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EMENTA: DESTINAÇÃO/FONTE DE
RECURSOS. FONTE DE RECURSO 95: AÇÃO
JUDICIAL FUNDEF – PRECATÓRIOS NÃO
PREVISTA NO ORÇAMENTO. ELEMENTOS DE
DESPESAS E AÇÕES JÁ EXISTENTES.
ABERTURA DE CRÉDITO ADICIONAL
SUPLEMENTAR.
A destinação/fontes de recursos não integra o
conceito de dotação orçamentária, sendo a
primeira referente às receitas enquanto que a
outra às despesas. A utilização de fonte de
recurso não prevista, em dotações já existentes, a
alteração far-se-á mediante crédito adicional
suplementar.
O Prefeito do MUNICÍPIO DE JEQUIÉ, Sr. Luiz Sérgio Suzarte Almeida, através de ofício,
aqui protocolado sob nº 03980-17, encaminha consulta solicitando esclarecimentos
acerca dos seguintes questionamentos:
Cumpre salientar que nos termos do art. 1º, inciso XXI, da Lei Complementar nº 06/91 –
Lei Orgânica do TCM –, compete a esta Corte, dentre outras atribuições estampadas no
citado artigo, a de “decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade
competente a respeito de dúvida suscitada na aplicação de dispositivos legais e
regulamentares concernentes a matéria de sua competência, na forma estabelecida em
Regimento Interno ”. Desta sorte, responderemos a consulta em tese.
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Vide a seguir o conceito de fonte/destinação de recursos trazidos pelo Manual de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público (MCASP) – 7ª edição – emitido pela Secretaria
do Tesouro Nacional (STN):
MCASP – 7ª EDIÇÃO
5.1. CONCEITO
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Estabelece, ainda, o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público que o controle
das disponibilidades financeiras por fonte/destinação de recursos deve ser feito desde a
elaboração do orçamento até a sua execução, incluindo o ingresso, o comprometimento e
a saída dos recursos orçamentários.
SENADO FEDERAL
Dotação orçamentária
Toda e qualquer verba prevista como despesa em orçamentos públicos e
destinada a fins específicos. Qualquer tipo de pagamento que não tenha dotação
específica só pode ser realizado se for criada uma verba nova ou dotação nova
para suprir a despesa.
MCASP – 7ª EDIÇÃO
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É importante ressaltar que esta Corte de Contas, através da Resolução TCM nº 1268/08,
dispôs sobre os procedimentos das receitas públicas, instituiu a Tabela Única de
Destinações de Recursos/Fonte de Recursos a ser utilizada pelos Municípios do Estado
da Bahia.
Inicialmente cumpre-nos trazer a baila o conceito dado pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) referente ao QDD - Quadro de Detalhamento da Despesa: “É o instrumento que
detalha, a nível operacional, os projetos e atividades constantes do orçamento de um
determinado exercício, especificando os elementos de despesa e respectivos
desdobramentos”.
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Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por
elementos.
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal,
material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica
para consecução dos seus fins.
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Na Lei nº 4.320/64, destacam-se: o art. 40, que define os créditos adicionais como sendo
as autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de
Orçamento; o art. 41, que os classificam em suplementares, especiais, e extraordinários;
e o art. 42, que estabelece que os créditos suplementares e especiais serão autorizados
por lei e abertos por Decreto Executivo.
A seu turno, o § 1º do art. 43 da referida lei listou as fontes de recursos que podem ser
consideradas, desde que precedida de exposição justificativa, para abertura dos créditos
suplementares e especiais, quais sejam:
De toda sorte, não havendo previsão originária na LOA, ou sendo essa insuficiente
quanto à estimativa de receitas de convênios e à projeção das despesas para o
cumprimento de seus objetos, a fonte de recursos a ser utilizada para a abertura
dos créditos adicionais, especiais ou suplementares, deve ser o excesso de
arrecadação estimado, conforme definido na parte final do § 3º do art. 43, da Lei
4.320/64.
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No caso de utilização de fonte de recurso não prevista, a exemplo da Fonte de Recurso
95 – Ação Judicial FUNDEF – Precatórios, em dotações já existentes, a alteração far-
se-á mediante crédito adicional suplementar. No entanto, deve-se observar a natureza
dos elementos de despesas e ações a serem utilizadas, não podendo fonte de recurso
vinculada ser utilizada de forma diversa da estabelecida por lei.
Registre-se que se for utilizada essa Fonte de Recurso 95 em outra despesa que NÃO
previstas inicialmente pela Lei Orçamentária e suas alterações, portanto criação de
uma NOVA dotação, essa alteração será por meio de crédito adicional especial. Isto
porque, mesmo já inclusa a fonte de recurso houve a inserção de uma despesa não
prevista. Caso contrário, se já existentes as dotações, as alterações serão feitas
através de créditos suplementares.
É importante destacar que a utilização de fontes de recursos vinculadas deve ser pautada
em mandamentos legais que regulamentam a aplicação de recursos, seja para funções
essenciais, seja para entes, órgãos, entidades e fundos. Os recursos legalmente
vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto
de sua vinculação. Assim, estabeleceu o parágrafo único do art. 8º da da Lei de
Responsabilidade fiscal (LRF – LC nº 101/00):
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Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que
dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do
inciso I do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o
cronograma de execução mensal de desembolso.
Registra-se que os efeitos financeiros somente poderão ser contados da data da vigência
da Lei, pois, somente a partir daí passarão a existir os benefícios e, consequentemente, o
direito dos beneficiários ao correspondente pagamento, por conseguinte não será
permitido a retroatividade da Lei.
Ainda, a Lei de Finanças Públicas, em seus artigos 45 e 46, definiu que os créditos
adicionais terão sua vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem abertos,
excetuando quando houver disposição legal em contrário, quanto aos créditos adicionais
especiais e extraordinários e que o ato que abrir crédito adicional indicará a importância,
a espécie do mesmo e a classificação da despesa, até onde for possível.
É o parecer, s.m.j.