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Capítulo 4: Demanda Individuale Demanda de Mercado, Apêndice

CAPÍTULO 4
DEMANDA INDIVIDUAL E DEMANDA DE MERCADO, APÊNDICE
EXERCÍCIOS
1. Quais das seguintes funções de utilidade são coerentes com as curvas de indiferença
convexas e quais não são?
a. U(X, Y) = 2X + 5Y
b. U(X, Y) = (XY)0,5
c. U(X, Y) = Min(X, Y), em que Min corresponde ao mínimo de ambos os valores de X e
Y
As três funções de utilidade são apresentadas nas Figures 4A.1.a, 4A.1.b, e 4A.1.c.
A primeira pode ser representada como um conjunto de linhas retas; a segunda,
como um conjunto de hipérboles; e a terceira, como um conjunto de “Ls". Apenas a
segunda função de utilidade satisfaz a definição de curva de indiferença
estritamente convexa.
Para representar graficamente as curvas de indiferença que representam as
preferências dadas por U(X,Y)=2X+5Y, considere a utilidade U0 e resolva para Y a
fim de obter
U 2
Y  0  X.
5 5
Sendo esta a equação para uma linha reta, as curvas de indiferença são lineares
U0 2
com o intercepto e inclinação  .
5 5
Y

U2
5

U1
5

U0
5 U2
U1
U0

U0 U1 U2 X
2 2 2

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Figura 4A.1.a

Para representar graficamente as curvas de indiferença que representam as preferências dadas


0.5
por U(X,Y)  (XY ) , considere a utilidade U0 e resolva para Y a fim de obter
U2
Y 0 .
X
Inserindo alguns valores para X nessa equação e resolvendo para Y, você será
capaz de representar a curva de indiferença U0, ilustrada na figura Figure 4A.1.b
junto com a curva de indiferença U1.

U1

U0

Figura 4A.1.b

Para representar graficamente as curvas de indiferença que representam as


preferência dadas por U(X,Y)  Min(X,Y) , observe, primeiramente, que as
funções de utilidade desse tipo resultam nas curvas de indiferença com formato de
L e representam uma relação complementar entre X e Y. Neste caso, para qualquer
nível de utilidade U0, o valor de X e de Y também será igual a U0. À medida que X
aumenta e Y não muda, a utilidade também não mudará. Se tanto X como Y
mudarem, a utilidade mudará e nós teremos uma outra curva de indiferença. Veja a
tabela a seguir.

X Y U
10 10 10
10 11 10
10 9 9
11 10 10
9 10 9
9 9 9
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U1 U1

U0 Uo

U0 U1 X

Figura 4A.1.c

2. Mostre como as duas funções de utilidade, apresentadas a seguir, produzem idênticas


funções de demanda para as mercadorias X e Y:
a. U(X, Y) = log(X) + log(Y)
b. U(X, Y) = (XY)0,5
O apêndice discute como derivar funções de demanda a partir de funções de
utilidade. Se mostrarmos que as duas funções de utilidade são equivalentes, então,
saberemos que as funções de demanda delas derivadas são idênticas. A
equivalência das duas funções pode ser provada mostrando-se que uma função é
uma transformação da outra que preserva a ordem de qualquer conjunto de
números.
Tomando o logaritmo de U(X, Y) = (XY)0,5 obtemos:
logU(X, Y) = 0,5log(X) + 0,5log(Y).
Agora, multiplicando os dois lados por 2:
2 logU(X,Y) = log(X) + log(Y).
Portanto, as duas funções de utilidade são equivalentes e resultarão em funções de
demanda idênticas. Entretanto, nós resolveremos para as funções de demanda em
ambos os casos para mostrar que elas são as mesmas.
a. Para encontrar as funções de demanda para X e Y, correspondentes a U(X, Y) =
log(X) + log(Y), dada a restrição orçamentária usual, escreva o Lagrangeano:
 = log(X) + log(Y) - (PXX + PYY - I)
Derivando em relação a X, Y, , e considerando as derivadas iguais a zero:
 1
  P X  0
X X

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 1
  PY  0
Y Y

 PX X  PY Y  I  0.

1 1
As duas primeiras condições implicam que PX X  e PY Y  .
 
1 1 2
A terceira condição implica que  I 0, ou   .
  I
I I
A substituição desta expressão em PX X  e PY Y  nos fornece as funções de
 
demanda:
0.5  0.5
X   I 2 e Y   I 2 .
 PX   PY 
Observe que a demanda para cada bem depende apenas do preço desse bem e da
renda, não do preço do outro bem.
b. Para encontrar as funções de demanda para X e Y, correspondentes a U(X,Y) =
(XY)0,5 dada a restrição orçamentária usual, primeiro escreva o Lagrangeano:
 = 0,5(logX) + (1 - 0,5)logY - (PXX + PYY - I)
Derivando com relação a X, Y, , e considerando as derivadas iguais a zero:
 0.5
  PX  0
X X
 0.5
  PY  0
Y Y

 PX X  PY Y  0.

0.5 0.5
As duas primeiras condições implicam que PX X  e PY Y  .
 
0.5 0.5
A combinação destas com a restrição orçamentária gera:  I 0 ou
 
1
 .
I
0.5 0.5
A substituição desta expressão em PX X  e PY Y  nos fornece as funções
 
de demanda:
0.5  0.5
X   I e Y   I.
 PX   PY 
3. Suponha que uma determinada função de utilidade seja obtida por meio de Min(X, Y),
como no exercício 1(c). Qual equação de Slutsky decompõe a variação da demanda de X em
resposta a uma variação ocorrida em seu preço? Qual será o efeito renda? Qual será o
efeito substituição?
X X X
A equação de Slutsky é   X  ,
PX PX I 
U U *

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Onde o primeiro termo representa e efeito substituição e o segundo termo
representa o efeito renda. Com esse tipo de função de utilidade, o consumidor não
substitui um bem pelo outro quando os preços variam e, portanto, o efeito
substituição é zero. O efeito renda é o deslocamento de U1 para U2.

L2

L1

U2
L3

U1
Nova linha do orçamento,
Nova utilidade
Nova linha do orçamento, X
Utilidade original
Linha do orçamento original,
Utilidade original

Figure 4A.3

4. Sharon tem a seguinte função de utilidade:


U(X,Y)  X Y
onde X é seu consumo de balas, com preço PX=$1, e Y é seu consumo de café expresso, com
PY=$3.
a. Derive a demanda de Sharon por balas e café expresso.
Utilizando o método de Lagrange, a equação do Lagrangeano é
 X  Y   (PX X  PY Y  I).
Para encontrar as funções de demanda, é necessário maximizar a equação de
Lagrange em relação a X, Y, e , que é o mesmo que maximizar a utilidade sujeito
à restrição orçamentária. As condições necessárias para um ponto de máximo são:
 1  12
(1)  X  PX   0
X 2
 1  12
(2)  Y  PY   0
Y 2

(3)  PX X  PY Y  I  0.

A combinação das condições necessárias (1) e (2) resulta em

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1 1
 
2PX X 2PY Y
1 1

PX X  PY Y
2 2

P 2 
(4) X   Y2 Y.
PX 
Você pode, agora, substituir (4) em (3) e resolver para Y. Uma vez resolvido para
Y, pode-se substituir Y em (4) e resolver para X. Observe que, algebricamente, há
várias maneiras de se resolver esse tipo de problema e não é necessário que se
resolva exatamente como foi feito aqui. As funções de demanda são
PI I
Y 2 X or Y 
PY  PY PX 12
PI 3I
X 2 Y or X  .
PX  PY PX 4
b. Suponha que sua renda seja I=$100. Quantas balas e cafés expresso Sharon
consumirá?
Insira os valores dos dois preços e da renda nas funções de demanda a fim de
descobrir que ela consome X=75 balas e Y=8,3 cafés expresso.
c. Qual é a utilidade marginal da renda?
1 1
Pelo item (a), sabemos que    . Usando os valores obtidos no
2PX X 2PY Y
item anterior, obtemos =0,058. Esse valor representa quanto a utilidade
aumentaria se Sharon tivesse mais um dólar para gastar.

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