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29/08/2019 Chomsky mergulha na estratégia de Trump - Outras Palavras

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OUTRASPALAVRAS 

Chomsky mergulha na estratégia de Trump


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Para o intelectual dissidente, há uma lógica brutal na aparente loucura do
presidente. Reeleger-se, tirando proveito do declínio do debate público nos
EUA; e liderar a direita global — único caminho para manter a supremacia
de Washington

OUTRASPALAVRAS GEOPOLÍTICA & GUERRA


(HTTPS://OUTRASPALAVRAS.NET/CATEGORY/GEOPOLITICAEGUERRA/)

por C.J. Polychroniou Publicado 10/07/2019 às 21:30 - Atualizado 10/07/2019 às


(https://outraspalavras.net/author/polychroniou/) 21:41

et/geopoliticaeguerra/chomsky-

Entrevista a C.J.Polychroniou, no Truthout | Tradução: Inês Castilho

Não é tarefa fácil dar sentido à política exterior atual dos EUA. Trump é violentamente
imprevisível e desprovido de qualquer tipo de coerência em sua visão das relações
internacionais, parecendo acreditar que só se exige “a arte de negociar” para transformar
“inimigos” em amigos. Entretanto, desde sua ascensão ao poder, o fim da hegemonia dos EUA
tornou-se visível.

Na entrevista exclusiva a seguir, Noam Chomsky – um dos críticos mais sagazes da política
exterior dos EUA no pós-guerra – ilumina esta política, inclusive as relações de Trump com os
líderes da Coreia do Norte, Rússia e China, assim como o chamado “Plano de Paz do Oriente
Médio” deles.

Em 2016, Trump chamou a política exterior dos EUA de “um desastre completo e
total”, alegando que os governos anteriores na era pós-Guerra Fria eram guiados
por expectativas irrealistas que prejudicaram os interesses nacionais do país.
Desde que assumiu, ele tirou Washington de uma série de acordos internacionais,
exigiu que nações aliadas paguem por proteção e buscou promover os interesses
econômicos dos EUA por meio de tarifas e protecionismo. Essas ações levaram
muitos analistas a falar numa nova era das relações norte-americanas com o
mundo. Qual a sua visão disso tudo?

Um dos comentários mais pertinentes que vi sobre a política exterior de Trump é de um artigo
(https://newrepublic.com/article/154100/making-sense-donald-trump-petulant-presidency?
utm_content=buffer38b6a&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign
=buffer&fbclid=IwAR1XLlgWOQ88JhJDPhCkBXClBuxy0wbWWXpae1eQLNnPXziKo_4Fqt9yJ
nM) do The New Republic escrito por David Roth, editor de um blog de esportes: “O espetáculo
de analistas e líderes de opinião analisando as ações de um homem sem competência ou
capacidade de análise é uma sátira corrosiva – menos por causa de quanto essa análise falhou
do que por causa de quão é deslocada. Não há nada para analisar, nenhum significado oculto ou
elisões táticas ou uma lenta campanha estratégica”.
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https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/chomsky-mergulha-na-estrategia-de-trump/ 1/9
29/08/2019 Isso parece preciso. Trata-se de um homem,
Chomsky afinal,
mergulha que descarta
na estratégia a informação
de Trump e análises
- Outras Palavrasde seu
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enorme sistema de “inteligência” em favor do que ocorre no programa Fox e Friends, onde todos
lhe dizem o quanto o amam. Com todo o ceticismo devido à “inteligência”, é pura loucura.

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E isso continua, de modo quase surreal. Na recente conferência do G20, perguntaram a Trump
sobre a declaração de Putin, de que o liberalismo do Ocidente está obsoleto. Trump deve ter
pensado que estava falando sobre a Califórnia: liberalismo a oeste... “Putin vê o que está
acontecendo. E eu suponho, se você vê o que se passa em Los Angeles, é tão triste; e o que está
acontecendo em São Francisco e algumas outras cidades governadas por um grupo
extraordinário de pessoas à esquerda”.

Perguntaram-lhe por que só os EUA estão se recusando a se juntar ao G20 no compromisso de


enfrentar o aquecimento global. Respondeu elogiando a qualidade do ar e da água dos EUA,
aparentemente não entender a diferença.

É difícil encontrar um comentário sobre política exterior que destoe dessa norma
impressionante. Os esforços para enxergar uma estratégia global coerente parecem levar a uma
espécie de sátira ácida.

Não que não haja política coerente. Há uma política que emerge do caos – o tipo que
poderíamos esperar de um homem egoísta que tem um princípio: Eu! A consequência é que
qualquer tratado ou acordo conseguido pelos seus predecessores (particularmente o desprezado
et/geopoliticaeguerra/chomsky- Obama) é o pior negócio da história, que será substituído pelo Grande Negócio da História, feito
pelo negociador mais bem-sucedido de todos os tempos e maior presidente norte-americano. Da
mesma forma, qualquer outra ação realizada no passado foi equivocada e prejudicou os EUA,
mas será corrigida pelo “gênio resistente”, agora encarregado de defender o país daqueles que o
estão enganando e atacando por todos os lados.

Não faz diferença quais serão as consequências – terríveis, decentes, indiferentes – desde que as
imagens sejam preservadas.

Pode-se lembrar que um presidente que recebe esse retrato do mundo da Fox and Friends não é
um fenômeno inteiramente novo. Há quarenta anos, um predecessor reverenciado (Ronald
Reagan) aprendia sobre o mundo com os filmes e estava tão encantado que até acreditou
(https://www.nybooks.com/daily/2019/06/29/ronald-reagans-reel-life/) ter participado da
libertação dos campos de concentração nazistas (mesmo não saindo da Califórnia).

Tudo isso nos diz alguma coisa sobre a política moderna. Mas Trump não pode ser comparado a
Reagan, não mais do que a farsa pode ser comparada à tragédia, parafraseando Marx.

É compreensível que a farsa esconda o ridículo, e sem dúvida há gente saboreando a próxima
foto de Trump com o possível premiê britânico, Boris Johnson, defendendo a civilização anglo-
americana. Mas, para o mundo, é terrivelmente sério: desde o risco de destruição ambiental e
crescentes ameaças de uma guerra nuclear terminal até uma longa lista de outros crimes e
horrores.

A crise de política externa mais perigosa no curto prazo é o conflito com o Irã, considerado a
fonte oficial de todo o mal. O Irã precisaria acabar com sua “agressão” e tornar-se um “país
normal” – como a Arábia Saudita, que está fazendo rápido progresso no mundo de fantasia de
Trump, inclusive “um ótimo trabalho na Arábia Saudita do ponto de vista das mulheres”,
explicou ele no G20.

As acusações contra o Irã ressoam através das câmaras de eco da mídia com pouco esforço para
aferir a validade das “denúncias” – que dificilmente resistem a análise. O que quer que se pense
sobre o comportamento internacional iraniano, Teerã não tem a mínima condição de competir
com Washington para ver quem se enquadra melhor como “Estado vilão”.

No mundo real, o unilateralismo dos EUA destruiu um acordo nuclear (chamado de JCPOA) que
ia bem, com acusações absurdas não aceitas por virtualmente ninguém com um mínimo de
credibilidade. Além disso, impôs sanções extremamente duras, destinadas a punir o povo
iraniano e minar sua economia. O governo dos EUA usa também seu enorme poder econômico,
incluindo controle virtual do sistema financeiro internacional, para obrigar os outros a obedecer
aos ditames de Washington. Nada disso tem a menor legitimidade – e o mesmo é verdade no
caso de Cuba e de outros. O mundo pode protestar. Em novembro passado, a Assembleia Geral
da ONU condenou outra vez o embargo dos EUA contra Cuba, por 189 a 2 (só os EUA e Israel
votaram contra a resolução). Mas em vão. A estranha ideia dos fundadores do país, de que se
deve “digno respeito às opiniões da humanidade” desapareceu há muito e os dolorosos gemidos
do mundo passam em silêncio.
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https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/chomsky-mergulha-na-estrategia-de-trump/ 2/9
29/08/2019 Há muito mais a dizer sobreChomsky
o recurso, pelos EUA,
mergulha a sanções com
na estratégia alcance
de Trump extraterritorial,
- Outras Palavras para
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punir populações. É uma forma de “excepcionalismo norte-americano” que encontra seu lugar
naquilo que Nick Turse chamou de “o sistema de sofrimento norte-americano” quando expôs, de
forma devastadora, o assalto dos EUA à população civil do Vietnã do Sul. O direito de se engajar 

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nessa prática perversa é aceito como normal no sistema doutrinário dos EUA, com pouco
esforço para analisar os verdadeiros motivos em cada caso, a legitimidade de tais políticas ou
mesmo a sua legalidade. São assuntos sem a menor relevância.

Em relação ao Irã, no sistema doutrinário da mídia governamental, a única questão que surge é
se a vítima irá responder de alguma maneira, talvez “violando” o acordo que os EUA demoliram,
talvez com algum outro ato. E se esta vítima responde, obviamente irá merecer punição brutal.

Segundo a mídia e os funcionários dos EUA, o Irã “viola” acordos. Os EUA meramente “retiram-
se” deles. A postura é uma reminiscência do comentário do grande escritor anarquista e ativista
dos Wobblies, T-Bone Slim (https://en.wikipedia.org/wiki/T-Bone_Slim): “somente os pobres
infringem as leis – os ricos esquivam-se delas”.

Os analistas tentam duramente detectar alguma grande estratégia por trás do assalto dos EUA
ao Irã. É outro exercício de inutilidade. É fácil perceber os objetivos dos criminosos que estão
em volta de Trump. Para Mike Pompeo e John Bolton, o objetivo é esmagar os hereges – de uma
distância segura, de modo a não gerar custos. E danem-se as consequências. O próprio Trump
parece ver isso de forma bem diferente. Quem sabe se ele de fato cancelou um ataque militar por
et/geopoliticaeguerra/chomsky-
causa de sua compaixão por 150 possíveis vítimas? A única evidência vem de uma fonte que não
é famosa por sua credibilidade. Mas parece claro que ele não quer uma guerra, o que estragaria
os jogos que tanto aprecia, e prejudicaria suas perspectivas eleitorais. É muito melhor chegar às
eleições enfrentando a ameaça cósmica de um inimigo mau, que apenas um Líder Corajoso
poderá deter — não algum daqueles “democratas fracotes” e, certamente, nenhuma “mera”
mulher. Reagan também agarrou-se a esse princípio quando enfrentou com força a ameaça da
Nicarágua, amarrando suas botas de caubói, avisando que as tropas nicaraguenses estavam a
apenas dois dias de distância de Harlingen, no Texas, e declarando emergência nacional por
causa da “extraordinária ameaça” à segurança e à sobrevivência dos EUA.

O histórico do conflito com o Irã tem fatos inenarráveis. A alegada ameaça das armas nucleares
iranianas pode ser prontamente superada com a aceitação da demanda dos Estados Árabes, do
Irã e praticamente do mundo inteiro, de estabelecer uma zona livre de armamentos no Oriente
Médio, uma política diante da qual os EUA e o Reino Unidos têm uma obrigação especial, e que
os EUA bloqueiam regularmente – por razões que não chegam a ser obscuras. Se Washington
reconhecesse oficialmente a existência do arsenal nuclear de Israel, o enorme fluxo de ajuda a
Tel Aviv seria ilegal sob a lei norte-americana. Por isso, é claro, as armas de destruição em
massa de Israel não podem ser objeto de inspeção.

E as tarifas, então? O “homem das tarifas” nos diz que elas estão destinadas a promover os
interesses econômicos dos EUA. Se ele acredita nisso ou não, ou se dá importância, não temos a
menor ideia. Pronunciamentos políticos raramente podem ser tomados por seu valor de face, e
Trump não é notório por sua sinceridade e credibilidade.

Há, para dizer caridosamente, escassos indícios para Trump gabar-se de que suas tarifas estão
forçando a China a despejar “bilhões de dólares” no Departamento do Tesouro. “Nunca tivemos
10 cent vindos para nosso Tesouro” sob os governos anteriores, explicou ele. “Agora estão
chegando bilhões”. No mundo real, os custos das tarifas são pagos não pela China, mas pelas
empresas norte-americanas (que podem escolher compensá-las com a redução de salários) e
consumidores, sobrecarregados com um imposto altamente regressivo, que recai
principalmente entre os menos abastados. Em suma, as tarifas de Trump são mais uma de suas
políticas para prejudicar trabalhadores e pobres.

É verdade, contudo, que estão envolvidos “bilhões”. Um estudo do Banco Central (Fed) de Nova
York em parceria com as universidades de Princeton e Columbia estima que as empresas e
consumidores norte-americanos pagaram (https://www.reuters.com/article/us-usa-trade-
china-tariffs-explainer/explainer-who-pays-trumps-tariffs-china-or-u-s-customers-and-
companies-idUSKCN1TK1X2) US$ 3 bilhões por mês em impostos adicionais por causa da
taxação sobre produtos chineses e sobre alumínio e aço provenientes de outros lugares do
mundo – além do US$ 1,4 bilhão que custou a empresas norte-americanas a perda de eficiência,
em 2018.

A guerra tarifária contra a China pode levar montadoras de automóveis a mudar suas operações
da China para o Vietnã e outros países com custos de mão-de-obra ainda mais baixos. Mas, para
a economia dos EUA a decisão mais típica é a da Apple, alguns dias atrás, de mudar
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https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/chomsky-mergulha-na-estrategia-de-trump/
(https://www.washingtonpost.com/national/report-apple-to-shift-assembly-of-mac-pro-from- 3/9
29/08/2019 us-to-china/2019/06/28/06b83b3e-99cf-11e9-9a16-dc551ea5a43b_story.html?
Chomsky mergulha na estratégia de Trump - Outras Palavras
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utm_term=.58950ec9e653) (https://www.washingtonpost.com/national/report-apple-to-shift-
assembly-of-mac-pro-from-us-to-china/2019/06/28/06b83b3e-99cf-11e9-9a16-
dc551ea5a43b_story.html?utm_term=.58950ec9e653)a montagem de computadores Mac Pro 

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do Texas para a China.

A guerra de tarifas de Trump parece relacionada principalmente à política doméstica, elaborada


de olho na próxima eleição. Ele tem de convencer de algum modo sua base de eleitores de que é
a pessoa que protege os agoniados norte-americanos, que estão sofrendo o “massacre” causados
por seus predecessores – o que é até bem real para muitos deles, como dramaticamente
ilustrado pela impressionante queda da expectativa de vida dos americanos em idade de
trabalho, atribuída a “mortes de desespero”, um fenômeno desconhecido em sociedades
desenvolvidas. O truque de Trump é acenar para um grande clube de seguidores e ameaçar
outros com terríveis ameaças, para que que parem de torturar seu pobre país e concordem em
“jogar de forma justa”. Quando tiramos isso tudo da frente, nos deparamos com outro quadro,
como no caso da nefasta ameaça do Irã. Mas o que importa para o jogo é a “realidade
alternativa” que os conspiradores estão inventando.

Com pouco sucesso. É um erro subestimar Trump. Ele é um demagogo e manipulador esperto,
que está conseguindo manter a fidelidade das multidões de adoradores, crentes de que luta por
et/geopoliticaeguerra/chomsky- eles, contra as odiadas elites, e ao mesmo tempo assegurar que o principal eleitorado
republicano, extremamente rico e com poder corporativo, vá muito bem, apesar de algumas
queixas. Estão, de fato, saindo-se como bandidos com a ajuda de Trump e seus associados.

É notável ver como uma realidade alternativa é efetivamente criada. O caso do Irã é típico, mas
os sucessos são muito maiores. Considere a acusação de que “a China está nos matando”,
roubando nossos empregos, junto com os “ladrões mexicanos”. Como a China está nos
matando? A China tinha uma arma na cabeça de Tim Cook, o CEO da Apple, obrigando-o a
acabar com o último vestígio de produção dos computadores Apple nos EUA? Ou a Boeing, GM,
Microsoft, ou qualquer um dos outros que mudaram a produção para a China? Ou as decisões
foram tomadas por banqueiros e investidores nas salas de reunião corporativas de Nova York e
Chicago? Se é assim, a solução é mostrar os punhos para a China ou mudar o modo de tomar
decisões nos EUA – transferindo-as para os trabalhadores e comunidades, dando a eles um
papel substancial, como sugeriria a teoria democrática? Parece uma questão bastante óbvia.
Estranhamente, ela não é levantada, enquanto o mantra oficial se mantém imperturbável.

Fala-se que a China impõe condições desiguais aos investidores, demandando transferência de
tecnologia. Talvez. Se à Apple e às outras não agradam essas condições, elas estão livres para
não investir na China. Adoradores da livre empresa e do mercado certamente concordariam.

Outra acusação é de que a China está perseguindo injustamente uma política industrial que
subsidie indústrias favorecidas. Se sim, os líderes políticos e analistas dos EUA deveriam estar
aplaudindo. De acordo com as doutrinas econômicas que professam, a China está prejudicando
sua economia, ao desprezar o modelo de desenvolvimento supostamente ideal, do livre
mercado, contribuindo assim com a hegemonia norte-americana. Qual é o problema?

O que parece ser uma acusação mais crível é que a China está violando o regime de direitos de
propriedade intelectual (TRIPS) definido na Organização Mundial de Comércio. Suponhamos
que sim. Várias questões surgem. Quem ganha, quem perde? Em grande medida, os
consumidores norte-americanos ganham, enquanto a Big Farma, a Microsoft e outras
garantiram direitos de patente exorbitantes e sem precedentes, sob TRIPS, que sofrem alguma
redução em seus lucros enormes.

Isso nos leva a uma outra questão: o regime TRIPS é legítimo? Foi, é verdade, estabelecido por
um acordo interestatal. Mas quem tomou aquelas decisões? O público sequer sabia do que
estava acontecendo. Dificilmente. Os mal denominados “acordos de livre mercado” são mais
adequadamente descritos como acordos de direitos dos investidores, com frequência de pouca
relação com o mercado em qualquer sentido significativo. Não por acaso, servem aos interesses
de quem os concebe — os grandes investidores.

Outros elementos das queixas de que “a China está nos matando” fazem sentido. É abertamente
manifesta a preocupação de que o progresso chinês deve deixar os EUA pra trás – por exemplo,
de que a tecnologia Huawei, mais barata e superior
(https://www.nytimes.com/2019/07/01/business/dealbook/huawei-5g-national-security-
trade.html), pode dar a eles uma “injusta vantagem”
(https://www.nytimes.com/2019/07/01/business/dealbook/huawei-5g-national-security-
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https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/chomsky-mergulha-na-estrategia-de-trump/
trade.html)no estabelecimento de redes 5G. É claro que deve ser detida, argumentam as 4/9
29/08/2019 autoridades dos EUA, juntamente com
Chomsky o desenvolvimento
mergulha econômico
na estratégia de Trumpchinês em Palavras
- Outras geral. Suas
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preocupações são reminiscentes dos anos 80, quando as técnicas superiores de fabricação
japonesas estavam minando as empresas ineficientes dos EUA, e o governo Reagan teve de
intervir para bloquear as importações japonesas por meio de “restrições voluntárias às 

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exportações”. No caso, “voluntário” significa “concordo ou concordo”…

Há boas razões para concordar que a visão dos “especialistas” que buscam detectar uma grande
estratégia por trás das travessuras de Trump é “a mais pura sátira corrosiva”. Mas há uma
estratégia. E está funcionando bastante bem.

Um dos objetivos declarados de Trump, por trás de seu entendimento da


diplomacia, é “transformar inimigos em amigos”. Há alguma evidência de que ele
está perseguindo esse objetivo diplomático? Tenho em mente, em particular, os
casos da Coreia do Norte e da Rússia.

Nesse caso, o objetivo declarado parece real. Ele provoca o ridículo e amarga condenação em
todo o espectro político dominante. Mas quaisquer que sejam os motivos de Trump, a política
geral faz algum sentido.

A Declaração Panmunjom (https://en.wikipedia.org/wiki/Panmunjom_Declaration) das duas


Coreias, em abril de 2018, foi um evento altamente significativo. Ele falava sobre os países
continuarem em busca de relações amigáveis e de eventual desnuclearização “por acordo
et/geopoliticaeguerra/chomsky- mútuo”, sem a interferência externa que no passado frequentemente minou o que pareciam
iniciativas promissoras: as repetidas interferências dos EUA, como mostram os registros
históricos. Nessa declaração e acordos relacionados, pela primeira vez as duas Coreias definiram
calendários específicos e tomaram medidas concretas e promissoras para a redução das tensões
e o desarmamento – processos que deveriam ser bem-vindos e apoiados.

Para seu crédito, Trump aderiu amplamente ao requisito das duas Coreias. Seu recente encontro
com o presidente norte-coreano Kim na zona desmilitarizada, o cruzamento simbólico de
fronteiras, e possíveis acordos provisórios são passos que, com boa vontade, podem ter
consequências salutares. Podem facilitar esforços das duas Coreias para prosseguir no difícil
caminho em direção a uma acomodação e podem oferecer uma maneira de aliviar as sanções
que estão bloqueando a ajuda terrivelmente necessária ao Norte e contribuindo com uma
grande crise humanitária por lá. Tudo isso pode enfurecer comentaristas de todo o espectro
político. Mas se há uma maneira melhor de trazer paz à península e dar passos em direção à
desnunclearização e à reforma interna da ditadura norte-coreana, ninguém ainda nos informou
sobre ela.

A Rússia de Putin não precisa ser transformada numa “amiga”, mas relações cooperativas com
ela são um pré-requisito para a sobrevivência.

O histórico de Trump nesta questão é controverso. A Revisão de Postura Nuclear


(https://media.defense.gov/2018/Feb/02/2001872886/-1/-1/1/2018-NUCLEAR-POSTURE-
REVIEW-FINAL-REPORT.PDF)(Nuclear Posture Review – fevereiro de 2018) apresenta
ameaças muito severas, ampliadas pela decisão inacreditável de levar adiante o
desenvolvimento de armas hipersônicas. Os adversários estão fazendo o mesmo. A abordagem
certa é a da diplomacia e negociações para prevenir um caminho suicida, mas não há nenhum
sinal disso. O mesmo é verdade quanto ao Tratado INF
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Tratado_de_For%C3%A7as_Nucleares_de_Alcance_Intermedi
%C3%A1rio)negociado por Reagan e Gorbachev, que reduziu significativamente os riscos de
uma guerra terminal.

Cada lado reclama que o outro está violando o tratado. A abordagem correta é fazer uma análise
investigativa neutra das reclamações e negociar o fim dessas violações à medida em que são
descobertas. A pior abordagem é deixar o tratado, como estão fazendo os EUA, seguidos pela
Rússia. As mesmas considerações valem para o outro grande tratado de controle de armas, o
New Start (https://en.wikipedia.org/wiki/New_START).
(https://en.wikipedia.org/wiki/New_START)Em todo o caso, parece que John Bolton,
consistente em sua perversidade, conseguiu bloquear o progresso e empurrar a política em
direções extremamente sinistras.

Qual a sua análise sobre o plano do governo Trump para o Oriente Médio? E quão
instrumental é o papel de seu genro, Jared Kushner, nisso?

Presumo que Kushner é o principal arquiteto, como se noticia. O que foi divulgado até aqui é
bastante simples e consistente com as políticas anteriores do governo que autorizaram a tomada
das colinas de Golan por Israel e o desenvolvimento da Grande Jerusalém, todas violando as Privacidade - Termos

https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/chomsky-mergulha-na-estrategia-de-trump/ 5/9
29/08/2019 ordens do Conselho de Segurança
Chomskyda ONU (apoiadas
mergulha na épocadepelos
na estratégia TrumpEUA). Ao mesmo
- Outras tempo, a
Palavras
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escassa ajuda dos EUA aos palestinos foi encerrada com o argumento de que eles não
agradecem educadamente ao patrão quando mina seus direitos mais elementares.

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O plano Kushner leva isso adiante. Deve-se garantir a Israel os melhores votos por sua liderança
expansionista. Os palestinos devem ser excluídos dos fundos de desenvolvimento fornecidos por
outros (não pelos EUA). A essência
(https://www.nytimes.com/2019/06/24/opinion/palestinian-peace-bahrain-conference.html)
do “Acordo do Século” de Trump-Kushner foi captada
(https://www.nytimes.com/2019/06/24/opinion/palestinian-peace-bahrain-
conference.html)de modo sucinto pelo embaixador israelense na ONU Danny Danon, no The
New York Times: os palestinos deveriam perceber que o jogo acabou e “se render”. Então pode
haver paz, outro triunfo do “grande negociador”.

Neste caso há um objetivo estratégico subjacente: consolidar a aliança de Estados reacionários


(as monarquias do petróleo, Egito, Israel) como base do poder dos EUA na região. Isso de modo
algum é novidade, embora as variantes anteriores tinham de certo modo diferentes formas e
fossem menos visíveis do que hoje.

Esses objetivos estão dentro de uma estratégia mais ampla de formar uma aliança global
reacionária sob a tutela dos EUA, incluindo “democracias não-liberais” da Europa Oriental
(Orbán da Hungria, etc.) e o grotesco Jair Bolsonaro do Brasil, que, entre outras virtudes,
et/geopoliticaeguerra/chomsky-
compartilha com Trump a dedicação em minar perspectivas de um ambiente em que se possa
viver, quando abre a Amazônia à exploração de seus amigos do agronegócio e da mineração.
Essa é uma estratégia natural para o atual partido Republicano de Trump-McConnell, bem
integrado (https://www.nytimes.com/interactive/2019/06/26/opinion/sunday/republican-
platform-far-right.html)à extrema-direita no espectro internacional, muito além dos partidos
“populistas” de direita europeus, que até há pouco eram considerados franjas desprezíveis.

Sem lhe pedir que desempenhe o papel de Cassandra, como pensa que a história
irá avaliar a posição de Trump sobre mudanças climáticas, que é de longe o maior
desafio global que o mundo enfrenta?

Tomo emprestada a frase de Wittgenstein, (http://www.philosophypages.com/hy/6s.htm)com


um pequeno ajuste, “aquilo que não se pode falar educadamente, é preciso silenciar”.

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C.J. POLYCHRONIOU
C.J. Polychroniou é um economista político/cientista político que ensinou e trabalhou em universidades e centros de
pesquisa na Europa e nos Estados Unidos. É colaborador regular da revista Truthout e autor de vários livros,
publicados em diversas línguas.
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um império em apuros ver… ameaça à América Latina
Enfraquecidos diplomaticamente, EUA Com a guerra comercial entre China e EUA, Esqueça tanques e armas. As guerras do
apelam a sua supremacia financeira e naval União Europeia sai em busca de parceiros século 21 são feitas com tribunais e juízes.
para submeter países “desobedientes”. alternativos. Mas incerto acordo com O ataque a inimigos políticos pela lawfare
Lista, pouco conhecida, inclui Irã, Mercosul está longe de salvar governo mostrou-se efetivo na Argentina, no Brasil
Venezuela e mais 18. Ilegal, ação mata Bolsonaro: dependerá de anos de e no Equador. Agora, o alvo é López
dezenas de milhares — mas é ineficaz negociação e pode ser sabotado pela Obrador, no México. Conseguirá resistir?
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China e EUA: história de Irã: a guerra imperial por A microfísica do poder
dois projetos um fio colonial de Israel
Economista estadunidense analisa: seu país Um mundo à beira do precipício. Acordo Crônica da derrubada de cem casas
é dominado por corporações que visam diplomático, longamente negociado, foi palestinas, em meio ao desamparo, à
aumentar o lucro dos acionistas e rompido. A megapotência sufoca um país perversidade burocrática e à violação das
sequestrar a política. Modelo chinês, ao mais frágil, porém altivo. Envia tropas. próprias leis de guerra. Edward Said e
contrário, tem no núcleo empresas públicas Provoca. Uma fagulha pode detonar um Foucault explicariam: não se trata de
comprometidas com o bem-estar do povo conflito global. Como deter a escalada? “abuso”, mas de limpeza étnica

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| por Joe Cirincione e Mary Kaszynski | por Berenice Bento
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3 comentários para "Chomsky mergulha na estratégia de Trump"


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estrategia-de-trump/)

— JORGE 11 de julho de 2019 às 15:25


(https://outraspalavras.net/geopoliticaeguerra/chomsky-
disse:
mergulha-na-estrategia-de-
Se “isto” é Tump, e eu concordo, imagina o “grotesco jair bolsonaro”, cópia mais fajuta que nota de 3,00 reais!
trump/#comment-37792)
KKKKKKKKK

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29/08/2019 Chomsky mergulha na(HTTPS://OUTRASPALAVRAS.NET/TERRAEMTRANSE/)
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