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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL ................................................................ 5

2.1 Divisões do SNC .................................................................................. 6

2.2 Motricidade (movimento) ...................................................................... 7

2.3 Reflexos ............................................................................................... 8

2.4 Linguagem............................................................................................ 9

3 NEUROANATOMIA .................................................................................... 9

4 DOENÇAS VASCULARES DO SNC ........................................................ 10

4.1 Acidente vascular encefálico (AVE) ................................................... 11

4.2 Complicações do Acidente Vascular Cerebral ................................... 13

4.3 AVE isquêmico ................................................................................... 15

4.4 AVE hemorrágico ............................................................................... 18

4.5 Fisioterapia e AVE .............................................................................. 19

5 EPILEPSIA................................................................................................ 20

5.1 Fisioterapia e Epilepsia ...................................................................... 21

6 CEFALEIAS .............................................................................................. 21

6.1 Fisioterapia e cefaleias ....................................................................... 22

7 TROMBOSE CEREBRAL ......................................................................... 23

8 EMBOLIA CEREBRAL .............................................................................. 24

9 DOENÇAS INFECCIOSAS DO SISTEMA NERVOSO ............................. 26

10 ALTERAÇÕES DO SNC ........................................................................ 27

10.1 Apraxia ............................................................................................ 27

10.2 Afasia .............................................................................................. 29

10.3 Agnosia ........................................................................................... 30


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10.4 Ataxia .............................................................................................. 30

10.5 Disfagia ........................................................................................... 30

10.6 Fisioterapia e as alterações do SNC ............................................... 31

11 FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA........................................................... 32

12 FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS VASCULARES


DO SNC...... .............................................................................................................. 33

12.1 Objetivos do tratamento .................................................................. 34

12.2 Protocolos de tratamento ................................................................ 36

12.3 A hidroterapia como tratamento de paciente de AVC ..................... 38

13 CONCLUSÃO ........................................................................................ 40

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................... 41

15 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 44

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 SISTEMA NERVOSO CENTRAL

Fonte: www.todamateria.com.br

O sistema nervoso humano executa uma enorme quantidade de funções por


meio de muitas subdivisões. De fato, a complexidade do encéfalo tradicionalmente
torna o estudo da neuroanatomia uma tarefa exigente. Pode-se simplificar muito essa
tarefa abordando o estudo do sistema nervoso a partir de perspectivas dicotômicas
de sua anatomia regional e funcional.
Uma célula nervosa, ou neurônio, é a unidade celular funcional do sistema
nervoso. O outro componente celular principal do sistema nervoso é a célula da
neuróglia, ou célula da glia. A célula da glia fornece suporte metabólico e estrutural
aos neurônios durante o desenvolvimento e na maturidade.

O termo neuróglia foi criado pelo patologista Rudolf Virchow e apareceu em


seu livro “Cellular Pathology”, em 1856 (BELLARD, 2008, apud MENDES,
2011).

O SNC consiste na medula espinal e no encéfalo, e o encéfalo é ainda


subdividido em bulbo, ponte, cerebelo, mesencéfalo, diencéfalo e hemisférios
cerebrais. Dentro de cada uma das sete divisões do sistema nervoso central encontra-
se um componente do sistema ventricular, um labirinto de cavidades cheias de líquido

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que possuem diversas funções de suporte. O encéfalo é formado pelo cérebro,
cerebelo e bolbo raquidiano.
A medula espinhal atua como uma espécie de intermediário entre o sistema
nervoso periférico (SNP) e o SNC, possuindo muitas fibras nervosas dispostas em
conjuntos, que controlam os músculos e os órgãos internos. Recebe, através dos
nervos sensitivos, informações sobre a temperatura, dor, tato, tensão muscular e
posição das articulações, podendo esta ser transportada até ao cérebro, através dos
axónios, de forma a estimular conscientemente a informação ou então essa
informação, depois de entrar na medula, pode ser utilizada para controlar a tensão
muscular ou estimular respostas reflexas (atos involuntários, imediatos, produzidos de
forma inconsciente). Por exemplo, quando tocamos em algum objeto quente retiramos
automaticamente a mão num ato reflexo. Num ato reflexo quatro ações são
desencadeadas: a recepção, condução, transmissão e resposta. O sistema nervoso
central intervém em todas elas.
Encontramos também no SNC, as chamadas substâncias cinzenta e branca. A
substância cinzenta é formada pelos corpos dos neurônios e a branca, por seus
prolongamentos. Com exceção do bulbo e da medula, a substância cinzenta ocorre
mais externamente e a substância branca, mais internamente.

2.1 Divisões do SNC

Divisão funcional: Sistema nervoso de vida de relação: associado a interações


do organismo com o meio (motricidade, percepção, integração, cognição). É composto
por fibras aferentes (que levam informações do meio) e fibras eferentes, que inervam
os músculos estriados.
Sistema nervoso autônomo: relacionado à manutenção da homeostase, ou
seja, do equilíbrio interno físico-químico do organismo para a sua sobrevivência,
regulando então a manutenção da temperatura, da sede, do apetite, do funcionamento
das vísceras (digestão, frequência cardíaca e respiratória, entre outros). Divide-se em:
Vias aferentes: que trazem a informação para o SNC (Exemplo: receptores da parede
da artéria carótida que detectam variações da pressão arterial e da concentração de
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CO2 e que enviam através de fibras nervosas aferentes esta informação para o SNC,
desencadeando então mecanismos de compensação para manutenção da
homeostase); Vias eferentes: Sistema nervoso autônomo (SNA), simpático e
parassimpático, que compõem dois sistemas de fibras que inervam as vísceras.
Divisão metamérica: SN segmentar: são as estruturas do SN, em que há uma
correspondência anatômica entre os seus segmentos e os segmentos do corpo.
Composto por todo o sistema nervoso periférico, a medula espinhal e o tronco
encefálico; SN supra-segmentar: composto pelo cérebro e o cerebelo. Estas
estruturas não podem ser divididas em segmentos.

A maioria dos axônios que possuem mais de 1 um de diâmetro são mielínicos.


A bainha de mielina nos axônios do SNP é constituída pelos neurolemócitos,
também denominados células de Schwann, e no SNC é constituída pelos
oligodendrócitos (BERGMAN, 2007 apud, MENDES, 2011).

Existem ainda as denominadas fibras de transmissão rápida, que são ricas em


mielina, que é uma substância gordurosa que envolve as fibras nervosas. Quanto mais
mielina, mais grossa a fibra e mais rápida a sua transmissão. Conduzem informações
mais precisas. E as fibras de transmissão lenta, que são finas, sendo pouco
mielinizadas ou amielínicas. Transmitem a dor, a sensação de cócegas, pressão e o
tato grosseiro.
Diferentes áreas do SNC têm uma representação somatotrópica própria, não
só áreas do córtex. Assim, por exemplo, no corno anterior da substância cinzenta da
medula os motoneurônios da porção mais medial inervam a musculatura axial (tronco,
paravertebral) e os da porção mais lateral a musculatura dos membros.

2.2 Motricidade (movimento)

Nossos sistemas sensórios formam representações internas de nossos corpos


e do mundo exterior. Uma das principais funções destas representações internas é
orientar o movimento. Mesmo uma informação simples como alcançar um copo de
água exige informação visual para estabelecer uma representação interna da
localização espacial do copo. Ela requer também informação proprioceptiva para

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formar uma representação interna do corpo de modo que comandos motores
adequados possam ser enviados ao membro superior.
A ação voluntária somente é possível porque as partes que controlam o
movimento têm acesso à corrente contínua de informação sensorial do cérebro. A
ação integrativa do sistema nervoso a decisão de executar um movimento e não um
outro depende da interação entre os sistemas motores e sensoriais.
Os sistemas motores são organizados numa hierarquia funcional, com cada um
dos níveis envolvidos em diferentes decisões.

2.3 Reflexos

São padrões involuntários, coordenados, de contração e relaxamento


musculares desencadeados por estímulos periféricos. Dentre eles podemos citar:
Reflexo miotático: é a resposta de contração do músculo, quando este é
estirado bruscamente. Trata-se de um circuito monosinaptico, ou seja, há uma via
aferente de entrada de informação no SNC (medula), uma sinapse e a via eferente
que executa a contração. Por isso é chamado de reflexo monossináptico. É a forma
mais simples de circuito neural, pois envolve apenas dois neurônios. É também um
reflexo intrasegmentar, ou seja, envolve um segmento da medula (um andar).
O estiramento rápido do músculo produzido através da percussão do tendão
com o martelo de reflexos estimula receptores intramusculares (fusos
neuromusculares). São gerados impulsos que trafegam com grande velocidade por
fibras nervosas grossas e bastante mielinizadas. Estas entram pela raiz dorsal do
respectivo nervo espinhal e já se conectam (fazem sinapse) com o motoneurônio
anterior do mesmo segmento medular. A estimulação dos motoneurônios provoca
contração do músculo estirado. Ao mesmo tempo são estimulados interneurônios
(células de Renshaw) que inibem motoneurônios destinados a músculos antagonistas
(aqueles que realizam o movimento oposto) e interneurônios que excitam os
motoneurônios destinados aos músculos agonistas. Ao contrário dos reflexos, os
movimentos voluntários são iniciados para atingir um objetivo específico.

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A medula, o tronco encefálico e o córtex cerebral também atuam, regulando o
planejamento e a execução dos movimentos, bem como o cerebelo e os núcleos da
base (putamen, globo pálido, núcleo causado, substância negra).

2.4 Linguagem

A linguagem é exclusiva dos seres humanos. O ser humano tem então uma
capacidade inata não apenas para aprender o significado das palavras, mas de
reconhecer suas diferentes categorias, agrupando-as de acordo.

3 NEUROANATOMIA

Fonte: www.nanomedicina.com

A neuroanatomia é o ramo da ciência responsável pelo estudo de estruturas


anatômicas complexas do sistema nervoso central e periférico. Esta grande área está
responsável pelas delineações das regiões cerebrais bem como a diferenciação
destas estruturas relacionando todo o conhecimento estrutural ao seu funcionamento.
A neuroanatomia regional examina as relações espaciais entre as estruturas.
Ela define as principais divisões do encéfalo, assim como as relações contíguas locais
dentro das divisões. Ao contrário, a neuroanatomia funcional examina aquelas partes
do sistema nervoso que atuam em conjunto para concluir uma tarefa específica, por
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exemplo, a percepção visual. Os sistemas funcionais são formados por conexões
neurais específicas dentro e entre regiões do sistema nervoso; conexões que formam
circuitos neurais complexos. A finalidade da neuroanatomia funcional é desenvolver
uma compreensão do circuito neural subjacente ao comportamento.

4 DOENÇAS VASCULARES DO SNC

Fonte: www.fiapodejaca.com.br

A expressão Acidente Vascular Encefálico (AVE) refere-se ao súbito


comprometimento da função cerebral provocado por uma variedade de alterações
histopatológicas envolvendo um (focal) ou vários (multifocal) vasos sanguíneos
intracranianos ou extracranianos.
O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais. Na base do
crânio estas artérias formam o polígono de Willis, de onde saem as principais artérias
para a vascularização cerebral.

Também pode ser efetuada uma abordagem cirúrgica endovascular,


buscando se a reperfusão do vaso ocluído, se o início dos sinais e sintomas
for recente, menor do que uma hora e meia a duas horas (MUSUKA, 2015,
apud, BORBA, 2018).

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O tratamento da hipertensão arterial, embora benéfico na fase subaguda como
medida de prevenção secundária, pode ser deletério na fase aguda. O aumento da
pressão arterial nesta fase pode ser uma forma compensatória para aumentar o fluxo
sanguíneo na área de isquemia cerebral. A correção para níveis de pressão arterial
normal está relacionada a pior evolução clínica. Por isso, o consenso é não tratar a
hipertensão arterial nos primeiros dez dias do AVC isquêmico exceto em casos de
hipertensão extrema (>220x120mmHg) ou de lesão aguda de órgão-alvo (insuficiência
coronariana aguda, dissecção aguda da aorta, insuficiência renal aguda, edema
agudo do pulmão). Medicações para controle da hipertensão utilizadas previamente
ao evento, podem ser mantidas. No caso do AVC hemorrágico pode-se reduzir
cautelosamente a pressão arterial para níveis abaixo de 180x110mmHg.
As crescentes mudanças no estilo e expectativa de vida associadas com o
aumento dos fatores de risco para as doenças cerebrovasculares podem servir como
justificativa para a grande incidência do AVE. Dentre os principais fatores de risco que
podem aumentar a propensão ao AVE, destacam-se os altos perfis lipídicos, diabetes
mellitus, sobrepeso e obesidade, além do tabagismo e sedentarismo.

4.1 Acidente vascular encefálico (AVE)

Fonte: www.gestaodelogisticahospitalar.com.br

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O acidente vascular encefálico é uma doença caracterizada pelo início agudo
de um déficit neurológico (diminuição da função) que persiste por pelo menos 24
horas, refletindo envolvimento focal do sistema nervoso central como resultado de um
distúrbio na circulação cerebral que leva a uma redução do aporte de oxigênio às
células cerebrais adjacentes ao local do dano com consequente morte dessas células.

Por se tratar de uma das principais causas de morbi-mortalidade no mundo,


além de proporcionar incapacidades motoras e cognitivas, o AVE é uma
doença comum e de grande impacto na saúde pública. (GROCHOVSKI, 2015
apud MEDEIROS, 2017).

O AVE é um distúrbio grave do sistema nervoso. Pode ser causado tanto pela
obstrução de uma artéria, que leva à isquemia (suspensão da circulação local do
sangue) de uma área do cérebro, como por uma ruptura arterial seguida de derrame.
Os neurônios alimentados pela artéria atingida ficam sem oxigenação e morrem,
estabelecendo-se uma lesão neurológica irreversível.
Os AVEs extensos podem chegar a provocar estupor ou coma. Além disso,
acidentes vasculares cerebrais, mesmo os mais leves, podem causar depressão ou
incapacidade de controlar as emoções. Por exemplo, as pessoas podem rir ou chorar
de forma inadequada.
Alguns pacientes apresentam convulsão quando o acidente vascular cerebral
se inicia. As convulsões também podem ocorrer meses ou até anos mais tarde. As
convulsões tardias resultam de cicatrização ou materiais que são depositados a partir
do sangue em tecidos cerebrais lesionados.
Se os sintomas, particularmente consciência comprometida, se agravarem
durante os primeiros dois ou três dias, a causa é muitas vezes inchaço devido ao
excesso de líquido (edema) no cérebro. Os sintomas geralmente diminuem dentro de
poucos dias, quando o líquido é absorvido. No entanto, este inchaço é particularmente
perigoso, porque o crânio não se expande. O consequente aumento da pressão pode
causar mudança no cérebro, prejudicando ainda mais seu funcionamento, mesmo que
a área diretamente danificada pelo AVC não aumente. Se a pressão for muito elevada,
o cérebro pode ser forçado para baixo no crânio, através das estruturas rígidas que o
separam em compartimentos. O problema resultante é chamado de hérnia ( cérebro
sob pressão) e esta pode ser fatal.
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Derrames cerebrais isquêmicos, o tipo mais comum, podem ser tratados com
medicamentos trombolíticos. Esses medicamentos interrompem o derrame ao
dissolverem o coágulo sanguíneo que bloqueia o fluxo de sangue no cérebro. Uma
vez que os medicamentos trombolíticos podem elevar ao sangramento, eles devem
ser usados somente, depois de o médico ter a certeza que o paciente sofre ou sofreu
derrame cerebral isquêmico e não um hemorrágico.
O diagnóstico de AVC é baseado na história clínica, que se caracteriza por um
déficit neurológico súbito, no exame físico e nos exames complementares. Os sinais
de alerta mais importantes são os seguintes: hemiparesia; hemihipoestesia;
parestesias; alterações mentais, da linguagem, da memória, da fala, do nível de
consciência, visuais ou de outros órgãos dos sentidos; tonturas, vertigens;
desequilíbrio; distúrbios da marcha e cefaleia forte especialmente com vômitos.
A adequação dos hábitos de vida diária é primordial para a prevenção desta
patologia. No âmbito da rede pública de saúde, o Ministério da Saúde investe em
ações para a promoção da saúde como o Programa Academia da Saúde, que trabalha
práticas corporais e atividade física por meio da implantação de polos. Há também
o Guia Alimentar para a População Brasileira, que dá orientações sobre os cuidados
e caminhos para alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada,
evitando o desenvolvimento de doenças crônicas, como o AVC.

4.2 Complicações do acidente vascular cerebral

Os acidentes vasculares cerebrais podem levar a outros problemas


(complicações):
Se houver dificuldade de deglutição, as pessoas podem não se alimentar o
suficiente e ficar desnutridas e desidratadas, tendo que fazer uso de sonda para
alimentação (exemplo: sonda nasogástrica);
Comida, saliva ou vômito pode ser inalado (aspirado) para dentro dos
pulmões, resultando em pneumonia por aspiração;
Estar em uma posição por muito tempo pode resultar em úlceras de
decúbito e levar à perda de massa muscular;

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A incapacidade para mover os MMII (membros inferiores) pode provocar a
formação de coágulos de sangue nas veias profundas das pernas e na virilha
(trombose venosa profunda). Os coágulos podem se desprender, seguir através da
corrente sanguínea e bloquear uma artéria que chega ao pulmão (embolia
pulmonar);
Os pacientes podem ter dificuldade para dormir, necessitando assim, de
tratamento para tal;
As perdas e os problemas resultantes do AVC podem tornar as pessoas
deprimidas.
O tratamento proposto consta em medidas de apoio às funções vitais, como
respiração; Medicamentos que desintegrem os coágulos sanguíneos ou diminuam a
propensão do sangue de coagular; A cirurgia ou angioplastia com stent podem ser
necessários; Medidas para controlar a dificuldade de deglutição e, dessa forma,
prevenir a pneumonia por aspiração; Medidas para prevenir coágulos sanguíneos
nos MMII.
Quando um acidente vascular cerebral é muito grave, podem-se administrar
medicamentos como o manitol para reduzir o edema e o aumento da pressão no
cérebro. Algumas pessoas têm necessidade de um ventilador artificial para respirar
adequadamente.
Tratamentos específicos de AVC podem incluir medicamentos para dissolver
os coágulos sanguíneos (medicamentos trombolíticos) e medicamentos para reduzir
a probabilidade de o sangue coagular (medicamentos antiplaquetários e
anticoagulantes), seguida de reabilitação. Em alguns centros especializados, os
coágulos sanguíneos são fisicamente removidos das artérias (chamada trombectomia
mecânica).
Medidas para prevenir outro acidente vascular cerebral incluem controle de
fatores de risco (incluindo hipertensão arterial, diabetes e elevados níveis de
colesterol), o uso de medicamentos que tornam o sangue menos coagulado e algumas
vezes cirurgia ou angioplastia para desobstruir as artérias bloqueadas.

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4.3 AVE isquêmico

Fonte: www. ecasadaenfermagem.com.br

O AVE isquêmico consiste na oclusão de um vaso sanguíneo que interrompe o


fluxo de sangue a uma região específica do cérebro, interferindo com as funções
neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou
déficits característicos.
O AVC isquêmico se divide em quatro subgrupos, com causas distintas:
AVC isquêmico aterotrombótico: provocado por doença que causa formação
de placas nos vasos sanguíneos maiores (aterosclerose), provocando a oclusão do
vaso sanguíneo ou formação de êmbolos.
AVC isquêmico cardioembólico: ocorre quando o êmbolo causador do
derrame parte do coração.
AVC isquêmico de outra etiologia: é mais comum em pessoas jovens e pode
estar relacionado a distúrbios de coagulação no sangue.
AVC isquêmico criptogênico: ocorre quando a causa do AVC isquêmico não
foi identificada, mesmo após investigação detalhada pela equipe médica.
Os sintomas ocorrem subitamente e podem incluir fraqueza muscular, paralisia,
perda de sensibilidade ou sensibilidade anormal de um lado do corpo, dificuldade em
falar, confusão, problemas com a visão, tonturas, perda de equilíbrio e coordenação.

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O diagnóstico costuma se basear nos sintomas e nos resultados de um exame
físico e de imagens do cérebro. Outros exames de diagnóstico por imagem e exames
de sangue são realizados para identificar as causas do acidente vascular cerebral.

É mais predominante o AVC isquêmico, cerca de 80% do total dos casos,


contra 15% de casos de AVC hemorrágico (LIMA, 2016, apud, JUNIOR,
2019).

Cerca de um terço das pessoas recuperam toda ou a maior parte da capacidade


funcional normal após um AVC isquêmico.
Alguns fatores de risco de acidente vascular cerebral isquêmico podem ser
controlados ou modificados até certo ponto, por exemplo, tratando o distúrbio que
aumenta o risco.
Fatores de risco modificáveis: Altos níveis de colesterol; Hipertensão
arterial; Diabetes; Resistência à insulina (resposta inadequada à insulina), que ocorre
no diabetes tipo 2; Tabagismo; Obesidade, particularmente se o excesso de peso
estiver ao redor do abdômen; Consumo excessivo de álcool; Falta de atividade física;
Dieta pouco saudável (como aquelas que apresentam um teor elevado de
gorduras saturadas, gorduras trans. e calorias); Depressão ou outros tipos de
estresse mental; Doenças cardíacas que aumentem o risco de que coágulos
sanguíneos se formem no coração, se desprendam e se desloquem pelos vasos
sanguíneos como êmbolos (como um ataque cardíaco ou em uma arritmia cardíaca
denominada fibrilação atrial); Endocardite infecciosa (infecção do revestimento do
coração e, geralmente, das válvulas do coração); Uso de cocaína ou anfetaminas;
Inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite); Distúrbios coagulatórios que resultem
em coagulação excessiva.

Em escala mundial, o AVC é a segunda principal causa de morte, ocorrendo


predominantemente em adultos de meia-idade e idosos. Nas últimas
décadas, o AVC no Brasil vem liderando entre as principais causas de
internações e mortalidade, causando na grande maioria dos pacientes algum
tipo de deficiência, seja parcial ou completa. Foram registradas no país
160.621 internações por doenças cerebrovasculares em 2009, sendo a taxa
de mortalidade de 51,8 a cada grupo de 100.000 habitantes (LIMA, 2016,
apud JUNIOR, 2019).

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Fatores de risco que não podem ser modificados: Ter sofrido um acidente
vascular cerebral anteriormente; Idade avançada; histórico familiar de AVC.
Geralmente, os sintomas de um acidente vascular cerebral isquêmico ocorrem
de repente e muitas vezes são mais graves alguns minutos depois que iniciam,
porque a maioria dos AVC isquêmicos, tem início subitamente, desenvolvendo
rapidamente e causando a morte do tecido cerebral dentro de um espaço de tempo
pequeno.
Os AVCs causados por um êmbolo ocorrem frequentemente durante o dia, e
a cefaleia pode ser o primeiro sintoma. Os AVCs causados por um coágulo de
sangue em uma artéria estreitada ocorrem com frequência à noite e são observados
primeiramente quando o paciente acorda.
Podem-se manifestar muitos outros sintomas, dependendo da parte do
cérebro que se encontra privada de sangue e oxigênio ( Disfunção cerebral por
localização).
Quando as artérias que se ramificam a partir da artéria carótida interna (que
levam o sangue ao longo da frente do pescoço até o cérebro) são afetadas, os
seguintes sintomas são comumente observados: Cegueira em um olho;
Incapacidade de ver fora do mesmo lado em ambos os olhos; Sensações anormais,
fraqueza ou paralisia de um braço ou uma perna ou em um lado do corpo.
Quando as artérias que se ramificam a partir das artérias vertebrais (que
transportam o sangue ao longo da parte de trás do pescoço ao cérebro) são
afetadas, os seguintes sintomas são comumente observados: Tontura e vertigem;
Visão dupla ou perda de visão em ambos os olhos; Fraqueza generalizada em um
ou nos dois lados do corpo.
Outros sintomas que se podem manifestar são a dificuldade em falar
(linguagem ininteligível, por exemplo), consciência comprometida (como confusão),
perda de coordenação e incontinência urinária.

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4.4 AVE hemorrágico

Fonte:www.tuasaude.com

No AVE hemorrágico existe hemorragia (sangramento) local, com outros


fatores complicadores tais como aumento da pressão intracraniana, edema (inchaço)
cerebral, entre outros, levando a sinais nem sempre focais.
Geralmente é causado por hipertensão arterial, ruptura de aneurismas,
malformações arteriovenosas, vasculites, vasculopatias e discrasias sanguíneas. A
hemorragia intraparenquimatosa (HIP), é o subtipo mais comum de hemorragia
cerebral, acometendo cerca de 15% de todos os casos de AVC.
Os sinais e sintomas são sempre súbitos e podendo causar: fraqueza do
hemicorpo, perda da sensibilidade ou do campo visual de um ou ambos os olhos,
vertigem, dificuldade para falar ou para compreender palavras simples e até mesmo
a perda da consciência ou crises convulsivas.
O diagnóstico é feito por meio da realização de exames de neuroimagem, como
tomografia de crânio ou ressonância magnética, logo diante da suspeita clínica, ou
seja, imediatamente na chegada ao hospital, no serviço de emergência. Estes exames
demonstram a localização e o tamanho da hemorragia.
O tratamento pode ser cirúrgico ou clínico, dependendo do volume da lesão, da
localização e da condição clínica do paciente. Mesmo os pacientes tratados
cirurgicamente recebem todo o suporte clínico e de reabilitação. O tratamento
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cirúrgico visa a retirar o sangue de dentro do cérebro. Em alguns casos, coloca-se um
cateter para avaliar a pressão dentro do crânio, que aumenta por conta do inchaço do
cérebro após o sangramento. Em algumas situações, o tratamento cirúrgico é decidido
por esta medida e não realizado logo na entrada do paciente no hospital,
principalmente porque alguns têm um novo sangramento poucas horas depois do
primeiro. O tratamento clínico tem o objetivo de controlar a pressão arterial,
complicações como crises convulsivas e infecções.
A prevenção deve ser feita pelo controle rigoroso da pressão arterial, que deve
ser mantida a níveis inferiores a 120 X 80 mmHg, e evitando o consumo abusivo do
álcool, que também é um importante fator de risco para esta doença.

4.5 Fisioterapia e AVE

A reabilitação deve ser iniciada tão logo a condição do paciente permita e é


uma parte do tratamento. Como seu início depende das condições do paciente,
somente deve ser feita quando não há perigo de piorar o estado neurológico ou clínico.
Um bom programa de reabilitação conta com uma equipe de fonoaudiologia,
fisioterapia, enfermagem e terapia ocupacional, que deverá traçar um plano
terapêutico individualizado, baseado nas sequelas neurológicas, garantindo a
qualidade de vida do paciente.

A reabilitação visa à reintegração dentro de um trabalho global, mantendo a


tendência de primeiro tentar reduzir as limitações funcionais e,
posteriormente, aumentar a reintegração social ou adaptação no ambiente.
(MEEK, 2004 apud CALIL, 2007).

Dentre as diversas técnicas utilizadas na fisioterapia neurofuncional,


encontram-se: cinesioterapia, hidroterapia, eqüoterapia, bobath, kabat, eletroterapia,
entre outros. A cinesioterapia é o uso do movimento ou exercício como forma de
tratamento, a fim de reabilitar ou reequilibrar as forças mecânicas atuantes no
organismo como um todo, proporcionando melhora na qualidade do movimento e
como consequente melhoria na qualidade de vida. Para isso, a cinesioterapia é de
fundamental importância para a fisioterapia, visto que o movimento só se cura com o
movimento. Ela é o recurso mais utilizado no paciente com hemiplegia.
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5 EPILEPSIA

Fonte: www. edif.sapo.com.br

A epilepsia é uma alteração na atividade elétrica do cérebro, temporária e


reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou
neurovegetativas. Os ataques epilépticos aparecem, na maioria dos casos, antes dos
18 anos de idade e podem ter várias causas, tais como: anomalias congénitas,
doenças degenerativas do sistema nervoso, infecções, lesões decorrentes de
traumatismo craniano, tumores cerebrais, entre outras.
Atualmente, o tratamento da epilepsia é realizado através de medicações
que possam controlar a atividade normal dos neurônios, diminuindo as cargas
cerebrais anormais. Mesmo com o uso de múltiplas medicações, pode não haver
controlo satisfatório da doença. Neste caso, pode haver indicação de cirurgia. Ela
consiste na extração da parte lesionada ou das conexões cerebrais que levam à
propagação das descargas anormais. O procedimento cirúrgico pode levar à cura, ao
controlo das crises ou à diminuição da frequência e intensidade das mesmas.

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5.1 Fisioterapia e Epilepsia

Os exercícios fisioterapêuticos têm sido utilizados como forma de tratamento


de inúmeras doenças, porém, seus efeitos na epilepsia são controversos. Apesar de
alguns estudos demonstrarem um efeito benéfico, tanto em humanos como em
animais, outros não mostram associação. Devido a isso, o exercício é pouco utilizado
como tratamento complementar ao farmacológico com o objetivo de controlar as crises
epilépticas e diminuir os efeitos colaterais. Apesar da controvérsia, evidências têm
apontado para uma melhora nos aspectos psicológicos e na saúde cardiovascular
desses indivíduos.

6 CEFALEIAS

Fonte:www.revistavivasaude.uol.com.br

A cefaleia é o termo usado para descrever qualquer dor que ocorra numa
ou mais áreas do crânio (face, boca ou pescoço). A cefaleia pode ser crônica,
recorrente ou ocasional. A dor pode ser leve ou intensa, o suficiente para afetar as
atividades diárias. A dor é causada por estímulos na rede de fibras nervosas dos
tecidos, músculos e vasos sanguíneos da cabeça e da base do crânio.

21
A Sociedade Internacional de Cefaleias (IHS), em 1988, classificou a cefaleia
em primária e secundária de acordo com a sua causa. Pode ser primária
quando a dor por si só é o sintoma principal, e secundária, quando ela é
secundária a uma doença, como por exemplo, a cefaleia associada à sinusite
(MORAIS, 2009 apud, SILVA, 2011).

Atualmente, o tratamento das dores de cabeça é feito com analgésicos


comuns de uso diário, dosados pelo médico de acordo com a gravidade dos sintomas.
Nas cefaleias emocionais, pode ser indicada a psicoterapia e a fisioterapia.

6.1 Fisioterapia e cefaleias

Cada vez mais o fisioterapeuta se torna atuante nesta patologia pois a alta
incidência de pessoas portadoras de cefaleia gera a procura por maneiras alternativas
ao tratamento alopático. Assim nesse contexto, a fisioterapia se torna uma opção
viável para tratar esse tipo de algia se apresentando útil e eficaz não somente para as
pessoas que tiveram resultados negativos com o tratamento alopático, mas firmando-
se com eficácia e segurança em todos as circunstâncias da patologia. Uso da
acupuntura para tratamento, massagens relaxantes.
A analgesia causada através do TENS pode ocorrer por meio do sistema da
comporta da dor ou através do sistema opióide endógeno descendente.
Muitos são os recursos e exercícios que podem ser utilizados pelo
fisioterapeuta, com a finalidade de restaurar a nutrição sanguínea e adequar as
atividades musculares, dentre eles destaca- se: Terapia manual com manobras
cranianas e cervicais (para normalizar o equilíbrio membranoso com a consequente
liberação dos micromovimentos do crânio, diminuindo a compressão nervosa,
promovendo a drenagem venosa, e relaxando os tecidos moles relacionados);
Mobilizações vertebrais; Tração cervical; Mobilização passiva das facetas cervicais;
Massagem do tecido conjuntivo; Técnicas de relaxamento muscular; Liberação de
aderências no couro cabeludo; Crochetagem do nervo occipital; Alongamento das
estruturas moles suboccipitais, do trapézio superior, dos músculos posteriores da
cervical, da musculatura da cintura escapular, pericraniana e cervical; Exercícios de
fortalecimento crânio-cervical; Instruções posturais para cervical; Reeducação
postural.
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A fisioterapia é amplamente utilizada no tratamento da cefaleia do tipo
tensional, mas as evidências científicas de quaisquer benefícios ou efeitos
possíveis são bastante limitadas, pela falta de estudos a cerca desse assunto
(TORELLI, 2004 apud, SILVA, 2011)

Além dos métodos citados acima, alguns cuidados e restrições devem ser
tomados em relação ao paciente com cefaleia:
No tratamento com a realização de exercícios, principalmente de fortalecimento
muscular observar se o paciente não está tensionando musculaturas acessórias, que
podem levar ao aumento do quadro de dor.
Deve sempre ser incentivada a terapêutica ergonômica com a correção da
postura no local de trabalho para evitar tensões e estresse musculares.
Orientar o paciente sobre alguns desencadeadores da cefaleia, como cafeína,
álcool, sinusite, gripe, resfriado, congestão nasal, alterações odontológicas (como o
bruxismo), fumo em excesso, fadiga visual, fadiga, estresse de origem externa e
interna, esforço em excesso, má postura, repouso insuficiente, ansiedade, fome,
excesso de exercícios, repouso insuficiente, cansaço, e estresse emocional ou
mental, inclusive depressão.

7 TROMBOSE CEREBRAL

Fonte: www.sobretrombose.com.br

Refere-se à formação ou desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo


no interior das artérias cerebrais, ou dos seus ramos. Existem dois tipos de trombose,
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a venosa e a arterial. Arteriais são mais frequentes, e resultam da presença de
material ateromatoso que oclui o lúmen de um vaso. As tromboses venosas
constituem uma raridade no conjunto dos quadros de patologia vascular cerebral.
Geralmente, a trombose cerebral é mais frequente em idosos ou pessoas com
pressão alta ou aterosclerose, por exemplo, mas também pode acontecer em
pessoas jovens, sendo que o risco pode estar aumentado em mulheres que tomam
anticoncepcional regularmente. Os sintomas que ajudam a identificar a trombose
cerebral são: Formigamento ou paralisia num lado do corpo; Boca torta; Dificuldade
para falar e de compreensão; Alterações na visão; Dor de cabeça intensa; Tonturas e
perda de equilíbrio.
Dependendo do tempo de duração da trombose cerebral, podem surgir
sequelas devido às lesões provocadas pela falta de oxigênio no sangue. As sequelas
podem incluir vários problemas, desde alterações na fala até paralisia, e a sua
gravidade depende do tempo que o cérebro ficou sem oxigênio.
Para tratar as sequelas, é necessário tratamento fisioterapêutico e terapia
ocupacional, sendo que alguns casos, a fonoaudiologia também pode ser solicitada
(caso de alteração na fala).

8 EMBOLIA CEREBRAL

Fonte: www.patologandocomocrebro.br

24
Define-se como todo o processo em que se verifica a oclusão arterial por um
corpo estranho (embolo) em circulação, que são libertados na corrente sanguínea e
que se deslocam até as artérias cerebrais. Estes coágulos formam-se dentro dos
vasos sanguíneos do cérebro, geralmente sobre uma placa de gordura, devido a
acumulação de colesterol nas paredes das artérias, processo conhecido como
arteriosclerose.
Diferentes áreas do cérebro são responsáveis por diferentes funções, incluindo
a sensibilidade, o movimento, a visão, a fala, o equilíbrio e a coordenação.
As manifestações clínicas de embolia variam, dependendo da área do cérebro
que se encontra lesada, podendo incluir: Dores de cabeça com ou sem vômitos;
Tonturas, confusão mental; Fraqueza ou paralisia de um dos lados do corpo;
Entorpecimento súbito e acentuado de qualquer parte do corpo; Assimetria facial;
Perturbações visuais, incluindo uma perda súbita de visão; Dificuldades da marcha,
incluindo uma marcha cambaleante ou instável; Problemas de coordenação nos
braços e nas mãos; Discurso arrastado ou incapacidade para falar; Desvio súbito dos
olhos numa direção; Convulsões (crises epilépticas); Respiração irregular; Estupor,
coma.
O aparecimento súbito de uma ou mais destas manifestações constitui um sinal
de alerta de que pode estar a ocorrer um acidente vascular cerebral.
Fatores de risco da embolia: Hipertensão arterial; Doença cardíaca; Obesidade;
Sedentarismo; Diabetes; Colesterol elevado; Tabagismo; Consumo excessivo de
bebidas alcoólicas.
A história e o exame físico dão subsídios para uma possibilidade de doença
vascular cerebral como causa da sintomatologia do paciente. O início agudo de
sintomas neurológicos focais deve sugerir uma doença vascular em qualquer idade,
mesmo sem fatores de risco associados. Normalmente o médico solicita exames
complementares com a finalidade de confirmar ou afastar o diagnóstico, verificar a
gravidade, a evolução e certificar-se do local da lesão. Para que o médico possa
determinar os exames necessários, é preciso sua prévia avaliação, baseada nas
informações dos acompanhantes e, quando possível, do próprio paciente, bem como
o exame clínico e neurológico do mesmo.

25
As informações mais importantes, em geral, são: o que o paciente sente, desde
quando, a maneira que começou a adoecer (rápida, progressiva), como o paciente
passou do início até a admissão ao hospital, medicamentos, doenças prévias e atuais.

9 DOENÇAS INFECCIOSAS DO SISTEMA NERVOSO

Fonte:www.anatomiahumana.br

Vírus, bactérias, protozoários e vermes podem parasitar o sistema nervoso,


causando doenças graves que dependem do tipo de agente infeccioso, do seu estado
físico e da idade da pessoa afetada.
Se o encéfalo for afetado, fala-se em encefalites. Se a medula espinhal for
afetada, fala-se de poliomielite. Os sintomas da infecção viral dependem da região
atingida e do tipo de vírus; incluem febre, dor na cabeça, náuseas, vômitos, rigidez da
nuca (no caso das meninges) e paralisia (no caso da poliomielite).
Infecções bacterianas também podem causar meningites. Embora sejam mais
comuns em crianças, podem atingir adultos. Os sintomas são semelhantes aos das
meningites virais, embora mais graves, podendo levar ao estado de coma e à morte.
As meningites podem ser prevenidas pela vacinação e tratadas com
antibióticos. O protozoário Plasmodium falciparum causa a malária cerebral, que se
desenvolve em cerca de dois a dez por cento dos pacientes. Destes, cerca de 25%

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morrem em consequência da infecção. O verme platelmintoTaenia solium (a solitária
do porco) pode, em certos casos, atingir o cérebro, causando cisticercose cerebral.
O paciente adquire a doença através da ingestão de alimentos contaminados
com ovos de tênia. A larva do verme, ao sair do ovo, atravessa a parede intestinal e
penetra na circulação sanguínea, podendo formar cistos no cérebro. Os sintomas são
semelhantes aos das epilepsias.
Estas doenças atacam fortemente o sistema nervoso, são muito complexas
e exigem o respectivo tratamento, casos contrários podem levar à morte.
Atualmente, o tratamento consiste numa alimentação cuidado e na
administração de antibióticos específicos para as diferentes patologias.

10 ALTERAÇÕES DO SNC

É preciso muita atenção e cautela ao se avaliar um paciente neurológico. Ele


pode apresentar múltiplas alterações que podem passar despercebidas e que muitas
vezes dificultam o processo de reabilitação. Em alguns casos, essas alterações
podem ser mal interpretadas pelos familiares e gerar conflitos e frustação ao paciente.
Por isso, é muito importante conhecer as alterações decorrentes de lesão do SNC,
além das motoras é claro, para direcionar o melhor tratamento e poder orientar a
família.
Dentre essas alterações podemos citar: Apraxia, afasia, agnosia, ataxia e a
disfagia.

10.1 Apraxia

Causada por condições que afetam partes do cérebro, principalmente o lobo


parietal, que controlam os movimentos. O indivíduo perde a habilidade de realizar
movimentos. A pessoa sabe como fazê-los, é fisicamente capaz de fazer (e quer
fazer), mas não consegue.

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Pode ser decorrente de uma lesão cerebral como traumatismo craniano, tumor
cerebral, AVC e doença de Alzheimer. Essa lesão afeta a capacidade do cérebro de
enviar sinais corretos ao corpo. A forma mais branda da apraxia é chamada dispraxia.
Tipos de Apraxia: Buco facial ou orofacial: incapacidade de pessoas seguir
comandos envolvendo movimentos faciais e dos lábios. Essa atividade inclui tossir,
lamber os lábios, assobiar e piscar. Conhecida também como apraxia facial-oral é a
forma mais comum.

As doenças relacionadas ao distúrbio alimentar não são poucas, pois o


crescimento exagerado dessas bactérias patogênicas acaba desequilibrando
a integridade intestinal, afetando até o estado de humor, alegria de viver,
bem-estar do hospedeiro, já que a disbiose pode levar a uma diminuição na
produção de serotonina. Além disso dificulta a absorção de nutrientes para
síntese desse neurotransmissor, levando assim ao um quadro de depressão
(ALMEIDA, 2009, apud, RODRIGUES, 2015).

 Apraxia cinética dos membros incapacidade de fazer movimentos precisos com


braços ou pernas.
 Apraxia ide motora incapacidade de imitar movimentos realizados por outras
pessoas, como acenar.
 Apraxia construcional inabilidade de copiar, desenhar, ou construir figuras simples.
 Apraxia ideacional incapacidade de realizar uma atividade que envolve a
realização de uma série de movimentos em sequência. O paciente com essa
alteração pode apresentar problemas para se vestir, comer ou tomar banho.
Também chamada de apraxia conceitual.
 Apraxia oculomotora caracterizada pela dificuldade de mover os olhos.
 Apraxia verbal envolve a dificuldade de coordenar os movimentos da fala e boca.
A pessoa pode querer dizer uma palavra e fala outra com som semelhante.
O paciente com o diagnóstico de apraxia pode também apresentar afasia. Esse
indivíduo pode apresentar frustação pela dificuldade de comunicação ou devido aos
problemas na realização de tarefas. Em alguns casos, pode afetar a capacidade de
viver de maneira independente.

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10.2 Afasia

Afasia é uma desordem neurológica causada pela lesão de regiões cerebrais


responsáveis pela fala. Os primeiros sinais incluem dificuldade em se expressar
quando fala, problemas de entendimento, e dificuldade de ler e escrever. Afasia não
é uma doença e sim, um sintoma de uma lesão cerebral. Pode ser causado devido
AVC, Traumatismo Craniano, Tumor, Infecção ou Demência. O tipo e a severidade da
lesão dependem da localização e extensão da lesão do tecido cerebral.

No Brasil, a presença de fonoaudiólogos nas unidades de AVC foi


recomendada para suporte terapêutico somente após a implementação da
linha de cuidado do AVC e, mesmo assim, ainda é difícil estimar o número de
encaminhamentos para continuidade do tratamento fonoaudiólogo após a
alta hospitalar. (BRASIL, 2012 apud GOULART, 2015)

Tipos de Afasia: Geralmente, pode ser dividida em 4 categorias:


Afasia de Expressão: dificuldade de expressar os pensamentos por meio da
fala e escrita. O paciente sabe o que quer dizer, mas não consegue encontrar as
palavras que precisa.
Afasia Receptiva: dificuldade de entender a linguagem escrita e falada. O
paciente escuta a voz ou vê a imagem, mas não consegue entender.
Afasia Amnésica: é o tipo mais severo, caracterizada pela dificuldade de usar
nomes corretos para objetos, pessoas, lugares ou eventos em particular.
Afasia Global: resulta de uma lesão severa e extensa de áreas cerebrais.
Pacientes perdem quase toda a função de linguagem, tanto de compreensão quanto
expressão. O indivíduo não consegue falar ou entender a fala, nem pode ler ou
escrever.
Geralmente, pessoas mais jovens ou com lesões menos extensas respondem
melhor ao tratamento. A localização da lesão também é importante e é uma dica para
o prognóstico. Em geral, a recuperação da compreensão é mais fácil do que a de
expressão.

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10.3 Agnosia

É uma desordem rara caracterizada pela incapacidade de reconhecer objetos


e pessoas. O indivíduo pode apresentar dificuldade em reconhecer figuras
geométricas de um objeto ou face ou pode ser capaz de perceber as figuras
geométricas, mas não para que o objeto é usado ou se o rosto é familiar ou não. A
Agonia pode ser limitada à apenas uma modalidade sensorial como visão e audição.
Pode ocorrer devido AVC, demência, desordens do desenvolvimento, ou outras
desordens neurológicas. Geralmente, é resultado de lesões em áreas cerebrais
específicas como os lobos parietais e occipitais do cérebro. Pessoas com essa
alteração geralmente apresentam as habilidades cognitivas das outras áreas
preservadas.

10.4 Ataxia

Essa é uma alteração motora que ocorre quando partes do sistema nervoso
que controla os movimentos são lesionadas. Observa- se perda do controle muscular
de braços e pernas, resultando na perda de balance e coordenação ou um distúrbio
da marcha. A maioria das alterações que levam à ataxia causam degeneração ou
atrofia de células cerebelares. Algumas vezes a medula também é afetada.
A maioria das ataxias são hereditárias, podendo ser autonômicas recessivas
ou dominantes. As mais comuns são as de Friedreich e Machado-Joseph.
Ela também pode ser adquirida. Condições que podem levar à essa alteração
motora incluem AVC, esclerose múltipla, tumor, alcoolismo, neuropatia periférica,
desordens metabólicas e deficiências de vitamina.

10.5 Disfagia

A disfagia orofaríngea é entendida como um distúrbio de deglutição, com sinais


e sintomas específicos, que se caracteriza por alterações em qualquer etapa e/ou
entre as etapas da dinâmica da deglutição, podendo ser congênita ou adquirida após
comprometimento neurológico, mecânico ou psicogênico, podendo trazer prejuízo aos
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aspectos, nutricional de hidratação, no estado pulmonar, prazer alimentar e social do
indivíduo, Já a disfagia neurogênica é a dificuldade de deglutição causada por um
transtorno de comprometimento neurológico, doença ou trauma, que afeta a ação
muscular responsável pelo transporte alimentar ou saliva da boca ao esôfago.
O indivíduo disfágico pode apresentar prejuízos nos aspectos nutricionais e no
estado pulmonar e, além disso, tem a mais básica das funções socioculturais afetada:
a habilidade de comer e beber. Esta restrição vivenciada pelos pacientes no seu dia-
a-dia pode trazer sentimento de frustração, desânimo, vergonha e constrangimento
podendo produzir um impacto variável na qualidade de vida dos mesmos.

O problema mais comum pós- AVE é a demora para iniciar a deglutição


faríngea. Sob essas circunstâncias, líquidos podem ser facilmente aspirados
(MARCHESAN, 2002 apud, SOUSA, 2018).

10.6 Fisioterapia e as alterações do SNC

Apraxia: Em um contexto natural, a imitação desempenha um papel importante


na aprendizagem motora e pode apoiar a compreensão das ações demonstradas,
enquanto o desempenho espontâneo de mímicas serve de comunicação,
principalmente não verbal.
Afasia: O importante na reabilitação é oferecer ao afásico uma linguagem
funcional, pois o mais importante é que ele consiga se comunicar mesmo que seja
através de meios alternativos e o fonoaudiólogo terá que buscar sempre dentro da
deficiência a eficiência.
Agnosia: O paciente deve ser estimulado a reaprender sobre a imagem e
esquema corporal, com o uso de objetos ou estímulos sensoriais no hemicorpo
afetado.
Ataxia: Exercícios de equilíbrio e coordenação motora: Podem ajudar a
melhorar ou manter o equilíbrio e estabilidade durante atividades de vida diária;
Fortalecimento muscular: se faz necessário para evitar a fadiga;
Melhorar a resistência física: através de exercícios cardiovasculares marcha na
esteira e/ou bicicleta ergométrica. Exercícios aquáticos oferecem menor limitação e
podem ser benéficos;

31
Treinar funções para independência: Considerando sempre formas de reduzir
a demanda de energia e monitorando a postura;
Avaliar a necessidade, indicar e treinar o uso de meios auxiliares com o
objetivo de dar segurança às transferências e locomoção.
Disfagia: Atualmente, o tratamento das alterações da deglutição, pertence a
uma equipe multiprofissional, na qual o fonoaudiólogo faz parte do núcleo
fundamental. As outras áreas envolvidas na equipe são: a otorrinolaringologia, a
gastroenterologia, a nutrição, a fisioterapia respiratória, a psicologia, a neurologia e a
pneumologia. O fonoaudiólogo, além de ser o profissional habilitado e responsável por
avaliar, definir e /ou alterar as condutas terapêuticas na disfagia, ampliando ao
máximo as possibilidades de o paciente controlar funcionalmente a fase oral e
faríngea a deglutição, é também responsável por devolver ao paciente o prazer de se
alimentar junto a família conforme suas condições.

11 FISIOTERAPIA NEUROLÓGICA

Fonte: www. clinicadefisioterapiabh.com.br

A Fisioterapia Neurofuncional representa uma especialidade da Fisioterapia


regulamentada em 2008, uma vez que o AVC é a mais comum e devastadora doença,
sendo relevante o conhecimento da sua distribuição em unidades ambulatoriais

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específicas para esse agravo. A Fisioterapia Neurológica induz ações terapêuticas
para a recuperação da coordenação motora e da força. Pessoas acometidas por AVC
(derrame cerebral), tumores, mal de Parkinson e Mal de Alzheimer, por exemplo,
podem ser beneficiadas com a fisioterapia neurofuncional.
O tratamento é baseado em exercícios que promovam a restauração de
funções motoras, de forma a resolver deficiências motrizes e aperfeiçoar padrões
motores, principalmente utilizando os princípios neurofisiológicos da facilitação
neuromuscular proprioceptiva. Também é realizado exercícios de alongamento,
fortalecimento, equilíbrio e treino de marcha. O objetivo é avaliar os déficits funcionais
e, através de exercícios direcionados, promover padrões motores adequados.
O paciente com disfunções neurológicas pode apresentar alterações
complexas de movimento e função. Para a reabilitação, a fisioterapia neurológica
dispõe de vários métodos e recursos específicos, promovendo um tratamento global
e individualizado. O paciente é estimulado de forma que consiga reaprender e
restabelecer suas funções acometidas ou se readaptar a sua nova condição, sempre
mostrando seu potencial, que muitas vezes é esquecido até mesmo pelo próprio
paciente.

As alterações na deglutição decorrentes do avanço da idade podem ocorrer


em todos os estágios. As consequências dessas alterações incluem
desidratação, desnutrição pneumonia, depressão, problemas psicossociais,
dentre outros. Aliado a isso, o envelhecimento ocasiona a diminuição das
papilas gustativas, que em conjunto com a redução do olfato comprometem
informações sensoriais essenciais para o processo da deglutição. (FEIJÓ,
2004, apud SOUSA, 2018).

Atua também na prevenção de deformidades e otimização das funções


preservadas. Assim, o objetivo final é proporcionar maior funcionalidade,
independência e melhor qualidade de vida para os pacientes e familiares.

12 FISIOTERAPIA NO TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS VASCULARES


DO SNC

A Fisioterapia Neurológica (Motora e Respiratória) atua nas doenças que


acometem o Sistema Nervoso Central ou Periférico, levando a distúrbios neurológicos,
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motores e cognitivos. O atendimento neurofuncional atua com base nos conceitos
neurofisiológicos obtidos após condutas bem-sucedidas. Um dos objetivos da
fisioterapia na reabilitação destes pacientes é alcançar maior grau de independência.
A motivação do paciente e a aceitação no que diz respeito às alterações do seu
estilo de vida são fatores relevantes para o sucesso da reabilitação. O profissional
precisa inicialmente dominar a capacidade de se comunicar e angariar a confiança e,
assim, a cooperação do paciente. Sua conduta não deve ser restrita ao protocolo de
tratamento, mas também a boa avaliação, monitorização do progresso e orientação
aos parentes nos cuidados e na convivência com o doente. Os pacientes neurológicos
podem apresentar incapacidades sob o ponto de vista funcional, prejudicando de
maneira significativa sua qualidade de vida. As características clínicas das doenças
do sistema nervoso são determinadas pelo local ou locais da lesão e sua extensão.
Contudo, é essencial conhecimento sobre a natureza integrativa e a complexidade do
sistema nervoso ao estudar as características clínicas da doença ou da lesão.
O objetivo é avaliar os déficits funcionais e, através de exercícios direcionados,
promover padrões motores adequados, melhora da força, coordenação motora e
equilíbrio.
A reabilitação de um paciente com sequelas neurológicas deve ser vista com
um olhar amplo, objetivando conceder-lhe o mais alto grau de funcionalidade, mas
esse processo só é possível quando há motivação por parte de profissionais e
pacientes, acesso e acolhimento dos serviços de saúde.
A participação do fisioterapeuta é um alicerce nos programas de reabilitação
voltados para pacientes neurológicos, visto que o mesmo possui uma sólida formação
científica direcionada a esses pacientes. Levando em consideração a integralidade
como um dos princípios que regem a atenção primária a saúde, faz-se necessário a
participação do fisioterapeuta nesse âmbito.

12.1 Objetivos do tratamento

O tratamento é globalizado e tem como objetivos principais:

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Prevenir deformidades, orientar a família e o paciente seja ele adulto ou
criança; normalizar os tônus postural; melhorar habilidades cognitivas e de memória;
Reintegrar o paciente a sociedade; diminuir padrões patológicos; prevenir instalação
de doenças pulmonares ou qualquer outra intercorrência; manter ou aumentar a
amplitude de movimento; reduzir a espasticidade; estimular as atividades de vida
diária, a alimentação, o treinamento da bexiga e intestinos, a exploração vocacional e
de lazer; otimizar a qualidade de vida do paciente; Devolver o paciente ao convívio
social, tanto na família quanto no trabalho, reintegrando-o com a melhor qualidade de
vida possível.
Reabilitação: É o conjunto de procedimentos que visam restabelecer, quando
possível, uma função perdida pelo paciente temporária ou permanentemente e com
os seguintes objetivos:
Prevenir complicações, as mais comuns são as deformidades. Com a
paralisação dos músculos e a instalação de uma rigidez (chamada de espasticidade)
nas partes do corpo afetadas, ocorre a perda da mobilidade das articulações, que
passam a adotar posições erradas, ficando deformadas e impedindo o paciente de
realizar certos movimentos.
Alguns exemplos são estender os joelhos e cotovelos, andar, flexionar os
braços, entre outros. Outras complicações comuns são as síndromes álgicas (dores
difusas pelo corpo), o ombro doloroso, doenças pulmonares (broncopneumonia), a
trombose venosa profunda, as escaras (feridas formadas pela pressão contínua em
um determinado ponto), entre outras.
Todas estas complicações podem ser evitadas através da movimentação com
exercícios corretos, com uso de órteses (aparelhos para manter os ombros
posicionados corretamente), procedimentos visando diminuir a espasticidade e uso
de medicamentos para dor, prescritos pelo médico.
De um modo geral, alguns princípios de reabilitação podem ser iniciados no
primeiro ou segundo dia do AVC, como posicionamentos adequados e movimentos
passivos, visando prevenir complicações secundárias, com o paciente ainda
hospitalizado. Dentre estes exercícios ressalta-se o estímulo esfincteriano com

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exercícios de ponte associados com estimulação de assoalho pélvico. Os exercícios
de Kegel são ótimos aliados.
Ao sair do hospital, o paciente deve continuar seu tratamento de reabilitação, a
nível ambulatorial, com o fisioterapeuta, num centro especializado, se necessário, ou
em casa, seguindo as orientações dadas pela equipe. E é neste momento que entra
o papel fundamental da família, fornecendo a infraestrutura necessária para o amplo
restabelecimento
Apesar do trabalho intenso da fisioterapia, alguns pacientes podem não
apresentar grandes melhoras, porém não devem ser interrompidos para não ocorrer
regressão do progresso já conseguido pelo tratamento de reabilitação.
A família deve sempre estar atenta à eventuais complicações que possam
surgir sendo os sintomas mais frequentes: Dor no peito ou respiração mais curta;
Sangramento, principalmente se estiver tomando anticoagulantes; Dor de estômago,
indigestão ou soluços frequentes, especialmente se estiver tomando ácido acetila
salicílico (AAS ou Aspirina); Convulsões ou perda de consciência; Dor para urinar;
Febre; Alteração do comportamento, depressão ou agressividade; Diminuição da
força física; Prisão de ventre prolongada.

12.2 Protocolos de tratamento

Os principais exercícios de fisioterapia para paciente neurológicos são aqueles


que estimulam o movimento dos membros acometidos pela lesão, não esquecendo
que o paciente é um todo, ou seja, todo o deve ser tratado.

Na década de 80, surgiu a primeira aplicação do uso forçado em humanos,


realizada apenas com uma contenção do membro superior esquerdo de um
paciente com hemiparesia direita decorrente de um AVE. Sendo observado
um aumento da frequência do uso funcional do membro superior parético
(WOLF, 2002 apud, JUNIOR, 2016).

Os alongamentos são importantes para melhorar a amplitude dos movimentos,


principalmente dos MMSS e realização de exercícios respiratórios, evitando assim o
acúmulo de secreções que podem levar a complicações respiratórias (pneumonia, por
exemplo). Os exercícios para MMII, são igualmente importantes para ganho de força,

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amplitude de movimento e controle para marcha. Quando o paciente conseguir ficar
na posição de pé, deve ser trabalhado o seu aprendizado motor e treino de equilíbrio
para que o mesmo consiga deambular sozinho. Outros exemplos de exercícios são
as movimentações da escápula.
O tratamento fisioterapêutico deve ser individualizado, respondendo às
necessidades do paciente, que podem mudar de um dia para o outro. Alguns
equipamentos que podem ser usados são pesos, caneleira, bola, rampa e Thera
Band.
Dentre as propostas de tratamento para os pacientes neurológicos podemos
citar: A Terapia de Contenção Induzida (TCI), também conhecida como de Terapia de
restrição, baseando-se na superação da teoria do desuso “learned nonuse”, e vem
ganhando espaço dentro da prática clínica e sendo cada vez mais documentada no
meio científico. Esta terapia é uma abordagem terapêutica, visando à reabilitação de
paciente com sequelas de um acidente vascular encefálico (AVE) intermediado por
um treinamento intensivo, sendo que o membro não afetado é imobilizado, para que
possa ser estimulado o uso do membro parético ou plégico.
Na Paralisia Cerebral, a Fisioterapia tem o intuito de inibir a atividade reflexa
anormal para normalizar o tônus muscular, através de exercícios de facilitação e
inibição que buscam a melhora da força, flexibilidade e amplitude de movimento, bem
como o uso do Tens, para estimulação da área afetada.
Alguns aparelhos e métodos estão sendo empregados para melhora do
paciente, como o uso de jogos de vídeo game, onde se observa progressiva melhora
do paciente neurológico.

O feedback fornecido pela TV proporciona ao usuário observar seus próprios


movimentos em tempo real, sendo um reforço positivo que facilita a formação
e o aperfeiçoamento de tarefas. (ROTTA, 2002 apud, SOARES, 2015).

O Balance deve ser utilizado, pois previne quedas e está relacionada com o
equilíbrio, a reação de endireitamento e proteção. O balance normalmente requer o
controle de forças gravitacionais para manter o controle postural e o controle das
forças de aceleração para manter o equilíbrio.

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12.3 A hidroterapia como tratamento de paciente de AVC

Fonte: www.peixepeixinho.com.br

A hidroterapia possui grandes benefícios para portadores de AVC por meio


das propriedades físicas da água, diminuindo desta forma as sequelas que esta
patologia pode ocasionar. Ela promove através da reabilitação a diminuição das
alterações físicas no paciente com AVC; melhorar a qualidade de vida e a perspectiva
de vida destes pacientes
Existem diversas formas de se usar a água como elemento terapêutico. O
termo hidroterapia engloba todas elas, mas podem ser diferenciadas algumas formas
distintas de utilização da água em processos profiláticos ou terapêuticos, tais como:
Hidroterapia por via oral, balneoterapia, duchas quentes, frias ou mornas, compressas
úmidas, crioterapia, talassoterapia, turbilhão, Hidrocinesioterapia (ou fisioterapia
aquática).
Diversas abordagens de hidroterapia podem ser utilizadas no tratamento de
pacientes com AVC e outras patologias. O método Bad Ragaz tem como objetivo a
redução do tônus muscular, relaxamento, aumento da amplitude articular,
fortalecimento muscular e preparar os membros inferiores para descarga de
peso, restaurar o padrão normal de movimento dos membros superiores e
inferiores, além de melhora da resistência geral .São características do método o
uso das propriedades da água como turbulência e flutuação, o restabelecimento
38
dos movimentos anatômicos, biomecânicos e fisiológicos das articulações e
músculos em padrões funcionais e a aplicação individualizada, utilizando boia
ou flutuador cervical, flutuador circular grande para o quadril e vários flutuadores
circulares pequenos.

Durante a terapia na piscina, o calor da água ajuda a aliviar a espasticidade,


mesmo que o alívio seja apenas temporário A pressão hidrostática pode ser
utilizada para diversos fins, na espasticidade vai ajudar na manutenção do
equilíbrio, retorno venoso e também vai estimular o aumento da
propriocepção das terminações nervosas da periferia e do tronco.
(BARBOSA, 2015 apud MIRANDA, 2018)

O método Halliwick foi desenvolvido com a proposta inicial de auxiliar pessoas


com problemas físicos a tornarem-se mais independentes para nadar. A ênfase inicial
do método era recreativa com o objetivo de independência na água. Mais
recentemente, essa técnica passou a ser utilizada no tratamento de crianças e adultos
com enfermidades neurológicas por enfatizar as habilidades dos pacientes na água e
não suas incapacidades.
Benefícios da Hidroterapia em portadores de Acidente Vascular Cerebral
(AVC):
Pacientes com problemas neurológicos possuem lesões restritas e complexas,
sendo assim, a reabilitação aquática oferece uma abordagem única e versátil para o
tratamento dessas lesões e das deficiências secundárias. Durante a terapia na
piscina, o calor da água ajuda a aliviar a espasticidade, mesmo que o alívio seja
apenas temporário. A terapia aquática e suas propriedades são uma alternativa eficaz
para a melhora da espasticidade em pacientes neurológicos. No Brasil a terapia
aquática é uma técnica que vem crescendo, tendo como finalidade desenvolver
exercícios terapêuticos, para a reabilitação ou prevenção de alterações funcionais,
agindo na espasticidade de maneira a diminuir o tônus muscular.

39
13 CONCLUSÃO

O sistema nervoso humano executa uma enorme quantidade de funções por


meio de muitas subdivisões. De fato, a complexidade do encéfalo tradicionalmente
torna o estudo da neuroanatomia uma tarefa exigente.
A expressão Acidente Vascular Encefálico (AVE) refere-se ao súbito
comprometimento da função cerebral provocado por uma variedade de alterações
histopatológicas envolvendo um (focal) ou vários (multifocal) vasos sanguíneos intra
ou extracranianos.
A fisioterapia neurológia tem como objetivo a prevenção de deformidades,
normalizar os tônus postural, reintegrar o paciente a sociedade, prevenir e tratar
instalação de doenças pulmonares ou qualquer outra intercorrência, mas
pincipalmente a fisioterapia tem o objetivo de buscar o bem-estar físico e emocional
do indivíduo, fornecendo uma melhor qualidade de vida ao paciente.

40
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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