esquema representando transporte passivo por osmose.


Fonte: Disponível em <www.netxplica.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Difusão facilitada é a passagem de substância de um meio mais


concentrado para um meio menos concentrado com o auxilio de
um carregador. Ex. Glicose necessita de insulina para entrar nas
células do fígado (hepatócitos).

Figura 16. Esquema representando transporte passivo por difusão facilitada.


Fonte: Disponível em <rachacuca.com.br>

Transporte Ativo: passagem de substâncias de um meio menos concentrado para um mais concentrado (contra o
gradiente de concentração). Para tanto, há gasto de energia.

Endocitose

Fagocitose é o englobamento
de partículas sólidas. Isso
acontece em amebas, leucócitos
e macrófagos.

Pinocitose é o englobamento de
gotículas.

Figura 17. Esquema representando transporte ativo por fagocitose e pinocitose.


Fonte: Disponível em <biologiaassuntos.blogspot.com>

Exocitose

Clasmocitose é a eliminação de resíduos.

Figura 18. Esquema representando transporte ativo por clasmocitose.


Fonte: Disponível em <biologiasoberana.webnode.com.br>

16
CITOPLASMA: responsável pela transformação do alimento que penetra na célula, pelo transporte e
armazenamento de substâncias no interior da célula. No citoplasma estão dispostas as organelas especializadas,
por exemplo, as responsáveis pela nutrição, as que realizam a produção de material celular (ribossomos) e
produção de energia (mitocôndrias).

Figura 19. Esquema representando transporte ativo por


clasmocitose. Fonte: Disponível em <1papacaio.com.br>

NÚCLEO: todas as células têm suas funções coordenadas pelo núcleo. Ele controla a produção das proteínas:
principais moléculas da construção da matéria celular, responsável pelo crescimento celular para chegar ao
amadurecimento e se multiplicar (multiplicação celular). Tudo que a célula faz depende das informações dos
cromossomos encontrados no seu interior, formados por ácidos nucleicos (DNA e RNA). Desta forma, os
cromossomos contém a “programação” da célula.

Cromossomo

Figura 20. Núcleo da célula. Fonte: Disponível em <http://www.qieducacao.com> (modificado –Cia. de Ensino, 2013).

DNA – Ácido desoxirribonucleico


RNA – Ácido ribonucleico

Multiplicação celular: calcula-se que um milhão de células humanas morram a cada hora. Em um organismo
saudável, essas células são imediatamente substituídas por outras, formadas a partir de células preexistentes.
Desta maneira, a produção de novas células para o crescimento e reparação de tecidos do corpo, se dá por meio
da divisão celular: mitose.

Mitose: é o processo de divisão celular pelo qual uma célula eucarionte origina, em sequência ordenada de
etapas, duas células-filhas cromossômica e geneticamente idênticas.

17
OBS.: Antes da divisão, o núcleo com
todos os seus componentes se duplica.
Por alguns instantes, a célula possuirá
dois núcleos idênticos. Somente então o
citoplasma se dividirá, formando duas
células independentes, com as mesmas
capacidades da célula inicial.

Figura 21. Multiplicação celular (mitose) - eucariontes. Fonte:


Disponível em <http://www.ocorpohumano.xpg.com.br> (modificado –
equipe Cia. de Ensino, 2013).

Meiose: quando se trata de organismos com reprodução sexuada, assim,


como nós seres humanos, ocorre um tipo especial de divisão celular: a
meiose. Esse tipo de divisão celular tem como resultado quatro células-
filhas com metade do número de cromossomos – as células sexuais. No
caso do ser humano, uma célula com 46 cromossomos origina células com
23 cromossomos cada. Essas células fusionadas, ou seja, unidas darão
origem uma célula-ovo, que passará, a partir deste estágio, a sofrer a
mitose. Veremos mais detalhadamente sobre reprodução humana
quando estudarmos a unidade IV.

Figura 22. Esquema de divisão celular - meiose. Fonte: Disponível em <veja.abril.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

OUTRAS ORGANELAS DAS CÉLULAS EUCARIONTES:

Retículo endoplasmático liso (REL): realiza a síntese de lipídios.

Retículo endoplasmático rugoso (RER): realiza a síntese de proteínas (com ribossomos associados).

Aparelho de Golgi: Conjunto de sacos membranáceos achatados que armazenam e secretam substâncias
que serão usados pela célula.

Ribossomos: responsável pela fabricação das proteínas celulares livres no citoplasma ou associadas ao
Retículo endoplasmático liso e rugoso.

Mitocôndria: responsável pela produção de energia para diferentes funções celulares.

Centríolos: estrutura chave para a divisão celular, localizados próximos ao núcleo.

As células vegetais apresentam organelas distintas, pois as plantas precisam desempenhar funções diferentes
dos outros seres vivos.

Vacúolo: bolsa membranosa que transporta e armazena água e sais minerais.

Parede celular: envoltório de celulose que protege a célula.

Cloroplastos: responsável pela obtenção de energia pela fotossíntese.

18
Técnicas citológicas (microscopia): processos utilizados na preparação de material para
observação ao microscópio.

Na microscopia podem-se utilizar dois tipos de preparação de lâmina: as temporárias ou


extemporâneas (usadas para a observação imediata do material) e as definitivas
(preparações que podem ser guardadas e observadas várias vezes). A preparação das
lâminas engloba várias técnicas: inicia-se com a coleta do material (que deve ocorrer em condições em que
o objeto de estudo não seja danificado); fixação; inclusão; coloração; e montagem. Veja o exemplo abaixo
da preparação de uma lâmina temporária.

Figura 23. Esquema representado a preparação de lâmina


temporária. Fontes: <www.prof2000.pt>

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

11. O que é uma célula?


12. Quem veio primeiro: a célula procarionte ou eucarionte? Explique o porquê e a diferença entre as duas.
13. Quais são as três estruturas básicas de uma célula? Quais as funções de cada uma dessas estruturas?
14. Como as células se multiplicam e qual a finalidade dessa multiplicação?
15. Quais são as diferenças entre a célula animal e vegetal? Explique por que na célula vegetal existem
organelas diferentes da célula animal.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS CÉLULAS

Agora que já estudamos as principais estruturas das células, vamos buscar entender a composição química
responsável pela formação e funções das células. É importante sabermos que uma das evidências da evolução
biológica e da ancestralidade comum dos seres vivos é que todas as formas de vida possuem composição química
semelhante. Essa composição química das células divide-se em dois grandes grupos de substâncias: as substâncias
inorgânicas e as substâncias orgânicas.

Dos elementos químicos encontrados na natureza, quatro são encontrados com maior frequência na composição
química dos seres vivos. Esses elementos são o carbono (C), o oxigênio (O), o nitrogênio (N) e o hidrogênio (H).
Além desses quatro elementos, outros são biologicamente importantes como o sódio (Na), potássio (K), cálcio
(Ca), fósforo (P), enxofre (S), entre outros.

19
Substâncias Inorgânicas

Água

De todas as substâncias, a água é a encontrada na maior proporção. Na espécie humana, encontram-se na


proporção de 65% a 70%. A água tem várias funções. Por exemplo:

 atua como dissolvente da maioria das substâncias das células;


 é o dispersante das soluções coloidais das células;
 participa das reações de hidrólise no protoplasma;
 atua na manutenção do equilíbrio osmótico dos organismos em relação ao meio ambiente;
 age como regulador térmico, devido ao seu elevado calor específico, não permitindo bruscas variações de
temperatura.

A porção de água é variável com a espécie, com o tecido, com a idade e com o metabolismo. Quanto menor a
quantidade de água, mais rígido é o tecido; os embriões e as crianças tem mais água nos tecidos que adultos; os
tecidos de maior atividade metabólica tem mais água em sua composição.

Sais minerais

Os sais minerais são nutrientes cuja função é a estruturação de partes duras do nosso corpo e regular o
organismo. Encontram-se dissociados ionicamente no protoplasma, regulando a pressão osmótica e atuando na
manutenção do pH das células (efeito tampão). Os principais sais minerais que devemos ingerir são:

• Cálcio: 90% do cálcio são armazenados nos ossos. Auxilia na formação dos ossos, dos dentes, na
coagulação sanguínea, na transmissão de impulsos nervosos, nos batimentos cardíacos, na regulação da
contração muscular, na regulação da pressão arterial e sistema imunológico. Suas fontes são leite e seus
derivados e vegetais verde-escuros.

• Ferro: é um componente da hemoglobina, da mioglobina e de enzimas do sistema respiratório. Sua


ausência provoca anemia. É absorvida apenas 10% pelo organismo e por isso é necessário à ingestão de
vitamina C para que sua absorção atinja 40%. Suas fontes são carne bovina, carne suína e de frango, peixes,
ovos, legumes e vegetais verde-escuros.

• Fósforo: auxilia na formação dos ossos e dentes, participa das moléculas do ácido nucléico e do trifosfato
de adenosina que é uma reserva de energia. Suas fontes são leite e seus derivados, cereais, legumes, ovos,
aves, peixes e carnes.

• Potássio: auxilia na transmissão do sistema nervoso, na contração muscular, na pressão sanguínea, no


equilíbrio hídrico. Participa de proteínas, do metabolismo energético e da síntese de glicogênio. Suas fontes
são: carnes, leite, frutas, legumes, batatas, grãos e cereais.

• Iodo: componente da glândula tireóidea, cuja função é regular o metabolismo. Suas fontes são peixes,
frutos do mar e sal iodado.

• Magnésio: auxilia na contração muscular e no metabolismo energético. Suas fontes são cereais, vegetais,
frutas, nozes, frutos do mar e grãos integrais.

• Zinco: auxilia o sistema imunológico, facilita a cicatrização e é componente das enzimas digestórias. Suas
fontes são carnes, fígado, ovos, mariscos, cereais e peixes.

• Sódio: auxilia o equilíbrio hídrico, a transmissão dos impulsos nervosos, o relaxamento muscular e a
contração muscular. Suas fontes são sal, azeite e alimentos processados.

• Flúor: atua na estrutura óssea e no esmalte dos dentes. Sua fonte é a água fluorada.

20
• Cloro: auxilia o equilíbrio hídrico. Sua fonte é o sal de cozinha.

Substâncias Orgânicas

Proteínas

São moléculas compostas por pequenas unidades chamadas de aminoácidos (mais detalhes serão descritos na
unidade IV). As principais funções das proteínas nos organismos são:

 atuar como catalizadoras - enzimas que facilitam as reações químicas do metabolismo (por exemplo: na
digestão, na fotossíntese e na respiração);

 atuar como unidades estruturais das células, entre vários exemplos, a membrana plasmática apresenta
proteínas, as fibras musculares (actina e miosina), nossos cabelos, unhas e as garras de outros animais são
constituídos por uma proteína chamada queratina;

 atuar como transportadoras - como no caso da hemoglobina presente em nosso sangue, que circunda
todo o organismo, também é uma proteína;

 atuar como sistema imunológico - proteção pelos anticorpos, componentes do sistema imunológico,
também são compostos por proteínas. São produzidos em resposta à entrada de substâncias estranhas
no organismo, os antígenos. Um exemplo é uma classe de proteínas encontradas no plasma sanguíneo
que são as gamaglobulinas e entre elas estão as imunoglobulinas que ajudam a prevenir e combater
infecções importantes e, também, doenças. Em casos específicos, alguns médicos receitam injeções de
gamaglobulina extraída do plasma de pessoas que já adquiriram imunidade à doença que o paciente está
exposto.

 atuar como reguladores do metabolismo – hormônios. Por exemplo, a insulina é uma proteína sintetizada
em nosso organismo e possui como principal função o controle dos níveis de glicose no sangue. Sua
carência é um dos fatores que resultam no desenvolvimento do diabetes tipo 1 e 2.

 outros exemplos: atuar na regulação gênica e toxinas.

Carboidratos

Carboidratos são moléculas orgânicas formadas por carbono, hidrogênio e oxigênio. São as principais fontes de
energia para os sistemas vivos, uma vez que a liberam durante o processo de oxidação. Participam também na
formação de estruturas de células e de ácidos nucleicos.

Os de constituição mais simples, denominados monossacarídeos, possuem como fórmula geral (CH2O)n, sendo o
“n” o número de átomos de carbono. São, geralmente, de sabor adocicado e podem ser trioses, tetroses,
pentoses, hexoses ou heptose, quando constituídas de três, quatro, cinco, seis ou sete átomos de carbono. A
glicose, monossacarídeo extremamente importante para a nossa vida como fonte de energia, é uma hexose de
fórmula C6H12O6. A frutose e a galactose são, também, hexoses. Os dissacarídeos são moléculas solúveis em
água, resultantes da união de dois monossacarídeos, por uma ligação denominada glicosídica. Quando ocorre
esse evento, há a liberação de uma molécula de água (desidratação). Sacarose (glicose + frutose), lactose (glicose
+ galactose) e maltose (glicose + glicose) são três exemplos bastante conhecidos. Já polissacarídeos são formados
pela união de diversos monossacarídeos, sendo a celulose, amido e glicogênio os mais conhecidos e os de maior
importância biológica. São formados por cadeias longas e podem apresentar moléculas de nitrogênio ou enxofre.
Não são solúveis em água.

Lipídeos

Os lipídeos servem, principalmente, como componentes estruturais das membranas; como forma de
armazenamento de energia; e outras funções (hormônios esteroides, vitaminas, proteção, material isolante).São
21
moléculas pouco solúveis em água, por isso, são chamadas de hidrofóbicas. Os glicerídeos são os óleos e as
gorduras. São formados por uma molécula de álcool de cadeia curta, chamado glicerol, e moléculas de ácidos
graxos. Alguns glicerídeos servem como reserva de energia para o metabolismo celular, tanto em animais quanto
em vegetais. As gorduras também servem como um eficiente isolante térmico em muitos animais, dificultando a
dissipação do calor do corpo para o ambiente.

Os lipídios como componentes estruturais das membranas plasmáticas, envolvem todas as células. Tem função de
regular as trocas entre a célula e o meio extracelular (fora do ambiente celular). Portanto é responsável pela
permeabilidade seletiva, através da bicamada lipoproteica (duas camadas de lipídios e proteínas de diferentes
formas entre essas camadas), que serve como ponte para entrada e saída de substâncias (como estudamos
anteriormente). Veja abaixo as moléculas que formam a bicamada lipoproteica:

Membrana Plasmática
Figura 24. Lipídio componente estrutural da membrana plasmática.
Fonte: disponível em <docentes.esalq.usp.br>; <sites.google.com> (modificado – Equipe Cia. De Ensino).

Ácidos nucléicos

Os ácidos nucleicos contêm o material genético encontrado dentro do núcleo das células dos organismos. Existem
dois tipos de ácidos nucleicos, ácido desoxirribonucleico, ou DNA, e o ácido ribonucleico, ou RNA. Eles são
constituídos por pequenas unidades chamadas de nucleotídeos. Os nucleotídeos são formados por um grupo
fosfato, um carboidrato (desoxirribose no DNA e ribose no RNA) e uma base nitrogenada. Existem cinco tipos
diferentes de bases nitrogenadas: adenina (A), timina (T), guanina (G), citosina (C), e uracila (U). As quatro
primeiras são encontradas no DNA. Já no RNA, a timina é substituída pela uracila.

Bases nitrogenadas

Figura 26. Esquema de bases nitrogenadas e molécula de DNA, no plana e retorcido. Fonte: disponível em <dc317.4shared.com>;
César e Sezar, 2003 (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

22
Os ácidos nucleicos possuem as informações necessárias para a síntese de proteínas e transmitem as informações
genéticas de uma célula para outra ou entre a geração parental e sua prole (unidade IV).

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

16. Qual é a composição química fundamental da matéria viva?


17. Pesquise:
a) O papel da água na manutenção do equilíbrio osmótico dos organismos em relação ao meio
ambiente.
b) O efeito tampão proporcionadas pelos sais minerais.
18. Quimicamente, a membrana celular é constituída principalmente por:
a) acetonas e ácidos graxos.
b) carboidratos e ácidos nucleicos.
c) celobiose e aldeídos.
d) proteínas e lipídios.
e) RNA e DNA.
19. Qual dos compostos químicos das células tem maior importância para os estudos em genética? Explique.

Pesquisar... sobre “Bomba Sódio Potássio” no organismo

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Unidade II
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS
SERES VIVOS

Direito dos Animais

"Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele. A
vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto
ele. Agora sorria, se você acredita que todos os animais merecem nosso respeito e nossa
proteção, pois em determinado ponto eles são nós e nós somos eles."

(Philip Ochoa)

24
DIVERSIDADE DOS SERES VIVOS
Sabemos que existe um sistema de classificação científica designada ao modo como agrupamos os seres vivos
(Reino - Filo ou divisão, em botânica - Classe - Ordem - Família - Género – Espécie). Classificar os seres vivos faz
parte da sistemática (ciência que faz o estudo das relações entre os organismos). Ela é dedicada a inventariar e
descrever a biodiversidade a fim de entender as relações filogenéticas entre os organismos. É então que surge a
taxonomia (ciência que descobre, descreve e classifica as espécies e seus grupos, com seus princípios e normas) e
a filogenia (relações de evolução entre os organismos).

OS GRANDES GRUPOS DE SERES VIVOS

Vejamos a partir de agora o agrupamento dos seres vivos organizados de acordo com suas características,
divididos em cinco reinos (categoria superior da classificação científica):

Evolução dos cinco reinos: após o surgimento das células procariontes (reino monera), que deram origem os
protistas eucariontes unicelulares, que evoluíram para seres protistas pluricelulares, foram surgindo seres com
maior complexidade – as plantas, fungos e animais. Desta forma, constituindo os cinco reinos.

Mas, e os vírus aonde entram?

Vamos analisar algumas características dos vírus para tiramos nossas próprias conclusões em relação a sua
classificação.

Vimos na unidade anterior que os seres vivos são aquele(s) constituído(s) por célula(s). No entanto o vírus não
possuem células, são constituídos por ácido nucléico que pode ser o DNA ou o RNA, envolvido por um invólucro
proteico denominado capsídeo. Possuem cerca de 0,1 µm de diâmetro, com dimensões apenas observáveis ao
microscópio eletrônico.

Os vírus apresentam formas de organismo bastante diferenciadas, mas todos possuem uma cápsula feita de
proteína, onde fica o material genético desses seres. Esse material genético sofre modificações, ou seja, mutações
que com frequência leva ao surgimento de variedades (subtipos) de um mesmo vírus. Isso dificulta o seu combate
e compromete a eficiência de várias vacinas, que são preparadas para combater tipos específicos de
microrganismo. A capacidade de sofrer mutações genéticas é uma das características que os vírus têm em comum
com os seres vivos.

Figura 27. Esquema das estruturas de um vírus bacteriófago. Fonte: disponível em <sesi.webensino.com.br>

25
Por serem tão pequenos conseguem invadir células, inclusive a de organismos unicelulares, como as bactérias. É
parasitando células de outros organismos que os vírus conseguem replicar-se. Como são parasitas obrigatórios
eles causam nos seres parasitados
doenças denominadas viroses.

Replicação

Um vírus sempre precisa de uma


célula para poder replicar seu
material genético, produzindo
cópias da matriz. Portanto, ele
possui uma grande capacidade de
destruir uma célula, pois utiliza
toda a estrutura da mesma para
seu processo de reprodução.

28. Esquema representando os tipos de replicação viral.


Fonte: disponível em <slideplayer.com.br>. (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).

Ciclo Reprodutivo

São quatro as fases do ciclo de vida de um vírus:

1. Entrada do vírus na célula: ocorre a absorção e fixação do vírus na superfície celular e logo em
seguida a penetração através da membrana celular.

2. Eclipse: um tempo depois da penetração, o vírus fica adormecido e não mostra sinais de sua presença
ou atividade.

3. Multiplicação: ocorre a replicação do ácido nucléico e as sínteses das proteínas do capsídeo. Os


ácidos nucléicos e as proteínas sintetizadas se desenvolvem com rapidez, produzindo novas partículas
de vírus.

4. Liberação: as novas partículas de vírus saem para infectar novas células sadias.

Classificação

A classificação dos vírus ocorre de acordo com o tipo de ácido nucléico que possuem, as características do sistema
que os envolvem e os tipos de células que infectam. De acordo com este sistema de classificação, existem
aproximadamente, trinta grupos de vírus diferentes.

Vírus, seres vivos ou não?

Vírus não apresentam qualquer atividade metabólica quando fora de uma célula hospedeira: eles não podem
captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade Biosintética. Eles obviamente se reproduzem,
mas diferentemente de células, que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células filhas.
Há grande debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres vivos ou não, e esse
debate e primariamente um resultado de diferentes percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a
definição de vida. Aqueles que defendem a ideia que os vírus não são vivos argumentam que organismos vivos
devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e energia do ambiente, devem ter
metabolismo (um conjunto de reações químicas altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos

26
constroem e mantêm seus corpos, crescem e exercem inúmeras outras tarefas, como locomoção, reprodução,
etc.); organismos vivos também fazem parte de uma linhagem contínua, sendo necessariamente originados de
seres semelhantes e, através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole), etc. Ou
seja, compostos de células.
Os vírus preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas, reproduzem-se e evoluem em
resposta ao ambiente, através de variabilidade e seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo
próprio, por isso alguns os consideram "partículas infecciosas", ao invés de seres vivos propriamente ditos.
Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e argumentam que uma vez que os vírus são capazes de
reproduzir-se, são organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira, mas até aí
todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos. Outros ainda levam em consideração a
presença massiva de vírus em todos os reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga como a
própria vida - sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc.

Definir vida tem sido sempre um grande problema, e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou
arbitrária, dificultando assim uma definição exata a respeito dos vírus.

Curiosidades

- Exemplos de doenças humanas provocadas por vírus: hepatite, sarampo, caxumba, gripe,
dengue, poliomielite, febre amarela, varíola, AIDS e catapora.

- Os antibióticos não servem para combater os vírus. Alguns tipos de remédios servem apenas para tratar os
sintomas das infecções virais. As vacinas são utilizadas como método de prevenção, pois estimulam o sistema
imunológico das pessoas a produzirem anticorpos contra determinados tipos de vírus.

Reino Monera
MORFOLOGIA BACTERIANA

É composto por organismos unicelulares (que têm


apenas uma única célula) e procariontes (células que
não têm o seu núcleo organizado). Podem
apresentar-se solitários ou formando colônias. São
autotróficos (fotossíntese ou quimiossíntese) ou
heterotróficos (absorção) e suas interações nos
ecossistemas ocorrem como produtores e/ou
microconsumidores. Fazem parte desse reino: as
bactérias e algas azuis.

Figura 29. Morfologia bacteriana. Fonte: disponível em <asgias.blogspot.com>

Tomando como base a forma que possuem, as bactérias


podem ser classificadas em quatro tipos de estruturas que se
subdividem pelo tipo de agrupamento: cocos, bacilos, espirilos
e vibriões.

Figura 30. Formas estruturais das bactérias. Fonte: disponível em <www.infoescola.com>

27
Reprodução

Assexuada: por bipartição ou cissiparidade. Ocorre a duplicação


do DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As
bactérias multiplicam-se por este processo muito rapidamente
quando dispõem de condições favoráveis (duplica em 20
minutos).

Figura 31. Reprodução bacteriana por bipartição.


Fonte: disponível em <professorthiagorenno.blogspot.com>

Esporulação: algumas espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas resistentes
denominadas esporos. A célula que origina o esporo se desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade
metabólica torna-se muito reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência por
dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e origina uma bactéria ativa, que
passa a se reproduzir por divisão binária.

Reprodução sexuada: para as bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de
fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da bactéria doadora se recombina
com o da receptora, produzindo cromossomos com novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados
serão transmitidos às células-filhas quando a bactéria se dividir. A transferência de DNA de uma bactéria para
outra pode ocorrer de três maneiras: por transformação, transdução e por conjugação.

a) Transformação: a bactéria absorve


moléculas de DNA dispersas no meio e são
incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser
proveniente, por exemplo, de bactérias
mortas. Esse processo ocorre
espontaneamente na natureza.
Os cientistas têm utilizado a transformação
como uma técnica de Engenharia Genética,
para introduzir genes de diferentes espécies
em células bacterianas.

Figura 32. Reprodução sexuada bacteriana - transformação.


Fonte: disponível em <biologia-cell.blogspot.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

b) Transdução: as moléculas de DNA são transferidas de


uma bactéria a outra usando vírus como vetores
(bacteriófagos). Estes, ao se montar dentro das
bactérias, podem eventualmente incluir pedaços de
DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira. Ao
infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA
bacteriano o transfere junto com o seu. Se a bactéria
sobreviver à infecção viral, pode passar a incluir os
genes de outra bactéria em seu genoma.

Figura 33. Reprodução sexuada bacteriana - transdução.


Fonte: disponível em <scienceblogs.com.br>

28
c) Conjugação: pedaços de DNA passam diretamente de
uma bactéria doadora, o "macho", para uma receptora,
a "fêmea". Isso acontece através de microscópicos
tubos proteicos, chamados pili, que as bactérias
"macho" possuem em sua superfície. O fragmento de
DNA transferido se recombina com o cromossomo da
bactéria "fêmea", produzindo novas misturas genéticas,
que serão transmitidas às células-filhas na próxima
divisão celular.

Figura 34. Reprodução sexuada bacteriana - conjugação.


Fonte: disponível em <www.sobiologia.com.br >

Importância econômica e ecológica das bactérias:

 na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto
anaerobiamente;
 agentes que provocam doença no homem;
 em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de transformação do
leite em coalhada;
 no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico possa
ser utilizado pelas plantas;
 em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre elas a insulina e o
hormônio de crescimento.

Reino Protista

São seres, na sua maioria, unicelulares (podendo ser solitários, coloniais e multicelulares) e eucariontes; os tipos
de nutrição são autotrofismo (fotossíntese) ou heterotrofismo (absorção ou ingestão). Suas interações nos
ecossistemas ocorrem como produtores e microconsumidores. Estão presentes: os protozoários e algas
inferiores ou eucariontes.

Sarcodíneos: possuem pseudópodes e vacúolo contrátil (especialmente os que vivem em água doce). Ex:
ameba;

Mastigóforos: usam flagelos para a locomoção e a captura de alimentos. Ex: protozoários causadores de
doenças;

Cilióforos: usam cílios para a locomoção e a captura de alimentos. Ex: paramécio;

Esporozoários: parasitas intracelulares que não possuem organelas de locomoção. Ex: plasmódio da Malária;

Figura 35. Morfologia dos diferentes grupos de protistas. Fonte: disponível em <sesi.webensino.com.br>

29
Alguns protozoários, como certas amebas, têm envoltórios protetores, as tecas. Os radiolários e heliozoários
possuem um esqueleto intracelular composto de sílica. Os foraminíferos são dotados de carapaças externas feitas
de carbonato de cálcio. As algas diatomáceas possuem carapaças silicosas.

A B C

Figura 36. A) Algas unicelulares; B) Ameba; e C) Radiolários e heliozoários.


Fonte: disponível em <www.educadores.diaadia.pr.gov.br>; <rainha.notredame.org.br>; <ppegeo.igc.usp.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).

Reprodução

A maioria se reproduz através de bipartição.


Como nas bactérias, a célula cresce, têm seu
núcleo dividido em dois, através da mitose
(reprodução assexuada), e então, o resto da
célula se divide, originando duas células
geneticamente idênticas. Mas algumas espécies
podem se reproduzir sexuadamente. Veja o
esquema a seguir:

Figura 37. Representação de reprodução sexuada em protista.


Fonte: disponível em <superreforco.blogspot.com>

Importância econômica e ecológica

 algas e protozoários são presas importantes em cadeias alimentares;


 protozoários causam doença nos organismos (malária, toxoplasmoses, disenteria, amebiana, entre
outros);
 dinoflagelados causam bilhões de dólares em danos à indústria de frutos do mar;
 extrato de algas vermelhas é utilizado para fazer creme de tintas, cosméticos e gelo;
 protozoários fornecem origem para todas as formas superiores de vida animal;
 diatomáceas são principais responsáveis pela entrada de oxigênio a partir da fotossíntese atual.

Reino Fungi

Os fungos são seres eucariontes (de núcleo organizado e individual), com parede celular de quitina, quando
presente. Podem ser unicelulares, no entanto, sua maioria são pluricelulares com diferenciação celular reduzida.
São heterótrofos (absorção) e microconsumidores. Estão presentes: leveduriformes (leveduras) e filamentosos
(cogumelos e bolores).

30
As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por
microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e
reprodutivas.

Figura 38. Exemplos de leveduriformes vistos em microscópios.


Fonte: disponível em <ultimosegundo.ig.com.br>; <slideplayer.com.br>
(modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).

As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou


pulverulentas, constituídas fundamentalmente por elementos
multicelulares em forma de tubo—as hifas.

Reprodução

Os fungos reproduzem-se assexuada e sexuadamente. A reprodução


assexuada pode ser: (i) brotamento (seres unicelulares), (ii)
fragmentação do micélio, onde um micélio se fragmenta originando
muitos outros e (iii) esporulação, acima dos corpos de frutificação
estão os esporângios que produzem os esporos, estruturas imóveis e
resistentes a ambientes desfavoráveis. Já a reprodução sexuada
requer a fusão de duas hifas haploides, quando isso não ocorre,
originam-se hifas geneticamente distintas denominadas dicários.

Figura 39. A) Morfologia interna de um cogumelo; B) morfologia externa de um cogumelo. Fonte: disponível
em <ruisoares65.pbworks.com>; <www.planetaviavel.com.br>. (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).

Importância econômica e ecológica

 produção de alimentos e bebidas fermentadas (açúcar fermentado para a obtenção de energia, liberando
CO2 e álcool etílico);
 produção de queijos;
 produção de substâncias de uso farmacêutico pela produção de toxinas;
 desempenham papel de decompositores na natureza;
 causa doenças como micoses e doenças respiratórias.

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

1. Em sua opinião, os vírus podem ser considerados seres vivos? Por quê?
2. Podemos considerar que os vírus se reproduzem? Como ocorre o surgimento de novos vírus?
3. Pesquise o motivo do vírus HIV ser tão resistente a qualquer tipo de tratamento.
4. Pesquise porque as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos.
5. Quais as diferenças entre a célula de um protista e a de um monera?

6. Elabore uma tabela com cinco doenças causadas pelos protistas nos seres humanos. Na tabela precisa
constar: agente, doença, transmissão e sintomas.
7. Quais as principais diferenças entre os reinos moneras, protistas e fungi?
8. Pesquise sobre os liquens e o tipo de simbiose que realiza.
9. Quais são os três tipos de reprodução dos fungos? Explique-os.
10. Pesquise como os fungos auxiliam na fermentação de alimentos e bebidas?
31
REINO PLANTAE OU METAPHYTA

O reino vegetal (Metaphita) ou das plantas, é caracterizado por organismos autótrofos clorofilados que produzem
seu próprio alimento, por meio da luz solar, realizam o processo da fotossíntese. No entanto, a algumas espécies
que fogem desta regra, não apresentam clorofila.

Estruturas básicas de grande parte das plantas

Raízes: a raiz fixa a planta no solo, e absorve a água e os sais


minerais, conduzindo-os até o caule. Portanto, é essencial para a
alimentação. As raízes podem ser subterrâneas, aéreas ou aquáticas.

Caule: o caule sustenta a planta, e conduz a água e os sais minerais


retirados do solo pela raiz, até as folhas. O caule pode ser
denominado de várias formas dependendo do tipo de planta.

Folhas: são nas folhas que a fotossíntese e a respiração são


realizadas. Podem se apresentar de várias formas, lineares, oblíquas,
lanceoladas etc. E a distribuição no caule pode ser alternada,
composta ou verticulada.

Flores: as flores são responsáveis pela reprodução, e quando ela


desabrocha, significa que está pronta para se reproduzir. Porém, não
são todas as plantas que possuem flores, portanto se reproduzem de
outra maneira.

Fruto: o fruto é o ovário fecundado, que guarda a semente.


Figura 40. Esquema da estrutura das plantas.
Fonte: disponível em <www.infoescola.com>

Os grupos vegetais são compostos por plantas vasculares (pteridófitas, gimnospermas e angiospermas) e as
plantas avasculares (briófitas). Vejamos abaixo características gerais dessas divisões:

Briófitas

São plantas pequenas (musgo ou hepáticas), geralmente com alguns poucos centímetros de altura, que vivem em
lugares úmidos e sombrios. Uma das características mais marcantes das briófitas é a ausência de vasos para a
condução de nutrientes. Estes são transportados de célula a célula por todo o vegetal. É por isso que não existem
briófitas muito grandes. O transporte de água de célula a célula é muito lento e as células mais distantes
morreriam desidratadas.

As briófitas não têm raízes. Fixam-se ao solo por meio de filamentos chamados rizoides, que absorvem a água e
os sais minerais de que o vegetal necessita. Também não possuem verdadeiro caule. Tem uma haste denominada
cauloide que não apresenta vasos para a condução da seiva. Suas "folhas" denominam-se filoides e são apenas
partes achatadas do cauloide.

Reprodução

A reprodução das briófitas apresenta duas


fases: uma assexuada e outra sexuada. Os
musgos verdes que podem ser vistos em
muros úmidos são plantas sexuadas que
representam a fase chamada de gametófito,
isto é, fase produtora de gametas.

Figura 41. Clico de vida das briófitas. Fonte: disponível em


<www.sobiologia.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).
32
O gametófito masculino produz gametas móveis, com flagelos, chamados de anterozoides. Já o feminino produz
gametas imóveis, chamados de oosferas. Levados pelas gotas de chuva, os anterozoides alcançam a planta
feminina e nadam em direção à oosfera. Da união de um anterozoide com uma oosfera, surge o zigoto, que,
sobre a planta feminina cresce e forma um embrião, que se desenvolve originando a fase assexuada chamada de
esporófito, isto é, fase produtora de esporos.

O esporófito possui uma haste e uma cápsula, no interior da qual formam-se os esporos. Quando maduros, os
esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada esporo, então, pode formar uma espécie de
"broto" chamado de protonema. Cada protonema, por sua vez, desenvolve-se e origina um novo musgo verde
(gametófito).

Pteridófitas

Na evolução das plantas, as pteridófitas foram os primeiros vegetais a apresentar um sistema de vasos para
conduzir nutrientes. Assim, possuem raiz, caule e folha verdadeiros. Seu caule é geralmente subterrâneo e é
denominado rizoma. A samambaia e a avenca são exemplos desse grupo de vegetais.

A maioria das pteridófitas são terrestres e habitam, de preferência, lugares úmidos e sombrios. A samambaia e a
avenca podem viver sobre outras plantas, mas sem prejudicá-las, denominadas como epífitas.

Reprodução

As pteridófitas como as briófitas, se reproduzem por


meio de um ciclo que apresenta uma fase assexuada
e outra sexuada. Em certas épocas, na superfície
inferior das folhas das samambaias, formam-se
pontos escuros chamados de soros, onde se
produzem os esporos. Quando os esporos
amadurecem, os soros abrem-se, deixando-os cair no
solo úmido; cada esporo, então, pode germinar e
originar um prótalo, uma plantinha bem pequena em
forma de coração. O prótalo é uma planta sexuada,
produtora de gametas; por isso, ele representa a fase
chamada de gametófito.

No prótalo, formam-se os anterozoides e as oosferas.


Os anterozoides, deslocando-se em água, nada em Figura 42. Clico de vida das pteridófitas. Fonte: disponível em
direção à oosfera, fecundando-a. Surge, então, o <bioemacao2011.blogspot.com>

zigoto, que se desenvolve, transformando-se em


uma nova samambaia. Quando adulta esta planta
forma soros, iniciando novo ciclo de reprodução.

Gimnospermas

As gimnospermas são plantas terrestres, normalmente, de alto porte e seus principais representantes são os
pinheiros, as sequoias e os ciprestes. Essas plantas são vasculares com xilema e floema, raízes, caule, folhas e
sementes. As sementes que não são envoltas por um fruto. A presença da semente permite a dispersão da
mesma, processo denominado polinização, e a independência da água para a fecundação devido à formação do
tubo polínio, possibilitou, definitivamente, a conquista das gimnospermas no ambiente terrestre.

33
Reprodução

Nas gimnospermas, O estróbilo masculino


produz pequenos esporos chamados grãos
de pólen. O estróbilo feminino produz
estruturas denominadas óvulos. No interior
de um óvulo maduro surge um grande
esporo. Quando um estróbilo masculino se
abre e libera grande quantidade de grãos de
pólen, esses grãos se espalham no ambiente
e podem ser levados pelo vento até o
estróbilo feminino. Então, um grão de pólen
pode formar uma espécie de tubo, o tubo
polínico, onde se origina o núcleo
espermático, que é o gameta masculino. O
tubo polínico cresce até alcançar o óvulo, no
Figura 43. Clico de vida das gimnospermas. Fonte: disponível em <gimnosperma305.blogspot.com> qual introduz o núcleo espermático.

No interior do óvulo, o grande esporo que


ele abriga se desenvolve e forma uma estrutura que guarda a oosfera, o gameta feminino. Uma vez no interior do
óvulo, o núcleo espermático fecunda a oosfera, formando o zigoto. Este, por sua vez, se desenvolve, originando
um embrião. À medida que o embrião se forma, o óvulo se transforma em semente, estrutura que contém e
protege o embrião.

Angiospermas

As angiospermas são plantas que possuem as sementes protegidas pelo fruto, é o grupo com maior número de
espécies. Possuem tamanhos variáveis e apresentam raiz, caule, folha e flor.

Ao lado, podemos observar a estrutura completa de uma flor, que é responsável pela reprodução sexuada das
angiospermas.

O carpelo, que está no interior da flor formando


um vaso, é o local aonde as sementes irão se
desenvolver, e parte deste se transformará em
fruto. A planta propriamente dita é o
esporófito, sendo que o gametófito encontra-se
incluso nos tecidos do esporófito em tamanho
reduzido.

Os verticilos são conjunto de folhas


modificadas, geralmente apresentando: cálice
(conjunto de folhas protetoras – sépalas);
corola (conjunto de pétalas); androceu (andro =
“masculino”) formado por folhas modificadas
responsáveis pela reprodução – estame;
gineceu (gino = “feminino”) formadas pelo

conjunto de carpelos ou pistilos que também é Figura 43. Estrutura de uma angiosperma. Fonte: disponível em <educacao.globo.com>
responsável pela reprodução – estigma, estilete,
ovário e óvulo.

34
Reprodução

Ocorre a polinização pela ação do vento, sendo


que, na maioria das vezes, são por insetos ou
outros animais que se alimentam do néctar da
planta, o que torna a fecundação independente da
água. Além disso, a probabilidade do grão de pólen
ser levado para uma planta da mesma espécie é
maior, já que cada planta possui atrativos como
tamanho da flor, cor ou cheiro que atraem certos
tipos de polinizadores.

Após a polinização, os grãos de pólen, que contem


os gametas masculinos, fixam no estigma, a
alguma distância do gameta feminino (oosfera).
Para permitir o encontro dos gametas, o pólen
germina e produz um tubo polínico, que cresce em
direção ao saco embrionário (parte interna do
óvulo, que contem a oosfera).

Dois gametas masculinos, que viajam pelo tubo


polínico, penetram no saco embrionário. Um
Figura 44. Ciclo de vida da angiosperma.
gameta se funde com a oosfera e produz o zigoto,
Fonte: disponível em <estudantecnsa.blogspot.com> que se desenvolverá no embrião da planta. O outro
se funde com dois núcleos polares para produzir o
endosperma, que é a reserva alimentar do embrião em desenvolvimento. A fertilização dá inicio a outras
mudanças: o integumento (camada externa do óvulo) se desenvolve na testa (cobertura da semente), que
envolve o embrião e endosperma; as pétalas caem, juntamente com o estigma e estilete; a parede do ovário
forma, em torno da semente, uma camada (pericarpo), que se desenvolve e se transforma no fruto. Os frutos
podem ser carnosos ou secos. A apomixia, formação de frutos sem que ocorra a fertilização do gameta feminino
pelo masculino, pode ocorrer em algumas espécies.

Os nomes dos grupos de plantas:

Criptógama: palavra composta por cripto, que significa escondido, e gama, cujo significado está relacionado a
gameta (estrutura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, "planta que tem estrutura reprodutiva
escondida". Ou seja, sem semente: Briófitas (musgos) e Pteridófitas (samambaias).

Fanerógama: palavra composta por fanero, que significa visível, e por gama, relativo a gameta. Esta palavra
significa, portanto, "planta que tem a estrutura reprodutiva visível". São plantas que possuem semente:
Gimnosperma e Angiosperma

Plantas Epífitas e Parasitas

As plantas epífitas e parasitas, por exemplos, orquídeas e bromélias crescem sobre outras plantas. Comumente
essas plantas não se enraízam no solo; elas crescem sobre os caules e ramos de outras plantas que usam como
suporte. As epífitas obtêm água por intermédio da chuva e da umidade do ar; retira minerais da matéria
acumulada na superfície da planta sobre a qual está crescendo. Como as outras plantas clorofiladas, as epífitas
produzem seu próprio alimento pela fotossíntese.

As plantas parasitas retiram todos os seus nutrientes da planta que estão parasitando. Apresentam haustórios,
órgãos que penetram no caule ou nas raízes da planta hospedeira e crescem fundindo-se com seus tecidos
vasculares, de onde retiram água, minerais e nutrientes elaborados. Como não necessitam produzir seu próprio
alimento, as parasitas não apresentam clorofila, nem folhas. As plantas parasitas parciais ou hemiparasitas obtêm

35
água e minerais da planta hospedeira, mas possuem folhas e caules verdes capazes de produzir seu próprio
alimento pela fotossíntese.

Plantas Carnívoras

As plantas carnívoras ou insetívoras são um caso curioso do reino vegetal, uma vez que complementam sua
nutrição por meio da captura de pequenos insetos ou, em alguns casos mais raros, sapos, ratos, pequenos
mamíferos e pássaros. Essa característica peculiar atraiu a atenção de muitos biólogos e cientistas, na medida em
que as plantas carnívoras também realizam a fotossíntese, tal quais os seres autótrofos do reino vegetal, contudo,
por habitarem solos pobres em nutrientes, buscam uma complementação nutricional por meio da digestão de
alguns insetos e animais.

A importância da fotossíntese

Fotossíntese é o processo pelo qual os seres fotossintetizantes convertem energia luminosa em química, que é
armazenada nas moléculas de glicose que são produzidas.

A fotossíntese é o processo pelo qual as plantas produzem seu


próprio alimento, utilizando a luz do sol, água e dióxido de carbono.
Este processo se dá em estruturas especiais das células das folhas, os
cloroplastos. Os cloroplastos contêm clorofila, um pigmento verde
que absorve a energia luminosa do sol é converte em energia
química. Durante a fotossíntese, a energia absorvida é usada para
unir moléculas de água e dióxido de carbono, formando uma
molécula de açúcar glicose, o qual é fonte de energia para toda a
planta. O oxigênio é um subproduto que é liberado no ar. As folhas
são o principal local da fotossíntese, possuindo várias adaptações
para este fim: as lâminas achatadas fornecem ampla superfície para
absorção de luz; os estômatos (poros reguláveis) permitem a troca
de gases (dióxido de carbono e oxigênio) entre a folha e o ar; e a
extensa rede de nervuras traz água para a folha e transporta a
glicose produzida pela fotossíntese ao resto da planta.
Figura 45. Transporte de água na planta.
Fonte: disponível em <biotic.no.sapo.pt>

LOCAL ONDE OCORRE A FOTOSSÍNTESE

Figura 46. Processo da fotossíntese.


Fonte: disponível em <www.drashirleydecampos.com.br>;
<biofts.blogspot.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).

36
Importância econômica e ecológica

 Produção de alimentos e bebidas;


 Produção de substâncias de uso fitoterápico e farmacêutico;
 Desempenham papel de produtores na cadeia alimentar;
 Podem ser venenosas ao ser ingerido ou em contato com a pele;
 Funciona como purificadores do ar;
 Uso para decorações: jardinagem e paisagismo.

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

11. O que distingue as briófitas dos outros grupos de plantas?


12. Quais são as características em comum entre as briófitas e as pteridófitas?
13. Que importante processo evolutivo ocorreu com as pteridófitas?
14. Que importante processo evolutivo ocorreu com as gimnospermas?
15. Qual a explicação do sucesso da proliferação das angiospermas?
16. Descreva as diferenças entre o ciclo de vida das briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.
17. Qual a diferença entre as plantas epífitas e as carnívoras?
18. Como ocorre a fotossíntese?
19. A fotossíntese libera para a atmosfera:
a) o oxigênio oriundo da água;
b) o oxigênio proveniente do gás carbônico;
c) o gás carbônico proveniente da respiração;
d) o vapor d’água absorvido pela luz;
e) o gás carbônico e o oxigênio provenientes da respiração.
20. Qual importância da fotossíntese para o ecossistema em geral?

REINO ANIMALIA OU METAZOA

Os animais são organismos eucarióticos, isto é, suas células apresentam um núcleo delimitado por um envoltório,
um citoesqueleto de proteínas e diversas organelas membranosas no citoplasma. Nesse aspecto, assemelham-se
aos fungos, aos protistas e às plantas, e diferem das bactérias (reino Monera), que são organismos procarióticos.
Além disso, os animais são seres multicelulares (ou pluricelulares), isto é, cada indivíduo é constituído por grande
número de células, que vão de algumas centenas até trilhões, dependendo da espécie. Outra característica
importante dos animais é a sua nutrição heterotrófica, ou seja, eles obtêm substâncias nutrientes e energia da
matéria orgânica produzida por outros seres vivos.

Há, ainda, outras características que apenas os animais apresentam, embora não estejam presentes
necessariamente em todos eles. Eles são, por exemplo, os únicos seres vivos que possuem tecidos nervos e
muscular. Esse dois tecidos são responsáveis por um dos traços mais marcantes dos animais: capacidade de
responder e interagir no meio ambiente em que vivem. Esse grupo inclui uma grande variedade de organismos,
desde os muito simples, como as esponjas, até os mais complexos, como os cordados, grupo ao qual
pertencemos. A seguir veremos de forma sintetizada os principais filos dos animais invertebrados e vertebrados,
tendo uma unidade onde trataremos especificamente do corpo humano.

37
ANIMAIS INVERTEBRADOS

Poríferos

Esses animais primitivos vivem na água doce ou


salgada. São organismos que não possuem órgãos e
nem capacidade de locomoção (sésseis), por
exemplo, as esponjas. O corpo é cilíndrico, oco, com
uma abertura na região aérea, denominada ósculo
e revestido por células pavimentosas (pinacócitos),
as quais são interrompidas com algumas aberturas
(porócitos). São revestidos, internamente, por
células com flagelos que realizam o fluxo de água, a
captura e digestão de alimentos, os coanócitos.

Estas propiciam a entrada de água contendo Figura 48. Organização do corpo de um polífero.
alimento e oxigênio, motivo pelo qual consideramos Fonte: disponível em <biolugando.blogspot.com>

as esponjas como sendo animais filtradores. A


reprodução pode ser assexuada por brotamento ou sexuada. Neste último caso, os gametas masculinos maduros
saem pelo ósculo, junto com a corrente de água, e penetram em outra esponja, onde um deles fecunda um
gameta feminino. Após a fecundação, que é interna, forma-se um zigoto, que se desenvolve e forma uma larva. A
larva sai do corpo da esponja, nada com o auxílio de cílios e se fixa em um substrato.

Cnidários

São animais aquáticos, predominantemente, de água salgada. Uma


característica que os torna peculiares é que os cnidários possuem
os “cnidócitos” nos tentáculos - células urticantes. Durante o ciclo
vital, a maioria passa por uma fase de medusa com vida livre e
outra de pólipo com vida séssil (fixa), isolados ou coloniais. Com
capacidade digestiva (com uma abertura única para boca e ânus).
Ex.: medusas, hidras e caravelas.

Figura 49. Forma e estrutura interna dos cnidários.


Fonte: disponível em <biolugando.blogspot.com>

Platelmintos

Possuem corpo achatado e podem ser livres ou parasitas,


por exemplo, as tênias, solitárias e planárias. Sistema
digestório incompleto (sem ânus), os nutrientes são
distribuídos célula a célula. Apresenta respiração cutânea
(ausência de sistema respiratório e circulatório). São
hermafroditas e conseguem se regeneram.

Figura 50. Forma e estrutura interna de uma planária de água doce.


Fonte: disponível em <interna.coceducacao.com.br>

38
Nematelmintos

São vermes de corpo cilíndrico, afilado nas


extremidades. Muitas espécies são de vida
livre e vivem em ambiente aquático ou
terrestre; outras são parasitas de plantas e
de animais, inclusive o ser humano. Ao
contrário dos platelmintos, os
nematelmintos possuem tubo digestório
completo, com boca e ânus. Geralmente
têm sexos separados, e as diferenças entre o macho Figurae51.aCorte
fêmea podem
longitudinal ser bem
de uma lombriga nítidas,
evidenciando váriascomo no
estruturas caso dos
internas.
Fonte: disponível em <negritosbio.blogspot.com>
principais parasitas humanos. Esses animais são envolvidos por uma fina e delicada película protetora, que é bem
lisa e resistente.

Anelídeos

Possuem corpo segmentado composto de anéis e vivem em


habitats úmidos na terra e nas águas doce ou salgada, por
exemplo, minhocas e sanguessugas. Eles são considerados os mais
complexos dos vermes. Além do tubo digestório completo, têm
um sistema circulatório fechado, isto é, apresenta boca e ânus e
também apresentam um sistema circulatório em que o sangue só
circula dentro dos vasos. O corpo dos anelídeos é revestido por
uma pele fina e úmida. Essa é uma característica importante da
respiração cutânea - respiração realizada através da pele, pois os
gases respiratórios não atravessam superfícies secas. Na maioria
das vezes, os anelídeos são hermafroditos. No entanto, eles
realizam fecundação cruzada e recíproca, ou seja, dois animais
hermafroditos cruzam e se fecundam mutuamente.
Figura 52. Forma e estrutura interna dos anelídeos (minhoca).
Fonte: disponível em <www.brasilvestibular.com.br>

Equinodermos

São animais marinhos com presença de exoesqueleto calcário e


sistema hidrovascular. O corpo deles possui simetria pentarradial (5
lados iguais), por exemplo, pepinos-do-mar, estrelas-do-mar, ouriços-
do-mar. Uma das características mais marcantes dos equinodermos é a
presença de um complexo sistema de lâminas, canais e válvulas,
denominado sistema aquífero ou ambulacrário. Este sistema relaciona-
se com a locomoção, respiração, circulação, excreção e até mesmo com
a percepção do animal.

Figura 53. Forma e estrutura interna dos equinodermos (estre-do-mar).


Fonte: disponível em <www.sobiologia.com.br>

Moluscos

Apresentam uma composição frágil, são animais de corpo mole, mas a maioria deles possui uma concha que
protege o corpo. Nesse grupo, por exemplo, encontramos o caracol, o marisco e a ostra. Há também os que
apresentam a concha interna e reduzida, como a lula, e os que não têm concha, como o polvo e a lesma, entre
39
outros exemplos. A sua pele produz uma secreção viscosa, também conhecida por muco, que facilita
principalmente a sua locomoção sobre troncos de árvores e pedras ásperas, sem machucar o corpo. O corpo
desse tipo de animal é composto por: cabeça, pés e massa visceral. A massa visceral fica dentro da concha e
compreende os sistemas digestório e reprodutor.

Figura 54. Forma e estrutura interna dos moluscos (caracol). Fonte: disponível em <1papacaio.com.br>

Artrópodes

Os artrópodes compreendem um filo muito


diversificado. São caracterizados por animais de corpo
segmentado e exoesqueleto de quitina, por exemplo,
os insetos (borboletas, abelhas, baratas, moscas, etc.),
os aracnídeos (aranhas, ácaros, escorpiões, carrapato,
etc.), os miriápodes (centopeia, lacraias, etc.), os
crustáceos (lagostas, caranguejos, siris, camarões,
etc.). Os indivíduos possuem tubo digestivo completo;
sistema respiratório, com respiração traqueal ou
branquial e excreção por tubos de Malpighi, na maioria
deles.
Figura 54. Morfologia dos artrópodes (formiga). Fonte: disponível em
<www.megaartigos.com.br>

ANIMAIS VERTEBRADOS

Peixes

São exclusivamente aquáticos. A respiração dos peixes é bem diferente da humana. Eles respiram fazendo a água
passar pela boca e, em seguida, até as guelras (brânquias), onde o oxigênio é retirado da água. Os peixes possuem
uma visão de curta distância, embora enxerguem em todas as direções. Não conseguem ouvir muito bem, porém
possuem partes sensíveis no corpo que lhes
permitem perceber o que está ocorrendo nas
proximidades. O sangue dos peixes, ao contrário do
nosso, é frio. O corpo da maioria dos peixes é
coberto por escamas e, para se movimentarem,
utilizam as barbatanas (nadadeiras). Exemplos:
dourado, arraia, tubarão, etc.

Figura 55. Morfologia dos peixes. Fonte: disponível em <www.sobiologia.com.br>

40
Anfíbios

Os anfíbios não são encontrados no ambiente marinho,


apenas na água doce e em ambiente terrestre. Animais
que passam por uma metamorfose corporal, uma vez que
quando nascem possuem respiração branquial e quando
crescem adquirem a respiração pulmonar - é o caso dos
sapos, rãs, pererecas e cobra-cega. A temperatura
corporal varia com o ambiente (poiquilotermos). A
reprodução é sexuada, com fecundação externa e
desenvolvimento indireto (girino).
Figura 56. Representação da metamorfose corporal dos anfíbios (sapos). Fonte: disponível
em <www.estudopratico.com.br>

Répteis

Melhor adaptados a ambientes terrestres, os répteis possuem respiração pulmonar, ovos com casca e anexos
embrionários, e excreção de ácido úrico, insolúvel em água. Além disso, grande parte de seus representantes
depende de fontes externas para
manter sua temperatura corporal,
fenômeno este que caracteriza a
ectotermia. A maioria das espécies
(tartaruga, jacarés, lagartos e entre
outros) possui fecundação interna,
apresentando sexos separados,
ausência de estágio larval.

Figura 57. Forma e estrutura interna dos


répteis. Fonte: disponível em
<1papacaio.com.br>

Aves

Constituem uma classe de seres vivos vertebrados, bípedes, endotérmicos (ou seja, a energia usada para a
regulação térmica é interna), ovíparos, caracterizados principalmente por possuírem penas, apêndices
locomotores anteriores modificados em asas, bico córneo e ossos pneumáticos. Sistema digestivo completo (boca
sem dentes) e respiração pulmonar (possuem sacos
aéreos). Habitam todos os ecossistemas do globo, do
Ártico à Antártica. As aves atuais variam muito em
tamanho, com espécies de 5 centímetros a 2,75 metros.
Ex.: galinha, avestruz, ema, pinguim, papagaio, etc.

Figura 58. Forma e estrutura interna das aves. Fonte: disponível em <slideplayer.com.br>

41
Mamíferos
Corpo coberto de pelos e respiração pulmonar,
as fêmeas dos mamíferos possuem mamas, por
exemplo, ser humano, gatos, cachorros, etc. A
pele é formada por duas camadas principais:
epiderme e derme. As glândulas localizadas na
derme (sebáceas – lubrificam e
impermeabilizam o pêlo e produzem
substâncias odoríferas usadas na comunicação
entre os animais; sudoríparas – auxiliam a
regulação da temperatura e a excreção de sais;
e mamárias – geralmente mais numerosas que
o número médio de crias por ninhada) são um
dos aspectos mais marcantes do revestimento
dos mamíferos.
Figura 59. Forma e estrutura interna dos mamíferos. Fonte: disponível em <1papacaio.com.br>

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

21. Elabore um quadro comparativo com os cinco reinos dos seres vivos, constando:

MONERA PROTISTA FUNGI PLANTAE ANIMALIA

Representantes

Alimentação

Respiração

Circulação

Reprodução

Habitat

Importância
econômica

42
Unidade III

CONSTITUIÇÃO DO CORPO:
estudando os vários níveis de organização

CÉLULAS  TECIDOS  ÓRGÃOS  SISTEMAS  ORGANISMO

43
TECIDOS: CÉLULAS QUE TRABALHAM JUNTAS

Os organismos como bactérias, protozoários e alguns fungos são muito pequenos, mas conseguem se mover; são
atraídos pelo alimento; e os transformam para obter energia e crescer. Além disso, eles podem se reproduzir,
formando dois novos organismos. Dessa forma, sua única célula (unicelular) desempenha todas as funções.

Protozoários

Bactérias
Leveduras
Figura 60. Organismos unicelulares. Fonte: Disponível em <http://recicladorum.blogspot.com.br>; <imenez-taxonomy.wikispaces.com>;
<http://epicor.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Quando os seres vivos são formados por várias células, ou seja, pluricelulares como uma árvore; um gato ou nós
mesmos; apresentam células de diferentes tipos, com variedade de formatos e composições. Essas células estão
organizadas em grupos, que “trabalhando” de maneira integrada, desempenhando juntas determinadas funções.
Esses grupos de células são os tecidos. Portanto, um organismo pluricelular nada mais é que uma grande colônia
de células onde cada uma desempenha funções específicas para o bom funcionamento do todo.

Vamos focar nosso estudo nos seres humanos. Nós, humanos, apresentamos quatro principais grupos de tecidos
que exercem funções bem determinadas no organismo: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido nervoso e
tecido muscular.

Figura 61. Níveis de organização do corpo humano. Fonte: disponível em <http http://www.ocorpohumano.xpg.com.br>

TECIDO EPITELIAL

Formado por células de diferentes formatos, justapostas com pouca substância entre elas. Têm como funções:
revestir o corpo e outras estruturas, como os órgãos do sistema digestivo e os vasos sanguíneos; fazer contato
com o ambiente (através de receptores de pressão e temperatura); e formam as glândulas de secreções. Assim,
divide-se em tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular:

Tecido epitelial de revestimento: reveste toda a superfície externa do corpo (epiderme) e as cavidades corporais
internas.

44
A pele (epiderme) é a camada mais superficial do corpo, nela há a presença de queratina e melanina. Além
dessas substâncias, ficam expostas na pele, em determinadas regiões: cabelos, pêlos e unhas. Essas estruturas,
juntas, são responsáveis pela proteção do organismo contra desidratação, atrito, invasão de microrganismos e
termorregulação. Esta camada não é vascularizada, ou seja, não se encontram vasos sanguíneos, é conhecida
como “pele morta”. Nela é intensa a atividade de divisão celular, que repõe constantemente as células perdidas
no desgaste diário a que a superfície desse tecido está sujeito. À medida que novas células são formadas, elas vão
sendo “empurradas” para formar as demais células, até ficarem expostas na superfície da pele.

Tecido epitelial de
revestimento

Melanina: substância produzida


por células chamadas melanócitos,
Tecido epitelial
que determina a cor da pele e a
glandular
protege contra raio ultravioleta do
sol.
Queratina: uma proteína resistente
que mantém a pele, cabelos, pêlos
e unhas impermeáveis.

Figura 62. Tecido epitelial. Fonte: disponível em <http://leoecristian.blogspot.com.br> (modificado – equipe Cia. de
Ensino, 2013).

O tecido epitelial de revestimento nas cavidades corporais internas formam as mucosas: membranas que formam
os órgãos ocos com superfície muito úmida devido à secreção de mucinogenos. Que ao hidratar-se se transforma
em muco, produzindo e formando uma camada protetora encontrada, por exemplo, no tubo digestivo, urinário
genital, fossas nasais, boca, etc.

Tecido epitelial glandular: formam as glândulas, que são classificadas, de acordo com o destino de suas
secreções. Podem ser glândulas exócrinas, endócrinas ou mistas. As glândulas exócrinas lançam sua secreção para
o meio externo, ou numa cavidade, através de um ducto. As glândulas endócrinas secretam seus produtos na
corrente sanguínea. Essas secreções são chamadas de hormônios: são mensageiros químicos distribuídos pela
corrente sanguínea, que atuam alterando o metabolismo de certas células. Já as glândulas mistas, desempenham
as duas funções, tanto lançam sua secreção para o meio externo quanto secretam seus produtos na corrente
sanguínea.

Glândula exócrina
Ajudinha:
No latim Exo - significa fora;
Endo - significa dentro.

Glândula endócrina

Figura 63. Glândulas exócrinas e endócrinas. Fonte: disponível em <http://interna.coceducacao.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

TECIDO CONJUNTIVO

O tecido conjuntivo sustenta, nutre e liga tecidos diferentes. Existem quatro tipos de tecidos conjuntivos:
cartilaginoso, ósseo, adiposo e sanguíneo. São formados por células afastadas umas das outras e os espaços entre
as elas são ocupados por material intercelular (matriz orgânica que preenche o espaço entre as células nos
tecidos vivos). Esses quatro tecidos apresentam diferentes características e funções:
45
1. Tecido cartilaginoso: bastante resistente e flexível. Presente, por exemplo,
nas articulações, orelhas, epiglote, etc.

2. Tecido ósseo: formam os ossos. O fosfato de cálcio, uma substância muito


1 sólida encontrada entre as células do tecido ósseo é o responsável pela dureza
dos ossos – sustentação do corpo e proteção de órgãos.

3. Tecido sanguíneo: composto de hemácias (glóbulos vermelhos), plaquetas e


glóbulos brancos (leucócitos). A substância intercelular é o plasma, formado
por água e proteínas. Por isso, o tecido sanguíneo é líquido.

Glóbulos vermelhos: transportam o oxigênio e o gás carbônico por todo o


corpo. Essas células duram aproximadamente 120 dias, após isso, são
2 repostas pela medula óssea.

Glóbulos brancos: são responsáveis pela defesa do nosso corpo. Eles


protegem nosso organismo contra a ação de microrganismos indesejados.
Podemos dizer que eles são nossos "soldadinhos de defesa".

Plaquetas: são fragmentos de células, presentes no sangue, que realizam a


3 coagulação, evitando assim sua perda excessiva de sangue (hemorragia).

4. Tecido adiposo: formado por adipócitos (células com capacidade de


armazenar gordura). Ele representa uma grande reserva de energia, protege o
organismo contra o frio e oferece proteção contra choques mecânicos.

4
Figura 64. Tecidos conjuntivos. Fonte: disponível em <http://tecciencia.ufba.br>;
<http://biologiahumana11eminfias.blogspot.com.br>; <http://www.sobiologia.com.br>;
<http://www.estacaodigitalmedica.com.br>; <http://www.semcelulite.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

TECIDO NERVOSO

Formado por neurônios (células nervosas) classificados de acordo com sua função – neurônio sensorial, motor ou
de associação. Ligados como se fosse uma rede telefônica, os neurônios transmitem informações do ambiente à
medula espinhal ou ao encéfalo através dos impulsos nervosos e levam dados aos músculos.

O encéfalo se aloja no interior do crânio e a medula espinal


no interior de um canal existente na coluna vertebral. O
encéfalo e a medula são formados por células da glia, pelo
corpo celular dos neurônios, por feixes de dendritos
(terminal de recepção) e axônios (terminal de transmissão).

Células da glia: servem de suporte aos neurônios, sendo


também importantes na sua nutrição; participam na
atividade neural e na defesa do tecido nervoso; e têm um
Figura 65. Neurônio – anatomia da célula nervosa. Fonte: disponível em
papel importante na formação de circuitos neurais no
<http://www.infoescola.com> sistema nervoso central.

Nervos sensoriais, motores e de associação:

Nervos sensoriais: são os que contêm somente fibras sensitivas, ou seja, que conduzem impulsos dos órgãos dos
sentidos (audição, visão, tato, olfato e gustação) para o sistema nervoso central.

46
Nervos motores: são os que contêm somente fibras motoras, que
conduzem impulsos do sistema nervoso central até os órgãos
efetuadores (músculos ou glândulas).

Nervos de associação: contêm tanto fibras sensitivas quanto


motoras e conduzem impulsos nos dois sentidos, das diversas
regiões do corpo para o sistema nervoso central e vice-versa.

Figura 66. Esquema dos nervos cranianos, ligados à região do corpo por ele
estimulada. Fonte: disponível em <http://www.sitehelpme.xpg.com.br>

TECIDO MUSCULAR

Formado por células denominadas fibras musculares. Têm o formato alongado e possuem a capacidade de
contrair e alongar os músculos (a contratilidade), que permite os diversos movimentos do corpo, seja involuntário
ou voluntário.

O tecido muscular esta dividido em três tipos:

1.
1. TECIDO MUSCULAR LISO: dispõe-se em camadas dentro dos órgãos.
Ex.: Intestinos, estômago, intestinos, vasos sanguíneos, etc.
* Contração lenta e involuntária
2. TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO: formam a “carne” do
corpo, tracionam os ossos nos movimentos voluntários. 2.
* Contração rápida e voluntária

3. TECIDO MUSCULAR ESTRIADO CARDÍACO: exclusivo do coração, seus


movimentos bombeiam sangue para todo o corpo.
* Contração rápida e involuntária
3.
Contração muscular: é um processo fisiológico característico das fibras
musculares que corresponde à capacidade de gerar tensão com a ajuda de
um neurônio motor.

Movimento voluntário: depende da nossa vontade.


Movimento involuntário: independentemente da nossa vontade. Figura 67. Tecidos musculares. Fonte: disponível em
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br>. (modificado – equipe
Cia. de Ensino, 2013).

Questão de saúde
Células-troco: é um tipo de célula com capacidade de se diferenciar e construir qualquer tipo de tecido no corpo. Outra
capacidade especial é poder se gerar cópias idênticas de si mesmas. Elas são encontradas nos embriões e em tecido adulto
do organismo, como na medula óssea e do coração. Vem sendo estudadas para o tratamento de muitas doenças.

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

1. Como são formados os tecidos do corpo?

47
2. Dentro desse critério, como você definiria um
organismo como uma bactéria? E um humano?
3. Quais são os principais tecidos do corpo humano?
4. Qual é a diferença entre tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular?
5. Existem quatro principais tipos de tecidos conjuntivos. Quais são eles? E quais são suas principais
funções?
6. Qual é a função das células nervosas (neurônios)?
7. Explique o papel dos nervos (neurônios) sensoriais, motores e de associação.
8. Quais são os três grupos de tecidos musculares?
9. E qual é a importância dos diferentes tipos de contrações desses tecidos?
10. Pesquise e explique o que é o câncer? Como ele se manifesta no organismo?

AS FUNÇÕES DE NUTRIÇÃO DO NOSSO CORPO

Você sabe qual é o destino final dos alimentos no nosso organismo?

Quando almoçamos o destino final do alimento é cada uma de nossas células. O oxigênio que os pulmões
extraem da atmosfera tem como destino a célula para que ela possa junto com os alimentos produzirem energia.
Quando o organismo excreta urina, o que está sendo jogado fora, na realidade, são os resíduos que todas as
células do corpo produziram. Quando o coração pulsa está bombeando sangue através das artérias e veias
fazendo com que o alimento e o oxigênio, chegue a todas às células e os subprodutos resultantes do metabolismo
celular sejam retirados das células.

A IMPORTÂNCIA DOS ALIMENTOS

Nem um alimento sozinho possui todos os nutrientes necessários para o corpo. Nossa alimentação deve incluir
diversos tipos de alimentos, pois é na variedade que garantimos todos os nutrientes necessários. Dessa forma,
precisamos de uma alimentação balanceada, sem excessos, respeitando as necessidades do corpo.

Os alimentos atuam como “combustíveis”. Algumas moléculas presentes nos alimentos são “queimadas” durante
a respiração celular (respiração de cada célula do nosso organismo) e fornecem a energia necessária para as
atividades dos nossos diversos órgãos. Portanto, os alimentos fornecem “matéria-prima” para a construção e
multiplicação das células. As novas células produzidas permitem o crescimento do organismo e sua manutenção,
repondo as células que vão morrendo.

As substâncias contidas nos alimentos podem ser separadas por grupos, de acordo com sua constituição e função
no organismo:

1
1. Lipídios (gordura): fornecem materiais para a construção do corpo
e energia.
2
2. Proteínas: fornecem materiais para a construção do corpo.

3. Vitaminas e sais minerais: auxilia no crescimento, a 3


manutenção e participam de várias funções vitais.

4. Carboidratos (açúcares): fornece energia. 4

Figura 68. Pirâmide alimentar. Fonte: disponível em


<http://www.viaki.net> (modificado – equipe Cia. de
Ensino, 2013).

48
As quantidades de cada tipo de alimento variam de acordo com a idade da pessoa e com a atividade que ela
realiza. Por exemplo, um trabalhador braçal, que faz muito esforço o dia todo, necessita de muita energia. Por
isso, precisa de mais açúcares e gordura, além das proteínas, vitaminas e sais minerais. É importante
consultarmos um nutricionista para adequar nossa dieta ao nosso modo de vida e saúde.

Questão de saúde

Pessoal, não se esqueçam de lavar bem os alimentos, frutas e verduras; cozinhar todos os tipos de carne; e
ferver a água antes de bebê-la. Assim, vocês evitaram várias doenças decorrentes da falta de saneamento
básico: ausência de esgoto encanado; água não encanada e não tratada; lixo espalhado pelas águas e ruas.

Algumas dessas doenças são:

Ascaridíase (lombriga): transmitida por alimentos contaminados por ovos de vermes. Quando se regam as
verduras com água suja por fezes de pessoas doentes.
Teníase (solitária): transmitida quando se come carne mal cozida contaminada por fezes de pessoas
doentes.
Amebíase: causada por alimentos e água contaminados por um protozoário (ameba).
Disenteria: reação do corpo a algo estranho. Ocorrem diarreias, que é a eliminação do material do intestino,
com a água que existe no corpo, podendo provocar a desidratação.

Pensando... e responda no caderno:

11. Qual é o destino final dos alimentos no nosso organismo?


12. Por que devemos ter uma dieta balanceada?
13. Quais são as funções dos lipídios, proteínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais no organismo? Cite
três alimentos que contenham essas substâncias.
14. Qual a importância do saneamento básico para a saúde do homem?
15. Se você é uma pessoa que realiza bastante esforço físico, você deve comer a mesma quantidade de
alimento que uma pessoa sedentária? Por quê?

OS SISTEMAS DO NOSSO CORPO: UM ORGANISMO COMPLEXO

Anteriormente estudamos os diferentes tecidos do corpo humano e a importância da alimentação para a


manutenção do nosso corpo. Agora, vamos aprender sobre as várias funções que estes tecidos que formam os
órgãos, e consequentemente, os sistemas desempenham seu trabalho comunitário.

SISTEMA DIGESTIVO

Vimos que o alimento é um dos “combustíveis” para nosso corpo. Fornece energia, materiais para a construção e
a manutenção das nossas células. Mas, as células que serão nutridas pelos alimentos que ingerimos são muito
pequenas. Por esse motivo, os alimentos precisam sofrer modificações. Devem ser quebrados em partículas
menores para conseguir penetrar pelas membranas das células do corpo. Para isso serve o sistema digestivo,
diminuir o tamanho das partículas de alimento num tamanho que possam ser transportadas pelo sangue e ser
absorvida por todas as outras células do corpo.

A digestão inicia-se pela deglutição. Os alimentos entram pela boca, onde sofrem ação dos dentes e saliva
(contêm enzimas que iniciam a digestão de açúcares) até o ato de engolir. A partir daí, os movimentos
peristálticos conduzem o bolo alimentar pelo tubo digestor, passando pela faringe, pelo esôfago, até
chegar ao estômago. O estômago é uma bolsa onde o bolo alimentar é armazenado por algumas horas.
49
Tem paredes que produzem suco gástrico, substância ácida que permite as enzimas atuar e fazer a digestão
das proteínas (que são partículas maiores). Então, o bolo alimentar é transportado, agora como quimo,
para o intestino delgado (maior órgão do sistema digestivo), principal órgão da digestão. Suas paredes
produzem o suco entérico, que é rico em enzimas. Recebe suco pancreático do pâncreas e bile que é
produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar, utilizada quando comemos alimentos ricos em
gordura. Quando o alimento chega ao final do intestino delgado já estão praticamente digeridos. No
intestino grosso, reabsorve-se a água que ainda resta das partículas de alimentos. Por fim, o que não é
proveitoso é eliminado como fezes pelo ânus.

Deglutição: é um movimento
voluntário, isto é, executamos
conscientemente o ato de engolir.

Movimentos peristálticos: são


movimentos involuntários, isto é,
independem da nossa vontade.
São contrações dos músculos
situados no esôfago, no
estômago e nos intestinos, onde
são mais intensos. Além de
empurrar o alimento ao longo do
tubo digestor, promovem a sua
mistura.

Enzima: proteína produzida pelo


organismo que acelera as reações
químicas do organismo.

Figura 69. Representação dos órgãos do sistema digestivo e suas funções. Fonte: disponível em <http://amandaraphaelabioifes.wordpress.com>

Questão de saúde
Os alimentos que ingerimos se transformam em aminoácidos, que juntos formam proteínas nos núcleos das células,
moléculas necessárias para a construção do material celular. Para formar as proteínas, o organismo precisa de 20
aminoácidos: 10 essenciais e 10 não essenciais. Os aminoácidos essenciais precisam ser digeridos dos variados alimentos. Os
aminoácidos não essenciais, o organismo produz naturalmente. Mas, precisa dos aminoácidos essenciais para ajudar na
produção. Portanto, precisamos ter uma alimentação balanceada para garantir todos os aminoácidos necessários.

Pensando... e responda no caderno:

16. Para que serve o sistema digestivo? Quais são órgãos que constitui o sistema digestivo? Qual deles é o
maior órgão digestor?
17. Descreva com suas palavras como ocorre a digestão dos alimentos?
18. O que são: bílis, suco pancreático e o suco entérico? Quais são suas funções e aonde são produzidos?

50
SISTEMA RESPIRATÓRIO

O sistema respiratório é responsável pela respiração celular e pelas trocas de gases entre os pulmões e o sangue.
Vejamos a partir de agora os papeis desses mecanismos no nosso organismo:

Sabemos que o alimento é um dos “combustíveis” que fornecem energia para todas as nossas células. É através
do sistema respiratório que a energia química contida nos alimentos (moléculas de glicose) é extraída nas
mitocôndrias (organela celular) e usada para manter nosso organismo em atividade, com a participação do gás
oxigênio (O2). Esse mecanismo é a respiração celular, processo que ocorre todo o tempo nas células do corpo.
Dessa forma, a glicose (açúcar) junto com o gás oxigênio (O2) são os principais “combustíveis” para a realização
da respiração celular.

Respiração celular: Todas as substâncias que nossas células utilizam Mitocôndria


carboidratos para gerar energia, só conseguem se o oxigênio entrar em
contato com elas. Veja abaixo:

Açúcar + Oxigênio  Gás carbônico + água + energia

Reação química  respiração celular


Figura 70. Mitocôndria – respiração celular. Fonte: disponível em <http://dicasdanutricionista.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino,
2013).

Você observou a reação química acima? Então, você percebeu que a respiração celular de todas as células do
nosso corpo depende do gás oxigênio (O2) e que o gás carbônico (CO2) é um produto da respiração celular,
resultante da queima dos alimentos no nosso organismo. Esse gás carbônico (CO2) deve ser transportado para
fora do corpo. Pois, sua concentração no organismo podem causar lesões irreparáveis no cérebro, levando à
morte. Portanto, é de extrema importância à realização da ventilação pulmonar, para que junto com o sistema
circulatório, realizem as trocas gasosas, fazendo com que o ar inspirado leve gás oxigênio (O2) para todo o corpo
e o ar expirado leve gás carbônico (CO2) para fora do corpo (excreta da respiração celular).

Para ocorrer a respiração celular e as trocas de gases é necessário que o ar inspirado do ambiente seja conduzido
para os pulmões através de um conjunto de órgãos que compõem o sistema respiratório: narinas, faringe, laringe,
traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões:

Pulmões: órgãos esponjosos e elásticos formados por milhões de alvéolos que se enchem de ar.

O ar inspirado do ambiente entra pelas narinas (fossas nasais), que se apresenta revestido internamente pela mucosa nasal.
Essa mucosa contém um conjunto de pêlos e fabrica uma secreção viscosa chamada muco, que atuam como filtros capazes
de reter microrganismos e partículas sólidas diversas que penetram no nariz juntamente com o ar. Após, o ar é transportado
para a faringe que se comunica com a laringe, através de uma abertura chamada glote. Junto à glote encontra-se epiglote,
uma válvula que fecha completamente a glote quando engolimos alimentos (isso acontece para não engasgarmos). Em
seguida, o ar entra na traqueia (tubo cartilaginoso em anéis), que se bifurca para os pulmões. Nos pulmões, se ramificam em
brônquios, bronquíolos (que até então são estruturas condutoras de ar) e alvéolos onde ocorrem as trocas de gases nos leitos
capilares pulmonares. Veremos com mais detalhes essas trocas de gases no sistema circulatório, próximo assunto a ser
estudado.

Cavidade nasal
Faringe
Fossas
nasais
Traqueia
Laringe

Pulmão
direto Pulmão
esquerdo

Alvéolos

Figura 71. Esquema do sistema respiratório. Fonte: disponível em <http://amandaraphaelabioifes.wordpress.com>; <http://www.temastop.com> 51


(modificado - equipe Cia. de Ensino, 2013).
SISTEMA CIRCULATÓRIO

Não é mais novidade que os nutrientes e o gás oxigênio (O2), fornecem energia para nosso
corpo através da respiração celular. Tanto os nutrientes como o gás oxigênio (O2) são
transportados e distribuídos pelo sangue para todo o corpo. O sangue também transporta
resíduos do metabolismo para que possam ser eliminados do corpo, por exemplo, o gás
carbônico (CO2) resultante da queima dos alimentos, eliminado pela expiração. Pensando
nisso, o sistema circulatório é de extrema importância por manter o sangue circulando e
possibilitando a realização dessas atividades, e consequentemente, realizando outras, como:
defesa contra microrganismos; transporte e distribuição de hormônios para as células de
vários órgãos; estabilidade do pH; entre outras. O sistema circulatório é constituído pelos
vasos sanguíneos, coração e o próprio sangue.
Os vasos sanguíneos são órgãos em forma de tubos que se
ramificam por todo o organismo, como uma rede de distribuição,
por onde circula o sangue. Divididos em artérias, arteríolas,

Figura 72. Vasos sanguíneos do corpo humano. Fonte: <www.cobach-


elr.com>;<sorasoraia.blogspot.com> (modificado - equipe Cia. de Ensino, 2013).
vênulas, veias e capilares.

Coração: órgão que mantém o sangue circulando, funcionando como duas


bombas:

Ventrículo e átrio direito (azul): bombeia o sangue do coração para o


pulmão – troca de gases da respiração (recebe oxigênio e elimina gás
carbônico nos pulmões). Essa circulação é denominada de pequena
circulação.
Ventrículo e átrio esquerdo (vermelho): bombeia o sangue do coração
para todo o corpo – transporte de gases e de outras substâncias por todo
o corpo. Essa circulação é denominada de grande circulação.

Figura 73. Anatomia do coração. Fonte: <saladeobservacao.blogspot.com>

Acompanhe o esquema da circulação sanguínea abaixo e compare com a descrição:

A veia cava leva o sangue não oxigenado em direção ao átrio


direito (azul) do coração, que é transportado para o ventrículo
direito (azul). Em seguida é bombeado para os pulmões através
da artéria pulmonar. Nos pulmões, ocorre a troca de gás
carbônico (CO2) por gás oxigênio (O2) nos leitos capilares
pulmonares, localizados nos alvéolos. Esse sangue, agora
oxigenado, sai dos pulmões pela veia pulmonar, chegando ao
átrio esquerdo (vermelho). Do átrio esquerdo é transportado
para o ventrículo esquerdo (vermelho), que é bombeado para
todo o corpo. Enquanto as células utilizam o oxigênio (O2) do
sangue, as células teciduais vão produzindo gás carbônico (CO2).
Quando chegam aos capilares sistêmicos perdem oxigênio (O2)
e recebem gás carbônico (CO2). Voltando ao coração pela veia
cava, para reiniciar o ciclo das trocas gasosas.

Figura 74. Esquema do sistema circulatório. Fonte:


<http://www.portalsaofrancisco.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino,
2013).
52
Pensando... e responda no caderno:

19. Cite os órgãos que formam nosso sistema respiratório?


20. Onde ocorre, no organismo humano, a reação que caracteriza o processo da respiração?
21. Qual a relação entre os alimentos e a respiração celular?
22. No ar inspirado há mais ou menos oxigênio do que o ar expirado? Por quê?
23. Explique de que forma o sangue se transforma nos pulmões.
24. Pesquise: Qual é o principal músculo da respiração?
25. Cite os órgãos que formam nosso sistema circulatório?
26. Qual é o papel do coração no nosso organismo?
27. Como é dividido o coração?
28. De acordo com as informações contidas na parte do sistema circulatório, descreva com suas palavras a
diferença entre artérias e veias.
29. Descreva, resumidamente, a pequena e a grande circulação do sangue no nosso organismo.

SISTEMA EXCRETOR

Vimos até o momento os metabolismos que as células realizam para manter nosso organismo funcionando:
nutrição, obtenção de energia, etc. Como isso, elas produzem a partir de reações químicos resíduos que devem
ser eliminados do nosso corpo. Esses residos são chamados de excretas. As excretas são eliminadas através:

Da pele: Pêlos Ducto secretor


Vasos
Secreções sebáceas - são eliminadas pelas Epiderme
sanguíneos
glândulas sebáceas secretoras de uma substância
oleosa, chamada de sebo. Encontram-se na pele e,
normalmente, seus ductos desembocam nos Derme
Glândula sebácea
folículos pilosos. Porém, em certas regiões, como
lábio, glande e pequenos lábios da vagina, os Glândula
ductos se abrem diretamente na superfície da pele. sudorípara
São importantes para a lubrificação e
impermeabilização da pele. Mantendo protegida
da entrada de microrganismos.
Suor – substâncias contidas no suor são retiradas Figura 75. Esquema da pele – glândulas secretoras. Fonte: disponível em
<http://hawaiidermatology.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
do sangue pelas glândulas sudoríparas. Através do
ducto secretor, chegam até a superfície da pele. Eliminando suor, a atividade das glândulas sudoríparas
contribuem para a manutenção da temperatura do corpo (água contida no suor se evapora na pele provocando
uma redução na temperatura do corpo) e eliminação de toxinas produzidas pelas células.

O suor é composto principalmente de água, além de outras substâncias (as excretas), como: ureia, ácido úrico e
cloreto de sódio (o sal de cozinha).

Do sistema respiratório:

O excesso de gás carbônico (CO2) que é produto da respiração celular, resultante da “queima” dos alimentos nas
células teciduais, passa do sangue para os alvéolos pulmonares, sendo eliminado com a expiração.

Do sistema urinário:

A eliminação da urina é feita através do sistema urinário composto pelos órgãos: rins e vias urinárias (ureter,
bexiga e uretra). A urina é composta por 95% de água e suas principais excretas são: a ureia, o cloreto de sódio e
o ácido úrico.

Rins: dois órgãos em forma de feijão, envolvidos por uma cápsula fibrosa. Internamente, cada rim contém cerca
de 1 milhão de pequenos tubos chamados de néfrons.
53
O sangue penetra nos rins pelas artérias renais e sai deles pelas veias renais. No interior dos rins, a artéria renal
ramifica-se sucessivamente em vasos cada vez menores, até formar os capilares. Esses capilares estão em contato
com os capilares venosos, que vão se reunindo em vasos de calibre maior, até formarem a veia renal.

O sistema urinário formam os glomérulos, que são envolvidos pela cápsula glomerular (cápsula de Bowman). Os
glomérulos e a cápsula glomerular formam o corpúsculo renal. De cada corpúsculo renal parte um tubo longo,
sinuoso e bem fino: o túbulo renal. O conjunto do corpúsculo renal e túbulo renal formam os néfrons. É no
interior dos néfrons que a urina se forma, basicamente em duas etapas: a filtração glomerular e a reabsorção
renal.

Rim direito

76. Esquema do sistema urinário. Disponível em <http://cienciasnamosca.wordpress.com>;


César.Sezar.Bedaque, 2001. (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Filtração glomerular: ocorre na cápsula glomerular. O sangue que passa pelos glomérulos é filtrado e extravasa
para a cápsula glomerular. O líquido que é extravasado, chamado de filtrado, contém substâncias ainda úteis para
o organismo, como água, glicose, vitaminas, aminoácidos e sais minerais diversos, etc. Mas, contém ainda as
substâncias tóxicas ou inúteis ao organismo, como a ureia e o ácido úrico. Da cápsula glomerular, o filtrado passa
para os túbulos renais, onde ocorre a reabsorção renal.

Reabsorção renal: consistem no retorno ao sangue das substâncias úteis presentes no filtrado. Essas substâncias
são retiradas do filtrado pelas células dos túbulos renais; daí passa para os capilares sanguíneos que envolvem
esses túbulos. Assim, as substâncias úteis para o organismo são absorvidas pelas células e retornam para o
sangue. As substâncias tóxicas e inúteis, com um pouco de água, permanecem nos túbulos renais e são
transportadas como urina para o túbulo coletor, que a conduz até o ureter.

Os ureteres (um em cada rim) conduz a urina até a bexiga, onde vai ficar armazenada. A bexiga é uma bolsa
formada por músculos lisos e revestida internamente por mucosa impermeável à urina. Quando o volume da
bexiga atinge aproximadamente 350 cm³ (centímetros cúbicos), manifesta-se a vontade de urinar. A eliminação
da urina para o meio externo é feita pela uretra.

54
No corpo humano adulto existem cerca de 5,5 litros de sangue, dos quais aproximadamente 3 litros são de
plasma sanguíneo. A cada 25 minutos extravasam-se nas cápsulas glomerulares dos néfrons cerca de 3 litros
de plasma. Então, pode-se dizer que os rins são “laboratórios” que “analisam” todo o nosso plasma a cada 25
minutos. Dos 3 litros de filtrado extravasado a cada 25 minutos, apenas cerca de 30 milímetros convertem-se
em urina. Portanto, aproximadamente 99% do plasma filtrado retorna ao sangue, o que da uma ideia da
espetacular atividade dos néfrons que formam os nossos rins.

Pensando... e responda no caderno:

30. Como são eliminados os resíduos que se formam da atividade celular?


31. Na sua opinião, qual a diferença entre fezes e excretas?
32. Qual produto é eliminado pela respiração celular?
33. Quais são as funções glândulas sudoríparas e sebáceas?
34. Qual órgão armazena urina?
35. Onde a urina é produzida?
36. Qual a estrutura que conduz urina até a bexiga?
37. Qual é a estrutura que permite a eliminação de urina para o meio externo?
38. O que são néfrons?
39. Qual estrutura dos néfrons é responsável pela filtração do sangue nos rins?
40. O que acontece com as substâncias úteis do filtrado nos túbulos renais?
41. O que acontece nos túbulos renais com as substâncias inúteis ou tóxicas ao organismo?

COORDENAÇÃO E CONTROLE DAS FUNÇÕES ORGÂNICAS

Vimos até o momento que nós seres humanos, assim como outros seres vivos, apresentamos numerosas células
diferenciadas em muitos tipos, os quais desempenham diferentes funções. Neste caso, há a necessidade de um
sistema que integre e coordene as diversas partes do organismo para a realização dessas várias funções. Essa
coordenação é feita pelo sistema nervoso e sistema endócrino. O sistema nervoso atuando através de impulsos
nervosos e o sistema endócrino é um conjunto de glândulas que agem por meio de hormônios.

SISTEMA ENDÓCRINO

Com os estudos anteriores, vimos indiretamente, sobre o sistema endócrino. Ele é formado por glândulas
espalhadas em vários pontos do corpo. Responsável por lançar secreção para o meio externo ou numa cavidade
do corpo e controlar o funcionamento de diversos órgãos por meio de substâncias químicas lançadas no sangue –
os hormônios. Em nosso corpo existem três tipos básicos de glândulas: exócrinas, endócrinas e mistas.

Glândulas exócrinas: possuem um canal por onde derramam diretamente seus produtos tanto na superfície do
corpo como na cavidade de algum órgão. Exemplos de glândulas exócrinas:

Glândulas salivares – fabricam a saliva, lançada na cavidade bucal;

Glândulas lacrimais – fabricam as lágrimas, líquido lançado na superfície ocular, lubrificando a porção externa do
olho;

Glândulas sebáceas – fabricam um material gorduroso lançado na superfície da pele;

Glândulas sudoríparas – produzem o suor, eliminando na superfície da pele, onde ele se evapora;

Glândulas das paredes internas do estômago – são responsáveis pela produção e eliminação do suco gástrico na
cavidade do estômago;

Fígado – como órgão glandular produz a bile, que é armazenado na vesícula biliar e lançado nas cavidades dos
intestinos.
55
Glândulas endócrinas: secretam seus produtos na corrente sanguínea. Essa secreção é chamada hormônio:
mensageiros químicos distribuídos pela corrente sanguínea, que atuam alterando o metabolismo de certas
células. Como são dispersos pelo sangue, todas as células estão igualmente expostas a eles, embora apenas
algumas reajam à sua presença (nos "órgãos-alvo"), através de receptores específicos nas membranas das células.

Imagine uma chave, uma porta com fechadura e a parede. O


hormônio é a chave, o receptor é a porta com a fechadura e a
membrana plasmática é a parede. Para abrir a porta é
necessário que a chave específica conecte-se a um
compartimento, a fechadura. Analogicamente, ocorre o
mesmo com os receptores da membrana: os hormônios com
substâncias químicas específicas precisam entrar em contado
com um compartimento que ativa o receptor, ocorrendo à
reação química necessária nas células.
77. Receptor de hormônio na membrana plasmática. Disponível em <pt-
br.infomedica.wikia.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Exemplos de glândulas endócrinas:

Hipófise – considerada a glândula mestra, pois controla o funcionamento de várias outras glândulas. Localiza-se
na cavidade de um osso na base do encéfalo.

A hipófise produz diversos tipos de hormônios, que regulam o crescimento do corpo; e influenciam o
desenvolvimento e o funcionamento dos órgãos sexuais.
Na criança, a insuficiência do hormônio de crescimento causa o nanismo (crescimento deficiente). O
excesso desse hormônio produz o gigantismo.

Tireoide – situa-se no pescoço e produz a tiroxina, um hormônio que estimula o metabolismo geral do organismo.

Paratireoides – são quatro pequenas glândulas localizadas no interior da tireoide. O hormônio das paratireoides
regula a assimilação de cálcio e fósforo pelo organismo. A insuficiência desse hormônio causa contrações
musculares. O excesso pode provocar descalcificação acentuada nos dentes e nos ossos.

Supra-renais – localizadas acima dos rins, fabricam o hormônio adrenalina. Este hormônio é liberado quando
realizamos esforços físicos. Também atua no sistema nervoso, quando ativado por uma forte emoção (susto,
medo ou alegria), provocando um aumento na sua produção, que lançada no sangue faz bater o coração com
mais intensidade. Além de adrenalina, fabricam outros hormônios chamados corticosteroides que participam da
regulação do metabolismo equilibrando o balanço eletrolítico (equilíbrio de
íons e água).

Pâncreas – produz o hormônio insulina, que regula o nível de glicose (açúcar)


no sangue. Esse hormônio aumenta a absorção de glicose nas células. Ele
“quebra” as moléculas para transformá-las em energia a fim de que seja
aproveitada por todas as células. Assim, o excesso de glicose é retirado do
sangue e o nível desse açúcar volta ao normal.

Diabetes: Quando o pâncreas produz pouca insulina ou então as


células não respondem da forma esperada à insulina produzida. A
glicose do sangue vai direto para a urina sem que o corpo se
aproveite dela ou então fica no sangue, aumenta a concentração
de glicose no sangue (hiperglicemia) e também não é aproveitada pelas
78. Sistema endócrino. Disponível em:
<www.superagatoide.altervista.org> células. Deste modo, o corpo perde uma da principal fonte de combustível, que
(modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013). participa da respiração celular.
56
Testículos e ovários – São glândulas sexuais (gônadas): testículos, no homem; ovários, na mulher. Veremos suas
características na unidade sobre os sistemas reprodutores.

Glândulas mistas: são glândulas exócrinas e endócrinas ao mesmo tempo. O Pâncreas é um bom exemplo, pois
produz suco pancreático, lançado na cavidade intestinal. Nesse caso, é uma função exócrina. Mas, também lança
hormônios no sangue, sendo esta, uma função endócrina.

SISTEMA NERVOSO

As diferentes partes do nosso corpo precisam funcionar em conjunto. Para realizar todas as suas funções, o corpo
humano depende de mecanismos de coordenação e controle que entram em ação o tempo todo, dependendo da
nossa vontade ou independente dela. Esses mecanismos funcionam graças ao sistema nervoso, grande rede de
comunicações, em que as mensagens têm forma de sinais químicos e elétricos (sinapse) num movimento
incessante pelo corpo entre seus bilhões de neurônios.

De forma geral, o sistema nervoso é capaz de se conectar com todas as partes do nosso corpo através de
potenciais de ação. Por esse motivo, sentimos dor, fome, espirramos, rimos, etc. Também podemos resolver uma
equação, praticar exercícios e dar um abraço nas pessoas que amamos.

Potencial de ação: fenômeno de natureza eletro-


química e ocorre devido a modificações na
permeabilidade da membrana do neurônio por
partículas carregadas eletricamente (ex.: Íons).

Sinapse: são os estímulos (impulsos nervosos) que


passam de um neurônio para o seguinte por meio de
Neurotransmissores mediadores químicos, os neurotransmissores, através
da junção sináptica.

Neurotransmissores: são sintetizados no corpo celular


- substâncias químicas servem para permitir o impulso
nervoso de um neurônio a outro.

Figura 79. Impulso nervoso. Fonte: disponível em


<http://www.portalsaofrancisco.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

O nosso sistema nervoso é constituído e dividido em duas partes:

Sistema nervoso central (SNC) - composto pelo encéfalo e medula espinal e Cérebro
Sistema nervoso periférico (SNP) - composto pelo tecido nervoso localizado
fora do sistema nervoso central.

É no SNC é aonde ocorrem nossos pensamentos, emoções, ficam arquivadas


nossas memórias e ocorre todo tipo de estímulo sensitivo. Medula espinal

O SNP é composto pelos nervos do crânio e suas ramificações. Controla a


entrada e saída de estímulos nervosos em nossos órgãos e sistemas.
Subdivide-se em sistema nervoso somático, sistema autônomo e sistema
nervoso entérico.
Figura 80. Sistema nervo central e periférico.
Fonte: disponível em: <revistaescola.abril.com.br>
- Sistema nervoso somático é o responsável pela transmissão das (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
informações de nossos sentidos (audição, visão, paladar, olfato, fonação)

57
ao sistema nervoso central (SNC) e também por conduzir os impulsos nervosos do SNC aos músculos
esqueléticos. No caso das respostas motoras, esta ação será voluntária, pois pode ser controlada
conscientemente.

- Sistema nervoso autônomo envia informações de órgãos viscerais, tais como, pulmão e estômago ao SNC.
Envia também impulsos nervosos do SNC ao músculo liso, músculo cardíaco e glândulas. Sua ação é
involuntária, pois não depende de nossa vontade. Por exemplo, nosso coração continua batendo mesmo
quando estamos dormindo profundamente.

- Sistema nervoso entérico, localizado no intestino, controla todos os impulsos nervosos que ocorrem dentro
deste. Seu funcionamento também é involuntário, pois não podemos controlá-lo. Por exemplo, os
movimentos peristálticos do sistema digestivo.

Os atos reflexos: é o mais rápido mecanismo de estímulo e resposta do sistema nervoso. Ocorre quando
reagimos de maneira instantânea e involuntária a estímulos ambientais. Participam dessas ações: neurônio
sensitivos, motores e de associação, estudados quanto abordamos sobre tecido nervoso.

Vamos acompanhar abaixo um exemplo de ato reflexo onde há a interação dos neurônios
sensoriais, motores e de associação no sistema nervoso central (SNC) e sistema nervoso
periférico (SNP):

Suponha que você receba uma pancada no joelho abaixo da patela (osso que fica
na frente do joelho).

A pancada estimula um receptor localizado no interior do músculo da coxa (o


quadríceps). Esse receptor está ligado aos dendritos de um neurônio sensorial –
aferente – também chamado de neurônio sensitivo, que recebe a mensagem e a
encaminha para o corpo celular e, deste, para o axônio. Por sua vez, o axônio do
neurônio sensorial estabelece uma sinapse com um neurônio motor – eferente (um
neurônio de resposta).

O axônio do neurônio motor é conectado ao músculo quadríceps e encaminha a


resposta “mexa-se”. De imediato, esse músculo se contrai e você movimenta a
perna. Perceba que o ato de mexer a perna para frente envolve o trabalho de
apenas dois neurônios: o sensorial e o motor. No entanto, para que isso possa
acontecer, é preciso que o músculo posterior da coxa permaneça relaxado.

Então, ao mesmo tempo, o axônio do neurônio sensorial estabelece uma sinapse


com um interneurônio (neurônio de associação) que, por sua vez, faz uma
conexão com um segundo neurônio motor. O axônio desse neurônio motor
Figura 81. Reflexo - neurônios sensitivos, motores e
se dirige para o músculo posterior da coxa, inibindo a sua contração. de associação. Fonte: disponível em
<http://www.sobiologia.com.br>
Outro exemplo: Imagine-se encostando a mão num ferro quente. Ocorre
um estímulo nervoso que é levado até a medula. Na medula o impulso nervoso é interpretado e há a emissão de
uma ordem por um neurônio motor para que haja a contração do braço. Toda essa ação ocorre em segundos e é
um ato totalmente involuntário.

Pensando... e responda no caderno:

42. Como é formado o sistema endócrino?


43. Qua é a função do sistema endócrino?
44. Como são classificados os tipos de glândulas do sistema endócrino? Como funcionam?
45. Cite algumas funções dos hormônios produzidos pela glândula hipófise.
46. Por que o coração bate com mais intensidade diante de uma emoção forte?
58
47. Qual glândula produz o hormônio adrenalina? Este hormônio pode ser utilizado em alguns tipos de
tratamento médico. Pesquise e descreva um desses tratamento.
48. Qual a função do hormônio insulina? Qual é a glândula que produz esse hormônio?
49. Que doença ocorre pela deficiência da produção de insulina no organismo? Por quê?
50. Por que o sistema nervoso pode ser comparado com uma rede telefônica?
51. Que estrutura do sistema nervoso pode ser comparada aos fios de uma rede telefônica?
52. Como é dividido o nosso sistema nervoso?
53. Quais são as funções do sistema nervoso?
54. O que é sinapse?
55. O que são neurotransmissores?
56. O que é ato reflexo?
57. 93. Por que quando encostamos sem querer com a mão em algum objeto muito quente ou ponteagudo
tiramos imediatamente a mão do mesmo?

FUNÇÕES DE RELAÇÃO COM O AMBIENTE


APARELHO LOCOMOTOR

Pense na quantidade de movimentos que fazemos todos os dias, desde da hora que acordamos até o momento
em que nos deitamos novamente para durmir. Sendo você um trabalhador, dona de casa, estudante ou um
atleta, todos utilizam da locomoção para exercer moviementos de diversas formas e diversos fins.

A locomoção é capacidade que o individuo possui de se deslocar por sua própria conta. É realizada na espécie
humana pelo sistema esquelético, muscular e articular, que em conjunto, formam o aparelho locomotor.

Sistema Esquelético

É responsável pela sustentação do corpo. Pense num edificio, as colunas (geralmente de ferro e concreto) são
estruturas que sustentam os pavimentos e as paredes. No nosso corpo as estruturas de sustentação são os ossos
que formam o esqueleto humano. Os ossos também apresentam as funções de proteger os órgãos e de fixação
dos músculos para gerar os movimentos do corpo. O esqueleto esta dividido em duas partes: esqueleto axial e
esqueleto apendicular.

ESQUELETO AXIAL (AZUL) é constituido


pela:

caixa craniana: protege o cérebro;


coluna vertebral: protege a medula
espinhal e os nervos espinhais.
Proporciona suporte, postura e
flexibilidade;
caixa torácica: protege o coração e os
pulmões.

ESQUELETO APENDICULAR (BEGE) é


constituido pela:
cintura escapular: formada pelas
escápulas e clavículas - sustenta membro
superiores; cintura pélvica: formada
pelos ossos ilíacos (da bacia) - sustenta
membros inferiores.

Figura 82. Sistema esquelético. Fonte: disponível em


<www.portalsaofrancisco.com.br>

59
Sistemas Muscular

Os músculos são a massa orgânica que envove o esqueleto, reveste e protege os órgãos. São eles que possibilitam
o movimento dos órgãos, das articulações e do esqueleto. São formados pelas fibras musculares (célula do tecido
muscular). Composto por três tipos de músculos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso.

Os músculos estriados esqueléticos que produzem movimento


voluntário, o fazem exercendo força sobre os tendões que, por sua
vez, tracionam os ossos ou outras estruturas (como a pele). A maioria
dos músculos cruza, pelo menos, uma articulaçãa, e está, em geral,
preso aos ossos articulares que formam a articulação. Já os
movimentos involuntários produzidos pelos musculos lisos e estriado
cardíaco são controlados pelo sistema nervoso autônomo do
organismo, juntamente com a liberação de substâncias, que mantém
nossos órgãos funcionando. Ex.: coração, estômago, figado, bexiga,
etc.
Figura 83. Ações musculares. Fontes: <http://cleamaciel.blogspot.com.br>
(modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Observando um pedaço de carne crua, percebe-se que ela é formada por


inúmeros fios paralelos e presos uns aos outros por tecido conjuntivo. Depois
do cozimento, o tecido conjuntivo se altera e já não prende tão bem os fios.
Assim, fica fácil desfiar a carne.

Os fios observados são as fibras musculares. Cada fibra muscular é uma célula
longa e fina. Com muitos núcleos e com o citoplasma ocupado por filamentos
microscópicos chamados miofibrilas, formados por duas proteínas actina e
miosina, assim como nos humanos. As miofibrilas permitem a contração
muscular e, portanto, nossos movimentos. Observe abaixo:

Relaxado

Contraído

Figura 84. Músculos e fibras musculares. Fontes: <http://magisnef.wordpress.com>; <http://dc357.4shared.com>;<http://comida.umcomo.com.br> (modificado – equipe Cia. de
Ensino, 2013). 60
Sistemas Articular

Os ossos são muito rígidos para serem curvados sem que sofram qualquer lesão. Felizmente, tecidos conjuntivos
flexíveis formam articulações que é a conexão entre duas ou mais peças esqueléticas (ossos ou cartilagens). Essas
uniões não só colocam as peças do esqueleto em contato, como também permitem que o crescimento ósseo
ocorra e que certas partes do esqueleto mudem de forma durante o parto. Além disto, capacitam que partes do
corpo se movimentem em resposta à contração muscular. Embora apresentem consideráveis variações entre
elas, as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais em comum que permitem classificá-las em
três grandes grupos:

Sinartrose: superfícies que se unem dentadas, não permitindo nenhum


movimento. Ex. Articulações do crânio e da face (exceto da mandíbula).

Antiartrose: que permite pequenos movimentos. Ex. Articulações da coluna


vertebral.

Diartrose: possibilita grandes movimentos. Ex. Articulações sos braços e


pernas.

Articulações do joelho

Figura 85. Articulações do joelho. Fontes: <http://www.auladeanatomia.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:


58. Quais são os sistemas que formam o aparelho locomotor?
59. Como esta dividido o sistema esquelético?
60. Quais são as principais funções do sistema esquelético?
61. O sistema esquelético sozinho consegue realizar a movimentação do corpo?
62. Quais são as funções do sistema muscular?
63. O que são miofibrilas?
64. Quais as proteínas que tornam possível a contração e o relaxamento dos músculos?
65. O que são e aonde encontramos as articulações no nosso corpo?
66. Como o sistema articular auxilia na movimentação do corpo?
67. Quais são os três grupos de articulações?
68. Quais são os aspectos estruturais e funções dos três grupos de articulações?
69. Para que serve o aparelho locomotor? Elabore sua resposta de acordo com a relação do aparelho
locomotor com o ambiente?

ÓRGÃOS DOS SENTIDOS

Você já reparou quantas coisas diferentes nosso corpo é capaz de fazer? Podemos perceber o ambiente vendo,
ouvindo, cheirando, apalpando, sentindo sabores. Recebemos informações sobre o meio que nos cerca. Ao
processá-las em nosso cérebro, nós as interpretamos, sejam como sinais de perigo, sensações agradáveis ou
desagradáveis, etc. Depois dessa interpretação, respondemos aos estímulos do ambiente, interagindo com ele.

Como você sabe o que está acontecendo ao seu redor? Recebemos informações sobre o ambiente através dos
cinco sentidos: visão, audição, paladar, olfato e tato.

61
A Visão

A energia luminosa (luz) chega aos nossos olhos trazendo informações do que existe ao nosso redor. Nossos olhos
conseguem transformar o estímulo luminoso em outra forma de energia (potencial de ação) capaz de ser
transmitida até o nosso cérebro. Esse último é responsável pela criação de uma imagem a partir das informações
retiradas do meio.
Observe seus olhos em um espelho. Você verá uma "bolinha" bem preta
no centro da região colorida. É a pupila. Mas, o que é a pupila? Nada
mais do que um orifício que deixa passar a luz.

Você já saiu de um local escuro e entrou em outro ambiente bem claro?


O que aconteceu? Provavelmente, você ficou ofuscado, isto é, deixou de
enxergar por alguns segundos. A região colorida de seus olhos é
conhecida como íris. Trata-se de uma delicada musculatura que faz sua
pupila ficar grande ou pequena, de acordo com a quantidade de luz que
ela recebe.

Quando a quantidade de luz é pequena, é preciso aumentar esse orifício


para captar a maior quantidade possível de energia luminosa. Já quando
a luminosidade é grande, a íris diminui a pupila, tornando menor a
entrada de luz, para seus olhos não receberem tanta "informação"
ficando incapazes de transmiti-las ao cérebro.

Figura 86. Anatomia do olho. Fontes: <http://www.multiclin.com.br>

A Audição

Nossos ouvidos também nos ajudam a perceber o que está ocorrendo a nossa volta. Além de perceberem os sons,
eles nos dão informações sobre a posição de nossos corpos, sendo parcialmente responsáveis por nosso
equilíbrio. O pavilhão auditivo (orelha externa) concentra e capta o som para podermos ouvir os sons da
natureza, diferenciar os sons vindos do mar do som vindo de um automóvel, os sons fortes e fracos, graves e
agudos.

Por possuirmos duas orelhas, uma de cada lado da cabeça, conseguimos localizar a que distância se encontra o
emissor do som. Percebemos a diferença da chegada do som nas duas diferentes orelhas. Nossas orelhas captam
e concentram as vibrações do ar, ou melhor, as ondas sonoras, que passam para a parte interna do nosso
aparelho auditivo, as orelhas médias, onde a vibração do ar faz vibrar nossos tímpanos - membranas que separam
as orelhas externas das médias.

Essa vibração, por sua vez, será transmitida para três ossículos, o martelo, a bigorna e o estribo. Através desses
ossos, o som passa a se propagar em um meio sólido, sendo assim transmitido mais rapidamente. Assim, a
vibração chega à janela oval - cerca de vinte vezes menor que o tímpano - concentrando-se nessa região e
amplificando o som.
CANAIS
SEMICIRCULARES

VESTÍBULO
62
Figura 87. Anatomia do ouvido. Fontes: <http://tectronica.wordpress.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
Da orelha interna, também chamada de labirinto, partem os impulsos nervosos. O labirinto apresenta uma parte
anterior e uma posterior. Na parte anterior encontra-se a cóclea - relacionada com a audição. Nosso aparelho
auditivo consegue ampliar o som cerca de cento e oitenta vezes até o estímulo chegar ao nervo auditivo, o qual
levará a informação ao cérebro. Na parte posterior encontram-se os canais semicirculares e vestíbulo, relacionada
com o equilíbrio. Quando movemos a cabeça, movimentamos também os líquidos existentes nos canais
semicirculares e no vestíbulo. Essas estruturas não participam do processo de audição. Mas, é esse movimento
que gera os estímulos que dão informações sobre os movimentos que nosso corpo está efetuando no espaço e
sobre a posição da cabeça, transmitindo-nos com isso a noção de equilíbrio.

Olfato E Tato
Podemos adivinhar o que está no forno
apenas pelo cheiro que sentimos no ar da
cozinha. Esse é o sentido do olfato. Partículas
saídas dos alimentos, de líquidos, de flores,
etc. chegam ao nosso nariz e se dissolvem no
tecido que reveste a região interna do teto da
cavidade nasal, a mucosa olfatória. Ali a
informação é transformada, para ser
conduzida, através do nervo olfatório, até o
cérebro, onde será decodificada.
Figura 88. Olfato. Fontes: César & Sezar, 2003.

Já a nossa pele nos permite perceber a textura dos diferentes materiais, assim como a temperatura dos objetos,
pelas diferenças de pressão, captando as variações da energia térmica e ainda as sensações de dor. Podemos
sentir a suavidade do revestimento externo de um pêssego, o calor do corpo de uma criança que seguramos no
colo e a maciez da pele de um corpo que acariciamos. Sem essas informações, nossas sensações de prazer seriam
diminuídas, poderíamos nos queimar ou nos machucaríamos com frequência. Essa forma de percepção do mundo
é conhecida como tato.

Figura 89. Receptores sensoriais da pele. Fonte: Disponível em <http://dc229.4shared.com>


63
Percebemos os estímulos provenientes do ambiente por receptores sensoriais: receptores de pressão (diferentes
pressões) e receptores de calor (pela transferência de energia térmica). Estes têm a capacidade de transformar os
estímulos em impulsos nervosos, os quais são transmitidos ao sistema nervoso central, que por sua vez,
determina as diferentes reações do nosso organismo.

Principais receptores sensoriais são:

Corpúsculo de Meissner - Tato (presentes nas regiões mais sensíveis da pele)

Corpúsculo de Pacini - Pressão forte

Corpúsculo de Krause - Frio

Corpúsculo de Ruffini - Calor

Terminações nervosas livres - Dor

O Paladar

Mesmo com os olhos vendados e o nariz tapado, somos capazes de identificar um alimento que é colocado
dentro de nossa boca. Esse sentido é o paladar. Partículas se desprendem do alimento e se dissolvem na nossa
boca, onde a informação é transformada para ser conduzida até o cérebro, que vai decodificá-la. Os seres
humanos distinguem as sensações de doce, salgado, azedo e amargo através das papilas gustativas, situadas nas
diferentes regiões da língua:

Figura 90. Paladar. Fonte: Disponível em <http://paradaxata.blogspot.com.br>

Para sentirmos os diferentes sabores, os grupamentos atômicos dos alimentos são dissolvidos pela água existente
em nossa boca e estimulam nossos receptores gustativos existentes nas papilas.

Nossos sentidos nos informam, de várias maneiras, sobre o que está acontecendo a nossa volta. Podemos ver e
ouvir, cheirar e sentir sabores. Podemos sentir a textura e a temperatura das coisas que tocamos. Nossos sentidos
são impressionados pela matéria e a energia e, assim, nosso organismo entra em contato com o meio ambiente.

No entanto, nossos órgãos dos sentidos são limitados, percebem apenas uma determinada quantidade de
comprimentos de ondas luminosas, sonoras, etc. Do mesmo modo, nosso corpo suporta somente uma
determinada quantidade de pressão. Mas o homem passou a criar instrumentos para ampliar a sua percepção do
mundo, podendo enxergar objetos cada vez menores e maiores, compreender e identificar ultra-sons e infra-
sons. Com a possibilidade de um novo olhar, o homem foi encontrando novos problemas, levantando novas
hipóteses, chegando a novas conclusões e conhecendo novas realidades.

64
Pensando... e responda no caderno:

70. Quais são os cinco órgão dos sentidos que nos ajuda a perceber o ambiente?
71. Explique quando energia luminosa se transforma em visão?
72. Como percebemos os sons em nossa volta?
73. Além da audição, qual é a outra função do aparelho auditivo?
74. O que são tímpanos?
75. Quais são os ossículos que fazem o som se propagar em meio sólido?
76. O aparelho auditivo é divido em orelha externa, médio e interno. De qual dessas repartições partem os
impulsos nervosos?
77. Descreva como sentimos os cheiros das coisas?
78. O que á o tato? Quais são os principais receptores sensoriais?
79. Como sentimos os diferentes sabores?

REPRODUZINDO A VIDA E PERPETUANDO A ESPÉCIE

Nossa vida começa a partir de uma única célula: a célula-ovo, também chamada de zigoto. Esta célula se divide
sucessivamente, originando outras que vão se especializando e compondo aos poucos um novo organismo. Por
volta de nove meses de gestação, este organismo esta pronto para nascer.

Ao longo do tempo, depois de inúmeras transformações ocorridas desde seu nascimento, o individuo atinge a
maturação sexual e está pronto para se reproduzir. Pode então gerar outro indivíduo, que também começa a ser
formado a partir de um zigoto. Seguindo este ciclo, o ser humano dá continuidade à sua espécie, ou seja,
perpetuação da espécie humana.

Figura 91. Reprodução do ser humano. Fonte: Disponível em <http://v70profleo-bio1.blogspot.com.br>

65
OS SISTEMAS REPRODUTORES

Tanto o sistema reprodutor feminino quanto o masculino fabricam células especiais de reprodução - células
sexuais chamadas gametas através da divisão celular meiose. No homem os gametas são os espermatozoides e na
mulher são os óvulos. Os gametas são produzidos pelas glândulas sexuais que são denominadas de gônadas: os
testículos nos homens e os ovários nas mulheres.

GÔNADAS SEXUAIS

Ovário Testículos

Óvulo Espermatozoide

GAMETAS SEXUAIS

O processo de formação de uma nova vida se dá a partir de uma sequência de eventos que começam com o
contato de um espermatozoide com um óvulo, onde ocorre a fusão dos núcleos desses dois gametas e a
consequente mistura dos cromossomos maternos e paternos. A partir de agora vamos estudar como funcionam
os sistemas reprodutores: feminino e masculino, que dão origem as células sexuais responsáveis pela reprodução.

SISTEMA REPRODUTOR FEMININO

É formado pelos seguintes órgãos: dois ovários, duas tubas uterinas ou trompas de Falópio, um útero, vagina e
outra parte externa, a vulva.

Quando as mulheres nascem já possuem todas as células que irão dar origem aos óvulos. Essas células são
denominadas folículos, localizadas nos ovários. A mulher nasce com aproximadamente 500.000 folículos. Destas
500.000, em média apenas 500 irão se transformar em óvulos
"maduros" até a fase da menopausa.

Durante a fase da puberdade, as gônadas femininas - os ovários


iniciam a produção dos hormônios estrogênio e progesterona,
pelo comanda do da glândula hipófise. Esses hormônios irão
estimular o amadurecimento dos folículos. Após a liberação
destes hormônios, a cada 28 dias, mais ou menos, um óvulo é
liberado do ovário para a tuba uterina. Processo denominado
ovulação. Somente ocorrendo à ovulação poderá haver à
fecundação do óvulo na tuba uterina e após alguns dias a
implantação do embrião no útero (local de abrigo do embrião /
feto). Para ocorrer à fecundação é necessário que
espermatozoides penetrem no sistema reprodutor feminino pela
vagina chegando ao óvulo. Mas, se não acontecer à fecundação
deverá ocorrer à menstruação que é um mecanismo de
eliminação do óvulo não fecundado.

Figura 92. Órgãos do sistema reprodutor feminino. Fonte:


Menstruação: Disponível em < http://projeto-original.blogspot.com.br>

O folículo em desenvolvimento produz os hormônios estrogênio e


progesterona, que promovem o desenvolvimento do endométrio (parede do útero) próprio para gestação.
Porém, o óvulo não sendo fecundado, ocorre à involução, ou seja, não evolução do corpo lúteo que é estrutura
66
endócrina temporária existente na mulher relacionada com a produção do hormônio progesterona, necessário
para a manutenção da gestação e, consequentemente, queda brusca dos hormônios ovarianos produzidos por
ele. Esta queda da concentração
hormonal causa a degeneração e
necrose do tecido do endométrio que
fica bastante vascularizado, estimulado
pela ação destes hormônios. O óvulo
não fecundado se degenera, e sai com
muco uterino (o endométrio), sangue e
hormônios pelo rompimento de vasos
sanguíneos. Em condições normais, e
não havendo nada que impeça os
ciclos femininos, este fenômeno
ocorre, em média, de 28 em 28 dias, e
tem uma duração de 3 a 7 dias.
Figura 93. Ciclo menstrual. Fonte: Disponível em <http://blogdebiologia.wordpress.com> (modificado – equipe
Cia. de Ensino, 2013).

Os primeiros estágios da gravidez

Toda gravidez inicia-se com a fertilização do óvulo por um espermatozoide. Mas esta história é mais complicada
do que parece e pode ser dividida em estágios: ovulação, desenvolvimento do corpo lúteo, desenvolvimento
embrionário, etc.

Para a fertilização do óvulo, o homem ejacula milhões de espermatozoides, através da penetração do pênis
(órgão responsável pela ejaculação dos espermatozoides) na vagina da mulher pelo ato sexual. Mas apenas um irá
fecundar o óvulo unindo os núcleos do gameta masculino com o feminino. Formando, assim, a célula ovo - o
zigoto. Então, o zigoto dá início ao seu desenvolvimento embrionário, processo através do qual começa a se
originar um ser pluricelular, podendo possuir até trilhões de células de tipos muito diferentes e especializadas a
desempenhar atividades específicas. Desta maneira, as células formam os tecidos, órgãos, sistemas e o organismo
(ver figura 36).

Acompanhe na ilustração abaixo as etapas do desenvolvimento embrionário:


4

6 2

Figura 94. Estágios iniciais da gravidez. Fonte: Disponível em <dc436.4shared.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).
67
1. a cada mês, num dos dois ovários da mulher, os hormônios progesterona e estrogênio estimulam o
amadurecimento dos folículos;

2. depois de maduro, o folículo rompe-se e libera o óvulo do ovário para a tuba uterina, numa viajem para chegar
ao útero – ovulação;
3. nessa jornada do óvulo para o útero, ele poderá encontrar um espermatozoide e ocorrer à união do núcleo do
óvulo com o núcleo do espermatozoide – fecundação;
4. com a fecundação, forma o zigoto, que inicia seu desenvolvimento embrionário: dividindo-se em muitas células
(multiplicação celular), que continua se deslocando pela tuba uterina durante cerca de três dias;
5. quando finalmente chega ao útero, o pequeno embrião, ainda do tamanho da ponta de um alfinete, é uma bola
de células chamada mórula;
6. a mórula continua a se dividir nas próximas horas, até formarem uma bolinha oca de células chamada
blastocisto;
7. poucas horas depois de chegar ao útero, o blastocisto se livra de seu revestimento protetor e, então, implanta-
se ao endométrio.

Na zona de implantação desenvolve-se mais tarde a placenta, órgão de estrutura muito complexa, através do
qual o feto se nutre, respira e elimina secreções.

O bebê em desenvolvimento é chamado de embrião do momento da fecundação até a oitava semana de


gravidez. Da oitava semana de gravidez até o momento do nascimento, o bebê em desenvolvimento é chamado
de feto.

Zigoto

=
Figura 95. Desenvolvimento embrionário. Fontes: Disponível em <www.sobiologia.com.br>; <bebe.abril.com.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

GÊMEOS: Os gêmeos bivitelinos ou não idênticos são formados pela fecundação de dois óvulos
por dois espermatozoides. Na verdade, podem ou não ter o mesmo sexo e equivalem a duas
gestações que se desenvolvem ao mesmo tempo, no mesmo ambiente e em duas placentas. Já os
univitelinos ou idênticos formam-se quando um único óvulo, fecundado por um só
espermatozoide, sofre posteriormente uma divisão. Logo, gêmeos idênticos têm necessariamente
mesma carga genética, mesmo sexo e desenvolvem-se, normalmente, na mesma placenta.

SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO

É constituído pelos órgãos: testículo, epidídimo, canal deferente, próstata, vesícula seminal e pênis. A função do
sistema reprodutor masculino é produzir os espermatozoides para fecundar o gameta sexual feminino (óvulo)
pelo ato sexual é ocorrer à fecundação:

68
Os espermatozoides, célula sexual masculina, são produzidos
pelos testículos [1] (as “bolas”) que também produzem o
hormônio masculino – testosterona. Os espermatozoides são
armazenados e a madurecidos nos epidídimos [2]. Para
ocorrer à ejaculação, os espermatozoides são guiados pelo 4
canal deferente [3], dois ductos que cada um deles se une a
5
um ducto da vesícula seminal [4] e em seguida na próstata
3
[5]. Na vesícula seminal recebe um banho de um liquido com
vitaminas e carboidratos, que nutre os espermatozoides e na
próstata recebe um líquido viscoso e leitoso. Esses líquidos 6
ajudam na mobilidade dos espermatozoides. Após o
amadurecimento dos espermatozoides e recebendo os 7 2
líquidos da vesícula seminal e próstata, essa mistura
(secreção) passa a se chamar-se esperma ou sêmen. Então é 1
lançado pela uretra [6], canal que percorre o interior do pênis
[7]. Este última, órgão responsável pela ejaculação através Figura 96. Sistema reprodutor masculino. Fonte: Disponível em
da irrigação de sangue nos tecidos deste local. <http://fertivitro.wordpress.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

Apenas a cabeça do espermatozoide (corpo celular) entra em contato com a superfície do óvulo,
neste momento as membranas plasmáticas das duas células se fundem rompendo-se na área de
fusão, criando uma passagem por onde espermatozoide pode penetrar no óvulo. O interessante é
que assim que entra um espermatozoide, a membrana plasmática do óvulo torna-se impermeável
para os demais espermatozoides.

PUBERDADE
O que é puberdade?

Fase vivida pelo ser humano entre a infância e a fase adulta, ou seja, na adolescência. Trata - se de um momento
de transformações físicas e biológicas e de oscilações emocionais ocasionadas pelas alterações hormonais que o
corpo sofre. O corpo está voltado nessa fase para a produção dos hormônios sexuais que são diferentes em cada
sexo. O principal hormônio produzido pelos meninos é testosterona e nas meninas os hormônios estrogênio e
progesterona.

Nessa fase o crescimento se acelera, os órgãos sexuais ganham definição e a fertilidade se inicia. Essas são
modificações necessárias para a manutenção da espécie humana, já que dá ao homem e a mulher a capacidade e
condições para o processo de reprodução.

A puberdade nas meninas é caracterizada: Nos meninos a puberdade se caracteriza:

- pelo desenvolvimento dos seios e da genitália; - pelo engrossamento do timbre da voz;

- pelo aparecimento de pêlos pubianos na genitália e - pelo nascimento de pêlos no corpo (peito, pernas,
nas axilas; axilas, genitália);

- pela definição das formas do corpo acarretada pelo - pelo surgimento da barba;
acúmulo de gorduras em determinadas partes
(quadris, coxas); - pelo desenvolvimento muscular;

- pelo surgimento de erupções na pele (acne); - pelo aparecimento de acne;

- menarca - período da primeira menstruação. - pelo desenvolvimento da genitália;

- pela primeira ejaculação.

69
Quando os meninos e meninas começam a ter uma vida sexualmente ativa, antes, é necessário obter informações
importantes sobre como evitar a gravidez e como se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). É
muito importante que os pais conversem com seus filhos sobre esses assuntos e os incentivem a consultarem o
médico Ginecologista no caso das meninas e Urologista no caso dos meninos para esclarecimento mais
aprofundado sobre estas questões.

MÉTODOS ANTICONCEPCIONAIS

Como vimos, a partir da adolescência tanto o homem quanto a mulher passam por mudanças que os fazem poder
reproduzir – a gravidez. Quem pretende ter relações sexuais, mas não quer correr o risco de uma gravidez,
precisa utilizar algum método anticoncepcional ou contraceptivo. O casal deve conversar claramente sobre qual
medida adotar para evitar a gravidez. E isso deve ocorrer antes da primeira relação sexual, de preferência a
mulher deve procurar o médico Ginecologista.

Na sociedade atual, o planejamento familiar é muito importante para a qualidade de vida, pois só assim podemos
garantir um futuro digno aos nossos filhos. Criar, educar e sustentar uma pessoa é uma responsabilidade
enorme. Para isso, foram criados vários métodos contraceptivos, ou seja, métodos ou técnicas que evitem a
gravidez indesejada.

Existem diferentes tipos de métodos anticoncepcionais:

Pílula Anticoncepcional: elaborada a base de


hormônios que impedem a ovulação. Deve ser
indicada pelo ginecologista, já que os hormônios
podem reagir de maneiras diferentes de mulher
para mulher.

Preservativo: conhecida como Camisinha. A


matéria-prima utilizada para a sua fabricação é a
borracha (látex) e possui como função reter o
esperma no seu interior. São eficazes na
prevenção das DSTs.

DIU: é um dispositivo metálico ou plástico que


apenas o ginecologista pode colocar no interior
do útero. O DIU impede que o ovo realize
nidação (fixação do ovo na parede uterina).

Tabelinha: deve haver cuidado, pois possui uma


margem de erro de aproximadamente 40%.
Baseia-se em calcular o período fértil da mulher
pelo período de menstruação e evitar relações
sexuais nesse período.

Coito interrompido: consiste em não ejacular na


vagina (pouquíssimo confiável).

Esterilização (masculina e feminina): método


cirúrgico que ao ser realizado torna o homem ou
a mulher estéril. Na mulher (laqueadura): é
seccionada uma parte das tubas uterinas,
fechando, com pontos, as partes que sobraram.
Figura 97. Métodos anticoncepcionais. Fonte: Disponível em < Assim, nem o óvulo pode passar dos ovários
<http://rsi9c.blogspot.com.br>;<http://www.meuanticoncepcional.com>;
para as tubas, nem os espermatozoides
<http://www.ufsj.edu.br>;
http://blogdorubinho.com.br>;<http://alunos2alunos.blogspot.com.br> conseguem encontrar o óvulo para fertilizá-lo.
(modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013). No homem (vasectomia): é seccionado o canal
deferente, assim os espermatozoides são retidos

70
nos testículos e nos epidídimos.

DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DSTs)

Atenção, devemos ter muito cuidado para evitar as DSTs: doenças sexualmente transmissíveis.

O que são DSTs?

São infecções transmitidas através de relação sexual. Os principais agentes deste tipo de infecção são as
bactérias, vírus, protozoários e fungos. Uma das principais formas para se evitar tais doenças é o uso correto e
frequente de preservativos, já que os mesmos, além de reter o esperma no seu interior, não permite o contato
com os órgãos genitais feminino com o masculino, vice e verso.

Os vírus, bactérias, protozoários e fungos acabam sendo transportados pelo sêmen e por fluídos sexuais. Desta
forma, a utilização da camisinha, tanto masculina quanto feminina, impede a transmissão desses agentes
causadores. Sendo, o melhor método para prevenção dessas doenças.

Estas doenças devem ser tratadas de forma rápida e correta, pois o desenvolvimento delas no corpo humano
podem acarretar sérios problemas de saúde como: enfermidade, doenças neonatais, câncer ano-genital,
comprometimento do aparelho reprodutor e até mesmo a morte.

Conheça algumas das principais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs):

Figura 98. Doenças sexualmente transmissíveis. Fonte: Disponível em <eusr.wordpress.com>; <www.cabuloso.xpg.com.br>;<tododiasaude.com>;


<saude.culturamix.com>;<www.doctorshangout.com>;<www.imagensdeposito.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2013).

71
TABELA COM AS PRINCIPAIS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS:

Doenças Período de Sintomas Tratamento Prevenção


incubação
Podem ser removidas
HPV Ardor, coceira ou
com congelamento, Uso de preservativos
Papilomavírus Semanas a dor; pode causar
cauterização ou de látex durante a
humano anos. câncer de colo de
tratamento a laser ou relação sexual.
(Vírus) útero.
aplicação de creme.
Processo de
destruição dos
glóbulos brancos no
organismo provoca
baixa resistência do
sistema imunológico,
permitindo doenças
oportunistas, como:
febre alta, diarreia
Uso de preservativo
AIDS / HIV constante,
em todas as relações
Human De 3 a 10 anos crescimento dos A AIDS não pode ser
sexuais, não
Immunodeficiency entre a gânglios linfáticos, curada. Mas há
compartilhar agulhas
Virus contaminação e perda de peso e Coquetel de
se for dependente
o aparecimento erupções na pele, medicamentos que
químico. No caso de
Síndrome da de sintomas doenças podem diminuir o
transfusão de sangue,
imunodeficiência sugestivos de oportunistas, aparecimento de
necessário rigoroso
adquirida AIDS. problemas sintomas.
exame de detecção do
(Vírus) neurológicos, perda
vírus HIV.
de memória,
dificuldades de
coordenação
motora, sarcoma de
Kaposi (tipo de
câncer que causa
lesões na pele,
intestino e
estômago).
Herpes genital
Uso de preservativos;
Vírus do herpes O herpes genital não
abster-se de contato
simples tipo 2 pode ser curado. Mas
sexual ou ter um
(HSV2) Bolhas nas genitais e há medicamentos
Indeterminado. relacionamento
Vírus do herpes reto, ou ao redor. antivirais que podem
monogâmico de longo
simples tipo 1 diminuir e prevenir
prazo com um
(HSV-1) as erupções.
parceiro.
(Vírus)
Imunização por
Febre, falta de
Hepatite B 30 a 180 dias Não há tratamento vacina, abstinência de
apetite (anorexia),
Hepatitis B Virus (em média 75 eficaz para a sexo promíscuo e uso
mal estar, urina cor
(Vírus) dias). hepatite B. de seringas
de vinho e icterícia.
partilhadas.
Gonorreia Corrimento vaginal Uso de preservativo
Neisseria amarelo ou com durante sexo vaginal e
2 a 10 dias. Antibióticos
gonorrhoeae sangue, cólicas e dor, anal pode reduzir o
(Bactéria) sangramento fora do risco de infecção por
72
período de gonorreia.
menstruação, vômito
e febre; Infertilidade.
Clamídia
Chlamidia 1-2 semanas a 1 Ardor uretral ou Antibiótico oral e Uso de preservativo;
trachomatis mês ou mais. vaginal; infertilidade. local (na mulher). Higiene pós-coito.
(Bactéria)
Pode aparecer um
caroço doloroso e
avermelhado na
virilha (íngua), que
pode dificultar os
Cancro mole movimentos da
Hemophilus perna. Esse caroço
2 a 5 dias. Antibiótico. Uso de preservativo.
ducreyi pode drenar uma
(Bactéria) secreção purulenta
esverdeada ou
misturada com
sangue. Também
provoca dor de
cabeça e fraqueza.
Pode ocorrer doença
no coração, cérebro;
gânglios com inchaço
Sífilis
pelo corpo, erupções
Treponema 1 semana a 3
na pele (palmas das Penicilina. Uso de preservativo.
pallidum meses.
mãos e solas dos
(Bactéria)
pés), febre, mal
estar, perda do
apetite.
Corrimento
Tricomoníase esverdeado com
Uso de preservativo e
Trichomonas 10 a 30 dias, em odor, bolhas, Antibióticos tópicos
adequada higiene
vaginalis média. podendo ser ou via oral.
genital
(Protozoário) acompanhado de
coceira.
Coceira intensa e
Assepsia. Além de
estruturas ovais,
contato sexual, os
amarelas e brancas
Piolho púbico Removê-los piolhos
penduradas na ponta
(chato) Momento do facilmente com os púbicos também são
dos seus pêlos
Phtirus Púbis contato. dedos ou com um passados transmitidos
púbicos; Perigo de
(Artrópode) pente fino através de roupas,
erupções cutâneas
toalhas ou roupas de
provocadas pela
cama.
coceira.

RESPEITE SUA VIDA... USEM SEMPRE CAMISINHA!!!

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

80. O que são gametas sexuais? Qual o nome dado ao gameta masculino e feminino?
81. O que é zigoto?

73
82. Quais os órgãos do sistema reprodutor masculino e feminino? Explique suas funções.
83. Qual a relação entre ovulação e período fértil?
84. Explique o ciclo menstrual?
85. O que faz o organismo feminino menstruar?
86. Como ocorre a fecundação?
87. Como o zigoto se transforma em embrião?
88. O que são métodos ou técnicas anticoncepcionais? Cite três desses métodos explicando como funcionam.
89. O que são doenças sexualmente transmissíveis? Qual a principal maneira de evitá-las?

Pesquisar... as fases da embriologia humana.


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74
Unidade IV
GENES:
COMPONENTE FUNDAMENTAL DA VIDA E
DA EVOLUÇÃO
Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não
existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre.

Albert Einstein

75
CROMOSSOMOS E OS GENES

Os genes contêm as informações genéticas dos indivíduos e são transmitidas de pais para filhos. Localizam-se
dentro de cromossomos, no interior do núcleo das células. Atualmente, sabe-se que nas células eucarióticas
podem existir vários cromossomos e que cada um deles é formado por uma longa molécula de DNA associada a
moléculas de proteínas denominadas histonas, como mostra o esquema a seguir:

Figura 99. Esquema de cromossomos de eucariontes. Fonte: Disponível em <www.gaucherparapacientes.com.br>; <educacao.uol.com.br>

Como vimos anteriormente, nos núcleos das células (e também nas mitocôndrias e nos cloroplastos)
encontramos dois tipos de ácidos nucleicos: o DNA (ácido desoxirribonucleico) e o RNA (ácido ribonucleico). As
moléculas de DNA e de RNA são constituídas da união de unidades menores, os nucleotídeos.

Cada nucleotídeo é formado por um grupo


fosfato, um açúcar (desoxirribose no DNA e
ribose no RNA) e uma base nitrogenada.
Existem cinco tipos diferentes de bases
nitrogenadas: adenina (A), timina (T), guanina
(G), citosina (C), e uracila (U). As quatro
primeiras são encontradas no DNA. Já no
RNA, a timina é substituída pela uracila.

Figura 100. Esquema das bases nitrogenadas e ácidos nucleicos (RNA e


DNA). Fonte: Disponível em <chemistry.tutorvista.com>

76
Enquanto os nucleotídeos do RNA se agrupam numa cadeia simples, a molécula de DNA apresenta duas cadeias
emparelhadas e enroladas uma sobre a outra, formando uma estrutura conhecida como "dupla hélice". As
cadeias do DNA emparelham-se através da ligação entre as bases nitrogenadas: adenina com timina e citosina
com guanina (A - T; C - G), que são unidas por pontes de hidrogênio.

O PAPEL DOS ÁCIDOS NUCLEICOS NA SÍNTESE DE PROTEÍNAS


Dogma Central da Biologia

Alguns trechos do DNA presente nos cromossomos dão início a processos de fabricação de proteínas com as mais
diversas funções no organismo. Esses trechos de DNA são o que chamamos de genes.

Existem três tipos de RNA: mensageiro (mRNA), ribossômico (rRNA) e transportador (tRNA). Todos eles também
participam dos processos de síntese proteica, cada um apresentando diferentes funções.

Em resumo, a síntese de proteína pode ser esquematizada como:

DNA -> RNA -> Proteína

Veja o passo-a-passo deste processo:

Replicação e transcrição

O início da síntese de uma proteína se


dá quando determinado trecho de
DNA, um gene, tem suas duas cadeias
separadas pela ação de uma enzima
chamada polimerase do RNA. A
polimerase do RNA orienta os
nucleotídeos livres presentes no
núcleo junto a uma dessas cadeias de
DNA. Os nucleotídeos de RNA
agrupam-se segundo um
emparelhamento de bases
nitrogenadas parecido com o das duas
cadeias do DNA, com a diferença de
que a adenina se emparelha com a
uracila (A - U). Forma-se então uma
nova molécula de RNA, chamada de
mRNA, que se desprende da cadeia de
DNA e migra para o citoplasma. Este Figura 101.Replicação e transcrição. Fonte: Disponível em <www.colegiovascodagama.pt>
processo é chamado de transcrição.

tradução

A sequência de bases transcritas a partir do DNA carrega consigo a informação codificada para a construção de
uma molécula de proteína. Essa codificação se dá na forma de trincas de bases nitrogenadas, chamadas códons.

As proteínas são moléculas formadas por uma sequência de unidades menores chamadas aminoácidos. Os
códons do RNA formado nesse processo determinam os aminoácidos que constituirão uma determinada
molécula de proteína. Eles contêm, portanto, uma mensagem para a síntese proteica.

A etapa seguinte da síntese proteica ocorre no citoplasma das células, onde o mRNA formado durante a
transcrição acopla-se a organelas chamadas ribossomos, que são constituídas por rRNA associado a proteínas. É
nos ribossomos que ocorre a síntese - e eles podem encontrar-se livres no citoplasma ou associados ao retículo
endoplasmático rugoso. Entra em ação, então, o RNA transportador, que recebe esse nome em virtude de
77
transportar com ele os aminoácidos (unidades constituintes das proteínas). No tRNA há uma trinca de bases
nitrogenadas denominadas anticódon, por meio das quais ele se liga temporariamente ao mRNA no ribossomo,
pelas bases complementares (códon).

Os aminoácidos transportados em cada tRNA unem-se entre si por meio de uma ligação química conhecida por
ligação peptídica. O ribossomo, que catalisa esse processo, desloca-se então sobre o mRNAe o primeiro tRNA se
desliga do conjunto ribossomo-RNAm, sendo que os aminoácidos permanecem ligados.

Em seguida, uma nova molécula de tRNA se une ao ribossomo, transportando mais um aminoácido que se junta
aos outros dois. O processo continua até que todos os códons do mRNA tenham sido percorridos pelo ribossomo,
recebendo os tRNA complementares e formando uma cadeia de aminoácidos, ou seja, uma molécula de proteína.
Este processo é chamado de tradução.

Proteína

Figura 102.Tradução. Fonte: Disponível em <lu-biogeo10.blogspot.com>

Todas as proteínas presentes nos mais diferentes seres vivos são compostas por combinações entre 20
aminoácidos. Chamamos de código genético a correspondência entre os códons e os aminoácidos.

As quatro bases nitrogenadas do


mRNA combinam-se, três a três,
formando 64 códons que
correspondem a apenas 20
aminoácidos. Dois ou mais códons
podem codificar um mesmo
aminoácido, por isso costuma-se
dizer que o código genético é
degenerado. Existem também
alguns códons que não
correspondem a aminoácido
nenhum. Neste último caso, tratam-
se de códons que determinam o
término do processo de tradução.

Figura 103.Tabela de aminoácidos. Fonte: Disponível em

78
<aprendendobiologia.com.br>

Hoje se sabe que cada cromossomo dos eucariontes é formado por vários genes, separados entre si
por extensas regiões do DNA que não são transcritas em moléculas de RNA. Essas sequências não-
codificantes do DNA não ocorrem nos procariontes, em que praticamente todo o DNA é composto
apenas de genes. Já nos eucariontes, a porção não-codificante chega a corresponder a 97% de todo
o DNA. Assim, apenas uma pequena parte do DNA é formada por genes.

Embora ainda não se saiba exatamente a função de alguns trechos desse DNA, recentemente descobriu-se que o
DNA não-codificante:

 Participa da estruturação dos cromossomos;


 Pode apresentar alguns trechos correspondentes a genes que, ao longo da evolução de uma espécie,
deixaram de ter função; assim, desempenharam papel importante na evolução;
 Forma o centrômero, estrutura fundamental na correta distribuição dos cromossomos da divisão celular.

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

1. O que é um gene?
2. Pesquise a relação do genoma com a biotecnologia.
3. Assinale a alternativa que preencha corretamente e respectivamente as lacunas da frase abaixo:

Os _______________ são formados por bases nitrogenadas e outros componentes (fosfato e carboidrato), que
organizados em fitas formam os _________________________: DNA e RNA. Responsável pela síntese de
_______________, com o encadeamento de _____________________.

a. ácidos nucleicos – nucleotídeos - proteínas – aminoácidos


b. nucleotídeos - ácidos nucleicos – proteínas – aminoácidos
c. nucleotídeos – proteínas - ácidos nucleicos – aminoácidos
d. nucleotídeos - fosfato – proteínas – aminoácidos

4. As bases nitrogenadas A (Adenina) – T (Timina) – C (Citosina) – G (Guanina) correspondem ao:


a. RNA
b. DNA e RNA
c. DNA
d. nenhumas das alternativas

5. As bases nitrogenadas A (Adenina) – U (Uracilo) – C (Citosina) – G (Guanina) correspondem ao:


a. RNA
b. DNA e RNA
c. DNA
d. nenhumas das alternativas

6. Assinale a alternativa onde as complementaridades das bases nitrogenadas do DNA e RNA estejam
corretas:
a. DNA: A ↔ C / G ↔ T RNA: A ↔ C / G ↔ U
b. DNA: A ↔ G / C ↔ T RNA: A ↔ G / C ↔ U
c. DNA: A ↔ T / C ↔ G RNA: A ↔ U / C ↔ G
d. DNA: G ↔ T / C ↔ A RNA: G ↔ T / C ↔ U
79
7. A replicação (1), transcrição (2) e tradução (3), correspondem respectivamente a:
a. replicação do DNA (1) – transcrição do RNA (2) - tradução das proteínas (3)
b. b. replicação do RNA (1) – transcrição do DNA (2) – tradução das proteínas (3)
c. c. replicação das proteínas (1) - transcrição do DNA (2) – tradução do RNA (3)
d. d. replicação das proteínas (1) - transcrição do RNA (2) – tradução do DNA (3)

8. Responda:
a. Descreva resumidamente ou esquematize os processos que ocorrem na replicação – transcrição –
tradução (síntese de proteínas).
b. Explique a importância da síntese de proteínas para o nosso organismo?

GENÉTICA

O estudo da Genética nos possibilita estudar a natureza química do material hereditário, o modo de ação desse
material e os mecanismos de sua transmissão ao longo das gerações. E a maior contribuição para a genética atual
foi dada pelo monge Gregor Mendel (1822-1884), que realizou experimentos com ervilhas cultivadas em seu
jardim, no mosteiro de Brünn, na Áustria. As experiências por ele realizadas foram extremamente importantes
para que hoje conhecêssemos os genes e alguns dos mecanismos da hereditariedade. Suas experiências foram,
também, muito significantes para a compreensão de algumas lacunas da Teoria da Evolução, proposta tempos
antes.

Ao realizar experimentos com sete características diferentes de variedades puras de ervilhas, Mendel deduziu a
existência de unidades hereditárias, que atualmente chamamos de genes, os quais expressam frequentemente,
caracteres dominantes ou recessivos. Seu primeiro princípio (a lei da segregação), afirma que os genes se
encontram agrupados em pares nas células somáticas e que se separam durante a formação das células sexuais
(gametas femininos ou masculinos). Seu segundo princípio (a lei da segregação independente) afirma que a
atuação de um gene, para determinar uma característica física simples, não recebe influência de outras
características. As leis de Mendel, dessa forma, forneceram as bases teóricas para a genética moderna e a
hereditariedade.

Figura 104.Características de variedades puras de ervilhas usadas por Mendel. Fonte: Disponível em <estacaodoconhecimento.com.br>

80
A primeira lei de Mendel e noções de probabilidade

Mendel cruzava plantas que pertenciam a linhagens que ele chamava de linhagens puras. Essas linhagens eram
aquelas que produziam descendentes com características que não variavam de uma geração para outra. A
obtenção de linhagens puras em ervilhas é facilitada, pois a autofecundação é o processo natural de reprodução
nessa espécie.

Mendel estudou cuidadosamente sete pares de características contratantes das ervilhas. Os caracteres escolhidos
foram:

1- Comprimento da planta: de haste comprida ou de haste curta.


2- A textura das sementes maduras: lisas ou enrugadas.
3- A textura das vagens maduras: lisas ou com sulcos profundos entre as sementes.
4- A cor das sementes maduras: amarelos ou esverdeados.
5- A cor da casca das sementes: branca ou cinzenta. A casca cinzenta torna-se marrom quando cozida.
6- A cor das vagens imaturas; verdes ou amarelas.
7- A posição das flores: axilares – distribuídas por toda a haste principal – ou terminais – reunidas no alto da
haste.

Mendel cruzou plantas puras de ervilha que produziam sementes lisas com plantas puras que produziam
sementes rugosas. Essas plantas, que deram início á experimentação, constituíram a geração de pais ou geração
parental, representada pela letra P.

Os descendentes dessa geração P constituíram a geração F1 ou primeira geração de filhos. Os descentes de F1


constituíram a geração F2. Mendel observou que na geração F1 desse cruzamento todos os indivíduos produziram
sementes lisas, ou seja, a variedade rugosa não apareceu em F1. A seguir, Mendel deixou ocorrer autofecundação
das plantas F1 e analisou os descendentes (geração F2). Ele pôde constatar que em F2 cerca de 75% das sementes
eram lisas e 25% rugosas, o que dá uma proporção de 3 sementes lisas para 1 rugosa (3:1).

Mendel chamou de variedade dominante aquela que se manifesta na geração F1 e de recessiva aquela que
pertencia “escondida” em F1, só reaparecendo na geração F2 e com menos frequência.

Para explicar esses resultados, Mendel propôs que cada caráter é determinado por um par de fatores ou
partículas e que em cada variedade pura da geração parental esses fatores são iguais.

Vamos considerar que:

VV para semente lisa, dominante (utiliza-se a letra inicial da característica recessiva);


vv para semente rugosa, recessiva;

Na produção de gametas, esses fatores se


separam e vai cada um pra um gameta,
para que a carga genética seja sempre
constante nas espécies, pois metade vem
do gameta feminino e a outra metade do
masculino.

Ao cruzar indivíduos VV com vv, obteve-se Híbridos


100% da geração F1 Vv, porém apenas o
fator dominante se expressava:

Figura 105.Cruzamentos realizados por Mendel com ervilhas. Fonte: Disponível em <www.qieducacao.com>

81
E ao cruzar os híbridos da geração F1, 3/4 dos indivíduos eram dominantes e 1/4 eram recessivos:

Este estudo ficou conhecido como 1ª Lei de Mendel e pode ser enunciado da seguinte forma:

“cada caráter é determinado por um par de fatores que se separam na formação dos gametas, indo um fator do
par para cada gameta, que é, portanto, puro”.

Alguns conceitos fundamentais em genética:

Genética: é ciência que estuda a hereditariedade – transmissão das características de uma espécie, de geração a
geração. As características ou caracteres estão contidas nos genes.

Genes: segmentos de cromossomos responsáveis pela determinação de características hereditárias. Cada


característica é determinada por, pelo menos, um par de genes.

Cromossomo: estrutura que carrega os genes, localizada no núcleo da célula. O ser humano possui 46
cromossomos, sendo 23 de origem materna e 23 de origem paterna.

Cromossomos homólogos: dois cromossomos correspondentes, um vindo da mãe, outro do pai.

Genes alelos: par de genes situados em dois cromossomos homólogos, em mesmo local, ou lócus.

Gene dominante: gene que determina um caráter específico, mesmo estando presente uma única vez em um par
de genes. É representado por uma letra maiúscula: Aa; Pp; AA; PP.

Genótipo: potencial genético de um indivíduo, ou seja, os genes que ele carrega.

Fenótipo: expressão exterior do genótipo (Genótipo + Meio = Fenótipo)

 AA pele normal
 Aa pele normal
 aa pele Albina

DNA ou ADN: ácido desoxirribonucléico. Molécula que, associada a proteínas, forma os cromossomos. É
responsável pelas características do ser vivo e pela sua transmissão de geração a geração.

Enzima: proteína produzida pelas células. Atua em reações químicas no organismo. Específica em cada reação é
inteiramente recuperada após sua atuação.

Gametas: células reprodutoras haplóides.

Lócus: lugar ocupado pelo gene no cromossomo.

Homozigoto: é o indivíduo que apresenta, no par de cromossomos homólogos, dois alelos iguais para o mesmo
caráter (um de origem materna e outro de origem paterna). Exemplo: CC é homozigoto dominante para destro e
cc é homozigoto recessivo para canhoto.

Heterozigoto: é o indivíduo que apresenta, no par de cromossomos homólogos, dois alelos diferentes para o
mesmo caráter (um de origem materna e outro de origem paterna). Exemplo: Cc é heterozigoto para o caráter
habilidade manual.

Caráter dominante: é o caráter que se manifesta no heterozigoto, encobrindo o efeito de outro alelo. É
representados por letras maiúsculas. Cc é destro como o CC, porque o alelo C é dominante sobre o alelo c.

Caráter recessivo: é o caráter que não manifesta seu efeito no heterozigoto, ficando escondido. É representado
por letras minúsculas. Exemplo: No indivíduo Cc, o alelo c (canhoto) é recessivo.
82
Autossomo: qualquer cromossomo que não seja um cromossomo sexual.

Haplóide: célula com um conjunto de gen. Exemplo: gametas.

Diplóides: célula com dois conjuntos de genes.

A segunda lei de Mendel e a herança dos grupos sanguíneos

A segunda lei de Mendel ou também enunciada por diibridismo, refere-se à segregação independente dos
fatores, isto é, a separação de dois ou mais pares de genes alelos localizados em diferentes pares de
cromossomos homólogos, para formação dos gametas. Então, Mendel continua seu trabalho analisando dois
caracteres ao mesmo tempo...

Segue abaixo um exemplo prático da Segunda lei de Mendel:

Do cruzamento de ervilhas com características puras, em homozigose dominante e recessiva respectivamente


para a cor da semente (amarela e verde) e para a textura da semente (lisa e rugosa), temos a seguinte
representação para a geração parental e seus gametas:

VVRR (semente amarela e lisa) x vvrr (semente e rugosa)


Gameta → RV Gameta → rv

Desse cruzamento são originados exemplares vegetais de ervilha 100% heterozigóticas VvRr, com característica
essencialmente lisa e amarela (geração F1 – primeira geração filial).

A partir do cruzamento entre organismos da geração F1, são formados tipos diferentes de gametas e
combinações diversas para constituição dos indivíduos que irão surgir após a fecundação (geração F2).

Tipos de gametas da geração F1 → VR, vR, Vr e vr

Prováveis combinações entre os gametas:

Figura 106. Cruzamentos de dois caracteres ao mesmo tempo realizados por Mendel com ervilhas. Fonte: Disponível em <thinkbio.wordpress.com>

83
E a segunda lei de Mendel estabelece:

“Na formação dos gametas, o par de fatores responsáveis por uma característica separa-se independentemente
de outro par de fatores responsável por outra característica”.

Em um novo conceito:

“Os pares de alelos localizados em cromossomos não-homólogos separam-se independentemente na formação


dos gametas”.

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

1. Dê três exemplos de como os conhecimentos de genética afetam a sociedade moderna.


2. Quem foi o cientista que realizou estudos sobre herança genética com ervilhas conhecido como o pai da
genética:
a. Darwin
b. Medel
c. Lamarck
d. Pauster
3. Qual foi o critério de Medel para a realização das suas experiências?
4. O que é Genótipo e Fenótipo?
5. 4. Relacione as colunas da esquerda com a da direita:

a. Genética [ ] par de genes situados em dois cromossomos homólogos, em mesmo lócus.


b. DNA [ ] segmento de cromossomos responsáveis pela determinação de características
hereditárias.
c. Genes [ ] lugar ocupado pelo gene no cromossomo.
d. Genes alelos [ ] estudo da hereditariedade;
e. Lócus [ ] ácido desoxirribonucleico. Forma os cromossomos, responsáveis pelas características
dos seres vivos e pela transmissão de geração a geração.

5. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, um exemplo de genótipo homozigoto recessivo,


genótipo homozigoto dominante e genótipo heterozigoto.
a. AA; Aa; aa
b. Aa, AA, aa.
c. AA, aa, Aa.
d. aa, AA, Aa.

CONSTRUINDO UM HEREDOGRAMA

No caso da espécie humana, em que não se pode realizar experiências com cruzamentos dirigidos, a
determinação do padrão de herança das características depende de um levantamento do histórico familiar em
que certas características aparecem. Isso permite ao geneticista saber se uma dada característica é ou não
hereditária e de que modo ela é herdada. Esse levantamento é feito na forma de uma representação gráfica
denominada heredograma (do latim heredium, herança), também conhecida como genealogia ou árvore
genealógica.

84
Construir um heredograma consiste em representar, usando símbolos, as relações de parentesco entre os
indivíduos de uma família. Cada indivíduo é representado por um símbolo que indica as suas características
particulares e sua relação de parentesco com os demais.
Os principais símbolos são os seguintes:
A montagem de um heredograma obedece a
algumas regras:
1ª) Em cada casal, o homem deve ser colocado
à esquerda, e a mulher à direita, sempre que
for possível.
2ª) Os filhos devem ser colocados em ordem de
nascimento, da esquerda para a direita.
3ª) Cada geração que se sucede é indicada por
algarismos romanos (I, II, III, etc.). Dentro de
cada geração, os indivíduos são indicados por
algarismos arábicos, da esquerda para a direita.
Outra possibilidade é se indicar todos os
indivíduos de um heredograma por algarismos
arábicos, começando-se pelo primeiro da
esquerda, da primeira geração.
Figura 107. Principais símbolos para montar um heredrograma.
Fonte: Disponível em <www.sobiologia.com.br>

OBS.: Quando um dos membros de uma genealogia manifesta um fenótipo dominante, e não conseguimos
determinar se ele é homozigoto dominante ou heterozigoto, habitualmente o seu genótipo é indicado como A_,
B_ou C_, por exemplo.

Interpretação dos Heredogramas

Primeiramente, devemos lembrar que os pintados de preto possuem uma doença que desejamos saber se é
determinada por um alelo recessivo (a) ou dominante (A).
Exemplo:

Neste caso, já é possível determinar se a doença é dominante ou recessiva. Lembre-se de que apenas indivíduos
heterozigotos podem ter um filho com características diferentes das apresentadas por eles, logo a mãe possui
genótipo Aa e o pai também é Aa. A filha apresenta genótipo aa (recessivo), assim como todos os outros
indivíduos afetados. Podemos concluir, então, que a doença é determinada por um alelo recessivo.
Observe agora o segundo casal:
Aa Aa

aa

85
Como a mãe é portadora da doença e apresenta genótipo aa, sua filha deverá herdar um de seus alelos
recessivos. Como a filha é normal, seu genótipo é Aa, sendo que o alelo a veio de sua mãe. O pai é normal,
entretanto é impossível determinar se ele é AA ou Aa, pois não temos os genótipos de seus pais.

Aa Aa

A_ aa

Aa

Observe agora o terceiro e último casal:

Aa Aa

A_ aa aa

Aa aa

Já sabemos o genótipo do pai, entretanto, a mãe permanece incógnita. Por ser um indivíduo normal, filha de pais
heterozigotos, ela poderia ser AA ou Aa. Mas observe que seu filho é aa, então um a veio do pai e o outro, da
mãe. A mãe é, portanto, Aa.
Por fim, restou apenas o filho do primeiro casal, que pode ser AA ou Aa, pois é um indivíduo normal, filho de pais
heterozigotos. Esse indivíduo também não terá seu genótipo informado, pois não possui descendentes. Só
podemos concluir que ele possui um alelo A_.

Aa Aa

A_ aa A_ Aa aa

Aa aa

A interpretação do heredrograma não é complicada. Apenas devemos prestar bastante atenção nas simbologias e
gerações.

Dominância incompleta ou co-dominância


Nem todas as características são herdadas como a cor da semente da ervilha, em que o gene para a cor amarela
domina sobre o gene para cor verde. Muito frequentemente a combinação dos genes alelos diferentes produz
um fenótipo intermediário. Essa situação ilustra a chamada dominância incompleta ou co-dominância. Um
exemplo desse tipo de herança é a cor das flores maravilha. Elas podem ser vermelhas, brancas ou rosas. Plantas
que produzem flores cor-de-rosa são heterozigotas, enquanto os outros dois fenótipos são devidos à condição
homozigota. Supondo que o gene V determine a cor vermelha e o gene B, cor branca, teríamos:

VV = flor vermelha
BB = flor branca
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VB = flor cor-de-rosa
Apesar de anteriormente usarmos letras maiúsculas para indicar, respectivamente, os genes dominantes e
recessivos, quando se trata de dominância incompleta muitos autores preferem utilizar apenas diferentes letras
maiúsculas.
Fazendo o cruzamento de uma planta de maravilha que produz flores vermelhas com outra que produz flores
brancas e analisando os resultados fenotípicos da geração F1e F2, teríamos:

P B B

BV BV
V
cor-de-rosa cor-de-rosa
VB VB
V
cor-de-rosa cor-de-rosa

Figura 108. Co-dominância em flores maravilha.Fonte: Disponível em


<blogdoenem.com.br>

F1 = 100% VB (flores cor-de-rosa)


F2 = Genótipos: 1/4 VV, 1/2 VB e 1/4 BB
Fenótipo: 1/4 (25%) plantas com flores vermelhas
1/2 (50%) plantas com flores cor-de-rosa
1/4 (25%) plantas com flores brancas

Alelos letais: Os genes que matam

As mutações que ocorrem nos seres vivos são totalmente aleatórias e, às vezes, surgem variedades genéticas que
podem levar a morte do portador antes do nascimento ou, caso ele sobreviva, antes de atingir a maturidade
sexual. Esses genes que conduzem à morte do portador são conhecidos como alelos letais. Por exemplo, em uma
espécie de planta existe o gene C, dominante, responsável pela coloração verde das folhas. O alelo recessivo c,
condiciona a ausência de coloração nas folhas, portanto o homozigoto recessivo cc morre ainda na fase jovem da
planta. Pois, esta precisa do pigmento verde para produzir energia através da fotossíntese. O heterozigoto é uma
planta saudável, mas não tão eficiente na captação de energia solar, pela coloração verde clara em suas folhas.
Assim, se cruzarmos duas plantas heterozigotas, de folhas verdes claras, resultará na proporção 2:1 fenótipos
entre os descendentes, ao invés da proporção de 3:1 que seria esperada se fosse um caso clássico de
monoibridismo (cruzamento entre dois indivíduos heterozigotos para um único gene). No caso das plantas o
homozigoto recessivo morre logo após germinar, o que conduz a proporção 2:1.

Vejamos:
P C c

C CC Cc

c Cc cc

87
F1 = Fenótipo: 2/3 Verde clara; 1/3 Verde escura / Genótipo: 2/3 Cc; 1/3 CC
No homem, alguns genes letais provocam a morte do feto. É o caso dos genes para acondroplasia, por exemplo.
Trata-se de uma anomalia provocada por gene dominante que, em dose dupla, acarreta a morte do feto, mas em
dose simples ocasiona um tipo de nanismo, entre outras alterações.

Há genes letais no homem, que se manifestam depois do nascimento, alguns na infância e outros na idade adulta.
Na infância, por exemplo, temos os causadores da fibrose cística e dadistrofia muscular de Duchenne (anomalia
que acarreta a degeneração da bainha de mielina nos nervos). Dentre os que se expressam tardiamente na vida
do portador, estão os causadores da doença de Huntington, em que há a deterioração do tecido nervoso, com
perde de células principalmente em uma parte do cérebro, acarretando perda de memória, movimentos
involuntários e desequilíbrio emocional.

Herança Ligada Ao Sexo

Herança ligada ao sexo é a transmissão de características genéticas ou genes, por cromossomos sexuais. No caso
do cromossomo X as mulheres apresentam dois exemplares e os homens apenas um, por esse motivo as
mulheres são denominadas como homogaméticas e os homens como heterogaméticos.

A herança ligada ao sexo é determinada pelos genes exclusivos do cromossomo X e as principais doenças
relacionadas à herança ligada ao sexo são: o daltonismo, a hemofilia, anomalia da coagulação sanguínea,
glaucoma juvenil e outros.

As características exclusivas do cromossomo Y determinam a herança restrita ao sexo. Essa herança também é
chamada de holândrica e só se manifesta nos homens, pois seus genes se localizam na região do cromossomo Y.
Um exemplo desse tipo de herança é a hipertricose auricular caracterizada pela presença de pelos longos e
abundantes na orelha.

Entretanto, os cromossomos sexuais X e Y também apresentam regiões comuns, ou seja, regiões homólogas.
Assim, tanto a mulher como o homem apresentam dois genes para as características determinadas por essa
região. Essa herança é denominada de herança parcialmente ligada ao sexo e age como a herança autossômica.
Um exemplo dessa herança é uma alteração pigmentar localizada que se caracteriza pela transformação em
sarcoma de Kaposi, levando o indivíduo a morte.

A Herança Dos Grupos Sanguíneos

Por volta de 1900, o médico Landsteiner constatou a existência de antígenos nas hemácias que, nos casos de
incompatibilidade sanguínea, são atacados por anticorpos existentes no plasma. Como a reação de
incompatibilidade ocorre com a aglutinação das hemácias do doador no corpo do receptor, os antígenos do
sistema ABO são denominados aglutinogênios e são proteínas que aparecem na membrana das hemácias,
determinando o tipo sanguíneo. Os anticorpos desse sistema são denominados aglutininas e reagem contra
aglutinogênios específicos.

Observe a abaixo os tipos de aglutinogênios e aglutinas.

Figura 109. Tipos de aglutinoênios e tabela de incompatibilidade sanguínea. Fonte:


Disponível em <viamedicina.blog.com>; <slideplayer.com.br>

88
Em grandes transfusões, o antígeno do doador pode reagir com o anticorpo do receptor e vice-versa.

Os quatro grupos sanguíneos são determinados pelos seguintes genes alelos:

Figura 110. Genes alelos dos quatro grupos sanguíneos. Fonte: Disponível em <estacaodoconhecimento.com.br>

Sistema RH

Em 1940 Landsteiner e Wiender descobriram outro sistema de grupos sanguíneos, a partir do macaco Rhesus. O
sangue do macaco injetado em cobaias provocava nesses animais a síntese de anticorpos que podiam promover a
aglutinação do sangue doado numa segunda transfusão.

Concluíram que o sangue do macaco continha um antígeno que provocava, na cobaia, a produção de anticorpos.
Denominou-se:

- Fator Rh: antígeno produzido pelo macaco.


- Anti-Rh: anticorpo produzido pela cobaia.

Sistema Rh no sangue humano:

Analisando-se o sangue humano, concluiu-se que 85% das amostras apresentavam o antígeno fator Rh. Sendo
assim, foram determinados:

Rh+: sangue com antígeno Rh.


Rh-: sangue sem antígeno Rh.

Nas transfusões e o sistema Rh funciona da seguinte maneira:

Rh- : doa para Rh+ e Rh-


Rh+ : doa para Rh+.
Se Rh+ doa para Rh-, este fica sensibilizado e numa segunda doação acontecem problemas de incompatibilidade.

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

6. Um cachorro preto (AA) cruza com uma cachorra branca (aa). Qual é a porcentagem dos seus filhos
apresentarem genótipo heterozigoto? Assinale a alternativa correta.
a. 0%
b. 100% A A
a
c. 50%
a
d. 25%

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7. Uma flor amarela (Aa) cruza com outra flor amarela (Aa). Qual é a porcentagem dos seus filhos
apresentarem genótipo homozigoto dominante? Assinale a alternativa correta.
a. 0%
b. 100% A a
A
c. 50%
a
d. 25%
8. Uma criança do sexo masculino, que acaba de nascer, tem como pai um indivíduo que apresenta
hemofilia e é normal com relação ao daltonismo. Sua mãe é portadora do gen para o daltonismo, mas não
para o gen da hemofilia. Quanto a essa criança, podemos afirmar que:
a. tem 50% de chance de ser daltônica.
b. tem 50% de chance de ser hemofílica.
c. tem 25% de chance de ser hemofílica.
d. tem 75% de chance de ser daltônica.
e. não tem chance de ser daltônica.
9. Uma característica genética recessiva presente no cromossomo Y é:
a. poder ser herdada do pai ou da mãe pelos descendentes do sexo masculino e do feminino.
b. só poder ser herdada a partir do pai por seus descendentes do sexo masculino.
c. só poder ser herdada a partir do pai por seus descendentes do sexo feminino.
d. só poder ser herdada a partir da mãe por seus descendentes do sexo masculino.
e. só poder ser herdada a partir da mãe por seus descendentes do sexo feminino.Cite três doenças
genéticas em humanos.
10. Cruzando-se galo branco com uma galinha preta, sendo ambos homozigotos para seus respectivos
caracteres e com ausência de dominância, obtêm-se em F1 100% de indivíduos azuis. Do cruzamento dos
indivíduos de F1, obtêm-se em F2 a seguinte relação fenotípica:
I. 25% preto, 50% azuis, 25% branco
II. 25% preto, 25% azuis, 50% branco
III. 25% brancos, 25% azuis, 50% pretos
IV. 25% brancos e 75% pretos
V. 25% brancos e 75% azuis

Apresentam genótipo Aa as linhagens:

a. I e II
b. II e III
c. II e IV
d. I e IV
e. III e IV

EVOLUÇÃO BIOLÓGICA
Evolução significa descendência com modificações ou alteração da forma, da fisiologia e do comportamento de
organismos ao longo de muitas gerações de tempo.

AS EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO

O esclarecimento do mecanismo de atuação da evolução biológica somente foi concretamente conseguido a


partir dos trabalhos de dois cientistas, o francês Jean Baptiste Lamarck (1744 – 1829) e o inglês Charles
Darwin (1809 – 1882). A discussão evolucionista, no entanto, levanta grande polêmica. Por esse motivo é preciso
descrever, inicialmente, as principais evidências da evolução utilizadas pelos evolucionistas em defesa de sua
tese. Dentre as mais utilizadas destacam-se:

 os fósseis;
 a semelhança embriológica e anatômica existente entre os componentes de alguns grupos animais
(notadamente os vertebrados);

90
 a existência de estruturas vestigiais e as evidências bioquímicas relacionadas a determinadas moléculas
comuns a muitos seres vivos.

Como os fósseis auxiliam na teoria da evolução biológica?

Um fóssil (do latim fossilis, tirado da terra) é qualquer vestígio de um ser vivo que habitou o nosso planeta em
tempos remotos, como: uma parte do corpo, uma pegada e uma impressão corporal. O estudo dos fósseis
permite deduzir o tamanho e a forma dos organismos que os deixaram, possibilitando a reconstrução de uma
imagem, possivelmente parecida, dos seres quando eram vivos.

A. B.

Figura 111. A) Comparação de Cycadales fóssil com o um exemplar moderno; B) reconstrução de uma ave pré-histórica por meio de análises de um esqueleto fóssil.
Fonte: Disponível em <cienciaxreligiao.blogspot.com>; <biologicalnotes.blogspot.com>

Anatomia comparada

A asa de uma ave, a nadadeira anterior de um golfinho e o braço de um homem, ainda que muito diferentes,
possuem estrutura óssea e muscular bastante parecidas. A semelhança pode ser explicada admitindo-se que
esses seres tiveram ancestrais em comum, dos quais herdaram um plano básico de estrutura corporal.

Figura 112. Anatomia comparada - vertebrados. Fonte: Disponível em <gabrielabarrerohernandezcpm.blogspot.com>

O parentesco evolutivo entre as aves e os mamíferos, por exemplo, também permite explicar as semelhanças
entre os órgãos internos desses animais. O coração e o sistema circulatório e nervoso, entre outros, são
constituídos pelas mesmas partes básicas.

Semelhanças embrionárias

As semelhanças entre os embriões de determinados grupos de animais são ainda maiores do que as semelhanças
encontradas nas formas adultas, por exemplo, é difícil distinguir embriões jovens de peixes, sapos, tartarugas,
pássaros e seres humanos, todos pertencentes ao grupo dos vertebrados. Essa semelhança pode ser explicada se

91
levarmos em conta que durante o processo embrionário é esboçado o plano estrutural básico do corpo, que
todos eles herdaram de um ancestral comum.

Figura 113. Anatomia comparada - vertebrados. Fonte: Disponível em <


colorindoajustica.blogspot.com>; < interna.coceducacao.com.br>

Órgãos ou estruturas homólogos

Certos órgãos ou estruturas se desenvolvem de modo


muito semelhante nos embriões de todos os
vertebrados. São os órgãos homólogos. Apesar de
terem a mesma origem embrionária, os órgãos
homólogos podem ter funções diferentes, como é o
caso do braço humano e da asa de uma ave, por
exemplo.

Figura 114. Órgãos ou estruturas homólogas - vertebrados. Fonte: Disponível em


<terra-online.blogspot.com>

Órgãos ou estruturas análogos

Se dois órgãos ou estruturas desempenham


a mesma função, mas têm origem
embrionária diferente, são chamados
análogos. As asas de aves e de insetos, por
exemplo, são estruturas análogas: ambas
servem para voar, porém suas origens
embrionárias são totalmente distintas.

Figura 115. Órgãos ou estruturas análogos - vertebrados. Fonte: Disponível em <probiokelinton.wordpress.com> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).

92
Órgãos vestigiais

Órgãos vestigiais são estruturas atrofiadas, sem função evidente no organismo.


O apêndice cecal do intestino humano, por exemplo, é um órgão vestigial. Esse
órgão é uma pequena projeção do ceco (região do intestino grosso) e não
desempenha nenhuma função importante no homem e nos animais carnívoros.
Já nos herbívoros, o apêndice é muito desenvolvido e tem importante papel na
digestão da celulose; nele vivem microrganismos que atuam na digestão dessa
substância.

Figura 116. Exemplo de órgãos vestigiais.


Fonte: Disponível em <www.sobiologia.com.br>

Tudo indica que os mamíferos atuais, carnívoros e herbívoros, tiveram ancestrais comuns, cuja dieta devia ser
baseada em alimentos vegetais, ricos em celulose. Entretanto, no decorrer da evolução, cecos e apêndices
deixaram de ser vantajosos para alguns grupos de organismos, nos quais se encontram reduzidos, como vestígios
de sua origem.

HISTÓRIA DA BIOLOGIA EVOLUTIVA


As ideias de Lamarck

Lamarck, naturalista francês, foi o primeiro a propor uma teoria sintética da evolução. Sua teoria foi publicada em
1809, no livro Filosofia Zoológica. Ele dizia que formas de vida mais simples surgem a partir da matéria inanimada
por geração espontânea e progridem a um estágio de maior complexidade e perfeição.

Em sua teoria, Lamarck sustentou que a progressão dos organismos era guiada pelo meio ambiente: se o
ambiente sofre modificações, os organismos procuram adaptar-se a ele.
Nesse processo de adaptação, um ou mais órgãos são mais usados do que outros. O uso ou o desusodos
diferentes órgãos alterariam características do corpo, e estas características seriam transmitidas para as próximas
gerações. Assim, ao longo do tempo os organismos se modificariam, podendo dar origem as novas espécies.
Segundo Lamarck, portanto, o princípio evolutivo estaria baseado em duas leis fundamentais:
Lei do uso ou desuso: no processo de adaptação ao meio, o uso de determinadas partes do corpo do organismo
faz com que elas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem;

Figura 117. Exemplo da teoria evolutiva de Lamarck. Fonte: Disponível em <www.uff.br> (modificado – equipe Cia. de Ensino, 2015).

93
Um exemplo clássico da lei do uso e do desuso é o crescimento do pescoço da girafa. Segundo Lamarck: Devido
ao esforço da girafa para comer as folhas das arvores mais altas o pescoço do mesmo acabou crescendo.

Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: alterações no corpo do organismo provocadas pelo uso ou desuso
são transmitidas aos descendentes.
Na época, as idéias de Lamarck foram rejeitadas, não porque falavam na herança das características adquiridas,
mas por falarem em evolução. Não se sabia nada sobre herança genética e acreditavam-se que as espécies eram
imutáveis. Somente muito mais tarde os cientistas puderam contestar a herança dos caracteres adquiridos. Uma
pessoa que pratica atividade física terá musculatura mais desenvolvida, mas essa condição não é transmitida aos
seus descendentes.
Mesmo estando enganado quanto às suas interpretações, Lamarck merece ser respeitado, pois foi o primeiro
cientista a questionar o fixismo e defender ideais sobre evolução. Ele introduziu também o conceito da adaptação
dos organismos ao meio, muito importante para o entendimento da evolução.

Um Pouco da História do Darwinismo

A viagem de Darwin ao redor do mundo

Muitas das observações que levaram Charles Darwin a elaborar


sua teoria evolucionista ocorreram durante a viagem ao redor
do mundo, como naturalista do navio inglês H. S. S.
Beagle. Durante os cinco anos que durou a viagem, iniciada em
1831, Darwin visitou diversos locais da América do Sul
(inclusive o Brasil) e da Austrália, além de vários arquipélagos
tropicais.
Figura 118. Exemplo da teoria evolutiva de Lamarck. Fonte: Disponível em <www.sobiologia.com.br>

Durante a viagem do Beagle, Darwin fez escavações na Patagônia, onde encontrou fósseis de mamíferos já
extintos. Darwin descobriu o fóssil de um animal gigantesco, com a organização esquelética muito semelhante à
dos tatus que hoje habitam o continente sul-americano.

Figura 119. Trajetória da viagem de Darwin no navio Beagle. Fonte: Disponível em <www.oum.ox.ac.uk>

Nas ilhas Galápagos, um conjunto de ilhas pequenas e áridas, situadas no Oceano Pacífico a cerca de 800 Km da
costa do Equador, Darwin encontrou uma fauna e uma flora altamente peculiares, que variavam ligeiramente de
ilha para ilha.

94
Darwin se torna adepto do evolucionismo

Darwin só se tornou verdadeiramente evolucionista vários meses após regressar de sua viagem, em cerca de
1837. Só então, pode compreender o significado evolutivo de suas observações em Galápagos e em outros locais
ao rever suas anotações e submeter o material coletado na viagem a diversos especialistas.

A pergunta que Darwin se fazia era: se os animais e plantas tinham sido criados tal e qual se apresentam hoje,
porque razão espécies distintas, mas notadamente semelhantes, como as de pássaros e tartarugas de Galápagos,
foram colocadas pelo criador e ilhas próximas, e não distribuídas homogeneamente pelo mundo? Era realmente
surpreendente que ilhas de clima e condições físicas semelhantes, mas distantes uma das outras (como
Galápagos e Cabo Verde, por exemplo) não tivessem espécies semelhantes.
Darwin acabou concluindo que a flora e a fauna de ilhas próximas são semelhantes porque se originam de
ancestrais comuns, provenientes dos continentes próximos. Em cada uma das ilhas, as populações colonizadoras
sofrem adaptações específicas, originando diferentes variedades de espécies.
Na reprodução e criação de qualquer grupo de uma espécie, as variações naturais (mutações) irão ocorrer. Se
uma particular mutação for benéfica para aqueles membros que a desenvolveram, então esses membros vão
sobreviver por mais tempo e terão mais filhos. Dessa forma, a mutação vai se espalhar por toda a população da
espécie ao longo do tempo. Em algum momento no futuro, como resultado das mutações acumuladas, uma nova
espécie começara, gradualmente, a surgir. Se uma determinada mutação é benéfica ou não, depende do ambente
– um bico grande só é útil se houver sementes maiores para serem quebradas. Dessa forma, uma espécie se
adapta ao seu entorno.
Esses são dois processos, a seleção natural e a adaptação ao meio ambiente, os pilares de “A teoria da Evolução
de Darwin”, determinam a maneira como as plantas e os animais evoluem ao longo do tempo, e explicam como
novas espécies podem surgir em ambientes isolados como as Ilhas Galápagos.

Seleção Natural

A seleção natural atua permanentemente sobre todas as


populações. Mesmo em ambientes estáveis e constantes, a
seleção natural age de modo estabilizador, está presente,
eliminando os fenótipos desviantes.
Entretanto, o ambiente não representa um sistema constante e
estável, quer ao longo do tempo, quer ao longo do espaço, o
que determina interações diferentes entre os organismos é o
meio.
Essa heterogeneidade propicia diferentes pressões seletivas
sobre o conjunto gênico da população, evitando a eliminação
de determinados alelos que, em um ambiente constante e
estável, não seriam mantidos. Dessa forma, a variabilidade
genética sofre menor redução.

Figura 120. Efeito da Seleção Natural. Fonte: Disponível em <pt.wikipedia.org>

Exemplos de seleção natural

Resistência a antibióticos ou a inseticidas

A resistência de bactérias a antibióticos e de insetos a inseticidas têm aumentado muito nos últimos anos,
havendo sempre a necessidade de se desenvolverem novos antibióticos e novos inseticidas.

95
Coloração de advertência

Alguns animais produzem ou acumulam


substâncias químicas nocivas e
apresentam coloração vistosa, chamada
coloração de advertência, sinalizando que
eles não devem ser ingeridos. Quem tenta
se alimentar de um desses organismos
aprende a não comer outro semelhante.

Figura 121. Exemplos de coloração de advertência – cobra e rã.


Fonte: Disponível em <pt.wikipedia.org>; <poetadeguardanapo.blogspot.com>

O Melanismo Industrial

Antes da industrialização da Inglaterra, predominavam as


mariposas claras; mas às vezes apareciam mutantes escuros,
dominantes, que, apesar de serem mais robustos, eram eliminados
pelos predadores por serem visíveis. Depois da industrialização, no
século passado, os mutantes escuros passaram a ser mimetizados
pela fuligem. Estes passaram a ser menos predados, por estarem
"escondidos", o que aumentou a sua frequência na população. Os
predadores das mariposas, como por exemplo, os pássaros atuam
como agentes seletivos.
Figura 122. Exemplos de Melanismi Industrial em mariposas.
Fonte: Disponível em <ceambientalblog.blogspot.com>

Camuflagem e mimetismo

A ação da seleção natural também é verificada no


estabelecimento de características que tornam os
organismos semelhantes a outros ou a objetos do
ambiente (mimetismo), de modo que passam
despercebidas de seus predadores ou estes às suas
presas.

Figura 123. Exemplos de mimetismo. Fonte: Disponível em <pt.wikipedia.org>

É o caso de certos animais que são menos predados, pois, por seleção natural, passam a ter uma coloração que os
torna imperceptíveis no meio, combinando seu padrão de cor com o do ambiente: cascas de árvores, cor da areia
galhos e folhas, por exemplo.

A. Por outro lado, certos predadores também podem apresentar


a cor do meio de modo que a presa não percebe a sua
presença e é mais facilmente capturada.
Além da cor, certos animais passam a ter também por seleção
natural, a forma e a cor de estruturas do meio onde vivem. É o
caso dos insetos bicho-folha e bicho-pau, que se assemelham
a folhas e gravetos respectivamente. Esses casos são
chamados de camuflagem.

96
B. C.

Figura 124. Exemplos de camuflagens: A) lagartixa-satânica-cauda-de-folha; B) bicho-pau; C) bicho-folha.


Fonte: Disponível em <www.hypeness.com.br>; <4anopurissimo.blogspot.com>; <pt.wikipedia.org>

Teoria Sintética da Evolução

De 1900 até cerca de 1920, os adeptos da genética mendeliana acreditavam que apenas as mutações eram
responsáveis pela evolução e que a seleção natural não tinha importância nesse processo.

Depois disso vários cientistas começaram a conciliar as ideias sobre seleção natural com os fatos da Genética, o
que culminou com a formulação da Teoria sintética da evolução, às vezes chamada também de Neodarwinismo.
Conforme Darwin já havia proposto, essa teoria considera a população como a unidade evolutiva. Uma população
pode ser definida como “um grupamento de indivíduos da mesma espécie que ocorrem em uma mesma área
geográfica, em um mesmo intervalo de tempo”.
Cada população apresenta determinado conjunto gênico, que pode ser alterado de acordo com fatores
evolutivos. O conjunto gênico de uma população é o conjunto de todos os genes presentes nessa população.
Assim, quanto maior for o conjunto gênico da população, maior será a variabilidade genética.
Os principais fatores evolutivos que atuam sobre o conjunto gênico da população podem ser reunidos em duas
categorias:

 fatores que tendem a aumentar a variabilidade genética da população – mutação e permutação;


 fatores que atuam sobre a variabilidade genética já estabelecida – migração, deriva genética e seleção
natural.

Sabe-se que uma população está evoluindo quando se verificam alterações na frequência de seus genes.
Atualmente considera-se a evolução como o conceito central e unificador da Biologia. Uma frase marcante que
enfatiza essa ideia foi escrita pelo cientista Dobzhansky: “Nada se faz em biologia a não ser à luz da evolução”.

Bases genéticas da evolução

A mutação cria novos genes, e a recombinação os


mistura com os genes já existentes, originando os
indivíduos geneticamente variados de uma
população. A seleção natural, por sua vez, favorece
os portadores de determinados conjuntos gênicos
adaptativos, que tendem a sobreviver e se
reproduzir em maior escala que outros. Em função
da atuação desses e de outros fatores evolutivos, a
composição gênica das populações se modifica ao
longo do tempo.
Figura 125. Exemplo da importância da variação genética em populações. Fonte:
Disponível em <slideplayer.com.br>

97
Mutações

As mutações podem ser cromossômicas ou gênicas. As mutações cromossômicas podem ser alterações no
número ou na forma dos cromossomos. As mutações gênicas originam-se de alterações na sequência de bases
nitrogenadas de determinado gene durante a duplicação da molécula de DNA. Essa alteração pode ocorrer por
perda, adição ou substituição de nucleotídeos, o que pode originar um gene capaz de codificar uma proteína
diferente da que deveria ter sido codificada.

As mutações gênicas são consideradas as fontes primárias da variabilidade, pois aumentam o número de alelos
disponíveis em um lócus, incrementando um conjunto gênico da população. Embora ocorram espontaneamente,
podem ser provocados por agentes mutagênicos, como radiações e certas substâncias químicas (a droga ilegal
LSD, por exemplo).
As mutações não ocorrem para adaptar o indivíduo ao ambiente. Elas ocorrem ao acaso e, por seleção natural,
são mantidas quando adaptativas (seleção positiva) ou eliminadas em caso contrário (seleção negativa). Podem
ocorrer em células somáticas ou em células germinativas; neste último caso as mutações são de fundamental
importância para a evolução, pois são transmitidas aos descendentes.

Figura 126. Exemplo de mutações que ocorrem em nível de genes. Fonte: Disponível em <anaines12b.blogspot.com>

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

11. Dentre as afirmativas seguintes, assinale a que NÃO corresponde a uma evidência que apoie a Teoria de
Evolução das espécies:
a. Estudos de anatomia comparada mostram que as semelhanças internas entre seres de espécies
diferentes são resultantes de irradiação adaptativa.
b. Os embriões dos vertebrados apresentam os mesmos padrões básicos de desenvolvimento,
decorrentes do parentesco entre eles.
c. Os estudos envolvendo fósseis indicam que a vida na terra sofreu alterações ao longo do tempo,
além de permitirem comparações com os seres vivos atuais.
d. Ao longo de sua vida, os seres vivos sofrem alterações de seu material genético, em consequência
das pressões seletivas do ambiente em que vivem.
12. Em relação às evidências da evolução biológica, é correto afirmar que:
a. um órgão vestigial, como o apêndice vermiforme no homem, não é evidência da evolução, porque
é uma estrutura atrofiada e sem função aparente.
98
b. a pata dianteira de um cavalo e a asa de um morcego constituem evidência da evolução, porque
são estruturas homólogas, apesar de o cavalo ter perdido os dedos, enquanto no morcego estes
não só foram mantidos como alongados.
c. a asa de uma ave e o élitro (asa dura) de um besouro podem ser considerados como evidência da
evolução, porque são estruturas análogas, que possuem origem embriológica diferente.
d. os fósseis constituem uma evidência da evolução, porque mostram que os organismos atuais são
mais especializados e mais adaptados que os extintos.
e. a embriogênese é uma evidência da evolução, porque mostra que uma célula ovo evolui para
mórula, blástula, gástrula e embrião, que, finalmente, evolui para o indivíduo adulto.
13. Um agricultor utilizou um mesmo inseticida durante longo tempo em sua lavoura para eliminar uma
praga. Após todo esse tempo, ele verificou que a população da praga tornou-se resistente ao inseticida. O
fenômeno evolutivo que ocorreu na população da praga foi:
a. Mutação.
b. Aberração cromossômica numérica.
c. Isolamento reprodutivo.
d. Seleção natural.
e. Formação de nova espécie.
14. Descreva uma comparação entre a teoria de Lamarck e Darwin em relação a como a girafa passou a ter
pescoço comprido?
15. Considerando diferentes hipóteses evolucionistas, analise as afirmações abaixo e as respectivas
justificativas.
A – O Urso Polar é BRANCO porque vive na NEVE!
B – O Urso Polar vive na NEVE porque é BRANCO!
As afirmações A e B podem ser atribuídas, respectivamente, a:
a. Lamarck e Darwin.
b. Pasteur e Lamarck.
c. Pasteur e Darwin.
d. Darwin e Wallace.
e. Wallace e Darwin.
16. Por que a mutação é um dos mais importantes fatores evolutivos?
17. Porque a variação genética em populações é importante?
18. Cite três exemplos de Seleção Natural?

Pesquisar... Os seres humanos descendem do macaco?


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99
Unidade V
AS INTERAÇÕES DA NATUREZA:
ECOLOGIA

“É triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve”.
Victor Hugo 100
ECOLOGIA

Ecologia (do grego “oikos", que significa casa, e "logos", estudo, reflexão), é o ramo da biologia que estuda as
interações entre os seres vivos e o meio onde vivem, envolvendo a dependência da água, do solo e do ar.

Dessa forma, as relações vão além do comportamento individual e a influência causada pelos fatores ambientais
(temperatura, umidade, pressão). Mas se estendem à organização das espécies em populações, comunidades,
formando um ecossistema e toda a biosfera.

CONCEITOS BÁSICOS

Espécie: é o conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que se


reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Ex.: Homo sapiens

População: é o conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área em um determinado
período. Ex.: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando
amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc.

Comunidade ou Biocenose: é o conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma região
num determinado período. Ex.: seres de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos
oceanos, etc.

Ecossistema ou Sistema Ecológico: é o conjunto formado pelo meio ambiente físico, ou seja, o BIÓTOPO
(formado por fatores abióticos como: solo, água, ar) mais a comunidade (formada por componentes bióticos -
seres vivos) que com o meio se relaciona.

Biosfera: toda vida ocorre numa faixa denominada biosfera, que inclui a superfície da Terra, os rios, os lagos,
mares e oceanos e parte da atmosfera. E a vida é só possível nessa faixa porque aí se encontram os gases
necessários para as espécies terrestres e aquáticas: oxigênio e nitrogênio.

Figura 127. Níveis de organização biológica. Fonte: Disponível em <slideplayer.com.br>

Habitat: é o lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, isto é, o seu "ENDEREÇO" dentro do
ecossistema. Exemplo: Uma planta pode ser o habitat de um inseto, o leão pode ser encontrado nas savanas
africanas, etc.

101
Biótopo: Área física na qual determinada comunidade vive. Por exemplo, o habitat das piranhas é a água doce,
como, por exemplo, a do rio Amazonas ou dos rios do complexo do Pantanal o biótopo rio Amazonas é o local
onde vivem todas as populações de organismos vivos desse rio, dentre elas, a de piranhas.

Nicho Ecológico: é o papel que o organismo desempenha, isto é, a "PROFISSÃO" do organismo no ecossistema. O
nicho informa às custas de que se alimenta, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea
do Anopheles (transmite malária) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), o leão atua como predador
devorando grandes herbívoros, como zebras e antílopes.

Ecótono: é a região de transição entre duas comunidades ou entre dois ecossistemas. Nas áreas de transição
(ecótono) vamos encontrar grande número de espécies e, por conseguinte, grande número de nichos ecológicos.

Biosfera

A biosfera refere-se à região do planeta ocupada pelos seres vivos. É possível encontrar vida em todas as regiões
do planeta, por mais quente ou frio que elas sejam. O conceito de biosfera foi criado por analogia a outros
conceitos empregados para designar parte de nosso planeta.

De modo qual, podemos dizer que os limites da biosfera se estendem desde as altas montanhas até as
profundezas das fossas abissais marinhas.

Figura 128. Representação da biosfera. Fonte: Disponível em <www.mundobiologia.com>

Ecossistemas

Conjunto formado por uma biocenose ou comunidade biótica e fatores abióticos que interagem, originando uma
troca de matéria entre as partes vivas e não vivas. Em termos funcionais, é a unidade básica da Ecologia, incluindo
comunidades bióticas e o meio abiótico influenciando-se mutuamente, de modo a atingir um equilíbrio. De
acordo com a sua situação geográfica, os principais ecossistemas podem ser classificados em: terrestres ou
aquáticos.

Fatores abióticos: compostos não vivos do meio ambiente;

Fatores bióticos: formados pelos organismos vivos. Estes podem ser classificados em:

 Produtores: seres autotróficos, na maior parte dos casos plantas verdes, capazes de fabricar a seu
próprio alimento a partir de substâncias inorgânicas simples;

102
 Consumidos: organismos heterotróficos, quase sempre animais, que se alimentam de outros
seres ou de partículas de matéria orgânica;

 Decompositores: seres heterotróficos, na sua maioria bactérias e fungos que decompõe as


complexas substâncias dos organismos, libertando substâncias simples que, lançadas no ambiente
podem ser assimiladas pelos produtores.

Figura 129. Sistematização de um ecossistema. Fonte: Disponível em <cursa.ihmc.us>

Os fatores limitantes do ecossistema

Fatores Abióticos

Estes influenciam o crescimento, atividade e as características que os seres apresentam, assim como a sua
distribuição por diferentes locais. Estes fatores variam de valor de local para local, determinando uma grande
diversidade de ambientes. Ou seja, o conjunto de todos os fatores físicos que podem incidir sobre as
comunidades de certa região.

Os diferentes fatores abióticos podem agrupar-se em dois tipos principais - os fatores climáticos, como a luz, a
temperatura e a umidade, que caracterizam o clima de uma região - e os fatores edáficos, dos quais se destacam
a composição química e a estrutura do solo.

Luz

A luz é uma manifestação de energia, cuja principal fonte é o Sol. É indispensável ao desenvolvimento das plantas.
De fato, os vegetais produzem a matéria de que o seu organismo é formado através de um processo - a
fotossíntese - realizado a partir da captação da energia luminosa, como já visto na unidade II. Praticamente todos
os animais necessitam de luz para sobreviver. São exceção algumas espécies que vivem em cavernas - espécies
cavernícolas - e as espécies que vivem no meio aquático a grande profundidade - espécies abissais.

Certos animais como, por exemplo, as borboletas necessitam de elevada intensidade luminosa, pelo que são
designadas por espécies lucífilas. Por oposição, seres como o caracol e a minhoca não necessitam de muita luz,
evitando-a, pelo que são denominadas espécies lucífugas. A luz influencia o comportamento e a distribuição dos
seres vivos e, também, as suas características morfológicas.

A Luz e os Comportamentos dos Seres Vivos

103
Os animais apresentam fototatismo, ou seja, sensibilidade em relação à luz, pelo que se orientam para ela ou se
afastam dela. Tal como os animais, as plantas também se orientam em relação à luz, ou seja, apresentam
fototropismo. Os animais e as plantas apresentam fotoperiodismo, isto é, capacidade de reagir à duração da
luminosidade diária a que estão submetidos - fotoperíodo. Muitas plantas com flor reagem de diferentes modos
ao fotoperíodo, tendo, por isso, diferentes épocas de floração. Também os animais reagem de diversos modos ao
fotoperíodo, pelo que apresentam o seu período de atividade em diferentes momentos do dia.

Temperatura

Cada espécie só consegue sobreviver entre certos limites de temperatura, o que confere a este fator uma grande
importância. Cada ser sobrevive entre certos limites de temperatura - amplitude térmica - não existindo nem
acima nem abaixo de um determinado valor. Cada espécie possui uma temperatura ótima para a realização das
suas atividades vitais. Alguns seres têm grande amplitude térmica de existência - seres euritérmicos - enquanto
outros só sobrevivem entre limites estreitos de temperatura - seres estenotérmicos.

A Temperatura e o Comportamento dos Animais

Alguns animais, nas épocas do ano em que as temperaturas se afastam do valor ótimo para o desenvolvimento
das suas atividades, adquirem comportamentos que lhes permitem sobreviver durante esse período:

 animais que não têm facilidade em realizar grandes deslocações como, por exemplo, lagartixas, reduzem as
suas atividades vitais para valores mínimos, ficando num estado de vida latente;

 animais que podem deslocar com facilidade como, por exemplo, as andorinhas, migram, ou seja, partem em
determinada época do ano para outras regiões com temperaturas favoráveis.

Ao longo do ano, certas plantas sofrem alterações no seu aspecto, provocados pelas variações de temperatura.
Os animais também apresentam características próprias de adaptação aos diferentes valores de temperatura. Por
exemplo, os que vivem em regiões muito frias apresentam, geralmente, pelagem longa e uma camada de gordura
sob a pele.

Água

É fator limitante de extrema importância para a sobrevivência de uma comunidade. Além de seu envolvimento
nas atividades celulares, não podemos nos esquecer da sua importância na fisiologia vegetal (transpiração e
condução das seivas). É dos solos que as raízes retiram a água necessária para a sobrevivência dos vegetais.

Disponibilidade de nutrientes

É outro fator limitante que merece ser considerado, notadamente em ambientes marinhos.

Fatores bióticos

Conjunto de todos os seres vivos e que interagem certa região e que poderão ser chamados de biocenose,
comunidade ou de biota. Como vimos, de acordo com o modo de obtenção de alimento, a comunidade de um
ecossistema, de maneira geral, é constituída por três tipos de seres:

 Produtores: os seres autótrofos quimiossintetizantes (bactérias) e fotossintetizantes (bactérias, algas e


vegetais). Esses últimos transformam a energia solar em energia química nos alimentos produzidos.

 Consumidores primários: os seres herbívoros, isto é, que se alimentam dos produtores (algas, plantas etc.) os
carnívoros que se alimentam de consumidores primários (os herbívoros). Poderá ainda haver consumidores
terciários ou quaternários, que se alimentam, respectivamente, de consumidores secundários e terciários.

 Decompositores: as bactérias e os fungos que se alimentam dos restos alimentares dos demais seres vivos.
Esses organismos (muitos microscópicos) têm o importante papel de devolver ao ambiente nutrientes
minerais que existiam nesses restos alimentares e que poderão, assim, ser reutilizados pelos produtores.

104
Cadeias alimentares

Nos ecossistemas, existe um fluxo de energia e de nutrientes como elos interligados de uma cadeia, uma cadeia
alimentar. Nela, os “elos” são chamados de níveis tróficos e incluem os produtores, os consumidores (primários,
secundários, terciários etc.) e os decompositores.

Teias alimentares

Podemos notar, entretanto, que a cadeia alimentar não mostra o quão complexas são as relações tróficas em um
ecossistema. Para isso utiliza-se o conceito de teia alimentar, o qual representa uma verdadeira situação
encontrada em um ecossistema, ou seja, várias cadeias interligadas ocorrendo simultaneamente.

Os esquemas abaixo exemplificam melhor este conceito de teias alimentares:

Figura 130. Conceito de teia alimentar. Fonte: Disponível em <www.culturamix.com>

Nos ecossistemas, a especialização de alguns seres é tão grande, que a tendência atual entre os ecologistas é criar
uma nova categoria de consumidores: os comedores de detritos, também conhecido como detritívoros. Nesse
caso, são formadas cadeias alimentares separadas daquelas cadeias das quais participam os consumidores
habituais. A minhoca, por exemplo, pode alimentar-se de detritos vegetais, atuando como detritívora
consumidora primária; uma galinha, ao se alimentar de minhocas, será consumidora secundária; e uma pessoa
que se alimenta da carne da galinha ocupará o nível trófico dos consumidores terciários.

Pirâmides ecológicas

Quantificando os ecossistemas representando, graficamente, o fluxo de energia e matéria entre os níveis tróficos
no decorrer da cadeia alimentar. Para tal, cada retângulo representa, de forma proporcional, o parâmetro a ser
analisado. Esta representação gráfica por ser:

105
Pirâmide de números: representa a
quantidade de indivíduos em cada nível
trófico da cadeia alimentar
proporcionalmente à quantidade
necessária para a dieta de cada um
desses.

Pirâmide de biomassa: pode-se


também pensar em pirâmide de
biomassa, em que é computada a
massa corpórea (biomassa) e não o
número de cada nível trófico da cadeia
alimentar. O resultado será similar ao
encontrado na pirâmide de números:
os produtores terão a maior biomassa
e constituem a base da pirâmide,
decrescendo a biomassa nos níveis
superiores.
Figura 131. Representação gráfica da pirâmide de números (esquerda) e pirâmide de biomassa (direita).
Fonte: Disponível em <comprendelanaturaleza.blogspot.com>

Tal como no exemplo anterior, em alguns casos pode ser caracterizada como uma pirâmide invertida, já que há a
possibilidade de haver, por exemplo, a redução da biomassa de algum nível trófico, alterando tais proporções.

Pirâmide de energia: a energia solar captada pelos produtores se dissipa ao longo das cadeias alimentares sob a
forma de calor, uma energia que não é utilizável pelos seres vivos. À medida que esta energia é dissipada pelo
ecossistema, ocorre uma permanente compensação com a utilização de energia solar fixada pelos produtores,
passando depois através de todos os outros elementos vivos do ecossistema. O nível energético mais elevado,
nos ecossistemas terrestres, é constituído pelas plantas clorofiladas (produtores). O resto do ecossistema fica
inteiramente dependente da energia captada por eles, depois de transferido e armazenada em compostos
orgânicos. O nível imediato é constituído pelos herbívoros. Um herbívoro obterá, portanto, menos energia das
plantas clorofiladas do que estas recebem do Sol. O nível seguinte corresponde ao dos carnívoros. Apenas parte
da energia contida nos herbívoros transitará para os carnívoros e assim sucessivamente.

Foi adaptado um processo de representação gráfica desta transferência de energia nos ecossistemas,
denominado pirâmide de energia, em que a área representativa de cada nível trófico é proporcional à quantidade
de energia disponível. Assim, o retângulo que representa a quantidade de energia que transita dos produtores
para os consumidores de primeira ordem é maior do que aquele que representa a energia que transita destes
para os consumidores de segunda ordem e assim sucessivamente.

As cadeias alimentares estão geralmente


limitadas a 4 ou 5 níveis tróficos, porque há
perdas de energia muito significativas nas
transferências entre os diferentes níveis.
Consequentemente, a quantidade de
energia que chega aos níveis mais elevados
já não é suficiente para suportar ainda outro
nível trófico.

Figura 132. Representação gráfica da pirâmide de transferência de energia.


Fonte: Disponível em <simplificandoenem.blogspot.com>

106
A produtividade do Ecossistema

A atividade de um ecossistema pode ser avaliada pela produtividade primária bruta (PPB), que corresponde ao
total de matéria orgânica produzida em gramas, durante certo tempo, em certa área ambiental:

PPB = massa de matéria orgânica produzida/tempo/área

Descontando desse total a quantidade de matéria orgânica consumida pela comunidade, durante esse período,
na respiração (R), temos a produtividade primária líquida (PPL), que pode ser representada pela equação:

PPL = PPB – R

A produtividade de um ecossistema depende de diversos fatores, dentre os quais os mais importantes são a luz, a
água, o gás carbônico e a disponibilidade de nutrientes.

Em ecossistemas estáveis, com frequência a produção de (P) iguala o consumo de (R). Nesse caso, vale a relação
P/R = 1.

Perdas devido à
Produtividade respiração (R)
terciária líquida (PTL)

Produtividade
secundária líquida (PSL)

Produtividade primária líquida (PPL)

Produtividade primária bruta (PPB)

Produtividade Primária Bruta (PPB) = Taxa fotossintética total

Produtividade Primária Líquida (PPL) = PPB - Respiração dos autótrofos

Produtividade Líquida da comunidade (PLC) = PPL - Consumo por herbívoros

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

1. Quais são os níveis de organização especificamente estudados em ecologia?


2. A ecologia é uma parte da biologia que estuda a relação dos organismos com o meio que os cerca. Os
organismos interagem entre si e com todas as partes não vivas do ambiente, tais como solo, água,
temperatura e umidade. Essas partes não vivas são chamadas de:
a. fatores abióticos.
b. fatores bióticos.

107
c. biosfera.
d. nicho ecológico.
e. ecossistema.
3. Ao dizer onde uma espécie pode ser encontrada e o que faz no lugar onde vive, estamos informando
respectivamente,
a. Nicho ecológico e habitat.
b. Habitat e nicho ecológico.
c. Habitat e biótopo.
d. Nicho ecológico e ecossistema.
e. Habitat e ecossistema.
4. O cogumelo shitake é cultivado em troncos, onde suas hifas nutrem-se das moléculas orgânicas
componentes da madeira. Uma pessoa, ao comer cogumelo shitake, está se comportando como:
a. Produtor.
b. Consumidor primário.
c. Consumidor secundário.
d. Consumidor terciário.
e. Decompositor
5. Marque a alternativa INCORRETA:
a. O conjunto de todos os organismos de um ecossistema com o mesmo tipo de nutrição constitui
um nível trófico ou alimentar.
b. O conjunto de florestas, campos, desertos e outros grandes ecossistemas forma a biosfera:
conjunto de regiões do planeta em condições de sustentar a vida de forma permanente.
c. Os ecossistemas são unidades funcionais onde os componentes bióticos e abióticos se interagem
e estão inseparavelmente relacionados.
d. Os seres heterótrofos são em sua maioria organismos que produzem o próprio alimento,
dependendo dessa forma de outros seres vivos para manterem-se vivos.
e. Populações que habitam a mesma área mantém entre si várias relações e formam um novo nível
de organização chamado de comunidade, biocenose, biota ou comunidade biótica.
6. As transformações, a distribuição e o aproveitamento de energia na natureza apresentam muitas
peculiaridades. Dentre elas, destaca-se:
a. a energia na forma de luz é convertida em energia química dos alimentos e perde-se na forma de
calor, que não é reutilizado.
b. a fotossíntese transforma energia luminosa em energia física que, por sua vez, é armazenada na
matéria orgânica.
c. a quantidade de energia aumenta a cada transferência de um ser vivo para outro, confirmando a
entropia natural.
d. nos ecossistemas, a energia tem fluxo unidirecional, ou seja, é constantemente reciclada e
reaproveitada.

Pesquisar... A importância das abelhas em nosso


ecossistema
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BIOMAS TERRESTRES

Os biomas são comunidades biológicas em que os diversos fatores ambientais (clima, solo vegetação e espécies
animais) interagem de forma integrada a fim de manter o seu funcionamento (existência) em equilíbrio. Como
cada região do planeta apresenta características ambientais particulares, os biomas também se diferem de região
para região.

Principais biomas terrestres e suas características

Florestas Tropicais

Principais regiões: norte da América do Sul, centro


africano e sudeste asiático.

Vegetação típica: árvores de médio e grande porte,


vegetação perene e cipós.
Temperatura: elevada durante quase todo ano.
Solo: nível de fertilidade médio.
Chuvas e umidade: índice pluviométrico alto (muita chuva)
e umidade elevada.
Diversidade: elevada quantidade de espécies.

Figura 133. Imagem de floresta tropical.


Fonte: Disponível em <cienciahoje.uol.com.br>

Pradarias e Estepes

Principais regiões: centro-norte dos EUA, Mongólia,


sul do Brasil e leste europeu.
Vegetação típica: composta principalmente por
gramíneas.
Temperatura: inverno com temperaturas baixas e
verão moderado.
Solo: fertilidade moderada.
Chuvas e umidade: baixa quantidade de chuvas e
umidade durante o ano. Longo período anual de seca.
Diversidade: baixa com presença de poucas espécies.

Figura 134. Imagem de pradaria e estepes.


Fonte: Disponível em <www.estudopratico.com.br >

Savanas tropicais

Principais regiões: região central africana, centro da


América do Sul, nordeste da Austrália e sul da Ásia.
Vegetação típica: arbustos, árvores de tamanho baixo
e gramíneas.
Temperatura: de moderada (inverno) a alta (verão).
Solo: de baixo a médio nível de fertilidade.
Chuvas e umidade: moderadas no verão e baixas no
inverno.
Diversidade: de média a alta.
Figura 135. Imagem de savanas tropicais.
Fonte: Disponível em <profsilvanaandreia.blogspot.com>
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Desertos

Principais regiões: Norte da África (Deserto do


Saara), Península Arábica (Deserto da Arábia), oeste
do Chile (Deserto de Atacama), centro-oeste da
Austrália (Deserto Australiano) e região central da
China (Deserto de Gobi).
Vegetação típica: cactos e arbustos.
Temperatura: elevada amplitude térmica diária.
Solo: arenoso com baixa fertilidade.
Chuvas e umidade: baixíssimos índios de chuvas e
umidade.
Diversidade: baixa
Figura 136. Imagem de deserto. Fonte: Disponível em <ciencia.hsw.uol.com.br>

Taiga

Principais regiões: Canadá e norte da


Rússia.
Vegetação típica: presença de árvores
acicufoliadas (folhas com formato de
agulhas). Presença, principalmente, de
pinheiros.
Temperatura: baixas temperaturas.
Solo: pedregoso e raso.
Chuvas e umidade: chuvas e umidade
moderadas.
Diversidade: baixa
Figura 137. Imagem de taiga. Fonte: Disponível em <wwf.panda.org>

Tundra

Principais regiões: norte do Canadá, Ártico e


extremo norte da Rússia.
Vegetação típica: presença de líquens, musgos e
herbáceas.
Temperatura: baixa temperatura durante quase
todo ano. Verão curto com temperaturas amenas.
Solo: permanece congelado durante quase todo
ano. Descongela no verão.
Chuvas e umidade: chuvas e umidade moderadas.
Diversidade: muito baixa.

Figura 138. Imagem de tundra. Fonte: Disponível em <www.bio.miami.edu>

RELAÇÕES ECOLÓGICAS

Todos os seres vivos se relacionam com outros, tanto da mesma espécie (relações intraespecíficas) quanto de
espécies distintas (relações interespecíficas). Estas podem ser harmônicas, quando não há prejuízo para nenhum
dos indivíduos envolvidos; ou desarmônicas, quando pelo menos um se prejudica.
110
Uma classificação das relações ecológicas

Os tipos de relações ecológicas


Mutualismo - Associação necessária à sobrevivência de duas
espécies, em que ambas se beneficiam.

Exemplo:
líquens (algas e fungos), bactérias e ruminantes.

Protocooperação - Associação não obrigatória à sobrevivência,


porém em que as duas espécies se beneficiam.

Exemplo:
anêmona e bernardo-eremita.
INTERESPECÍFICAS
Comensalismo - Associação em que uma das espécies se
(heterotípicas)
beneficia, usando restos alimentares da outra, que não é
prejudicada.

Exemplo:
RELAÇÕES tubarão-rêmora.
HARMÔNICAS Inquilinismo - Associação em que uma das espécies se fixa ou se
(interações positivas) abriga em outra, porém sem prejudicá-la.

Exemplo:
bromélia-árvore.

Colônias - Associação entre indivíduos da mesma espécie, que se


mantêm ligados entre si, formando uma unidade estrutural.

Exemplo:
colônias de esponjas e de corais.
INTRAESPECÍFICAS Sociedades - Associação entre indivíduos da mesma espécie, não
(homotípicas) ligados anatomicamente, que se agrupam para divisão de
trabalho, organizados, portanto, de modo cooperativo.

Exemplo:
formigas, cupins.

Competição interespecífica - Relação entre indivíduos


de espécies diferentes, que concorrem pelos mesmos fatores do
ambiente, existentes em quantidade limitada.

Exemplo:
corujas, cobras e gaviões que atacam pequenos
RELAÇÕES roedores
INTERESPECÍFICAS
DESARMÔNICAS
(heterotípicas)
(interaçõesnegativas) Parasitismo - Associação em que uma das espécies, geralmente
a menor, vive sobre ou dentro da outra, alimentando-se dela,
porém geralmente sem matá-la.

Exemplo:
vermes parasitas.

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Predatismo - Relação em que uma das espécies,
a predadora, mata a outra para dela se alimentar.

Exemplo:
carnívoros/herbívoros.

Amensalismo - Relação em que uma das espécies


inibe o crescimento ou reprodução da outra.

Exemplo:
fungos que liberam antibióticos no meio, inibindo o
crescimento de bactérias.

Esclavagismo - Associação em que uma das espécies se


aproveita das atividades ou dotrabalho da outra.

Exemplo:
Formigas e pulgões.

Competição intraespecífica - Relação entreindivíduos da mesma


INTRAESPECÍFICAS
espécie, que concorrem pelos mesmos fatores do ambiente,
(homotípicas)
existentes em quantidade limitada.

Pensando e/ou pesquisando... e responda no caderno:

7. O Brasil, devido sua localização e grande extensão territorial, abriga diversos tipos de cobertura vegetal,
sendo que cada Região brasileira apresenta um bioma predominante. Nesse sentido, relacione o estado
ou região ao tipo de vegetação predominante.

8. O pássaro-palito penetra na boca aberta do crocodilo removendo os restos de alimento e parasitas


encontrados entre seus dentes. Assim, o pássaro obtém o seu alimento e livra o crocodilo de seus
parasitas. Esse caso é um exemplo de
a. proto-cooperação.
b. comensalismo.
c. inquilinismo.
d. mutualismo.
e. predativismo.

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